54º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 54º Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2008 Bahia Othon Palace Hotel • Salvador • BA • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 Freqüência do alelo ccr5-∆32 nas populações do nordeste do Brasil: evidência da herança caucasiana Gomes, AV; Mauricio-da-Silva, L; Oliveira, R; Raposo, MG; Silva, RS Centro de Ciências Biológicas, Departamento de Genética, Universidade Federal de Pernambuco [email protected] Palavras-chave: ccr5-∆32, nordeste brasileiro, polimorfismo O alelo ccr5-∆32 é o resultado da deleção de 32pb do gene ccr5 que codifica a síntese de uma β-quimiocina que tem papel importante na resposta imunológica humana. Diversos estudos populacionais têm demonstrado que a freqüência desse alelo mutante varia significativamente entre diferentes etnias, exibindo valores mais altos em caucasianos europeus. Relatos históricos levam a dedução de que a população atual do nordeste brasileiro teve origem a partir do intercruzamento de europeus com escravos africanos e ameríndios nativos, ocorrido durante o período colonial. Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo principal determinar a freqüência do alelo ccr5-∆32 na população dos nove Estados da Região Nordeste do Brasil. A amostra está constituída por 2.989 indivíduos não aparentados oriundos das nove capitais dos Estados dessa região (em média 330 indivíduos/capital). A extração do DNA foi realizada através do método de mini salting out, sendo amplificados por PCR utilizando primers específicos e, posteriormente, separados por PAGE 6% e revelados por impregnação com AgNO3. Os produtos amplificados apresentaram tamanhos de 193 pb e 161 pb para o alelo normal e mutante, respectivamente. Na análise estatítica foram utilizados os softwares GDA e DISPAN. As nove populações do nordeste brasileiro encontram-se em equilíbrio de Hardy-Weinberg. Entre as nove populações nordestinas a menor freqüência do alelo ∆32 foi encontrada na amostra do Estado do Maranhão (0.0214), enquanto que no Estado do Rio Grande do Norte foi encontrada sua maior freqüência (0.0626). Nas amostras dos Estados do Maranhão, Ceará, Paraíba, Alagoas e Bahia não foi encontrado nenhum indivíduo homozigoto para a mutação (ccr5∆32/ccr5∆32) enquanto que, nas populações do Rio Grande do Norte, de Pernambuco e de Sergipe a freqüência desse genótipo foi 0,0059, 0,0052 e 0,0033, respectivamente. Embora as diferenças genéticas entre essas nove populações nordestinas não tenham sido significativas (FST = 0,003425) observa-se que o RN apresenta o alelo mutante com a freqüência muito próxima daquela descrita para as populações de Portugal (0.0578), Espanha (0.0836), França (0.0917) e Holanda (0.1002), o que pode ser explicado pelo maior tempo de permanência desses colonizadores naquele Estado, principalmente dos franceses (64 anos) e dos holandeses (21 anos). Dados da distância genética mostram que a população nordestina do Brasil está mais próxima das populações caucasianas européias sugerindo uma maior contribuição genética destas na formação da população analisada. Apoio financeiro: CAPES, LGMH-UFPE, FAPEAL. 19