Ano XXII • Nº 68 Tiragem: 25 mil exemplares Venda proibida Exemplar de assinante A LUTA CONTRA A MULTIRRESISTÊNCIA AS AÇÕES DO NEPES PARA SEGURANÇA E SAÚDE DO PROFISSIONAL Criado há pouco mais de um ano, o NEPES – Núcleo de Estudos, Pesquisas e Ensino sobre Segurança e Saúde do Trabalhador em Serviços de Saúde atua para congregar as obrigações dos empregadores aos direitos e interesses dos profissionais do setor, no que diz respeito à segurança e saúde ocupacional. Diagnóstico precoce, implementação de precauções de contato e uso racional de antimicrobianos são algumas medidas básicas que devem ser aplicadas com rigor no combate às bactérias produtoras de carbapenemases, como KPC, Acinetobacter e Pseudomonas. A recomendação é da Dra. Maura Salaroli de Oliveira. Veja entrevista com a médica infectologista do GCIH do HC FMUSP nas páginas 2 e 3. SÍRIO LIBANÊS INOVA NO FLUSHING DE CATETERES Conheça os objetivos da entidade, nas palavras do Diretor Executivo do NEPES, o Médico do Trabalho Dr. Mário Bonciani. Páginas 4 e 5 REPERCUSSÕES DOS ACIDENTES COM PERFUROCORTANTES Lavar e desobstruir cateteres hoje no Hospital Sírio Libanês é um procedimento feito com maior agilidade, menor risco de infecção da corrente sanguínea e livre de iatrogenias, graças ao uso de seringas preenchidas industrializadas. Confira a reportagem nas páginas 6 e 7. Veja também nesta edição Manual do Riscobiológico.org e Fundacento: como implementar um programa de prevenção de acidentes com materiais perfurocortantes em serviços de saúde. Página 10. Grátis no site da APECIH: Manual da SHEA “Melhorando a Segurança do Paciente por Meio do Controle de Infecção: Um Novo Imperativo no Cuidado à Saúde. Página 11. Leia a entrevista com a professora de Enfermagem na Universidade Federal da Bahia, Ana Paula Steffens, autora do livro “Acidentes de Trabalho com Perfurocortantes – Repercussões na Vida dos Trabalhadores”. Páginas 8 e 9. OS DESAFIOS NO CONTROLE E TRATAMENTO DA KPC Apontada pela mídia como uma “superbactéria”, a Klebisiella pneumoniae, ou KPC, é uma â-lactamase produtora de cabapenemase, com capacidade de hidrolizar antibióticos que contenham anel â-lactâmico na molécula, dificultando e redução as opções terapêuticas nas infecções. Nesta entrevista a médica infectologista assistente do Grupo de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (GCIH – HC FMUSP, Dra. Maura Salaroli de Oliveira, faz uma abordagem sobre as recentes polêmicas e repercussões que a KPC vem causando nos serviços de saúde. JCI: Em dezembro passado o GCIH do HC HMUSP realizou em parceria com a APECIH e a Sociedade Paulista de Infectologia o evento “KPC, a superbactéria?” Qual foi o objetivo deste encontro entre profissionais da saúde da área de controle de infecção? – Dra. Maura Salaroli de Oliveira: Promovemos o evento porque sabemos que no Brasil temos casos de bactéria produtora de carbapenemase e ainda há muitas dúvidas na literatura sobre o que fazer a respeito, tanto na parte de diagnóstico, medidas de controle, como no tratamento. Nosso objetivo foi organizar um fórum que permitisse a discussão e a troca de idéias e experiências de pessoas que vivenciam o problema. Participaram 330 profissionais de saúde, na maioria médicos e enfermeiros da área de CCIH de diversas instituições e de várias cidades. Foram pessoas interessadas em adquirir maior conhecimento sobre a KPC, a partir dos relatos de quem está lidando com ela, tendo em vista que ainda não temos todas as respostas na literatura. JCI: Houve quem comentasse sobre a amplitude que o tema ganhou na imprensa. A Dra. acredita que a questão foi adequadamente apresentada à população pela mídia, chamando a KPC de superbactéria? – Dra. Maura: Eu concordo com alguns colegas quando dizem que houve certo exagero por parte da mídia. Na verdade, há tempos enfrentamos problemas com resistência bacteriana semelhante a esta, como por exemplo Acinetobacter e Pseudomonas resistentes a carbapenêmicos. No caso da KPC, que, na verdade, não é o nome da bactéria mas sim de uma carbapenemase, a mídia preferiu destacar o problema de forma sensacionalista e deixou de fornecer informações mais precisas ao público. Nos dias após as reportagens que foram ao ar pela TV, muitas pessoas nos procuraram alarmadas. Do jeito que a divulgação dos fatos foi feita, o cidadão comum acabou sendo desinformado. Comentou-se inclusive a hipótese de se colocar a doença como de notificação compulsória, o que felizmente não ocorreu. Por outro lado, houve uma consequência positiva, pois o problema da resistência bacteriana voltou a merecer maior atenção nas instituições de saúde. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceu uma nova norma obrigando as farmácias a reterem uma cópia da receita médica para vender antibióticos e outra norma obrigando todas as instituições de saúde a disponibilizarem álcool-gel em todos os locais de assistência. Ou seja, até medidas simples, como a lavagem correta das mãos, ganharam maior atenção. Toda a celeuma acabou valorizando o trabalho dos infectologistas e, dos profissionais das áreas de controle de infecção. Por esse lado, está sendo bom. JCI: Existe um surto de KPC no Brasil? Como isto impacta nos serviços de saúde do país? – Dra. Maura: Não sabemos se há um surto no país. Temos certamente casos de infecção por enterobactérias (em especial Klebsiella pneumoniae) produtoras de KPC em diversas instituições de saúde do Brasil. Mas, como não há sistema de vigilância de infecções hospitalares causadas por bactérias resistentes em âmbito nacional, não temos dados precisos. Até o momento, foram publicados relatos de casos em Recife, no Rio de Janeiro e Porto Alegre. Fermentação de lactose, colônias mucóides de Klebsiella pneumoniae em ágar MacConkey’s. Fonte: http.commons.wikimedia.org 2 JCI: Há risco do profissional de saúde de se contaminar com a KPC? – Dra. Maura: Se o profissional seguir as medidas de precauções padrão adicionadas às precauções de contato, como X “Não adianta tentarmos controlar a KPC isoladamente, pois é todo o sistema de saúde que precisa ser melhorado e reestruturado”. Dra. Maura Salaroli de Oliveira uso de aventais de mangas longas e luvas, o risco de contaminação é mínimo. Os procedimentos de proteção para o profissional contra contaminação com a KPC não diferem dos que são já são preconizados no atendimento a pacientes contaminados por outras bactérias resistentes. Os pacientes devem permanecer em quarto privativo. Preconiza-se a lavagem das mãos com água e sabão ou com álcool-gel antes e após o contato com o paciente, antes e após a execução de procedimentos invasivos e após o contato com qualquer equipamento que esteja sendo usado neste paciente. Vale dizer que o profissional de saúde que entra em contato com a KPC pode até se tornar colonizado, mas provavelmente não irá adoecer. A higienização das mãos é imprescindível para a proteção do profissional da saúde e para prevenir transmissão cruzada. JCI: Comenta-se que a higiene das mãos não é um procedimento muito habitual, ainda hoje, entre os profissionais de saúde. Isso é verdade ou não? – Dra. Maura: Infelizmente isso é verdade. A enfermeira Renata Lobo, que integra o GCIH do HC FMUSP e é autora de uma dissertação sobre prevenção de infecções relacionadas a cateter1, observou em seu estudo que, antes da intervenção educacional, menos da metade dos profissionais da saúde realizava a higienização das mãos antes de manipular o cateter venoso central. E há muitos trabalhos publicados com estatística semelhante a esta. JCI: Em termos de métodos de tratamento da KPC, quais são os mais efetivos? – Dra. Maura: Há poucas opções de antimicrobianos para o tratamento, dentre eles, as polimixinas, os aminoglicosídeos e a tigeciclina. A literatura ainda é controversa, mas de maneira geral, recomenda-se o uso da terapia combinada. O HC-FMUSP tem um protocolo de tratamento padronizado disponível na internet2. JCI: Em médio e longo prazos, há perspectivas de melhor controle da KPC? – Dra. Maura: Há vários anos discutese o problema da multirresistência e, na verdade, este problema vem se agravando. A deficiência nos laboratórios de microbiologia do país, a falta de recursos humanos devidamente capacitados bem como a falta de insumos básicos em hospitais e o uso irracional de antimicrobianos são alguns dos problemas que precisam ser sanados. Por outro lado, os hospitais vêm buscando melhoria na qualidade prestada aos pacientes atestada por selos de acreditação e ainda, os usuários do sistema de saúde começam a exigir seus direi- tos de assistência segura. Acho que o caminho é este. JCI: O que a Dra. Maura recomenda aos profissionais para enfrentar, no dia a dia, a ameaça que a KPC representa? – Dra. Maura: Não há nada muito inédito a ser feito no dia a dia. Temos que adotar medidas para impedir a transmissão no hospital, através do diagnóstico precoce dos casos e da implementação das precauções de contato já citadas. Também é importante promover o uso racional de antimicrobianos. Muitos médicos têm que rever a visão de que “os antimicrobianos não fazem mal e podem fazer algum bem” e isto tem que ser mudado. Referências bibliográficas 1 – http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde15042009-161344/es.php 2 – http://www.hcnet.usp.br/publicacoes/Controle%20e%20 Tratamento%20KPC.pdf 3 O NÚCLEO DA SEGURANÇA E SAÚDE stabelecido há pouco mais de um ano, o NEPES - Núcleo de Estudos, Pesquisas e Ensino sobre Segurança e Saúde do Trabalhador em Serviços de Saúde atua para congregar as obrigações dos empregadores aos direitos e interesses dos profissionais do setor, no que diz respeito à segurança e saúde ocupacional. Trata-se de uma entidade civil, sem fins lucrativos, de caráter estritamente técnico, não corporativo, cuja missão é contribuir com o segmento econômico de saúde na elaboração de instrumentos técnicos de referência para a melhoria contínua das condições e dos ambientes de trabalho. Formado por representantes de trabalhadores e de instituições públicas e privadas da saúde, o NEPES integra membros de sindicatos patronais, SINDHOSP (hospitais privados), SINDHOSFIL (Santas Casas e hospitais filantrópicos) e do sindicato dos trabalhadores do estado de São Paulo, SINSAUDESP. “Assumimos o papel de mediadores entre trabalhadores e empregadores no que tange a segurança e saúde ocupacional e, para isso, estabelecemos parcerias com instituições científicas, grandes hospitais e empresas éticas”, diz o Diretor Executivo da entidade, o Médico do Trabalho Dr. Mário Bonciani. E Eventos Em abril de 2010, o NEPES coordenou junto com o Ministério da Saúde uma grande campanha de vacinação do vírus H1N1 para os trabalhadores da saúde. Foi a primeira atividade na qual a entidade participou com representatividade na elaboração de material informativo, através de folhetos, cartazes e um manual sobre a importância da imunização da gripe suína. A Semana de Segurança e Saúde, ocorrida em agosto do ano passado em Sorocaba (SP), foi o evento promovido pelo NEPES que deu sustentabilidade à entidade. O encontro reuniu mais de 3 mil pessoas entre médicos, engenheiros e técnicos em Segurança do Trabalho, profissionais da saúde que atuam diretamente com pacientes e materiais biológicos e alunos dos Cursos Técnicos de Enfermagem. Na ocasião, foram realizados 4 X “O NEPES assume o papel de mediador entre trabalhadores e empregadores no que tange a segurança e saúde ocupacional, estabelecendo parcerias com instituições científicas, grandes hospitais e empresas éticas”. Mário Bonciani cursos sobre PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) e PCMSO (Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional), além de palestras sobre prevenção de acidentes com material biológico, estratégias para o desenvolvimento da NR 32, reconhecimento dos Riscos Biológicos e o Nexo Técnico Previdenciário (NTP). Com o sucesso atingido no evento em Sorocaba, em novembro o NEPES realizou em parceria com a FUNDACENTRO (entidade do Ministério do Trabalho voltada para a segurança e saúde), Coren-SP e o SESMT do Hospital das Clínicas da FMUSP, a Semana de Segurança e Saúde do Trabalhador em São Paulo. Os temas abordaram desde os critérios de avaliação para concessão de adicional de insalubridade por agente biológico em serviços de saúde, os riscos ocupacionais presentes em ambientes hospitalares, até oficinas de trabalho e experiências de implantação de materiais perfurocortantes com dispositivos de segurança. A BD foi uma das empresas que participaram das oficinas de trabalho, de- monstrando seringas e cateteres com dispositivo de segurança. Mais de 800 profissionais da saúde participaram dos diversos eventos ocorridos durante a semana. Segundo o Diretor Executivo do NEPES, estão programados diversos eventos para 2011. Entre eles: Inserção da Pessoa com Deficiência em Serviços de Saúde, Acidentes do Trabalho com Material Biológico – ATMB, incluindo perfurocortantes, controle da exposição de trabalhadores à radiação, atualização do adicional de insalubridade, segurança e saúde nos Programas de Saúde da Família e questões relacionadas à responsabilidade civil e criminal dos empregadores. “Queremos estimular debates sobre as legislações atuais, como, por exemplo, o FAP Fator Previdenciário de Prevenção e o NTE Nexo Técnico Epidemiológico, que proporcionam ferramentas para a segurança do trabalhador e premiam os empregadores que investem na redução de acidentes ocupacionais, ao mesmo tempo em que penalizam aqueles que não investem”, comenta o médico. NR 32 e perfurocortantes Na avaliação do Dr. Mário Bonciani, os serviços de saúde públicos e privados, de forma geral, estão se adequando às determinações da NR 32 e procuram atender ao item que estabelece o uso de materiais perfurocortantes com dispositivo de segurança. “Na área de segurança e saúde ocupacional, dificilmente uma norma deixa de ser cumprida”, diz o médico. Ele atuou durante 35 anos no Ministério do Trabalho e Emprego, e foi coordenador de Medicina do Trabalho no Departamento de Segurança e Saúde. O Dr. Bonciani participou da elaboração da norma e foi representante do MTE na Comissão Tripartite Nacional Permanente para a NR 32. Segundo ele, no Brasil todas as normativas de segurança ocupacional se consolidam e são respeitadas, pois elas são geridas por grupos profissionais especializados na área. “Em nenhuma outra legislação existe a obrigatoriedade de se manter médicos do trabalho, engenheiros de segurança, SESMTs e CIPAs”, observa. Ele ressalta ainda que um processo cível movido por um trabalhador acidentado pode custar muito caro à empresa, caso seja comprovada negligência por parte desta. “Nesse contexto que penaliza gravemente a instituição de saúde “ Um processo cível movido por um trabalhador acidentado pode custar muito caro à empresa. ” que não cumpre a lei, ao empregador não resta outra medida do que se comprometer em implementar equipamentos de segurança, como agulhas protegidas”, observa. Ainda com relação aos materiais perfurocortantes com dispositivo de segurança, o Dr. Mário Bonciani comenta que uma das preocupações dos serviços de saúde diz respeito à disponibilidade de produtos no mercado. “O uso desses materiais está crescendo bastante em todo o Brasil e, portanto, espera-se que as indústrias e fornecedores estejam preparados para atender a demanda em curto, médio e longo prazos”, declara. Outra questão que vem sendo debatida sobre perfurocortantes, segundo o Dr. Bonciani, refere-se à qualidade de alguns materiais importados que chegam ao mercado como dispositivos de proteção contra acidentes percutâneos. O médico assegura que um dos compromissos do NEPES é avaliar todos os produtos elaborados para proporcionar segurança aos profissionais que os utilizam. Por isso, a entidade está criando um Grupo de Estudos, formado por especialista técnicos de referência, para analisar e indicar quais os perfurocortantes disponíveis realmente oferecem segurança de forma efetiva. “Estamos empenhados em evitar a utilização de produtos inadequados e que não atendem à NR 32, gerando uma pseudoproteção para o trabalhador”, adverte. Objetivos do NEPES estudos e pesquisas sobre 9 Promover condições e ambientes de trabalho. 9 Elaborar Referências Técnicas - RT sobre saúde e segurança dos trabalhadores. cursos de atualização visan9 Promover do a melhoria contínua das condições e dos ambientes de trabalho no setor. Seminários, Congressos e ou9 Promover tros eventos científicos sobre temas específicos da sua área de atuação. materiais educativos (livros, 9 Elaborar apostilas, audiovisuais) para orientação dos profissionais, trabalhadores e empregadores. 9 Auxiliar as entidades de estado na implementação de Políticas Públicas sobre Segurança e Saúde do Trabalhador - SST. 9 Elaborar critérios para implantação de Sistemas de Gestão em SST. Confira as atividades e eventos do NEPES para 2011 no site: www.nucleonepes.com.br Workshop de produtos com dispositivo de segurança promovido pelo NEPES em parceria com o CAPE-COREN SP. 5 HOSPITAL SÍRIO LIBANÊS TEM MELHORIAS NO FLUSHING DE CATETERES COM SERINGA PRÉ-ENCHIDA INDUSTRIALIZADA X “Melhor estabilidade, embalagem inviolável e maior prazo de validade são vantagens da seringa pré-enchida industrializada”. Maior agilização na dinâmica de trabalho, além da prevenção contra o risco de infecção da corrente sanguínea e de iatrogenias. Estes foram os três principais fatores para a mudança no uso de material para lavagem e bloqueio de cateteres (flushing) no Hospital Sírio Libanês. m meados do ano passado, o Hospital Sírio Libanês deixou de preparar as seringas com soluções salina e adotou o uso de seringas pré-enchidas BD PosiFlush™ para lavagem de cateteres. Segundo os profissionais que lidam com este procedimento, a mudança trouxe benefícios tanto para o serviço de Enfermagem como para a Farmácia do hospital. E O Hospital Sírio Libanês utiliza seringas preenchidas BD PosiFlush de 5mL e 10 mL com solução salina. 6 Segundo a Diretora da CCIH do hospital, Vera Borrasca, o preparo de seringas para flushing no posto de Enfermagem, como ocorre na maioria dos hospitais, é uma tarefa que representa uma série de desvantagens, por demandar tempo e mão de obra. “Além disso, a manipulação das seringas, quando feita em ambiente não controlado, também envolve risco de contaminação da solução com microorganismos, o que pode provocar surto de infecção entre os pacientes”, observa a enfermeira. De acordo com a Gerente da Farmácia do Hospital Sírio Libanês, Débora de Carvalho, a preparação de seringas de flushing na própria Instituição também abre possibilidade de iatrogenia decorrente do uso de solução inadequada. Ela explica que a farmácia recebe inúmeras ampolas de medicamentos em volumes idênticos e com aparência muito semelhantes. Por isso, a equipe da farmácia precisa estar bastante atenta e desenvolver ações para melhorar a identificação de alguns medicamentos para inibir a possibilidade de troca entre medicamentos. “Sempre procuramos alternativas de fornecedores que nos tragam ampolas diferentes”, observa a farmacêutica. Ela comenta que, se por um equívoco, a seringa for preenchida com água destilada, ou um eletrólito concentrado, por exemplo, as consequências podem ser desastrosas para o paciente. Análise comparativa Foram feitas análises detalhadas por uma comissão formada pelos serviços de Enfermagem, CCIH e Farmácia do Vera Borrasca “ A manipulação das seringas, quando feita em ambiente não controlado, também envolve risco de contaminação da solução com microorganismos, o que pode provocar surto de infecção entre os pacientes. ” Sírio Libanês em torno de métricas que apontassem os prós e os contras do uso de seringas pré-enchidas industrializadas. “Buscamos benchmarks com hospitais que já utilizavam este tipo de dispositivo para flushing para ter informações sobre a percepção da qualidade, e o impacto do custo nas contas hospitalares. Comparamos o custo da seringa preparada no nosso hospital com o custo da seringa pré-enchida industrializada e concluímos que a diferença era pouco significativa, sem considerar os benefícios como segurança e racionalização de mão de obra”, explica a farmacêutica Débora de Carvalho. Todo o processo de validação foi rea- OTIMIZANDO ROTINAS O auxiliar de farmácia da Divisão de enchida”, relata. Ela diz ainda que o pro- Medicamentos do Hospital Sírio duto contribuiu para diminuir estoques, Libanês, Felipe Brito Matias, con- com redução dos custos operacionais e firma que a implantação da seringa pré- de manutenção de almoxarifado. enchida industrializada serviu para oti- Aos hospitais que cogitam adotar a mizar as rotinas. “Hoje não é mais ne- seringa pré-enchida para lavagem e blo- cessário todo aquele trabalho que tí- queio de cateter, Débora de Carvalho faz nhamos com a dispensação de vários uma recomendação: para que a substi- materiais”, diz. tuição seja bem sucedida é fundamen- Além de eliminar a etapa de manipu- tal haver parceria entre a Farmácia e a lação de seringas para flushing e dimi- Enfermagem. Ela observa que muitas nuir o risco de contaminação e iatroge- vezes uma inovação acaba sendo desa- nias, a farmacêutica Débora de Carva- provada por não ter sido apresentada lho ressalta que a opção pelo uso da se- adequadamente ao profissional que a ringa pré-enchida industrializada tam- utiliza efetivamente. “Por isso é impor- bém reduziu o lançamento de materiais tante que a Farmácia faça uma boa apre- nas contas dos pacientes. “Não precisa- sentação da seringa pré-enchida à equi- mos mais lançar itens como seringa, pe de Enfermagem, que também deve agulha e soro fisiológico para lavagem e receber treinamento dado pelo fabrican- desobstrução de cateteres nos prontuá- te do produto”, finaliza. rios, apenas colocamos seringa pré- lizado por meio de testes das seringas, feitos pela Enfermagem, e a análise do custo-benefício foi apresentada pela área Comercial às fontes pagadoras. Um aspecto para o qual a enfermeira Vera Borrasca chama a atenção referese à qualidade da BD PosiFlush. “Quando a seringa pré-enchida da BD nos foi apresentada, nós avaliamos que, além de diminuir o trabalho para a enfermagem nas unidades de internação e na farmácia da UTI, o produto proporcionaria maior segurança ao paciente devido à sua estabilidade, embalagem inviolável e maior prazo de validade”, comenta. O Sírio Libanês utiliza as seringas préenchidas BD PosiFlush™ com solução salina nos volumes de 5mL e 10 mL. “Embora reconheçamos que o produto esteja contribuindo para melhorar a qualidade do atendimento e reduzir o risco de infecção associada a cateter, o profissional deve executar a técnica asséptica de acordo com as boas práticas de manuseio do acesso vascular”, recomenda a enfermeira. X “Não precisamos mais lançar itens como seringa, agulha e soro fisiológico para lavagem e desobstrução de cateteres nos prontuários, apenas colocamos seringa préenchida” Débora de Carvalho 7 EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL: UMA ABORDAGEM REALISTA Professora de Enfermagem na Universidade Federal da Bahia, a Enfermeira Ana Paula Steffens é autora do livro “Acidentes de Trabalho com Perfurocortantes – Repercussões na Vida dos Trabalhadores”. Nesta entrevista, ela analisa aspectos relacionados ao problema e aponta soluções para reduzir o risco biológico a partir de melhores condições de trabalho dos profissionais de saúde. JCI: Por que a Profª resolveu se dedicar ao problema dos acidentes com perfurocortantes e o que a levou a escrever um livro sobre o assunto? – Profª Ana Paula Steffens: Desde a época da minha graduação em Enfermagem eu já me questionava sobre a questão de proteção ao trabalhador e via com muita estranheza que, embora houvesse o conhecimento do risco de exposição, nem sempre a proteção era bem empregada. Nesta época, eu tive oportunidade de assistir uma palestra da professora Leila Macedo Oda (presidente da As- sociação Nacional de Biossegurança ANBIO), na qual eu fui fortemente inspirada a trabalhar com biossegurança e, de modo especial, com material perfurocortante. O livro resultou de minha dissertação de mestrado, como forma de levar o conhecimento gerado para as mãos dos trabalhadores da saúde. JCI: Como a Profª vê a polêmica do risco biológico envolvido na exposição ocupacional no Brasil e no mundo? Estamos evoluindo no sentido de buscar soluções para este problema em nosso país? – Profª Ana Paula Steffens: Acredito que os primeiros casos de AIDS e a descoberta do HIV impulsionaram a busca de conhecimentos mais sólidos sobre biossegurança e boas práticas no trabalho em saúde, de forma geral. Hoje adotamos rapidamente tudo o que o CDC – Centers for Disease Control and Prevention recomenda, teoricamente. Na prática, ocorre que o Brasil não é uno, temos os mais diversos cenários ocorrendo de forma concomitante. Como o gerenciamento de resíduos ainda não ocorre em todo o país, existem lugares onde os profissionais acham que é seu dever reencapar a agulha para proteger o outro. Acredito que nos grandes centros estamos evoluindo, os trabalhadores são sensibilizados e educados para buscarem sua proteção, existe maior fiscalização nas instituições e isso acaba garantido melhores condições de trabalho para todos. Em relação às iniquidades, é preciso investimento para o interior do país e, de modo especial, é preciso a capacitação de recursos humanos em biossegurança. JCI: Estudos apontam que, além dos benefícios para a saúde do trabalhador, o uso de materiais com dispositivos de segurança é capaz de reduzir os custos 8 para os serviços de saúde, especialmente os envolvidos no tratamento de acidentes por exposição ocupacional e no acompanhamento dos profissionais acidentados. Mesmo assim, alguns setores da saúde no Brasil ainda são refratários ao uso de material perfurocortante com dispositivo de segurança e a outras medidas preventivas. Como a Profª analisa esta resistência? – Profª Ana Paula Steffens: Caso a relutância ao emprego de materiais com dispositivo de segurança esteja atrelada ao custo, talvez a conta não esteja sendo bem feita. O custo do acidente pode ser dividido em direto e indireto. Os custos diretos, que envolvem as sorologias e o tratamento são altos, porém nem sempre são totalmente custeados pelas instituições. Os custos indiretos normalmente não são medidos, como o afastamento para tratamento, ou mesmo o custo psicossocial do acidente, o absenteísmo, a baixa produtividade e até mesmo o abandono do cargo e a mudança de profissão. É necessário que as instituições percebam isso e entendam que um investimento na proteção do trabalhador gera ganhos na qualidade da assistência prestada. JCI: Com o estabelecimento da NR 32, a Profª acredita que possamos caminhar para melhorar a conscientização tanto dos empregadores como dos trabalhadores da saúde a respeito do problema? – Profª Ana Paula Steffens: A NR 32 é um grande avanço para a Saúde do Trabalhador no Brasil, pois seu conteúdo realmente pode mudar a forma de fazer o trabalho. A obrigatoriedade de fornecimento de materiais perfurocortantes com dispositivo de segurança é um exemplo disso, já que a sequência de passos do procedimento se altera, aumentando a segurança do profissional. A resistência dos trabalhadores no uso dos dispositivos parece que está muito relacionada com a falta de capacitação no uso correto dos mesmos. Embora a norma indique no item 32.2.4.16.1 a necessidade da capacitação dos trabalhadores, isso não tem andado no mesmo compasso que a substituição dos materiais. No momento em que o trabalhador entender o mecanismo de funcionamento do dispositivo e souber por que o mesmo foi desenvolvido, acredito que acabará a resistência ao uso. X “A educação permanente permite aos indivíduos um agir acompanhado de reflexão, possibilitando uma consciência dos riscos e a busca da forma de trabalhar mais segura”. Profª Ana Paula Steffens JCI: Além da NR 32, quais outros programas, projetos, estratégias e ferramentas podem mitigar o risco da exposição ocupacional? – Profª Ana Paula Steffens: Acredito que duas coisas são fundamentais: as condições de trabalho e a educação permanente. A forma com que o trabalho está organizado, o dimensionamento de pessoal inadequado, as remunerações insuficientes que levam a duplos e triplos vínculos, enfim, a precarização do trabalho de modo geral, gera desgaste no trabalhador, e o deixa mais suscetível aos acidentes. Já a educação permanente permite aos indivíduos um agir acompanhado de reflexão, possibilitando uma consciência dos riscos e a busca da forma de trabalhar mais segura. Os momentos de reflexão coletiva no ambiente de trabalho são importantes para a troca de experiência e para o exercício da cidadania. JCI: Seu livro relata inúmeros casos de acidentes com perfurocortantes. Em suma, qual é a sua conclusão sobre o impacto de um acidente por punção na vida do profissional da saúde? – Profª Ana Paula Steffens: Primeiro, é importante destacar que o acidente, embora seja uma vivência individual e deva ser atendida como individual, acaba refletindo as condições de um coletivo de trabalhadores. Ou seja, o acidente não é aleatório. Alguns profissionais, especialmente aqueles com menor grau de instrução, não conseguem perceber essa premissa e acabam considerando o acidente uma grande fatalidade, ou põem a culpa em si próprios, presos à concepção socialmente aceita da “culpabilidade da vítima”. Após o acidente, surge um grande desgaste psíquico, relacionado ao medo da contaminação por doenças carreadas pelo sangue. Em relação às repercussões sociais, há relatos de atritos familiares e mudança na forma de fazer o trabalho. Esse tipo de pesquisa, que visa a discussão do processo de trabalho e a realidade das instituições de saúde no país, são importantes no sentido de desenvolver formas de minimizar o desgaste dos trabalhadores e promover o viver e o trabalhar mais saudável possível. 9 FERRAMENTA PODEROSA PARA A PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM PERFUROCORTANTES JCI: Qual o objetivo do manual de implementação? – Riscobiologico.org e Fundacentro: Trata-se de uma ferramenta com instruções práticas para auxiliar os serviços de saúde a elaborar, implementar e avaliar um programa de prevenção de acidentes com perfurocortantes. Uma vez implementado, o programa ajudará a tornar mais seguro o ambiente de trabalho não só dos profissionais da saúde, mas também de todos os outros trabalhadores que atuam nesses serviços. Ao mesmo tempo, o manual pode servir de subsídio técnico para que os serviços de saúde atendam às exigências legais relacionadas à saúde do trabalhador, especialmente as definidas na Norma Regulamentadora nº 32 do Ministério do Trabalho e Emprego, além das estabelecidas em outras normas federais, estaduais ou municipais que também sejam aplicáveis. JCI: O manual inclui conceitos, tabelas e gráficos com dados, orientações e planilhas para a elaboração e o estabelecimento de programas de prevenção a acidentes com perfurocortantes. Além disso, existem alguns números sobre acidentes notificados em diferentes sistemas de vigilância como SINABIO e PSBio. A maior distribuição do manual poderá ajudar a mudar isso? – Riscobiologico.org e Fundacentro: Estes números certamente não representam a realidade dos acidentes no país, já que existe uma alta subnotificação de acidentes. Para que este quadro mude é preciso que o serviço de saúde possua um bom sistema de vigilância e notificação de acidentes, com busca ativa, avaliações regulares, etc. Somente através de levantamento de informações referentes às circunstâncias de ocorrência dos acidentes será possível a implementação de medidas de prevenção mais efetivas. O Projeto Riscobiologico.org mantém um sistema voluntário e gratuito, o PSBio, que tem essas finalidades e inclui formulários padronizados para a notificação. O manual também traz sugestões e um conjunto de modelos de formulários que podem ajudar o serviço de saúde a implementar um sistema de vigilância e notificação adequados. Sendo assim, esperamos que um maior acesso ao manual, através da distribuição de exemplares impressos e da divulgação dos links para download de seu arquivo ele- trônico, possa sim contribuir para que os serviços de saúde implementem esses sistemas. JCI: Além dos sites www.riscobiologico.org e www.fundacentro.gov.br, como os gestores (equipes médicas e de enfermagem, farmácia, administradores e gerentes de serviços de saúde) podem adquirir ou obter o manual? – Riscobiologico.org e Fundacentro: A melhor opção para a obtenção do manual é de fato o acesso aos sites mencionados, sendo seu download totalmente gratuito. Exemplares impressos poderão ser distribuídos em eventos relacionados ao tema. TABELA DE ACIDENTES POR PUNÇÃO PERCUTÂNEA Números e proporção de acidentes por local de ocorrência dentro do serviço de saúde em sistemas de vigilância brasileiros PSBio SINABIO Abrangência Brasil (participação voluntária) Estado de São Paulo Período 2002 a maio de 2009 1999 a set 2006 Número de acidentes 4.187 14.096 Locais de ocorrência Enfermarias e quartos 1.119 (27,9%) 2.058 (14,6%) Pronto Socorro/Emergência 354 (8,8%) 2.001 (14,2%) Centro Cirúrgico 541 (13,5%) 1.233 (8,7%) Unidade de Terapia Intensiva 418 (10,4%) 866 (6,1%) Odontologia Laboratório CME 10 ND 672 (4,8%) 137 (3,4%) 492 (3,5%) 50 (1,2%) 193 (1,4%) MANUAL DA SHEA DE PREVENÇÃO ÀS INFECÇÕES NO SITE DA APECIH Latin American Biennial Symposia - NANDA An International Initiative for Nursing Diagnosis Dias 3 e 4 de junho Local: Centro de Convenções Rebouças, São Paulo, SP Info: http://www.nanda.org II Congresso Latino-americano de Resistência Microbiana todo o suplemento da revista, com o objetivo de tornar acessível em português esta revisão das práticas de maior impacto na prevenção e controle de infecções relacionadas à saúde (IRAS). Para baixar o manual em pdf, acesse o site da APECIH: http:// www.apecih.org.br ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO E CONTROLE DA INFECÇÃO HOSPITALAR Publicações Hospitalar 2011 - 18ª Feira Internacional de Prod. Equip. Serv. e Tec. p/ Hospitais, Laboratórios, Farmácias, Clínicas e Consultórios De 24 a 27 de maio • Local: Expocenter Norte, SP- SP Info: www.hospitalar.com/index.php / e-mail: hospitalar@ hospitalar.com.br / Fone: (11) 3897-6199 e Fax: 3897-6191 E ncontra-se disponível no site da APECIH o manual “Melhorando a Segurança do Paciente Por Meio do Controle de Infecção: Um Novo Imperativo no Cuidado à Saúde”. Trata-se de um documento publicado pela Society for Healthcare Epidemiology of America (SHEA) em sua revista oficial Infection Control and Hospital Epidemiolgy (volume 29, número 10, outubro de 2008, pp. 901-994). A APECIH obteve a permissão da SHEA para traduzir e publicar gratuitamente em seu site Eventos De 22 a 25 de junho Local: Serra Azul Centro de Eventos, Gramado, RS. Info: www.ccmeventos.com.br Fone: (51) 3028-3878 e Fax 3028-3879 II Simpósio de Enfermagem - AMIB Dia 13 de agosto Local: SENAC Copacabana, Rio de Janeiro, RJ Info: www.amib.org.br • Fone: (11) 5098-1111 IV Simpósio de Terapia Intravenosa - INS Dias 19 e 20 de agosto Local: Centro de Convenções Frei Caneca, São Paulo, SP Info: www.insbrasil.org.br Autora: Nívea Cristina Moreira Santos ATUALIDADES EM DOENÇAS INFECCIOSAS – MANEJO E PREVENÇÃO – Editora Iátria • 136 páginas • R$ 44,50 [email protected] Autoras: Helena Keico Sato e Silvia Regina Marques De maneira clara, interativa e prática, a obra aborda esterilização, desinfecção, lavanderia, uso de cateteres, outros procedimentos invasivos, novas tecnologias no controle de feridas cirúrgicas, as principais imunizações recomendadas aos profissionais da saúde e outras atualizações, além de orientações gerais referentes à contaminação acidental do profissional por material perfurocortante. Nesta 4ª edição, foi incluído o calendário de vacinação do adulto e do idoso. Discute a gripe H1N1, traz novos conceitos sobre isolamento e precauções e a RDC 08 da ANVISA. CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO – PLANEJAMENTO,ORGANIZAÇÃO E GESTÃO – Autor: João Francisco Possari Editora Atheneu • 296 páginas R$ 117,00 • www.atheneu.com.br Segunda edição revista e atualizada da publicação oficial da Série Atualizações em Pediatria, sob a responsabilidade científica e editorial da Sociedade de Pediatria de São Paulo. É um livro objetivo, prático, atual, especialmente escrito para o dia a dia da consulta pediátrica no consultório, no ambulatório e no hospital. Bastante útil como fonte de estudo e aprendizado para o especialista e para todos os interessados no atendimento em doenças infecciosas em pediatria. Editora Iátria • 232 páginas • R$ 83,50 Reflexo do estudo desenvolvido pelo autor, este livro aborda equipamentos e produtos utilizados nas etapas de limpeza, as principais características das embalagens, previsão, provisão, padronização e os métodos de aquisições dos artigos, o dimensionamento de pessoal segundo os principais estudiosos dessa área, a biossegurança e a limpeza das áreas do CME. A quarta edição foi revisada e ampliada, os capítulos que abordam recepção e expurgo, desinfecção e esterilização química de artigo, área de esterilização de artigos, treinamento e desenvolvimento de pessoal foram atualizados. Os temas rastreabilidade, recall e indicadores de qualidade do Centro de Material e Esterilização foram implementados. Controle de Infecção é uma publicação da Becton Dickinson Indústrias Cirúrgicas Ltda. Rua Alexandre Dumas, 1976, Chácara Santo Antônio - CEP 04717-004 - São Paulo-SP • Tel. CRC: 0800-0555654 • E-mail: [email protected] • Coordenadores: Bruno Campello e Tássia Wagner • Coordenação científica: Soraya Boccato • Jornalista responsável: Milton Nespatti (MTB 12460-SP - [email protected]) • Revisão: Solange Martinez • Projeto gráfico e diagramação: [email protected] As matérias desta publicação podem ser reproduzidas, desde que citada a fonte. As opiniões e conceitos publicados são de responsabilidade dos entrevistados e colaboradores dos artigos. 11