pronome: uma reconceituação para um ensino mais abrangente

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Marcelo Liparini Vieira1
Natã Yanez de Oliveira Rodrigues de Melo
Jorgevaldo de Souza Silva 2
RESUMO: Desde os gregos antigos, há uma tentativa de classificar as classes gramaticais das
palavras. Mesmo assim, teóricos contemporâneos não entram em consenso e, dessa forma,
apresentam diferentes conceitos de uma mesma classe de palavra, que, por vezes, não contemplam os
critérios mórfico, sintático e semântico conjuntamente. Desse modo, buscamos, por meio deste
trabalho, realizar um estudo comparativo entre gramática normativa, manual linguístico e manual
didático. Assim, objetivamos contribuir para o ensino de Língua Portuguesa de modo a ampliar a
definição da classe gramatical pronome, a partir dos critérios apresentados e comparando as
definições propostas por cada material analisado. Para tanto, tomamos como embasamento teórico
principalmente, Camara Júnior (2011), Macambira (1982), Perini (2010) em linguística; Bechara
(2009), Cunha e Cintra (2008), Rocha Lima (2012) na gramática normativa; Cereja e Magalhães
(2009), Faraco e Moura (2002), Sarmento (2009) nos manuais didáticos.Esperamos que essa
reconceituação complemente o ensino das classes de palavras, permitindo que esse seja mais didático
e consistente, além de proporcionar um estudo mais sistemático e abrangente, para então termos uma
ponte entre gramática normativa, manual linguístico e manual didático.
MAIS ABRANGENTE. REVISTA DISCENTIS. 4ª EDIÇÃO. DEZEMBRO 2015.
VIEIRA, Marcelo Liparini; MELO, Natã Yanez de Oliveira Rodrigues. PRONOME: UMA RECONCEITUAÇÃO PARA UM ENSINO
PRONOME: UMA RECONCEITUAÇÃO PARA UM ENSINO MAIS ABRANGENTE
PALAVRAS-CHAVE: Aprendizado. Ensino. Pronome. Reconceituação.
INTRODUÇÃO
A preocupação com o ensino e a compreensão da gramática não é recente. Conforme
comenta Brito (2010), as primeiras preocupações com a língua surgiram através dos hindus,
no I milênio a.C., por meio do sânscrito ─ como também na Grécia Clássica e no período
alexandrino comoA arte de ler e escrever. Em relação ao sânscrito, Weedwood (2002) afirma
que este idioma era considerado uma língua sagrada na Índia antiga e, por tal motivo, era
intocável na sua escrita e pronúncia, pois não era permitida qualquer alteração. Este fato pode
explicar o motivo de haver, atualmente, um enrijecimento no ensino das nossas gramáticas
normativas e uma oposição a grandes mudanças.
Historicamente, segundo Gurpilhares (2004, p.44), o estudo gramático na Grécia é
dividido em três períodos: “(1) o que se iniciou com os filósofos pré-socráticos e os primeiros
retóricos, e continuou com Sócrates, Platão e Aristóteles; (2) o período dos estoicos; e (3) o
período dos alexandrinos”. Com os filósofos pré-socráticos, a língua foi concebida como
1
Graduandos do 5° semestre do curso de Letras-Português 2015.1 pela Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG).
2
Orientador. Professor Doutor em Linguística pela UFPB/ PROLING (2011).
138
de cada pensador. As reflexões sobre ela eram de cunho filosófico e concentravam-se,
principalmente, nas questões da designação. Com os estoicos, os estudos sobre a linguagem
foram tratados em obras independentes, porém continuaram parte da filosofia e da lógica,
abordaramo estudo gramatical sem focarem na língua em si mesma, vista como expressão das
experiências sensoriais e intelectuais do homem. A partir disto, a gramática ofereceu quatro
classes de palavras: nome, verbo, conjunção e artigo. Por fim, com os alexandrinos, estudouse a língua em obras literárias e preocupou-se com o seu uso “correto” e a proteção do grego
clássico, além do desejo de tornar as obras de Homero acessíveis.
Conforme o que comentamos, esta preocupação com a língua ultrapassa milênios e em
cada período são acrescentadas novas mudanças e concepções. O que é um fato importante,
pois a sociedade muda constantemente e com essas mudanças surgem novas formas de utilizar
a linguagem. E assim, seguindo esta linha de pensamento, surge a Linguística, área do
conhecimento que aborda cientificamente a linguagem humana. E que, de acordo com
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expressão do pensamento e não era uma preocupação independente, sempre esparsa na obra
Martelotta (2011, p. 25), diferentemente da gramática tradicional, não é prescritiva nem
normativa, uma vez que seu interesse não é ditar regras, já que “os linguistas [...] estão
interessados no que é dito, e não no que alguns acham que deveria ser dito. Eles descrevem a
língua em todos os seus aspectos, mas não prescrevem regras de correção” e propõem, por
meio desta ciência, analisar e descrever a estrutura e o funcionamento dos sistemas da língua,
sem prescrever regras a serem seguidas para o uso desse sistema.
Assim sendo, buscamos uma abordagem ampla da língua e pretendemos realizar uma
comparação entre três vertentes: gramática normativa, manual linguístico e manual didático, a
fim de demonstrar que a classificação das classes de palavras, neste caso o pronome, é
incompleta por não abordar os aspectos mórfico, sintático e semântico da língua, defendidos
por Macambira (1982),sendo este motivo a causa da divergência entre os enunciados de cada
vertente. Dessa maneira, poderemos elaborar um enunciado que contemple estes aspectos e, a
partir desta premissa, colocar em pauta a discussão sobre a melhor didatização das classes de
palavras. Portanto, para isto, apresentamos como fundamentação teórica a visão de autores
que trabalham a temática em diferentes abordagens.
Por meio da abordagem linguística de Camara Júnior (2011)sobre a estrutura da língua
portuguesa, apoiamos nossa discussão sobre pronome no que diz respeito, principalmente, ao
aspecto mórfico desta classe gramatical. A partir do aspecto mórfico, sintático e semântico
apresentados pelo linguista Macambira (1982), buscamos observá-los no conceito de pronome
apresentado por cada vertente estudada, para então levantar os que são contemplados ou
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o viés linguístico, apresentamos a gramática de Perini (2010, p. 22) demonstrando que “os
estudos gramaticais tradicionais tendem a passar a imagem de uma disciplina basicamente
‘pronta’ com no máximo alguns pontos controversos a acertar”. O que nos mostra que a
gramática normativa ainda desempenha o papel de “suprema”, fazendo com que seja sempre
um modelo a ser seguido.
Seguindo o viés normativo, utilizamos Bechara (2009) por tratar-se de um importante
nome entre os que estudam a língua portuguesa. Sua obra Moderna Gramática Portuguesa,
oferece subsídios para que professores e alunos tenham um maior conhecimento sobre as
normas do português brasileiro, trazendo fatos gramaticais da língua para a descrição
normativa. Como gramáticos normativos também utilizamos Cunha e Cintra (2008), dois
conhecidos gramáticos brasileiros que em sua Nova gramática do português contemporâneo
apresentam conceitos histórico-culturais da língua portuguesa, preenchendo uma lacuna sobre
como a língua se desenvolve. Complementando os gramáticos utilizamos Rocha Lima (2012),
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ignorados e reconceituar esta classe gramatical com uma definição adequada. Ainda seguindo
por tratar-se de um importante nome dentro do uso da norma culta. Sua obra Gramática
normativa de língua portuguesa ultrapassa diversas gerações contribuindo para o estudo
linguístico.
Visando dialogar com a atual abordagem didática das escolas sobre o pronome e
analisar as lacunas de sua conceituação, utilizamos Cereja e Magalhães (2009) que, como
demonstraremos, abordam apenas os aspectos semântico e sintático, deixando de lado o
aspecto mórfico da palavra. Ainda na abordagem didática, usamos Faraco e Moura (2002),
autores bastante conhecidos por seus livros pedagógicos voltados para o ensino mais
explicativo e, como veremos, se diferenciaram dos demais manuais por uma pequena
abordagem do aspecto mórfico da palavra. Finalizando esta abordagem, Leila Lauar Sarmento
(2009), nos apresenta o seu conceito de pronome que, assim como a maioria dos atuais
manuais, aborda apenas os aspectos semântico e sintático e isto nos ajudará a preencher essa
lacuna por meio da reconceituação de pronome.
1. O CONCEITO DE PRONOME SEGUNDO OS TEÓRICOS
Segundo Bechara (2009), o discurso é composto por três pessoas gramaticais, sendo
que apenas a primeira e a segunda são determinadas ─ quem fala (primeira); com quem se
fala (segunda); de que ou de quem se fala (terceira) ─ e que essas pessoas do discurso podem
140
fala que a noção gramatical de pessoa ocorre por heteronímia, em vez de flexão. Porque, ao
invés do vocábulo se desdobrar para outros usos, ocorre apenas uma mudança de nome.
Da mesma maneira, Lima (2012) afirma que o pronome é a palavra que denota o ente
ou a ele se refere, considerando-o como pessoa do discurso. Pessoas do discurso se chama o
indivíduo que fala, o indivíduo com quem se fala e o indivíduo ou a coisa de que se fala. E,
como dito por Bechara (2010), de modo geral a referência é feita a um objeto substantivo
considerando-o apenas como pessoa localizada do discurso. Desse modo, podemos dizer que
pronome é a classe gramatical que substitui ou acompanha o substantivo e, assim, relaciona-se
às pessoas do discurso. Portanto, apresentamos abaixo as divisões de pronome:
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estar tanto no singular quanto no plural. Complementando a afirmativa, Camara Júnior (2011)
Pessoais
eu, tu, ele, nós, vós, eles.
Possessivos
meu, minha; teu, tua; seu, sua.
Demonstrativos
esse, essa, isso; este, esta; aquele aquela, aquilo.
Indefinidos
alguém, ninguém, tudo, nada.
Interrogativos
quem, qual, quantos.
Relativos
o qual, as quais, cujo, onde.
De acordo com Perini (2010), através destas pessoas gramaticais, temos os pronomes
pessoais: eu, tu, ele/ela no singular; nós, vós, eles/elas no plural, seguidos por suas variantes,
os pronomes retos e oblíquos. Câmara Júnior ressalta que as formas pronominais retas são os
pronomes usados em frases isoladas ou como o sujeito de um verbo. E, tratando das formas
oblíquas, distingue duas classes: (1) adverbal - usada como forma dependente junto do verbo
e que pode se dar por meio de partículas proclíticas ou enclíticas: me, nos; te, vos; o, a, ou lhe;
os, as,ou lhe;(2) outra série de pronomes oblíquos - que funcionam sobre a subordinação de
uma preposição e estão limitadas às formas de primeira e segunda pessoa do singular/plural:
(co)migo, (con)tigo, (co)nosco, (con)vosco.
Além disso, o linguista ressalta também que dentre as pessoas do discurso se destaca
uma diferença entre as formas primeira e segunda do singular e plural (eu, tu; nós, vós) e as
formas de terceira pessoa do singular e plural (ele, ela; eles, elas), pois apenas as de terceira
pessoa possuem plural e feminino e, desse modo, os nomes são enquadrados a essas pessoas
através do tema nominal em -a ou em -e: mestre, mestra, por exemplo. A partir disto, temos o
seguinte sistema para os pronomes pessoais da língua portuguesa:
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Forma oblíqua
Eu.
Me, mim, -migo.
Tu.
Te, (-tigo), (ti), (lhe).
Ele, Ela.
-
Nós.
Nos, -nosco.
Vós.
-
Eles, Elas.
-
Por meio dessa categorização a gramática normativa tenta estabelecer a concordância
entre formas retas e oblíquas. Uma diferença que pode ser observada como destaca Câmara
Júnior é a mudança que ocorre na 2° pessoa do plural (nós) se diferenciando da segunda
pessoa do singular (tu): contigo/convosco, respectivamente. Tal diferença se deve ao fato da
questão de tratamento em hierarquia, sendo que a segunda pessoa do plural é usada quando se
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Forma reta
exige um grau de formalidade maior. Por isto, o pronome pode funcionar como adjetivo e
também como substantivo:
[...] se distinguem na prática essas duas classes de pronomes, porque os
PRONOMES SUBSTANTIVOS aparecem isolados na frase, ao passo que os
PRONOMES ADJETIVOS se empregam sempre junto de um substantivo,
com o qual concordam em gênero e número. (CUNHA E CINTRA, 2008, p.
289).
Portanto, a partir desta abordagem, podemos exemplificar estes pronomes, conforme
Bechara (2009, p. 196), da seguinte forma:
Pronomes substantivos:tomam o lugar do substantivo.
Ex.: Este é melhor que aquele.
Na frase acima, percebemos que os pronomes este e aquele nãoestão fazendo
referência a nenhum substantivo, mas sim o substituindo.
Pronomes adjetivos:acompanham um substantivo.
Ex.: Meu livro é melhor que o teu.
Meu e teu são pronomes que exprimem a ideia de posse em referência às pessoas do
discurso. Meu referencia a primeira pessoa, o falante (pessoa que fala); teu referencia a
segunda pessoa, o ouvinte (pessoa com quem se fala). Os dois pronomes fazem referência ao
142
referência estar clara para o ouvinte.
Conforme Câmara Júnior (2010), os pronomes têm a função de substantivo e, desse
modo, os adjetivos correspondentes são na verdade os pronomes possessivos. Os pronomes
adjetivos (possessivos) podem atuar como determinantes de um nome ou pronome
substantivo, assim, na frase “Meu livro é bom”, podemos perceber que esse pronome
determina qual é o livro, trata-se assim do meu livro e não de qualquer livro.
Sabemos que a classificação de um vocábulo é feita por meio de três critérios
fundamentais, defendidos por Macambira (1982): o mórfico, o sintático e o semântico. De
acordo com o critério mórfico, o pronome rejeita os sufixos aumentativos -ão, -zão e
diminutivos -inho, -zinho, que são característicos do substantivo. Ex.: euzinho, euzão;
nossinho, nossão; algunzinho, algunzão; ninguenzinho, ninguenzão. Alguns pronomes fogem
à regra, pois possuem familiaridade com os sufixos -inho, -íssimoe -ão, porém como enfatiza
o autor, -inho não quer dizer pouco, -íssimo não quer dizer muito e -ão não quer dizer grande.
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substantivo livro que, expresso no início, não precisa ser expresso no fim da frase, por a
Ex.: tudinho, nadinha, mesminho, muitão. Sob o aspecto sintático, que se refere à função que
o pronome desempenha em relação a outras palavras, temos o pronome substantivo e o
pronome adjetivo, que já foram explicados anteriormente.
Finalizando esta explanação temos o aspecto semântico, que aborda a divisão de cada
uma das classes em que o pronome se divide e, como citado, se o pronome é definido, não
pode ser interrogativo. Macambira (1982), também ressalta que não se pode negar que alguém
seja pronome pessoal, porque isso fica evidente ao se fazer a pergunta “Quem bate aporta?”,
que tem como resposta “Eu!” ou “Alguém!”.
1.1 OS MANUAIS LINGUÍSTICOS
Com base na discussão linguística de Martelotta (2011), observamos que, divergindo
da abordagem das gramáticas normativas, que são prescritiva se visam ensinar como os
falantes podem ou não “usar a linguagem”, ou seja, prescrevem o que é certo ou errado, os
manuais linguísticos se mostram muito mais abrangentes, por trabalharem com o uso real da
língua pelos falantes, não se importando com “o que deve ser dito”, mas sim, com a
linguagem em uso real e cotidiano pelo falante. Imediato, os linguistas entendem que a
norma-padrão é importante para o ensino do português nas escolas, tendo consciência que um
aprendizado precário pode provocar um insatisfatório desenvolvimento sociocultural.
143
direcionada a um público específico, por ser muito restrita e específica com suas regras que
não abrangem toda a língua, mas apenas especificidades dela. Em geral, elas não são
destinadas para alunos dos ensinos fundamental e médio. Como fala Perini (2010, p.26), em
sua Gramática do Português Brasileiro ─ que utiliza uma abordagem descritiva, seu livro é
“destinado a alunos e professores de Letras, assim como a professores de Línguas de todos os
níveis ─ pessoas que já conhecem os rudimentos da gramática”. Refletimos, por esse
direcionamento, que o papel da gramática é ser um instrumento para os professores e os
alunos universitários que cursam licenciatura em Língua Portuguesa. Para que estes utilizem
estes conceitos a partir do uso real da língua e possam reconceituar, juntamente com seus
alunos, o que já está estagnado na gramática normativa.
Logo, para Bechara (2009, p.50), “a gramática descritiva é uma disciplina científica
que registra e descreve [...] um sistema linguístico em todos os seus aspectos (fonéticofonológico, morfossintático e léxico)”. Bechara explicita assim a diferença entre a gramática
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Através desta visão dos linguistas, observamos que a gramática normativa é
normativa e descritiva, porque enquanto a primeira apresenta os assuntos de forma sintética se
limitando a exemplos que muitas vezes são desconhecidos pelos falantes, a segunda apresenta
conceitos reformulados, fazendo uso de frases com “linguagem real”, e não, com uma
“linguagem ideal” como sugere a gramática normativa. Supomos que essa divergência, entre
real e ideal, dificulta o aprendizado e que o melhor seria utilizar as duas maneiras de ensino.
Mas não de forma aleatória e sim adequadas aos alunos e inseridas no contexto em que se
demonstram eficazes para um ensino proveitoso.
1.2 AS GRAMÁTICAS NORMATIVAS
Ensinar gramática requer grande empenho, pois alunos e professores encontram
dificuldades diante de questões relacionadas ao uso e ao registro formal da língua portuguesa.
Estas questões são estabelecidas pelas gramáticas normativas e a maioria das dificuldades
apresenta-se na modalidade escrita. Por isso, as noções atuais de ensino de gramática, nas
escolas, são controversas, e levantam questionamentos que vão surgindo no intuito de
chegarmos a um método prático do seu ensino nas escolas, as quais têm um papel
fundamental na construção do conhecimento pelo aluno.
Vemos, então, que o estudo da gramática, nas escolas, deveria partir da concepção
descritiva e produtiva para então chegar a uma concepção normativa e prescritiva ─ forma
144
inicialmente, sobre as variações existentes na língua, estimulando-o a observar as opções
possíveis e as implicações sociais do uso de uma ou de outra forma. Com isto, o ensino
gramatical da língua padrão estará dando oportunidade aos alunos de realizarem suas escolhas
durante uma produção textual ou conversação oral, por exemplo.
Desta maneira, conforme Perini (2010), entre os diversos assuntos tratados nas
gramáticas, citamos, como exemplo, os pronomes oblíquos, por notarmos uma dificuldade por
parte das pessoas em identificá-los, vistos por alguns como “impossíveis de compreender”:
Forma reta
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tradicionalista comumente imposta. Para isto, deveríamos levar o aluno a refletir,
Forma oblíqua
Eu.
Me, mim, -migo.
Tu.
Te, (-tigo), (ti), (lhe).
Ele, Ela.
-
Nós.
Nos, -nosco.
Vós.
-
Eles, Elas.
-
Os pronomes que não possuem formas oblíquas (ele, ela, eles, elas) são usados em
todas as funções, sem mudança de forma:
Eu encontrei ela no cinema.
Vou convidar vocês para o meu aniversário.
Perini (2010) ressalta que você tem a forma oblíqua te, mas esta é usada em
contraponto com a forma reta. Dessa maneira, podemos dizer eu te amo ou também eu amo
você. Também existem casos em que o pronome você (definido pela gramática normativa
como pronome de tratamento) é usado como pronome pessoal reto e em alguns casos como
pronome oblíquo. Assim, percebemos que, embora você seja um pronome de tratamento, este
pode ser usado em outra categoria.
Por estes motivos, a gramática é comumente considerada como um complicado
manual de regras, pois ainda que dite regras de uso, acaba desprezando alguns casos isolados
da língua. Por isso, algumas pessoas afirmam “não saber o português”. O que é uma
afirmativa equivocada, por sabermos que todo falante de uma língua sabe usá-la, e o que traz
complexidade a este uso são as inúmeras regras impostas para o uso adequado da língua,
segundo os gramáticos prescritivos.
145
Os manuais didáticos são uma importante ferramenta para o aprendizado, uma vez que
é um suporte dos conteúdos a serem estudados em sala de aula. Isto torna o professor em um
mediador do conhecimento, para que o aluno tenha condições de aprender a pesquisar e a
questionar. Para verificar e demonstrar como é a proposta de abordagem da classe de palavra
pronome nos livros didáticos, utilizaremos como referência três exemplares do 6° ano do
ensino fundamental. No livro Português: Linguagens, dos autores Cereja e Magalhães,
podemos encontrar uma interessante proposta de abordagem, pois através de um gênero
textual se trabalha primeiramente leitura e interpretação para, por meio desse trabalho inicial,
abordar o conteúdo gramatical.
Na abordagem da classe gramatical, primeiramente são retirados alguns exemplos de
pronomes através de recortes do texto, em seguida é dada a definição em uma abordagem bem
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1.3 OS MANUAIS DIDÁTICOS
parecida com a do gramático Bechara (2009): “Pronomes são palavras que substituem ou
acompanham um nome, principalmente o substantivo” (CEREJA E MAGALHÃES, 2009, p.
188). Dentre os aspectos mórfico, sintático e semântico apenas os dois últimos são
trabalhados; o critério sintático, correspondente à função que a palavra desempenha dentro da
oração, pode ser observado na diferenciação entre pronome adjetivo e pronome substantivo:
Quando os pronomes são empregados no lugar de substantivos citados
anteriormente no enunciado ou implícitos na situação, dizemos que eles são
pronomes substantivos. Por exemplo, no texto lido, na frase “Mas, se eu te
picar com meu veneno, [...] morro também.”, as palavras eu e te são
pronomes substantivos, porque estão no lugar de escorpião e sapo,
respectivamente. Já em “meu veneno”, pelo fato de acompanhar o
substantivo veneno, a palavra meu é um pronome adjetivo. Os pronomes
adjetivos transmitem a noção de posse, de quantidade indeterminada, de
localização espacial ou temporal, etc. (CEREJA E MAGALHÃES, 2009, p.
188).
Após essa explicação, os autores destacam a importância do pronome para a coesão e
coerência textual, ressaltando que os pronomes tem a função de fazer referência ou retomar
termos que já foram citados no enunciado, para que dessa forma haja uma ligação entre as
frases e o texto possua ligação e não seja apenas um conjunto de frases isoladas.
Sobre o aspecto semântico, que trata das variações dessa classe gramatical, os autores
fazem toda a conceituação relacionada a classificação das seis classes em que se dividem:
pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos. Um ponto
146
pessoais, e isso se dá pelo fato dessas palavras estarem cada vez mais presentes em nosso
cotidiano em substituição dos pronomes tu, vós e nós. Vale ressaltar que essa inclusão está
voltada às gramáticas de uso do português no Brasil, uma vez que em Portugal o você ainda é
usado como pronome de tratamento.
Com uma abordagem semelhante, Leila Lauar Sarmento (2009), em seu livro
Português: leitura, produção, gramática, conceitua que “as palavras que substituem ou
acompanham um substantivo, situando-o no espaço ou no contexto, recebem o nome de
pronomes” (p. 258). Como percebemos a sua definição de pronome contempla os aspectos
sintático e semântico, evidenciando que os pronomes situam os substantivos no lugar que
ocupam na frase ou no sentido que desempenham em determinado contexto. Através dos
textos presentes no livro, a autora explica a função desempenhada pelos pronomes,
ressaltando que estes são referentes às três pessoas do discurso.
Outro ponto a ser grifado, assim como em Cereja e Magalhães (2009), é que a autora
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VIEIRA, Marcelo Liparini; MELO, Natã Yanez de Oliveira Rodrigues. PRONOME: UMA RECONCEITUAÇÃO PARA UM ENSINO
importante do livro é a abordagem da inclusão de você, vocês e a gente entre os pronomes
explica que “na maior parte do Brasil se utiliza o pronome você(s), em vez de tu, com
referência a segunda pessoa do discurso” (2009, p. 259) e que é um pronome de tratamento e
não um pronome pessoal. E como metodologia de ensino, divide o estudo em Pronome (I) ─
substantivos; adjetivos; pessoais retos e oblíquos; de tratamento; possessivos; - e segue de
forma independente com os pronomes: demonstrativos; indefinidos; interrogativos.
Observamos que, apesar de sua abordagem contextualizada, há uma lacuna no aspecto
mórfico, como na maioria dos manuais, fato que citamos.
Finalizando a análise dos manuais didáticos, nos apoiamos na obra Linguagem Nova
dos autores Faraco e Moura (2002), que apresenta uma abordagem um pouco mais explicativa
que os demais. Além dos aspectos sintático e semântico, que também são abordados nos
outros dois utilizados, aborda superficialmente o aspecto mórfico da palavra, mostrando
algumas transformações sofridas pelos pronomes oblíquos com base no verbo a que eles estão
ligados.
De acordo com Faraco e Moura (2002), os pronomes oblíquos o, a, os, as podem
assumir diferentes formas, com base na terminação do verbo ao qual se ligam:
Ex.: (A) Vou chamar as meninas - Vou chamar + as. = Vou chamá-las.
(B) Encontramos teu caderno - Encontramos + o. = Encontramo-lo.
(C) Fiz a tarefa - Fiz + a = Fi-la.
Os autores ressaltam que os pronomes oblíquos o, a, os, as só mudam para lo, la, los,
las depois dos verbos terminados em r, z, e s.
147
terminações na, no.
Ex: (A) Alimentara ratazana. - Alimentaram + a = Alimentaram-na.
(B) Tirem esse animal daqui! - Tirem + o daqui!= Tirem-no daqui!
(C) Dão alimento ao rato. - Dão+ o ao rato = Dão-no ao rato.
(D) Põe o pão sobre a mesa. - Põe + o sobre a mesa. = Põe-no sobre a mesa.
Quanto à abordagem sintática e semântica, no livro didático elas ocorrem de modo
bem parecido com a dos outros livros analisados, e trazem atividades bem elaboradas para
colocar em prática os conteúdos explicados.
2 RECONCEITUANDO O PRONOME
Como discutido anteriormente e citado por Macambira (1982, p. 17), a classificação
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Em caso de verbos com terminações em am, em, ão, õe, podem assumir as
das palavras deve se basear em três critérios: mórfico, sintático e semântico. O mórfico se
refere à forma da palavra, o modo como se organiza, assim temos a flexão, que é a adequação
às categorias de tempo, modo, número e pessoa; e de derivação, que corresponde à formação
de novas palavras do léxico. O critério sintático aborda a função desempenhada pela palavra
dentro da frase, o autor denomina “critério grupal”, ou seja, não o papel que a palavra
desempenha isoladamente, mas como ela funciona dentro de uma frase, por exemplo. No caso
do critério sintático podemos destacar os pronomes substantivos e os pronomes adjetivos, que
já foram abordados anteriormente. Quanto ao terceiro aspecto, o semântico, este se refere ao
sentido ou significado e nesse caso temos a subdivisão de classes, pronome pessoal,
demonstrativo, possessivo etc., em que ambos possuem sentidos diferentes e não podem ser
usados no lugar do outro sem que a frase faça sentido.
Sobre a classificação e definição do conceito de pronome por parte das gramáticas,
não há uma abordagem dos três critérios gramaticais. Bechara (2009, p.195), diz que o
pronome “é a classe de palavras categoremáticas que reúne unidades em número limitado e
que se refere a um significado léxico pela situação ou por outras palavras do contexto”. Desse
modo, podemos entender que são palavras que têm significado apenas categorial, sem
representar nenhuma matéria extralinguística. Um ponto importante é que seu significado na
frase ocorre de acordo com a situação ou outras palavras do contexto, assim não possui
significado isoladamente.
148
(elas), além de se. Algumas dessas palavras têm formas oblíquas, isto é, formas usadas
quando o item está em determinada função sintática. E Cunha e Cintra (2008, p. 289), dizem
que “os pronomes desempenham na oração as funções equivalentes às exercidas pelos
elementos nominais. Servem, pois: a) para representar um substantivo [...]; b) para
acompanhar um substantivo determinando-lhe a extensão do significado [...]”. Já para Faraco
e Moura (1992) “pronome é a palavra que substitui ou determina um nome, relacionando esse
nome a uma das três pessoas gramaticais”.
O que podemos perceber é que há apenas uma abordagem do aspecto sintático da
palavra, ou seja, a função desempenhada pelo pronome dentro do contexto de uma oração.
Para que se tenha um processo ensino/aprendizagem proveitoso, uma reconceituação de
pronome se faz válida. Desse modo, com base nas classificações e definições vistas neste
trabalho, podemos chegar ao seguinte conceito: pronome é a palavra que substitui um nome,
fazendo referência a uma das três pessoas do discurso.
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VIEIRA, Marcelo Liparini; MELO, Natã Yanez de Oliveira Rodrigues. PRONOME: UMA RECONCEITUAÇÃO PARA UM ENSINO
Perini (2010) diz que pronomes são os itens eu, você, tu, ele (ela), nós, vocês, eles
Assim como o artigo e o numeral, a classe dos pronomes não admite o acréscimo dos
aumentativos e diminutivos: -ão, -zão, -inho, -zinho. Vale ressaltar que, apesar de não se
permitir esse acréscimo, na fala aparecem algumas vezes quando se quer dar ênfase, por
exemplo: – Quem fez esse desenho Juninho? – Foi euzinho, professor! Assim, os pronomes
podem funcionar como substantivos ou como adjetivos, o primeiro é aquele que substitui um
substantivo: Ela saiu ontem, o segundo é aquele que acompanha o substantivo, determinandoo; Minha casa é muito longe; Aquele carro é muito bonito.
Quanto ao aspecto semântico, os pronomes se dividem em: pessoais, de tratamento,
possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos. No caso dos pronomes
adjetivos minha e aquele, além de funcionarem como adjetivos no contexto dessas frases,
também são um pronome possessivo (minha) e um pronome demonstrativo (aquele). Dentro
dessas categorias de subdivisão dos pronomes cada um desempenha uma função, pois, por
exemplo, não podemos usar um pronome demonstrativo no lugar de um possessivo sem que a
frase perca seu sentido.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O papel normativo e prescritivo desempenhado pelas gramáticas já não contribui
completamente para um aprendizado significativo, pois muitos argumentos não se sustentam
no uso real da língua e fazem com que muitas vezes o aluno não compreenda o que é
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vimos no caso do pronome você, definido pela gramática normativa como pronome de
tratamento, retrata bem essa questão, pois no contexto real de uso, grande parte das pessoas
utiliza esse pronome como pessoal e não como pronome de tratamento. Assim, os manuais
linguísticos surgem como uma forma de clarear alguns pontos, uma vez que não são
prescritivos como as gramáticas normativas e, além disso, tratam o uso real da língua. Não
como ela deve ser usada, mas como ela realmente se faz presente no contexto cotidiano.Por
isso, eles são uma importante ferramenta para o ensino e a aprendizagem.
Porém, apesar de estarem evoluindo, ainda apresentam lacunas,uma vez que, dos três
aspectos gramaticais apresentados, apenas o aspecto sintático e o semântico são abordados, e
o aspecto mórfico é somente citado no manual didático dos autores Faraco e Moura (2002),em
uma pequena parte que aborda as mudanças de alguns pronomes oblíquos. Por isso,
ressaltamos novamente que o pronome não permite o acréscimo dos sufixos diminutivo e
aumentativo. E este é um ponto importante a se trabalhar, pois quando queremos dar ênfase,
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VIEIRA, Marcelo Liparini; MELO, Natã Yanez de Oliveira Rodrigues. PRONOME: UMA RECONCEITUAÇÃO PARA UM ENSINO
apresentado sobre determinada classe de palavra através de gramáticas normativas. Como
podemos acabar usando-os na fala, caso este que não segue a regra da gramática normativa e
passa a ser entendido como uma questão de ênfase pelos manuais linguísticos.
Tratando dos pronomes adjetivos, de acordo com Camara Júnior (2011), apesar de
funcionarem como adjetivos no contexto de algumas orações, também fazem parte das
categorias de divisão dos pronomes. Portanto, na frase Minha casa é muito longe, o pronome
minha além de funcionar como adjetivo nesse contexto, dando uma característica a casa,
também é um pronome possessivo. A mudança refere-se apenas a sua nomenclatura, já que
não mudou seu sentido de posse dentro dessa oração.
Por fim, reafirmamos que a característica prescritiva das gramáticas normativas se
deve ao fato da origem do sânscrito, uma língua antiga considerada sagrada. Ou seja, o caráter
intocável desta língua influenciou a gramática normativa. Por isso, não queremos com esse
trabalho modificá-la ou torná-la obsoleta, pois não revogamos a sua importância para o
aprendizado,uma vez que o nosso objetivo é contribuir para um ensino mais abrangente por
meio de uma reconceituação com todos os aspectos linguísticos discutidos. E para isto, nos
baseamos no pressuposto divulgado pelos manuais linguísticos, que é o uso real da língua
pelo falante.
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