Hipertireoidismo associada a Angina de Prinzmetal – Relato de Caso Autores: Graça, A.P.1; Moscardini, S.S. 1; Cherit, M.G. 1; Biason, J.V. 1; Chalela Neto, D. 1; Oliveira, D.L. 2; 1: Médico Residente de 2ºano de Clínica Médica da Secretaria Municipal de Saúde de SBC.; 2: Médico Coordenador da Residência de Clínica Médica da Secretaria Municipal de Saúde de SBC. Introdução A associação de isquemia miocárdica e hipertireoidismo corresponde a menos de 5% dos casos de dor torácica, o que acarreta em retardo no diagnóstico e consequente tratamento inadequado, ocasionando refratariedade da sintomatologia. Objetivos Relatar um caso clínico de paciente com Angina de Prinzmetal refratária, que apresentou melhora do quadro após controle de hipertireoidismo. Hipertireoidismo associada a Angina de Prinzmetal – Relato de Caso Métodos Pesquisa médica e análise de modo detalhado de um caso clínico. Relato de Caso Relatamos uma paciente do sexo feminino, 51anos, branca, manifestando episódios de dor torácica retroesternal, desencadeada após o esforço físico, com irradiação para membro superior esquerdo, sem fatores de piora, com melhora espontânea após 25 minutos. Exame eletrocardiográfico com evidência de alteração de repolarização em parede anterior e exames laboratoriais com marcadores de injúria cardíaca dentro dos padrões de normalidade. Apresentava cineangiocoronariografia (CATE) com evidência de espasmo importante sob lesão de 30%, em terço médio da coronária circunflexa, e ausência de lesões obstrutivas. Ecocardiograma (ECO) com disfunção diastólica discreta de ventrículo esquerdo e insuficiência tricúspide de grau discreto, com fração de ejeção de 66%. Foi aventada hipótese de angina vasoespástica (Angina de Prinzmetal) e introduzido diltiazem 30mg 12/12h. Hipertireoidismo associada a Angina de Prinzmetal – Relato de Caso Relato de Caso Paciente evoluiu com melhora. Após 2 meses, paciente apresentou novo quadro de precordialgia, com dor anginosa típica. Eletrocardiograma com elevação do segmento ST em parede inferior (figura 1). Após administração de nitrato, ECG apresentou normalização do traçado (figura 2). Optado por otimização de dose de diltiazem, entretanto, paciente mantinha episódios frequentes de algia. Devido a refratariedade do quadro, foi solicitada investigação diagnóstica de função tireoidiana. Apresentou dosagem de T4L = 1,51ng/dL e TSH = 0,18uUI/mL, caracterizando hipertireoidismo subclínico. Foi instituído tratamento para tireoidopatia com metimazol. Após normalização da função tireoidiana, paciente evoluiu sem novos episódios álgicos, recebendo alta com programação de acompanhamento ambulatorial com cardiologia e endocrinologia. Conclusão O caso em questão apresenta relevante importância clínica, devido à rara associação entre uma Angina de Prinzmetal e hipertireoidismo, o que corrobora para o valor científico deste caso. Figura 1 Figura 2 Referências Bibliográficas 1.Casini, A.F.; Gottieb, L.; Neto, L.V.; Almeida C.A.; Fonseca, R.H.A; Vaisman, M.; Angina pectoris em pacientes com hipertoreoidismo e coronárias angiograficamente normais. Arq. Bras. Cardiol. V.87, n.5, 2006. 2.Castro, N.L.; Protocolo de atención del paciente con dolor torácico en el servicio de urgencias inicial del Síndrome Coronario Agudo. UDC.FEP, Univ. da Coruña, 2013.