Determinação da razão entre a carga elementar e a massa eletrônica BRENNO GUSTAVO BARBOSA THIAGO SCHIAVO MOSQUEIRO RELATÓRIO 14/03/2008 História da descoberta Em redor de 1890, a pesquisa sobre raios, como feixes de luz ou partículas, estava em moda, com a descoberta do raio X e da radiação natural. Exemplo atual: o raio que produz imagens (em monitores e televisões) é um feixe de partículas... ou ondas? J. J. Thomson e Walter Kaufmann interessaram-se por estes estudos e trabalharam em experimentos, por volta de 1897, de deflexão de tais raios. Seus resultados foram importantes para determinar a existência de uma partícula fundamental: o elétron. A razão e/m (carga elementar e massa do elétron) determinada. foi, assim, História da descoberta Houve, no entanto, três experimentos mais importantes que demarcaram claramente o raciocínio de Thompson. Primeiro: Thompson observou que não há como separar as cargas negativas dos raios catódicos sem destrui-los. Segundo: Thompson observou (de Note que com estes experimentos não é possível afirmar a existência do elétron, bem como obter o valor numérico para a carga elementar ou a massa eletrônica. Mas Thompson pôde afirmar que ou a carga destas partículas é excessivamente alta, ou sua massa é excessivamente baixa. forma conclusiva e adversa aos experimentos anteriores aos dele) que o raio catódico é defletido por um campo elétrico, e sua deflexão comporta-se como se o raio apresentasse uma carga negativa. Terceiro: Thompson determinou qual deveria ser a razão entre a carga dessas partículas e suas massas. Uma proposta teórica Proposta Propomos o estudo de uma partícula, carregada com a carga elementar e e com massa m, movendo-se em um plano perpendicular à direção de um campo magnético B uniforme existente em tal região. Podemos começar com parte da força de Lorentz. F q0v B Proposta Propomos o estudo de uma partícula, carregada com a carga elementar e e com massa m, movendo-se em um plano perpendicular à direção de um campo magnético B uniforme existente em tal região. e m e m 2 2Vr 0,7162 02 N 2 I 2 R 2 B Podemos começar com parte da força de Lorentz. 2V B2 R2 0 NI 0,716 r F q0v B v2 m R U eV evB mv 2 2 Proposta Propomos o estudo de uma partícula, carregada com a carga elementar e e com massa m, movendo-se em um plano perpendicular à direção de um campo magnético B uniforme existente em tal região. e m e m 2 2Vr 0,7162 02 N 2 I 2 R 2 Temos assim a razão entre a carga elementar e a massa da partícula (e/m). B Podemos começar com parte da força de Lorentz. 2V B2 R2 0 NI 0,716 r F q0v B v2 m R U eV evB mv 2 2 Porém, como poderíamos medir o raio da órbita eletrônica? NESTA NOSSA PROPOSTA, DEVERÍAMOS SER CAPAZES DE MEDIR O RAIO ORBITAL ELETRÔNICO, DESCRITO AO FIXARMOS O CAMPO MAGNÉTICO. PORÉM, NÃO É UMA TAREFA SIMPLES OBSERVAR A TRAJETÓRIA DE UM ELÉTRON. Observando a trajetória eletrônica O elétron aproxima- se do átomo. Ao passar, o excita. Se o elétron estiver em um meio, como uma emulsão de hidrogênio, em que pode ionizar os átomos em seu redor, então observaremos luz sendo emitida dos pontos pelos quais o elétron passou em algum momento. Observando a trajetória eletrônica Após sua passagem, há a emissão de ondas eletromagnéticas. Se o elétron estiver em um meio, como uma emulsão de hidrogênio, em que pode ionizar os átomos em seu redor, então observaremos luz sendo emitida dos pontos pelos quais o elétron passou em algum momento. Observando a trajetória eletrônica E assim ocorrerá em muitos dos átomos por que os elétrons passarem. Assim, temos uma idéia do percurso eletrônico. Como as dimensões atômicas são muito pequenas, enquanto que o raio, para os parâmetros propostos, deve ser da ordem de metros, o caminho que veremos com a luz dos átomos ionizados será, praticamente, contínuo. Um experimento para a teoria Descrição do experimento Elétrons, oriundos de um filamento aquecido, são acelerados e colimados, formando um estreito feixe. Os elétrons com energia cinética suficientemente alta colidem com os átomos de hidrogênio, mantidos à baixa pressão, presentes no tubo (b). Uma fração desses átomos será ionizada. Este rastro de átomos ionizados denuncia a trajetória do feixe, influenciado ainda pela orientação do tubo com respeito às bobinas de Helmholtz (a). Precisamos medir, além das grandezas referentes ao campo magnético, o raio da trajetória helicoidal do elétron. Descrição do experimento Começamos com os seguintes ajustes usando a fonte (d): Voltagem de aceleração: de 150V a 300V. Aquecimento do filamento: 6,3V, 1A. Potencial de aceleração. Corrente para controlarmos a intensidade do campo magnético. Esperaremos ~1min para o aquecimento apropriado do filamento. Após estes procedimentos, acionamos as fontes para o tubo, focalizando o rastro do feixe eletrônico. Após isto, realizamos algumas medidas para o raio orbital em função da tensão de aceleração. Para finalizar, realizamos medidas do raio orbital como função da corrente que percorre a espira. Os experimentos... Foi possível determinar, partindo de uma situação hipotética, a razão entre a carga elementar e a massa eletrônica (e\m). A partir do experimento proposto e da dedução realizada, vamos inspecionar algumas características entre a dedução e a ocorrência. Dividimos nossa investigação em duas fases. Esperamos, naturalmente, que seus resultados coincidam. Parte A: obter a razão e\m a partir do coeficiente angular da melhor reta ajustada ao gráfico que relaciona o raio orbital com o potencial de aceleração (R x V). Parte B: obter a razão e\m a partir do coeficiente angular da melhor reta ajustada ao gráfico que relaciona o raio orbital com a corrente que alimenta as espiras (R x I). Os experimentos modificados Consideramos que a montagem proposta não resultaria em dados decisivos (precisos). Propomos então algumas mudanças na montagem da prática. Os experimentos modificados Consideramos que a montagem proposta não resultaria em dados decisivos (precisos). Propomos então algumas mudanças na montagem da prática. Sugerimos a inclusão de um trilho que sustente algum aparelho para observação que, garantidamente, nos proporcione um ângulo reto com respeito à régua. Os experimentos modificados Consideramos que a montagem proposta não resultaria em dados decisivos (precisos). Propomos então algumas mudanças na montagem da prática. Sugerimos a inclusão de um trilho que sustente algum aparelho para observação que, garantidamente, nos proporcione um ângulo reto com respeito à régua. Modificamos a ligação referente ao voltímetro para medição correta da tensão de aceleração dos elétrons. Determinação da razão R\V Determinação da relação R\V Primeiramente, fixamos o campo magnético atuante sobre a ampola: I = (1.500 ± 0.001)A Feito isso, fomos lentamente variando a tensão de aceleração, partindo de 150V a 300V. Lembrando a equação deduzida para a razão e\m, sabemos que um gráfico R(V) deveria apresentar-se como uma parábola. Dados colhidos para R\V Tensão (V, ±0.1) Raio orbital (m, ±0.001) Quadrado (m²) Erro (m²) e\m (C\kg) 160 0.041 0.0017 0.0004 (1.8 ± .6)10¹¹ 170 0.042 0.0018 0.0004 (1.7 ± .5)10¹¹ 180 0.043 0.0018 0.0004 (1.8 ± .5)10¹¹ 190 0.045 0.0020 0.0005 (1.5 ± .3)10¹¹ 200 0.046 0.0021 0.0005 (1.6 ± .4)10¹¹ 210 0.047 0.0022 0.0005 (1.7 ± .4)10¹¹ 220 0.048 0.0023 0.0005 (1.8 ± .4)10¹¹ 230 0.049 0.0024 0.0005 (1.8 ± .3)10¹¹ 250 0.050 0.0025 0.0005 (1.6 ± .3)10¹¹ 260 0.051 0.0026 0.0005 (1.7 ± .3)10¹¹ 270 0.052 0.0027 0.0005 (1.7 ± .3)10¹¹ 280 0.053 0.0028 0.0005 (1.8 ± .3)10¹¹ 290 0.054 0.0029 0.0005 (1.7 ± .3)10¹¹ 300 0.055 0.0030 0.0006 (1.8 ± .3)10¹¹ Regressão linear Bastou então utilizar uma regressão linear para obter o coeficiente angular da melhor reta: A = (1.041 ± 0.0003)e-5 Determinação da razão... Com este coeficiente angular em mãos, é fácil determinar a razão e\m. Usando a equação deduzida, sabemos que 2r 2 R2 0,716 2 2 0 e N I m V AV . 2 2 Realizando assim os cálculos, chegamos ao seguinte valor. (1.759± 0.003)e(11) C\kg. Determinação o coeficiente IR Determinação do coeficiente IR Primeiramente, fixamos a aceleração com que os elétrons entram na ampola: V = (200 ± 0.1)V Com isso, variamos a corrente, partindo de 1.300 A até 1.900A, limitados tanto pela precisão do instrumento, como pelas características do material da bobina. Para correntes muito baixas, a órbita sai da ampola, tornando a sua medição impraticável. Para correntes altas, há a possibilidade de danificarmos as espiras. Dados colhidos para IR Corrente (A, ±0.001) Raio orbital (m, ±0.001) Quadrado (m²) Erro (m²) e\m (C\kg) 1.300 0.053 0.0028 0.0005 (1.8±0.4)10¹¹ 1.400 0.050 0.0025 0.0005 (1.8±0.4)10¹¹ 1.500 0.046 0.0021 0.0005 (1.6±0.3)10¹¹ 1.600 0.043 0.0018 0.0004 (1.6±0.3)10¹¹ 1.700 0.040 0.0016 0.0004 (1.6±0.3)10¹¹ 1.800 0.038 0.0014 0.0004 (1.6±0.3)10¹¹ 1.900 0.036 0.0013 0.0004 (1.6±0.3)10¹¹ Determinação da razão... De forma semelhante, fomos capazes de obter o coeficiente angular da melhor reta que reúne os pontos medidos. (0.0044, 0.0001) C\kg. Realizando assim os cálculos, chegamos ao seguinte valor. (1.9± 0.4)e(11) C\kg. Conclusões e palavras finais... Comparação dos resultados. Visivelmente, os resultados do experimento A foram mais precisos e exatos. O experimento B apresentouse, além de mais impreciso, mais inexato. Podemos relacionar alguns motivos à essa falha. Muitos dos fatores propostos dependem do campo magnético aplicado à ampola. O experimento A também dependia deste campo. No entanto, o experimento B depende unicamente da variação deste parâmetro. Já o experimento A está ligado a apenas um valor e direção de campo magnético, sendo assim o erro aplicado seria apenas um. O erro relacionado ao experimento B deste campo é totalmente imprevisível. O experimento B apresentou as seguintes deficiências: impossibilidade de coleção de maior quantidade de pontos. o erro relacionado à medida da corrente fornece ao resultado final um erro relacionado ao inverso do quadrado de uma medida. o campo magnético na região em que a ampola está localizada não pode ser considerado uniforme para os valores de corrente utilizados. Conclusão A relação entre carga elementar e massa como eletrônica foi medida (1.759± 0.003)10¹¹ C\kg. O resultado esperado para esta razão é fornecido pelo CODATA, medido em 2006, como 1.758820150(44)10¹¹ C/kg Consideramos um resultado satisfatório e uma contribuição importante aos conhecimentos do laboratório. Bibliografia e dados. Bibliografia: J. R. Reitz, F. J. Milford, R. W. Christy, Foundaticns of Eletromagnetic Theory, Addilson-Wesley, New York 3th ed. 1980 (Biblioteca IFSC 530.141 R 379f3). T. B. Brown, The Lloyd Willian Taylor Manual of Advanced Undergraduate Experiments in Physics, Addilson-Wesley, New York 1959. M. R. Wehr & J. A. Richards, Jr. Physics of the Atom, AddilsonWesley, New York, 1960. Experimento realizado em 07/03/2008. Todos os gráficos foram gerados e manipulados com a ajuda do software livre gnuplot. Cálculos realizados com scripts gerados, por nós mesmos, na linguagem python, já preparados para manipular corretamente erros e arredondamentos.