UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO: A VEZ DO MESTRE Os diversos paradoxos em que as empresas estão envolvidas CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM MÁRKETING “LATO SENSU” FRANCISCO LUCIANO PAIVA MADEIRA Matrícula 30138 Dez/09 9 AGRADECIMENTOS Em primeiro agradeço a Deus, por nos permitir trabalhar em seus diversos campos, principalmente no mental, em segundo, aos meus pais Jose Ribamar Oliveira Madeira, que possui mestrado em geografia, cuja tese foi apresentada em 1964, e que sempre me ajudou nos meus questionamentos intelectuais, e à minha mãe Ana Helena de Paiva Madeira, bacharel em direito, que sempre me deu muita força e apoio em todos os sentidos. Em seguida a minha esposa Katya Barroso de Britto Freire Paiva, pela paciência nestes momentos de trabalho monográfico e pelo meu filho Guilherme Barroso, que também foi paciente. E por fim agradeço aos meus colegas de trabalho, Maria Cely, que sempre consegue ter uma visão clara dos processos internos da empresa em que trabalhamos, e ao colega Carlos Raimundo que possui um olhar critico que consegue identificar os problemas a onde não conseguimos. 10 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos profissionais de todas as áreas, principalmente aos de administração tendo em vista ser o foco desta construção monográfica. Em relação aos profissionais de outras áreas, entendo que também vivenciam seus paradoxos, um exemplo simples, porém de grande risco, é a decisão de um médico que tem que optar entre a vida e a morte, de uma paciente que está em trabalho de parto e que está com complicações, e a decisão que está sobre os ombros deste profissional é a vida da mulher ou da criança. 11 RESUMO As empresas enfrentam dilemas cada vez mais graves para assegurar a confiabilidade de sua imagem, e conseqüente desempenho de seus empregados diante das inovações administrativas e tecnológicas controversas. Esse estado de crise resulta de características estruturais da economia global do conhecimento. As organizações são forçadas a papéis contraditórios, agindo não só como promotoras da empresa de negócios, focadas no lucro, na própria sobrevivência financeira, e diferencial competitivo, mas também como entidades politicamente responsáveis, cooperadoras para a promoção de uma realidade sustentável, em nome de um público politizado e bem informado. Explica-se a crise utilizando o paradoxo como o conceito conflitante entre o conceito negocial e a busca social de realização de um trabalho voltado à maior igualdade e cooperação entre pessoas, produzindo um paradoxo de ciclo fechado, convivendo em parceria, para mostrar as contradições da situação, e a possibilidade de diferenças conviverem em harmonia e resultar em soma para os envolvidos, e em desenvolvimento sustentável à sociedade. Argumento que ‘transparência’ é um conceito muito útil para a ciência da política, exatamente porque ela expõe essas e outras contradições latentes na metodologia científica, onde se discute as formas de clarear e interligar essas contradições que incluem o reconhecimento da política da ignorância crucial e a adoção da perspectiva da ciência administrativa de futuro implantada no presente. 12 METODOLOGIA Inicialmente por trabalhar em uma empresa, como gestor de produtos, vivencio freqüentemente as dicotomias apresentadas no decorrer do tempo, tendo em vista que as tomadas de decisões não são de todo fácil, pois para as escolhas que não representaram lucro, ou pelo menos retorno positivo da população e clientes, o ônus é muito alto, visto que o porte desta empresa é nacional, e outro aspecto é o impacto destas opções também na sociedade como um todo, digo em relação ao estado de direito, que engloba os três poderes e todas as outras instituições relacionadas a uma democracia pluralista. Ante ao exposto, comecei as minhas pesquisas, nos textos de Marketing, sempre tentando verificar apontamentos que referenciavam os paradoxos, pois este termo consegue expressar com segurança os problemas de gestão em que são expostas pessoas que têm por incumbência a condução de todos os tipos de empresa, que são obrigadas a apresentar resultados, mesmo que sejam somente sociais ou que os resultados financeiros não sejam de todo obrigatoriamente tão expressivos. Para se formar um conteúdo expressivo de estudo da questão dos paradoxos, e o impacto desses no correto processo de marketing a ser incorporado para uma empresa, este trabalho se baseou em pesquisa bibliográfica, cuja base mestra está centrada nos livros de Marketing, Administração de Marketing, de Philip Kotler em Paradoxos Organizacionais: Uma visão transformacional, de Flávio Carvalho de Vasconcelos e Isabella Freitas Gouveia de Vasconcelos em Princípios de Paradoxos, Equipe de Change Integration da Price Waterhouse. Além desta abordagem teórica comportamentalista, diversos autores embasaram a formação das hipóteses formuladas neste trabalho, dentre eles cabe citar Robert S. Kaplan, David P. Norton, Bill Dauphinais, Colin Prince, Paul 13 Pederson, Hank Adamany, George Bailey, Saul Berman, Debbie Cohen, Randy Dália, Andy Embury, Matt English, Jim, Holec, Charles Kalmbach, Dan Keegan, Richard Moran, Keniv O’Laughlin, Ceric Read, Bill Reeves, Bob Russel, John Singel, Henry Mintzberg, Bruce Ahlstrand e Joseph Lampel. No texto de Dauphinais, 1996 pag. 39: “...a chave do sucesso será baseada numa abordagem equilibrada da administração, que não ignora ou soluciona a existência de contradições e incertezas – a existência do paradoxo. Profissionais inteligentes trilharão esse caminho. Aprenderão a equilibrar habilmente os paradoxos ou focos de tensão que permeiam o desenvolvimento, operação e transformação continua de suas empresas.” Livro que serviu de base teórica para conseguir apontar e identificar outros aspectos paradoxais existentes na arte da administração de empresas, sempre enfatizando a visão sob o prisma do Marketing. No aforismo apresentando no parágrafo anterior, retirado do livro, é praticamente o resumo das vivencias diárias dos profissionais que se arriscam, por prazer ou por necessidade, a gestão de empresas comerciais. Com o intuito de aplicar à realidade do dia a dia a esta pesquisa teórica, incluir-se-á um questionário objetivo colhendo o sentimento dos empregados em seu habitat. Será computado como tem funcionado na prática essa questão por meio das respostas aos questionários aplicados em uma empresa que convive com o paradoxo cultural/administrativo em que há a vivência da competitividade de 14 mercado interno e externo e o incentivo ao trabalho cooperativo global, para o alcance de uma maturidade social e transparência ética. O questionário foi aplicado a 10 pessoas, técnicos e gestores, composto de duas perguntas, demonstrado no anexo. O resultado da análise destes questionários está devidamente registrado na parte teórica. 15 INTRODUÇÃO ... o paradoxo é a fonte de paixão do pensador e este sem um paradoxo como um amante sem sentimento; nada mais que mediocridade. Soren Kierkegaard (1813-1855) - Filósofo e teólogo dinamarquês O tema deste estudo compõe-se de Paradoxos Administrativos, e versará, principalmente, em como conciliar a competitividade e a cooperação entre as Empresas e entre os empregados em uma empresa. Este tema é de fundamental relevância, pois nos diversos conceitos de mercado e controversos interesses, as organizações são forçadas a papéis contraditórios, agindo não só como promotoras da empresa de negócios, focadas no lucro, na própria sobrevivência financeira, e diferencial competitivo, mas também como entidades politicamente responsáveis, cooperadoras para a promoção de uma realidade sustentável, em nome de um público politizado e bem informado. Explico a crise utilizando o paradoxo como o conceito conflitante entre o conceito negocial e a busca social de realização de um trabalho voltado à maior igualdade e cooperação entre pessoas. O conceito contemporâneo de Marketing engloba a construção de um satisfatório relacionamento a longo prazo do tipo ganha-ganha no qual indivíduos e grupos obtêm aquilo que desejam e necessitam, com o dilema em que as empresas vivem, quando transferem aos empregados a responsabilidade de gerar resultados positivos com o melhor desempenho competitivo e, ao mesmo tempo, incluem em sua política a cooperação, para um adequado trabalho em equipe e preservação da imagem institucional, conforme citado por Kotler (1997, p. 48). Com essa idéia em mente pretende-se, neste trabalho, utilizar o marketing interno, endomarketing, na proposta de perceber a dualidade criada quando se 16 muda a visão administrativa de uma empresa, acompanhando as dinâmicas de mercado, sem contudo abandonar os conceitos anteriores, gerando um paradoxo difícil de administratar, no caso específico a convivência de uma visão competitiva com uma nova visão cooperativa. Nas organizações, são descritos como paradoxos representações polarizadas e socialmente construídas, do tipo discurso e prática, autonomia e conformidade, passado e futuro, aprendizagem e mecanização do trabalho, liberdade e vigilância etc.. Adentraremos no aspecto geral das situações que mais reforçam atualmente as contradições, as ambigüidades e a pluralidade de representações, discursos e perspectivas. Entre os paradoxos mais citados está o paradoxo discurso versus práticas, as organizações adotam rapidamente o novo discurso informacional e as práticas organizacionais continuam as mesmas, fato presente no discurso de cooperação cujas ações são pautadas na competitividade. O presente trabalho apresenta essa dicotomia que tem causado dificuldade inclusive para implementação de política de endomarketing que satisfaça a direção de uma empresa e o alinhamento dos empregados em um fim comum, levando-se em conta que a existência dessas contradições, visto como inerentes à ação social, pode provocar tensões nas organizações e conduzir a fenômenos como resiliência organizacional e conflitos São, portanto, objetivos desta pesquisa a análise da linguagem de endomarketing quanto à clarificação dos pontos convergentes entre competitividade e cooperação e a compreensão dos planejamentos pautados em uma administração de cultura competitiva e cooperativa. 17 Com esta visão, pretende-se reduzir a distância entre os valores pessoais e empresariais, alcançando maior coerência entre discursos e práticas administrativas nas Empresas, tabular as práticas administrativas que podem contribuir para os dois focos, competitividade e cooperação, e examinar pontos divergentes entre estas duas formas administrativas. 18 CAPITULO I PREÂMBULO As diferentes correntes de pesquisa mostram que, dentro da perspectiva hegeliana, os indivíduos e grupos organizacionais costumam representar suas experiências mais significativas e a realidade complexa na qual se inserem em torno de duas dimensões paradoxais mutuamente excludentes, o que se experimenta na dinâmica de corrente administrativa competitiva e cooperativa em uma mesma empresa. Resguarda-se a sobrevivência financeira da instituição e, ao mesmo tempo, adota-se a postura social politicamente correta, de cooperação entre as diversas partes envolvidas no processo de legitimação da empresa, os empregados, os fornecedores, a sociedade. Conceituando-se paradoxo temos, segundo Flávio Carvalho de Vasconcelos e Isabella Freitas Gouveia de Vasconcelos (2004, p. 14): “...como a representação pelo indivíduo ou grupo de sua experiência, sentimentos, crenças e interações mediante dois estados aparentemente inconciliáveis. Para esse indivíduo ou grupo, a fim de caracterizar-se como um paradoxo, deve haver o sentimento de que essas dimensões opostas são mutuamente excludentes e não podem coexistir ou ser conciliado. Nas organizações, são descritos como paradoxos representações polarizadas e socialmente construídas, do tipo discurso e prática, autonomia e conformidade, passado e futuro, aprendizagem e mecanização do trabalho, liberdade e vigilância etc..” Podemos, a partir desta premissa, dizer que toda empresa é um paradoxo em si, isso porque tem que safistazer a todos os interesses de seus 19 stakeholders1; necessitando atender aos acionistas, seus empregados, fornecedores, revendedores, distribuidores e a comunidade, para preservar a capacidade sócio-econômica e financeira da própria empresa, trabalhando o tempo todo com os opostos buscando assim o equilíbrio com os diversos entes que envolvem a empresa como um todo. Como podemos observar parece um contra-senso uma empresa tentar agradar a todos, mas esta é a sua grande função. O conceito de marketing assume que a chave para a realização das metas organizacionais consiste em determinar as necessidades e desejos dos mercados alvos e entregar as satisfações desejadas mais eficaz e eficientemente do que os concorrentes, no âmbito do endomarketing, do que podemos traduzir as necessidades dos empregados em identificar a política da empresa com suas próprias crenças, conciliando interesses e culturas. O Marketing é afetado por uma gama de variáveis macros ambientais que representam fatores existentes no contexto da empresa e que muitas vezes fogem de seu controle, mas mudam as intensidades, os costumes e os acontecimentos no processo de comercialização; antever as mudanças e conhecer a situação atual aumenta as chances de um bom planejamento de marketing. Detalhando a visão dos paradoxos existentes em uma empresa, serão apresentados 1 casos e exemplos de situações rotineiras nos âmbitos Stakeholder (em português, parte interessada ou interveniente), é um termo usado em administração que refere-se a qualquer pessoa ou entidade que afeta ou é afetada pelas atividades de uma empresa. Disponível em < http://pt.wikipedia.org/wiki/Stakeholder > acesso em 14/12/2008 20 empresariais, a fim de focarmos o cenário do paradoxo da competitividade e cooperação e as propostas para a postura adequada a superar esse dilema e exercer, o empregado, seja gestor ou técnico, seu trabalho da melhor forma. Com o objetivo de satisfazer as expectativas dos seus stakeholders, as empresas terão necessidade de reorganizar os seus recursos, capacidades e know-how, no sentido de adquirirem vantagens competitivas no longo prazo, num ambiente que se torna cada vez mais dinâmico e competitivo. Para isso, necessitam saber qual a direção e âmbito que terão no futuro, ou seja, que estratégia empresarial adotarão. Implementar uma estratégia ou, se quisermos, colocar uma determinada estratégia em ação, terá de ser sempre precedida pela própria decisão estratégica que será posterior a uma análise da posição estratégica da empresa. Quando falamos em estratégia, hoje, a ferramenta que mais facilita uma visão global de uma empresa, seus empregados e o mercado é o Balanced Scorecard2. Conforme Guerreiro Ramos (1989, p. 32), afirma que: 2 Balanced Scorecard é uma metodologia disponível e aceita no mercado desenvolvida pelos professores da Harvard Business School, Robert Kaplan e David Norton, em 1992. Os métodos usados na gestão de negócios, dos serviços e da infra-estrutura , baseiam-se normalmente em metodologias consagradas que podem utilizar a TI(tecnologia da informação) e os softwares deERP como soluções de apoio, relacionando-a à gerência de serviços e garantia de resultados do negócio. Os passos dessas metodologias incluem: definição da estratégia empresarial, gerência do negócio, gerência de serviços e gestão da qualidade; passos estes implementados através de indicadores de desempenho. Disponível em < http://pt.wikipedia.org/wiki/Balanced_scorecard > acesso em 14/12/2008 21 “As correntes de pensamento que hoje prevalece em matéria de ciência social formal, seja em seus termos estabelecidos usuais, seja sob os disfarces marxistas e neomarxistas, apóiam-se numa visão sociomórfica do homem, visão que reduz o ser humano a nada mais que um ser social. Daí que a plena autalização do indivíduo seja entendida como a sua total socialização, quer sob as condições presentemente oferecidas, quer num futuro estágio social esclarecido. Por exemplo, a motivação econômica é considerada o traço supremo da natureza humana e a teoria econômica formal afirma que o mercado é a categoria fundamental, para a comparação, a avaliação e o desenho dos sistemas sociais”. A ferramenta do marketing interno, endomarketing, tem uma responsabilidade de unir os contraditórios, tornando possível duas formas administrativas aparentemente opostas, conviverem pacíficas e profícuas, em um mesmo momento, na cultura da empresa e no pensamento de seus empregados. Com a velocidade de mudanças das culturas empresariais, onde a cada dia surge uma nova visão administrativa, seja de pessoas, seja de produtos, seja de serviços, bem como a crescente conscientização e politização dos cidadãos, sejam eles no papel de empregados e/ou consumidores, somado à eventual escassez financeira, os administradores têm se voltado para o marketing, como forma de encontrar um ponto de convergência nesse emaranhado de diversidades de ações, interesses e práticas. A fim de clarear grande parte dos paradoxos existentes em uma empresa, serão apresentados casos e exemplos de situações rotineiras nos âmbitos empresariais, e apenas após esse cenário será focado o paradoxo da competitividade e cooperação e as propostas para a postura adequada a superar esse dilema e exercer, o empregado, seja gestor ou técnico, seu trabalho da melhor forma. O grande desafio é conciliar as diferentes culturas, competitiva e cooperativa, alcançando uma visão coesa entre a Empresa e seus empregados, onde se minimize a possibilidade de estresse, de choque cultural, de conflito de 22 interesses internos, evitando uma autoflagelação que possa resultar em falência, tanto de uma organização como de uma sociedade. Marketing é um processo social e gerencial, pelo quais indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam por meio da criação, oferta e troca, sendo o marketing de relacionamento, que mais impacta internamente os diversos participantes em uma empresa, o desenvolvimento de relações satisfatórias a longo prazo entre as partes, consumidores, fornecedores, empregados, distribuidores, para manter preferência e negócios a longo prazo, onde as empresas ágeis desenvolvem relacionamento “ganha-ganha” a longo prazo entregando alta qualidade, bons serviços e preços justos para as partes. Uma boa gestão necessita considerar a remuneração de seus funcionários, valorizando assim o seu maior ativo, e, conseqüentemente gerando o melhor retorno em termos de produção, assim, mesmo que altos salários impactem nos resultados dos dividendos aos acionistas, o resultado da produção em alta equilibra um eventual reflexo negativo. Em termos de mercado, é relevante tendo em vista que os preços das ações oscilam e a empresa necessita negociar seus papéis na bolsa a preços vantajosos no momento em que estiver precisando de capital de giro para pagar, por exemplo, o décimo terceiro salário dos seus funcionários. O ambiente externo e as variáveis incontroláveis a que todas as empresas estão submetidas, conforme definição de Kotler: “macro ambientes são os fatores incontroláveis aos quais as empresas adaptam-se por meio de utilização dos fatores controláveis: o composto de marketing ou os 4 P’s (Produto, Preço, Praça e Promoção) (1997)” 23 Exatamente a situação que provoca os paradoxos organizacionais; vejamos o Brasil como exemplo, o país ficou fechado para o mundo, de 1964 a 1980, época do militarismo, que influenciou significativamente o marketing em geral de vários produtos em diversas empresas, causando um atraso relevante ao país, em termos tecnológicos e de disponibilização de produtos com alto valor agregado aos clientes; devido à ausência de concorrência internacional, os carros brasileiros eram considerados verdadeiras carroças em comparação com os produzidos em outros países. As empresas são influenciadas pelas correntes ideológicas dominantes por causa da falta de uma visão mais abrangente, por interesses externos ao ambiente corporativo, como exemplo a política, que em muitos casos prejudicam os interesses dos demais cidadãos, consumidores, infringindo a eles produtos de baixa qualidade ou com preços exorbitantes. Com o advento da Nova República, ocorreu a liberdade democrática, que por sua vez abriu as portas do Brasil para o mundo. As empresas brasileiras que estavam acostumadas à falta de concorrência estrangeira, praticando políticas industriais amadoras e vendendo seus produtos a preços aleatórios e altos, considerando tratar-se de produtos defasados e com pouco valor agregado, tal situação ocorria devido à inexistência de outra opção, fato alterado com a abertura ao mercado externo, quando as empresas brasileiras se viram em um paradoxo, pois começaram a visualizar os riscos que elas estariam sendo expostas, por importar produtos mais modernos e mais baratos assim como uma nova formação da opinião publica, em relação ao acesso a tais produtos, passando a exigir mais das indústrias nacionais, o que provocou lobby no Congresso Nacional para evitar a abertura para todos os produtos. 24 Tais empresas tinham sua razão, pois foram forçadas a trabalhar nesta realidade, porém havia de se alterar a situação que resultava em penalização do cidadão comum. Outra alegação bastante válida, na época, era que se o Brasil importasse todos os produtos que não tinha, e que era vantajosa a compra no exterior, nós estaríamos, desta forma, exportando vagas de trabalho, relegando, assim, os produtos brasileiros e com isso a nossa indústria fecharia a cada dia mais vagas e conseqüentemente os países que estariam exportando para o Brasil criariam mais vagas de trabalho. Criou-se assim mecanismos de cotas para importação, forma de controle que evitou o sucateamento da indústria Brasileira, encontrando um meio termo, quando, então, várias montadoras de automóveis vieram para o Brasil. 1.1- Definições Técnicas Relacionadas aos Paradoxos Um ativo importante de qualquer empresa é a MARCA, como se aponta nos textos de Marketing “O que significa esse nome de marca. Que associações, desempenho e expectativas esse nome evoca?”, (Kotler, 1999, p. 86), ou seja, quais seriam os motivos que me levariam a comprar o seu produto? É fácil verificar que, na mente dos clientes, todos querem produtos que atendam às suas necessidades e a preços baratos. Neste caso há mais um paradoxo que a empresa vivencia, necessita produzir produtos que tenham uma boa qualidade a preços baixos; fato que requer estudos para desenvolvimento de produtos com estas características, gerando gastos substancias, correndo o risco de ter como resultado, a diminuição de lucros para os acionistas, além da estagnação dos salários dos funcionários ou mesmo, em situações limites, até demissão. 25 Verificamos que para o desenvolvimento de um novo produto toda empresa deve primeiro efetuar uma série de análises, pois serão várias as etapas previstas até que ele seja comercializado: Geração de Idéias, Triagem de Idéias, Desenvolvimento e Teste de Conceito, Desenvolvimento de Estratégia de Marketing, Análise Comercial, Desenvolvimento de Produto, Teste de mercado e Comercialização (Kotler 1997, p. 303). Tais decisões levam em consideração todas as variáveis envolvidas, visto que o resultado de uma boa estratégia é capaz de gerir uma empresa se todos os aspectos são devidamente mensurados, a fim de que a empresa evite correr o risco de quebrar, apesar dos problemas que, sabemos, sempre existirão. Após esta fase a empresa toma a decisão de desenvolver um novo produto e quando inicia a comercialização pode ocorrer um fato previsto, mas não esperado, um paradoxo em termos de expectativa, pois conforme previsto em Marketing existe um caminho que as vendas e os lucros dos novos produtos percorrem: introdução, crescimento, maturidade e declínio. Inicialmente, na fase de crescimento, o lucro é mínimo devido aos grandes gastos efetuados no desenvolvimento, caso o resultado não ocorra conforme o esperado o produto entra já em fase de declínio, então se caracteriza um contra senso que força a empresa a rever sua estratégia. A decisão de se desenvolver novos produtos passa, também, pelo dilema entre as condições de liquidez que toda empresa é obrigada a manter; a economia tem sua freqüência em ondas, e não em uma linha constante e ascendente, necessita um monitoramento correto e constante de seu capital de giro e dos mercados, e ao optar pelo desenvolvimento de um novo produto tem que estar preparada para eventual mudança na situação econômica; assim, se os 26 valores investidos em um novo desenvolvimento forem significativos, e em uma hipótese de estágio avançado em que não seja mais viável tomar uma decisão de abandonar o projeto evita-se, ou pelo menos se minimiza o prejuízo. Situação de mais um possível paradoxo significativo: para manter-se saudável deverá conviver com as duas situações antagônicas, a manutenção de rotinas operacionais com o capital disponível em continuidade com o desenvolvimento do novo produto com o mesmo capital. O maior foco do Marketing são os produtos e com isso as estratégias de linhas de produtos devem ser acompanhadas com muito rigor; uma determinada empresa, que possui várias linhas de produtos, e pretende crescer no mercado a todo custo ao começar a desenvolver vários produtos de uma mesma linha, deve levar em conta o impacto junto ao cliente, para evitar causar uma antropofagia. As empresas também vivenciam outros paradoxos, constantemente, em relação a seus produtos e marcas, pois existem diversas opções de combinações em relação à produção dos produtos. Um mesmo produto pode ser produzido em função de diversos segmentos, conforme previsto em marketing, este produto pode ser produzido com características básicas para atender ao segmento com renda muito inferior. Quando, no entanto, for produzido com um alto valor agregado, caracteriza produto voltado ao segmento de alta renda, e a decisão da empresa em optar entre um tipo, outro, ou os dois, é causada por um paradoxo interno gerado a 27 partir de pesquisas de campo para identificar qual é o nicho mais forte da empresa. Esta decisão entre os opostos causa verdadeiros desgastes internos, pois nem sempre a escolha feita pode ser a mais correta arriscando levar a diversos prejuízos. Em relação à decisão da empresa em escolher uma marca que agregue diversos produtos vinculados a ela ou multimarcas com cada uma com um produto, contempla novo paradoxo, porque, a depender da decisão, a empresa pode perder o foco ou a identidade. Considera-se também relevante a administração das marcas, situações em que as empresas cobram preços substanciais por seus produtos e, em contrapartida, deixam de fazer grandes investimentos, arriscando a perda de seus clientes para outras empresas, que possivelmente estejam mais equilibradas, dessa forma podemos observar um contra senso, pois a visão míope da empresa impede que ela reveja a administração de suas marcas. Todo produto tem um ciclo de vida, que consiste nas seguintes etapas: introdução, crescimento, maturidade e declínio (Kotler 1997, p. 330). Dessa forma podemos observar que existem nesta definição os dois opostos, que são concepção e obsolescência, e que forçam as empresas a verificarem constantemente a situação de cada produto, ou seja, como está enquadrado cada produto nestas etapas. 28 Nesta situação podemos observar mais um pequeno paradoxo: os gastos necessários para efetuar as devidas pesquisas de verificação de mercado, em relação à situação do produto, e mais uma vez a empresa deverá verificar se o seu fluxo de caixa tem condições de bancar esta pesquisa, paradoxo já mencionado anteriormente. E a partir desta análise é que ela deverá tomar as devidas ações necessárias para revitalização, ou, na hipótese de uma análise que indique que o produto caiu em declínio definitivo, à empresa poderá desativá-lo, observando-se o paradoxo organizacional em que toda empresa que produz bens tangíveis ou intangíveis está inserida. Os antigos paradoxos organizacionais não eram tão complexos como hoje em dia, pois as primeiras empresas não trabalhavam focadas em seus clientes, como são hoje, mas trabalhavam focadas em seus produtos. As preocupações eram focadas somente na produção, tendo em vista que a concorrência não era tão acirrada, e a inexistência da visão de posicionamento, conforme é definido atualmente em Marketing, que tem como pressuposto principal o posicionamento das marcas no mercado, com isso a empresa que é melhor posicionada é aquela que tem a marca considerada “Top off mind”3, que implica em buscar um aprimoramento contínuo. Levitt (1960) foi quem identificou este fato acima mencionado, que demonstra que existem empresas focadas no marketing e outras focadas nos 3 Top of Mind é um termo em inglês utilizado na área de marketing empresarial, como uma maneira de qualificar as marcas que são mais populares na mente (mind em inglês) dos consumidores. Disponível em < http://pt.wikipedia.org/wiki/Top_Of_Mind > acesso em 14/12/2008 29 produtos, as orientadas para o marketing tentam satisfazer os clientes e as outras tentam somente vender seus produtos. Em alguns momentos, devido à concorrência, ocorrem os desequilíbrios organizacionais, tendo que optar entre: priorizar a marca ou diminuir o rendimento dos acionistas ou ainda reduzir o bônus de seus funcionários. Há também a hipótese de rever outros processos que envolvam a marca, com o intuito de customizá-los, sendo os canais de distribuição, logística de produção ou de entrega, a propaganda. Neste aspecto de revisão de processos de produção, em relação logística de produção e de entrega, Kaplan (1996) aponta a necessidade de se verificar quais serão os processos que necessitam de revisão. Tais processos têm que estar dentro da estratégia maior, ou seja, é preciso verificar se esta customização não irá influenciar negativamente os bens intangíveis da empresa, em questão, visto que algumas decisões podem causar prejuízos irrecuperáveis aos bens intangíveis, nesta situação a perda de colocação no mercado pode significar prejuízos inestimáveis, desta forma o trabalho apresentado por Kaplan (1996), define a necessidade de se mensurar através de cartões os pontos de cada processo; verificando-se onde pode ser alterado com segurança ou onde não pode ser mexido em hipótese nenhuma. Podemos observar que toda empresa antes de efetuar qualquer alteração em seus processos, de produção, logística, canais de venda e produtos, necessita primeiro de uma visão bem abrangente em relação a todos os fatos que se relacionam a ela; e como é mencionado no Balaced Scocard, às empresas têm que conhecer muito bem quais são seus maiores bens, e distinguir quais são os que rendem maior retorno; sem esta noção a empresa poderá agir 30 contra si própria, visto que em alguns casos uma receita de sucesso que serviu para uma determinado tipo de empresa pode ser uma fórmula de fracasso para uma outra. Face ao exposto sempre é bom algum tipo de consulta externa, as visões dos gestores internos às vezes estão maculadas por sua falta de compreensão do mercado ou porque estão muito focados em seus processos, dificultando a identificação dos reais problemas que a empresa está passando. Então vejamos que neste caso se apresenta mais um paradoxo, pois quando uma determinada empresa contrata uma consultoria externa, esta consultoria ao final de seu trabalho pode apresentar visões sobre esta empresa que signifiquem posicionamentos completamente opostos ao que os gestores têm e que, nesta situação, são vantajosos. Em relação ao fato mencionado no parágrafo anterior, vejamos o case da Avon que tentou deixar de vender os seus produtos através das vendedoras a domicílio e também através dos catálogos e passou a tentar vendê-los somente nas lojas. Essa nova fórmula causou uma perda significativa nas vendas; a partir deste fato ela buscou, através de pesquisas no mercado, qual era o real motivo desta queda bruta, e descobriu que, na verdade além dos produtos, na rotina anterior vendia também a companhia para as pessoas solitárias que muitas vezes só compravam movidas pela relação de companhia que as vendedoras mantinham com elas. 31 A Avon após esta descoberta voltou a vender os seus produtos por meio das vendedoras e dos catálogos. Podemos observar que a referida empresa descobriu que o seu maior bem na verdade não eram os seus produtos e sim a relação que existe entre os vendedores e os clientes, fica claro a tese apresentada por Kaplan (1996), que toda empresa só pode mexer nos processos que não afetem de forma significante os seus bens intangíveis evitando sérios riscos. Podemos observar que após esta identificação, houve um redirecionamento das estratégias das empresas, que foram forçadas a repensar os seus paradigmas; dessa forma podemos verificar algo próximo da figura de um paradoxo, porque mercado e produto não são opostos, mas a forma como se vê estes objetos pelas empresas é que caracteriza a falta de visão. Cabe ressaltar a inexistência, à época, de bolsas de valores, quando as empresas não tinham que prestar contas e nem remunerar aos acionistas , assim vivenciavam menos os efeitos dos paradoxos organizacionais, porque eram focadas em suas produções e efetuavam implementações nas áreas que elas deveria suprir ou que entendiam. À mesma época os direitos trabalhistas eram muito incipientes, as empresas, sem as cobranças atuais, praticavam o que entendiam nas relações trabalhistas, as condições eram precárias e as áreas de produção eram muito insalubres; hoje este tipo de situação não é mais admissível, principalmente nos países mais desenvolvidos, porque os sindicatos não permitem que situações como estas se perpetuem. As empresas são forçadas a criar condições de trabalho mais humanas e em alguns momentos ocorrendo os desequilíbrios decorrentes, porque elas não 32 conseguem atender a todos os processos ao mesmo tempo com isso vivenciando os opostos e tendo que decidir a melhor opção para aquele momento. A busca pelo equilíbrio que toda empresa passa, com certa freqüência, é causada pelos paradoxos impostos a ela e que ocorrem repetidamente, pois como o mercado é dinâmico e constantemente produtos novos são disponibilizados e com preços mais acessíveis, desta forma a empresa necessita rever os seus processos internos freqüentemente, fato este já mencionado na visão sistêmica de Senger, (1990, p.143): “O principal resultado pratico do pensamento sistêmico é a alavancagem – a identificação de onde as ações e mudanças nas estruturas podem levar a melhorias significativas e duradouras. Muitas vezes, a alavancagem segue o principio da economia dos meios: os melhores resultados provem não de esforços em larga escala, mas sim pequenas ações bem focalizadas. Nossas formas de pensar nãosistemicas são particularmente prejudiciais porque nos levam constantemente a focalizar as mudanças de baixa alavancagem: focalizamos os sintomas, onde o estresse é maior. Consertamos ou aliviamos os sintomas. Mas tais esforços, na melhor das hipóteses, simplesmente melhoram a situação a curto prazo, piorando-se a longo prazo.” A revisão de seus processos implica em iniciar a comparação com outras empresas e efetuar o benchmark4, processo normal no meio empresarial que garante a sobrevivência de muitas empresas; após a coleta de dados a empresa verificará os pontos em que pode melhorar e neste momento ela visualiza se a concorrente está mais equilibrada em determinados processos. 4 Benchmark é a busca das melhores práticas na indústria que conduzem ao desempenho superior. É visto como um processo positivo e pró-ativo por meio do qual uma empresa examina como outra realiza uma função específica a fim de melhorar como realizar a mesma ou uma função semelhante. O processo de comparação do desempenho entre dois ou mais sistemas é chamado de benchmarking, e as cargas usadas são chamadas de benchmark. Disponível em < http://pt.wikipedia.org/wiki/Benchmark > acesso em 14/12/2008 33 Nenhuma empresa está imune aos paradoxos administrativos, podendo, inclusive, perceber que a concorrente passou recentemente por uma revisão, identificou os seus paradoxos internos e efetuou os equilíbrios necessários. Nos casos em que a empresa efetua o benchmark, ela não tem como prospectar estas informações no mercado de forma tão fácil devido ao sigilo que as empresas empregam em suas estratégias, tratando de forma bem confidencial, necessitando por vezes de espiões ou pagando para empregados, das empresas concorrentes, passarem informações. Tal fato é descaracterizado como crime conforme apontamento do livro de Kotler (1999), que apresenta uma realidade de mercado em que as empresas fazem isso com maior naturalidade, apesar de ser tipificado como crime. 34 CAPITULO II COMPROVAÇÃO TEÓRICA DOS PARADOXOS Toda empresa deve olhar para as concorrentes e, principalmente, para dentro de si constantemente, fazendo auditorias internas, para identificar roubos ou situações do tipo, e com o intuito de verificar problemas internos, que, conforme bem pontuado Guimarães (2007, p. 29), é evitar o “Câncer Organizacional”, metáfora em que aborda os diversos problemas que ocorrem nas empresas como um todo e que são gerados por tumores organizacionais. Os tumores organizacionais são gerados a partir de visões equivocadas que ocorrem em certos departamentos; vejamos um case da Wolkswagem, que buscou tanto o preço mais baixo com os seus fornecedores que estes sucumbiram e fecharam ou foram comprados por uma empresa, e no final a referida empresa só era atendida por um único fornecedor; com isso a Wolkswagem perdeu a capacidade de negociar, pois não havia mais concorrentes, e este problema foi gerado pela própria Empresa que em sua busca frenética criou um câncer para si, a partir de um tumor que era a busca incessante por redução de custo; a solução encontrada neste caso foi buscar uma parceria com outra empresa, onde ela teve de comprar uma parte da empresa tendo que gastar mais dinheiro com investimentos, este foi o remédio para a cura da doença, podemos observar que empresa criou um paradoxo ao tentar abaixar os preços a qualquer custo desequilibrando as relações entre empresa e fornecedor; e o resultado final foi um prejuízo maior para os acionistas e os empregados. No mesmo livro o autor demonstra outro case, da Toyota, empresa que está a poucos passos de ultrapassar a GM, cuja filosofia é diferente de buscar a redução de custos a qualquer preço, evitando o erro da Wolkswagem e 35 conseqüentemente mantendo a saúde, mas buscando insistentemente a melhoria de seus processos internos. Tal cultura está baseada nas palavras de seu presidente “Quem compra o carro que eu produzi não deve pagar por luxos desnecessários ou coisas inúteis”, (Guimarães, 2007, p. 31). O reflexo destas palavras está no fato de que a empresa não esbanja extravagâncias nas fachadas de suas indústrias e todos os funcionários são conscientizados, como exemplo, têm o hábito de desligar as luzes dos banheiros após o uso ou dos corredores quando está de dia, dessa forma podemos observar que o paradoxo administrativo é reduzido substancialmente. Outro aspecto passível de identificação por meio da auditoria interna diz respeito aos profissionais que trabalham na empresa, mas que não levam consigo a filosofia desta, ou seja, eles não se identificam com a empresa, porém não a abandonam porque em alguns casos não conseguem outra ocupação com a mesma remuneração ou mesmo porque existe um certo status em trabalhar naquela empresa, e na verdade só pensam em si mesmos, e estes profissionais vão crescendo e criando seus próprios feudos. Com o tempo acabam se tornando gestores, neste caso é que ocorre outro paradoxo, pois como não vestiram a camisa da empresa que os alimentou, quando no papel de gestão entram em conflito de interesses e começam a trabalhar contra a própria empresa, podendo levá-la à falência. 36 Conforme Guimarães (2007) nos Estados Unidos existem empresas na bolsa de valores com cerca de 50% do seu valor de mercado, isso em decorrência de profissionais que não vestem a camisa da empresa, mas que só se preocupam consigo mesmo. No mesmo livro “Por que as Organizações Adoecem”, (Guimarães, 2007), o autor menciona o fato de que após as auditorias que a empresas devem sempre fazer, elas conseguem identificar as situações que podem ser melhoradas ou equilibradas, pois, conforme afirmamos inicialmente, toda empresa é um paradoxo em si, por isso precisam estar atentas aos desequilíbrios extremados, que é peculiar. Assim é possível que em alguns momentos a empresa pode ter focado suas forças em algum processo no qual estava desatualizada, isso verificado através do benchmark, em detrimento de outros processos com isso causando os referidos desequilíbrios. Vimos que o Marketing é afetado por uma gama de variáveis macro ambientais que representam fatores existentes no contexto da empresa e que muitas vezes fogem de seu controle, mas mudam as intensidades, os costumes e os acontecimentos no processo de comercialização; antever as mudanças e conhecer a situação atual aumenta as chances de um bom planejamento de marketing. Com o objetivo de satisfazer as expectativas dos seus stakeholders, as empresas terão necessidade de reorganizar os seus recursos, capacidades e know-how, no sentido de adquirirem vantagens competitivas no longo prazo, num ambiente que se torna cada vez mais dinâmico e competitivo. Para isso, necessitam saber qual a direção e âmbito que terão no futuro, ou seja, que 37 estratégia empresarial adotarão. A implementação de uma estratégia ou se quisermos, o colocar uma determinada estratégia em ação, terá de ser sempre precedida pela própria decisão estratégica e esta será, pois posterior a uma análise da posição estratégica da empresa. Existe o paradoxo da localização geográfica, ou dilema enfrentado por grandes varejistas, qual seja: instalar várias pequenas lojas em muitos locais ou lojas maiores em alguns locais estratégicos, que tem por definição as vantagens competitivas das empresas a localização geográfica, visto se encontrarem na mesma região, dessa forma podendo competir com significativa vantagem em relação às empresas que estão distantes; com a globalização e a competição internacional esta característica talvez não seja tão relevante, os mercados mundiais concorrem entre si o tempo todo e como as empresas são muito dinâmicas, obrigadas constantemente a identificar as formas mais baratas de produzir seus produtos. 2. 1 – Os paradoxos profissionais Uma dicotomia freqüentemente imposta às empresas é a decisão em relação à promoção de um vendedor ao cargo de supervisor, pois em muitos casos um grande vendedor, que sempre atinge as metas e gosta do relacionamento com os clientes, pode atender somente aos acionista, mas também aos seus empregados, às vezes mesmo sendo o melhor de todos e merecendo a promoção, talvez este não seja o perfil do vendedor, de acordo com a citação “.., não se pode deixar de reconhecer que as características exigidas de um vendedor são fundamentalmente diferentes das de um gerente de vendas.” (Halpern 2004, p.04). Vejamos que as competências necessárias para ser um líder não são as mesmas de um vendedor, com isso a empresa pode errar ao promover um vendedor, cujo perfil seja limitado ao cargo atual, à função de supervisor, 38 provavelmente ele não desempenhe com a mesma desenvoltura as obrigações que são exigidas, dessa forma este é mais um paradoxo vivenciado constantemente pela empresa. Caso uma empresa opte por colocar um vendedor no cargo de supervisor e deixe de observar que não tem o perfil desejado, no decorrer do tempo os números das vendas demonstrarão o declínio, fato que após constatado iniciará um processo de correção, que pode resultar na demissão do supervisor; como a decisão não foi bem estudada, o prejuízo será dobrado, pois a empresa perdeu um bom vendedor e também perdeu um bom funcionário, que agregava valor em outra área e por erro de estratégia foi empossado em um cargo divergente de seu perfil, e sem o desenvolvimento da necessária competência para o exercício do novo cargo. Podemos adentrar aqui, no aspecto geral das situações que mais reforçam atualmente as contradições, as ambigüidades e a pluralidade de representações, discursos e perspectivas. Um dos paradoxos mais citados é o “paradoxo discurso versus práticas” (Vasconcelos, 2004, p.16). As organizações adotam, conforme já citado, rapidamente o novo discurso informacional, mas as práticas organizacionais continuam as mesmas. Vemos nitidamente um discurso de cooperação onde as ações da empresa são todas pautadas na competitividade. Retomemos a premissa do Capítulo 1, em que constatamos que as diferentes correntes de pesquisa mostram que dentro da perspectiva hegeliana, os indivíduos e grupos organizacionais costumam representar suas experiências mais significativas e a realidade complexa na qual se inserem em torno de duas dimensões paradoxais, “essas dimensões opostas são mutuamente excludentes 39 e não podem coexistir ou ser conciliadas” (Vasconcelos, 2004, p. 15), o que se experimenta na dinâmica de corrente administrativa competitiva e cooperativa em uma mesma empresa, resguardando-se a sobrevivência financeira da instituição e, ao mesmo tempo, adotando-se a postura social politicamente correta, de cooperação entre as diversas partes envolvidas no processo de legitimação da empresa, os empregados, os fornecedores, a sociedade. Essa mesma corrente filosófica defende que: “... a contradição dialética revela um sujeito que surge, se manifesta e se transforma graças à contradição de seus predicados, tornando-se outro a partir de o que era pela negação interna desses predicados...” - Vasconcelos (2004, p. 04) O que nos leva a questionar o quanto dessa transformação é sentida e vivida nas organizações às quais o sujeito participa, em que ponto pode ser uma ação transformadora ou uma ameaça destruidora, dentro das síntese ativa de todos os predicados postos e negados pelos envolvidos. A percepção paradoxal da realidade surge quando o indivíduo percebe e ressente a organização ou uma parte específica desta de forma ambígua. As representações paradoxais são assim dirigidas a um mesmo objeto, seja ele um conjunto de experiências, seja um grupo social específico ou um indivíduo (VASCONCELOS, orgs., 2004, pag. 6), e diante dessa realidade a execução de suas atividades cria um ambiente de tensão que é fator de estresse dentro de uma empresa. Essa dicotomia ou impasse sobre a própria ação ou sobre os próprios sentimentos provocam tensão e desconforto psicológico, o que o autor chama de dissonância cognitiva (VASCONCELOS, 2004). A ferramenta do marketing interno, endomarketing, tem uma responsabilidade de unir os contraditórios, tornando possível duas formas 40 administrativas aparentemente contraditórias, conviverem pacíficas e profícuas em um mesmo momento: na cultura da empresa e no pensamento de seus empregados. Marketing é propaganda, promoção, publicidade, e começa em casa: para vendermos algo necessário se faz que compremos a idéia desse “algo”, senão não somos confiáveis ao ofertar nosso produto/serviço. Um marketing bem elaborado se traduz em inovação, em motivação, em diferencial de mercado, seja interno, na satisfação e exemplar gestão dos empregados, como externo, no resultado financeiro esperado e alcançado. Nas situações paradoxais o marketing é a diferença de uma boa análise, planejamento, implementação de políticas favoráveis e controle das variáveis e imprevistos. Com a velocidade de mudanças das culturas empresariais, onde a cada dia surge uma nova visão administrativa, seja de pessoas, seja de produtos, seja de serviços, bem como a crescente conscientização e politização dos cidadãos, sejam eles no papel de empregados e/ou consumidores, somado à eventual escassez financeira, os administradores têm se voltado para o marketing; utilizam-no como forma de encontrar um ponto de convergência nesse emaranhado de diversidades de ações, interesses e práticas. Vemos atualmente que a teoria e a prática do marketing, anteriormente limitadas a alguns países ocidentais, estão se espalhando rapidamente pelo mundo (KOTLER, 1997), em conseqüência da globalização, abertura de novos 41 mercados, necessidade de defesa de posições, e aperfeiçoamento das ações de marketing. O grande desafio é conciliar as diferentes culturas, competitiva e cooperativa, alcançando uma visão coesa entre a Empresa e seus empregados, onde se minimize a possibilidade de estresse, de choque cultural, e conflito de interesses internos, evitando uma autoflagelação que resulte em falência, tanto da organização como da sociedade. A adoção da filosofia do scorecard facilita às empresas conhecer e vencer este desafio, viabilizando processos gerenciais críticos, conforme Kaplan e Norton citam em seu livro, A Estratégia em Ação (2002), quais sejam: esclarecer e traduzir a visão e a estratégia; comunicar e associar objetivos e medidas estratégicas; planejar, estabelecer metas e alinhar iniciativas estratégicas; e melhorar o feedback e o aprendizado estratégico. Marketing é um processo social e gerencial, pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam por meio da criação, oferta e troca, sendo o marketing de relacionamento, que mais impacta internamente os diversos participantes em uma empresa, o desenvolvimento de relações satisfatórias a longo prazo entre as partes, consumidores, fornecedores, empregados, distribuidores, para manter preferência e negócios a longo prazo, onde as empresas ágeis desenvolvem relacionamento “ganha-ganha” (KOTLER, 1997) a longo prazo entregando alta qualidade, bons serviços e preços justos para as partes. O conceito de marketing assume que a chave para a realização das metas organizacionais consiste em determinar as necessidades e desejos dos mercados alvos e entregar as satisfações desejadas mais eficaz e eficientemente 42 do que os concorrentes (KOTLER, 1997); no âmbito do endomarketing, podemos traduzir as necessidades dos empregados em identificar a política da empresa com suas próprias crenças, conciliando interesses e culturas. Existe um paradoxo que ocorre praticamente o tempo todo em nossas vidas, que é o da cooperação e da concorrência, e esta relação é levada por nós a todas as nossas esferas de ações; já no inicio de nossas vidas concorremos com nossos irmãos, pela atenção dos pais e pela conquista dos relacionamentos, e ao mesmo tempo cooperamos com nossos trabalhos caseiros e com as nossas brincadeiras. Este paradoxo pessoal não seria diferente em nossos ambientes de trabalho, pois as empresas, em geral, nos instigam a concorrermos entre nossos pares e nos premiam com as melhores gratificações para os melhores; em contrapartida todas as empresas buscam nas equipes ou nas células de trabalho as cooperações para melhor produção, vislumbrando o ganho em escala, devido às ações coordenadas causada pela sinergia grupal. Com o intuito de provar mais este paradoxo, e visualizar as diversas opiniões a respeito deste assunto, elaboramos um questionário simples, com apenas duas perguntas, mas muito focado nesta situação. As duas questões propostas são: 1) O que você acha do paradoxo que ocorre nas empresas em relação à cooperação cobrada para os trabalhos em grupo e concorrência individual?; e 2) Na sua visão como a sua empresa se comporta em relação a este paradoxo? , disponibilizadas no Anexo I. 43 O resultado da pesquisa foi surpreendente, pois não houve uniformidade nas respostas, para duas perguntas tão simples supõe-se que haveria respostas próximas, no entanto, em alguns casos os resultados foram eqüidistantes e outros os resultados foram iguais, e isso se deve também ao fato do caráter de cada pessoa e por fim pela falta de assimetria em relação a vivencia de cada um. As pessoas que responderam pertencem a mesma empresa, de proporções nacionais, e todos estão lotados na matriz da empresa participando como gestores de produtos, a faixa etária é semelhante, e estão quase todos na casa dos 40 anos. Todos já são graduados e com isso podemos visualizar que os anseios profissionais são praticamente os mesmos, e também os receios decorrentes desta situação. Outro aspecto que será demonstrado a seguir e a falta de assimetria nas repostas, apesar de todos os entrevistados pertencerem a mesma empresa e possuírem a mesma faixa etária. Veremos como tem funcionado na prática essa questão por meio das respostas aos questionários aplicados. Em relação a primeira questão, algumas respostas afirmaram que este paradoxo é em relação às nossas vidas, ou seja, como foi apontado inicialmente por este aluno, as cooperações são em relação às nossas vivências diárias e que, a depender do grupo que estamos inseridos, podem ser não concorrentes ou extremamente concorrentes; apesar de estarmos falando de empresas esta visão apontou para empresas ou organizações que não têm fins lucrativos, na visão de quem respondeu em alguns casos praticamente não existe concorrência. 44 Na visão de alguns colaboradores o paradoxo da cooperação e da concorrência individual se estabelece sobre todos os aspectos da vida. Entendem também que nas empresas esse paradoxo é mais nítido, pois ao mesmo tempo em que os profissionais devem ter iniciativa, ser pró-ativos e eficientes, não obterão sucesso se trabalharem sozinhos. Desta forma a cooperação entre os pares, o trabalho em equipe e a capacidade de lidar com as pessoas tem sido atributo fundamental para o crescimento profissional. Em outra visão o paradoxo é do empregado, a empresa quer lucro, e por isso cooperação para que tenha mais produção. Os empregados querem crescer/mostrar que são os melhores para receber melhores gratificações. Para a empresa não interessa esse jogo de poderes, ela quer o que melhor se adapte ao ambiente, inclusive até sendo o pior empregado em termos de produção e capacidade de trabalho. Nessa visão o paradoxo serve a um só axioma: Obter o máximo dos empregados para o melhor da Empresa. Para outros colaboradores, esse é o grande desafio do líder, conseguir disseminar a cultura do trabalho em equipe, que é fundamental para o sucesso das organizações, assim como incentivar o talento individual de cada membro da equipe, difundindo que a concorrência é fundamental para a busca da excelência no trabalho, mas ressaltando que deve ser sempre pautada na ética. Na segunda questão alguns colaboradores colocaram que em uma empresa grande cujas ações têm foco no macro e investe na campanha de que juntos nós podemos mais. Desta forma a empresa valoriza o trabalho de equipe, cooperativo, para atingir as metas. Existindo também um programa de reconhecimento e valorização do empregado o que possibilita que esse reconhecimento seja efetuado individual ou coletivamente, a critério dos 45 representantes de cada unidade. Percebendo-se que muitas ações são mais focadas no coletivo, até para fortalecimento das equipes e para que a cooperação seja uma constante. Porém, o reconhecimento ainda é individual, cada um deve defender o seu para conseguir “um lugar ao sol”, ou seja, uma função, mas sempre o trabalho em equipe é avaliado e valorizado. Já na visão de outros colaboradores a empresa se perde um pouco no tema. Os gestores adotam algumas ações positivas, mas de uma forma geral não conseguem incentivar o grupo a cooperar de forma produtiva e espontânea. Às vezes a concorrência é incentivada de forma negativa e nem sempre promove os maiores talentos. Em outras respostas os colaboradores afirmaram que existem empresas que querem o melhor empregado no melhor degrau da empresa, mas às vezes o melhor empregado não é o melhor para a empresa. Assim todos estão no mesmo patamar. Existe a questão de ser justo, talvez não sejam justos quanto à pessoa, mas sim quanto ao retorno desta pessoa, o que ela pode oferecer à empresa em que trabalha, e, pela visão do empregador, eles são justos. Com as respostas do questionário conseguimos identificar pontualmente a similaridade entre a vida pessoal e a vida empresarial, as dúvidas, as angústias, as dicotomias enfrentadas pelo ser humano se transportam para a empresa que ele cria, trabalha ou se insere de alguma maneira. Traçando um paralelo entre os diversos livros lidos para este trabalho, podemos afirmar que a sensibilidade quanto a existência e até a necessidade do paradoxo, na vida e especificamente no profissional, mostra que as pessoas estão atentas aos diversos papeis exigidos para o desempenho das atividades 46 diárias, bem como as oportunidades de crescimento que esses paradoxos proporcionam. O equilíbrio na identificação e na forma como agir em função dessa realidade depende da maturidade atingida, bem como da forma como são debatidas as questões no ambiente profissional. Percebe-se a dualidade e, ao mesmo tempo, a unicidade com que se trabalha com as visões diferentes e contraditórias, tornado-as uma alavanca para o melhor desempenho individual e coletivo. 2.2 – O Paradoxo do Planejamento Na formatação das estratégias de planejamento, conforme Dauphines (1996, p. 201), estas eram feitas a sete chaves e sempre quando eram expostas não eram apresentadas de forma clara. Bem como todo planejamento estratégico traz consigo uma dose, pequena ou grande, de mudanças este fato por si so já era suficiente para causar problemas internos nas empresas, em razão deste fato as coisas mudaram, hoje em dia os planejamentos estratégicos não são feitos somente pelos os executivos, mas contam com a participação dos gerentes de ponta e também do feedback de grandes clientes, e outro aspecto e que são divulgados de forma clara e coesa, com isso evitando os desgastes internos do passado. 47 Entretanto apesar da gestão dos planejamentos estratégicos terem evoluído, um fato não evoluiu e a necessidade da mudança, nas situações em que for realmente obrigatório, e com isso podemos apontar mais uma paradoxo, que para construir e necessário demolir. Com esta afirmação, para construir, e necessário demolir (Dauphines, 1996, p. 195), podemos verificar as enormes mudanças que ocorrem nos meios empresarias, que podemos elencar as alterações de endereços de fabricas de automóveis, em que houveram casos de montadoras que transferiram a suas atividades de um pais para outro devido às condições serem melhores, em termos geográficos, e também de subsídios disponibilizados através de isenção de impostos regionais, e outro aspecto relevante é em relação a doações de terrenos para implantação destas montadoras oferecidos pelos governantes locais. Então podemos inferir de uma forma um tanto surreal que a Deusa Shiva5 participa ativamente no planejamento das empresas, pois devido a sua característica contraditória, que por sua vez, nos causa as situações paradoxais. 5 SHIVA – deusa hindu que tem por característica a criação e a destruição simultaneamente. – BHAGAVAD-GITA 48 CAPÍTULO III 3.1 - OS NÓS DO MARKETING As empresas convivem com o paradoxo cultural/administrativo em que há a vivência da competitividade de mercado interno e externo e o incentivo ao trabalho cooperativo global, para o alcance de uma maturidade social e transparência ética. Apesar das diversas técnicas ou programas administrativos existentes atualmente, como podemos bem citar reengenharia ou equipes autônomas, e que a aplicação destas práticas em muitas empresas realmente atingem variados níveis de êxito, no entanto nunca conseguem afastar em definitivo a figura do paradoxo, tendo em vista a própria dinâmica empresarial. Sendo uma afirmação difícil, mas a mundo contemporâneo é um caos, entretanto por momentos achamos que não é bem assim, e neste cenário todos nós estamos inseridos, empresas, cidadãos e o estado como um todo, e o resultado deste caos é que gera oportunidades e dificuldades, onde mais uma vez podemos observar a figura paradoxal, que atua de forma incisiva em todos os sentidos, porém é mais sentido na economia e, conseqüentemente, nas empresas como um todo, e quando os gestores se vêem em dificuldades então buscam no Marketing a solução de seus problemas. Com a afirmação de Kotler “Marketing é tudo, tudo é Marketing” (ROCHA, 2005, p. 06), e desta forma podemos inferir que a esta palavra “tudo” implica uma gama significativa de situações, então conseguimos caracterizar que os “paradoxos” pertencem obrigatoriamente a esta afirmação. 49 O maior pressuposto de Marketing é a pesquisa, e com esta é possível a identificação dos pontos nevrálgicos ou nós que envolvem os processos das empresas, como um todo, envolvendo produtos, bens tangíveis e intangíveis, logística, propaganda e etc., e a partir desta identificação, dos nós, os gestores conseguem dissecá-los através do mapeamento dos processos, recursos muito utilizado no meio empresarial, cuja ferramenta mais evidente é o BSC. Citemos as facilidades que o BSC proporciona minimizando o impacto dos paradoxos e enfatizando a importância do marketing com Kaplan e Norton (2002, p. 118): “que teve como finalidade determinar um método de medição de desempenho para o século XXI; eles enfocaram 12 organizações e as análises conduziram ao desenvolvimento do balanced scorecard. Essa nova metodologia baseava-se na representação equilibrada de indicadores financeiros e operacionais, organizando-se com base em quatro perspectivas: a financeira propriamente dita, a dos clientes externos, a dos processos internos e a de aprendizado e crescimento. Este equilíbrio permite, principalmente, estabelecer objetivos organizacionais e realimentar o processo contínuo da estratégia. Por isso, ao criar o BSC, as empresas devem escolher um conjunto de indicadores que reflita precisamente os fatores críticos dos quais depende o sucesso da estratégia, que mostrem as relações de causa e efeito entre os indicadores individuais (de maneira que fique evidenciado como os objetivos não-financeiros influenciam os resultados financeiros de longo prazo) e proporcionem uma visão abrangente e atualizada sobre a organização. Portanto, eles devem: § § § § § § estar integrados à estratégia e aos objetivos estratégicos; ser fácil e precisamente quantificáveis; ter simplicidade e clareza; ser específicos; ser de fácil aferição e rapidamente disponíveis; ter baixo custo de implementação.” Utilizando os mapas os gestores conseguem verificar a real dimensão dos nós, e neste momento é que os paradoxos propriamente ditos vêem a tona, e a partir daí surgem às discussões gerenciais ou as reuniões, devido à quantidade 50 muitas vezes parecem infindáveis tendo em vista os riscos envolvidos, que tem por escopo a melhor decisão para a empresa. A partir dessa constatação arrisco a afirmar que o Marketing surgiu em razão dos paradoxos administrativos que envolvem todas as empresas que necessitam de apresentar resultados significativos, tanto em termos econômicos quanto em sociais. 51 CONCLUSÃO Os paradoxos organizacionais é que são os verdadeiros impulsionadores das empresas, pois caso elas não fossem colocadas em situações adversas, como as expostas neste trabalho, e que as obriga a rever os seus paradigmas, a todo o momento, encontrando soluções criativas para problema pontuais, e também adequam processos arcaicos à realidade contemporânea, e em algumas situações rejuvenescem alguns produtos e descartam outros, com estas ações as empresas evitam a falência. E se imaginássemos que as empresas não fossem forçadas a verificar os seus processos a todo o momento, ou seja, se elas não tivessem que trabalhar contra as ações dos concorrentes, qual seria o foco de suas forças, possivelmente não haveria um direcionamento e como diz a metáfora “Toda pipa só sobe com o vento contra”, sendo assim podemos refletir que muito possivelmente a grande maioria dos produtos não agradaria a ninguém, a sociedade contemporânea não viveria uma realidade tão confortável, pois os trabalhadores ainda lavariam suas roupas de forma manual e não teríamos casas aquecidas e muito provavelmente o ser humano não chegaria aos 85 anos de vida, como ocorre hoje em dia na Europa. Podemos comparar as empresas aos “Giroscópios” (Dauphines, 1996), pois estes aparelhos consistem em uma roda livre ou várias rodas livres que uma vez em movimento tendem a manter a sua trajetória, mas caso alguma força tente mudar a sua trajetória original ele se opõe, e com isso enxergamos a figura do paradoxo que seria a força opositora contra a empresa, e esta por sua vez como se fosse o giroscópio, que neste caso ela age revendo suas políticas internas com o foco em se manter viva ou girando. 52 Dessa forma concluímos que os Paradoxos Organizacionais são salutares, apesar da dificuldade em administrar as conseqüências para as empresas. O alcance dessa boa administração, utilizando-se do marketing e do endomarketing, principalmente na implementação de um balanced scoreacard bem feita, cujo objetivo é focar o bem tangível da Empresa, cria o diferencial para a convivência harmônica de todos os paradoxos, o que leva, automaticamente, a um crescimento sadio e constante. As rupturas e novos posicionamentos são criados, na maioria das vezes, em função desses mesmos paradoxos, que tornam visíveis formas alternativas de trabalhar em uma mesma questão. Enquanto a competitividade estiver em um nível que suscite criatividade e transformação é um diferencial saudável entre os empregados, o que nos impele a trabalhar neste propósito, passando a fazer parte do planejamento estratégico de uma empresa. 53 Bibliografia Complexidade e a Contradição para Atingir Resultados Superiores, 1ª. Edição, Editora Atlas, 1996, 291 p, ISBN 85-224-1998-2. DAUPHINAIS, Bill et al. Principios de Paradoxos. Equipe de Change Integration da Price Waterhouse. Como Empresas de Alto Desempenho Administram o Caos, a, Editora Atlas, 1996, 1ª. Edição, 291 p, ISBN 85-224-1989-2 GUIMARÃES, Ícaro. Por que as Organizações Adoecem? E como você pode curá-las, Editora Saraiva 2007, 1ª. Edição, 156 p, ISBN 978-85-02-06193-4. HALPERN, E. Atividades de RH do Gerente de Vendas, Rio de Janeiro. 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Edição, 384 p, ISBN 85-221-0441-7. . 55 Anexo I - Questionário Questionário aplicado: 1) o que você acha do paradoxo que ocorre nas empresas em relação à cooperação cobrada para os trabalhos em grupo e a concorrência individual? 2) na sua visão como a sua empresa se comporta em relação a este paradoxo? 56 ANEXO II – Algumas Respostas do Questionário Aplicado Primeira Resposta: 1) O que você acha do paradoxo que ocorre nas empresas em relação a cooperação cobrada para os trabalhos em grupo e concorrência individual? Pelo que entendo, o paradoxo da cooperação e da concorrência individual se estabelece sobre todos os aspectos da vida. Porém, nas empresas esse paradoxo fica mais nítido e compreensível. Ao mesmo tempo que temos de ser profissionais de destaque, com iniciativa, pró-ativos e eficientes não nos destacaremos se fizermos tudo isso sozinhos. Atualmente a cooperação entre os pares, o trabalho em equipe, a capacidade de lidar com as pessoas tem sido atributo fundamental para o crescimento profissional. Então acho que esse é um dos paradoxos mais importantes, imutáveis e necessários. 2) É uma empresa grande cujas ações têm foco no macro. Investe na campanha de que juntos nós podemos mais, o que é um investimento no trabalho de equipe, cooperativo, para o atingimento das metas. Além disso existe o programa de reconhecimento e valorização do empregado que possibilita que esse reconhecimento seja efetuado individual ou coletivamente, a critério dos representante de cada unidade. Percebo que muitas ações são mais focadas no coletivo, até para fortalecimento das equipes e para que a cooperação seja uma constante. Porém, o reconhecimento ainda é individual, cada um deve defender o seu para conseguir “um lugar ao sol”, ou seja, uma função, mas sempre o trabalho em equipe é avaliado e valorizado. Colaboradora: Mulher, faixa etária 35 anos, bancaria, nível superior. Segunda Reposta: 1) O que voce acha do paradoxo que ocorre nas empresas em relação a cooperação cobrada para os trabalhos em grupo e concorrência individual? O paradoxo é nosso (do empregado), a empresa quer lucro, e por isso cooperação para que tenha mais produção. "Nós" queremos crescer/mostrar que somos melhores para receber melhores gratificações. Para a empresa não interessa esse jogo de poderes, ela quer o que melhor se adapte ao ambiente, inclusive até sendo o pior empregado em termos de produção e capacidade de trabalho. 2) Na sua visão como a sua empresa se comporta em relação a este paradoxo? A minha empresa se identificou com o que coloquei no outra resposta, com certeza existe empresa que quer o melhor empregado no melhor degrau da empresa, mas as vezes o melhor empregado não é o melhor para a empresa. Assim todas estão no mesmo patamar. Existe a questão de ser justo, talvez não sejam justos quanto a pessoa, mas sim quanto ao retorno desta pessoa, o que 57 ela pode oferecer à empresa em que trabalha, pela visão do empregador eles são justos. Colaboradora: Mulher, idade 43 anos, bancaria, bacharel em Contabilidade e Pos Graduação em Gestão de Projetos. Terceira Resposta: 1) O paradoxo entre o esforço do grupo e o individual é relativo, dependendo, no meu ponto de vista, de qual é a verdadeira intenção de quem está desenvolvendo o trabalho. Se o grupo ou o indivíduo atingir o objetivo máximo de bem comum, ele consegue se manter na direção correta do que deve ser os objetivos essenciais de toda organização. No entanto, atualmente vivemos um momento voltado para o cooperativismo e a solidariedade em todos os segmentos da sociedade, haja vista alguns fatores que afetam diretamente alguns grupos sociais, como pobreza, por exemplo. Daí nos voltamos a pensar que a causa disso é o individualismo de alguns em detrimento da maioria. O que não deixa de estar totalmente errado, no entanto, na minha opinião a problemática maior surge quando determinados membros de grupos movidos pelo “bem comum da maioria”, ou seja, de quem está do meu lado, se sobrepõe aos interesses reais e necessários ao bem estar de todos e principalmente dos indivíduos que não estão no seu grupo, podendo ser cruel a ponto de atingir a vida e ao próprio planeta. Parece que vivem com o lema é: “dane-se o resto”. Perderam o elo fundamental da luta do ser pelo próprio ser humano. Dentro das empresas não é diferente, uma vez que idéia dominante é a do grupo aonde existem mais pessoas em prol do bem, que na maioria é delas próprias, o que resulta num pensamento incongruente, pois julgamos que pelo fato de ser um grupo não está eivado da idéia de egoísmo, o que eu considero o equívoco fundamental da questão. Para negar o “egoísmo”, necessariamente o indivíduo tem que estar num grupo “solidário entre si” dominante ou ainda não, uma vez que todos querem mesmo é o poder, O importante mesmo é não ser considerado individualista, o que a “hipocrisia coletiva” condena veementemente. Acontece que nem sempre um grupo, mesmo com muitos integrantes, estão todos voltados para o bem comum, daí surgem choques e conflitos com outros grupos e indivíduos. A situação chega no limite quando alguém não se identifica com as idéias do grupo e prefere lutar pelo que acredita ser correto, acaba ficando vulnerável porque a idéia é: “preservar o grupo forte e não o indivíduo”. Se esquecem que o esforço individual pode ser mais benefico a própria existência de um grupo do que parece à primeira vista, uma vez que dependendo da situação o grupo pode estar sendo movido por argumentos tendenciosos de integrantes inescrupulosos que cedo ou tarde tendem a estagnar o próprio grupo, desvirtuando os seus objetivos primordiais e levando-o a caminhar em direção contrária ao proposto inicialmente. Podemos constatar isso quando vemos um indivíduo que não pertence a qualquer se destaca em determinada situação, ele acaba sendo alvo da “inveja coletiva” pois se ninguém gosta de perder, imagina quando se trata de um grupo, onde você encontra indivíduos tão diferentes entre si, e que podem cometer verdadeiras atrocidades em nome do grupo, afinal, “a luta do grupo, é pelo grupo”, onde os membros encontram apoio e estão unidos, e por isso “solidários”.Bem, se temos 58 uma sociedade onde está valendo mais o coletivo, então a “perversidade também é coletiva” pois é obvio que se a idéia de grupo não aceitar o “individualismo”, ao mesmo tempo ele se sente no direito de combatê-lo, e daí surgem então, as mais escabrosas manipulações para defender o grupo. Estas considerações só são possíveis quando os grupos não estão realmente interessados no bem estar de todos e no aprimoramento do trabalho para bem comum. Muitas vezes, o indivíduo que prefere se isolar dos grupos em detrimento de divergências com seus valores é massacrado e aniquilado e se torna alvo da “inveja coletiva” se ele conseguir algum destaque, então, vira um caos total, pois passa a ser perseguido por todos os grupos o que se torna algo altamente prejudicial e injusto, pois, como já foi dito anteriormente, não se identificar com grupos não significa que a pessoa não possa dar contribuição relevante para a organização. Por esta razão gerenciar pessoas é fundamental para o sucesso de uma empresa. Os administradores devem ter discernimento dos objetivos dos grupos existentes na empresa, dos indivíduos, além de visão em termos de relações humanas, pois muito disso que se chama “solidariedade”, não passa de uma grande falácia sustentada para manter privilégios de alguns e gerar para outros. Concluindo “dependendo do grupo que você está inserido, o melhor mesmo é ser individualista” e lutar pelo que acredita, ou seja, considero mais válido um indivíduo que pensa e trabalha no coletivo do que um grupo que só pensa e trabalha em seus próprios interesses. Embora o que eu acho ideal mesmo, seria que todos pensassem no global, mas isso parece utopia, por que a própria sociedade não nos educada para isso. 2) Na Caixa eu vejo pessoas preocupadas em manter a justiça e preservar as boas relações, mas também percebo muitos grupos paralelos que interferem e ferem habilmente estas intenções com falsas pretensões em torno do coletivo, mas isso é reflexo do que acontece na própria sociedade. Acredito que a Caixa poderia preparar seus gestores melhor para lidar com a situação, administrando grupos sem excluir os indivíduos que mesmo não estando inseridos em determinados grupos contribuem sobremaneira para a construção de uma empresa sólida diante da sociedade. Colaboradora: Mulher, idade 43 anos, bacharel em Contabilidade e Pos Graduação em Contabilidade. Quarta Resposta: Pergunta 1: Penso que esse é o grande desafio do líder, conseguir disseminar a cultura do trabalho em equipe, que é fundamental para o sucesso das organizações, assim como incentivar o talento individual de cada membro da equipe, difundindo que a concorrência é fundamental para a busca da excelência no trabalho, mas ressaltando que deve ser sempre pautada na ética. Pergunta 2: 59 Acho que minha empresa se perde um pouco no tema. Nossos gestores adotam algumas ações positivas, mas de uma forma geral não conseguem incentivar o grupo a cooperar de forma produtiva e espontânea. Às vezes a concorrência é incentivada de forma negativa e nem sempre promove os maiores talentos. Colaboradora: Mulher, 44 anos, bacharel em Contabilidade e Pos Graduação em Mercado de Capitais. Quinta Resposta: 1) O que voce acha do paradoxo que ocorre nas empresas em relação a cooperação cobrada para os trabalhos em grupo e concorrência individual? O paradoxo serve a um só axioma: Obter o máximo dos empregados para o melhor da Empresa. 2) Na sua visão como a sua empresa se comporta em relação a este paradoxo? Não dá a mínima. Colaboradora: Mulher, 50 anos, bacharel em Administração e Pos Graduação na Área de Tecnologia. 60 Anexo III - Fichamento Frente Assunto: Paradoxos Tema: Identificação dos Paradoxos nas Empresas Citação 1: “Pode-se definir paradoxo como a representação pelo indivíduo ou grupo de sua experiência, sentimentos, crenças e interções mediante dois estados aparentemente inconciliáveis. Para esse indivíduo ou grupo, a fim de caracterizar-se como um paradoxo, deve haver o sentimento de que essas dimensões opostas são mutuamente excludentes e não podem coexistir ou ser conciliado.Nas organizações, são descritos como paradoxos representações polarizadas e socialmente construídas, do tipo discurso e prática, autonomia e conformidade, passado e futuro, aprendizagem e mecanização do trabalho, liberdade e vigilância etc.” Verso Nº da Ficha: 1 Bibliografia: Mascarenhas, Andre Ofenhejm. Paradoxos Organizacionais: uma visão transformacional , Editora Thomson, 2004, 1 Edição, 384 p, ISBN 85-221-04417. Comentário: O livro traz em seu bojo todas as indentificações possíveis dos paradoxos organizacionais, demonstrando de forma clara e concisa as vivências empresariais e os dilemas e dicotomias vivenciados no dia a dia. Frente Assunto: Marketing Tema: Análise, planejamento, implementação e controle nas Empresas Citação 1: “Marketing de relacionamento e o desenvolvimento de relações satisfatórias a 61 longo prazo entre as partes – consumidores, fornecedores, distribuidores – para manter preferência e negócios a longo prazo. As empresas ágeis desenvolvem relacionamentos “ganha-ganha” a longo prazo entregando alta qualidade, bons serviços e preços justos para as outras partes.” Verso Nº da Ficha: 2 Bibliografia: Kotler, Philip. Administração de Marketing: Analise, planejamento, implementação e controle, Editora Atlas, 1997, 5 Edição, Editora Atlas, 1997, 725 p, ISBN 85-224-1825-x Comentário: O conceito contemporâneo de Marketing engloba a construção de um satisfatório relacionamento a longo prazo do tipo ganha-ganha no qual indivíduos e grupos obtêm aquilo que desejam e necessitam, com o dilema em que as empresas vivem, quando transferem aos empregados a responsabilidade de gerar resultados positivos com o melhor desempenho competitivo e, ao mesmo tempo, incluem em sua política a cooperação, para um adequado trabalho em equipe e preservação da imagem institucional. Este livro traz em riquezas de detalhes todas as nuances do processo de Marketing, servindo de manual para os neófitos e estudiosos do assunto.