pro.fis.008 - desmame da ventilação mecânica invasiva

Propaganda
SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE
Tipo do Documento:
PROTOCOLO
Título do Documento:
Desmame da ventilação mecânica invasiva
I.
AUTORES
•
Sandra Helena Sampaio Damasceno
•
Elisete Mendes Carvalho
PRO.FIS.008 Página 1/3
Emissão: 03/02/2017
Revisão Nº: -
II. INTRODUÇÃO
O termo desmame refere-se ao processo de transição da ventilação artificial para a espontânea
nos pacientes que permanecem em ventilação mecânica invasiva por tempo superior a 24h.
Retirar o paciente da ventilação mecânica pode ser mais difícil que mantê-lo. O processo de
retirada do suporte ventilatório ocupa ao redor de 40% do tempo total de ventilação mecânica. Alguns
autores descrevem o desmame como a "área da penumbra da terapia intensiva" e que, mesmo em
mãos especializadas, pode ser considerada uma mistura de arte e ciência.
Apesar disso, a literatura tem demonstrado, mais recentemente, que protocolos de identificação
sistemática de pacientes em condições de interrupção da ventilação mecânica podem reduzir
significativamente sua duração. Por outro lado, a busca por índices fisiológicos capazes de predizer,
acurada e reprodutivelmente, o sucesso do desmame ventilatório ainda não chegou a resultados
satisfatórios.
III. CRITÉRIO DE INCLUSÃO
Pacientes em Ventilação Mecânica Invasiva que preencham os critérios indicativos de
desmame:
•
Evento agudo que motivou a VM revertido ou controlado;
•
PaO2 ≥ 60mmHg, FiO2 ≤ 0,4 e PEEP ≤ 5 a 8cmH2O;
•
Estabilidade hemodinâmica;
•
Capacidade de iniciar o esforço inspiratório;
•
Tosse eficaz;
•
Balanço hídrico zerado ou negativado nas últimas 24hs;
•
Equilíbrio ácido-básico e eletrolítico normais;
•
Sem intervenção cirúrgica próxima.
IV. CRITÉRIO DE EXCLUSÃO
Pacientes que se enquadrem nos seguintes critérios:
•
Diminuição da função diafragmática;
1
SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE
Tipo do Documento:
PROTOCOLO
Título do Documento:
Desmame da ventilação mecânica invasiva
PRO.FIS.008 Página 2/3
Emissão: 03/02/2017
Revisão Nº: -
•
Presença de comorbidades (doenças cardíacas, respiratórias, neurológicas e psiquiátricas);
•
Presença de delirium, depressão e ansiedade;
•
Infecção / Estados inflamatórios persistentes.
V. CONDUTA
1. Proceder assepsia das mãos;
2. Utilizar EPIs (máscaras e luvas descartáveis);
3. Busca ativa de pacientes em VM que preencha os critérios indicativos de desmame;
4. Mudança dos modos assisto-controlados para os modos espontâneos, sendo o modo PSV o
eleito por excelência;
5. Iniciar modo PSV com PS suficiente a garantir um VC entre 6 -8ml/kg;
6. Realizar desmame gradual da PS em valores de 2 a 4cmH2O de duas a quatro vezes ao dia,
tituladas conforme parâmetros clínicos até atingir de 7 a 5cmH2O. Níveis esses compatíveis
com teste de respiração espontânea com o paciente ainda conectado ao VM;
7. O teste de respiração espontânea em tubo T é outra modalidade que fornece informações
importantes a respeito do potencial de descontinuação do suporte ventilatório com o paciente
desconectado do VM;
8. Previamente aos TREs o paciente deve ser submetido a terapia de higiene brônquica e
aspiração de secreções traqueobrônquicas se necessário;
9. Em quaisquer dos testes optados, PS: 7 - 5 cmH2O ou tubo T, o paciente deve permanecer
entre 30 – 120 minutos;
10. Durante o TRE o paciente deve ser monitorado para sinais de insucesso:
FR > 35 rpm;
SatO2 < 90%
FC > 140 bpm;
PA sistólica > 180mmHg ou < 90mmHg;
Sinais e sintomas de agitação, sudorese e alteração do nível de consciência.
11. Após TRE bem-sucedido iniciar avaliações pré-extubação;
12. Paciente que obteve insucesso de desmame (não passou no primeiro TRE) deve ser
reconduzido a um suporte ventilatório que lhe proporcione conforto e trocas gasosas
adequadas por um período de 24h para realização de um novo TRE.
VI. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1. SCHETTINO, Guilherme et al. Paciente Crítico: diagnóstico e tratamento. Barueri, SP:
Manole, 2006. ISBN 85-204-2412-0.
2
SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE
Tipo do Documento:
PROTOCOLO
Título do Documento:
Desmame da ventilação mecânica invasiva
PRO.FIS.008 Página 3/3
Emissão: 03/02/2017
Revisão Nº: -
2. BARBAS, C. V.; ISOLA, A. M.; FARIAS, A. M. Diretrizes brasileiras de ventilação mecânica.
2013. Associação de Medicina Intensiva Brasileira e Sociedade Brasileira de Pneumologia e
Tisiologia, p. 1-140, 2013.
3. JOSÉ, Anderson; OKAMOTO, Valdelis. III Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica.
Revista
Brasileira de Terapia Intensiva, vol. 19 N 3, Julho – Setembro, 2007.
4. GOLDWASSER, Rosane et al. Desmame e interrupção da ventilação mecânica. J. bras.
pneumol.
[online].
2007,
vol.33,
suppl.2,
pp.128-136.
ISSN
1806-3713.
http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132007000800008.
3
Download