Adição de momento angular Mecânica Quântica 1 Pós-graduação em Física Conceitos fundamentais Sejam 𝐽1 e 𝐽2 dois momentos angulares associados a sistemas diferentes. Eles são geradores de rotações da forma 𝐷𝑖 𝑛, 𝜙 com 𝑖 = 1,2. Desejamos tratar um sistema composto tal que 𝐽 = 𝐽1 + 𝐽2 seja o gerador de rotações 𝐷 𝑅 = 𝐷1 𝑅1 ⨂𝐷2 𝑅2 . • As componente de 𝐽 seguem as mesmas relações de comutação do momento angular. • O problema de autovalores para 𝐽2 e 𝐽𝑍 é igual ao de um momento angular individual: – 𝐽2 𝑗1 𝑗2 ; 𝑗𝑚 = ℏ2 𝑗 𝑗 + 1 𝑗1 𝑗2 ; 𝑗𝑚 ; – 𝐽𝑍 𝑗1 𝑗2 ; 𝑗𝑚 = ℏ𝑚 𝑗1 𝑗2 ; 𝑗𝑚 • Dois conjuntos de observáveis, cada uma com uma base comúm: – 𝐽12 , 𝐽22 , 𝐽𝑍1 , 𝐽𝑍2 ; base A: 𝑗1 𝑗2 ; 𝑚1 𝑚2 = 𝑚1 𝑚2 – 𝐽2 , 𝐽𝑍 , 𝐽12 , 𝐽22 ; base B: 𝑗1 𝑗2 ; 𝑗𝑚 = 𝑗𝑚 Valores de 𝑗 e 𝑚: subespaços • 𝑗 pode tomar diferentes valores definidos pela condição 𝑗1 − 𝑗2 ≤ 𝑗 ≤ 𝑗1 + 𝑗2 • Os valores de 𝑚 continuam obedecendo −j ≤ 𝑚 ≤ 𝑗 para cada 𝑗. • Dimensão da base: N = 2𝑗1 + 1 2𝑗2 + 1 . Exemplo: 𝑗1 = 1; 𝑗2 = 1 com N = 9 0 ≤ 𝑗 ≤ 2 → 𝑗 = 0,1,2 Assim, há três subespaços com os seguintes elementos: 1. 𝑗 = 0, 𝑚 = 0; com 𝑗, 𝑚 = 0,0 . 2. 𝑗 = 1, 𝑚 = 1,0, −1; com 𝑗, 𝑚 = 1,1 , 1,0 , 1, −1 . 3. 𝑗 = 2, 𝑚 = 2,1,0, −1, −2; com 𝑗, 𝑚 = 2,2 , 2,1 , 2,0 , 2, −1 , 2, −2 . • Os diferentes valores de 𝑗 definem uma estrutura nova de subespaços dentro do contexto do momento angular total; Operador de rotação • O operador de rotação, escrito em uma forma matricial arranjando o ordenamento da base seguindo a estrutura dos subespaços de 𝑗, é bloco-diagonal. 𝐷 𝑅 = 𝐷1 𝑅1 ⨂𝐷2 𝑅2 = 𝐷 𝑗1 −𝑗2 ⨂𝐷 𝑗1−𝑗2 +1 ⨂… ⨂𝐷𝑗1 +𝑗2 −1 ⨂𝐷𝑗1 +𝑗2 𝑗1 = 1; 𝑗2 = 1 0,0 0,0 1,1 1,0 1, −1 2,2 2,1 2,0 2, −1 2, −2 1,1 1,0 𝐷𝑗=0 0 0 𝐷𝑗=1 1, −1 2,2 2,1 2,0 2, −1 2, −2 0 0 =𝐷 𝑅 0 0 𝐷𝑗=2 Degenerescência do espectro de 𝐽𝑍 • Esquecendo do 𝑗, notamos que tem estados da base com valores de 𝑚 iguais. • O grau de degenerescência, 𝑔𝑗1 𝑗2 𝑚 , pode ser quantificado facilmente usando um método gráfico ilustrado a seguir (para o exemplo 𝑗1 = 1; 𝑗2 = 1): • Nos eixos, desenhamos pontos indicando os pares (𝑚1 , 𝑚2 ). • Ligamos com linhas os casos com o mesmo 𝑚1 + 𝑚2 = 𝑚. 𝑚2 𝑚=2 1,1 𝑚=-1 −1 −1, −1 𝑚=-2 0 𝑚=-1 1 𝑚=1 𝑚=0 𝑔11 −2 = 1 𝑚1 𝑔11 −1 = 2 𝑔11 0 = 3 𝑔11 1 = 2 → 𝑚 = 𝑗1 − 𝑗2 = 0 𝑔11 2 = 1 o São autoestados em ambas as bases. o Pertencem a diferentes subespaços de 𝑗. Coeficientes de Clebsch-Gordan • Ambas as bases são ortonormais = relação de completeza; • Matriz de transformação: 𝑗𝑚 == 𝑚1𝑚 𝑚12𝑚2𝑚𝑗𝑚 1 𝑚2 1 𝑚2𝑚𝑗𝑚 𝑚1𝑚 𝑚12𝑚2 o o o o Coeficientes de Clebsch-Gordan: Elementos da matriz de transformação; Definidos positivos e reais (convenção sobre fase); Nulos a menos que 𝑚1 + 𝑚2 = 𝑚; Para os casos particulares de 𝑚max = 𝑗1 + 𝑗2 e 𝑚min = −𝑗1 − 𝑗2 , os coeficientes são 1: 𝑗1 𝑗2 𝑗𝑗 = −𝑗1 − 𝑗2 𝑗 − 𝑗 = 1 o Dentro de um subespaço de 𝑗, e definindo os operadores 𝐽± = 𝐽1± + 𝐽2± , chega-se a uma relação de recorrência que ajuda na obtenção dos coeficientes: 𝑗 ∓ 𝑚 𝑗 ± 𝑚 + 1 𝑚1 𝑚2 𝑗, 𝑚 ± 1 = 𝑗1 ∓ 𝑚1 + 1 𝑗1 ± 𝑚1 𝑚1 ∓ 1, 𝑚2 𝑗, 𝑚 + 𝑗2 ∓ 𝑚2 + 1 𝑗2 ± 𝑚2 𝑚1 , 𝑚2 ∓1 𝑗, 𝑚 Relações uteis i. Relação de recorrência: 𝑗 ∓ 𝑚 𝑗 ± 𝑚 + 1 𝑚1 𝑚2 𝑗, 𝑚 ± 1 = 𝑗1 ∓ 𝑚1 + 1 𝑗1 ± 𝑚1 𝑚1 ∓ 1, 𝑚2 𝑗, 𝑚 + 𝑗2 ∓ 𝑚2 + 1 𝑗2 ± 𝑚2 𝑚1 , 𝑚2 ∓1 𝑗, 𝑚 ii. 𝑗1 𝑗2 𝑗𝑗 = −𝑗1 − 𝑗2 𝑗 − 𝑗 = 1; iii. Se 𝑚1 = ±𝑗1 , 𝑚2 = ±𝑗2 e 𝑚 = ±𝑗 então 𝑚1 𝑚2 𝑗𝑗 = −𝑚1 − 𝑚2 𝑗 − 𝑗 = −1 iv. 𝑗1 −𝑚1 2𝑗 + 1 ! 𝑗1 + 𝑗2 − 𝑗 ! 𝑗1 + 𝑚1 ! 𝑗2 + 𝑚2 ! 𝑗1 + 𝑗2 + 𝑗 + 1 ! 𝑗 + 𝑗1 − 𝑗2 ! 𝑗 − 𝑗1 + 𝑗2 ! 𝑗1 − 𝑚1 ! 𝑗2 − 𝑚2 ! Se 𝑗 = 𝑗1 + 𝑗2 então 𝑚1 𝑚2 𝑗𝑚 = 2𝑗1 ! 2𝑗2 ! 𝑗 + 𝑚 ! 𝑗 − 𝑚 ! 𝑗1 + 𝑚1 ! 𝑗1 − 𝑚1 ! 𝑗2 + 𝑚2 ! 𝑗2 − 𝑚2 !