ABORDAGEM DA FISIOTERAPIA NO ATENDIMENTO DO PORTADOR DE KPC: RELATO DE EXPERIÊNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO II Autores: Cristiane Silva de Melo1; Renata Cristina Lima Florêncio1; Joana de Oliveira e Silva1; Kássya Mycaela Paulino Silva2. 1 2 Discentes do 10° período do curso de Fisioterapia da Faculdade ASCES; Especialista em Fisioterapia na UTI e Preceptora do Estágio Supervisionado II da Faculdade ASCES. Email: [email protected] Introdução: Klebsiella pneuomonaie carbapenemase (KPC) é uma enzima produzida por bactérias Gram-negativas (enterobactérias) resistente a antibióticos. O surto de KPC está freqüentemente relacionado ao uso indiscriminado de antibióticos associado à transmissão horizontal entre os pacientes, quando a equipe de saúde não realiza cuidados básicos de higiene ao manipular o paciente ou não coloca em prática as precauções de contato nos pacientes com infecção ou colonização por bactérias multirresistentes. A maioria dos casos reportados de contaminação é de pessoas que freqüentam ou estiveram recentemente em hospitais e imunodeprimidos como pacientes de unidade de terapia intensiva (UTI). A transmissão ocorre por contato direto com secreção ou excreção de indivíduos infectados ou colonizados. Após a contaminação, a sintomatologia consiste em febre ou hipotermia, taquicardia, piora do quadro respiratório, e nos casos mais graves hipotensão e até falência de múltiplos órgãos. Sendo o diagnóstico realizado por meio de culturas, o tratamento é baseado em antibioticoterapia combinada (polimixina B, tigerciclina e amicacina). O atendimento aos pacientes portadores de KPC deve ser realizado integralmente e sem distinções, porém que o profissional seja assistido com EPIs e cuidados básicos de higiene. Objetivo: Avaliar os efeitos da fisioterapia motora e respiratória aplicadas a um paciente sequelado de trauma raqui-medular (TRM) portador de KPC em ambiente hospitalar. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência realizado na enfermaria do Hospital Regional do Agreste (HRA), localizado no município de Caruaru – PE durante os atendimentos fisioterapêuticos do estágio supervisionado II. Foram realizadas 26 sessões de fisioterapia durante cerca de dois meses. Relato de Experiência: Paciente E. B. vítima de PAF em região cervical foi internado em UTI onde permaneceu cerca de 90 dias. Após alta da UTI, foi transferido para a enfermaria do mesmo hospital, momento em que foi diagnosticado contaminação por KPC através de exame de culturas. A avaliação observou-se regular estado geral, consciente, orientado, colaborativo, normocárdico, eupnéico, padrão respiratório basal, expansibilidade tóracica simétrica, traqueóstomo metálico n° 5, em respiração espontânea sem suporte de oxigênio. A ausculta cardíaca (AC) evidenciou ritmo cardíaco regular em dois tempos e bulhas normofonéticas e a ausculta pulmonar (AP) murmúrio vesicular (MV) presente em ambos hemitórax (AHT), com roncos difusos. Ao exame físico, verificamos presença de quadriplegia, escoliose à “E”, úlcera de pressão sacral e controle cervical deficiente. A fisioterapia consistia em alongamentos, exercícios passivos de quatro membros, propriocepção articular, dissociação de cinturas e sedestação no leito. Com ênfase no sistema respiratório, foi realizado alongamento de musculatura acessória, padrões ventilatórios reexpansivos e manobras de higiene brônquica seguidas de aspiração traqueal. A equipe de fisioterapia, pelo contato excessivo no manejo dos pacientes em unidades hospitalares, experimentou cuidados preventivos à disseminação e contaminação com a KPC como a utilização de equipamentos de proteção individual (EPIs) e lavagem constante de mãos após todos os atendimentos. Resultados: A continuidade da fisioterapia após alta da UTI foi fundamental para o processo de reabilitação deste paciente, uma vez superada a fase aguda do TRM, conseguimos garantir algum grau de independência funcional e melhoria da qualidade de vida, além de contribuir para a alta hospitalar após três meses de internamento em enfermaria. Conclusão: Considerando o caráter emergente da KPC, torna-se relevante a dispersão de informações relacionadas aos cuidados preventivos, a fim de limitar sua disseminação, contribuindo para a redução dos índices de morbidade e mortalidade ligados a diferentes doenças infecciosas em que é imprescindível a vigilância microbiológica, juntamente com ação da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) sem, portanto, evitar o atendimento a estes pacientes. Palavras-chave: Prevenção e Controle de Infecção Hospitalar; Traumatismos da Medula Espinhal; Fisioterapia. Autor Principal: Cristiane Silva de Melo. Endereço eletrônico: [email protected] Telefone: 81 9233 7573