Política econômica/endividamento das famílias EXCELENTÍSSIMO

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PRONUNCIAMENTO
13 de agosto de 2013
Assunto – Política econômica/endividamento das famílias
EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE
NOBRES MEMBROS DA MESA DIRETORA
E LÍDERES DAS BANCADAS
ILUSTRES COLEGAS
E SENHORES
O alto índice de endividamento das famílias brasileiras mostra que o modelo de
crescimento econômico baseado no estímulo ao consumo está esgotado, e exige
mudanças na política econômica do governo federal.
O quadro atual demanda a adoção de novas estratégias, fundamentadas no
estímulo ao investimento privado, com medidas como a aceleração das concessões de
obras de infraestrutura, a redução da burocracia e da carga tributária.
Dados do Banco Central apontam que o nível de endividamento das famílias
com os bancos atingiu o patamar recorde de 44,52% em maio, e segue em alta. Segundo
economistas, a elevação do endividamento das famílias está relacionada com o fraco
crescimento da economia, que gera menos renda; com o aumento da inflação, que ao
corroer o poder de compra da população impulsiona a busca por novos empréstimos.
Desde a eclosão da crise econômica mundial, em 2008, o governo federal vem
adotando as chamadas medidas anticíclicas, como forma de forma de combater os
efeitos da crise no País.
Essas medidas se concentraram basicamente em desonerações tributárias
pontuais para setores como indústria automobilística, de móveis e eletrodomésticos,
entre outros, e se destinavam a manter o consumo em alta.
Na nossa avaliação, essa estratégia foi oportuna durante um tempo,
principalmente como forma de garantir a manutenção do nível de emprego.
Atualmente, porém, o alto grau de endividamento das famílias, em especial da
chamada “nova classe média”, muitas delas comprometidas com financiamentos
habitacionais, de automóveis ou outros bens aponta que essa política baseada no
estímulo ao consumo chegou ao limite.
Tanto que as previsões do mercado financeiro de crescimento do PIB para 2013
giram em torno de pouco mais de 2%, enquanto a inflação continua em alta, acima dos
6% ao ano, e portanto, do centro da meta do Banco Central, de 4,5%.
Isso se reflete também no saldo da balança comercial, que no acumulado de
janeiro a 11 de agosto, apresentou um déficit no valor de US$ 4,39 bilhões (quatro
vírgula trinta e nove bilhões de dólares).
Em igual período do ano passado, o saldo comercial estava positivo (superávit)
em US$ 11,48 bilhões (onze vírgula quarenta e oito bilhões de dólares).
Isso acontece porque o nível de investimento no Brasil segue baixo, em torno de
18% do PIB ao ano, quando o próprio governo admite que o mínimo necessário seria de
25%.
Segundo os analistas, os custos de financiamento, os adiamentos dos leilões de
grandes obras de infraestrutura e a falta de garantias quanto à rentabilidade dos projetos
estão entre os principais fatores que desestimulam ou retardam os investimentos e,
consequentemente, impedem um avanço maior do PIB.
Precisamos de novas estratégias para reverter este quadro desfavorável da
economia.
Não dá mais para insistir somente em medidas pontuais de desoneração e
estímulo ao consumo.
Somente o aumento dos investimentos poderá destravar o crescimento
econômico.
E ele só virá se houver um ambiente favorável, com segurança jurídica, redução
da burocracia e da carga tributária.
É preciso ainda acelerar o processo de concessões de grandes projetos de
infraestrutura, como duplicação de rodovias, melhorias em portos e aeroportos,
fundamentais não só para o aumento do nível de investimento, como para a redução do
chamado custo Brasil, e para a melhoria da competitividade de nossa economia como
um todo.
Novos desafios exigem criatividade e flexibilidade para formular novas
estratégias.
A política econômica do governo federal precisa acompanhar esses movimentos,
se quiser manter o ambiente de otimismo que conquistamos nos últimos anos, que
resultaram em melhoria do nível de renda e redução das desigualdades sociais.
SENHOR PRESIDENTE, PEÇO A VOSSA EXCELÊNCIA
QUE
AUTORIZE
A
DIVULGAÇÃO
DO
MEU
PRONUNCIAMENTO NO PROGRAMA A VOZ DO BRASIL.
ANDRÉ ZACHAROW
Deputado Federal PMDB/PR
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