Acelino Pontes dos Santos Lima Filosofia Prática na Alemanha - influências de Hermann Keyserling Universidade Estadual do Ceará - UECE Centro de Humanidade - CH Curso de Filosofia - Bacharelado Fortaleza 2011 Universidade Estadual do Ceará – UECE Centro de Humanidade – CH Curso de Filosofia - Bacharelado Acelino Pontes dos Santos Lima Filosofia Prática na Alemanha - influências de Hermann Keyserling Monografia apresentada ao Curso de Filosofia da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Filosofia, sob a orientação da Prof.Dr.Dr. Maria Tereza de Castro Callado. Fortaleza 2011 Reitor: Prof.Ms. Francisco de Assis Moura Araripe Pró-Reitora de Graduação: Prof.Ms. Josefa Lineuda da Costa Murta Diretor do Centro de Humanidade: Prof.Dr. Marcos Antônio Paiva Colares Coordenador do Curso de Filosofia: Prof.Ms. Alberto Dias Gadanha Bacharelando: Acelino Pontes dos Santos Lima Ficha Catalográfica P814f Pontes, Acelino Filosofia Prática na Alemanha - influências de Hermann Keyserling / Acelino Pontes. - Fortaleza, 2011 93 p. Orientadora: Prof.Dr.Dr. Maria Tereza de Castro Callado. Monografia de Graduação em Filosofia (Bacharelado) Universidade Estadual do Ceará. Pró-Reitoria de Graduação. Centro de Humanidade. Curso de Filosofia. Bibliografia 1. Filosofia Prática 2. Profissão Filósofo 3. Alemanha 4. Hermann Keyserling 5. Escola da Sabedoria. I. Universidade Estadual do Ceará, Centro de Humanidades. CDD: 100 Para citar este documento: Pontes, Acelino: Filosofia Prática na Alemanha - influências de Hermann Keyserling. Monografia de Graduação em Filosofia (Bacharelado), Centro de Humanidades - Curso de Filosofia. Fortaleza: Universidade Estadual do Ceará, 2011. 93 p. Universidade Estadual do Ceará – UECE Centro de Humanidade – CH Curso de Filosofia - Bacharelado Filosofia Prática na Alemanha - influências de Hermann Keyserling. Bacharelando: Acelino Pontes dos Santos Lima Monografia aprovada em 07/02/2011 para obtenção do título de Bacharel em Filosofia. Nota: 10,0 com louvor. Banca Examinadora: _______________________________________ Prof.Dr.Dr. Maria Tereza de Castro Callado Orientadora _______________________________________ Prof.Ms. Jorge Henrique Lima Moreira Debatedor _______________________________________ Prof.Dr. Marcos Antônio Paiva Colares Diretor do Centro de Humanidade _______________________________________ Prof.Ms. Alberto Dias Gadanha Coordenador do Curso de Filosofia IV Dedicatória À Maria Augusta, com saudade imensa, pela ternura e afeição. V Agradecimentos Figura 1: Coruja. Fonte: Internet. In magnam gratiam relembro a Dona Roçilda e a todos os outros mestres que a seguiram e me acompanharam no percurso da busca pelo saber, pelo apoio, solidariedade e ensinamentos. Sou fruto dos meus mestres de então aos de hodierni. A Orientadora Prof.Dr.Dr. Maria Tereza de Castro Callado tributo gratia summa cum laude, pelo estímulo, ensinamentos valiosos e pela dedicação que me ofertou. A minha gratidão dedico também aos professores Jorge Henrique e Abraão pelo fecundo embate. Aos colegas studiosi philosophiae agradeço, nas pessoas da Alessa, da Thais e do Iranilson, a receptividade, o diálogo, os embates e a paciência. Ao colega Yure Cezar o meu agradecimento pela ajuda e dedicação. Dank und Anerkennung gelten meiner ewigen alma mater, die Universität zu Köln. VI Epígrafe “A filosofia, como os demais estudos, visa primeiramente o conhecimento. O conhecimento que ela tem em vista é aquela espécie de conhecimento que confere unidade e organização sistemática a todo o corpo do saber científico, bem como o que resulta de um exame crítico dos fundamentos das nossas convicções, dos nossos preconceitos, e das nossas crenças. Mas não se pode dizer, no entanto, que a filosofia tenha tido algum grande êxito na sua tentativa de dar respostas definitivas à suas questões. Se perguntarmos a um matemático, a um mineralogista, a um historiador, ou a qualquer outro homem de saber, que conjunto de verdades concretas foi estabelecido pela sua ciência, sua resposta durará tanto tempo quanto estivermos dispostos a lhe dar ouvidos. Mas se fizermos essa mesma pergunta a um filósofo, terá que confessar, se for sincero, que a filosofia não alcançou resultados positivos como os que foram alcançados por outras ciências. É verdade que isso se explica, em parte, pelo fato de que, assim que se torna possível um conhecimento preciso naquilo que diz respeito a determinado assunto, este assunto deixa de ser chamado de filosofia e torna-se uma ciência especial. Todo o estudo dos corpos celestes, que hoje pertence à astronomia, incluía-se outrora na filosofia; a grande obra de Newton tem por título: Princípios matemáticos da filosofia natural. De maneira semelhante, o estudo da mente humana, que fazia parte da filosofia, está hoje separado da filosofia e tornou-se a ciência da psicologia. Deste modo, a incerteza da filosofia é, em grande medida, mais aparente que real: os problemas para os quais já se tem respostas positivas vão sendo colocados nas ciências, enquanto que aqueles para os quais não se encontrou até hoje nenhuma resposta exata, continuam a constituir esse resíduo que denominamos de filosofia.” Bertrand Russell “Não existe uma especialidade, que está tão fortemente atrelada ao pulso do tempo, como a Filosofia.” Julian Nida-Rümelin Não há como pensar e ser futuro sem a Filosofia. O autor VII Resumo A constatação da prevalência da Filosofia Teórica no ensino de Filosofia no Brasil pode demandar indagações sobre a natureza da Filosofia Prática. O exemplo da Alemanha se configura como objeto de alta qualidade para a análise do atual formato das atividades práticas do Filósofo. Para identificar a essência da formação e do exercício da profissão Filósofo daquele país foram analisados aspectos da formação profissional ao exemplo de alguns cursos universitários, pesquisada a especialização profissional filosófica no contexto das mais representativas associações especializadas, relatado sobre o exercício profissional na práxis e exemplificada a colocação do Filósofo no mercado de trabalho. Palavras – Chaves: Filosofia Prática. Profissão Filósofo. Alemanha. Hermann Keyserling. Escola da Sabedoria. VIII Zusammenfassung Die Feststellung der Prävalenz der theoretischen Philosophie in der philosophischen Ausbildung in Brasilien kann Untersuchungen über die Eigenart der praktischen Philosophie verlangen. Das Beispiel Deutschlands beschreibt sich als Gegenstand hochwertiger Brauchbarkeit zur Analyse der gegenwärtigen Prägung praktischer Philosophentätigkeiten. Um den Kern der philosophischen Ausbildung und Berufsbetätigung desjenigen Landes zu bestimmen, wurde Gliederungshinsichten der Berufsausbildung am Beispiel einiger Hochschulstudienangebote ermittelt, die philosophische Fachaubildung im Kontext der einflussreichen Vertreterfachverbänden erforscht, über die berufliche Ausübung in der Praxis berichtet und die Platzierung am Arbeitsmarkt exemplifiziert. Stichwörter: Praktische Philosophie. Beruf Philosoph. Deutschand. Hermann Keyserling. Schule der Weisheit. IX Lista de Figuras Figura 1: Coruja . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . VI Figura 2: Graf Hermann Keyserling . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 Figura 3: Escola de Atenas (Rafael) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Figura 4: Logomarca do Career Service . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Figura 5: Saguão da Universidade LMU de Munique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 Figura 6: Prédio da Faculdade de Filosofia da Universidade de Colônia . . . . . . . . . . . . . 28 Figura 7: Auditório da Faculdade de Filosofia da Universidade de Colônia . . . . . . . . . . . 29 Figura 8: Aufruf! [Convocação!] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 Figura 9: Crônica da Sociedade de Filosofia Empírica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Figura 10: Emblema da sabedoria (1635) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 Figura 11: Estágio na empresa Westhouse Sweiz AG . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 Figura 12: Estágio na empresa ECOLAB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 Figura 13: Estágio na empresa Daimler AG (Smart) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 Figura 14: Estágio na empresa Daimler AG . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 Figura 15: Estágio na empresa Daimler AG . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 Figura 16: Estágio na empresa Bombardier Transportation . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 Figura 17: Estágio na empresa Flughafen Stuttgart GmbH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 Figura 18: Estágio na empresa Bosch GmbH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 Figura 19: Estágio na empresa BASF GmbH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 Figura 20: Estágio na empresa COINED e.V. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 Figura 21: Publicidade instigando a “Rassenhygiene” [Higiene Racial] . . . . . . . . . . . . . . . . 66 Figura 22: Práxis Dr. Michael Gutmann . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 Figura 23: Práxis Dr. Xaver Brenner, Fürstenfeldbruck . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74 Figura 24: Seminário realizado pelo Dr.phil. Achenbach . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74 Figura 25: Seminário realizado pelo Dr.phil. Michael Niehaus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 Figura 26: Práxis Dr. Bernhard Pesendorfer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76 Figura 27: Filosofar com crianças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77 X Lista de Tabelas Tabela 1: Lista aleatória de oferta de estágios para estudantes de Filosofia da Universidade de Stuttgart . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 Tabela 2: Lista de Consultórios e Escritórios de Filosofia na Alemanha e região de influência alemã . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 Tabela 3: Número de Consultórios e Escritórios de Filosofia na Alemanha e região de influência alemã . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 Lista de Gráficos Gráfico 1: Idade ao fim dos estudos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 Gráfico 2: Número de Semestres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 Gráfico 3: Disciplinas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 Gráfico 4: Função dos(as) Concludentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 Gráfico 5: Renda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 Gráfico 6: O primeiro emprego . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 Gráfico 7: Você vai mudar de trabalho num futuro próximo? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60 Gráfico 8: Número de Estágios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60 XI Lista de Siglas A Áustria AG Aktiengesellschaft [Sociedade Anônima] B Bélgica BA Bachelor of Arts [Bacharel em Artes] BV-PP Berufsverband für Philosophische Praxis e.V. [Associação Profissional de Práxis Filosófica] CH Suíça DGPhil Deutsche Gesellschaft für Philosophie e.V. [Sociedade Alemã de Filosofia] Dr.phil. Doctor philosophiae [Doutor em Filosofia] e.V. Eingetragener Verein [associação registrada] ES Espanha ESEMP ETC European Society for Early Modern Philosophy [Sociedade Européia da Filosofia do Início da Idade Média] Empresas de Transferência [de Tecnologia] e de Criação FS Fim de Semana GmbH Gesellschaft mit beschränkter Haftung [Sociedade Limitada] IPPh Institut für Praxis der Philosophie e.V. [Instituto de Práxis da Filosofia] LMU Ltda. Ludwig-Maximilians-Universität München [Universidade Ludwig-Maximilian de Munique] Sociedade Limitada MA Master of Arts [Mestre em Artes] NL Holanda S.J. Societas Jesu [Sociedade de Jesus, Jesuíta] PD Privat-Dozent [livre docente] StAP Studio Angewandte Philosophie [Estúdio Filosofia Aplicada] TGU Transfer- und Gründerunternehmung [Empresa de Transferência e de Criação] TTI Tecnologia – Transferência [de Tecnologia] – Iniciativa Ltda. na Universidade de Stuttgart XII Sumário Dedicatória . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Agradecimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Epígrafe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Zusammenfassung . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Lista de Figuras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Lista de Tabelas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Lista de Gráficos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Lista de Siglas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Sumário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1a. Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1b. Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1c. Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . V VI VII VIII IX X XI XI XII XIII 1 1 2 3 2. O Conceito ‘Profissão Filósofo’ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 3. A prática ao exemplo de filósofos históricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3a. Os Filósofos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3b. A Prática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 13 18 4. Formação Profissional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4a. Os Cursos de Filosofia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4b. Berlim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4c. Munique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4d. Colônia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4e. Saarbrücken . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4f. Düsseldorf . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4g. Heildelberg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4h. Stuttgart . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4i. Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 20 23 26 28 29 30 31 32 33 5. Especialização Profissional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5a. Sociedade Alemã de Filosofia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5b. Associação Profissional de Práxis Filosófica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5c. Instituto de Práxis da Filosofia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 39 43 45 6. Exercício Profissional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6a. Estágios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6b. Magistério e Pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6c. Inserção no Mercado de Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6d. Prática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 50 55 55 61 7. Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80 8. Referências Bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82 XIII 1. Introdução O filósofo exerce função - essencial e indisponível - no agir do ser humano? Respondendo essa pergunta poderemos chegar à importância e amplitude do campo de ação do Filósofo enquanto profissional. Embora essa pergunta tenda a buscar respostas em litígios avessos, não há de se distanciar muito de duas grandes linhagens do filosofar: a teoria e a prática. No Brasil, a teoria é explorada em demasia; a prática padece de investigações. A partir desse discernimento, nos importa o princípio in disputatione nascitur veritas eregido por Mariam Orkodashvili (2009), que “procura discutir as principais questões sobre as características e funções da universidade” e “tenta identificar os desafios que a universidade do futuro terá de enfrentar” (Ibid., p. 1). E ela pontifica: O principal argumento que o [seu] ensaio faz é que, por meio da busca constante pela verdade, através de discussões contínuas e "disputas", a universidade deve manter a sua função principal que é a produção de conhecimento.1 (Ibid., p. 1) Seguindo esses preceitos, estamos lançando a questão da Filosofia Prática no âmbito acadêmico, na tentativa de ligar a profissão Filósofo ao sentido da vida, não com pouca Leidenschaft [paixão], no intento de fazer interagir o pensante com a emoção do humano, fazendo exsurgir o ontológico e o ratio, para encaminhar o humano ao conscientemente aspirado, livrando-o do querer empírico ou pior, do aspirar manipulado pelas circunstâncias. Acreditamos estar construindo uma base fundamental e propositura de reflexão no caminho de uma re-engenharia do currículo universitário dos cursos de graduação e licenciatura em Filosofia no Brasil, em momento extremamente oportuno, quando o legislador impôs o encontro do jovem com a Filosofia. E o jovem necessita mais do que antes desse encontro, que certamente o livrará de muitas intempéries nos conflitos oportunistas dessa fase da vida. Apontar sentido de vida na vida sem sentido do jovem de hoje é o desafio primordial da Filosofia Prática. 1a. Justificativa Por que a influência de Keyserling? 1 “The main argument that the essay makes is that through constant search for the truth, through continuous discussions and „disputations‟, the university should retain its core function that is the production of knowledge.” 1 O início do Século XX se desenvolveu em meio a grandes conflitos sociais, econômicos e filosóficos, conflitos de extrema gravidade, que levaram a uma disputa bélica dizimante de uma boa parte da Europa por morte, fome e miséria. No espaço filosófico, as temáticas de importância sempre estavam ligadas a um forte clamor nacionalista, que encaminhou à fundação da Sociedade Alemã de Filosofia [Deutsche Philosophische Gesellschaft] em torno de Bruno Bauch. Essa se aventura em congregar uma tendência dominante ao tempo, a Wertphilosophie [Filosofia do Valor], que findou servindo de antídoto ao fenômeno nacionalista. (WIKIPEDIA, DIE FREIE ENZYKLOPÄDIE [Deutsche Philosophische Gesellschaft], 2010) Muitos daqueles pensadores com orientação nacionalista tentaram destruir a questão da humanidade como um todo, para entronizar a nação, no momento em que os interesses individuais devem ceder aos fins da própria nação. Estava assim preparado o fértil terreno nidificante do nacional-socialismo (Ibid.). A partir dessa evolução eclode a Filosofia keyserlinguiana, fundando uma incondicional oposição às tendências da filosofia nacionalista, que naturalmente o tornou abominado inimigo do regime nazista. Como desafeto do Estado ficou proibido de falar, de escrever e até de viajar. Essa mordaça o levou à ruína financeira e à terrível deslembrança. (TECHNISCHE UNIVERSITÄT DARMSTADT [Hermann Graf Keyserling], [s.d.]) Inicialmente, Keyserling se dedica à Filosofia da Cultura e da Vida. O seu livro „Reisetagebuch eines Philosophen“ [Diário de Viagem de um Filósofo] (1918) rendeu-lhe fama enorme tanto na Alemanha como na Europa e ainda, em várias outras partes do Mundo. No início da década de 20 Keyserling já desfrutava de surpreendente fama internacional. (Ibid.) Mas, é em 1920 que Keyserling enverga um novo processo, que irá influenciar toda a prática da Filosofia na Alemanha: a Schule der Weisheit [Escola da Sabedoria]. Esse constructo prático-filosófico revela a doutrina keyserlinguiana do sentido como orientação para o autodesenvolvimento, concretamente, fazer da vida algo fértil. Dessa forma, bem antes de, em 1980, se constituir a sua conseqüência natural - a Práxis Filosófica - se depreendia a que viria a Escola da Sabedoria. E com isso se infere ser a doutrina keyserlinguiana o fundamento substancial do que hoje se conhece por Filosofia Prática e por Práxis Filosófica na Alemanha. (INSTITUT FÜR PRAXIS DER PHILOSOPHIE E.V., 2008) 1b. Objetivos Numa fase preliminar, ideologicamente e a partir da análise do conceito ‘Filosofia’ procura-se estabelecer a abrangência do conceito ‘Profissão Filósofo’, já que aquele articula o campo de ação do Filósofo. Em complemento, se intenta a avaliação da formação e do exercício profissional de filósofos históricos e de 2 disciplinas práticas da Filosofia para conectar uma visão congruente da profissão filosofante, no que assista à prática filosófica. Ao estudo dos sistemas de formação e de especialização, que permeiam e viabilizam todo o processo de preparo do Filósofo para o exercício profissional, se procura encontrar acosto acadêmico para justificar e possibilitar o exercício prático da Filosofia. Assim, resta necessário encontrar na grade curricular universitária e nos programas de eventos de especialização das entidades científicas de formação continuada, elementos que pudessem favorecer o exercício da Filosofia Prática e estivessem coadunantes com a doutrina keyserlinguiana na espécie. Por fim, a título de objetivo específico, se faz inevitável um estudo pontual de situações e ofertas de estágio, exercício do magistério, da inserção do Filósofo no mercado de trabalho e da prática filosófica, que retrate a realidade profissional do Filósofo à luz dos princípios defendidos por Keyserling, em especial, no que identifique a existência da função ‘profissional liberal’. 1c. Metodologia No presente estudo aplica-se método qualitativo com abordagem descritiva, interpretativa, observacional, analítica de dados por acesso ao respectivo ambiente via internet. Da revisão literária se aclara e se remata conceitos essenciais para o manejo do estudo, identificando embasamento para o desenvolvimento do trabalho. Daí também se consubstancia aspectos e perspectivas de reconhecida dessuetude no convencional do filosofar. Na computação de dados e na análise de conteúdo referentes a biografias, currículo universitário, dados gerais dos diversos cursos, programa de eventos de especialização, estágios e locais de trabalho, o uso da ferramenta ‘internet’ foi de importância prima, em especial pela atualidade instantânea. Ao destilar o procedere metodológico seqüencial, encontramos, ao capítulo 2, a definição do termo Filosofia com ênfase na Filosofia Prática e no pensamento de Keyserling. Daí seguindo, no capítulo 3 se vislumbra a inserção de dados sobre a formação e exercício profissional de alguns filósofos históricos (3a.), bem como a afinidade de Filósofos celebrados com a Filosofia Prática (3b.). O capítulo 4 se destina a uma apreciação, em escolha aleatória, de vários cursos de graduação em Filosofia, com realce nas disciplinas complementares e suplementares, e na preparação dos estudantes para o mercado de trabalho. A especialização e a formação continuada são tratadas no capítulo 5 e exemplificadas no contexto das três mais representativas associações dos filósofos alemães. E, no capítulo 6, se elege a exposição de locais e conteúdo de estágios para estudantes de Filosofia, o exercício do magistério, a atividade de pesquisa, a inserção no mer- 3 cado de trabalho e o exercício da profissão liberal como Filósofo, com o propósito de retratar aspectos laborais de importância e de grande atualidade na Filosofia alemã. 4 2. O con ceit o 'Pr ofissão Filósofo' Filosofia tem definição, não tem definição. Essa é uma tarefa que preocupa os filósofos desde os tempos primórdios. Por conseqüência, há de se esperar que conceituar a Profissão Filósofo represente outro desafio bastante complexo para os estudiosos da Filosofia. Apesar de a controvérsia ser bastante ampla, é importante ressalvar algumas posições, que valem ser refletidas. De início, vislumbra-se uma tendência regional de acomodar a Profissão Filósofo no ambiente do ensino médio, magistério superior, da incumbência de escritor ou de pesquisador. Definitivamente, não há grande deleite de boa parte dos interessados na Filosofia por nenhum desses tirocínios. Resulte daí talvez a relativa falta de interesse dos jovens em abraçar a Profissão Filósofo. O ensino médio é uma esfera de ação profissional sem grande estímulo dada as precárias condições profissionais tanto do poder público como da iniciativa privada oferecidas ao professor. No âmbito do ensino superior a situação é bem melhor, em especial a remuneração, mas as exigências mínimas para o exercício do magistério superior obrigam ao candidato realizar uma formação extensa, que a muitos assusta. No âmbito da pesquisa a atividade do Filósofo está impregnada pelo empacho das verbas exíguas, desremediando um bom desempenho do enredo científico. Dada essas implicações, se faz necessário o apuro ontológico da questão sub examine dentro de uma análise profícua e cientificamente fundada com o desiderato de agenciar uma re-engenharia da conjuntura profissional do Filósofo. Nessa linha, computando o entendimento de alguns autores, resguardados aspectos deontológicos, se passa a expor aspectos relevantes da visão conceitual da Filosofia com a aspiração de apropriar a definição da ‘Profissão Filósofo’ nesse espaço. Desidério Murcho (2008), ao vislumbrar uma concepção do ensino da Filosofia, elege a necessidade de uma compreensão aberta e especulativa como fundamentais para a abordagem da Filosofia. O autor ainda inclui a preocupação que no âmbito da atividade filosófica, “é necessário distinguir cuidadosamente as competências estritamente filosóficas da informação histórica, e a leitura filosófica ativa dos textos dos filósofos da sua mera compreensão” (Id., p. 80). E a guisa de conclusão o mesmo autor revela: A filosofia não é uma disciplina empírica, como a história ou a física. É uma disciplina a priori ou que se faz pelo pensamento apenas. [...] O cientismo2 que desconfia do caráter a priori da filosofia é uma manifestação do desconforto perante a falta de resultados consensuais. (MURCHO, 2008, p. 84-85) 2 “[...] a solidez acadêmica de uma dada área de estudos com a quantidade de resultados substanciais que essa área produz” (Desidério Murcho, 2008, p. 83). 5 Mas, essa referida debilidade levantada pelo cientismo de Murcho, parece receber solução no sistema filosófico aludido por Paim (2007, p. 154), quando caracteriza a filosofia alemã no “empenho de lograr a constituição de um sistema”. E esse sistema nos alemães já é bem consistente no sentido de tentar suprir as dúvidas levantadas pelo cientismo, ao que se lê mais a frente em Paim: A persistência da crença no sistema tem, entretanto, outra fonte mais significativa que entende encontrar-se na confusão entre conteúdos problemáticos e atitudes problemáticas de um lado, e o desconhecimento do sentido objetivo de perguntas irrecusáveis de outro. A vigência dos problemas não decorre de uma atitude deliberada do investigador. Ao contrário, a este se impõem. Se são recusados numa forma, aparecem em outra e não se trata de que hajam sido suscitados com referência à possibilidade de serem solucionados. (2007, p. 156) Russell (1912, p.119) ensina que “é exclusivamente entre os bens do espírito que o valor da filosofia deve ser procurado”. Mas, será que seria um bem no sentido kantiniano do conceito Vermögen? Parece que sim, pois aquele autor indica que a filosofia sempre é a precursora da ciência especial: astronomia, psicologia, etc. Então, ela também é precursora de outros bens espirituais como a felicidade, do patrimônio ético do homem, bem como de todos os parâmetros da orientação da vida, numa ligação ontológica e indisponível, ainda presente em toda a amplitude do agir do ser humano. Por fim, em Russel, encontramos também que a Filosofia visa o conhecimento, pelo que se conclui que o bem filosófico russelliano é Vermögen, bem do espírito, patrimônio cultural e científico, sabença, erudição. Com Russell o conflito posteriormente alçado no cientismo de Murcho se apresenta mais aparente do que real, já que “os problemas para os quais já se tem respostas positivas vão sendo colocados nas ciências, enquanto que aqueles para os quais não se encontrou até hoje nenhuma resposta exata, continuam a constituir esse resíduo que denominamos de filosofia”. É a questão da qualidade precursora da Filosofia: as ciências exatas lançam-lhe as questões, a Filosofia devolve soluções. E nessa convicção, Russel nos ensina: “O valor da filosofia, na realidade, deve ser buscado, em grande medida, na sua própria incerteza.” Também encontramos nos escritos de Russell (1912, p.122) que não é o encontrar a verdade o grande fruto da contemplação filosófica, mais ainda, é intentar a busca da verdade, e isso, “por causa dos próprios problemas, porque esses problemas ampliam as concepções que temos acerca do que é possível, enriquecem a nossa imaginação intelectual e diminuem a arrogância dogmática que impede a especulação mental; mas sobretudo porque, graças à grandeza do universo que a filosofia contempla, a mente também engrandece e se torna capaz daquela união com o universo que constitui seu bem supremo”. Em analisar problemas de método no problema das relações das ciências humanas com a filosofia, Goldmann ([s.d.], p. 1) conclui que “se a filosofia é mais do que a simples expressão conceitual das diferentes visões de mundo, se, além de seu caráter ideológico, traz também certas verdades fundamentais concernentes às relações dos homens com os outros homens e com o universo, então estas verdades devem encontrar-se na própria base das ciências humanas e notadamente de seus métodos”. E sua análise segue por constatar que “as filosofias da natureza, desde o Renascimento 6 até Schelling e Hegel, tentaram introduzir o espírito e a consciência no universo físico” (Ibd., p. 1). Em sua opinião, essa tentativa provocou a perda de ‘terreno’ por parte da filosofia da natureza, entretanto ressalta que “um domínio de conhecimento incorpora-se à ciência positiva na medida em que se liberta de toda a ingerência filosófica” (Ibd., p. 1-2). A mesma leitura de Russel. Goldmann (Ibd., p. 2) reclama do cientificismo por tentar aplicar, nesse processo, a acima relatada asserção “às ciências biológicas e humanas, preconizando uma biologia mecanicista, uma psicologia behaviorista, uma história empírica e uma sociologia descritiva e coisificante”. Assim, ele clama: as ciências humanas devem ser filosóficas para serem científicas. O mais polêmico postulado de definição da Filosofia toma-se dos escritos fragmentados de Gramsci, nos ‘Cadernos do Cárcere’3, surgidos entre 1929 e 1936 na prisão e sem o uso de ferramentas científicas convencionais (KRAMER, [s.d.]), e onde se estatue o Marxismo como ‘Filosofia da Práxis’. Todavia, como comenta Semerano (2005: p. 31; HAUG, [s.d.]), a “filosofia da práxis é entendida como uma construção própria das classes subalternas, que se organizam, junto com seus intelectuais, para suplantar e superar a visão restrita e desumanizadora das classes elitizadas. Partindo das contradições (Q 11, 14874) do mundo dirigido e mantido pelos dominantes, a filosofia é da práxis porque os subalternos, com suas práticas políticas, econômicas e culturais, conseguem elaborar uma proposta alternativa, universal e socializadora de mundo, superior à ordem existente, atribuindo-se a tarefa histórica de construir coletivamente, de baixo, uma nova, ‘total, integral civilização’ (Q 11, 14345). A Filosofia da Práxis é então a construção de uma unidade entre a teoria e a prática que se orientaria para a transformação da realidade social ou ainda como deseja ver Riechers6: o ‘Idealismo subjetivo’, a ‘Filosofia do Subjeto-Objeto idêntico’”. Na questão da Aufklärung [iluminação, esclarecimento] em Kant (1977; 1985) vislumbra-se alguns importantes aspectos que se possa caracterizar a atividade do Filósofo. De início ele anota que a „Aufklãrung [iluminação, esclarecimento] é a emergência do homem de sua própria auto-infligida imaturidade”7. E Kant explica com precisão o termo Unmündlichkeit [imaturidade]: “Imaturidade é a incapacidade de uso de seu entendimento sem a orientação de um outro”8. Daí se conclui que, em sendo a Aufklãrung inerente à atividade profissional do Filósofo, esse estaria então habilitado a assumir essa orientação a que se refere Kant. E Kant (Ibd.) continua: Assim é difícil individualmente para cada pessoa se livrar da imaturidade, que quase se tornou a sua natureza. 9 3 GRAMSCI, A.: Quaderni del cárcere – v. 4. Torino: Einaudi, 1975. Edição crítica de Valentino Gerratana (Apud: SEMERARO, 2005). 4 Id., ibd. 5 Id., ibd. 6 Riechers, Christian: Antonio Gramsci. Marxismus in Italien, Frankfurt 1970, S. 171 (Apud: KRAMER, [s.d.]: p. 3). 7 “Aufklärung ist der Ausgang des Menschen aus seiner selbst verschuldeten Unmündigkeit.“ 8 „Unmündigkeit ist das Unvermögen, sich seines Verstandes ohne Leitung eines anderen zu bedienen.“ 9 „Es ist also für jeden einzelnen Menschen schwer, sich aus der ihm beinahe zur Natur gewordenen Unmündigkeit herauszuarbeiten.“ 7 [...] Consequentemente, existem só poucos que conseguiram se desvendar da imaturidade pela transformação do próprio espírito, e ainda empreender um andar seguro. 10 Como observado, Kant implica na necessidade da ‘orientação de um outro’ para que as pessoas comuns consigam encontrar a Aufklãrung, que mais ainda se faz necessária no momento em que Kant (1783) discorre sobre o juízo sintético e analítico. Uma das mais importantes obras de Hegel (2005), Fenomenologia do Espírito11 trata essencialmente de consciência, a autoconsciência e a razão, e assim instala fundamentos para uma atividade do Filósofo em áreas do comportamento humano e da psicologia em geral. Em outra obra, “Linhas Fundamentais da Filosofia do Direito”12 (HEGEL, 1997), esse autor alemão oferece grandes fundamentos filosóficos na área do Direito, o que naturalmente qualifica o filósofo a uma atividade de ‘orientação de um outro’ nesses dois ambientes profissionais. Ainda, Gelamo (2008, p. 156) e Novelli, (2005) discorrem em referência a Hegel13 sobre sua atividade como pedagogo, quando o primeiro inclui ensinar Hegel “que os alunos podem aprender o exercício da abstração, a qual se configura como essencial para o pensamento filosófico.” Dessa acepção, se pode concluir que Hegel vislumbra na lógica a ciência que contribui para esse fenômeno, fundamentando no caráter abstrato e num conteúdo que se distancia da realidade imediata, pois [...] para Hegel, a filosofia exige empenho reflexivo e analítico, o que não se obtém preso à avalanche dos interesses materiais. Desta forma, a filosofia não deve sofrer uma popularização, mas o povo deveria ser elevado ao nível da filosofia. Hegel não é favorável às concessões e facilitações, mas ao mesmo tempo não desconhece o contexto dentro do qual a filosofia é praticada. Nem todos têm os requisitos necessários para o exercício filosófico, porém é possível tê-los na medida em que se submeterem à empreitada que se deve assumir para adquirir o exigido. A filosofia, como tal, possui um conteúdo específico na medida em que se interessa por certos temas e de um modo todo particular, do qual o indivíduo, interessado no exercício do filosofar, deve se apropriar. A apropriação do conteúdo da filosofia implica a concomitante e necessária apropriação da também perspectiva filosófica. Hegel insiste nesse aspecto ao sustentar a primazia do conteúdo em relação àquele que o apreende. (NOVELLI, 2005, p. 136) A antes abordada ‘orientação de um outro’ kantiano, exsurge também em Hegel como ‘mediação mediada’, quando ele analisa a aprendizagem da filosofia com também a do filosofar, ao que relata com muita propriedade Novelli (2005, p. 147): A aprendizagem da filosofia ou do filosofar através de sua história também indica que, para Hegel, ninguém aprende sozinho, mas sempre através da mediação de um outro. O professor, os colegas, os textos são mediações pelas quais a aprendizagem se realiza. A mediação é o momento pelo qual o real se efetiva ou obtém status do ser como existente. Entre os textos e os colegas destaca-se a mediação do professor, pois este pode atuar como uma mediação mediada, isto é, que já assumiu para si a história da filosofia. Mais do que um facilitador o professor se põe como um paradigma 10 „Daher gibt es nur wenige, denen es gelungen ist, durch eigene Bearbeitung ihres Geistes sich aus der Unmündigkeit her aus zu wickeln, und dennoch einen sicheren Gang zu tun.“ 11 Phänomenologie des Geiste. 12 Grundlinien der Philosophie des Rechts. 13 HEGEL, F. (1809-1822): Escritos pedagógicos. México: Fondo de Cultura Econômica, 1991 (Apud: Gelamo, Rodrigo Pelloso: O Ensino da Filosofia e o Papel do Professor-Filósofo em Hegel. Trans/Form/Ação, São Paulo, 31(2): 153-166 2008). 8 para os alunos, uma vez que ele mesmo não chega à história da filosofia senão através da experiência pessoal com ela. O professor também não é um reprodutor, pois sua mediação não determinará como a história da filosofia deverá ser compreendida, visto que o processo do filosofar produz o filósofo e este, como tal, poderá continuar indagando. Além disso, a mediação situa sempre a perspectiva do todo ou da superação da singularidade pela relação com algo mais. Um dos principais campos de trabalho do Filósofo no Brasil é a atividade de professor no ensino médio, onde “todo estudante deverá ‘dominar os conhecimentos de filosofia e de sociologia necessários ao exercício da cidadania’14” (FÁVERO, 2004, p. 259). A predominância do “ensino transversal da filosofia, em oposição a um ensino disciplinar” se deve, em especial, “à precariedade da formação de professores de filosofia para o ensino médio em âmbito nacional” (Id., 2004, p. 259). Embora de difícil avaliação, Fávero (2004, p. 270) cita como temas mais presentes no ensino médio: “cultura geral; filosofia antiga (em especial, o surgimento da filosofia); ética; história da filosofia; teoria do conhecimento; e política”. Desses, destaca o autor a cultura geral como predominante, mas concentrada no debate de atualidades à luz de textos filosóficos. Dos filósofos estudados no ensino médio sobressaem-se Sócrates, Platão, Aristóteles, Descartes, Sartre, Kant e Marx, em detrimento de filósofos brasileiros e latino-americanos, como reclama Fávero (2004, p. 271). Nesse âmbito e indicando como novidade metodológica, Fávero (2004, p. 273) dá ênfase à inclusão, desde 1985, da “Filosofia para Crianças” de Matthew Lipman no ensino básico e que se estende até a educação média. Já no ensino superior a formação do filósofo brasileiro se restringe à habilitação pelo Bacharelado (formação do pesquisador) e/ou pela Licenciatura (formação do professor de ensino médio) (id., 2004, p. 275). Destarte, fica prejudicado o desenvolvimento de uma maior amplitude do espectro profissional, restando após a graduação as alternativas, algumas vezes frustrantes, de ser ‘professor [ensino superior] ou professor [ensino médio]’. Longe do que ocorre no Brasil, de todo o analisado, conclui-se que o filósofo exerce função essencial e indisponível no agir e ser do homem, tendo assim como conteúdo importante da sua atividade profissional uma decisiva ingerência na vida do cidadão. Em exercitar-se no filosofar, o profissional da Filosofia está em constante investigação e estudo de fenômenos e questões fundamentais. Ele percorre o estabelecimento de uma verdade única, o poder da argumentação, o jogo de raciocínios e a arte de convencer, a maiêutica, a ironia, a elaboração dos juízos sintéticos "a priori" e "a posteriori", o fenômeno da "coisa em si", a filosofia de vida, a fenomenologia, o empirismo lógico, o existencialismo, o abstracionismo racional, vislumbrando até o irracional. Ainda, o delineia a oferta da ‘orientação de um outro’ ou da ‘mediação mediada’, o empenho de lograr a constituição de um sistema, a extensão e qualidade dos bens do espírito, a qualidade precursora de seu estudo, a incerteza que visa o conhecimento; o encontrar o Vermögen, bem do espíri- 14 Citação do artigo 36 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n. 9.394/96) (Apud: FÁVERO, 2004, p. 259). 9 to, patrimônio cultural e científico, sabença, o encontrar a questão da Aufklãrung contra a imaturidade, a consciência, a autoconsciência e a razão, o exercício da cidadania, o empenho reflexivo e analítico. Em toda essa discussão exsurge Graf Hermann Keyserling (KEYSERLING [6], 1905), no início do Século XX, com uma estridente configuração da Filosofia, que lhe rendeu grande reconhecimento e atenção nos meios intelectuais de sua época. Suas mais conhecidas obras foram traduzidas para o inglês, para o francês e para o espanhol provocando também em outros países grande sensação15. “O efeito do seu se apresentar cunhou na opinião pública as compreensões daquilo que um Filósofo possa ser”16 (WIKIPEDIA, DIE FREIE ENZYKLOPÄDIE [Hermann Graf Keyserling], 2010). Figura 2: Graf Hermann Keyserling. Fonte: Internet17. Interessante resta observar que o pensamento de Keyserling teve grande influência no movimento modernista brasileiro da década de 20. Vejamos os que nos relata Della Paschoa RODRIGUES ([s.d.]): O movimento modernista da década de 20 ambicionava tornar o Brasil uma nação com forma própria, conquistando nossa individualidade cultural e um lugar no ‘concerto das nações’, como dizia Mário de Andrade18. Nessa tarefa, o autor modernista, baseando-se em certas teorias históricas e filosóficas, empenhou-se em produzir um trabalho que afirmasse a entidade nacional e assim criou o seu Macunaíma. [...] Mas a cultura brasileira não morre de todo. Mário, de certa forma, acredita no Brasil e deixa, no final do livro, a possibilidade de construirmos a nossa cultura: Macunaíma, na verdade, não morre, sobe para o campo vasto do céu, vira tradição, que poderá ser resgatada e transmitida (como aliás, é transmitida ao próprio Mário no Epílogo). 15 Garthe, Barbara: Über Leben und Werk des Grafen Hermann Keyserling, Disertação. Erlangen 1976, p. 395-399 (apud: WIKIPEDIA, DIE FREIE ENZYKLOPÄDIE [Hermann Graf Keyserling], 2010). 16 „Die Wirkung seines Auftretens prägte die Vorstellungen von dem, was ein Philosoph in der Öffentlichkeit sein kann.“ 17 http://www.ulb.tu-sarmstadt.de/spezialabteilungen/handschriten_musikabteilung/handschriften_historischedrucke/ nachlaesse_autographen/keyserling.de.jsp 18 ANDRADE, Mário de. Macunaíma: o herói sem nenhum caráter – Edição crítica de Telê Porto Ancona Lopez. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1978 (Apud RODRIGUES, [s.d.]). 10 Essa visão otimista com relação à formação de uma nação brasileira, Mário deve a Keyserling, único pensador que teve sua influência creditada explicitamente, num dos prefácios inéditos. Na concepção de Keyserling, o homem é uma entidade real que se manifesta através de criações culturais. A teoria dele, assim como a de Herder, afirma o particularismo das culturas e ao mesmo tempo seu lugar universal. O conceito de cultura keyserlinguiano está relacionado a um passado vivo e a cultura “é a forma da vida, como imediata expressão do espírito (...) é obrigação com relação a um passado vivo, (...) é exclusiva e, portanto, estritamente limitada no exterior; é essencialmente unitária, pelo que cada coisa particular nela pressupõe e alude à totalidade” (que, enfatizamos, é o conceito utilizado pelos modernistas de 20). Mas, diferentemente de Spengler, para ele “todas as culturas tradicionais do planeta estão em decadência”, não só a civilização ocidental. Mas se Keyserling considera que todas as culturas tradicionais estão em decadência, porque centradas “no irracional, no impulsivo” – que é intransferível e, assim, não dando continuidade à cultura, por outro lado, a cultura pode ser perpetuada através de tradições vivas. (RODRIGUES, [s.d.]) É nítida a influência keyserlinguiana - de forma análoga, na década de 30, insurgiu-se o filósofo alemão com ferocidade contra o então surgente nacional-socialismo na Alemanha - nesse processo descrito por RODRIGUES ([s.d.]); e ele ainda, firmando o incontestável influxo da filosofia de Keyserling no dar fundamento e no surgir da ‘nova’ cultura brasileira, acrescenta: Mário compartilhava do otimismo de Keyserling, que acreditava que a tradição viva era a via de transmissão da cultura, a despeito da decadência inevitável das civilizações. Por isso Macunaíma, apesar de ter perdido a muiraquitã (a cultura brasileira) vira constelação (tradição). Ou seja, agora ele se transformou em instrumento de transmissão do que poderia vir a ser a entidade brasileira. O projeto andradiano, portanto, pode ser resgatado pelas gerações futuras. Para Keyserling uma nova cultura se desenvolve ‘quando da mescla se origina o equivalente a uma nova raça definida’. Esse postulado permite Mário de Andrade conceber a gênese da Raça brasileira, criando seu herói a partir da mescla das três raças tristes (índio, branco e negro). Nosso herói, infelizmente como sabemos, deixa que sua porção branca oprima as outras e se vende à civilização decadente, não definindo uma nova Raça. Cabe ressaltar aqui que a porção branca de Macunaíma – vinda dos portugueses – já era mestiça e não se constituía como Raça; citando Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil: os portugueses apresentavam ‘ausência completa, ou praticamente completa de qualquer orgulho de raça (...) Essa modalidade de seu caráter explica-se muito pelo fato de serem os portugueses um povo de mestiços’. (RODRIGUES, [s.d.]) Arremata ainda RODRIGUES: Mário de Andrade encontra outro ponto de apoio em Keyserling, com relação à aversão à industrialização nascente, ao capitalismo verdadeiro, como nota C. Berriel (1987): ‘Keyserling oferece uma alternativa “não-burguesa” de leitura da realidade histórica, ao rejeitar a economia e a materialidade como formas explicativas. Assim, a crise da sociedade contemporânea pôde ser vista, tanto por Spengler e Keyserling, como por Mário de Andrade, como uma crise da cultura pura e simplesmente’. Todas essas postulações keyserlinguianas deram base para que Mário criasse seu ‘poema fundador’ da raça brasileira ligada à paisagem tropical, e, por conseqüência, desenvolver a cultura brasileira. Ao pessimismo de Spengler, Mário prefere a possibilidade keyserlinguiana de manter a tradição brasileira viva, na esperança de que ela venha a se despertar novamente; por isso mesmo é que escuta do papagaio a vida do herói de nossa gente e nos transmite. (RODRIGUES, [s.d.]) 11 Com isso, resta claro, que Keyserling a partir da sua visão de filosofia influencia diretamente no cultural, na constituição de uma raça, na evolução de uma nação: é a mais pura práxis da filosofia keyserlinguiana. A sua Filosofia da Cultura contribui com incisividade para um melhor entendimento entre os povos. Em todo esse complexo e amplo percurso ontológico, o Filósofo encontra um vasto e amplo espectro profissional, que em sendo fruto de seu estudo e, embora esse conteúdo espelhe contradições, se torna, sem qualquer perda de sua essência, robusta substância para o seu diversificado ofício. 12 3. A prát ica ao exemplo de filósofos hist óricos Trafegar na história da Filosofia em busca de identificar as atividades profissionais dos filósofos históricos dar-nos-á uma comensurável dimensão da amplitude do ofício de filosofar ao galivar-se o tempo. Em assim procedendo, ergue-se a realidade do exercício da profissão philosophica desde a antiguidade até os tempos contemporâneos. Nessa leitura alvorece não só as raízes históricas da evolução da Filosofia Teórica, como também da Filosofia Prática (Práxis) e da Filosofia angewandt [aplicada]. No momento em que a Physis perde em evidência para a Filosofia Antropológica forma-se um potencial de estudos diversificados, complexos e de forte impregnação abstrata. É o homem e o seu transcendental adentrando a Filosofia para gerar uma nova qualidade do filosofar, que abrangerá não só o homem com um todo, como também o seu habitat. Daí resulta, como bem lembra Russell (1912, p.119), a função de prógono em toda a universalidade do conhecimento humano. 3a. Os Filósofos Figura 3: Escola de Atenas (Rafael). Fonte: Internet19. Após essa circunspeção, parte-se por eleger alguns dos principais representantes das diversas eras da Filosofia, na tentativa de encontrar elementos formadores de uma visão sobre o exercício da profissão de Filósofo, conforme segue: Sócrates (470 a.C. – 399 a.C.): Definitivamente o mais importante dos primeiros filósofos que, assim como seu pai, foi escultor e talhador de pedra [Steinmetzer], tendo passado pelo serviço militar (infantaria) e consagrou-se como professor e educador (FONTANA, 1969, p. 27-30; VERGEZ; HUSMAN, 1982, p. 26-29; WHO'S WHO ONLINE [Sokrates], [s.d.]). 19 http://de.wikipedia.org/w/index.php?title=Datei:Raffael-58a.jpg&filetimestamp=20060428135911. 13 Platão (427 a.C. – 347 a.C.): Exerceu exclusivamente o ofício de professor (FONTANA, 1969, p. 31-36; VERGEZ; HUSMAN, 1982, p. 25-41; SUITE101.DE; WHO'S WHO ONLINE [Platon], [s.d.]). Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.): Fundou várias disciplinas, dedicou-se à Filosofia, Música, Ciências Naturais, Psicologia, Metafísica, Filosofia Política, Poética e Retórica. Alem de professor, pesquisador e dono de escola; exerceu-se na função de instrutor e professor particular do príncipe real. Foi o mais completo filósofo da antiguidade, tendo inclusive se aproximado ao que hoje se conhece como psicoterapia, ao desenvolver a ‘limpeza de emoções’, que ele denominou catarse20 [do grego κάθαρσις, kátharsis) e formulando os fundamentos da teoria do espírito (FONTANA, 1969, p. 43-44; VERGEZ; HUSMAN, 1982, p. 43-54; WHO'S WHO ONLINE [Aristoteles], [s.d.]; WIKIPEDIA, DIE FREIE ENZYKLOPÄDIE [Aristoteles], 2011). Epicuro (341 a.C. – 270 a.C.): Passou por serviço militar e dedicou-se exclusivamente ao ensino da filosofia (FONTANA, 1969, p. 45-47; VERGEZ; HUSMAN, 1982, p. 68-73; PHILOSOPHIE DER STOA; WHO'S WHO ONLINE [Epikur vom Samos], [s.d.]). Galileo Galilei (1564 - 1642): Inventor, descobridor, esclarecido pesquisador das ciências naturais, matemático, filósofo, fundador da astronomia moderna, da física clássica e da nova teoria da ciência, posteriormente foi nomeado ‘Primeiro Matemático e Filósofo do Estado’ (Toscana) (FONTANA, 1969, p. 89-90; WHO'S WHO ONLINE [Galileo Galilei], [s.d.]). René Descartes (1596–1650): Graduou-se em Direito, mas nunca exerceu; passou por um curto período de serviço militar, foi escritor e professor (FONTANA, 1969, p. 94-101; VERGEZ; HUSMAN, 1982, p. 139-157; THE EUROPEAN GRADUATE SCHOOL FOUNDATION (EGSF), [s.d.]; WHO'S WHO ONLINE [René Descartes], [s.d.]). 20 Método de purificação mental. 14 Benedictus de Spinoza (1632 -1677): Passou por formação fundamentalista em escola judaica, na língua latina, estudou Teologia, Física e Filosofia. Trabalhou como comerciante, como lapidador de lentes óticas e na produção de microscópios e binóculos, tendo ainda se dedicado ao desenho. Rejeitou um convite para o magistério superior em Filosofia. Escreveu várias obras filosóficas, quase todas publicadas post mortem (COLERUS, 1842; FONTANA, 1969, p. 102-105; VERGEZ; HUSMAN, 1982, p. 170-184; WHO'S WHO ONLINE [Baruch Spinoza], [s.d.]; WIKIPEDIA, DIE FREIE ENZYKLOPÄDIE [Baruch Spinoza], 2011). Immanuel Kant (1724 – 1804): Fundador do Criticismo e da Filosofia Transcendental. Estudou Ciências Naturais, Matemática, Filosofia, Teologia e Literatura clássica latina. Ministrou aulas particulares (Hauslehrer) e professorou na corte real (Hofmeister). Na universidade prelecionou Lógica, Ética e Filosofia Moral, Metafísica, Geografia, Matemática, Direito Natural, Enciclopédia Filosófica, Pedagogia, Física, Mecânica, Teologia Natural e Antropologia, chegando a exercer o cargo de Reitor da Universidade. Foi escritor e ainda serviu o cargo de bibliotecário auxiliar na Biblioteca Real do Castelo. Intitulava-se 'studiosus philosophiae' (FONTANA, 1969, p. 143-157; VERGEZ; HUSMAN, 1982, p. 256-271; WHO'S WHO ONLINE [Immanuel Kant], [s.d.]; WIKIPEDIA, DIE FREIE ENZYKLOPÄDIE [Immanuel Kant], 2010). Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770 – 1831): Foi preceptor privado (Hauslehrer), redator de jornal e editor de revista, diretor de colégio e escritor, investido no cargo de conselheiro escolar e exerceu o magistério superior na cátedra de filosofia (FONTANA, 1969, p. 162-167; GELAMO, 2008; VERGEZ; HUSMAN, 1982, p. 275-283; WHO'S WHO ONLINE [Georg Wilhelm Friedrich Hegel], [s.d.]). Friedrich Wilhelm Joseph Ritter von Schelling (1775-1854): Estudou teologia, matemática, ciências naturais e medicina. Exerceu o ofício de preceptor privado (Hauslehrer), de professor universitário, de editor de revista e foi investido no cargo de funcionário público do Estado da Baviera, onde findou professor particular de Filosofia do príncipe herdeiro da Baviera (FONTANA, 1969, p. 161- 15 162; WIKIPEDIA, DIE FREIE ENZYKLOPÄDIE [Friedrich Wilhelm Joseph Schelling], 2010). Friedrich Nietzsche (1844-1900): Dedicou-se ao estudo da Filologia clássica e da Teologia Evangélica. Realizou o serviço militar como atendente de enfermagem. Lecionou no ensino médio, foi escritor, filósofo, poeta e filólogo clássico; já com apenas 24 anos de idade exercia o magistério superior. (EISLER,1912; FONTANA, 1969, p. 202-205; VERGEZ; HUSMAN, 1982, p. 325-333; WIKIPEDIA, DIE FREIE ENZYKLOPÄDIE [Friedrich Nietz-sche], 2010) Hermann Alexander Graf Keyserling (1880-1946): Estudou geologia nas Universidades de Genebra, Tartu, Heidelberg e Viena. Escritor e Editor. O patrimônio da família ofereceu-lhe a condição de realizar-se profissionalmente como escritor independente e como filósofo livre. De 1911 a 1912 percorreu uma boa parte do mundo (Ásia, América e o sul da Europa). Essa viagem o inspirou a escrever um de seus livros mais conhecidos: “Diário de Viagem de um Filósofo”21 e chegou a vender na época mais de 50.000 exemplares22. É considerado um dos principais representantes da filosofia aplicada e deixou-se impregnar por elementos kantianos. Fundou a Sociedade de Filosofia Livre23, uma inovadora idéia de então. A convite do Grão-Duque Ernst Ludwig von Hessen mudou-se para Darmstadt, onde em 1920 instituiu a chama Escola da Sabedoria24, talhando novos horizontes para o exercício da profissão de filósofo e logo se tornando ponto de confluência para os mais expressivos intelectuais da época como Thomas Mann25, Carl Gustav Jung, Max Scheler, Richard Wilhelm, Leo Frobenius, Paul Dahlke, Rabindranath Tagore, Frank Thieß e Hans Driesch26. Com a “Escola da Sabedoria” e suas obras, Graf Keyserling se tornou uma das mais conhecidas e respeitadas personalidades na vida intelectual da República de Weimar27 [Weimarer Republik ]. Na sua prima obra, “Diário de 21 Reisetagebuch eines Philosophen (Travel-journal of a Philosopher). Gahlings, S: Hermann Graf Keyserling, p. 115 (apud: WIKIPEDIA, DIE FREIE ENZYKLOPÄDIE [Hermann Graf Keyserling], 2010). 23 Gesellschaft für freie Philosophie. 24 Schule der Weisheit. 25 Gahlings, S: Hermann Graf Keyserling, p. 130 (apud: WIKIPEDIA, DIE FREIE ENZYKLOPÄDIE [Hermann Graf Keyserling], 2010). 26 Garthe, Barbara: Über Leben und Werk des Grafen Hermann Keyserling, Disertação. Erlangen 1976, p. 395-399 (apud: WIKIPEDIA, DIE FREIE ENZYKLOPÄDIE [Hermann Graf Keyserling], 2010). 27 Id., ibd. 22 16 Viagem de um Filósofo” [Reisetagebuch eines Philosophen] ele descreve suas impressões filosóficas durante as incursões, que o levou à região do Mar Mediterrâneo, do Canal de Suez, do Oceano Índico, do Ceilão, da Índia, da China, do Japão, da América do Norte e do Sul, inclusive ao Brasil28. Nessas rotas, se comparava a Proteus, pois tentava assumir a identidade de cada cultura visitada para melhor visibilidade e lidimidade de seus estudos filosóficos (FERRATER-MORA, 2001, p. 1642-3; ENCYCLOPÆDIA BRITANNICA ONLINE [Hermann Alexander, Graf von Keyserling], 2010; KURZ, 2008; ENCYCLOPÆDIA BRITANNICA ONLINE [Hermann Alexander, Graf von Keyserling], 2010; WIKIPEDIA, DIE FREIE ENZYKLOPÄDIE [Hermann Graf Keyserling], 2010). Walter Benjamin (1892 - 1940): Em Freiburg iniciou os estudos em Filosofia, Germanística e História da Arte. Na sua atividade profissional dedicou-se à escritura de livros, traduções de obras, colaboração em revistas científicas, e, no âmbito jornalístico, foi crítico literário e articulista. (WHO'S WHO ONLI-NE [Walter Benjamin], [s.d.]; WIKIPEDIA, DIE FREIE ENZYKLOPÄDIE [Walter Benjamin], 2010) Jean-Paul Sartre (1905 - 1980): Mentor, ativista e ídolo em seu tempo. Realizou estudos de Psicologia, Filosofia, Sociologia e Arte Moderna. Durante o serviço militar foi atendente de enfermagem, tendo depois se destacado como professor do ensino médio, romancista, dramaturgo, escritor freelance [autônomo] e como colaborador e editor de revistas (WHO'S WHO ONLINE [Jean-Paul Sartre], [s.d.]; WIKIPEDIA, DIE FREIE ENZYKLOPÄDIE [Jean-Paul Sartre], 2010). A análise desses aspectos da biografia dos Filósofos acima contemplados vem de encontro ao nosso anseio de demonstrar a amplitude não só da formação dos Filósofos, como também das suas respectivas atividades profissionais. Como demonstrado, encontramos autores com uma farta e ampla formação acadêmica, como no caso de Kant, que estudou Ciências Naturais, Matemática, Filosofia, Teologia e Literatura clássica latina, bem como no de Aristóteles, Spinoza e Schelling. Em tudo isso, se faz necessário reconhecer que alguns dos Filósofos em cotejo dispuseram do que se poderia intitular de saber múltiplo. No caso específico de Kant, 28 WIKIPEDIA, DIE FREIE ENZYKLOPÄDIE [Hermann Graf Keyserling], 2010. 17 que inclusive chegou a lecionar Lógica, Ética e Filosofia Moral, Metafísica, Geografia, Matemática, Direito Natural, Enciclopédia Filosófica, Pedagogia, Física, Mecânica, Teologia Natural e Antropologia, resta evidente uma abundância enorme na espécie. Na mesma linha de percepção, o fenômeno do saber múltiplo resulta em capacidade de criação, como facilmente se pode demonstrar nos caso de Aristóteles e Galilei, que foram fundadores e criadores de várias disciplinas, bem como de múltiplos inventos. Naturalmente, uma boa parte desses se dedicou exclusivamente ao ofício de ensinar, de escrever ou de pesquisar. Há até, como no caso específico de Spinoza, quem renuncia ao convite à cátedra [provavelmente para manter a liberdade de sua linha de pensamento] ou nunca a exerceu (Keyserling, Sartre, Benjamin). Mas, nem por isso, esses Filósofos deixaram de se envolver com uma mínima amplitude do saber, resgatando assim a necessidade histórica e ontológica do domínio de um amplo saber para o exercício do filosofar. Resulta dessas reflexões que a amplitude do saber leva a uma amplitude de ação. E nem poderia ser diferente, pois, como visto no capítulo anterior, a atividade do Filósofo se desenvolve num vasto e amplo campo profissional. 3b. A Prá tica Se hoje, no ambiente da Filosofia Prática, vislumbramos a Ética, a Filosofia do Direito, da Política, da História, da Cultura, da Religião, da Sociologia, da Técnica, podemos dizer que Sócrates, Hegel, Sartre e vários outros, mas com maior propriedade ainda, no que se refere a Aristóteles, Galilei, Kant, Keyserling e Benjamin, são lídimos representantes da Filosofia Prática. Se tomarmos a Filosofia do Direito a título de arquétipo, verificamos que todo o arcabouço teórico da Ética, desde Aristóteles, encontra uma aplicação prática súbita, que se torna assim a base fundamental das ciências jurídicas. Enquanto se avalia as ações sob o prisma de ‘bom’ e ‘ruim’, em conseqüência se analisa os aspectos de Direito e de Justiça, como também assim, se adjetiva conformações violadoras de regras morais e éticas. Ao filosofar em Direito, estamos questionando qualidades aferentes à ontologia, ao instituir e ao legitimar, ao resguardar direito natural e direito positivo; fazer aforar a seqüência de importâncias, preferências legais e legítimas das normas legais, bem como as revogações. Tudo isso é transunto cristalino da prática da Filosofia no âmbito do Direito. Dos Filósofos que se dedicaram ao estudo dos fundamentos do Direito apontamos entre os mais proficientes: Hugo Grotius, Niccolò Machiavelli, Thomas Hobbes, G. W. F. Hegel, Hans Kelsen, Gustav Radbruch, H. L. A. Hart, Niklas Luhmann, Jürgen Habermas, John Rawls, Ronald Dworkin e Robert Alexy. 18 Ainda a guisa de exemplo no ambiente prático da atividade filosofante, retratamo-nos à Filosofia Política. A teoria política envolve o questionar a melhor forma de governo, a relação entre cidadão e o Estado, a distribuição do poder, a lei e sua formação, a propriedade, a segurança e a liberdade. Uma boa parte da discussão filosófica nesse ambiente se dedica à Teoria do Estado, da qual pendem questões como o surgir e sua legitimidade, a legalidade e a constitucionalidade do Estado. Essa temática recebe uma influência não muito anêmica da Filosofia do Direito, mas está intimamente ligada à política. As melhores contribuições para a formação do pensar político recebemos de Platão, Aristóteles, Sto. Augustinho, Marsílio de Pádua, Niccolò Machiavelli, Thomas Hobbes, John Locke, Jean-Jacques Rousseau, Immanuel Kant, Karl Marx, Michail Bakunin, Carl Schmitt, Hannah Arendt, Karl Popper e Michel Foucault. A Filosofia da Mente nos mostra outro ambiente da Filosofia Prática, onde a consciência recebe relevância e se relaciona com as ciências neurológicas e as da cognição, perfundindo questões do espírito, da consciência, da relação corpo-espírito/alma, e a incongruências entre matéria e espírito. E mais, se torna objeto de estudo desse jovem ramo da ciência magna da humanidade: o ser do espírito, bem como a possibilidade de um livre querer, do ser de estados mentais, conteúdos de consciência, emoções, conjecturas sobre inteligência artificial, identidade de si próprio e a possibilidade de viver após a morte física. Dentre os estudiosos dessas contendas encontramos G. W. Leibniz, B. de Spinoza, Alan Turing, Hilary Putnam, John Searle, Donald Davidson e Graf H. Keyserling. Com expressiva incisividade, apontamos Keyserling como um dos melhores exemplos e o mais importante representante da Filosofia Prática na história mais recente, independentemente de como essa subárea da Filosofia encontra definição. É lamentável que esse importante Filósofo, no ápice da sua produção científica, tenha sofrido um golpe mortal por parte do terrível Estado nacional-socialista que o condenou ao absoluto silêncio e fez desaparecer das livrarias e das bibliotecas toda a sua extensa obra durante a tenebrosa pungência do nazismo. 19 4. Formação Profission al Dentro da análise que nos propomos, vamos discorrer sobre a formação profissional do Filósofo na Alemanha, tomando como exemplo algumas universidades alemãs, que reputamos mais representativas para o nosso propósito. Todos os Cursos de Filosofia na Alemanha estão congregados a um órgão nacional, o Conselho das Faculdades de Filosofia29, com sede em Berlin e, conforme os seus estatutos (PHILOSOPHISCHE FAKULTÄTENTAG, 2006), em sendo a “união de todas as Faculdades de Filosofia, bem como as respectivas unidades organizacionais (Departamentos ou Grupo de Departamentos) na República Federal da Alemanha, é a representação político-universitária das Ciências Humanísticas, Culturais e Sociais nas Universidades Alemãs”30. Através do Conselho das Faculdades de Filosofia há, naquele país, um melhor acompanhamento das políticas públicas universitárias direcionadas ao ensino e à pesquisa na área da Filosofia. Ademais, a representação dos interesses dos Cursos de Graduação, Bacharelado, Licenciatura, Mestrado, Doutorado e de Livre Docência têm a possibilidade de ter seus interesses representados junto ao Governo Alemão e junto à Sociedade alemã de forma legítima, oficial, legal, competente e extremamente qualificada. 4a. Os Cursos de Filosofia Na Alemanha encontra-se distribuído nos respectivos (16) Estados da Federação (HINTEREDER, [s.d.]) o total de 91 Cursos de Graduação em Filosofia (incluindo os cursos com Filosofia a título de disciplina suplementar ou complementar), indicados abaixo conforme o Estado da Federação alemã, a Escola Superior (STUDIENFÜHRER PHILOSOPHIE, [s.d.]) e a cidade sede: Baden-Württemberg 1. 2. 3. 4. 5. Universidade de Freiburg im Breisgau. Escola Superior de Pedagogia de Freiburg im Breisgau. Universidade de Heidelberg. Escola Superior de Pedagogia de Heidelberg. Universidade de Karlsruhe. 29 Philosofischer Fakultätentag (PhFT). „Der Philosophische Fakultätentag ist als Vereinigung Philosophischer Fakultäten und entsprechender Organisationseinheiten (Fachbereiche oder Fachbereichsgruppen) in der Bundesrepublik Deutschland die hochschulpolitische Vertretung der Geistes-, Kultur- und Sozialwissenschaften an den deutschen Universitäten.“ 30 20 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. Escola Superior de Pedagogia de Karlsruhe. Escola Superior de Gestaltung de Karlsruhe. Universidade de Konstanz. Escola Superior de Pedagogia de Ludwigsburg. Universidade de Mannheim. Escola Superior de Pedagogia de Schwäbisch-Gmünd. Universidade de Stuttgart. Universidade de Tübingen. Universidade de Ulm. Academia Weilheim Bierbronnen. Escola Superior de Pedagogia de Weingarten. Bayern [Baviera] 1. Universidade de Augsburg. 2. Universidade de Bamberg. 3. Universidade de Bayreuth. 4. Escola Superior Filosófico-Teológica de Benediktbeuern. 5. Universidade de Eichstätt. 6. Universidade de Erlangen-Nürnberg. 7. Universidade de Munique. 8. Escola Superior de Filosofia dos Jesuítas - S.J. (Munique). 9. Universidade Técnica de Munique. 10. Escola Superior Teológica de Neudettelsau. 11. Universidade de Passau. 12. Universidade de Regensburg. 13. Universidade de Würzburg. Berlin [Berlim] 1. 2. 3. 4. Universidade Livre de Berlim. Universidade von Humboldt de Berlim. Universidade Técnica de Berlim. Universidade das Artes de Berlim. Brandenburg [Brandemburgo] 1. Universidade Técnica de Cottbus. 2. Universidade de Frankfurt an der Oder. 3. Universidade de Potsdam. Bremen 1. Universidade de Bremen. Hamburg [Hamburgo] 1. Universidade de Hamburg. Hessen 21 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Escola Técnica Superior de Darmstadt. Universidade de Frankfurt am Main. Escola Superior Filosófico-Teológica de Frankfurt am Main. Faculdade Filosófico-Teológica de Fulda. Universidade de Gießen. Universidade/Escola Superior Geral de Kassel. Universidade de Marburg. Mecklenburg-Vorpommern [Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental] 1. Universidade de Greifswald. 2. Universidade de Rostock. Niedersachsen [Baixa-Saxônia] 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. Universidade Técnica de Braunschweig. Universidade de Göttingen. Universidade de Hannover. Universidade de Hildesheim. Universidade de Lüneburg. Universidade de Oldenburg. Universidade de Osnabrück. Escola Superior de Vechta. Nordrhein-Westfalen [Renânia do Norte-Vestefália] 1. Escola Superior Técnica de Aachen. 2. Universidade de Bielefeld. 3. Escola Superior Eclesiástica de Bethel. 4. Universidade de Bochum. 5. Universidade de Bonn. 6. Universidade de Dortmund. 7. Universidade de Duisburg-Essen. 8. Universidade de Düsseldorf. 9. Universidade à Distância de Hagen. 10. Universidade de Colônia. 11. Escola Superior Alemã do Desporto de Colônia. 12. Universidade de Münster. 13. Escola Superior Filosófico-Teológica de Münster. 14. Escola Superior Geral de Paderborn. 15. Faculdade Teológica de Paderborn. 16. Escola Superior Filosófico-Teológica de St. Augustin. 17. Universidade de Siegen. 18. Universidade de Witten/Herdecke. 19. Universidade Escola Superior Geral de Wuppertal. Rheinland-Pfalz [Renânia-Palatinado] 1. Universidade de Kaiserslautern. 22 2. 3. 4. 5. 6. Universidade de Koblenz-Landau. Universidade de Mainz. Universidade de Trier. Faculdade Teológica de Trier. Escola Superior de Teologia de Vallendar. Saarland [Sarre] 1. Universidade de Saarbrücken. Sachsen [Saxônia] 1. Universidade Técnica de Chemnitz. 2. Universidade Técnica de Dresden. 3. Universidade de Leipzig. Sachsen-Anhalt [Saxônia-Anhalt] 1. Universidade de Halle-Wittenberg. 2. Universidade de Magdeburg. Schleswig-Holstein 1. Universidade de Kiel. 2. Escola Superior de Flensburg. Thüringen (Turíngia) 1. Universidade de Erfurt. 2. Universidade Técnica de Ilmenau. 3. Universidade de Jena. Das acima referidas Escolas Superiores, vamos eleger algumas cidades alemãs e expor suas respectivas Faculdades/Curso de graduação em Filosofia com suas principais características: 4b. Berlim I - Universidade Livre de Berlim (FREIE UNIVERSITÄT BERLIN, 2010). Faculdade: Instituto de Filosofia - Departamento de Filosofia e de Humanidades31. 31 Fachbereich Philosophie und Geisteswissenschaften. 23 Áreas Complementares: Ciências do Teatro, Antropologia Histórica, Idade Média – Renascença – Início da Idade Moderna, Ciências das Artes e Estética. Preparação Profissional: Preparação Profissional Geral32, Estágio Profissional, Career Service33 [Serviço da Carreira Profissional]. Graus Acadêmicos: (Exame Intermediário), Bacharel (Bachelor of Arts em 6 semestres), Mestre, Doutorado (Doctor philosophiae) e Livre Docência (Privat-Dozent). II - Universidade Humboldt de Berlim (HUMBOLDT-UNIVERSITÄT ZU BERLIN, 2010). Faculdades: Faculdade de Filosofia I (Filosofia, História, Etnologia Européia, Ciências Bibliotecárias e da Informação). Faculdade de Filosofia II (Literatura, Lingüística, Instituto do Norte da Europa, Romanística, Anglística/Americanística, Eslavismo incluindo a Hungariologia, Filologia Clássica). Faculdade de Filosofia III (Ciências Sociais, Arqueologia, Ciências da Cultura, História da Arte e da Imagem, Musicologia e Ciências da Mídia, Asiologia e Africanística, Estudo do Gênero). Faculdade de Filosofia IV (Ciências do Esporte, Ciências da Reabilitação, Ciências da Educação, Desenvolvimento da Qualidade no Ensino). Áreas Complementares: Filosofia da Antiguidade e Contemporânea; Filosofia Alemã Clássica; Antropologia Filosófica e Filosofia da Cultura incluindo a Teoria da Ciência nas Ciências da Cultura; Filosofia Prática, Filosofia do Direito e Social; Filosofia Prática e Ética; Filosofia Teórica; Teoria da Ciência nas Ciências Naturais e na Filosofia da Natureza; Lógica e Filosofia da Linguagem; Didática da Filosofia; Filosofia do Espírito [Geist]; História das Ciências da Antiguidade; Filosofia da Antiguidade. Preparação Profissional: Cursos de extensão como qualificação suplementar, aconselhamento, agenciamento de estudantes e concludentes, agenciamento jour fixe 32 33 Allgemeinen Berufsvorbereitung (ABV). Serviço de estágios, concursos, propostas de emprego e ascensão profissional. 24 [trabalho em tempo determinado], treinamento de entrevista de emprego, Career Center34 [Serviço da Carreira Profissional], Career Day35, Career Center Newsletter36 e Sprungbrett Studium und Beruf37 [Trampolim Estudo e Profissão]. Figura 4: Logomarca do Career Service. Fonte: Internet. Graus Acadêmicos: (Exame Intermediário), Magister Artium (M. A. em 9 semestres), Bacharel (Bachelor em 6 semestres), Mestre (Master em 4 semestres), Licenciatura (Lehramt, Bachelor of Education em 6 semestres e Master of Education em 4 semestres), Doutorado (Doctor philosophiae) e Livre Docência (Privat-Dozent). III - Universidade Técnica de Berlim (TECHNISCHE UNIVERSITÄT BERLIN, 2010). Faculdade: Faculdade I - Humanidades38 Áreas Complementares: História da Literatura, da Ciência e da Técnica; Ciência da Arte e do Urbanismo Histórico (Center for Metropolitan Studies39); Grupo Especializado: Ciência Política e Formação histórico-política; Ciência da Educação; Lingüística e Comunicação; Formação Profissional e Teoria do Trabalho; Centro de 34 Oferece cursos de qualificação chave e suplementar para estudantes. Visita conjunta de estudantes e concludentes para conhecer as empresas ‘por dentro’ e se informar sobre instalações empresariais e as diversas áreas de atividade. 36 Informa sobre questões da ascensão profissional, estudo orientado na práxis, evoluções do mercado de trabalho e sobre eventos do Career Center e seus parceiros de cooperação. 37 Informa sobre campos de atividade dos concludentes, incluindo aconselhamento sobre a profissão, agenciamento de estágios, qualificação suplementar, bem como sobre especialização. 38 Fakultät I – Geisteswissenschaften. 39 Centro de Estudos Metropolitano. 35 25 Pesquisa do Anti-semitismo; Centro da Pesquisa Interdisciplinar da Mulher e do Gênero (Techno-Club). Preparação Profissional: Career Center40 [Serviço da Carreira Profissional], agenciamento de conexão com o programa ERASMUS41, fomento de estudantes e graduados, projeto de práxis PREPARE42, projeto ‘Noite dos Empresários’ [‘Nacht der Unternehmen’]43 Encontro de estudantes com representantes de empresas para facilitar o diálogo empresa-estudante, bonding-studenteninitiative e.V.44, agenciamento de estágios e bolsas de estudo na Alemanha e no exterior, aconselhamento individual. Graus Acadêmicos: Bacharel (Bachelor of Arts em 6 semestres), Mestre (Master of Arts em 4 semestres). 4c. Munique I - Universidade Ludwig-Maximilian de Munique (LUDWIG-MAXIMILIANSUNIVERSITÄT MÜNCHEN, [s.d.]). Faculdade: Faculdade de Filosofia, Teoria da Ciência e da Ciência da Religião45. Áreas Complementares: Centro de Pesquisa de Hegel, Concepções de Razão - Justificação e Crítica, Centro Interuniversitário de Metafísica e Filosofia da Religião, Grupo de Trabalho Muniquense de Pesquisa da Religião, Estaturas do Espírito [Gestalten des Geistes], Kierkegaard no contexto do Idealismo alemão, Educação como meio e fim em si mesmo, Arte Plástica e Filosofia Analítica, Cultura do Economismo, Ética do Risco, Filosofia da Forma de Vida, Centro Muniquense de Filosofia Matemática46. 40 Oferece aconselhamento, informações sobre bolsa de estudos e sobre a carreira profissional. Programa de Ação no âmbito da Formação Superior. 42 Projeto para preparar o estudante para a profissão e formando ponte entre o estudo e a profissão. 43 Encontro de estudantes com representantes de empresas para facilitar o diálogo entre enmpresa-estudante. 44 Organização de iniciativa dos estudantes para fomentar o contato entre estudantes e empresas. 45 Fakultät für Philosophie, Wissenschaftstheorie und Religionswissenschaft. 46 Hegel-Forschungsstelle. Konzeptionen der Vernunft. Rechtfertigung und Kritik, Interuniversitäres Zentrum für Metaphysik und Religionsphilosophie, Münchner Arbeitsgemeinschaft Religionsforschung (MAR), Gestalten des Geistes. Kierkegaard im Kontext des deutschen 41 26 Figura 5: Saguão da Universidade LMU de Munique. Fonte: Internet. Preparação Profissional: Aconselhamento geral para estudantes do curso de Bacharelado e de Mestrado. Graus Acadêmicos: (Exame Intermediário), Bacharel (Bachelor of Arts em 6 semestres), Licenciatura (em 9-11 semestres), Mestre (Magister Artium Philosophiae em 9 semestres47), Doutorado (Doctor philosophiae) e Livre Docência (Privat-Dozent). II – Escola Superior de Filosofia Munique (HOCHSCHULE FÜR PHILOSOPHIE MÜNCHEN, 2010). Faculdade: Faculdade Filosófica S.J.48 Áreas Complementares: Campos Teóricos da Pedagogia do Adulto, Concepções da Ação na Educação de Adultos, Ciências da Comunicação e Pedagogia de Adultos, Ética da Globalização, Filosofia e Profissão, Programa Espiritual da Escolástica, o Grupo de Mídia ‘Schnitt.E’, Filosofia e Cultura: Teatro – Filme – Circunst49. Preparação Profissional: „Philosophie und Beruf - Erst denken, dann arbeiten!“50. Praktikumsbörse (Centro de Agenciamento de Estágio). Idealismus, Bildung als Mittel und Selbstzweck, Bildende Kunst und Analytische Philosophie, Kulturen des Wirtschaftens, Risikoethik, Philosophie und Lebensform, Munich Center for Mathematical Philosophy. 47 Inclusa a graduação. 48 Philosophische Fakultät S.J. 49 Theoriefelder der Erwachsenenpädagogik, Handlungskonzepte in der Erwachsenenbildung, Kommunikationswissenschaft und Erwachsenenpädagogik, Ethik der Globalisierung, Philosophie und Beruf, Spirituelles Programm der Scholastiker, Die Mediengruppe »Schnitt.E«, Philosophie und Kultur: Theater - Film – Circunst. 50 Programa de incentivo ao estudante de filosofia visando a colocação no mercado de trabalho. 27 Graus Acadêmicos: Bacharel (Bachelor of Arts em 6 semestres), Mestre (Magister Artium em 4 semestres), Doutorado (Doctor philosophiae) e Livre Docência (PrivatDozent). 4d. Colônia Figura 6: Faculdade de Filosofia da Universidade de Colônia. Fonte: Internet. I - Universidade de Colônia (UNIVERSITÄT ZU KÖLN, 2010). Faculdade: Faculdade de Filosofia51. Áreas Complementares: História das Artes; Ciências da Música e da Mídia; Arqueologia; Conhecimento da Antiguidade e Culturas da Área do Mediterrâneo; Língua e Literatura Alemã; Línguas, Culturas e Sociedades extra-européias; Egiptologia; Africanística; Etnologia; Indologia & Tamilística; Ciência do Islamismo e Filosofia da Indonésia; Japonologia; Estudos da China; Estudo da Espanha-PortugalAmérica Latina; Instituto de Estudos Portugueses-Brasileiros; Linguística, Línguas e Culturas Européias, Americanas e Anglofônicas; Estudos dos Países Baixos; Eslandinavística; Fenística; História Angloamericana; História Ibérica e Latinoamericana; História do Leste Europeu; Didática da Poética e da História da Integração Européia; Teologia e Ciências da Religião; Papirologia; Epigrafia; 51 Philosophische Fakultät. 28 Numismática; Desenvolvimento e Didática da Linguagem; Pesquisa da Leitura e a Mídia Infanto-juvenil; História da Publicística; Filme e História52. Figura 7: Auditório da Faculdade de Filosofia da Universidade de Colônia. Fonte: Internet. Preparação Profissional: Aconselhamento Geral, Coordenação da Formação de Professores, Career Service [Serviço da Carreira Profissional], Campus meets Career [Campus universitário encontra a carreira profissional], Centro de Relação Internacionais e de Relações Públicas. Graus Acadêmicos: (Exame Intermediário), Bacharel (Bachelor of Arts), Master of Arts, Diploma, Licenciatura, Mestre (Magister), Doutorado (Doctor philosophiae) e Livre Docência (Privat-Dozent). 4e. Saabrücken I - Universidade do Saarland (UNIVERSITÄT DES SAARLANDES, 2010). Faculdades: Faculdade de Filosofia I (Ciências da História e da Cultura)53 Faculdade de Filosofia II (Ciências da Linguagem, da Literatura e da Cultura)54 52 Kunstgeschichte; Musikwissenschaft und Medienwissenschaften; Archäologie; Altertumskunde und Kulturen des Mittelmeerraums; Deutsche Sprache und Literatur; außereuropäische Sprachen, Kulturen und Gesellschaften; Ägyptologie; Afrikanistik; Ethnologie; Indologie & Tamilistik (IITS); Islamwissenschaft und Indonesischer Philologie; Japanologie; China-Studien; Spanien-Portugal-Lateinamerika; PortugiesischBrasilianisches Institut; Linguistik; Europäische, amerikanische und anglophone Sprachen und Kulturen; Niederlandistik; Skandinavistik/Fennistik; Angloamerikanische Geschichte; Iberische und Lateinamerikanische Geschichte; Osteuropäische Geschichte; Didaktik der Geschichte und Geschichte der europäischen Integration; Theologie und Religionswissenschaften; Papyrologie; Epigraphik und Numismatik; Sprachentwicklung und Sprachdidaktik; Leseforschung und Kinder- und Jugendmedien; Geschichte der Publizistik; Geschichte und Film. 53 Philosophische Fakultät I (Geschichts- und Kulturwissenschaften). 54 Philosophische Fakultät II (Sprach-, Literatur- und Kulturwissenschaften). 29 Faculdade de Filosofia III (Ciências Humanísticas Empíricas – Instituto da Ciência Esportiva)55 Áreas Complementares: Teologia Evangélica e Católica; Ciências da Antiguidade; História da Arte; Ciência da Música; Ciências da Cultura orientada na História; Germanística; Romanística; Anglística, Americanística e Culturas Anglofônicas; Eslavística; Ciência Aplicada da Linguagem, Tradução, Atividade de Intérprete; Lingüística Geral; Ciências Humanas Empíricas; Ciência do Esporte; Ciência da Educação; Sociologia; Psicologia; Geografia; Ciência da Informação.56 Preparação Profissional: Centro de Competência Chave57, Career Service [Serviço da Carreira Profissional], Serviço de Cooperação Ciência e Mundo do Trabalho58, Empreendedorismo59, Time de Agenciamento de Trabalho60. Graus Acadêmicos: Bacharel (Bachelor of Arts em 6 semestres), Licenciatura (em 7 semestres), Mestre (Magister Artium em 9 semestres61), Doutorado (Doctor philosophiae) e Livre Docência (Privat-Dozent). 4f. Düsselforf I - Universidade Heinrich Heine de Düsseldorf (HEINRICH HEINE UNIVERSITÄT DÜSSELDORF, 2010). Faculdade: Faculdade de Filosofia62 Áreas Complementares: Filosofia Aplicada63, Filosofia Prática64, Anglística e Americanística, Ciências da Educação, Germanística, Ciências Históricas, Estudos Judái- 55 Philosophische Fakultät III (Empirische Humanwissenschaften - Sportwissenschaftliches Institut). Evangelische e Katholische Theologie; Altertumswissenschaften; Kunstgeschichte; Musikwissenschaft; Historisch-orientierte Kulturwissenschaften; Germanistik; Romanistik; Anglistik, Amerikanistik und Anglophone Kulturen; Slavistik; Angewandte Sprachwissenschaft, Übersetzen, Dolmetschen; Allgemeine Linguistik; Empirische Humanwissenschaften; Sportwissenschaf; Erziehungswissenschaft; Soziologie; Psychologie; Geographie; Informationswissenschaft. 57 Zentrum für Schlüsselkompetenzen. 58 Career Service, Kooperationsstelle Wissenschaft und Arbeitswelt (KoWA). 59 Existenzgründung. 60 Team Arbeitsagentur. 61 Inclusa a graduação. 62 Philosophische Fakultät. 56 30 cos, Filologia Clássica, História da Arte, Ciência da Mídia e da Comunicação, Japão Moderno, Romanística, Ciências Sociais, Língua e Informação65. Preparação Profissional: Career Service [Serviço da Carreira Profissional], Programa KUBUS [Orientação Profissional, de Carreira e de Estudo]66, Bolsa de Empregos67, Feira do Campus68, Comece – Ofertas para o iniciante na profissão69, Dia de Recrutamento70, Portal do Emprego71, Estágio & Empregos na Região - MEDIA-ROOKIES72. Graus Acadêmicos: Bacharel (Bachelor of Arts em 6 semestres), Mestre (Master of Arts em 4 semestres), Doutorado (Doctor philosophiae) e Livre Docência (Privat-Dozent). 4g. Heidelberg I - Universidade Ruprecht-Karls de Heidelberg (RUPRECHT-KARLS-UNIVERSITÄT HEIDELBERG). Faculdade: Faculdade de Filosofia73 Áreas Complementares: História Americana; Arqueologia; História FrancônioPalatinada e Estudos Regionais; Ciência da Religião; História da Arte Européia; Filologia Latina da Idade Média e da Moderna; Ciência da Música; História do Leste Europeu; Japonologia; História da Arte do Leste da Ásia; Sinologia; Filologia Clássica; Egiptologia; História Antiga e Epigrafia; Arqueologia Bizantínica e História da Arte; Arqueologia Clássica; Papirologia; Pré-História, História Anti- 63 Angewandte Philosophie. Praktische Philosophie. 65 Anglistik und Amerikanistik, Erziehungswissenschaften, Germanistik, Geschichtswissenschaften, Jüdische Studien, Klassische Philologie, Kunstgeschichte, Medien- und Kulturwissenschaft, Modernes Japan, Romanistik, Sozialwissenschaften, Sprache und Information. 66 Karriere und Berufsorientierung und Studium – das KUBUS-Programm. 67 Jobbörse. 68 Campusmesse. 69 Get started – Angebote für den Berufseinstieg. 70 Recruitingtag. 71 Jobportal. 72 Praktika & Jobs in der Region - MEDIA-ROOKIES. 73 Philosophische Fakultät. 64 31 ga e Arqueologia do Oriente Médio; Assirologia; Ciência do Islã; Semítica; História Cultural e Religiosa do Sul da Ásia (Indologia Clássica); Estudos do Sul da Ásia em Linguagem Moderna (Indologia Moderna); História do Sul da Ásia; Arte e Música; Filosofia e História do Geist [Espírito]; Ideologia; Religião e Mitologia; Estudo do Povo; Economia, Técnica, Ciência, História do Efeito e da Recepção74. Preparação Profissional: Career Service [Serviço da Carreira Profissional], Informação e Aconselhamento, Programa de Eventos75, Bolsa de Estágios e de Empregos76, Oferta para Empresários77, Rede descentralizada de Iniciativas de Estágios78. Graus Acadêmicos: Bacharel (Bachelor of Arts em 6 semestres), Mestre (Magister em 4 semestres consecutivos ao Bacharelado), Licenciatura, Mestre (Master of Arts), Doutorado (Doctor philosophiae) e Livre Docência (Privat-Dozent). 4h. Stuttgart I - Universidade de Stuttgart (UNIVERSITÄT STUTTGART, 2010). Faculdade: Faculdade Filosófico-Histórica79 Áreas Complementares: História da Arte; Filosofia da Técnica e da Cultura; Filosofia da Linguagem e Moderna Metafísica; Metaética e Teoria da Ação; Fundamento da Ética Normativa e da Ética Aplicada; Filosofia do Século 20: Tradição „Conti- 74 Amerikanische Geschichte; Archäologie; Fränkisch-Pfälzische Geschichte und Landeskunde; Religionswissenschaft; Europäische Kunstgeschichte; Lateinische Philologie des Mittelalters und der Neuzeit; Musikwissenschaft; Osteuropäische Geschichte; Japanologie; Kunstgeschichte Ostasiens; Sinologie; Klassische Philologie; Ägyptologie; Alte Geschichte und Epigraphik; Byzantinische Archäologie und Kunstgeschichte; Klassische Archäologie; Papyrologie; Ur- und Frühgeschichte und Vorderasiatische Archäologie; Assyriologie; Islamwissenschaft; Semitistik; Kultur- und Religionsgeschichte Südasiens (Klassische Indologie); Neusprachliche Südasienstudien (Moderne Indologie); Geschichte Südasiens; Kunst und Musik; Philosophie und Geistesgeschichte; Ideologie; Religion und Mythologie; Volkskunde; Wirtschaft, Technik, Wissenschaft, Wirkungs- und Rezeptionsgeschichte. 75 Veranstaltungsprogramm. 76 Praktikums- und Stellenbörse. 77 Angebote für Unternehmen. 78 Netzwerk dezentrale Praktikumsinitiativen. 79 Philosophisch - Historische Fakultät. 32 nental“ (Heidegger, Derrida et all) bem como „Analítica“ (Wittgenstein, Goodman et all)80. Preparação Profissional: Career Service [Serviço da Carreira Profissional]; Empregos para Filósofos81; Informações sobre Estudo – Estágio – Profissão82; Contacto / Aconselhamento / Agendamento de Encontros83; Treino de Solicitação de Emprego84; Eventos de Recrutamento85; Empreendedorismo86; Qualificação e Treinamento87; Contatos com Rede de Parceiros88; Empresas de Transferência [de Tecnologia] e de Criação (ETC)89; TTI (Tecnologia – Transferência [de Tecnologia] – Iniciativa Ltda. na Universidade de Stuttgart)90. Graus Acadêmicos: (Exame Intermediário), Bacharel (Bachelor of Arts em 6 semestres), Mestre (Magister em 4 semestres consecutivos ao Bacharelado), Licenciatura (em 10 semestres), Mestre (Master of Arts em 4 semestres), Doutorado (Doctor philosophiae) e Livre Docência (Privat-Dozent). 4i. Objetivos Reservamos comentar sobre os objetivos do Curso de Filosofia na Alemanha para um tópico específico, visto apresentarem todas as universidades alemãs quase idênticas proposições, entrementes, dada a forte influência e vivência do federalismo, algumas universidades e regiões guardam algumas características especiais, que passamos a analisar. Da Universidade Livre de Berlim colhemos a seguinte avaliação sobre a capacitação do concludente do seu curso de Filosofia (FREIE UNIVERSITÄT BERLIN, 2010): 80 Kunstgeschichte; Technikphilosophie und Kulturphilosophie; Sprachphilosophie und moderne Metaphysik; Metaethik und Handlungstheorie; Grundlagen der normativen Ethik und Angewandte Ethik; Philosophie des 20. Jahrhunderts: „kontinentale“ (Heidegger, Derrida u.a.) sowie „analytische“ (Wittgenstein, Goodman u.a.) Tradition. 81 Jobs für Philosophen. 82 Informationen über STUDIUM - PRAKTIKUM – BERUF. 83 Kontakt / Sprechstunden / Terminvereinbarung. 84 Bewerbungstraining. 85 Recruiting-Events. 86 Existenzgründung. 87 Qualifizierung und Coaching. 88 Kontakte zu Netzwerkpartnern. 89 Transfer- und Gründerunternehmung (TGU). 90 TTI GmbH (Technologie-Transfer-Initiative GmbH an der Universität Stuttgart). 33 O concludente do curso de Bacharelado dispõe de conhecimentos científicos e de proficiência prática para o exercício profissional ou está qualificado para estudos acadêmicos subseqüente. Filósofos são confrontados frequentemente com temas no ambiente da Teoria do Conhecimento e da Teoria das Ciências, motivo pelo qual se tornam predestinados para atividades no âmbito de implementações e execuções; considerando-se, nesse desígnio, que serão assumidas atividades sofisticadas e orientadas na práxis, quando é exigido um melhor discernimento sobre temas e propostas de pesquisa. O conhecimento com orientação prática habilita ao Bacharel em Filosofia está em voga, em especial, na pesquisa e no ensino. Com uma especialização complementar de orientação mercadológica poderá exercer funções em empresas da iniciativa privada, a exemplo do setor de vendas, marketing, recursos humanos, no setor de mídias, entre outros. Na função de executivo ou no exercício do magistério ou na função de pesquisador se faz necessária uma qualificação no grau de Mestre ou de Doutor.91 Na mesma cidade-estado, a Universidade von Humboldt vislumbra, em sendo finalidade essencial da formação do Filósofo, a participação independente e competente na atividade de filosofar. O absolvente deve demonstrar intimidade com os problemas fundamentais da Filosofia e seus aspectos históricos e sistemáticos, referentes a questões lógicas, lingüísticas, cognitivas, normativas e estéticas do nosso lidar com o mundo. Ainda, esteja o absolvente em condição de reconhecer aspectos filosóficos de problemas e de analisar os seus fundamentos conceituais e argumentativos, suas correlações históricas e objetivas, esclarecendo essas questões por trabalho científico independente e explorando as possibilidades de soluções possíveis. (HUMBOLDT-UNIVERSITÄT ZU BERLIN, 2010) Ainda em Berlim, tomamos do sítio da Universidade Técnica a visão de que o Curso de Filosofia media o acesso a uma diversidade de métodos e áreas subjetivas da Filosofia. Durante o estudo, se deve aprender a lidar com questões históricas e sistemáticas de natureza filosófica com os métodos da interpretação hermenêutica de textos e da reconstrução lógica de argumentos, bem como desenvolver posições argumentativamente fundadas diante de problemas filosóficos. Ainda deve realizar a formação do pensamento formal e interdisciplinar, a procura de competência-chave profissional, bem como da criativa solução de problemas, do esclarecimento e da interpretação de circunstâncias, da análise de argumentos, da moderação de conflitos e do gerenciamento do saber. (TECHNISCHE UNIVERSITÄT BERLIN, 2010) Decididamente, toda Berlim foca na Filosofia Prática ao formar os seus Filósofos, embora de perspectivas diferenciadas, mas nunca excludentes. Da Prússia passamos para o seu ‘oposto’ cultural-histórico, a Baviera, onde encontramos na Universidade Ludwig-Maximilian uma formação filosófica estratégica, contemplando várias correntes. Aqui, a formação básica está concentrada em 3 áreas nucleares: Filosofia Teórica, Filosofia Prática e História da Fi- 91 „Bachelor-Absolventinnen und -Absolventen verfügen über wissenschaftliche Kenntnisse und praktische Fertigkeiten, die für eine Berufstätigkeit oder einen weiterführenden Studiengang qualifizieren. Wenn Philosophie als Modulangebot im Rahmen eines Kombinations-BachelorStudiengangs studiert wird, prägt das gewählte Kernfach in der Regel die berufliche Qualifikation. Philosophinnen und Philosophen sind häufig mit Themen der Erkenntnis- und Wissenschaftstheorie konfrontiert. Dabei werden anspruchsvolle, umsetzungsorientierte Tätigkeiten, bei denen Einblick in Forschungsthemen und -zusammenhänge gefordert ist, übernommen. Ihr praxisorientiertes Wissen ist z.B. für Tätigkeiten in Forschung und Lehre gefragt. Mit betriebswirtschaftlichen Zusatzqualifikationen können sie in Wirtschaftsunternehmen tätig werden, beispielsweise in Vertrieb und Marketing oder auch im Personalwesen. Weitere mögliche Tätigkeitsfelder finden sich u.a. im Medienbereich. Für leitende Tätigkeiten oder eine Beschäftigung in Forschung und Lehre ist ein Master-Abschluss und ggf. die Promotion Voraussetzung.“ 34 losofia. Em Munique o estudo oferece introdução nos métodos filosóficos fundamentais e habilita uma familiarização com problemas e posições nas 3 áreas nucleares através de paradigmas selecionados. Inúmeras áreas facultativas suplementares possibilitam a formação individual especializada. O Estudo desenvolve a capacidade crítica, a interpretação de textos e o pensar em contextos abrangentes e diferenciados. (LUDWIGMAXIMILIANS-UNIVERSITÄT MÜNCHEN, [s.d.]) A Faculdade de Filosofia dos Jesuítas, na mesma Munique, entende como fundamento de seu curso ministrar conhecimentos básicos de toda a filosofia, da Antiguidade até o presente, da ética, da metafísica, da filosofia da natureza, incluindo a teoria da ciência e da antropologia. (HOCHSCHULE FÜR PHILOSOPHIE MÜNCHEN, 2010) Na Universidade de Carlos Magno, em Colônia, o estudo da Filosofia deve fomentar e repassar, tanto no período básico, como no período interdisciplinar, competências, que são perenes como conteúdos de conhecimento especializado e que são relativas a posições tanto científicas como personificadas. A curiosidade científica, o pensamento sistemático e analítico, o lidar com a complexidade, a abordagem orientada à solução e outras habilidades, como, por exemplo, a capacidade de trabalho em grupo, a competência em línguas estrangeiras podem ser adquiridas dentro e fora do currículo especializado. (UNIVERSITÄT ZU KÖLN, 2010) Importante é ressaltar, que as Escolas Superiores objetivadas nesse estudo entendem expandir a formação do Filósofo na licenciatura, em seu conteúdo principal, dentro do binômio Filosofia-Ética, indicando assim, que a formação do professor de ensino médio e fundamental se liga ao implemento da postura cidadã, em especial, no tocante à ética e à cidadania. 35 5. Especialização Pr ofission al A formação especializada e continuada do profissional de Filosofia na Alemanha possui uma diferenciação ampla e de excelente qualidade. A tradição de instalar ‘Vereine’92 já tornou a Alemanha um exemplo do uso das instituições da sociedade civil organizada como instrumento de representação dos diversos setores da comunidade e é um motor importante no fomento da cidadania naquela Nação. No ambiente científico, essas ‘Vereine’ recebem um valor fundamental para a defesa de interesses específicos de todos os ramos das ciências, mesmo os mais exóticos. Tanto a sociedade alemã como o seu Governo reconhecem a extensão da valia das ‘Vereine’. Cientes da capilaridade e conseqüente eficiência dessas instituições, os governantes utilizam-nas, com muita freqüência, na realização e implementação de políticas públicas. Nesse sentido, as ‘Vereine’ das diversas especializações e ramificações da Filosofia representam uma extensão importante no manejo da profissão Filósofo tanto para as Universidades e Escolas de Ensino Superior, como para o próprio Governo. Essas organizações da comunidade de filosofantes é o termômetro indicador do direcionamento do mercado de emprego e das atividades do Filósofo. À medida que a profissão filosófica se diferencia, vão surgindo novas ‘Vereine’ especificamente direcionadas para essas novas evoluções e, em espaço de tempo não tão longo, as Escolas Superiores vão integrando nos seus currículos de ensino as novas diferenciações. E isso se observa com muita propriedade na evolução da chamada Filosofia Prática93 e na área da Filosofia Aplicada94, bem como na da Práxis da Filosofia95. Num breve retrocesso no tempo, identificamos que a primeira iniciativa de fundação de uma ‘Verein’, em território alemão, no âmbito da Filosofia, conforme consta em “documento, publicado em 191296, consiste num convite para a fundação de uma “Sociedade para a Filosofia Positivista”, onde seus signatários tomam posição numa discussão sobre a natureza das visões de mundo científico. Consta, como assinantes, um número expressivo das autoridades intelectuais do começo do século, entre eles: Ernst Mach97, Albert Einstein, Sigmund Freud, George Helm98, Jac- 92 Associações, organizações sem fins lucrativos. Praktische Philosophie 94 Angewandte Philosophie 95 Philosophische Praxis 96 O Aufruf foi publicado em 1912, num importante periódico científico (Pysikalische Zeitschrift, vol. 13, p. 735) e, simultaneamente, num dos primeiros periódicos psicanalíticos (Zentralblatt für Psychoanalyse, vol. 3, 1912-1913, p. 56). A informação sobre a publicação do documento nesse periódico de psicanálise foi-me fornecida por Keith Davies, do Museu Freud). Esse documento é pouco conhecido e raramente mencionado. Cf. comentários de Holton 1967 (Holton, Gerald : “Où est la réalité? Les réponses d’Einstein”, in Holton (org.) 1967: Science et synthèse. Paris, Gallimart.), p. 102, n. 1; 1994 (Holton, Gerald: Science and Anti-Science. London, Harvard University Press.), pp. 12-14; 1998 [1996] (Holton, Gerald: Science en gloire, science en procès. Entre Einstein et aujourd’hui. Paris, Gallimard.), p. 207-8. 97 Ernst Mach (1838-1916) era considerado, no início do século XX, um dos mais importantes físicos, psicofísicos e filósofos da ciência. Poucos intelectuais tiveram tanta influência sobre diversos outros campos da cultura quanto ele. Holton comenta que “a partir de 1880, as idéias e atitudes filosóficas [de Mach] tinham se incorporado à bagagem intelectual de seus contemporâneos” (Holton 1967, p. 100). 98 Físico, com importantes trabalhos sobre a energia. Será a partir de seus trabalhos que Wilhem Ostwald, prêmio Nobel da química em1909, desenvolverá suas concepções energéticas. 93 36 ques Loeb99, David Hilbert e Félix Klein100” (FULGENCIO, 2000, p. 429-430) e que se concretizou no mesmo ano da publicação sob a iniciativa de Joseph Petzoldt (WIKIPEDIA, DIE FREIE ENZYKLOPÄDIE [Joseph Petzoldt], 2010). Figura 8: Aufruf! [Convocação!] Fonte: Academia Alemã de Ciências de Berlim, Arquivos Wilhem Ostwald. Interessante é a análise do texto do citado documento (Aufruf!) onde encontramos toda a fundamentação do grupo iniciador, conforme tomamos de Fulgencio (Ibid.) [Reproduzindo fotocópia do texto original deste documento gentilmente fornecida pela Academia Alemã de Ciências de Berlim, Arquivos Wilhem Ostwald.], in verbis: Convocação! Elaborar uma visão de mundo abrangente, com fundamento em dados factuais acumulados pelas ciências particulares, e divulgar idéias seminais servindo a esse propósito, entre os próprios pesquisadores, tornou-se uma necessidade cada vez mais premente, antes de tudo para a ciência, mas também para a nossa época em geral, que só assim poderá apropriar-se do que já possuímos. 99 Fisicalista, intérprete do comportamento animal, com importantes estudos sobre a partenogênese artificial e o tropismo. Hilbert e Klein eram dois dos mais importantes matemáticos do começo do século. Cf. Holton 1994, pp. 11-2, para mais informações sobre os participantes desse documento. 100 37 Entretanto, esse fim só pode ser atingido mediante trabalho em conjunto de muitos. Por isso, convocam todos os pesquisadores interessados em problemas filosóficos, qualquer que seja a sua área de atuação científica, bem como todos os filósofos no sentido estrito, que esperam chegar a conhecimentos válidos somente através de estudo aprofundado dos fatos da experiência, a se congregarem numa Sociedade de Filosofia Positivista. Essa Sociedade deve ter por objetivo estabelecer uma conexão viva entre todas as ciências, desenvolver, em todas as áreas, conceitos unificadores e, assim, avançar em direção a uma concepção geral livre de contradição. Para informações mais detalhadas, dirigir-se ao docente co-signatário M. H. Baege, Friedrichshagen b. Berlin, Waldowstrasse 23. [Tradução de Zeljko Loparic.]101 A segunda ‘Vereine’ em território teuto adviria de um movimento intitulado por ‘Sociedade Fichte de 1914’102, que só se institualizou em 1916 na cidade de Hamburgo (WIKIPEDIA, DIE FREIE ENZYKLOPÄDIE [Deutsche Philosophische Gesellschaft], 2011), mas que levantou muita polêmica pelos seus fundamentos nacionalistas. Essa foi uma tentativa de fazer ressurgir e desenvolver a Filosofia fichteniana dentro da concepção do Idealismo. E a aludida evolução tenta romper com a restrição imposta pela própria Filosofia em tratar tão somente questões da teoria da ciência. Questões políticas e uma nova visão de mundo recebem perigosamente espaço no ‘socialismo nacional’103 de Fichte (WIKIPEDIA, DIE FREIE ENZYKLOPÄDIE [Neufichteanismus], 2010.). Entre 1917 e 1918 ocorreu a fundação da Sociedade Filosófica Alemã104, que se concretizou por reunir Filósofos conservadores na República de Weimer105 e perdurou até o período do Nationalsozialismus [nacional-socialismo]. A sua temática abrangia o ‘neokantismo’, a Wertphilosophie [Filosofia do Valor] com o foco na relação entre o valor e a vida, bem como a temática da consciência nacionalista106 (WIKIPEDIA, DIE FREIE ENZYKLOPÄDIE [Deutsche Philosophische Gesellschaft], 2011). Ainda, anote-se a formação da Sociedade de Filosofia Empírica107 (ENCYCLOPÆDIA BRITANNICA ONLINE, 2010) em Berlim, no ano de 1928, a exemplo de um grupo (Círculo de Viena108) formado em 1926 por Moritz Schlick (WIKIPEDIA, DIE FREIE ENZYKLOPÄDIE [Logischer Empirismus], 2011) na Universidade de Viena por iniciativa de Joseph Petzoldt (WIKIPEDIA, DIE FREIE ENZYKLOPÄDIE [Joseph 101 Aufruf! Eine umfassende Weltanschauung auf Grund des Tatsachenstoffes vorzubereiten, den die Einzelwissenschaften aufgehäuft haben, und die Ansätze dazu zunächst unter den Forschern selbst zu verbreiten, is ein immer dringenderes Bedürfnis vor allem für die Wissenschaf geworden, dann aber auch für unsere Zeit überhaupt, die dadurch erst erwerben wird, was wir besitzen. Doch nur durch gemeinsame Arbeit vieler kann das erreicht werden. Darum rufen wir alle philosophisch interessierten Forscher, auf welchen wissenschaftlichen Gebieten sie auch betätigt sein mögen, und alle Philosophen im engeren Sinne, die zu haltbaren Lehren nur durch eindringendes Studium der Tatsachen der Erfahrung selbst zu gelangen hoffen, zum Beitritt zu einer Gesellschaft für positivistische Philosophie auf. Sie soll den Zweck haben, alle Wissenschaften untereinander in lebendige Verbindung zu setzen, überall die vereinheitlichenden Begriffe zu entwickeln und so zu einer widerspruchsfreien Gesamtauffassung vorzudringen. Um nähere Auskunft wende man sich an den mitunterzeichneten Herrn Dozent M. H. Baege, Friedrichshagen b. Berlin, Waldowstrasse 23. 102 „Fichte-Gesellschaft von 1914“ 103 Nationalsozialismus. 104 Deutsche Philosophische Gesellschaft. 105 Weimarer Republik. 106 Vaterlandsgewissen. 107 Gesellschaft für empirische Philosophie. 108 Wiener Kreis. 38 Petzoldt], 2010.), composta principalmente por empiristas positivistas e lógicos (ENCYCLOPÆDIA BRITANNICA ONLINE, 2010). Daqui se toma que a importância da Filosofia Empírica já no início do século 20 se faz presente na Europa. Figura 9: Crônica da Sociedade de Filosofia Empírica. Fonte: Internet109. E essa evolução histórica, que naturalmente sofreu forte repressão durante o período do nacionalsocialismo, permitiu no pós-guerra o surgir de várias associações específicas e responsáveis pela amplitude e competência da formação especializada e continuada do Filósofo, das quais elegemos as mais importantes e expressivas para desenhar a especialização filosófica na Alemanha. 5a. Sociedade Alemã de Filosofia (DGPhil) 110 A Sociedade Alemã de Filosofia (DGPhil) é a agremiação de todos os Filósofos atuantes em pesquisa e ensino nas Escolas de Ensino Superior e Médio na região de língua alemã, bem como de todos que desejam participar da vida intelectual filosófica alemã. Ademais, estão incorporadas mais de 20 associações filosóficas com diferentes objetivos e focos no campo da filosofia (lista de membros corporativos). Os fins estatutários da DGPhil estão fundados em ganhar um amplo círculo de interessados para o trabalho filosófico e deixá-lo compartilhar de seus resultados, representar os interesses da Filosofia nas Instituições de Ensino Superior e nas Escolas de Ensino Médio e fomentar o intercâmbio de resultados científico adquiridos na Filosofia, através do Fórum da Filosofia a se realizar anualmente, respectivamente, do Congresso Alemão de Filosofia, que ocorre no turno de três anos. A associação é administrada por uma Diretoria composta pelo 109 110 http://resources.metapress.com/pdf-preview.axd?code=w1t876653u33w518&size=largest. Deutsche Gesellschaft für Philosophie e.V. (DGPhil) 39 presidente, gerente e tesoureiro. Um Conselho Consultivo, que é responsável pela representação de várias áreas e princípios de trabalho na Filosofia aconselhará a Diretoria. A Assembléia Geral se reunirá em regra por ocasião do Congresso Alemão de Filosofia a cada três anos. Ela elege a Diretoria e é competente para modificação do Estatuto (Estatuto). (DEUTSCHE GESELLSCHAFT FÜR PHILOSOPHIE E.V., 2007)111. A DGPhil existe desde 1947 e dela participam as seguintes associações especializadas (DEUTSCHE GESELLSCHAFT FÜR PHILOSOPHIE E.V., 2007; WIKIPEDIA, DIE FREIE ENZYKLOPÄDIE [Deutsche Gesellschaft für Philosophie], 2007): 1. Sociedade Argentina-Alemã de Filosofia Colônia (Argentinisch-Deutsche Gesellschaft für Philosophie Köln). 2. Sociedade Chilena-Alemã de Filosofia (Chilenisch-Deutsche Gesellschaft für Philosophie). 3. Sociedade Alemã-Polonesa de Filosofia (Deutsch-Polnische Gesellschaft für Philosophie). 4. Sociedade Alemã-Úngara de Filosofia (Deutsch-Ungarische Gesellschaft für Philosophie). 5. Sociedade Alemã de Estética (Deutsche Gesellschaft für Ästhetik). 6. Sociedade Alemã da Filosfia de Lingua Francesa (Deutsche Gesellschaft für französischsprachige Philosophie). 7. Sociedade Européia da Filosofia do Início da Idade Média (European Society for Early Modern Philosophy / Europäische Gesellschaft für frühneuzeitliche Philosophie (ESEMP)). 8. Federação Especializada de Ética [associação registrada] (Fachverband Ethik e.V.). 9. Federação Especializada de Filosofia [associação registrada] (Fachverband Philosophie e.V.). 10. Sociedade de Filosofia Analítica (Gesellschaft für Analytische Philosophie). 11. Sociedade de Filosofia Antiga (Gesellschaft für antike Philosophie). 12. Sociedade de Filosofia Intercultural (Gesellschaft für interkulturelle Philosophie). 13. Sociedade de Filosofia da Idade Média e da Renascença (Gesellschaft für Philosophie des Mittelalters und der Renaissance). 14. Sociedade Internacional de Filósofas (Internationale Assoziation von Philosophinnen). 15. Sociedade Internacional de Ludwig-Wittgenstein (Internationale Ludwig-WittgensteinGesellschaft). 16. Sociedade Internacional de Schelling (Internationale Schelling Gesellschaft). 17. Sociedade de Kant [associação registrada] (Kant Gesellschaft e.V.). 18. Sociedade de Max Scheler (Max-Scheler-Gesellschaft). 19. Sociedade Filosófica em Bremen (Philosophische Gesellschaft in Bremen). 20. Sociedade de Schopenhauer (Schopenhauer-Gesellschaft). 21. Sociedade de Max Stirner [associação registrada] (Max-Stirner-Gesellschaft e.V.). 22. Revista de Pesquisa Filosófica (Zeitschrift für Philosophische Forschung). 111 „Die ‚Deutsche Gesellschaft für Philosophie’ (DGPhil) ist die Vereinigung der an Hochschulen und Schulen des deutschsprachigen Raums forschenden und lehrenden Philosophen sowie aller, die am deutschen philosophischen Geistesleben teilnehmen wollen. Ferner gehören ihr über 20 philosophische Vereinigungen mit unterschiedlichen Aufgabenstellungen und Schwerpunkten im Bereich der Philosophie an (Verzeichnis der korporativen Mitglieder). Die satzungsgemäßen Ziele der DGPhil bestehen darin, weiteste Kreise für die philosophische Arbeit zu interessieren und sie an ihren Ergebnissen teilhaben zu lassen, Belange der Philosophie an Hochschulen und Schulen zu vertreten und durch ein jährlich stattfindendes Forum für Philosophie bzw. den in dreijährigem Turnus stattfindenden Deutschen Kongress für Philosophie den Austausch wissenschaftlicher Ergebnisse in der Philosophie zu fördern. Der Verein wird durch einen Vorstand, bestehend aus Präsident, Geschäftsführer und Schatzmeister, geleitet. Ein Erweiterter Vorstand, der die verschiedenen Arbeitsgebiete und Arbeitsansätze in der Philosophie repräsentieren soll, berät den Vorstand. Die Mitgliederversammlung tritt in der Regel anlässlich der Deutschen Kongresse für Philosophie alle drei Jahre zusammen. Sie wählt den Vorstand und ist für die Änderung der Satzung zuständig (Satzung).“ 40 Através de sua própria editora (Grupo de Trabalho Edições Filosóficas112) a Sociedade Alemã de Filosofia edita dois órgãos oficiais: a Revista Geral de Filosofia113 e a Revista de Pesquisa Filosófica114 (WIKIPEDIA, DIE FREIE ENZYKLOPÄDIE [Deutsche Gesellschaft für Philosophie], 2007). Os Grupos de Trabalho de Pesquisa da DGPhil se dedicam a tarefas especiais, que são enfrentadas pelos filósofos. Atualmente, são apresentados aos pesquisadores as seguintes opções e ambientes de trabalho (DEUTSCHE GESELLSCHAFT FÜR PHILOSOPHIE E.V., 2007): 1. Comunidade de Pesquisa de Filosofia Asiática (Forschungsarbeitsgemeinschaft für Asiatische Philosophie). 2. Grupo de Trabalho de Filosofia Analítica (Arbeitsgruppe für Analytische Philosophie). 3. Grupo de Trabalho de Ética Econômica e Cultura Econômica (Arbeitsgruppe für Wirtschaftsethik und Wirtschaftskultur). 4. Comunidade de Trabalho de Pesquisa de Filosofia no Aconselhamente Político (Forschungsarbeitsgemeinschaft für Philosophie in der Politikberatung). 5. Comunidade de Trabalho de Pesquisa da Didática da Filosofia e da Ética (Forschungsarbeitsgemeinschaft für Didaktik der Philosopie und Ethik). O principal evento da Filosofia Alemã é o seu Congresso tri-anual. Para se obter uma visão geral da temática aprofundada nesses eventos, que se tornam o ponto alto do embate filosófico alemão, alçamos, a guisa de exemplo, a temática do XXI Congresso Alemão de Filosofia realizado de 15-19.09.2008 no Campus da Universidade Duisburg-Essen (DEUTSCHE GESELLSCHAFT FÜR PHILOSOPHIE E.V., [s.n.]). Além da temática convencional própria para esse tipo de congresso (Antropologia [Anthropologie], Argumentação e Retórica – Questões da Filosofia [Argumentation und Rhetorik – Philosophische Fragen], Estética [Ästhetik], Ética [Ethik], Fenomenologia [Phänomenologie], Filosofia da Religião [Religionsphilosophie], Filosofia do Direito [Rechtsphilosophie], Teoria Científica das Ciências Naturais [Wissenschaftstheorie der Naturwissenschaften], Teoria da Ciência das Humanidades e das Ciências Sociais [Wissenschaftstheorie der Geisteswissenschaften und der Sozialwissenschaften], Teoria do Conhecimento [Erkenntnistheorie]), o evento presenteou os participantes com os seguintes temas de grande importância na atualidade para o exercício da profissão de Filósofo naquele país: 1. A relação Médico-Paciente em Transformação [Das Arzt-Patient-Verhältnis im Wandel]. 2. A Renascência de Disposições na Atual Filosofia da Natureza [Die Renaissance von Dispositionen in der gegenwärtigen Naturphilosophie]. 3. Arte de Viver e Orientação [Lebenskunst und Orientierung]. 112 Arbeitsgemeinschaft philosophischer Editionen. Allgemeine Zeitschrift für Philosophie (AZP). 114 Zeitschrift für philosophische Forschung (ZPhF). 113 41 4. Ciência entre Pretensão de Conhecimento e Relevância da Práxis [Wissenschaft zwischen Erkenntnisanspruch und Praxisrelevanz]. 5. Ciências Neurológicas e Pesquisa Cerebral [Neurowissenschaften und Hirnforschung]. 6. Da Visão de Mundo ao Mundo da Vida [Von den Weltbildern zur Lebenswelt]. 7. Didática do Ensino Superior na Filosofia [Hochschuldidaktik der Philosophie]. 8. Edições Filosóficas [Philosophische Editionen]. 9. Espaço e Expressividade [Räume der Expressivität]. 10. Estética da Música [Musikästhetik]. 11. Ética na Economia [Wirtschaftsethik]. 12. Ética na Ecologia [Umweltethik]. 13. Ética na Ecologia – Filosofia do Uso da Terra [Umweltethik – Philosophie der Landnutzung]. 14. Ética na Informática [Informationsethik]. 15. Ética na Medicina [Medizinethik]. 16. Fenomenologia da Teoria: o Vidamundano Fundamento do Teorético [Phänomenologie der Theorie: der lebensweltliche Grund des Theoretischen]. 17. Fenomenologia do Mundo da Vida: Dimensão da Experiência não-Científica [Phänomenologie der Lebenswelt: Dimensionen nichtwissenschaftlicher Erfahrung]. 18. Filosofia da Música [Philosophie der Musik]. 19. Filosofia da Técnica [Technikphilosophie]. 20. Filosofia das Ciências do Homem [Philosophie der Wissenschaften vom Menschen]. 21. Filosofia do Filme / Estética do Filme [Filmphilosophie/Filmästhetik]. 22. Filosofia e Teoria do Direito [Rechtsphilosophie und Rechtstheorie]. 23. Filosofia Intercultural [Interkulturelle Philosophie]. 24. Filosofia Política [Politische Philosophie]. 25. Filosofia Transcendental e Ciências da Vida [Transzendentalphilosophie und Lebenswissenschaften]. 26. Fonte do Saber [Quellen des Wissens]. 27. Fronteiras da Língua? [Grenzen der Sprache?]. 28. Liberdade de Vontade e Capacidade de Culpa [Willensfreiheit und Schuldfähigkeit]. 29. Lingua e Comunicação [Sprache und Kommunikation]. 30. Lógica Aplicada e Informática [Angewandte Logik und Informatik]. 31. Memória, Visualização e Simbolização nas Ciências Culturais [Gedächtnis, Vergegenwärtigung und Symbolisierung in den Kulturwissenschaften]. 32. Mundo da Vida e Filosofia Prática [Lebenswelt und Praktische Philosophie]. 33. Mundo da Vida – Técnica - Ciência [Lebenswelt – Technik – Wissenschaft]. 34. Neurociência, Filosofia e Consciência: Questões Atuais [Neuroscience, Philosophy, and Consciousness: Current Issues]. 35. O Mundo da Vida, o Mercado e a Ética na Economia [Die Lebenswelt, der Markt und die Wirtschaftsethik]. 36. Pessoalidade, Personalidade e Identidade Pessoal [Personalität, Persönlichkeit und personale Identität]. 37. Psicologia e Cognição [Psychologie und Kognition]. 38. Simulação dos Fenômenos Sociais [Simulation sozialer Phänomene]. 39. Técnica e Vida [Technik und Leben]. 40. Teoria da Ação [Handlungstheorie]. 41. Tradição e Inovação nas Filosofias do Mundo [Tradition und Innovation in den Weltphilosophien]. 42. Tradição e Inovação no Mundo da Vida e na Ciências [Tradition und Innovation in Lebenswelt und Wissenschaften]. 42 Para o próximo (XXII) Congresso Alemão de Filosofia, que se realizará em Munique de 11 a 15 de setembro de 2011, sob o tema central “Mundo dos Motivos” (Welt der Gründe), os organizadores deixam claro que não formulam qualquer definição fixa em relação ao que seja “Motivos”. O Congresso terá como alvo recepcionar diversas perspectivas sobre essa e outras questões relacionada ao tema “Motivos” e, assim, possibilitar novos caminhos na compreensão da matéria. Dentro dessa posição, as diversas correntes e o pluralismo da Filosofia Contemporânea (fenomenológica, analítica, pragmática, naturalista, humanística, etc.) serão prestigiados. A título de instigar a participação criativa de seus afiliados, a DGPhil coloca as seguintes questões sobre “Motivos” na pré-discussão do Congresso (LUDWIG-MAXIMILIANS-UNIVERSITÄT MÜNCHEN [XXII. Deutscher Kongress für Philosophie], [s.d.]): 1. Qual é o seu estado ontológico? [Was ist ihr ontologischer Status?]. 2. São objetivos ou subjetivos? [Sind sie objektiv oder subjektiv?]. 3. Qual é a relação entre eles? [In welchem Verhältnis stehen sie zueinander?]. Numa análise inicial sobre os temas dos congressos, em especial, em menção ao Congresso de 2008, destacamos dois temas - Filosofia das Ciências do Homem115 e Mundo da Vida116 - recorrentes e de grande transcendência, que bem caracterizam a absoluta imersão da Filosofia alemã no mundo do homem e indicando que não haverá mais filosofar sem a referência direta à vida e ao cotidiano do homem, à práxis. No tocante ao que abrange o filosofar sobre todas as Ciências do Homem, encontramos uma vastidão abrangendo o Homem em si e em todas as suas perspectivas e fenômenos. Se o primeiro tema abrange o Homem como um todo, o segundo tema, o Mundo da Vida, vai incluir todo o contexto em volta do Homem, o seu viver em si. Mas, toda essa perspectiva do estudo do Homem e do meio em que está inserido possui uma carga acentuada da práxis e do estudo aplicado, sem grandes preocupações com a referência ontológica. Pelo exposto, há de se concluir que, ao contrário do que ocorre no Brasil, a arena da discussão filosófica germânica é a Sociedade Alemã de Filosofia, menos a academia. 5b. Associação Profissional de Práxis Filosó fica (BV-PP) 117 115 Philosophie der Wissenschaften vom Menschen. Lebenswelt. 117 Berufsverband für Philosophische Praxis e.V. (BV-PP) 116 43 O termo ‘Berufsverband’ [Associação Profissional] tem um sentido especial de ‘sindicato’, quando se trata de profissão liberal, porquanto a Associação Profissional de Práxis [Consultório] Filosófica assume a função equivalente a um sindicato dos filósofos, que atuam como profissionais liberais. Essa Associação foi fundada recentemente em Berlim, no ano de 2009, “e tem por fim fomentar o desenvolvimento da Práxis Filosófica como fundamento de uma profissão de aconselhamento e representar os interesses político-profissionais de atuantes em Práxis [Consultório] Filosófica”118. Entende-se como atividade de Filósofo enquanto profissional liberal o “aconselhamento individual, assessoria de empresas ou organizações, trabalho de formação cultural, bem como atividades de instrução e de aconselhamento, num outro sentido, em relação de emprego, bem como em forma mista”119. “O elo que liga todas essas diferentes formas é a atividade profissional do praticar filosófico, isto é, exercida profissionalmente”120. (BERUFSVERBAND FÜR PHILOSOPHISCHE PRAXIS E.V., [s.d.]) A formação e a qualificação do Filósofo para a Práxis Filosófica desempenhada pela Associação de Práxis almejam o desenvolvimento da aptidão e proficiência de realizar sentido e significado para as questões filosóficas, da forma de pensar e de percepções. Para esse fim, a Associação dos práticos oferece uma formação especial, o Curso Básico121, que abrange os seguintes pontos programáticos (Ibid.): 1. Participação em 12 módulos de conteúdo temático, dos quais oito em fins de semanas e quatro com cinco dias de duração. 2. Escrever um trabalho. 3. Participação em grupos de intervisão. 4. Aconselhamento pessoal por um mentor ou mentora. 5. A partir do segundo ano, trabalhar com um Filósofo Prático ou Filósofa Prática de sua escolha, numa Práxis de Ensino. A estrutura do Curso Básico (40 dias de aulas em forma de seminário) possui a seguinte configuração (Ibid.): I – Primeiro Ano 1. 2. 3. 4. 5. Métodos I (5 dias). O que é o Homem? (Fim de Semana-FS) Auto-conhecimeto e Auto-suficiência (FS). Indivíduo e Sociedade (FS). Questões Existenciais (FS). 118 [...] hat das Ziel, die Entwicklung der Philosophischen Praxis als Grundlage eines Beratungsberufes zu fördern und die berufspolitischen Belange der in Philosophischer Praxis Tätigen zu vertreten. 119 [...] Individualberatung, der Beratung von Wirtschaftsunternehmen oder Organisationen, Bildungsarbeit, sowie Bildungs- und Beratungstätigkeiten in einem weiteren Sinne in Angestelltenverhältnissen sowie Mischformen. 120 Bindeglied all dieser unterschiedlichen Formen ist die professionelle, d.h. berufsmäßige Tätigkeit des philosophischen Praktizierens. 121 Basislehrgang. 44 6. Pensar em Diálogo (5 dias) II – Segundo Ano 1. 2. 3. 4. 5. 6. Métodos II (5 dias). Diagnóstico do Tempo (FS). Técnica - Ciência - Progresso (FS). Trabalho e Economia (FS). Amor e Relação (FS). Formas da Práxis Filosófica (5 dias) III – Terceiro Ano (Ano Estruturante) 1. Participação em um número definido de eventos de especialização geral da Associação Profissional de Práxis Filosófica (BV-PP). 2. Estágio numa Práxis Filosófica da escolha do candidato. 3. Escritura do Trabalho de Conclusão. 4. Prova oral. 5c. Instituto de Práxis da Filosofia (IP Ph) 122 Definindo rumo, o Instituto de Práxis da Filosofia elenca como finalidade do filosofar três grandes caminhos: Filosofia como forma de viver, Filosofia como sabedoria do mundo e Filosofia como ciência. Alerta ainda o Instituto que a Filosofia acadêmica é essencialmente teórica, daí seja sua intenção induzir a Filosofia à práxis. Por isso, está em jogo vislumbrar a Filosofia como forma de vida e assim como autoestruturação e, ainda, a Filosofia como o saber do mundo e nisso, como engajamento social. Procura assim, se torne redundante a aplicação da Filosofia na vida pessoal e social (INSTITUT FÜR PRAXIS DER PHILOSOPHIE E.V., 2008). Como objetos de trabalho são formulados: a auto-cultivação, exercício em formas de percepção, existência corporal, desenvolvimento de competências éticas (poder resistir, poder dizer não, poder agir, poder sofrer), práxis social (evoluções políticas, econômicas e culturais, observar e discutir constantemente, para identificar objetos e campos, que normalmente não são captados), desenvolvimento de iniciativas práticas, engajamento público através de publicações próprias, preocupação especial com pessoas na terceira idade (Ibid.). 122 Institut für Praxis der Philosophie e.V. (IPPh) 45 Para melhor perceber a essência do trabalho do Instituto da Práxis da Filosofia passamos a discorrer sobre algumas das suas atividades (Ibid.): I – Cursos e Eventos: Solidariedade: Caminhos de estilo filosófico de vida – Uma nova cultura de aconselhamento através da Filosofia. Equipe: Dr. Farideh Akashe-Böhme, Prof. Dr. Gernot Böhme, Dr. med. Werner Brandin, Dr. Kai Buchholz, Dipl.-Psychl. Gerlinde Fritz, PD [livre docente] Dr. Ute Gahlings, Dr. med. Christian Hellweg, Enfermeira Sabine Köhler. Método: Confronto e reação às novas formas de necessidade e angústia, que médicos, psicólogos ou religiosos não podem ajudar, pois não se trata de um problema médico ou psicológico, de culpa ou de transgressão. Descrever os problemas relacionando-os com a visão de vida e com o entendimento individual de si próprio. Formular no diálogo possibilidade de solução pelo método do esclarecimento e do encontrar sentido. Empregar o sistema ‘Filosofia como Forma de Vida’, pois nem sempre se procura um Filósofo por motivo de um sofrimento ou angústia. Pelo anunciado no tópico ‘Equipe’ verifica-se que se trata de um time multidisciplinar com elevada qualificação acadêmica, onde se encontra além de filósofos, médicos e enfermeira. Esse fato faz o projeto revestir-se de alto nível científico e especializado, tentando repassar grande credibilidade a essa iniciativa pioneira da chamada ‘terapia filosófica’ (Ibid.). Pensar e Formas de Consciência: Textos e Prática. Equipe: Prof.Dr. Gernot Böhme. Método: Pensar é só uma forma de conscientização, que Husserl chamava de consciência intencional. Nos exercícios serão deslindadas e treinadas outras formas de conscientização. A meditação prestar-se-á como introdução, seguida pela leitura de texto-chave filosófico e da pesquisa geral sobre conscientização. Meditações Filosóficas: Curso. Equipe: PD [livre docente] Dr. Ute Gahlings. 46 Método: O curso combina prática de coleção com a leitura de pensamentos filosóficos expressivos. Atua-se de forma meditativa, reconstrutora e em discussão com textos curtos de filósofos de todo o mundo e de várias épocas. Schule der Weisheit: Spiritus rector123. Equipe: Docentes do Instituto. Método: Keyserling, um expressivo representante da Filosofia da Vida124, desenvolveu a idéia da ‚Escola da Sabedoria’125 a partir de 1920, que se tornou spiritus rector de toda a atividade do Instituto. Ao que ensinava Keyserling, a Filosofia deveria assumir o sentido de orientação para uma fértil auto-realização na vida concreta. E esse fenômeno deveria se desenvolver num ambiente onde o poder, saber ou acreditar não estivesse na evidência de primeiro pressuposto. Entende-se daí um trabalho que exsurge da exigência ética por um Ser-Homem determinado pela inteireza. Figura 10: Emblema da sabedoria (1635), recorte: “Sapiens Dominabitur Astris”126. Fonte: Internet127. II – Publicações: 123 Espírito Condutor. Lebensphilosophie. 125 Schule der Weisheit. 126 „Quem alcança a verdadeira sabedoria, será o senhor sobre todas as estrelas”. 127 http://de.wikipedia.org/w/index.php?title=Datei:Wither_-_Emblem_Wisdom.jpg&filetimestamp=20060429155708. 124 47 Introdução na Filosofia (Böhme, Gernot: Einführung in die Philosophie. WeltweisheitLebensform-Wissenschaft. Frankfurt/M.: Suhrkamp 4. Aufl. 2001). Ética em Contexto (Böhme, Gernot: Ethik im Kontext. Über den Umgang mit ernsten Fragen, Frankfurt/M.: Suhrkamp 2. Aufl. 1998 – Tradução inglesa: Ethics in Context. The Art of Dealing with Serious Questions. Cambridge/Engl.: Polity Press 2001). Ser corpo como tarefa - Filosofia do Corpo na visão pragmática (Böhme, Gernot: Leibsein als Aufgabe. Leibphilosophie in pragmatischer Hinsicht. Kusterdingen: Die Graue Edition 2003). Viver com doença – da arte de lidar com dor e sofrimento (Böhme, Gernot; Farideh Akashe-Böhme: Mit Krankheit leben. Von der Kunst, mit Schmerz und Leid umzugehen. München: C.H. Beck 2005). Caminhos para a razão – Filosofar entre atividade e reflexão (Buchholz, Kai: Wege zur Vernunft. Philosophieren zwischen Tätigkeit und Reflexion. Hg. K. Buchholz, S. Rahman, I. Weber. Frankfurt a. M., New York 1999). Epílogo: Sobre o trato com o homem (Buchholz, Kai: Nachwort. In: A. Freiherr von Knigge: Über den Umgang mit Menschen. Hg. K. Buchholz. München 2004. S. 433-461). Utilidade, forma de vida e design invisível (Buchholz, Kai: Brauchbarkeit, Lebensformen und unsichtbares Design. In: Im Designerpark. Hg. K. Buchholz, K. Wolbert. Darmstadt 2004. S. 96-105). Práxis da Filosofia – III Anuário da Filosofia de Vida – Publicação comemorativa pelo 70º aniversário de Gernot Böhme (Gahlings, Ute; Doris Croome e Robert Kozljanic (Editores): Praxis der Philosophie - III. Jahrbuch für Lebensphilosophie. Festschrift für Gernot Böhme zum 70. Geburtstag. München: Albunea Verlag 2007). A temática das publicações traz à evidência que se trata de fundamentos essenciais para o exercício da profissão Filósofo como profissional liberal. Em assim supondo, o Instituto da Práxis da Filosofia transcende como uma exabundante contribuição para manter o elevado nível de qualidade e de especialização da profissão Filósofo, enquanto profissão liberal. E essas observações se aplicam também às outras atividades do referido Instituto. 48 6. Exer cício Pr ofissional A Profissão Filósofo na Alemanha esteve em foco nos últimos tempos. A conhecida revista semanal alemã Der Spiegel tocou no tema ‘Os pensadores abandonaram a Alemanha?’ [Gehen Deutschland die Denker aus?]. Logo no início do artigo o drama exsurge: A filosofia é considerada mundialmente com Kant, Fichte e Hegel como disciplina vitrine alemã. Adorno, Habermas, von Weizsäcker e Honneth dão continuidade a essa série de grandes pensadores até hoje. Mas, a filosofia tem preocupações com novos seguidores: o número de estudantes e de livre docentes está em baixa.128 (HARTIG, 2008) Entrementes, o problema talvez não resida tanto na questão da falta de noviços. A articulista relata com muita propriedade sobre uma atividade intensa entre os filósofos alemães no mercado de trabalho, o que naturalmente reforça a crise. Alvissara sobre alguns filósofos alemães com dificuldades em encontrar tempo para tantas tarefas e atribuições, como no caso do Prof. Julian Nida-Rümelin com conferências marcadas em Munique, Berlim, Roma e Frankfurt sobre ‘Democracia e Liberdade’, ‘A Identidade da Europa’ ou ‘O Papel da Religião na Sociedade’. Nessa linha, também é objeto da reportagem a abordagem sobre o Grupo de Trabalho ‘Projeto Humano’ da Academia das Ciências de Berlim-Brandenburgo, que estuda a ‘Posição do Homem na Natureza’; sobre um estudo de filósofos muniquenses no desenvolvimento de uma concepção filosófica do conceito ‘justiça’. (Ibid.) Nessa textura, lembra a articulista uma frase do Prof. Nida-Rümelin: “Não existe uma especialidade, que está tão fortemente atrelada ao pulso do tempo, como a Filosofia”129 (Ibid.). E, realmente, não falta tema e nem trabalho para o Filósofo nos tempos atuais, como demonstra a articulista no bojo do acima referido artigo e trazendo à baila preciosa liça, onde se vislumbra um enorme potencial profissional. Para corroborar essa constatação, tomamos da vizinha Áustria onde, em relação à situação da Filosofia no mercado de trabalho, se apregoa e se aponta a preocupação das empresas privadas em considerar a capacidade dos profissionais das ciências das humanidades - na abordagem, manejo e gestão de problemas e pensamentos complexos - como diferencial e realce agregador de valor curricular na escolha de executivos, pelo que, também os austríacos prevêem excelentes perspectivas profissionais para os filosofantes nos mais diferenciados setores da economia (ARBEITSMARKTSERVICE ÖSTERREICH – JOBCHANCEN STUDIUM: PHILOSOPHIE, 2004, p. 22). 128 Die Philosophie gilt mit Kant, Fichte und Hegel weltweit als deutsche Paradedisziplin. Adorno, Habermas, von Weizsäcker und Honneth setzen die Reihe großer Denker bis heute fort. Die Philosophie hat aber Nachwuchssorgen: Die Zahl der Studenten wie der Habilitationen sinkt. 129 Es gibt kein Fach, das so stark am Puls der Zeit ist wie die Philosophie. 49 Decididamente, os dois problemas persistem: há menos concludentes a cada ano e o mercado de trabalho está diferenciado e exigindo um número maior de profissionais. Essa situação se retrata na análise do exercício profissional do Filósofo na Alemanha. Anteriormente, Joelle Verreet (2006) tinha caracterizado que a situação profissional do Filósofo em nenhum momento estava em crise, adversamente verificou que as possibilidades de trabalho no setor privado agigantam-se com o surgir de novos desafios para o homem. Indubitavelmente, o fato de o estudante alemão de Filosofia passar em média 13 semestres nos bancos universitários e somente por volta dos 31 anos concluir seus estudos com o título de Mestre, pode levar à circunstância de apenas 10% dos estudantes de Filosofia na Alemanha concluam o curso, “conforme constatou Michael Weegen, do Sistema de Informação de Escolha de Estudo e Mercado de Trabalho” [Informationssystem Studienwahl und Arbeitsmarkt (ISA)] da Universidade de Essen (Ibid.). Embora, na alternativa de um estudo mais curto (6 semestres) com o título de Bacharel, a situação se mostra eqüipolente: apenas 10% conseguem receber o diploma de Bachelor of Arts. 6a. Estágio Embora sofrendo uma redução em número de jovens interessados no estudo da Filosofia, as empresas não param de recrutar estudantes de Filosofia como estagiários para as mais diversas funções, conforme se toma de um apanhado aleatório sobre as ofertas de estágio indicadas pela Universidade de Stuttgart (UNIVERSITÄT STUTTGART, 2010), que abaixo se insere: Tabela 1 – Lista aleatória de oferta de estágios para estudantes de Filosofia da Universidade Stuttgart N.º Área do Estágio Empresa Ramo 1 Arte Theater tri-bühne 2 Arte e cultura Prefeitura Municipal de Rechberghausen Hubert Burda Media Serviços Cultu- Stuttgart rais Serviço Público Rechberghausen 3 Assistente de redação 4 Atividade na União Européia Revista Sema- Offenburg nal Ministério das Relações Exterio- Serviço Público Berlin res Kommission für Terceiro Setor Exterior Bildungsaustausch e.V 5 Bolsa para estágio na Espanha, Uruguai, Costa Rica, Nicarágua, Equador, Panamá e Guiné Bissau 6 Campo de solidariedade, relações públicas Manfred-Hermsen-Stiftung e organização 7 Compra centralizada estratégica Continental AG 8 Comunicação Local Drees & Sommer Terceiro Setor Turquia Seguros Hannover Não indicado Stuttgart 50 N.º Área do Estágio Ramo Local 9 Comunicação corporativa e histórica; Robert Bosch GmbH compreensão dos povos do oeste europeu, América, Turquia, Japão, Índia 10 Comunicação Empresarial Kreissparkasse EsslingenNürtingen 11 Comunicação publicitária (Branded Enterta- Daimler AG inment), marketing do esporte, marketing da comunicação internacional, internet e marketing online, global advertising 12 Consultoria de recrutamento Westhouse Consulting GmbH Indústria Stuttgart Bancos Carros EsslingenNürtingen Stuttgart Serviços Stuttgart 13 Desenvolvimento de projetos Institut für transkulturelle Betreuung ZF Friedrichshafen AG Serviços Cultu- Hannover rais Indústria Friedrichshafen Gruppe Deutsche Börse 14 Desenvolvimento de recursos humanos internacionais 15 Diversos setores Empresa 16 Eleições Bündnis 90 / Die Grünen Bolsa de valo- Stuttgart res Partido Político Stuttgart 17 Energias renováveis Novis GmbH Serviços 18 Ensino Comissão da China Especializada em Educação Württembergischer Landessportbund e.V Dipl.-Psych. Regina Lessenthin Serviço Público China 19 Esporte, formação e sociedade 20 Estagiário 21 Estagiário em escritório de parlamentar 22 Eventos e marketing 23 Imprensa e cultura 24 Imprensa e relações públicas Desporto Rottenburg Stuttgart Consultório Benningen Psicológico Serviço Público Bruxelas Deputado CohnBendit/Parlamento Europeu Câmara de Indústria e Comércio Associação de Reutlingen Classe Embaixada Alemã em Escópia Serviço Diplomático ARNOLDSCHE Art Publishers Arte Reutlingen Escópia Stuttgart 25 Manejamento de associações, Esporte e eventos 26 Manejamento de eventos SG Stern Serviços Stuttgart ING europe-marathon Desporto Luxemburgo 27 Manejamento de saúde Techniker Krankenkasse Saúde Stuttgart 28 Marketing Gresser Institute Serviços Dubai 29 Marketing newspepper marketing + medi- Mídia Bietigheimen Bissingen Secretaria de Estado/BadenServiço Público Stuttgart Württemberg SWR Südwestrundfunk Rádio e Televi- Baden-Baden são nal von minden Não indicado Regensburg 30 Marketing 31 Marketing de televisão 32 Marketing e vendas 33 Mentor para crianças e adolescentes Não indicado 34 Mídia Big Brothers Big Sisters Deutsc- Terceiro Setor hland gGmbH spirit Kommunikation Comunicação 35 Moderação online PONS GmbH Mídia Stuttgart 36 Negócio com a música Popakademie BadenWürttemberg Trendresearch Mídia Stuttgart Serviços Stuttgart Institut für angewandte Sozialwissenschaften Pesquisa Stuttgart 37 Pesquisa de mercado, consultoria 38 Pesquisa e avaliação Schorndorf 51 N.º Área do Estágio Empresa Ramo Local 39 Programa de graduação Google TI Stuttgart 40 Programa de trabalho e estudo Disneyland Entretenimento Flórida/USA 41 Recursos humanos alma mater GmbH Serviços Stuttgart 42 Redação online Motorpresse Mídia Stuttgart 43 Redação online, imprensa, relações públicas, promoção on-air, produção de shows 44 Relações públicas Hit-Radio Antenne 1 Mídia Stuttgart LässingMüller Public Relations GmbH Flughafen Stuttgart GmbH Serviços Stuttgart Aeroporto Stuttgart 45 Relações públicas, eventos 46 Serviço Diplomático 47 Trabalho cultural Ministério das Relações Exterio- Serviço Diplo- Diversos países res mático Kulturamt der Stadt Lahr Serviço Público Lahr 48 Traduções CodexBilingua Limited Serviços Londres 49 Treinamento BASF Services Europe GmbH Indústria Ludwigshafen 50 Vendas e operações online Google TI Wroclaw (Polônia) Fonte: Elaborada a partir de uma lista atual130 de oferta de estágio e uma outra contendo ofertas já arquivadas131, da Universidade de Stuttgart. A tabela acima não é representativa em relação ao conjunto de ofertas em todo o território alemão, nem mesmo na Universidade de Stuttgart. Para se obter o cômputo desses dados seria necessário um estudo mais aprofundado incluindo informações de todas as Universidades alemãs, bem como da Agência [alemã] Federal de Emprego132. A escolha dos 50 exemplos inseridos na Tabela 1 recaiu subjetiva e aleatoriamente naquelas ofertas consideradas por serem mais interessantes ou até ‘exóticas’ na óptica ortodoxa, seguindo-se a intuição de elaborar uma afiguração variegada do ambiente e local de ação dos futuros filósofos. E nesse sentido, a multiplicidade é bastante ampla e perpassa atividades nunca dantes pensadas como atividade de estágio para um estudante de filosofia: mídia, serviço diplomático e embaixadas, rádio e televisão, consultório de psicologia, partido político, vendas, marketing, música, esporte, eleições , serviço público em geral, terceiro setor, aeroporto, bancos e bolsa de valores. Os pontos mais interessantes do estudo se mostram em áreas ligadas às novas tecnologias, atestando assim, que a Filosofia sempre está não só no tempo, como além do tempo, confirmando a sua vocação de precursora. Não há obsolescência, bolor nessa Filosofia; há fragrância de futuro, futuro até bem distante. 130 Disponível em: <http://www.uni-stuttgart.de/studieren/service/zsb/spb/praktika/>. Acesso em 05/12/2010 19:45. Disponível em: <http://www.uni-stuttgart.de/studieren/service/zsb/spb/praktika/archiv/index.html>. Acesso em 05/12/2010 19:45. 132 Bundesagentur für Arbeit. 131 52 Dessas novas evoluções destacamos duas: Global Advertising e Branded Entertainment. A Global Advertising literalmente traduzida significa propaganda global. E o termo ‘global’ leva essa atividade a um ambiente diversificado de atitudes, relações e ações. Aqui, reside a necessidade do uso de um tirocínio filosófico para solucionar questões e para encontrar caminhos. A Branded Entertainment, [...] também conhecido por Branded content ou Advertainment, é uma nova e poderosa ferramenta de comunicação publicitária, que conjuga o entretenimento com uma marca num determinado formato, quer seja para TV, radio, podcast, internet, eventos ou espectáculos. O objectivo principal é dar às marcas a oportunidade de promoverem a sua identidade, os seus produtos ou os seus serviços, junto dos seus públicos-alvo de um modo direccionado e impactante. Combinando o conteúdo dos formatos com os objectivos das marcas, o Branded Entertainment cria e estimula laços entre as empresas e os consumidores, activando a comunicação através do entretenimento.133 Certamente, a Global Advertising e o Branded Entertainment exigem copiosa experiência no trato de assuntos abstratos com o requinte ontológico, lógico, dialético, retórico e, principalmente, ético para aferir a competência exigida por esses fenômenos, que se apresentam em todos os setores da economia e da institucionalidade. Não há como pensar e ser futuro sem a Filosofia. O homem de hoje apresenta necessidades complexas e extravagantes pelo lidar com o consumismo e a evolução tecnológica desenfreada, que indicam novos desafios para a Filosofia. Entretenimento e comercial perdem fronteiras nesse processo, que transcursa a interação direta como consumidor, em aparente controle sobre a sua experiência com a marca, repassa uma carga emocional qualitativamente mais abrasada do que as vinhetas tradicionais, visando à permanência da marca por prolongado tempo na mente do consumidor, naturalmente de uma maneira ‘positiva’. Destacada e essencial estratégia do branded entertainment é o chamado product placement [colocação de produto]. Essa é uma tentativa de fazer surgir determinado produto ou serviço na formatação da marca-conteúdo, transpassando a materialidade do próprio produto: necessito do produto, mas compro a marca. Pensar, refletir, imaginar, intelectualizar e encontrar soluções, definições são postulados maiores do ofício fisolofante. De tudo isso depende o sucesso de qualquer atividade ou ação econômica e institucional em especial para o acerto pontual de políticas públicas e de feitos econômicos – tanto quanto o conhecimento técnico-especializado. Dessas acepções podemos concluir que as empresas e instituições não só estão interessadas nos estudantes, mas também vislumbram desses os futuros mais competentes profissionais. Nesse diapasão e a melhor ilustrar o empenho das empresas em recrutar estudantes de Filosofia para estágios em seus projetos, colocamos abaixo vários exemplos de anúncios, que bem retratam o profissionalismo utilizado pelo setor econômico em suas tentativas de recrutamento de noviços filosofantes: 133 Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Branded_Entertainment>. Acesso em 19.01.2011 11:09. 53 Figura 11: Estágio na empresa Westhouse Schweiz AG. Fonte: Internet. Figura 16: Estágio na empresa Bombardier Transportation. Fonte: Internet. Figura 12: Estágio na empresa ECOLAB. Fonte: Internet. Figura 17: Estágio no aeroporto Flughafen Stuttgart GmbH. Fonte: Internet. Figura 13: Estágio na empresa Daimler AG (Smart). Fonte: Internet. Figura 18: Estágio na empresa Bosch GmbH. Fonte: Internet. Figura 14: Estágio na empresa Daimler AG. Fonte: Internet. Figura 19: Estágio na empresa BASF GmbH. Fonte: Internet. Figura 15: Estágio na empresa Daimler AG. Fonte: Internet. Figura 20: Estágio na empresa COINED e.V. Fonte: Internet. 54 6b. Magistério e Pesquisa No exercício do magistério não existem grandes diferenças com a realidade praticada no Brasil. No ensino médio o requisito é a Licenciatura. Entretanto, como já abordado, o foco está na ética, formando o cidadão ético e responsável. No ensino superior o ingresso pode-se dá como graduado, no cargo de assistente, mas com a obrigação de ingressar no curso de mestrado ou de doutorado conforme se configurar a regulamentação própria da Universidade na espécie. Daí, em conseguindo o título de Doctor philosophiae pode o Filósofo optar por continuar na carreira de funcionário público da Universidade ou lançar-se num processo de livre-docência [Habilitationsprozess], conseguindo ao seu fim o título de Dr.phil.habil., que o habilitará a concorrer ao cargo de professor universitário com classificação C1, C2, C3 e C4. A pesquisa está quase sempre ligada ao ensino. Toda a formação acadêmica serve à pesquisa e quase toda pesquisa serve ao ensino. Um diferencial importante nesse ponto: é importante ressaltar que as teses de mestrado e doutorado estão sempre ligadas ao trabalho do orientador, contribuindo assim para elucidar os questionamentos levantados pelo orientador em seu regular trabalho de pesquisa. Assim, as teses estão sempre focadas na práxis científica. 6c. Inserção no Mercado de Trabalho O exercício da profissão Filósofo na Alemanha é de imensa diversificação. Resta difícil e impreciso tratar desse assunto de forma genérica. Por esse motivo, escolhemos por nos orientar num trabalho elaborado pelo Instituto de Filosofia da Universidade von Humboldt de Berlim, sob o título “Estudo de Colocação do Instituto de Filosofia da Universidade Humboldt de Berlim”134 (BIALEK; SCHWENZER, 2006) que acompanhou a colocação de 77 (de um total de 154) concludentes daquele Instituto durante o período compreendido entre os anos de 1995 até 2005. Esse número parece não se mostrar representativo, pois forma 50% do coletivo de concludentes. Mas, como as autoras indicam, em estudo equivalente realizado com concludentes de História, o interesse em participar do estudo só alcançou 25,4% dos concludentes, pelo que concluem que a taxa alcançada (50%) é excelente (Ibid., p. 5). 134 Verbleibstudie des Instituts für Philosophie der Humboldt-Universität zu Berlin. 55 A amostra do estudo berlinense apresentou uma idade média de 29,1 anos (inferior à média nacional de 31 anos (VERREET, 2006)) ao tempo da conclusão do curso, conforme se toma do gráfico abaixo: Gráfico 1: Idade dos concludentes ao fim do curso [Alter bei Studienende]. Fonte: BIALEK; SCHWENZER, 2006, p. 6. Nota: Número [Anzahl], Idade [Alter]. Como enfocam as autoras, a média acima indicada é bastante alta em relação à média total do Instituto pesquisado, que se situa em 27 anos de um total de 1.382 concludentes. O número médio de semestres cursados desde o início dos estudos até à conclusão foi de 13,3 semestres. Em se considerando o número mínimo de 8 semestres está relativamente alto, conforme se toma do gráfico: Gráfico 2: Número de Semestres [Semesteranzahl]. Fonte: BIALEK; SCHWENZER, 2006, p. 7. Nota: Personen [Pessoas], Semester [ Semestre]. 56 O estudo de Filosofia na Alemanha se constitui geralmente de um estudo composto de um curso principal, acoplado a outro curso principal suplementar ou a outro curso complementar. Dessa forma, a inserção do concludente no mercado de trabalho se torna mais fácil e eficiente. No estudo em contendo, os entrevistados apontaram como curso suplementar ou complementar as seguintes matérias: Gráfico 3: Disciplinas [Sudienfächer]. Fonte: BIALEK; SCHWENZER, 2006, p. 10. Nota: Germanística [Germanistik], Política [Politik], História [Geschichte], Línguas diversas [Verschiedene Sprachen], Sociologia [Soziologie], Ciências da Cultura [Kulturwissenchaft], Economia [Volkswirtschaftslehre], História da Arte [Kunstgeschichte], Psicologia [Psychologie], Ciências do Teatro [Theaterwissenschaften], Ciências da Música [Musikwissenschaften], Informática [Informatik], Biologia [Biologie], Teologia [Theologie], Ciências da Educação [Erziehungswissenschaften]. A leitura do gráfico acima nos mostra que quase a metade escolheu germanística como complemento para o seu estudo principal. De uma forma, a língua é extremamente importante para o ofício de Filósofo, por outra pode indicar uma insuficiência básica do ensino médio nessa disciplina ou já se avisa o fenômeno do neologismo ‘internetês’. Em lembrando que a Universidade von Humboldt na sua grade curricular já inclui disciplinas práticas como a Filosofia da Cultura, a Filosofia Prática, a Filosofia do Direito e Social, a Filosofia Prática e Ética, a Lógica e a Filosofia da Linguagem, a Didática da Filosofia e a Filosofia do Espírito [Geist], pode-se entender que as escolhas por outras disciplinas práticas apontadas no gráfico 3 estejam em patamar numérico baixo. No que toca o campo de trabalho dos novos Filósofos ao tempo da entrevista, se revelou o quadro mostrado pelo gráfico abaixo, onde se delineia uma participação de 53,5% do coletivo em atividade científica numa universidade, em instituto de pesquisa ou num projeto de pesquisa: 57 Gráfico 4: Funções dos(as) Concludentes [Tätigkeiten der Absolventen/innen]. Fonte: BIALEK; SCHWENZER, 2006, p. 12. Nota: Voluntário [Ehrenamtlich], Associações [Vereine], Diálogo intercultural [Interkultureller Dialog], Arte/Cultura [Kunst/Kultur], Estágio/Voluntariado [Praktikum/Volontariat], Atividades de Ensino [Lehrtätigkeiten], Autônomo [Selbstständigkeit], Formação [Ausbildung], Atividade secundária, ‘bicos’ [Nebentätigkeit, Jobs], Empresas [Unternehmen], Jornalismo [Journalismus], Ciência [Wissenschaft]. A renda mensal é o objeto do gráfico abaixo: Gráfico 5: Renda [Einkommen]. Fonte: BIALEK; SCHWENZER, 2006, p. 25. Nota: Nenhuma resposta [Keine Antwort]. As pesquisadoras realizaram uma análise mais profunda (Ibid., p. 25-29) da circunstância, na qual se constatou que os salários recebidos pelos Filósofos são assustadoramente baixos. Ademais, restou evidente que todos os entrevistados com renda mensal líquida abaixo de 2.000 Euros (R$ 4.526,40135) necessitavam exercer uma atividade remunerada de tempo parcial e/ou recebiam cumulativamente uma ajuda financeira ou bolsa de estudos de terceiros, porquanto ainda não estavam definitivamente inseridos no mercado de trabalho. Somente o grupo dos que recebiam acima de 2.000 Euros se classificou como inserido no mercado de trabalho, indicando como área de atuação a iniciativa privada, a universidade, o direito, projetos de pesquisa, a medicina, o magistério no exterior ou a produção literária (livros). 135 Câmbio em 21.01.2011, 10:15 h 58 A duração do processo de inserção no mercado de trabalho com o advento do primeiro emprego também foi analisado no estudo berlinense, conforme desenhado abaixo: Gráfico 6: O primeiro emprego [Die erste Stelle]. Fonte: BIALEK; SCHWENZER, 2006, p. 30. Nota: Nenhuma indicação [Keine Angabe], mais de 12 meses depois da conclusão [Mehr als 12 Monate nach dem Abschluss], Entre 3 e 12 meses depois da conclusão [Zwischen 3 und 12 Monaten nach Abschluss], Dentro dos primeiros três meses depois da conclusão [Innerhalb der ersten drei Monate nach Abschluss], Antes da conclusão [Vor dem Abschluss]. Curto é o tempo de inserção do filosofante, já que 51,95% dos novos conseguem um emprego antes ou até 3 meses depois da conclusão do curso e 68,83% estão empregados até 12 meses depois da conclusão. Efetivamente, esses dados retratam o interesse do mercado em profissionais de Filosofia. Dos 12 concludentes que não puderam indicar uma resposta, 5 estavam em busca de trabalho, 3 voltaram a estudar, outros 3 estavam no curso de doutorado sem bolsa e somente 1 não indicou qualquer motivo (Ibid., p. 31). O Estudo também avaliou as perspectivas de futuro de cada um dos entrevistados. Assim, foi perguntado ao sample qual seria o campo de atuação, em que mais apreciaria trabalhar. Foram indicadas as seguintes áreas: jornalismo (6), aconselhamento (6), autônomo (6), diálogo intercultural (3), cultura (3), escrever (3), terapeuta (2), editora (2) e política (1), que obviamente não eram o atual ramo de ação desses entrevistados. Embora as pesquisadoras (Ibid., p. 43) tenham verificado que 54,4 % dos entrevistados estivessem satisfeitos com seus respectivos locais e área de trabalho, nessa configuração, restou interessante a pergunta seguinte, que trata de eventual desejo em mudança da área ou local de trabalho, conforme consta no gráfico seguinte: 59 Gráfico 7: Você vai mudar de trabalho num futuro próximo? [Werden Sie Ihre Stelle in absehbarer Zeit wechseln?]. Fonte: BIALEK; SCHWENZER, 2006, p. 43. Nota: Sim [Ja], Não [Nein], Nenhuma resposta [Keine Antwort]. A leitura que se faz dessas respostas nos leva à conclusão de que 53,25% (41) dos entrevistados ainda não teriam encontrado o local ideal de trabalho. Mas, não é essa a conclusão do Estudo, pois esse aponta como eventual motivo para boa parte de incidência da resposta ‘Sim’ o fato de que justamente 53,25% (veja Gráfico 4) dos concludentes estavam trabalhando no âmbito da Ciência e com contrato de trabalho por tempo limitado, o que obrigatoriamente levaria à mudança de emprego. Por fim apontamos como essencial à discussão sobre o número de estágios realizados pelos concludentes durante o período de estudo, análise essa descrita pelo gráfico seguinte: Gráfico 8: Número de Estágios [Anzahl der Pratika]. Fonte: BIALEK; SCHWENZER, 2006, p. 46. Nota: Estágio(s) [Pratikum(a)]. De todos os absolventes 44,15% (34) do sample realizaram algum tipo de estágio durante o curso de graduação. E desses 94 % (32) consideram o estágio como importante para a orientação profissional. Mesmo assim, a maioria dos estagiários absolveu entre 1-2 estágios. Dois fatos importantes anota o Estudo: a) mais da metade, 59,7% (46) estiveram por longo tempo em atividade no Exterior, tendo a maioria desse grupo (60%) considerado essa atividade extracurricular como de grande valor para a orientação profissional; b) de forma idêntica, foi considerada a atividade laboral paralela ao estudo como conveniente, por aqueles (86 %) que trabalharam durante a formação universitária (Ibid., p.46-47). 60 6d. Práti ca I – As questões A prática é uma questão complexa na Filosofia, não raro, polêmica. Paulo Ghiraldelli (2008), quando se refere à habilidade de Sócrates com a ironia136, relata-nos: No Fedro, Sócrates diz claramente que o livro, uma vez questionado, sempre dá a mesma resposta. Diferentemente, o diálogo oral, vivo, pode fornecer o que Sócrates quer: o movimento das palavras. As palavras são as mesmas, mas elas querem dizer outra coisa a cada momento, no decurso do diálogo. Ora, na confecção do livro, se o autor muda o que as palavras querem dizer, não é difícil ele terminar por não ser entendido ou simplesmente escrever um péssimo e confuso livro. No diálogo, como Sócrates o exerce, a mudança é justamente o que há de melhor, pois as construções de significação se ampliam rapidamente e de modo infinito. (GHIRALDELLI, 2008, p. 1) Mais adiante, encontramos no mesmo autor: No estilo do que hoje chamamos de filosofia analítica, Sócrates trabalha com a argumentação lógica; e no estilo do que hoje predomina na filosofia continental, Sócrates desenvolve um trabalho genealógico. (Ibid., p. 2) Aqui temos que Sócrates já elege como ferramenta essencial do filosofar a palavra viva: tanto em seu conteúdo como do ângulo analítico. Essas especificações perduram na Antiguidade com os estóicos e com os epicuristas, que se utilizam da palavra viva para enaltecer a função prática da filosofia, ora promovendo a virtude, ora promovendo a felicidade. De certo, muitas são as questões até hoje, que implicam com o homem, deixando-o confuso num jogo de palavras sem fim. E quanto mais especializado e diferenciado for o ambiente de trabalho do homem, certamente se fala a linguagem técnica, onde o verbum não tem significado buliçoso, mas resta por ser símbolo, com conteúdo restrito à técnica e perfulgência. Aqui, se faz necessário o Filósofo para restaurar o conteúdo ontológico do termo, do verbum, para que o mundo técnico consiga alçar o significado e uso correto das palavras e suas relações entre si, ofertando ad verbum proficiência na sua inteligência. Há algum tempo, esse fenômeno ocupa a nossa preocupação. Em especial, nos deixamos dispersar com essa contextura no decorrer de leituras da ‘Folha Médica Alemã’ [Deutsches Ärzteblatt], editada pela Câmera [Conselho] Federal dos Médicos [Bundesärztekammer], que trata quinzenalmente não só de assuntos médico-científicos, como também de políticas públicas na área da saúde, como ainda de problemas éticos na Medicina. Na análise de alguns temas içados por esse órgão oficial da medicina alemã, 136 Plato. Euthyphro. Trad. G.M.A. Grube. Five Dialogues. Cambridge: Hackett Publishing Company, 2002. (Apud: GHIRALDELLI, 2008) 61 vislumbramos pontualmente situações que exigem a proficiência filosófica para solucionar problemas assomados na medicina ou nas políticas públicas, que nem a medicina, muito menos ainda as políticas públicas conseguem desaranhar. Neste comenos, discorreremos a seguir sobre alguns exemplos, que lobrigariam excelentes momentos de inserção da proficiência do filosofante no clareamento de fenômenos, conflitos e questões. Direito Humano Fundamental: Durante uma entrevista concedida pela Dr.ª Brigitte Schmied (2010, p. 1104), co-presidenta da 18ª Conferência Mundial de AIDS [18. Weltaidskonferenz] em Viena, foi arvorada a questão da ‘A terapia do HIV é um direito humano fundamental’ [HIV-Therapie ist ein fundamentales Menschenrecht]. Em toda a entrevista se vê tratada essa questão somente da aresta econômica, como se a relevância maior da controvérsia fosse meramente econômica. A entrevista ficou devendo o desnublar do fundamento maior da questão. Unicamente, num quadro explicativo juntado à matéria jornalística, se lamenta uma explícita evolução nas políticas pública; aqui se fala “de estratégias errôneas na política anti-droga” [... von falschen Strategien in der Drogenpolitik] (Ibid., p. 1176). Ainda assim, se vislumbra na crítica uma superficialidade que indica certeira falta de uma percepção do que seja estratégia política em si. Todavia, num congresso científico altamente especializado, como in casu, é um avanço considerável que se ligue a questão de direito fundamental do homem com políticas públicas ensejando uma crítica de forma filosófico-analítica, embora reste ainda uma análise ontológica do embate. Em verdade, os cientistas das áreas afetadas estão em condições técnicas de abordarem esses temas, mas para chegarem, no cotejo, a conclusões quantitativa- e qualitativamente superiores e eficientes carecerão da proficiência do filosofante, no mínimo, de Schlüsselkompetenz [competência chave]. Questão política acre: Um outro momento interessante de se mostrar nesse contexto é uma entrevista concedida pelo Dr.med. Philipp Rösler (2010, p. 1506-1509), médico e Ministro alemão da Saúde. Tema da entrevista: „Nós estamos refletindo sobre um sistema inteligente de reembolso de custos” [Wir denken über ein intelligentes System der Kostenerstattung nach]. Como se sabe, o sistema de atendimento médico-hospitalar na Alemanha é em grande parte socializado. Entrementes, a crise sócioeconômica advinda dos altíssimos custos com a reunificação da Alemanha realizada a partir de 1989 afetou severamente o sistema de atendimento de saúde naquela nação. E a entrevista trata, como plano de fundo, de assunto extremamente acre para os médicos; nomeadamente cuida de encurtamento dos honorários médicos. É uma questão política delicada, polêmica e de difícil defesa por um ministro que é médico de profissão. Entrementes, o ministro Rössler demonstra nas suas respostas grande habilidade tanto na retórica, na dialética e, num aprimoramento ontológico, apresenta os seus argumentos técnicos, 62 com absoluta consciência e fidelidade metodológica, atestando bons conhecimentos de filosofia ou a presença de uma eficiente assessoria por profissional Filósofo na sua equipe. Realmente, nos últimos tempos, os políticos alemães, órgãos públicos e órgãos representativos de classe afluem por contratar, em volume sempre crescente, profissionais da área de Filosofia para compor suas respectivas assessorias. E esse factum, se faz notar com muita propriedade não só nos exemplos de discursos políticos, como também nos das ações e projetos no âmbito das políticas públicas e de outras ações estatais. Spiritual Care: Recentemente, a Universidade de Munique [Ludwig-Maximilians-Universität] contratou os dois primeiros professores universitários para ministrar a mais nova disciplina médica em ambiente europeu: Spiritual Care [Cuidados Espirituais]: um é teólogo evangélico (livre docente com tese em Spiritual Care) e o outro é médico, teólogo (católico) e filósofo (professor de psicossomática antropológica na Faculdade de Filosofia dos Jesuítas em Munique). Essa nova disciplina será ministrada no âmbito do Departamento de Medicina Paliativa com as seguintes atribuições: Ela deve tematizar na pesquisa e no ensino as necessidades espirituais dos pacientes gravemente enfermos e de suas famílias, mas também, por exemplo, as dos médicos e as do pessoal de enfermagem atendentes.137 (KLINKHAMMER, 2010, p. 1531) Essa evolução demonstra a preocupação da Medicina e da Universidade com a interdisciplinidade entre a Medicina e a Filosofia. Mas também, é um chamar a Filosofia para oferecer a sua contribuição no tratamento direto de pacientes, em especial, os de alto risco, bem como na assistência de seus respectivos familiares e de profissionais médico-hospitalar a serviço dos doentes graves. Será que os Filósofos, nesse processo, vão tratar dos pacientes? Certamente que não. Tão somente vão contribuir para que o paciente receba a melhor e mais eficiente assistência possível, no momento em que vão suprir necessidades dos enfermos, que nem a Medicina, ou a Psicologia ou outra ciência qualquer possa inteirar. Abuso Sexual: Na discussão do abuso sexual de crianças tomamos de uma entrevista concedida pela Dr.ª Christine Bergmann (2010, p. 1558-1560), Encarregada independente para Avaliação de Abusos Sexuais de Crianças do Governo Alemão, que somente profissionais da Pedagogia Social, da Psicologia e da Medicina são chamados para uma cooperação procurando soluções para a problemática. Infelizmente, toda a discussão se volta para os efeitos e para a prevenção, sem qualquer envolvimento com a ontologia da agrura; não se pode solucionar esse tipo de problema, sem a análise distanciada da situação específica 137 Sie soll in Forschung und Lehre die spirituellen Bedürfnisse von schwerstkranken Patienten und ihren Familien, aber beispielsweise auch der sie betreuenden Ärzte und Pflegekräfte tematisieren. 63 e de seus atores, de sua formatação ideológica e genealógica. E nesses pontos, a citada entrevista demonstra extrema pobreza. Propaganda Médica: O número 38 do Deutsche Ärzteblatt [Folha Médica Alemã] nos traz uma contribuição sob o título ‘Artigo Especializado com Mensagem Propagandística’ [Fachaufsätze mit Werbebotschaft], no qual o articulista Rüdiger Meyer (2010, p. 1561-1562) relata o caso de pacientes, que se deixaram levar por publicações na internet promovidas pela indústria farmacêutica e que enalteciam as vantagens da substituição hormonal em mulheres na menopausa. Essas publicações pseudo-científicas eram obra dos chamados ‘ghostwriters’138 devidamente contratados pelos fabricantes de hormônios femininos, na tentativa de ‘fundamentar cientificamente’ as prometidas vantagens e benefícios, em especial, no que toca a um possível efeito rejuvenescedor pela substituição hormonal. Várias pacientes entraram na justiça com ações por perdas e danos. A propaganda médica sempre se deixou encaminhar pelo pseudo-cientificismo, utilizando-se de ghostwriters para forjar ‘métodos’ e ‘pesquisas acadêmicas’ e, assim, tentar dar base científica aos seus interesses comerciais. Isso já se tornou uma mazela na informação médica em todo o mundo. Porquanto, há a necessidade urgente que especialistas em ética e em metodologia venham participar desse processo, tanto no setor farmacêutico como no âmbito do controle estatal das atividades desse importantíssimo setor econômico e de grande dever social, quanto ético. Segurança do Paciente: O erro médico sempre foi o grande tormento dos pacientes, mas esse não é um problema único em se tratando de segurança do paciente e que envolve profissionais de saúde, paramédicos, administradores hospitalar e da indústria e comércio farmacêutico. Kantelhardt (2010, p.1562-1563) alerta, em artigo recente, para a necessidade de um programa específico de incentivo à motivação para a busca de erro em todo o sistema de saúde, seus adendos e extensões. O obstáculo maior nesse processo é a questão da sensibilização do pessoal especializado, que não tem muita afinidade em lidar com erros e omissões. Assim, se torna perceptível que o Filósofo poderá oferecer uma enorme contribuição para uma melhor evolução da segurança do paciente. Prevenção e Terapia Eficiente: A medicina curativa, pelos seus altíssimos custos financeiros e baixo nível de eficiência, sempre foi o maior angústia para a gestão pública e privada de saúde. Independentemente desse fato, é direito do cidadão ter o melhor possível atendimento de saúde; esse princí- 138 Expressão inglesa que designa o escritor fantasma, profissional de alto nível especializado em prestar serviços de redação de textos a outras pessoas que não têm tempo ou não têm feitio para escrever. 64 pio está ancorado na Declaração dos Direitos Humanos139. A prevenção é a melhor forma de tratamento em saúde. A não eficiência do tratamento é um desrespeito ao ser humano. Essas duas importantes ferramentas do sistema de saúde não é uma questão somente técnica específica, mas antes de tudo, uma questão de estratégia, de ética e, não menos, de método. Não raro, esses três essenciais pilares do combate a conflitos são totalmente desprezados. Tal desprezo terrível encontramos na abordagem por parte do Governo Alemão em relação ao combate de recentes abusos sexuais de crianças naquele país. O Governo respondeu com uma campanha de denuncismo a um problema, que os especialistas indicavam, como urgente resolução, um programa de prevenção e de terapia eficiente140 (BÜHRING, 2010). Assistência de Idosos: A cada dia a medicina vem alargando o período de vida do homem; a sociedade passa a contar com mais idosos do que jovens. O avançar da idade leva consigo a multimorbididade, que é um fenômeno ainda não focalizado pela medicina, mas não é só esse aspecto que preocupa. A questão é bem mais profunda e percorre a discussão sobre medicamentos mais baratos e seu uso indiscriminado, pesquisa científica médica sem considerar os idosos, falta de diretrizes, incongruência quanto à necessidade de assistência ou de ‘cuidados’(HIBBELER, 2011). Todas essas discrepâncias e mais, a questão ontológica do lidar com o idoso também deprende da Filosofia. Ainda, dentro da análise das publicações do referido órgão oficial dos médicos alemães, encontramos duas situações que merecem o nosso realce: Filosofia irmã da Medicina? Em sua edição de 27.12.2010 o referido impresso nos presenteia com uma inusitada contribuição com o título “Estudo Médico: A irmã da medicina” [Medizinstudium: Die Schwester der Medizin]. Logo de início, indica o periódico alemão: “Porque hoje nós necessitamos novamente de um Philosophicum” [Warum wir heute wieder ein Philosophicum brauchen] e adianta que “pelo desenvolvimento histórico, hoje falta na Alemanha a Filosofia na formação médica” [Durch die historische Entwicklung fehlt heute in Deutschland die Philosophie in der medizinischen Ausbildung um Práxis]. O insólito resta claro no bojo do ensaio: há 150 anos se deixou de incluir na antiga Prússia a disciplina Filosofia no curso regular de medicina. A Filosofia compunha então, a etapa inicial do estudo médico com o título Philosophicum, mas infelizmente foi substituída pelo Physicum, que é uma etapa de dois anos incluindo preponderantemente disciplinas das Ciências Naturais. Daí, continua a revista alemã: „Na Universidade Julius-Maximilian de Würz- 139 Artigo XXV, 1: “Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle.” 140 Prävention und wirksame Therapie. 65 burg foi novamente relançado o Philosophicum.” [An der Julius-Maximilians-Universität Würzburg ist im Sommer 2010 wieder ein Philosophicum ins Leben gerufen worden.] (BOHRER, 2010) Polêmica na Psiquiatria: O tratamento de pacientes ‘psiquiátricos’ sempre gerou polêmica. A Alemanha ainda não superou o drama das mortes no período nazista de pacientes psiquiátricos sob a responsabilidade do Estado (JACHERTZ, 2011). Hoje ainda há muito que se definir na psiquiatria e a Filosofia pode encontrar nessa questão uma das mais importantes contribuições, pelo que possa responder. Figura 21: Publicidade instigando a “Rassenhygiene” [Higiene Racial], com a inscrição: Aqui você carrega. Um doente genético custa em média 50.000 Marcos do Reich até completar 60 anos de vida141. Foto: Jakob Graf, Biologie für Oberschule und Gymnasium, 1940. Fonte: Deutsches Ärzteblatt, Jg. 107, Heft 50, 17.12.2010, p. C2124.142. II – Consultório/Escritório de Filosofia A atividade do Filósofo como profissional liberal em instalações próprias na forma de consultório ou escritório de Filosofia medra com pujança em todo o território alemão. O modelo genésico dessa evolução é a ‘Escola da Sabedoria’ de Keyserling, que levou a Filosofia ao encontro com os anseios e angústias do homem. E essa foi a maior influência do pensar keyserlinguiano implementada na Alemanha, iniciada em 1920 e no pós-guerra reinaugurada por Gernot Böhme em Darmstadt (INSTITUT FÜR PRAXIS DER PHILOSOPHIE E.V., 2008). Em 1981 na região norte do Reno, o Dr. Gerd B. Achenbach, funda o conceito Philosophische Praxis [Práxis Filosófica] ampliando e atualizando a idéia original de Keyserling. 141 142 Hier trägst Du mit. Ein Erbkranker kostet bis zur Erreichung des 60. Lebensjahres im Durchschnitt 50.000 RM. http://www.aerzteblatt.de/v4/archiv/artikel.asp?src=heft&id=79713. 66 Dentro da Alemanha e em regiões de influência alemã se encontra atualmente os seguintes Consultórios/Escritórios de Filosofia, conforme lista elaborada por Michael Niehaus (2011) e a partir de cadastro realizado através do site “pro-phil – Philosophische Práxis”, de sua responsabilidade: Tabela 2 – Lista de Consultórios e Escritórios de Filosofia na Alemanha e região de influência alemã. Região Nome 0 Helmut Gebauer Jens Wegerle Carsten Passin Endereço Hosterwitzer Straße 30 Winterbergstraße 3 Heidestrasse 29 Local 01259 Dresden 01277 Dresden 06901 Kemberg Total 1 Barbara Strohschein Susanne Oestreicher Gabriele Kanz-Schmidt Michael Gutmann Caroline Sophie Meder Heike Julia Klein Karin Jansen Wilhelm Schmid Natalie Knapp Rainer Reusch Guntram Platter Sabine Rippe Heike Weinbach Roger Künkel Thomas Stölzel Peter Voß Sylvia Kirscht Jörg Riedel Sebastian Gross Holger Jens Schnell Petra von Morstein Kathleen Pett-Spickermann Günter Haberkamp Fred Gebler 2 Christiane Pohl Birte Schelling Ina Schmidt Rotherstr. 18 Kinzigstraße 46 Kollwitzstraße 38 Margarete Walter Str. 9 Saarbrücker Str. 24 Schliemannstraße 34 Flotowstr. 3 Mindener Str. 6 Goethestr. 58 Kurfürstenstraße 19 Yorckstr. 86 Dieffenbachstr. 63 Delbrückstr. 63 Manfred von Richthofenstr. 16 Manteuffelstraße 25 Freiwaldauer Weg 30 Prinzessinnenstraße 4 Böttnerstr. 1 Strelitzer Straße 2 Buttmannstr. 11 Hohenzollernstr. 31 A Clayallee 287 Kissinger Straße 13 Dömitzow 5 Total Grindelallee 159 Beim Grünen Jäger 26 Karpfangerstrasse 17 3 10245 Berlin 10247 Berlin 10405 Berlin 10407 Berlin 10435 Berlin 10437 Berlin 10555 Berlin 10589 Berlin 10625 Berlin 10785 Berlin 10965 Berlin 10967 Berlin 12051 Berlin 12101 Berlin 12203 Berlin 12205 Berlin 12307 Berlin 13125 Berlin 13355 Berlin 13357 Berlin 14163 Berlin 14169 Berlin 14199 Berlin 18519 Reinberg 24 20146 Hamburg 20359 Hamburg 20459 Hamburg 67 Região Nome Thomas Marcus Illmaier Helmut Stubbe da Luz Victoria Dittmer Robert André Heike Bühn Tilman Kiehne Michael Rahnfeld Matthias M. Schönberg Agnes Hümbs Karsten Berr 3 Susanne A. Kessler Sigrid Battmer Gerhard Stamer Gerhard Gillhoff Volker Papke-Oldenburg Herbert Möller Michael Bösch Frank Ehnes Andreas Hildebrand Thomas Miller 4 Andreas Spohn Thomas Wilden Rainer A. Bast Jost Guido Freese Bettina Küpper Latusek Josef Fellsches Britta Ryschka Christoph Weismüller Kerstin Keßler Elke Endert Michael Niehaus Gregor Nottebom Georg Ritter Benedikt Eisermann Volker Huch Karlheinz Keukens Kolja Mendler Endereço Katzberg 17 Bredenbekstieg 6 Blankeneser Bahnhofstraße 29 Gaußstraße 132 Auf der Heide 11 Schillerring 48 Kreisstrasse 9 Süderweg 15 Am Bloher Forst 20 Bahnweg 57 Total Oberstr. 13 a Oesterleystr. 3 Böttcherstraße 8 Sattelmeierstr. 15 Möllers Kamp 12 Jöllenbecker Str. 164 Grünewaldstr. 4 Holter Str. 8 Hauptstraße 11 Goethestraße 36/1 Total Stresemannstr. 41 Bachstr. 162 Himmelgeister Str. 83 Cranachstraße 32 Kehlerstr. 36 Alte Landstraße 210 Bonner Str. 161 Am Dammsteg 57 Im Mutscheid 46 Biesenbachstr. 13 Blausielweg 5 b Hevener Str. 31 Simonstr. 68 Am Nachtigallental 16 Hauptstraße 21 a Eikelkamp 6 An der Charlottenburg 5 Local 21502 Geesthacht 22397 Hamburg 22587 Hamburg 22765 Hamburg 23558 Lübeck 23970 Wismar 25795 Weddingstedt 25872 Ostenfeld 26160 Bad Zwischenahn 26188 Edewecht 13 30167 Hannover 30171 Hannover 30419 Hannover 32130 Enger 32469 Petershagen/W. 33613 Bielefeld 33615 Bielefeld 33813 Oerlinghausen 37308 Geisleden 39108 Magdeburg 10 40210 Düsseldorf 40217 Düsseldorf 40225 Düsseldorf 40235 Düsseldorf 40468 Düsseldorf 40489 Düsseldorf 40591 Düsseldorf 40591 Düsseldorf 40764 Langenfeld 41541 Dormagen 44269 Dortmund 44787 Bochum 45147 Essen 45149 Essen 45219 Essen 45276 Essen 47804 Krefeld 68 Região Nome Andreas Mussenbrock Thomas Polednitschek Endereço Spiekerhof 31 Münsterstr. 27 Local 48143 Münster 48167 Münster Total 5 Andreas Tenzer Matthias Oberländer Notker Schneider M. Winkler-Calaminus Gerd B. Achenbach Heidi Bennent-Vahle Heike Freimann Markus Melchers Renate Miethner Thomas Bebiolka Frederik Schlenk Gretel Wirz Christian Kauferstein Josef M. Werle Marion Brück Ewald Fischer Mechthild Herberhold Wolfgang Karb Rüdiger E. Böhle Ralf Müller Jutta Zörb-Arnoldi Antje Weißkopf-Wayand Christian Breker Wolfram Bröder Achim Kuch Heiko Crummenauer Anke Euschen 7 Annegret Stopczyk Günter Bachmann Axel Braig Christoph Kaulfuß Thomas Gutknecht Bernd F.J.H. Brosig Peter Vollbrecht 19 Limburger Straße 13 Martinsfeld 33 Burgunderstr. 22 Weißenstein 31 Hermann Löns Str 56 c 50672 Köln 50676 Köln 50677 Köln 51491 Overath 51469 Bergisch Gladbach 52062 Aachen Am Hahnenkreuz 14 52223 Stolberg-Dorff Bornheimer Straße 35 53111 Bonn Nordstrasse 48 53111 Bonn Beringstr. 14 53115 Bonn Laufenbergstraße 24 53173 Bonn Hovergasse 5 53332 BornheimWaldorf Postfach 1207 53541 Linz am Rhein Dietrich-Flade-Str. 13 54296 Trier Postfach 11 16 55279 Nierstein Pfarrstraße 24 56564 Neuwied Lennestr. 91 58762 Altena Total 17 Eichenstraße 12 61476 Kronberg Altes Forsthaus 63322 Rödermark Platanenallee 21 63739 Aschaffenburg Paul-Wagner-Str. 27 64285 Darmstadt Georg-Glenz-Str. 19 64720 Michelstadt Landsberger Str. 9 65205 Wiesbaden Lessingstr. 52 66121 Saarbrücken Gebäude A1.1/Im Stadtwald 66123 Saarbrücken Vorm Berg 5 66606 St. Wendel Blütenweg 73 69198 Schriesheim Total 10 Belaustr. 14 b 70197 Stuttgart Dennerstr. 92 70372 Stuttgart Derendingerstr. 95 72072 Tübingen Bismarckstraße 35 72764 Reutlingen Fichtenweg 8 72805 Lichtenstein Schubertstraße 27 73660 Urbach Sirnauer Str. 11 73728 Esslingen 69 Região Nome Jürgen Lambrecht Volker Homann Anette Fintz Alexandra Zinke & Sandra Mandl Manfred Jaud Mike Roth Lotte Thomassin Andreas Schreiber Herbert Euschen Mechthild Pecik 8 Andreas M. Belwe Rebekka Reinhard Karin Petrovic Gagern; Lauppe; Posch Almut Furchert Christof Schalhorn Judith Tech Dagmar Langen & Tanja Prokic Xaver Brenner Arno Lundershausen Giovanni Russo Bernd Groth Michael Conradt Ernst Friedrich Lauppe Magdalena Börsig-Hover Felicitas Englisch Lia Koch Stefan Lindl Alexander Seibold Ingo-Wolf Kittel Susanne Dieminger Gerald F. Rubisch Regina Mahlmann Monika Sadegor Petra Kollmannsberger 9 Norbert Schikora Norbert Victor Barth Endereço Herrengut 6d Im Löhl 4 Fritz-Reichle-Ring 28 Eichhornstraße 84 Menzelstr.1 Merzengass 13 Rabenkopfstr. 11 Blauenstr. 20 Jahnstrasse 16 Schlossbergstr. 2/1 Local 76530 Baden-Baden 76829 Landau 78315 Radolfzell 78464 Konstanz 78467 Konstanz 78479 Insel Reichenau 79102 Freiburg 79115 Freiburg 79211 Denzlingen 79312 Emmendingen Total 17 Schmellerstr. 34 Westermühlstr. 13 Berchemstr. 41 Winzererstr. 49a Sondermeierstraße 86 Torriweg 23 Sulenstraße 7 Schlotthauerstraße 14 Sturmiusweg 10 Schreberweg 4 Gotthelfstraße 7 Fasanenstr. 130 Ebenhauser Str. 4 Theresienstraße 6 Am Angerl 14 Pfunderstr.1 Gartenstr.20 Hauptstraße 98 Margaretenanger 5 Frauentorstr. 49 Peter-Rosegger-Straße 38 Försterberg 5 Hochstrasse 11a Krautgartenstr. 26 Dorfstaße 26 Total Nürnberger Str. 75 Tiepolostr. 2 80337 München 80469 München 80686 München 80797 München 80939 München 81247 München 81477 München 81541 München 81673 München 81677 München 81677 München 82008 Unterhaching 82057 Irschenhausen 82319 Starnberg 82439 Kleinweil 83313 Siegsdorf 83727 Schliersee 85579 Neubiberg 85716 Unterschleißheim 86152 Augsburg 86316 Friedberg 86674 Baar 86842 Türkheim 86947 Schwabhausen 89361 Landensberg 25 90762 Fürth 97070 Würzburg 70 Região Nome Florian Gernot Stickler Carl Gibson Dietlinde Schmalfuß-Plicht A CH Monika Wogrolly Helmut Hofbauer Leo Zehender Irmgard Cornelia Klammer Eugen-Maria Schulak Manfred Rühl Michael Turinsky Martin Poltrum Brigitte Zarzer Stephan Scharf Georg Graml Susanne Moser Markus Riedenauer Leo Hemetsberger Alexander Dill Günther Witzany Peter Natter Eckard Ruschmann Tell Ronald Monika Wogrolly Helmut Stockhammer Markus Waldvogel Johannes Gasser Detlef Staude Alban Clemenz Theres Jöhl Dominique Zimmermann Martina Bernasconi Manuel Bachmann Stefan Brotbeck Christian Graf Clemens M. Breitschaft H. Pfaeffli-Bachmann & R.Neyerlin Richard Egger Endereço Friedenstraße 7a Johann-Hammer-Str. 24 Predigerstraße 13 Total Große Mohrengasse 33 Obere Augartenstraße 18 Sigmundsgasse 4/8 Lindengasse 61-63 Schlösselgasse 24/19 Stroheckgasse 2/11 Hebbelplatz 3/5/6 Czerningasse 23/16 Siebenbrunnengasse 24-4 Herbststrasse 65/14 Peter-Jordan-Str. 67a/4 Doktorberg 23-2 Spindelg. 1 Mozartstrasse 25/3 Kapuzinerberg 9 Vogelsangstr. 18 c Niederbahn 44 Scheffelstraße 7 Bahnstrasse 23/7 Sparbersbachgasse 55/28 Sterneckstr. 15 Total Route de Romont 18f Balmweg 31 Indermühleweg 5 Steinbachstr.12 Gerbergasse 14 Im Davidsboden 10 Tessinstrasse 14 Colmarerstr. 46 Allschwilerplatz 10 Kirchstrasse 27 Postfach 4011 Hirschmattstrasse 56 Zürcherhofstrasse 3 Local 97072 Würzburg 97980 Bad Mergentheim 99084 Erfurt 5 A-1020 Wien A-1020 Wien A-1070 Wien A-1070 Wien A-1080 Wien A-1090 Wien A-1100 Wien A-1120 Wien A-1150 Wien A-1160 Wien A-1180 Wien A-2391 Kaltenleutgeben A-2483 Weigelsdorf A-2500 Baden A-5020 Salzburg A-5111 Bürmoos A-6850 Dornbirn A-6901 Bregenz A-7000 Eisenstadt A-8010 Graz A-9022 Klagenfurt 21 CH-2537 Vauffelin CH-3007 Bern CH-3018 Bern CH-3123 Belp CH-4001 Basel CH-4056-Basel CH-4054 Basel CH-4055 Basel CH-4055 Basel CH-4415 Lausen CH-6002 Luzern CH-6006 Luzern CH-6312 Steinhausen 71 Região Nome Imre Hofmann Eva Schiffer Willi Fillinger Harry Wolf Bernhard Schneider Endereço Gerechtigkeitsgasse 4 Haldenbachstr. 2 Rotbuchstrasse 36 Im Tiergarten 10 Isenbergstr. 36 Local CH-8002 Zürich CH-8006 Zürich CH-8037 Zürich CH-8055 Zürich CH-8913 Ottenbach Total NL B ES Will Heutz Heidi Bennent-Vahle Bernd Schüll - Mallorca-Wege Schelsberg 306 - 308 Rue Graet 1 18 NL-6413 AJ Heerlen B-4841 Henri Chapelle Mallorca Fonte: Elaborada a partir de uma lista organizada por Michael Niehaus (2011) disponibilisada através do site “pro-phil – Philosophische Praxis”143. Pela leitura que se faz da tabela acima, pode-se constatar que a região sul em volta de Munique conta com o maior número de consultórios e escritórios (25), seguido pela de Berlim (24) e pela de Düsseldorf (19), justamente onde se concentra a vida econômica alemã. Uma visão melhor da relação numérica de consultórios e escritórios em função dos países de influência alemã podemos tomar da tabela abaixo: Tabela 3 – Número de Consultórios e Escritórios de Filosofia na Alemanha e região de influência alemã. País Alemanha Áustria Suíça Holanda Bélgica Espanha Quantidade Total 143 21 18 1 1 1 185 Fonte: Elaborada e computada a partir da Tabela 2. Anote-se que os números indicados nas Tabelas 2 e 3 não são números oficiais. O número real deve estar bem acima dos indicados, em especial, os referentes à Áustria, Suíça, Holanda, Bélgica e Espanha, pois as referidas tabelas computaram dados oriundos de cadastro particular de Niehaus (2011). 143 Disponível em: <http://www.philosophischepraxis.de/praxenverzeichnis.html>. Acesso em: 23.01.2011 10:59. 72 O que fazem esses consultórios e escritórios? Para se obter uma sucinta noção sobre as atividades dos consultórios e escritórios de Filosofia, passaremos a apresentar o trabalho de alguns exemplos mais expressivos e de escolha aleatória. Figura 22: Práxis Dr. Michael Gutmann, Berlim. Fonte: Internet144. Nome: Dr. Michael Gutmann, Berlim. Qualificação: Dr.phil., MA, Engenheiro (Escola Superior Técnica). Áreas: Filosofia da Vida, Filosofia Particular, Filosofia da Qualidade, Gestão de Qualidade, Prestação de Serviços Filosóficos. Serviços: Práxis Filosófica: aconselhamento filosófico particular e profissional; coaching, acompanhamento e suporte de projetos; Gestão de Qualidade: competência de liderança e filosofia para executivos; organização de práxis, desenvolvimento de time, coaching145 para médicos, gestão de qualidade para consultórios médicos e odontológicos; Design Filosófico: gestão de qualidade, pedagogia da qualidade, filosofia de empresas e de organização; Filosofia de Sócrates: fundamentos, aspectos, etc. 144 145 http://www.michael-gutmann.de/index.html. Gíria de origem universitária norte-americana para designar "tutor particular" que prepara o aluno para um exame de uma determinada matéria. Instrutor ou treinador de atletas, atores ou cantores. (apud: http://pt.wikipedia.org/wiki/Coaching, acesso em 24.01.2011, 08:57) 73 Figura 23: Práxis Dr. Xaver Brenner, Fürstenfeldbruck. Fonte: Internet146. Nome: Dr. Xaver Brenner, Fürstenfeldbruck. Qualificação: Graduado em Ciências Políticas, Dr.phil., Docente de Filosofia, Instrutor de Retórica e Treinador de Executivo. Áreas: Filosofia da Vida, Comunicação e Retórica. Serviços: Seminário Filosofia de Vida, Seminário Comunicação e Retórica, Seminário para Executivos, aconselhamento filosófico, conferências e seminários diversos. Figura 24: Seminário realizado pelo Dr.phil. Achenbach. Fonte: Internet147. Nome: Philosophische Praxis [Práxis Filosófica] Gerd B. Achenbach148, Bergisch-Gladbach. Qualificação: Dr.phil., Prático de Ensino da Sociedade Internacional de Práxis Filosófica149. 146 http://www.xaverbrenner.de/html/seminar_lebensphilosophie.htm. http://www.achenbach-pp.de/. 148 Fundador do conceito Práxis Filosófica em 1981 (MARQUARD, 1989). 149 Internationale Gesellschaft für Philosophische Práxis. 147 74 Áreas: Práxis Filosófica; aconselhamento de vida. Serviços: Seminários e conferências; “Palestra da Sexta-feira”; “O Projeto Filosofia”; Encontro de Estudos em Neuss; ‘José no Egito’ em Hildesheim; Academia de Verão no Sul do Tirol; Academia de Outono ‘Romantismo’; Curso de Formação Práxis Filosófica [Studienkurs Philosophische Práxis]; diversos livros. Figura 25: Seminário realizado pelo Ms. Michael Niehaus. Fonte: Internet150. Nome: Philosophische Praxis [Práxis Filosófica] pro-phil Michael Niehaus, Dortmund. Qualificação: MA. Áreas: Aconselhamento no campo privado e profissional; aconselhamento de vida. Serviços: Prática Filosófica no contexto pessoal; Prática Filosófica no contexto profissional; aconselhamento filosófico; aconselhamento para pessoas com responsabilidade nas organizações da economia, da ciência e da sociedade; seminários; workshops [oficinas]; “Gestão por Sócrates – Filosofia para Aconselhamento, Treinamento e Diálogo [management by sokrates – Philosophie für Beratung, Training und Dialog]. Nome: agathonblue Coaching [tutorial particular] Training [Treino]| Philosophische Praxis [Práxis Filosófica] Heike Julia Klein, Berlim.151 Qualificação: MA. Áreas: tutorial particular de treino, Práxis Filosófica. Serviços: Coaching; aconselhamento pessoal; ‘Spelraum’ [Espaço de jogo]. 150 151 http://www.philosophischepraxis.de/unternehmen.html. http://agathonblue.com/praxis.html. 75 Nome: Management-Strategien [Estratégias de Gestão] - Dr. Rüdiger E. Böhle, Rödermark. Qualificação: Dr.phil. Áreas: Aconselhamento de gestão, Práxis Filosófica. Serviços: Supervisão; aconselhamento de prospecção; coaching (geral e pessoal); encontrar decisão e desenvolver responsabilidade como uma obrigação cotidiana; acompanhamento no campo de problemas e no estilo de gestão; estratégias de solução para problemas de mobbing [Assédio Psicológico no Trabalho (GUIMARÃES; RIMOLI, 2006, p. 183.)]; estratégias de solução para problemas objetivos como pessoais; estratégias de solução para crises profissionais como pessoais; estratégias de solução para questões pessoais; diversos seminários e encontros. Figura 26: Práxis Dr. Bernhard Pesendorfer. Fonte: Internet152. Nome: Dr. Bernhard Pesendorfer Angewandte Philosophie [Filosofia Aplicada] GmbH [Sociedade Limitada], Viena. Qualificação: Dr.phil., estudo de Filosofia, Psicologia, História e Literatura alemã. Áreas: Treinamento, aconselhamento, pesquisa, docente em escolas superiores. Serviços: Ensino superior: filosofia, filosofia social, filosofia política, filosofia do direito e da história, estética, dinâmica de grupo, economia e ciências sociais; Práxis Filosófica: aconselhamento individual para pessoas e para grupos, que assumiram responsabilidade na economia, na sociedade, e na política; Trei- 152 http://www.pesendorfer.de/vita.html. 76 namento de gestão: dinâmica de grupo, gestão de conflitos, dinâmica organizacional - negociar interesses contrários, gestão sistemática de projeto, gestão de mudanças – convivência serena com mudança, dialética, mulheres e homens na gestão, negócios, poder e ética, orientação filosófica para executivos, para empresários e diretores executivos [CEO, Chief Executive Officer], desenvolvimentos, tendências, e conflitos atuais em nossas sociedades, na empresa e na vida privada; Aconselhamento Organizacional: gestão de conflitos, desenvolvimento de time e de organização na indústria, bancos, seguradoras, comércio e negócios; Pesquisa Filosófica de Mercado [philosophische Marktforschung]: estudo motivado-analítico de mercado, como p.e., ‘economizar e crédito’, ‘motivos de segurados particulares’, ‘segurança de trabalho no campo internacional de tensão’, ‘fornecimento local – pequena empresa no comércio e nos negócios’, ‘a igualdade de homem e mulher na administração pública da Alemanha’, ‘o carro no ambiente emocional e político’, ‘motivos em volta do micro’, ‘motivos contra/a favor de fumar’, ‘pão’, ‘fraude de seguro’, ‘celular’, ‘design de motor’, ‘jogos automáticos’, etc. Figura 27: Filosofar com crianças. Fonte: Internet153. Nome: KYON Interdisziplinäres Netzwerk154. Qualificação: Dr. phil. Andreas Belwe e Sabine Baier M.A. Áreas: Aconselhamento filosófico e científico, retórica, treinamento e suporte. Serviços: Aconselhamento individual, ‘filosofia conforme a demanda’ [philosophy on demand], aconselhamento de empresas, noites filosóficas, filosofar com 153 154 http://www.pesendorfer.de/vita.html. http://www.kyon-muenchen.de/philosophieren_mit_kindern.php. 77 crianças, trabalhos científicos, coaching para estudantes, suporte para doutorandos, pesquisa literária, serviço de leitura e de fichamento [Exzerpierservice]. Nome: Philosophische Praxis Dr. Christiane Pohl, Hamburgo. Qualificação: Dr.phil. Áreas: Economia, política e Práxis Filosófica. Serviços: Aconselhamento para empresários; ‘análise filosófica para empresas’; ‘orientação para a chefia da empresa, de recursos humanos e na gestão de relações com o cliente’; aconselhamento individual: ‘relação com a minha esposa’, ‘não consigo racionalizar o meu tempo’, ‘como amante de um homem casado’, ‘a minha vida está chegando ao fim’. Honorários: 50 Euros por hora. Nome: Studio Angewandte Philosophie - StAP Persönlichkeitstraining (Dr.phil. Karin Jansen). Qualificação: Dr.phil., MA. Áreas: Filosofia aplicada (ética médica, ecológica, empresarial, e desenvolvimento da personalidade), filosofia ocidental e oriental, cultura e teatro, creatividade e saúde. Serviços: StAP Training [treino de personalidade]; coaching (individual, pequeno grupo, autônomos, executivos, gestores e pessoas em situação de mudança); seminários e oficinas de trabalho [workshops]. Honorários: 25-62 Euros por hora. De todos os exemplos expostos conclui-se que a Filosofia Prática e Aplicada alemã tem dois primordiais setores: a Práxis Filosófica e o aconselhamento na área econômica, institucional e pública. A Práxis Filosófica se expande em setores diversos; sempre focada na solução de problemas pessoais e existenciais. Já a ação filosófica no setor econômico e institucional apresenta uma inovação importante da contribuição da Filosofia para uma sociedade mais justa e eficiente e bem além da ética prática. Ressalte-se nessa evolução a inclusão de crianças no trabalho dos Filósofos, tendência essa que certamente mudará a história daquela nação, quanto mais amplo for o acesso da criança ao filosofar. Se o cidadão desenvolve, do início do seu ser na sociedade, uma postura ética e eficiente, em idade adulta forjará um aporte extremamente competente e focado no bem geral da comunidade em que estiver inserido, delineando na vida pessoal e profissional um ideal há muito ensejado. 78 Em poucos casos, há informações sobre os honorários cobrados pelos profissionais filósofos. Mas, o nível de honorários indicado pelas Práxis (entre 24 e 62 Euros/hora) aqui abordadas está num patamar compatível com a capacidade técnica do Filósofo. 79 7. Conclusão Partimos com a incumbência de encontrar percepção para o fenômeno ‘Filosofia Prática’ na Alemanha. Perpassamos intenso namoro a Filosofia de Keyserling, onde encontramos uma nova perspectiva: Schule der Weisheit [Escola da Sabedoria] – um esforço de fazer do sentido [Sinn] uma orientação para o autodesenvolvimento, fazer da vida algo fértil. Esse galantear me deixou envolvido com uma fragrância de futuro. Resultou das nossas averiguações a constatação que a Filosofia keyserlinguiana influenciou fundamentalmente a evolução da Filosofia Prática, com maior propriedade ainda, a da Práxis Filosófica, na formatação hoje encontrada em território alemão e em regiões de sua influência. Paralelamente, verificamos estar perfeitamente integrado ao conceito ‘Profissão Filósofo’ uma abrangente área prática definida pela própria Filosofia. E não falta à formação e à especialização do Filósofo na Alemanha a constituição de elementos formacionais para corresponder aos desafios práticos do exercício da atividade filosofante. Encontramos em abundância disciplinas curriculares, complementares e suplementares que fornecem suporte científico a essas atividades práticas. Ademais, vasta é a rede de associações científicas alemãs para promover a especialização e subespecialização dos que escolhem a profissão filosofante na modalidade ‘profissional liberal’. A questão da evasão nos cursos de Filosofia na Alemanha aparenta ser grave (90%), mas, em sentido contrário, o mercado de trabalho indica interesse em absorver o contingente de concludentes, inclusive, em tempo breve (em média 3 meses). Mas, o estudo e o exercício da profissão Filósofo estão passando por uma inovativa e intensa transformação, procurando corresponder aos anseios e necessidades da sociedade e do homem de hoje. Isso se retrata na pluralidade e no denotado afastamento do conteúdo convencional nas atividades de estágio estudantil, bem como, na complexidade da atividade filosófica em instituições sociais e econômicas. Dois momentos polêmicos encontramos nesse estudo. Primeiramente, foi o uso desse profissional nos contextos da Global Advertising [propaganda global], do Branded Entertainment [entretenimento com marca comercial embutindo um apaixonante efeito de marketing] e do product placement [colocação de produto]. Aqui urge extensa pesquisa e reflexão, pois as fronteiras ética-ganância comercial precisam se desenvolver sólidas e definidas, com forte particularidade dado o assédio aos estudantes com esse propósito. Em segundo, encontramos a controvérsia sobre o Filósofo como terapeuta. Decididamente, a questão na Alemanha não se desenvolve nessa direção, embora não se encontre empecilho legal para a atividade terapêutica do Filósofo, desde que não fira a competência estabelecida legalmente para os di80 versos profissionais da saúde. O profissional na Práxis Filosófica alemã entende-se como conselheiro e tem como competência essencial ajudar ao cidadão a encontrar sentido [Sinn] nas mais adversas circunstâncias da vida e do ser. O encontrar sentido é uma atividade complexa e ampla, que pode perpassar vários espaços, como o teatro, vídeo, cultura, biologia, psicologia, medicina e muitas outras áreas do conhecimento. A título de ilustração apontamos um problema dos mais recorrentes na sociedade mundial: a dependência química. Esses doentes geralmente sofrem inicialmente tratamento médico, depois podem passar por acompanhamento psicológico e social; mas, com muita freqüência, retomam o vício. Nessa situação se insere a função do Filósofo. Visto que, o desígnio que leva a pessoa à dependência química, em essência, é a perda do sentido em circunstância (s) essencial(is) da sua vida. Ninguém melhor do que o filósofo para ajudar ao cidadão a encontrar sentido nas vicissitudes da vida e do ser. Assim, se entende o clamor da Universidade de Würzburg em reinaugurar o Philosophicum no estudo regulamentar de Medicina. Vislumbra-se assim que a ‘irmã’ Filosofia é complemento tão necessário quanto obrigatório no promover a saúde do indivíduo. E a Würzburg assiste as melhores das razões. Se a Filosofia é reencontrada pela Medicina, a Filosofia precisa reencontrar a Medicina, a prática. Nesse diapasão ancoramos a propositura de um envolvimento sério e extenso da Academia Filosófica com a Filosofia Prática e a Práxis Filosófica, sem prejuízo da Filosofia Aplicada. Urgente se faz formular uma re-engenharia do currículo universitário dos cursos de graduação e licenciatura em Filosofia no Brasil conferindo extensivo relevo às disciplinas práticas, contratando novos docentes nessas áreas específicas e implementando pesados investimentos para recuperar o tempo perdido. Não se pode esquecer ainda que o legislador se decidiu por impor o encontro do jovem com a Filosofia. Os sérios fenômenos que envolvem a juventude de hoje indica uma essencial necessidade de o jovem descobrir a Filosofia. Mas, as intempéries nos conflitos oportunistas dessa fase da vida só encontrarão solução no âmbito da Filosofia Prática, que aponta sentido de vida na vida sem sentido que atormenta o jovem na atualidade. A questão não é ensinar Filosofia na escola, mas conduzir o aluno à pratica do filosofar. Não há como pensar e ser futuro sem a Filosofia. 81 Referências Bibliográficas Alpen-Adria-Universität Klagenfurt: Institut für Philosophie. Klagenfurt: [s.n.], 2009. Disponível em: <http://www.uni-klu.ac.at/philo/inhalt/1.htm>. Acesso em: 08/12/2010 17:13. Arbeitsmarktservice Österreich – Jobchancen Studium: Philosophie, Geschichte, Kunst- und Kulturwissenschaften. 5ª Edição atualizada.Viena: [s.n.], nov. 2004. 95 p. Disponível em: <http://www. forschungsnetzwerk.at/downloadpub/JCS_KuHu-2004.pdf>. Acesso em: 21/12/2010 08:59. Aspis, Renata Pereira Lima: O Professor de Filosofia: O Ensino de Filosofia no Ensino Médio como Experiência Filosófica. Cad. Cedes, Campinas, vol. 24, n. 64, p. 305-320, set./dez. 2004. Disponível em: <http:// www.scielo.br/pdf/ccedes/v24n64/22832.pdf>. Acesso em: 22/12/2010 19:08. Bergmann, Christine: „Wir würden gerne die Erfahrungen der Ärzte mit einbeziehen“. 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