Representações da cultura escolar em “O Primeiro Homem”, de

Propaganda
Representações da cultura escolar em
“O Primeiro Homem”, de Albert Camus
Lia Raquel Amaral Teixeira
Faculdade de Educação da USP
1. Objetivos
O intuito da pesquisa, situada numa
zona fronteiriça entre a Literatura e a Filosofia
da Educação, é identificar e discutir conceitos e
representações - presentes no romance “O
Primeiro Homem” de Albert Camus - relevantes
para uma reflexão sobre a cultura escolar, tais
como o valor da educação, a autoridade do
professor, a iniciação dos alunos no mundo, o
papel do professor como mediador entre o
aluno e o conhecimento, dentre outros.
2. Material e métodos
As diversas leituras analíticas de “O
Primeiro homem” desvelaram diversas cenas e
situações a partir das quais é possível pensar a
educação contemporânea. Após a seleção dos
temas mais pertinentes ao projeto, foram
pesquisados e lidos os textos que promoveriam
o embasamento teórico para as reflexões. Tais
análises são feitas à luz de diferentes
pensadores contemporâneos que dedicaram
parte de sua obra às reflexões sobre a
educação, principalmente, Antonio Cândido,
Hannah Arendt, José Sérgio Carvalho, Michael
Oakeshott e Álvaro Vita.
É necessário ressaltar que não foi feito,
por meio da literatura, um trabalho de
exemplificação de temas de Filosofia da
Educação. Para que se compreenda a natureza
e o caráter desta pesquisa, é necessário
considerar sua intenção de partir da literatura
para se chegar na educação, e não o contrário.
3. Resultados
O relatório resultante dessa pesquisa
está estruturado em duas seções. Na parte I
justifica-se a tomada da literatura como fonte
para discussões de Filosofia da Educação, fazse uma breve apresentação de Albert Camus e
apresenta-se o romance O Primeiro Homem . A
parte II está formada por cinco textos,
relativamente independentes um do outro,
decorrentes das reflexões provocadas pelas
cenas e situações de O Primeiro Homem:
“Educação e existência”, “Educação e a
promoção de justiça”, “A especificidade da
instituição escolar e do trabalho docente”,
“Educação: entre a família e a escola” e
“Educação e autoridade”.
4. Conclusões finais
Nesse esforço de análise de certas
práticas escolares e dos princípios que as
regem, pôde-se discutir o sentido social e
político da educação, as atribuições da família
e da escola na formação dos mais novos, o
papel da escola de tentar reduzir as
desigualdades sociais, o papel do professor e
sua autoridade, entre outros temas menos
evidentes e nem por isso menos importantes.
Mostrou-se
pertinente
e
adequada
a
cooperação entre Literatura e Filosofia para
reflexões sobre a cultura escolar.
5. Referências bibliográficas
ARENDT, Hannah Entre o passado e o futuro,
São Paulo: Perspectiva, 1972.
__________ A condição humana Rio de
Janeiro: Forense-universitária, 1981.
CAMUS, Albert. O Primeiro Homem Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1994.
CANDIDO, Antonio. Conferência pronunciada
na XXIV Reunião anual da SBPC, São Paulo,
julho de 1972.
CARVALHO, José Sérgio “Apontamentos para
uma crítica das repercussões da obra de Paulo
Freire.” Cadernos de História & Filosofia da
Educação São Paulo, v. 2, n. 4, p. 23-33, 1998.
ROSENFELD, Anatol“Literatura e personagem”
in Candido [et alia.]. A personagem de ficção.
São Paulo: Perspectiva, 2002.
VITA, Álvaro de Uma concepção liberaligualitária de justiça distributiva. Disponível em
www.scielo.com
Download