Biossíntese Introdução Os Esteróides São triterpenóides, que apresentam 30 atómos de carbono, unidos por seis unidades isoprénicas (unidades de 2 – Metil - 1,3 – butadieno), pela ordem cauda – cauda. São geralmente derivados do núcleo peridrociclopentanofenantreno (gonano). São na sua maioria compostos lipofílicos, solúveis em solventes orgânicos apolares, são sólidos cristalinos, incolores, com actividade óptica, frequentemente com elevados pontos de fusão, o que torna a sua reactividade química bastante baixa, pois necessitam de condições enérgicas fortes para reagir. Biologicamente os esteróides são mensageiros químicos, também conhecidos como hormônios, sintetizam-se nas glândulas endócrinas e são enviados através da corrente sanguínea a tecidos específicos para estimular ou inibir vários processos. O colesterol é o principal colestano presente nos tecidos animais, e ocorre em forma livre ou combinada. O lanosterol, encontrado no revestimento gorduroso da lã, também serve de intermediário na biossíntese do colesterol. Muitos dos diversos esteróides, foram identificados em plantas, animais e fungos, possuindo importantes funções biológicas. A via biossintética dos esteróides é derivada do acetil CoA, catalizada por diferentes enzimas. Quase todos os esteróides são biossintetizados a partir do colesterol, o qual é biossintetizado a partir do esqualeno. Neste trabalho de pesquisa bibliográfica focou-se nos aspectos relacionados a biossíntese dos esteróides, tendo – se feita uma análise detalhada das principais vias biossintéticas dos mesmos e considerações finais em forma de conclusões. Esteróides 1 Biossíntese Introdução teórica Estruturalmente, um Esteróide é caracterizado por possuir um esqueleto com quatro (4) anéis condensados. Maioria dos esteróides derivam de Acetilcoenzima A(acetil CoA) em vias biossintéticas, centenas de distintos Esteróides foram identificados em plantas, animais e Fungos, e muitos dos Esteróides apresentam uma interessante actividade Biológica. Estes têm uma estrutura básica de anéis, onde três (3) anéis de ciclohexano estão condensados juntos com a parte do anel de ciclopentano formando um sistema conhecido neste caso como Ciclopentanofenatreno. Os quatros (4) anéis são letrados A,B,C e D esses aneis no comjunto forman o Gonano que é o esqueleto básico de Esteróides (Figura 1). Estes anéis condensados podem estar da forma trans ou cis. Em Esteróides os anéis B,C e D são sempre condensados de forma trans. Em muitos Esteróides que ocorrem na natureza os anéis A e B são também condensados de forma trans. Todos Esteróides possuem pelo menos 17 átomos de carbonos. Muitos Esteróides contem grupos metilos na posição C10 e C13. Estes são chamados grupos metilos angulares. Esteróides também podem ter uma cadeia lateral ligado no carbono-17 da estrutura do gonano, como mostra a fig (1). Figura 1: Estruturas de gonano, e a respectiva enumeração dos átomos de carbono do esqueleto: Esteróides 2 Biossíntese Objectivos Objectivo Geral Estudar a biossíntese dos Esteróides; Objectivos Específicos Descrever os mecanismos gerais da biossíntese do colesterol; Descrever as principais vias biossintéticas dos Esteróides. Biossíntese dos Esteróides A biossintese dos esteróides é derivada do acetil CoA, que obtém-se da beta oxidação dos ácidos gordos na mitocôndria, que por sua vez pela acção de várias enzimas em numerosas etapas transforma-se em colesterol que é o precursor biossintetico dos vários esteróides presentes nos animais. De um modo geral a biossíntese do Colesterol pode-se decrever em 4 etapas principais: 1) Síntese de ácido mevalónico apartir da acetil coenzima A proveniente da oxidação da glicose; 2) Síntese de isopentenil pirofosfato a partir do ácido mevalónico formado na etapa-1; 3) Condensação de seis moléculas de isopentenil pirofosfato, formando esqualeno; 4) Esqualeno é ciclizado reacção formando a lenosterol 5) O lenosterol é depois transformado em colesterol que e o percursor dos restantes esteróides biossinteticos. Esteróides 3 Biossíntese Esquema geral: Etapas 1-3 O CH 3 SCoA Acetil CoA Esqualeno Etapa 4 e 5: CH 3 HO Esqualeno Lanosterol HO Colesterol Esteróides 4 Biossíntese Descrição das etapas: 1. A síntese de Mevalonato- um metabolito secundário sintetizado a partir de acetil coenzima A: O O Co-A S AcetoAcetil-Co-A O H2O Co-A - OH O O Co-A O S 3 -Hidrxi,3 -metilglutaril -Co -A + Co-A S Acetil-Co-A + 2H + 2NADPH + - O 2NADP +Co -A OH OH O Mevalonato 2. O mevalonato activado para isopentenil pirofosfato, inicia a síntese do colesterol: O O - O ATP OH OH Mevalonato - ADP O OH O O P O ATP O ADP 2- O 5 - fosfo Mevalonato - O - O ADP 2OPO3 OH OH 22CH4 O O 22O P O O P O O P HO P O O O O O O O ATP 5 - Pirofosfo Mevalonato CO2 2- O O P HO O O P O 2- O 3 - Isopentinil Pirofosfato Esteróides 5 Biossíntese 3. O Isopentinil Pirofosfato (C5) se condensa Com seu isómero dimetilacil Pirofosfato (C5), para formar o geranil pirofosfato (C10): pirofosfato de isopentinil OPO 2PO 3 OPO 2PO 3 3+ C OPO 2PO 3 3- PPi R + R R H H H carbocatiao alilico + H OPO 2PO3 3- R H geranil pirofosfato 3. Adição de uma segunda molécula de isopentenil pirofosfato produz farnesil pirofosfato (C15). Esteróides 6 3- Biossíntese isopentenil pirofosfato OPO 2PO3 OPO 2PO 3 3- OPO 2PO 3 3- 3- PPi farnesil pirofosfato Geranil Pirofosfato OPO 2PO 3 3- Farnesil pirofosfato + NADPH 2PPi + NADP + + + H farnesil pirofosfato Esqualeno 4. A formação do núcleo esteróide a partir do Esqualeno começa com a formação de seu epóxido. Este intermediário é protonado para formar um carbocatião que se cicliza em uma estrutura tetracíclica, que se rearranja formando Lanosterol num total de 11 etapas a ver: Etapa-1: A ligação terminal do escaleno e oxidada selectiva para dar um epóxido do escaleno por intervenção da enzima escaleno oxidase; Etapa2:protonação do oxigénio, e abertura do epóxido por atack nucleófilo da dupla ligação para formar um ciclo de seis membros, um carbocatião intermediário; Esteróides 7 Biossíntese Etapa-3: O carbocatião terciário produzido na etapa-2 cicliza-se pelo atack nucleófilo por outra ligação dupla formando-se um outro intermediário carregado positivamente; Etapa-4: A terceira ciclização ocorre por atack de dupla ligação não apropriada no carbono carregado positivamente, formando um intermediário de 5 membros e um carbocatião terciário; Etapa-5:O carbocatião terciário formado na etapa-4 sofre rearranjos com a expansão do ciclo de 5 membros para 6 membros e formação de um carbocatião secundário; Etapa-6: Ocorre a quarta e ultima ciclização, dando um ciclo de 5 membros; Etapa-7: Ocorre o rearranjo e migração de hidreto; Etapa-8: A migração de mais um hidreto no ciclo de 5 membros da origem a outro caobocatião; Etapa-9: Ocorre o terciário rearranjo do carbocatião por migração do grupo metilo; Etapa-10: Ocorre a migração de mais um grupo metilo dando lugar a mais um intermediário; Etapa-11: a perca de um protão (E1) do carbono próximo do catião da origem a le Lanosterol. Esteróides 8 Biossíntese Esquema geral: (1) O Oxido de Esqualeno + H (2) Esqualeno + C (3) + H C HO HO (4) + CH H (5) + C H H HO HO (6) + C H H + C (7) H HO H HO (8) + C + C H (9) H HO HO Esteróides 9 Biossíntese + C (10) + H C H HO HO (11) HO Lanosterol 5. O Lanosterol é Convertido através de um processo complexo em 19 etapas a Colesterol, essa etapa em volve varias reacções redox complexas cujos detalhes estão descritos a baixo, pode se observar do passo anterior que a lenosterol que sera o composto de partida nessa etapa apresenta 30 átomos de carbono enquanto o composto de chegada (colesterol) contem 27 átomos de carbono, oque significa que durante a conversão de lenosterol em colesterol o corre perca de 3 átomos de carbono, outro facto é a posição da dupla ligação que é diferente nos dois composto, posição 8 para lenosterol e posição 5 para o colesterol: Esteróides 10 Biossíntese alceno introduzido alceno reduzido . . HO Me H Me Me CO2 H HO colesterol Lanosterol Esteróides biossintéticos: Estes são na sua maioria derivados de colesterol, segundo os procedimentos descritos posteriormente: 1. 2. Esteróides 11 Biossíntese 3. 4. 5. Esteróides 12 Biossíntese 6. 7. 8. Esteróides 13 Biossíntese Esteróides 14 Biossíntese CONCLUSÃO A primeira vista não é fácil notar que esteróides são terpenoides devido ao seu número de carbono que é inferior a 30, sendo que esse é um factor a ter em conta na sua biossíntese pois os 3 carbonos são perdidos durante a biossíntese. Sendo que os 3 carbonos são perdidos durante a última etapa que é a conversão de lenosterol em colesterol, por intermédio de 19 passos que o correm por mecanismos complexos e que não são explicados em todos manuais por nos consultadas, que abordam o assunto de biossíntese de esteróides (a conferir na bibliografia). O colesterol é o principal precursor da biossíntese da maioria dos restantes dos esteróides biossintéticos,. Esteróides 15 Biossíntese BIBLIOGRAFIA 1. Lehninger, A.L. (1917). Fundamentos de Bioquímica. Worth Publishers, Inc; 2. Waksmundzka-Hajans,M. et al. (2008). Chromatography in phytochemistry.volume 99.Jack cazes; 3. Carey,F.A;Giuliano,R.M .(2011).Organic Chemistry. Eighth edition, New York; 4. Mc Murry, J.Quimica Organica. 5a edição. Esteróides 16