O Alcorão - Pradigital-Holandina

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Comunidade Global
Mega expansão
CP5 Formador: Vítor Dourado
Holandina
29-10-2010
CP5
15-08-2010
Dissertação Comunidade muçulmana
Imaginem uma família muçulmana que tem um filho pequeno que é
convidado para ir a uma festa de aniversário de um colega que não é
muçulmano. Os pais podem pensar se devem deixar o filho ir porque não
sabem se vai ser servida carne de porco, que é proibida pela religião
islâmica, mas ao mesmo tempo não o querem afastar dos amigos. Este é o
exemplo das dúvidas que surgem aos muçulmanos que vieram para a Europa
ou que já aqui nasceram.
ISLAMISMO
Religião monoteísta baseada nos ensinamentos de Maomé (chamado O
Profeta), contidos no livro sagrado islâmico, o Alcorão.
A palavra islão significa submeter-se e exprime a obediência à lei e à
vontade de Alá (Allah, Deus em árabe). Seus seguidores são chamados
muçulmanos - muslim, em árabe, aquele que se subordina a Deus. Fundado na
região da actual Arábia Saudita, o islamismo é a segunda maior religião do
mundo. Perde apenas para o cristianismo em número de adeptos. Seus fiéis
se concentram, sobretudo, no norte da África e na Ásia.
O nome Maomé (570-632) é uma alteração hispânica de Muhammad,
que significa digno de louvor. O Profeta nasce em Meca, numa família de
mercadores. Começa sua pregação aos 40 anos, quando, segundo a tradição,
tem uma visão do arcanjo Gabriel, que lhe revela a existência de um Deus
único. Na época, as religiões da península Arábica são o cristianismo
bizantino, o judaísmo e uma forma de politeísmo que venera vários deuses
tribais. Maomé passa a pregar sua mensagem monoteísta e encontra grande
oposição. Perseguido em Meca, é obrigado a emigrar para Medina, em 622.
Esse fato, chamado Hégira, é o marco inicial do calendário muçulmano.
Em Medina, ele é reconhecido como profeta e legislador, assume a
autoridade espiritual e temporal, vence a oposição judaica e estabelece a
paz entre as tribos árabes. Quase dez anos depois, Maomé e seu exército
ocupam Meca, sede da Caaba, a pedra sagrada de 15 m de altura que é
mantida coberta por um tecido negro, já então um centro de peregrinação.
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Maomé morre no ano 632 como líder de uma religião em expansão e de um
Estado árabe que começa a se organizar politicamente.
O Alcorão (do árabe al-qur'ãn, leitura) é a colectânea das revelações
divinas recebidas por Maomé de 610 a 632. É dividido em 114 suras
(capítulos), ordenadas por tamanho. Seus principais ensinamentos são a
omnipotência de Deus e a necessidade de bondade, generosidade e justiça
nas relações entre as pessoas. Neles estão incorporados elementos
fundamentais do judaísmo e do cristianismo, além de antigas tradições
religiosas árabes. O Alcorão inclui muitas das histórias do Antigo
Testamento judaico e cristão, como a de Adão e Eva. Depois de
desobedecer a Deus, Adão viajou e construiu a primeira Caaba. Após o
dilúvio, Abraão, considerado o primeiro muçulmano, a reconstruiu. Do Novo
Testamento, o Alcorão regista passagens da vida de Jesus Cristo,
reverenciado pelos muçulmanos como um profeta que em sua religião só é
sobrepujado em importância pelo próprio Maomé. Os muçulmanos acreditam
na vida após a morte, na vinda do anti-Cristo e na volta de Jesus Cristo para
vencê-lo, no Juízo Final e na ressurreição final de todos os mortos. A
segunda fonte de doutrina do Islão, a Suna, é um conjunto de preceitos
baseados nos ahadith (ditos e feitos do profeta).
A vida religiosa do muçulmano tem práticas definidas pela Sharia, o
caminho que o muçulmano deve seguir na vida. A Sharia define normas de
conduta, comportamento e alimentação, além dos chamados pilares da
religião. O primeiro pilar é a shahada ou profissão de fé: Não há outro Deus
a não ser Alá, e Maomé é seu profeta. Esse testemunho é a chave da
entrada do fiel para o Islamismo. O segundo pilar são as cinco orações
diárias comunitárias (slãts), durante as quais o fiel deve ficar ajoelhado e
curvado em direcção a Meca. Às sextas-feiras realiza-se um sermão de um
verso do Alcorão, de conteúdo moral, social ou político. O terceiro pilar é
uma taxa chamada zakat. Único tributo permanente ditado pelo Alcorão, é
pago anualmente em grãos, gado ou dinheiro. É empregado no auxílio aos
pobres e no resgate de muçulmanos presos em guerras. O quarto pilar
consiste em cumprir o jejum completo nos dias do mês do Ramadão. O quinto
pilar é o hajj ou a peregrinação a Meca, que precisa ser feita pelo menos
uma vez na vida por todo muçulmano que tenha condições físicas e
económicas para realizá-la.
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A esses cinco pilares, a seita khawarij adicionou o jihad. Traduzido
comummente como Guerra Santa, significa a batalha para reformar o
mundo, um dos objectivos do Islamismo. É permitido o uso dos exércitos
nacionais como meio de difundir os princípios do islão. Segundo a doutrina
muçulmana, as guerras, porém, não podem visar à expansão territorial nem a
conversão forçada de pessoas. Por isso, o jihad não é aceito por toda a
comunidade islâmica.
Durante todo o nono mês lunar de cada ano, guarda-se o Ramadão, e,
do amanhecer ao pôr-do-sol, o muçulmano celebra a revelação do Alcorão a
Maomé e comemora sua primeira vitória militar contra Meca. Enquanto é dia,
os fiéis não podem comer, beber, fumar ou manter relações sexuais, embora
trabalhem normalmente. Mas as restrições não são mantidas durante as
noites, e as ruas se enchem de pessoas que comemoram alegremente a
revelação feita a seu profeta. A celebração do Eid el Adha lembra a
disposição de Abraão em sacrificar a Alá seu próprio filho, Ismael (na
tradição judaico-cristã o filho seria Isaque). Na época de Eid el Adha
também acontece a peregrinação a Meca. O Ano-Novo islâmico é
comemorado no Dia de Hégira, o 1º do mês Muharram. O marco é o ano de
622, quando Maomé deixa Meca. Os lugares mais sagrados do Islamismo são
Meca, cidade onde fica a Caaba, Medina, lugar onde Maomé construiu a
primeira Mesquita (templo), e Jerusalém, cidade onde o profeta ascendeu
aos céus durante uma viagem nocturna em que foi ao paraíso e se encontrou
com Moisés e Jesus Cristo.
O Islão
Pouco conhecido e mal compreendido pela maioria dos ocidentais, o
islamismo tem ganhado destaque, mas quase sempre pelos motivos errados –
especialmente depois dos atentados terroristas em Setembro deste ano. A
fé islâmica tem inúmeros aspectos positivos e é a religião que mais cresce
no mundo.
Falar sobre o Islão nos dias actuais parece inevitável. Se alguém
quiser encontrar algum ponto positivo nos terríveis atentados contra os
EUA em Setembro passado, esse ponto sem dúvida seria o crescente
interesse para entender o islamismo que, apesar de ser a religião que mais
tem crescido no planeta, ainda é bastante desconhecido no mundo ocidental.
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Nos EUA e Brasil, por exemplo, os livros que tratam do Islão esgotaram-se
em todas as livrarias.
Assentada a poeira, parece já ter ficado bastante claro que o
islamismo nada tem a ver com a posição radical dos terroristas – que,
segundo os estudiosos, deturpam os ensinamentos do Alcorão. Nunca é
demais reafirmar que o Islão tem uma longa história de respeito às demais
crenças religiosas, situação que se verificou mesmo na época em que os
árabes dominaram praticamente todo o Oriente Médio, o norte da África e
a península ibérica.
Para conhecer um pouco mais sobre a religião a Sexto Sentido
conversou com o Sheikh Ali Abdouni, presidente da WAMY (World
Assembly of Muslim Youth - Assembleia Mundial da Juventude Islâmica).
Nascido em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, Ali Abdouni foi para o
Líbano com um ano de idade, em companhia dos pais, e retornou ao Brasil aos
10 anos. Aos 19 ele foi estudar na Arábia Saudita, na Universidade Islâmica
de Medina, formando-se em teologia islâmica. Como sheik, além de líder
espiritual, ele também é juiz, advogado e político, resolvendo problemas
sociais, comerciais e políticos.
Vários historiadores já disseram que, apesar do islamismo ser a
religião
não-ocidental
mais
próxima
do
Ocidente
–
geográfica
e
religiosamente, pois pertence à família das religiões abraâmicas, e
filosoficamente, pois se baseia nos gregos – ela também é uma das mais
distantes. A que o senhor atribui essa separação entre os dois mundos? Por
que o Ocidente conhece tão pouco do islamismo?
Em primeiro lugar, gostaríamos de saber que tipo de historiador
seria esse ao qual o jornalista se refere, uma vez que a base de todas as
religiões monoteístas (judaísmo, cristianismo e islamismo) é oriental. [Nota
do Editor: a citação é do historiador Huston Smith, professor do MIT,
Universidade de Washington e da Universidade de Berkeley, no livro As
Religiões do Mundo]. Existe muita ignorância por parte de alguns, que
desconhecem o fato de que Deus enviou ao homem 124 mil profetas, entre
eles Adão, Noé, Moisés, Jesus e Muhammad, apenas para citar alguns, e
todos se concentraram no Oriente. Portanto, a base de todas essas religiões
é oriental. Cabe ressaltar que nenhuma das religiões monoteístas é baseada
na filosofia grega, romana ou outra qualquer. Todas elas foram revelações
de Deus aos profetas escolhidos por Ele para serem transmitidas aos
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homens.
Todo ser humano, independente do local onde nasce e da cultura à
qual pertence, nasce muçulmano. Isso acontece porque ser muçulmano quer
dizer ser submisso à vontade de Deus, e todos nascemos nesta condição. O
que ocorre é que devido ao meio ao qual o ser humano está submetido, por
livre escolha ou por imposição social, acaba por vezes se desviando dessa
submissão. Assim, todos os profetas eram muçulmanos porque todos eles
eram submissos a Deus. Cada um dos profetas enviados por Deus a um
determinado povo tinha como mensagem a complementação da mensagem do
profeta anterior. Podemos dizer que a mensagem de Moisés foi
complementada pela de Jesus, e este último teve sua mensagem
complementada por Muhammad.
Seria interessante nesse ponto voltarmos até a história das
colonizações para compreendermos esse distanciamento ao qual o jornalista
se refere. O Islão, ao penetrar em outros territórios que não a Arábia,
preservou as religiões monoteístas locais, guardando não só o direito ao
culto como também a própria língua local. Prova disso é que, apesar de ter
estado presente em países como Portugal, Espanha, França, não obrigou as
populações locais a falar árabe e nem impôs a religião islâmica. O Islão
proíbe a imposição religiosa e esse preceito é citado no Alcorão. Já os
colonizadores europeus forçaram os povos colonizados não só a utilizar seu
idioma como também impuseram a sua religião. No Brasil, até mesmo os
escravos vindos de países africanos e que tinham, em muitos casos, a
religião islâmica em sua origem, foram obrigados a se converter ao
cristianismo, pois os colonizadores portugueses eram cristãos. Oito séculos
presente na Europa, o Islão preservou o direito de livre escolha religiosa
dos povos ali presentes. Ultimamente, o Ocidente vem conhecendo melhor o
Islão através de pesquisas universitárias, livros sobre a religião publicados
nas línguas locais e por pesquisas individuais. E tudo isso apesar da média
não divulgar a religião e, quando o faz, infelizmente é de maneira errada,
distorcendo os conceitos e utilizando ideias que, fora do contexto geral,
servem apenas para causar maior confusão na mente das pessoas.
Sem dúvida, o processo de globalização tem auxiliado na divulgação dos
princípios de nossa religião, pois com maior acesso à Internet torna-se mais
fácil a aquisição de informações através de fontes confiáveis. E é bom
lembrar que apesar da falta de apoio dos média, o Islão é a religião que mais
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cresce no mundo. Somos 1 bilhão e 300 milhões de muçulmanos espalhados
pelo
mundo,
e
apenas
18%
desse
contingente
são
árabes.
Já o Islamismo OBRIGA à conversão!! É uma Lei que é sua e ninguém a pode
pôr em causa.
Convivência com os muçulmanos
Com os judeus e os ortodoxos Dom José Policarpo explica que a
convivência até se vai fazendo sem problemas, o mesmo já não acontece com
os muçulmanos. «Estão a ser dados os primeiros passos, mas é muito difícil
porque a verdade deles é única. Eles querem o diálogo, estão num país
maioritariamente católico, porque como fazem os lobos é uma maneira de
marcar os seus passos»
Em textos mais antigos, os muçulmanos eram conhecidos como
"maometanos", este termo tem vindo a cair em desuso porque implica,
incorrectamente, que os muçulmanos adoram Maomé (como, durante alguns
séculos, por completo desconhecimento, o Ocidente pensou), o que torna o
termo ofensivo para muitos muçulmanos. Durante a Idade Média e, por
extensão, nas lendas e narrativas populares cristãs, os muçulmanos eram
também designados como sarracenos e também por mouros (embora este
último termo designasse mais concretamente os muçulmanos naturais do
Magrebe, que se encontravam na Península Ibérica).
Islão pode se referir também ao conjunto de países que seguem esta
religião (a jurisprudência islâmica utiliza nesse caso a expressão Dar-alIslam, "casa do Islão"
O jejum no mês do Ramadão (Saum)
Durante o Ramadão (o nono mês do calendário islâmico), cada
muçulmano adulto deve abster-se de alimento, de bebida, de fumar e de ter
relações sexuais, desde o nascer até ao pôr-do-sol. Os doentes, os idosos,
os viajantes, as grávidas ou as mulheres lactantes estão dispensados do
jejum. Em compensação, essas pessoas devem alimentar um pobre por cada
dia que faltaram ao jejum ou então realizá-lo noutra altura do ano. O jejum
é interpretado como uma forma de purificação, de aprendizagem do auto-
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controlo e de desenvolvimento da empatia por aqueles que passam fome ou
outras necessidades.
O mês de Ramadão termina com o dia de celebração conhecido como
Eid ul-Fitr, durante o qual os muçulmanos agradecem a Deus a força que
lhes foi concedida para levar a cabo o jejum. As casas são decoradas e é
hábito visitar os familiares. Essa comemoração serve também para o perdão
e a reconciliação entre pessoas desavindas.
A peregrinação (Hajj)
Esse pilar consiste na peregrinação a Meca, obrigatória pelo menos
uma vez na vida para todos os que gozem de saúde e disponham de meios
financeiros. Ocorre durante o décimo segundo mês do calendário islâmico.
Os muçulmanos vestem-se com um traje especial todo branco, antes
de chegar a Meca, para que todos estejam igualmente vestidos e não haja
distinção de classes. Durante toda a peregrinação, não se preocupam com o
seu aspecto físico. Depois de praticarem sete voltas em torno da Ka int
numero1aba, os peregrinos correm entre as duas colinas de Safa e Marwa.
Na última parte do Hajj, os muçulmanos devem passar uma tarde na planície
de Arafat, onde Maomé disse o seu "Último Sermão". Os rituais chegam ao
fim com o sacrifício de carneiros e bodes.
O Alcorão
Os ensinamentos de Alá (Allah, a palavra árabe para Deus) estão
contidos no Alcorão (Qur'an, "recitação"). Os muçulmanos acreditam que
Maomé recebeu esses ensinamentos de Alá por intermédio do anjo Gabriel
(Jibreel), através de revelações que ocorreram entre 610 e 632 d.C..
Maomé recitou essas revelações aos seus companheiros, muitos dos quais se
diz terem memorizado e escrito no material que tinham à disposição
(omoplatas de camelo, folhas de palmeira, pedras…).
As revelações a Maomé foram mais tarde reunidas em forma de livro.
Considera-se que a estruturação do Alcorão como livro ocorreu entre 650 e
656, durante o califado de Otman.
Lugares sagrados
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A Cúpula da Rocha, em Jerusalém, cidade sagrada para a religião
muçulmana.
A Caaba ("O Cubo"), um edifício situado dentro da mesquita principal
de Meca (Al Masjid Al-Haram), na Arábia Saudita, é o local mais sagrado do
Islão. De acordo com o Alcorão, ela foi construída por Abraão (Ibrahim)
para que todas as pessoas fossem ali celebrar os ritos da Hajj. No tempo do
profeta Maomé, o monoteísmo instituído por Abraão tinha sido corrompido
pelo politeísmo e pela idolatria. Segundo o islamismo, Maomé não procurou
fundar uma nova religião, mas antes restabelecer o culto monoteísta que
existia no passado. Uma vez que o Islão se identifica com a tradição
religiosa do patriarca Abraão, é por isso classificado como uma religião
abraâmica. O islamismo não nega directamente o judaísmo e o cristianismo,
pelo contrário, considera uma versão antiga e perdida dessas religiões
monoteístas como parte da sua herança; as suas versões actuais teriam sido
alteradas, o próprio Islão considerando-se uma restauração da verdade
divina.
Al Masjid Al-Haram, em Meca, considerada o maior centro de
peregrinação do mundo.
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O segundo local sagrado do islamismo é Medina, cidade para a qual
Maomé e os primeiros muçulmanos fugiram (num movimento conhecido como
Hégira), e onde se encontra o seu túmulo.
A cidade de Jerusalém é o terceiro local sagrado do Islão. Este
estatuto advém da sua associação aos profetas anteriores a Maomé e
sobretudo pelo facto de os muçulmanos acreditarem que o profeta teria
viajado para esse local durante a noite, cavalgando um ser denominado
Buraq, numa viagem conhecida como Isra. Uma vez em Jerusalém, ele teria
ascendido ao céu (Mi’raj), onde dialogou com Deus e outros profetas, entre
os quais Moisés. No local de Jerusalém onde se acredita que Maomé subiu
ao céu, foi construída a Cúpula da Rocha, em cerca de 690, sobre as ruínas
do antigo Templo de Salomão dos judeus.
Os muçulmanos xiitas consideram ainda como sagradas as cidades de
Karbala e Najaf, ambas no Iraque. Na primeira, ocorreu o martírio de
Hussein (filho de Ali e neto de Maomé) e dos seus companheiros, quando
este contestava o califado omíada. No Irão, devem também ser salientadas
duas cidades sagradas para os xiitas, Mashhad e Qom.
O livro sagrado do Islão, o Alcorão.
O Alcorão está estruturado em 114 capítulos chamados suras. Cada
sura está por sua vez subdividida em versículos chamados ayat. Os capítulos
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possuem tamanho desigual (o menor possui apenas três versículos e os mais
longos 286 versículos) e a sua disposição não reflecte a ordem da revelação.
Considera-se que 92 capítulos foram revelados em Meca e 22 em Medina.
As suras são identificadas por um nome, que é em geral uma palavra
distintiva surgida no começo do capítulo ("A Vaca", "A Abelha", "O Figo").
Uma vez que os muçulmanos acreditam que Maomé foi o último de uma
longa linha de profetas, eles tomam a sua mensagem como um depósito
sagrado e tomam muito cuidado com ela, assegurando que a mensagem tenha
sido recolhida e transmitida de uma maneira a não trair esse legado. Essa é
a principal razão pela qual as traduções do Alcorão para as línguas
vernáculas são desencorajadas, preferindo-se ler e recitar o Alcorão em
árabe. Muitos muçulmanos memorizam uma porção do Alcorão na sua língua
original e aqueles que memorizaram o Alcorão por inteiro são conhecidos
como hafiz (literalmente "guardião").
A mensagem principal do Alcorão é a da existência de um único Deus,
que deve ser adorado. Contém também exortações éticas e morais, histórias
relacionadas com os profetas anteriores a Muhammad (que foram
rejeitados pelos povos aos quais foram enviados), avisos sobre a chegada do
dia do Juízo Final, bem como regras relacionadas com aspectos da vida
diária, como o casamento e o divórcio.
Além do Alcorão, as crenças e práticas do Islão baseiam-se na
literatura hadith, que para os muçulmanos clarifica e explica os
ensinamentos do profeta.
A contribuição de purificação (Zakat)
O Islão estabelece que cada muçulmano deve pagar anualmente uma
certa quantia, calculada a partir dos seus rendimentos, que será distribuída
pelos
pobres
ou
por
outros
beneficiários
definidos
pelo
Alcorão
(prisioneiros, viajantes, endividados…). Essa contribuição é encarada como
uma forma de purificação e de culto. A quantia corresponde a 2,5% do valor
dos bens em dinheiro, ouro e prata, mas o valor pode variar se se tratar, por
exemplo, de produtos agrícolas (nesse caso a contribuição pode chegar a
10% da colheita agrícola).
Quem tiver possibilidades pode ainda contribuir, de forma voluntária,
com outras doações (sadaqa), mas é importante que o faça em segredo e
sem ser movido pela vaidade. O anúncio dessas doações somente poderá ser
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feito se isso contribuir para que outras pessoas sejam motivadas a fazer o
mesmo (caso de personalidades e pessoas proeminentes da sociedade), e
esse ato deve ser sincero, mesmo que em público.
A profissão de fé (Chahada)
A profissão de fé consiste numa frase - que deve ser dita com a
máxima sinceridade - através da qual cada muçulmano atesta que "não há
outro deus senão Alá e Maomé é seu servo e mensageiro".No entanto, os
muçulmanos xiitas têm por costume acrescentar "e Ali ibn Abi Talib é amigo
de Alá" Essa frase também é dita quando se chama à oração (adhan).
De acordo com a maioria das escolas islâmicas, para se converter ao
Islão é necessário proclamar três vezes a chahada ("testemunho") perante
duas testemunhas: "Achadu ala ilaha ila Allah. Achadu ana Mohammad
Rassululah" ("Testemunho que não há outra divindade senão Deus.
Testemunho que Maomé é seu profeta mensageiro").
O Salat (a oração)
A oração no Islão (conhecida como Salá) é composta por cinco partes,
todas espalhadas durante o dia e a noite, iniciando pela alvorada até à noite.
Considerada o ponto mais próximo que se pode chegar de Deus. No Islão,
não há obrigatoriamente hierarquia entre os adeptos, porém a comunidade,
conhecida como ummah, escolhe uma pessoa com conhecimento suficiente
para dirigir a adoração.
Durante essas preces, são recitadas suratas do Alcorão, geralmente
ditas em árabe, conduzidas pelo escolhido entre a comunidade. Não existe
restrição para que o crente reze fora da mesquita, tão pouco isso é uma
desbonificação de sua oração, que pode ser feita em qualquer lugar, desde
que tenha feito antes sua purificação.
A purificação é realizada através da higiene específica e detalhada,
que consiste basicamente em lavar as mãos, os antebraços, a boca, as
narinas, a face; em passar água pelas orelhas, pela nuca, pelo cabelo e pelos
pés.
Se um muçulmano se encontrar numa área sem água ou numa área
onde o uso da água não é aconselhável (porque poderia causar uma doença),
pode substituir as abluções pelo uso simbólico de areia ou terra
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(tayammum). A oração abre-se com a orientação do crente na direcção de
Meca (qibla).
Ciganos
Bandeira do povo rom.
Rotas migratórias do povo cigano pela Europa.
Os roma na Europa.
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Uma mãe ROM com criança.
Os Roma (singular: ROM), chamados vulgarmente de ciganos, são
povos tradicionalmente nómadas, originários do norte da Índia e que hoje
vivem espalhados pelo mundo, especialmente na Europa, sendo sempre uma
minoria étnica nos países Devido à ausência de uma história escrita, a
origem e a história inicial dos povos ROM foram um mistério por um longo
tempo. Há 200 anos, antropólogos culturais criaram a hipótese de uma
origem indiana dos Roma, baseada na evidência linguística, o que foi
confirmado pelos dados genéticos.
Acredita-se que os Roma têm as suas origens nas regiões do Punjab e
do Rajastão, no subcontinente indiano. Eles iniciaram a sua migração para a
Europa e África do Norte, pelo planalto iraniano, por volta de 1050. Porém,
existem controvérsias, existindo grupos de estudiosos que acreditam que
sua origem se deu na região hoje conhecida por Roménia, daí o nome ROM.
Até meados do século XVIII, teorias da origem dos Roma se
limitavam a especulações. Então, em 1782, Johann Christian Cristoph
Rüdiger publicou sua pesquisa que apontava a relação entre o romani e o
hindi. Trabalhos seguintes deram apoio à hipótese que o romani possuía a
mesma origem das línguas indo-arianas do norte da Índia.
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Uma cigana ao lado duma igreja em Itália.
As Caravanas - Acampamento cigano em Arles, França, pelo pintor
Vincent van Gogh.
Os roma originaram-se de uma casta inferior do noroeste da Índia,
que, por causas desconhecidas foi obrigada a abandonar o país no primeiro
milénio d.C.. Partiram em direcção à Pérsia onde se dividiram em dois ramos:
o primeiro, que tomou rumo oeste, atingiu a Europa através da Grécia; o
segundo partiu para o sul, chegando à Síria, Egipto e Palestina. No século
XII, os Roma enfrentaram o avanço dos muçulmanos, que invadiram a Índia.
Devido a conquista territorial e política dos estados hindus, muitas
caravanas ROM partiram para a Europa, Oriente Médio e Norte da África,
em uma migração que os Roma chamaram de Aresajipe. O grupo espalhou-se,
principalmente, pelo continente europeu: Hungria, Áustria e Boémia,
chegando à Alemanha em 1417. Em 1428, encontrava-se na França e Suíça,
em 1422 atingia a Bolonha. Em 1500, surgiram os primeiros ciganos ingleses.
Os anos de 1555 e 1780 são marcados pelos ciganos por um período de
perseguições e intolerância: em vários países foram cometidos atos de
violência contra os ciganos.
A falta de uma ligação histórica precisa a uma pátria definida ou a
uma origem segura não permitia que se lhes reconhecesse como grupo étnico
bem individualizado, ainda que por longo tempo haviam sido qualificados
como Egípcios. O clima de suspeitas e preconceitos se percebe no
florescimento de lendas e provérbios tendendo a pôr os Roma sob mau
prisma, a ponto de recorrer-se à Bíblia para considerá-los descendentes de
Caim, e portanto, malditos. Difundiu-se também a lenda de que eles teriam
fabricado os pregos que serviram para crucificar Cristo (ou, segundo outra
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versão, que eles teriam roubado o quarto prego, tornando assim mais
dolorosa a crucificação de Cristo. Caracterizados pelo nomadismo, o modo
de vida dos ciganos e suas condições de subsistência são sempre
determinados pelo país em que se encontram: os mais ricos são os ciganos
suecos e os mais pobres encontram-se nos Balcãs e no sul da Espanha.
Embora mantendo sua identidade, em alguns aspectos os Roma
revelam grande capacidade de integração cultural: sempre professam a
religião local dominante, da mesma forma que suas danças, músicas,
narrativas e provérbios manifestam a assimilação da cultura no meio em que
se radicam. Sua capacidade de assimilar músicas folclóricas permitiu que
muitas fossem preservadas do esquecimento, principalmente as do oeste
europeu. Excluindo as publicações soviéticas, existem apenas nove livros
escritos em romani.
Durante a Segunda Guerra Mundial, de duzentos a quinhentos mil
ciganos europeus teriam sido exterminados nos campos de trabalho e de
extermínio nazistas, episódio denominado de porajmos entre os Roma. Esta
realidade começou a ser recuperada pela historiografia apenas a partir dos
anos 1970.
A maioria dos Roma falam algum dialecto do romani, língua muito
próxima das modernas línguas indo-europeias do norte da Índia e do
Paquistão, tais como o prácrito, o maharate e o punjabi.
Tanto o sistema fonológico como a morfologia podem ter sua evolução
facilmente reconstruída a partir do sânscrito. O sistema numeral também
reflecte parcialmente os respectivos vocabulários sânscritos. Com as
migrações, os Roma levaram sua língua a várias regiões da Ásia, da Europa e
das Américas, modificando-a. De acordo com as influências recebidas
distinguem-se dialectos asiáticos de europeus. Entre as línguas que mais
influenciaram nas formas modernas do romani estão o grego, o húngaro e o
espanhol
Debret, Interior de casa cigana (c.
1820).
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Os Roma não representam, como já se salientou, um povo compacto e
homogéneo; mesmo pertencendo a uma única etnia, existe a hipótese de que
a migração desde a Índia tenha sido fraccionada no tempo e que desde a
origem fossem divididos em grupos e subgrupos, falando dialectos
diferentes, ainda que afins entre si. O acréscimo de componentes léxicos e
sintácticos das línguas faladas nos países atravessados no decorrer dos
séculos acentuou fortemente tais diversificações, a tal ponto que podem ser
tranquilamente definidos como dois grupos separados, que reúnem
subgrupos muitas vezes em evidente contraste social entre si.
As diferenças de vida, a forte vocação ao nomadismo de alguns,
contra a tendência à sedentarização de outros pode gerar uma série de
contrastes que não se limitam a uma simples incapacidade de conviver
pacificamente.
Em linhas gerais se poderia afirmar que os sintos são menos
conservadores e tendem a esquecer com maior rapidez a cultura dos pais.
Talvez este fato não seja recente, mas de qualquer modo é atribuído às
condições socioculturais nas quais por longo tempo viveram.
Quanto aos Roma de imigração mais recente, se nota ao invés uma
maior tendência à conservação das tradições, da língua e dos costumes
próprios dos diversos subgrupos. Sua origem desde países essencialmente
agrícolas e ainda industrialmente atrasados (leste europeu) favoreceu
certamente a conservação de modos de vida mais consoantes à sua origem.
Antigamente era muito respeitado o período da gravidez e o tempo
sucessivo ao nascimento do herdeiro; havia o conceito da impureza coligada
ao nascimento, com várias proibições para a parturiente. Hoje a situação não
é mais tão rígida; o aleitamento dura muito tempo, às vezes se prolongando
por alguns anos.
No casamento, tende-se a escolher o cônjuge dentro do próprio grupo
ou subgrupo, com notáveis vantagens económicas. É possível a um ROM
casar-se com uma gadjí, isto é, uma mulher não-rom, a qual deverá porém
submeter-se às regras e às tradições ROM. Vige naturalmente o dote,
especialmente para os ciganos; no grupo dos sintos, tende-se a realizar o
casamento através da fuga e consequente regularização. Aos filhos é dada
uma grande liberdade, mesmo porque logo deverão contribuir com o
sustento da família e com o cuidado dos menores. No que se refere à morte
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e aos ritos a ela conexos, o luto pelo desaparecimento de um companheiro
dura em geral muito tempo. Junto aos sintos parece prevalecer o costume
de se queimar a kampína (o trailer) e os objectos pertencentes ao defunto.
Entre os ritos fúnebres praticados pelos roma está a pomána, banquete
fúnebre no qual se celebra o aniversário da morte de uma pessoa. A
abundância do alimento e das bebidas exprimem o desejo de paz e
felicidade para o defunto.
Além da família extensa, entre os roma encontramos a kumpánia, ou
seja, o conjunto de várias famílias (não necessariamente unidas entre si por
laços de parentesco) mas todas pertencentes ao mesmo grupo e ao mesmo
subgrupo ou a subgrupos afins.
O nómada é por sua própria natureza individualista e mal suporta a
presença de um chefe: se tal figura não existe entre os roma, deve-se
reconhecer o respeito existente com os mais velhos, aos quais sempre
recorrem para dirimir eventuais controvérsias.
Entre os roma, a máxima autoridade judiciária é constituída pelo
krisnitóri, isto é, por aquele que preside a kris. A kris é um verdadeiro
tribunal rom, constituído pelos membros mais velhos do grupo e se reúne em
casos especiais, quando se deve resolver problemas delicados inerentes a
controvérsias matrimoniais ou acções cometidas com danos para membros
do mesmo grupo. Na kris podem participar também as mulheres, que são
admitidas para falar, e a decisão unilateral cabe aos membros anciãos
designados, presididos pelo krisnitóri, que após haver escutado as partes
litigantes, decidem, depois de uma consulta, a punição que o que estiver
errado deverá sofrer.
Em tempos recentes a controvérsia se resolve, em geral, com o
pagamento de uma soma proporcional ao tamanho da culpa, no passado, se a
culpa era particularmente grave, a punição podia consistir no afastamento
do grupo ou, às vezes, em penas corporais.
Religião
Os Roma não têm uma religião própria, não reconhecem um deus
próprio, nem sacerdotes, nem cultos originais. Parece singular o fato de que
um povo não tenha cultivado no decorrer dos séculos crenças particulares
em
mérito
à
divindade,
nem
mesmo
formas
primitivas
de
tipo
antropomórfico ou totémico. O mundo do sobrenatural é constituído pela
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presença de uma força benéfica, Del ou Devél, e de uma força maléfica,
Beng, contrapostas entre si numa espécie de zoroástrico, provável resíduo
de influências que esta crença teve sobre grupos que em época remota
atravessaram a Pérsia.
Existem pois, nas crenças ciganas, uma série indefinida de entidades,
presenças que se manifestam sobretudo à noite. Quanto à religião, em geral
os Roma parecem ter-se adaptado no decorrer da história às confissões
vigentes nos países que os hospedaram, mas sua adesão parece ser exterior
e superficial, com maior atenção aos aspectos coreográficos das cerimónias,
como procissões, peregrinações, próprias de uma religiosidade popular ainda
largamente cultivada no âmbito católico. Um sinal de mudança se dá pela
difusão do movimento Pentecostes, ocorrida a partir dos anos 50, através
da Missão Evangélica Cigana, surgida na França.
Em seguida a isso, registaram-se todavia profundas lacerações no
interior de muitas famílias, devido às radicais mudanças de costume que tal
adesão impõe e que encontram explicação na natureza fundamentalista do
movimento religioso em questão. Tais imposições muitas vezes acabam por
induzir os Roma a uma recusa de suas peculiaridades culturais, ainda que
dependa muito da capacidade de crítica e de discernimento de cada
indivíduo.
Parlamento Europeu recebe prémio de comunidade ROM
O presidente do Parlamento Europeu, Hans-Gert Pöttering, recebeu no
dia 2 de Abril de 2009 um prémio pelo trabalho desenvolvido pelo
Parlamento Europeu na defesa dos direitos da comunidade ROM na Europa.
O prémio foi entregue por representantes das principais organizações
europeias, em nome da comunidade ROM, antes do Dia Internacional dos
Roma, que se celebra no dia 8 de Abril.
Dos 12 a 15 milhões de ROM que vivem na Europa, 10 milhões vivem em
Estados-Membros da União Europeia, a maioria dos quais adquiriu a
cidadania europeia com o alargamento de 2004 e a adesão da Roménia e da
Bulgária em 2007
Onde vivem.
São subdivididos em diversos grupos, como os sintos e os caló.
Feiticeiros, andarilhos, artistas... Quem são os ciganos? Qual é a sua
origem? Para onde caminham?
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Muitos talvez nem imaginam que esse povo começou a imigrar da Índia
por volta do século 16 a.C. mas, como uma cultura em constante fuga ao
controle da história, existem mais versões do que fatos concretos. É certo
que eles passaram pelo Egipto, Grécia, Irã, Ásia Ocidental, Roménia, e já no
século 15 podiam ser encontrados por toda a Europa. Perseguidos,
excomungados, tachados de bruxos ou odiados pela sociedade que não
conseguiam submetê-los, os ciganos sobreviveram graças as força da sua
alma indomável. Força essa que não lhes faltava nem a beira da morte,
quando
aguardavam
o
extermínio
com
palmas
e
cantos.·
Os ciganos chegaram ao Brasil no século XVII, como degredados ou
enviados de Portugal para trabalhar como ferreiros e ferramenteiros. Os do
grupo Kalon, foram os primeiros a chegar e marcaram a sua presença
fortemente nesta terra. Eles eram católicos, mas conheciam os mistérios da
Mãe Natureza e sabiam que os queridos ancestrais, podiam se comunicar,
apesar de habitarem outros mundos.
Hoje se estima cerca de 150 mil ciganos espalhados pelo nosso país.
Dizemos que são os nómadas, justamente por ser os mais perceptíveis. Mas,
se fôssemos considerar os criptociganos ( os ciganos ocultos, os não
assumidos), esse número triplicaria. Então seria quase que meio milhão de
ciganos no Brasil.
Apesar de não terem uma pátria, eles formam uma etnia, pois têm
uma unidade linguística o romanês, que é a língua do povo. O cigano possui a
pátria dentro de si mesmo. A sua pátria é onde ele está, o que é muito difícil
de ser entendido pelos gadje (não ciganos).
Romanês
Romany, romani, ou ainda romanês, é o dialecto usado pelos povos
ROM e sintos, povos nómadas geralmente conhecidos pela designação de
"ciganos" e que na Europa de Leste e Europa Central são conhecidos por
tsigane.
Este dialecto pertence ao ramo indo-ariano proveniente do grupo
linguístico indo-europeu do norte da Índia e do Paquistão, tais como o
sânscrito, o prátcrito, o maharate e o punjabi. A moderna antropologia
relacionou a língua romani com as línguas punjabi e potohari, faladas no
norte do Paquistão.
Clãs
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Os ciganos não gostam e não aceitam a palavra
tribo para denominar seus grupos, pois não possuem
chefes
equivalentes
aos
caciques
das
tribos
indígenas, nas mãos de quem está o poder.
Os
ciganos preferem e acham mais correcto o termo clã
para denominar seus grupos.
Os Principais Grupos Ciganos
Actualmente
existe
uns
100 grupos ciganos,
sendo
os
mais
expressivos no presente os seguintes:
KALON- Os componentes deste grupo fixaram residência especialmente na
Espanha e Portugal, onde sofreram severas perseguições, pois sendo estes
países profundamente católicos e conservadores, não podiam admitir os
costumes ciganos, tanto que foram proibidos de falar seu idioma, usar suas
vestes típicas e realizar festas e cerimonias segundo suas tradições. O que
os ciganos sofreram na Península Ibérica, lembra de certa maneira o que s
negros sofreram em terras do Brasil.
Os ataques da realeza ao grupo Kalon foram tão rigorosos, que ele
foi obrigado a criar dialecto, mescla de seu próprio idioma com o português
e o espanhol, em particular em Portugal, onde as proibições não foram
verbais, mas determinadas por decreto do rei D.João V. Apesar de todos os
sofrimentos o Clã Kalon sobrevive até os dias actuais, sendo um dos grupos
que mais fielmente segue as tradições ciganas. Tem-se que os Kalons
originaram-se do antigo Egipto.
MOLDÁVIO - De pele mais clara e olhos azuis, este grupo originou-se em
terras da Rússia, tendo de enfrentar os rigores do inverno russo em suas
precárias carroças. Sob as pesadas roupas e capotes escuros mal
reconhecemos sua origem cigana. A denominação moldávio vem da palavra
Moldávia, república da Europa Central, que chegou a fazer parte do Império
Russo e da antiga URSS. Há poucas diferenças entre o dilecto moldávio e o
romeno; contudo, distinguem-se fortemente na escrita, uma vez que o
moldávio adiou alfabeto cirílico (Dicionário aurélio).
HORARANÔ - Surgiram em terras turcas e se destacaram em especial
como grandes criadores de cavalos. Os integrantes deste grupo chegaram
ao Brasil bem depois do grupo Kalon, somente no final do século XVIII.
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KARDERASH E MATCHUAYA - Os ciganos do grupo karderash são
originários da Roménia e da antiga Iuguslávia, o berço dos Matchuaya.
Ambos os grupos chegaram ao Brasil no final do século XVIII. Os primeiros
ciganos a chegarem no Brasil eram do grupo Kalon e vieram de Portugal em
meados do século XVII. Portugal, necessitando de mestres de forja no
Brasil, enviou-os para cá para que fabricassem ferraduras, armamentos e
ferramentas.
Faziam
também
artesanalmente
utensílios
domésticos,
alambiques para o fabrico da cachaça, famosos até hoje por serem
extremamente bem-feitos e resistentes.
Casamento entre indivíduos do mesmo sexo
Sou contra. O casamento é, para mim, uma respeitável instituição que
pressupõe a existência de um casal. Trata-se, por isso, da união legítima
entre pessoas de sexos diferentes.
Clonagem
A clonagem não acho bem se for a nível humano, porque acho que cada
pessoa é única e por isso não deve ser "copiada". Mas em certos tipos de
animais (em vias de extinção por exemplo) ou em certas plantas poderá
revelar-se positivo dado que possa ajudar nalguma pesquisa ou investigação
que se esteja a realizar.
Eutanásia
Não sou contra, mas não sou também a favor, acho que depende do caso, e
depende da família.
Essa questão é muito polémica, pois envolve a posição religiosa que diz
que somente Deus poderia tirar a vida e ao mesmo tempo existe aquela
questão de até quando alguém continuará a viver dessa forma sofrendo
dolorosamente?
Por um lado, não é justo deixar que a pessoa sofra dessa forma, nem fazer
com que seus familiares sofram dia após dia apenas esperando que sua
morte quem saiba chegue. Ninguém, acredito eu, gostaria de ver sua família
sofrer
assim
e
nem
gostaria
de
viver
como
um
vegetal.
Barrigas de aluguer
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Não sou completamente contra, há casos, como por exemplo quando um casal
não consegue ter filhos por a mulher não ter útero ou por pôr em perigo de
vida em caso de gravidez.
Aborto
Sou favorável quando existe o risco de vida para a mãe. Afinal, sempre é
preferível perder-se um ser ainda em formação do que um ser já formado.
Geralmente percebe-se que os grupos étnicos compartilham uma origem
comum, e mostram uma continuidade no tempo, apresentam uma história em
comum e projectam um futuro como povo. Isto alcança-se através da
transmissão de geração em geração de uma linguagem comum, de valores,
tradições e, em vários casos, instituições.
Embora em várias culturas se misturem os factores étnicos e os
políticos, não é imprescindível que um grupo étnico conte com instituições
próprias de governo para ser considerado como tal. A soberania portanto
não é definida da etnia, mas admite a necessidade de uma certa projecção
social comum.
Desigualdades sociais, parece assumir uma nova centralidade. As
crescentes injustiças do mundo contemporâneo exigem que as abordagens
críticas sejam revigoradas para poderem captar a sua complexidade
crescente. Se as ciências sociais em geral não podem alhear-se da confusão
e conflitualidade social em que todos estamos mergulhados, a análise de
classes em particular deve olhar não só para as desigualdades e para as
diferenças sociais, mas também para os que promovem os movimentos
sociais e políticos que hoje levam às lutas contra essas desigualdades e
diferenças.
As ONG nas negociações sociais esforçam-se em defender os
direitos económicos, sociais e culturais como foram reconhecidos pela
comunidade internacional e como eles estão inscritos no “Pacto relativo aos
direitos económicos, sociais e culturais” (DESC, 1986).
Nas negociações ambientais, as ONG fazem pressão para o
cumprimento dos acordos mundiais do meio-ambiente (AME) e tentam
combater o mal pela raiz.
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Nas negociações económicas e comerciais, as ONG dão prioridade ao
desenvolvimento, e particularmente ao desenvolvimento dos países que têm
mais dificuldades económicas.
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