6º Período - Análise Econômica de Balanço

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ANÁLISE ECONÔMICA DE BALANÇO
1 – QUOCIENTES DE RENTABILIDADE
Os Quocientes de Rentabilidade servem para medir a capacidade
econômica da empresa, isto é, evidenciam o grau de êxito econômico
obtido pelo capital investido na empresa.
1.1 – Giro do Ativo
Evidencia a proporção existente entre o volume das vendas e os
investimentos totais efetuados na empresa, isto é, quanto a empresa
vendeu para cada real de investimento total.
A interpretação deste quociente deve ser direcionada para verificar
se o volume das vendas realizadas no período foi adequada em relação
ao Capital Total investido na empresa.
Fórmula:
Interpretação:
Vendas Líquidas
Ativo Total
Quanto maior este quociente, melhor.
Pontos importantes a considerar:
• É importante saber que o volume de vendas ideal para cada empresa é
o que permite a obtenção de lucratividade suficiente para cobrir todos
os gastos, oferecendo ainda boa margem de lucro.
1.2 – Margem Líquida
Esse quociente revela a margem de lucratividade obtida pela
empresa em função do seu faturamento, isto é, quanto a empresa obteve
de lucro líquido para cada real vendido.
A interpretação deste quociente deve ser direcionada a verificar a
margem de lucro da empresa em relação às vendas.
Análise Econômica de Balanço – 6° Período de Administração (UBM)
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Fórmula:
Interpretação:
Lucro Líquido
Vendas Líquidas
Quanto maior este quociente, melhor.
Pontos importantes a considerar:
• É importante verificar a relação entre este quociente e o quociente
anterior (Giro do Ativo):
a) Quando o quociente Giro do Ativo é superior a um, a situação,
aparentemente, é favorável; se o quociente Margem Líquida é inferior a
um, indica que a aparente situação favorável não é suficiente para
cobrir os custos necessários à sua obtenção.
b) Quando o quociente de Giro do Ativo é inferior a um, indica, em
princípio, situação desfavorável, o que poderá não corresponder à
realidade se o quociente Margem Líquida for superior a um. Isso revela
que, embora as vendas tenham sido baixadas em relação ao Capital
Total investido na empresa, foram suficientes para cobrir os custos
necessários à sua obtenção.
1.3 – Rentabilidade do Ativo
Esse quociente evidencia o potencial de geração de lucros por parte
da empresa, isto é, quanto a empresa obteve de lucro líquido para cada
real de investimento totais.
A interpretação deste quociente deve ser direcionada para verificar o
tempo necessário para que haja retorno dos Capitais Totais (Próprios e de
Terceiros) investidos na empresa.
Fórmula:
Interpretação:
Lucro Líquido
Ativo Total
Quanto maior este quociente, melhor.
Análise Econômica de Balanço – 6° Período de Administração (UBM)
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Pontos importantes a considerar:
• Quanto maior for este quociente, maior será a lucratividade obtida pela
empresa em relação aos investimentos totais.
• Trabalhando com Capitais de Terceiros, a empresa obviamente
precisará remunerar esses Capitais com a lucratividade apurada no
desenvolvimento de suas atividades normais. Quando isto for possível, a
situação será favorável; se a lucratividade obtida não for suficiente para
remunerar os Capitais de Terceiros, será preciso buscar outras fontes
para gerar recursos, aumentando o endividamento da empresa.
• O conhecimento do tempo necessário para que haja retorno dos
Capitais Próprios e de Terceiros investidos na empresa pode ser obtido
através dos seguintes procedimentos:
a. multiplicando-se o quociente por 100, para se obter a resposta em
porcentagem;
b. através de regra de três, conhece-se a quantidade de anos
necessários para que haja retorno do capital investido.
Suponhamos, por exemplo, que em uma determinada empresa o
Quociente de Rentabilidade do Ativo seja igual a 0,25. Para conhecermos
o tempo necessário para retorno dos Capitais Totais investidos na
empresa, faremos:
a) 0,25 x 100 = 25%
b) 1 anos = 25%
x anos = 100%
onde:
x = 1 x 100 = 4 anos
25
Com base na lucratividade de 25% ao ano, esta empresa necessitará de
apenas 4 anos para dobrar o valor dos Capitais investidos.
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1.4 – Rentabilidade do Patrimônio Líquido
O quociente revela qual foi a taxa de rentabilidade obtida pelo Capital
Próprio investido na empresa, isto é, quanto a empresa ganhou de lucro
líquido para cada real de Capital Próprio investido.
A interpretação deste quociente deve ser direcionada para verificar
qual é o tempo necessário para obter o retorno do Capital Próprio
investido na empresa, ou seja, quantos anos serão necessários para que
os proprietários obtenha de volta o valor do Capital que investiram na
empresa.
Fórmula:
Interpretação:
Lucro Líquido
Patrimônio Líquido
Quanto maior este quociente, melhor.
Pontos importantes a considerar:
• Para que o resultado obtido na análise desse quociente seja mais
eficiente, deve-se considerar, para fins de cálculo, o valor médio do
Patrimônio Líquido. Assim, a fórmula mais adequada, quando for possível
calcular o valor do Patrimônio Líquido Médio, será:
RPL = Lucro Líquido / Patrimônio Líquido Médio
O Valor do Patrimônio Líquido Médio pode ser apurado pela fórmula:
PLM = (Patrimônio Líquido Inicial + Patrimônio Líquido Final) / 2
• Quanto maior for este quociente, maior será o grau de lucratividade
apurado pela empresa em relação ao Capital Próprio investido.
• O tempo necessário para se obter o retorno do valor do Capital Próprio
investido na empresa pode ser calculado da mesma maneira que se
calcula o tempo de retorno do Capital Total.
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2 – OUTROS QUOCIENTES DE INTERESSE
Os Quocientes de Estrutura de Capitais, de Liquidez e de
Rentabilidade apresentados até aqui são suficientes para o analista obter
um bom diagnóstico a respeito da situação econômica e financeira de
qualquer tipo de entidade.
Do relacionamento entre os diversos grupos de contas das
demonstrações financeiras pode ser extraído um grande número de
quocientes, apresentando cada um a sua importância de acordo com o
aspecto da análise e com o objetivo que se tem em mente.
Neste item, apresentamos outros grupos de quocientes de interesse.
3 – QUOCIENTES DE ROTAÇÃO OU DE ATIVIDADES
Os Quocientes de Rotação, também conhecidos por Quocientes de
Atividades, obtidos pelo confronto dos elementos da Demonstração do
Resultado do Exercício com os elementos do Balanço Patrimonial,
evidenciam o tempo necessário para que os elementos do Ativo se
renovem.
3.1 – Rotação de Estoques
Custo das Mercadorias Vendidas
Estoque Médio de Mercadorias
(empresas comerciais)
Custo dos Produtos Vendidos
Estoque Médio de Produtos Acabados
(empresas industriais)
Formulas:
Este quociente evidencia quantas vezes ocorreu renovação dos
estoques de mercadorias ou de produtos, em função das vendas.
Observação:
O valor dos Estoques Médios de Produtos Acabados ou de Mercadorias é
obtido somando-se os respectivos estoques inicial e final e dividindo-se o
total por 2.
Entretanto, visando a obtenção de resultado mais real possível e havendo
possibilidade, os estoques médios poderão ser obtidos pelo somatório dos
saldos mensais dividido pelo número de saldos apurado.
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3.2. – Prazo Médio de Recebimento de Contas a Receber
Formula:
Contas a Receber Medias
Vendas a Prazo Medias
Este quociente evidencia o tempo que a empresa deverá esperar, em
média, para receber o valor das suas vendas efetuadas a prazo.
Observação:
• Para se obter o valor médio das Contas a Receber, decorrentes em
vendas a prazo, e necessário coletar o maior número possível de saldos
existentes nas Contas a Receber ocorridos durante o período desejado,
somá-los e dividi-los pela quantidade de saldos coletados.
• Como Contas a Receber, para efeito de apuração deste quociente,
devem ser consideradas apenas as resultantes de vendas de mercadorias
a prazo, geralmente representadas pelas contas Clientes e Duplicatas a
Receber.
• As Vendas a Prazo Médias devem ser obtidas dividindo-se o total das
vendas (brutas ou liquidas) por 360 ou por 12, conforme se queira obter o
resultado em dias ou em meses.
3.3. – Prazo Médio de Pagamentos de Contas a Pagar
Formula:
Contas a Pagar Medias
Compras Medias a Prazo
Este quociente indica o tempo que a entidade dispõe, em média,
para pagar as suas obrigações provenientes de compras de mercadorias
a prazo.
Observações:
• Os critérios para cálculo do valor das Contas a Pagar Medias, bem
como das Compras a Prazo Médias, são os mesmos já informados para
cálculo do valor das Contas a Receber Médias e das Vendas a Prazo
Médias.
• Como Contas a Pagar, para efeito de apuração deste quociente, devem
ser consideradas apenas as resultantes de compras de mercadorias a
Análise Econômica de Balanço – 6° Período de Administração (UBM)
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prazo, geralmente representadas palas contas Fornecedores e Duplicatas
a Pagar.
3.4. – Posicionamento Relativo
Formula:
Prazo Médio de Recebimento
Prazo Médio de Pagamento
Este quociente evidencia a relação existente entre o prazo que a
entidade tem para pagar as suas compras a prazo e o prazo que ela
concede aos seus clientes para receber as suas vendas a prazo.
3.5. – Rotação do Ativo
Formula:
Vendas
Ativo Médio
Este quociente evidencia quantas vezes o Ativo girou, isto é,
quantas vezes ele se renovou pelas vendas.
Observações:
Dependendo do interesse, esse quociente poderá relacionar-se com Ativo
Circulante, Permanente ou Não-Circulante. Assim, as formulas poderão
ser:
Vendas
Ativo Circulante
Vendas
Ativo Permanente
Vendas
Ativo Nao-Circulante
• Quanto ao valor das vendas, e possível utilizar Vendas Brutas ou
Vendas Liquidas.
• Os critérios para cálculo do valor Ativo Médio são os mesmos já
informados para calculo do valor das Contas a Receber Médias, das
Vendas a Prazo Médias etc.
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• Para se obter o valor do Ativo Médio, é preciso coletar o maior número
de informações possíveis, no mínimo considerando a soma dos saldos
inicial e final, dividida por 2.
4 – QUOCIENTES DE CAPITAIS PRÓPRIOS
Os Quocientes de Capitais Próprios, obtidos pelo confronto entre o
Patrimônio Liquido e vários elementos do Balanço Patrimonial, ressaltam
a posição do Capital Próprio no conjunto patrimonial.
Dependendo do interesse do analista, várias formulas podem ser
elaboradas. Veja algumas delas:
Formula:
Patrimônio Liquido
Ativo Circulante
Este quociente evidencia quanto a entidade possui de Capital Próprio
para cada real de Ativo Circulante.
Formula:
Patrimônio Liquido
Ativo Total
Este quociente evidencia quanto a entidade possui de Capital
Próprio para cada real de Ativo Total.
Formula:
Patrimônio Liquido
Ativo Real
Este quociente evidencia quanto a entidade possui de Capital
Próprio para cada real de Ativo Real.
O Ativo Real compreende o Ativo Total diminuídas as Despesas do
Exercício Seguinte, as despesas de Exercícios Futuros e o Ativo Diferido.
5 – QUOCIENTES DE ESTABILIDADE
O Quociente de Estabilidade, também conhecido por Medida de
Estabilidade, é obtido pelo confronto entre o Ativo Permanente e o
Passivo Exigível a Longo Prazo.
Formula:
Ativo Permanente
Passivo Exigível a Longo Prazo
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Este quociente indica quanto a entidade utilizou de Capitais de
Terceiros a Longo Prazo para cada real investido no Ativo Permanente.
Mostra a garantia dada a seus credores pelo Ativo Permanente.
Não é aconselhável que a empresa utilize somas elevadas dos
Capitais de Terceiros a Curto Prazo, bem como o Patrimônio Líquido, em
suas imobilizações, já que os valores aplicados no Imobilizado oferecerão
rendimento somente para remunerar os Capitais de Terceiros com lucros
resultantes das aplicações desses Capitais. Assim, para financiar o Ativo
Permanente a empresa deve lançar mão de recursos de terceiros a longo
prazo.
Esse quociente é considerado Medida de Estabilidade, pois quando
a empresa imobiliza grandes recursos do Passivo Circulante e do
Patrimônio Liquido, esses recursos fazem falta para financiar o seu Ativo
Circulante. Logo, é conveniente que todo o Ativo Permanente seja
garantido pelo Patrimônio Liquido; quando este não for suficiente, que a
empresa utilize os recursos do Passivo Exigível a Longo Prazo, para que
pelo menos o Passivo Circulante financie o Ativo Circulante.
Sempre que houver interesse da empresa para expandir o seu
negocio, a expansão deve ser coberta pelo Passivo Exigível a Longo
Prazo, evitando assim o comprometimento dos Capitais Próprios e dos
Capitais de Terceiros a Curto Prazo.
A Medida de Estabilidade apresenta garantia a longo prazo aos
credores, sendo que quanto maior o Ativo Permanente maior a garantia
oferecida.
6 – QUOCIENTES DE INTERESSE DOS INVESTIDORES
Neste tópico relacionamos os quocientes mais expressivos mediante
os quais os acionistas podem conhecer a rentabilidade obtida pelos
investimentos que efetuarem na compra de ações. Servem, ainda, como
indicadores para aqueles que pretendem adquirir Ações no mercado de
capitais.
Convém ressaltar que antes de aplicar as suas economias, o bom
investidor deve analisar a situação econômica e financeira da entidade,
por meio dos Quocientes de Estrutura de Capitais, de Liquidez e de
Rentabilidade.
Análise Econômica de Balanço – 6° Período de Administração (UBM)
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6.1 – Rendimento das Ações
• Rendimento Nominal
Formula:
Dividendos
Capital Nominal
Este quociente mostra o rendimento obtido pelos acionistas por meio
de dividendos recebidos, em relação ao Capital Nominal investido na
entidade; em outras palavras, quanto a entidade distribuiu de dividendos
para cada real de Capital Nominal.
Capital Nominal e a parte de Capitais Próprios investida na
empresa pelo titular ou pelos sócios. É contabilizado em uma conta do
grupo Patrimônio Líquido, que pode ser denominada Capital, Capital
Subscrito, Capital Social ou, ainda, Capital Nominal.
• Rendimento Real
Formula:
Dividendos
Patrimônio Liquido
Este quociente indica a rentabilidade obtida pelo Patrimônio Liquido da
entidade, ou seja, quanto a entidade pagou de dividendos para cada real
de Patrimônio Líquido existente.
• Rendimento Atualizado
Formula:
Dividendos
Valor de Mercado da Ação
Este quociente aponta a rentabilidade oferecida por ação em relação ao
seu preço de cotação na Bolsa, isto é, quanto a entidade distribuiu de
dividendos para cada ação, considerando seu valor de mercado.
• Rendimento Total
Formula:
Dividendos+Bonificações
Valor de Mercado da Ação
Análise Econômica de Balanço – 6° Período de Administração (UBM)
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Este quociente mostra qual foi a remuneração total oferecida pela
entidade para cada ação. Em outras palavras, quantos reais a entidade
pagou de dividendos mais bonificações para cada ação, considerando o
seu valor de mercado.
• Rendimento do Capital Investido
Formula:
Valor de Mercado da Ação
Lucro Liquido por Ação
Este quociente indica o número de anos que o investidor deverá esperar
para recuperar, através de lucros recebidos, o capital que investiu na
compra de ações da entidade.
• Valor Patrimonial da Ação
Formula:
Patrimônio Liquido
Numero de Ações em Circulação
Este quociente evidencia o valor patrimonial de cada ação, isto é, quanto
de Patrimonial Liquido existe para cada ação em circulação.
Análise Econômica de Balanço – 6° Período de Administração (UBM)
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7 - ANÁLISE VERTICAL E ANÁLISE HORIZONTAL
INTRODUÇÃO
A Análise Vertical e Análise Horizontal devem ser utilizadas
conjuntamente. Servem para complementar as observações efetuadas
através da Análise por Quocientes.
A Análise por Quocientes apresenta dados resultantes da comparação
entre itens ou grupos da Demonstração do Resultado do Exercício e do
Balanço Patrimonial.
As Análises Vertical e Horizontal são mais detalhadas, envolvendo
todos os itens das demonstrações, e revelam as falhas responsáveis pelas
situações de anomalia da entidade.
7.1 – ANÁLISE VERTICAL
A Análise Vertical, também denominada por alguns analistas
Análises por Coeficientes, é aquela através da qual se compara cada um
dos elementos do conjunto em relação ao total do conjunto. Ela evidencia
a porcentagem de participação de cada elemento no conjunto.
O cálculo do percentual que cada elemento ocupa em relação ao
conjunto é feito por meio de regra de três, em que o valor-base é igualado
a 100, sendo os demais calculados em relação a ele.
Exemplo:
Para calcular a porcentagem de participação que a conta Despesas
administrativas, de R$ 257.310, ocupa na Demonstração do Resultado do
Exercício que tem uma Receita Operacional Líquida de R$ 1.071.225,
faremos:
1.071.225 = 100%
257.310 = x
Logo:
X= 257.310 x 100 = 24,02%
1.071.225
Análise Econômica de Balanço – 6° Período de Administração (UBM)
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A porcentagem encontrada corresponde ao percentual de
participação das despesas administrativas em relação ao volume da
Receita Líquida das Vendas.
No Balanço Patrimonial, a Analise Vertical abrange cálculos de
percentuais de todas as contas, podendo relaciona-las tanto com os
grupos a que pertencem como com total do Ativo e/ou do Passivo,
conforme caso.
EXEMPLO PRÁTICO
Veja a seguir, o Balanço Patrimonial e a Demonstração do
Resultado do Exercício da Comercial São Paulo S.A., com os percentuais
devidamente calculados para efeito de Análise Vertical.
Veja como ficará o Balanço, padronizado com os cálculos para fins
de análise vertical, da Comercial São Paulo S.A., referente ao exercício
de x1:
Análise Econômica de Balanço – 6° Período de Administração (UBM)
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CONTAS
EXERCÍCIO de x1
Valores Absolutos
Análise Vertical
$
%
ATIVO
ATIVO CIRCULANTE
Financeiro
Disponibilidades
Investimentos Temporários a
Curto Prazo
Soma
60.000
6,00
36.000
96.000
3,60
9,60
204.000
300.000
20,40
30,00
504.000
600.000
100.000
50,40
60,00
10,00
90.000
195.000
15.000
300.000
1.000.000
9,00
19,50
1,50
30,00
100,00
60.000
130.000
190.000
6,00
13,00
19,00
104.000
10,40
104.000
294.000
494.000
10,40
29,40
49,40
200.000
143.000
163.000
506.000
1.000.000
20,00
14,30
16,30
50,60
100,00
Operacional
Contas a Receber de Clientes
Estoques
Outros Direitos de Curto Prazo
Soma
TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE
-
ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
ATIVO PERMANENTE
Investimentos
Imobilizado
Diferido
TOTAL DO ATIVO PERMANENTE
Total do Ativo
PASSIVO
PASSIVO CIRCULANTE
Operacional
Contas a Pagar a Fornecedores
Outras Obrigações de Curto Prazo
Soma
Financeiro
Empréstimos
Duplicatas descontadas
Soma
TOTAL DO PASSIVO CIRCULANTE
EXIGÍVEL TOTAL
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital
Reservas
Lucros ou Prejuízos Acumulados
TOTAL DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Total do Passivo
-
Análise Econômica de Balanço – 6° Período de Administração (UBM)
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Veja como ficará a Demonstração do Resultado do Exercício, padronizada
com os cálculos efetuados para fins de análise vertical, da Comercial São
Paulo S.A., referente ao exercício de x1:
CONTAS
RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS
(-) Custo de Mercadorias, Produtos e Serviços
Vendidos
EXERCÍCIO de x1
Valores Absolutos
Análise Vertical
$
%
1.071.225
100,00
(450.000)
42,00
621.225
58,00
-
-
. Despesas com Vendas
(144.450)
13,48
. Despesas Gerias e Administrativas
(257.310)
24,02
(9.000)
0,84
18.085
1,68
228.550
21,33
(+) Receitas Financeiras
36.000
3,36
(-) Despesas Financeiras
(8.550)
0,79
(=) Resultado Operacional
256.000
23,89
(= ou -) Resultados Não Operacionais
(26.000)
2,42
(=) Resultado do Exercício antes das Provisões
230.000
21,47
(-) Provisões
(36.000)
3,36
-
-
194.000
18,11
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas Operacionais
. Outras Despesas Operacionais
(+) Outras Receitas Operacionais
(=) Resultado Operacional (antes resultado
financeiro)
(-) Participações
(=) Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício
Análise Econômica de Balanço – 6° Período de Administração (UBM)
16
O principal objetivo da Análise Vertical é mostrar a importância de
cada conta na demonstração financeira a que pertence.
A Análise Vertical pode ser feita em qualquer demonstração
financeira, mas alcança sua plenitude quando efetuada na Demonstração
do Resultado do Exercício.
Observe a DRE da Comercial São Paulo S/A, e verá que a
porcentagem do Lucro Líquido do Exercício em relação à Receita Líquida
de Vendas é muito pequena (18,11%). Se, durante o exercício, para
realizar suas vendas, a empresa não incorresse em nenhuma
despesa/receita, a porcentagem seria bem maior. Daí conclui-se que
quanto maior for os custos e as despesas, menor será a porcentagem do
Lucro Líquido em relação a Receita de Vendas.
Assim, a porcentagem de participação de cada conta de Receita,
Custo e Despesas tem influência direta sobre a porcentagem do Lucro
Líquido.
A redução do Lucro Líquido de um período para outro pode ser
resultado do aumento indesejado de alguns itens de despesa, o que é
facilmente verificado através da Análise Vertical.
É conveniente acompanhar constantemente o percentual de
participação, para evitar que ultrapassem os limites orçados.
Análise Econômica de Balanço – 6° Período de Administração (UBM)
17
7.2 – ANÁLISE HORIZONTAL
A Análise Horizontal também denominada Análise por meio de
número-índice, tem por finalidade evidenciar a evolução dos itens das
demonstrações financeiras ao longo dos anos.
Esse tipo de análise possibilita o acompanhamento do desempenho
de cada uma das contas que compõem a demonstração.
Supondo o valor da Receita Líquida de Venda de uma empresa que
no ano de x1 for de R$10.000.00 e no ano de x5, de R$210.000.0.
Aparentemente, esta conta apresenta grande evolução, ou seja, 2.000%
em cinco anos.
Através da Análise Horizontal, o analista poderá verificar a evolução
normal desta conta e compara-la com a evolução das demais contas da
demonstração, para concluir se o Lucro Líquido comportou-se da mesma
maneira no período.
Caso isso não tenha ocorrido, a análise das demais contas permitirá
ao analista verificar os pontos que impediram o crescimento e, ainda,
avaliar as tendências de aumento ou de diminuição de Custos, Despesas
e outras Receitas.
Enquanto a Análise Vertical é feita pela comparação de cada
elemento do conjunto em relação ao total, em um mesmo período, a
Análise Horizontal compara a evolução dos valores de cada conta das
demonstrações em análise ao longo de vários períodos.
A Análise Horizontal é feita por meio de números-índices.
Número-índice é uma operação estatística, utilizada pela Análise
de Balanços, que consiste em substituir os valores constantes das contas
de cada exercício por um número percentual que facilita a comparação
entre eles.
O mecanismo consiste em escolher um exercício – geralmente o
mais antigo – como base, atribuindo aos seus valores o percentual de 100
e, a partir desse exercício, calcular os demais valores dos outros
exercícios por meio de regra de três, sempre em relação ao primeiro.
Análise Econômica de Balanço – 6° Período de Administração (UBM)
18
Exemplo:
Supondo que a DRE de uma determinada empresa apresente os
seguintes valores da Receita Operacional Líquida:
. Exercício de x1 = 2.500.000.00
. Exercício de x2 = 7.322.200.00
. Exercício de x3 = 9.547.111.00
Escolhendo o exercício x1 como base, faremos:
Cálculo do índice para o exercício de x2:
2.500.000.00 - - - - - 100%
7.322.200.00 - - - - - x
Logo:
x = 7.322.200,00 * 100 = 292%
2.500.000.00
Cálculo do índice para o exercício de x3:
2.500.000.00 - - - - - 100%
9.547.111,00 - - - - - x
Logo:
x = 9.547.111,00 * 100 = 382%
2.500.000.00
Análise Econômica de Balanço – 6° Período de Administração (UBM)
19
Para fins de Análise Horizontal, podemos elaborar uma tabela com
base nos dados apurados:
Demonstração do Resultado do Exercício da empresa Y
CONTAS
. Receita Operacional Líquida
x1
x2
x3
100%
292%
382%
De posse da tabela devidamente elaborada, basta analisar a
evolução ou a retração de cada conta em relação ao exercício escolhido
como base.
A análise pode ser feita inicialmente comparando-se os índices
obtidos em cada ano sempre em relação ao ano base. Pode ser feita
especificamente em cada item e depois em conjunto, possibilitando
verificar a influência da cada item um sobre o outro.
Análise Econômica de Balanço – 6° Período de Administração (UBM)
20
EXEMPLO PRÁTICO
Veja a seguir, a Demonstração do Resultado do Exercício,
padronizada para fins de análise, da Comercial São Paulo S.A., referente
a três exercícios, e em seguida a tabela elaborada para efeito de Análise
Horizontal:
Demonstração de Resultado do Exercício, padronizada,
da Comercial São Paulo S/A
CONTAS
EXERCÍCIO
EXERCÍCIO
EXERCÍCIO
x1
x2
x3
RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS
1.071.225
1.408.625
1.522.334
(-) Custo de Mercadorias, Produtos e Serviços Vendidos
(450.000)
(600.000)
(640.000)
621.225
808.625
882.334
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas Operacionais
-
-
-
. Despesas com Vendas
(144.450)
(166.700)
(185.300)
. Despesas Gerias e Administrativas
(257.310)
(286.550)
(315.030)
(9.000)
(12.000)
(17.500)
(+) Outras Receitas Operacionais
(18.085)
(20.100)
(13.200)
(=) Resultado Operacional (antes resultado financeiro)
228.550
363.475
377.704
(=) Receitas Financeiras
36.000
32.000
8.900
(-) Despesas Financeiras
(8.550)
(7.300)
(44.000)
(=) Resultado Operacional
256.000
388.175
342.604
(= ou -) Resultados Não Operacionais
(26.000)
(27.500)
(71.000)
(=) Resultado do Exercício antes das Provisões
230.000
360.675
271.604
(-) Provisões
(36.000)
(84.300)
89.600
. Outras Despesas Operacionais
(-) Participações
(=) Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício
-
-
-
194.000
276.375
182.004
Análise Econômica de Balanço – 6° Período de Administração (UBM)
21
Mediante os dados da Demonstração do Resultado do Exercício da
empresa Comercial São Paulo S/A, referentes aos exercícios de x1, x2 e
x3, podemos elaborar uma tabela com os respectivos números-índices
devidamente calculados, tendo por base o exercício de x1:
CONTAS
RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS
(-) Custo de Mercadorias, Produtos e Serviços Vendidos
(=) Lucro Bruto
EXERCÍCIO
EXERCÍCIO
x1 (%)
x2 (%)
x3 (%)
100,00
100,00
100,00
131,49
133,33
130,16
142,11
142,22
142,00
-
(-) Despesas Operacionais
. Despesas com Vendas
. Despesas Gerias e Administrativas
. Outras Despesas Operacionais
(+) Outras Receitas Operacionais
(=) Resultado Operacional (antes resultado financeiro)
(=) Receitas Financeiras
(-) Despesas Financeiras
(=) Resultado Operacional
(= ou -) Resultados Não Operacionais
(=) Resultado do Exercício antes das Provisões
(-) Provisões
100,00
100,00
100,00
100,00
100,00
100,00
100,00
100,00
100,00
100,00
100,00
(=) Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício
115,40
111,36
133,33
111,14
159,03
88,88
85,38
151,63
105,76
156,81
234,66
-
(-) Participações
100,00
EXERCÍCIO
128,27
122,43
194,44
72,98
165,26
24,72
514,61
133,82
273,07
118,08
248,88
142,46
93,81
Observe na tabela apresentada acima que o exercício-base de x1
teve, seus valores considerados iguais a 100, sendo que os valores dos
demais exercícios foram calculados em relação a ele.
Análise Econômica de Balanço – 6° Período de Administração (UBM)
22
8 - QUOCIENTES-PADRÃO
Conceito
Quociente-padrão são os quocientes alcançados com maior freqüência por
empresas que exercem o mesmo ramo de atividade e atuam em uma
mesma região.
A interpretação isolada e conjunta dos quocientes referentes a um ou a
vários períodos poderá revelar, com precisão, os graus de endividamento,
solvência e rentabilidade alcançados por uma entidade.
A empresa que alcançar um Quociente de Liquidez Corrente igual a 1,20
poderá ser considerada como bem estruturada sob o ponto de vista de
solvência, pois o quociente de 1,20 indica que o no Ativo Circulante há
recursos financeiros suficientes para cobrir todas as obrigações de curto
prazo e ainda sobrar uma margem de R$0,20 para cada R$1,00 de dívida.
Mesmo com esta situação satisfatória a empresa poderá, porém, não
estar alcançando grau de solvência ideal para o seu ramo de atividade em
comparação com seus concorrentes.
Para saber se esta situação é ótima, boa ou regular, precisamos
comparar o quociente encontrado com o Quociente-padrão.
Para calcular o Quociente-padrão quando se pretende obter quocientes
de uma empresa, basta aplicar fórmulas próprias, utilizando valores
extraídos das demonstrações financeiras da respectiva empresa.
Quando se pretende obter Quocientes-padrão confiáveis, que possam
servir de parâmetro para análise comparativa da situação econômicofinanceiro das entidades, é preciso coletar dados de um maior número
possível de empresa que exerçam o mesmo ramo de atividade, do
mesmo porte, no mesmo período e que atuem na mesma região, sob o
mesmo regime econômico.
Análise Econômica de Balanço – 6° Período de Administração (UBM)
23
9 – RELATÓRIO DE ANÁLISE
Relatório de Analise é um documento, elaborado pelo analista de
Balanços, que contém as conclusões resultantes do desenvolvimento do
Processo de Análise.
Nos capítulos anteriores vimos que o Processo de Análise de Balanços
pode ser desenvolvido em sete etapas:
1a etapa: Exame e Padronização das demonstrações financeiras.
2a etapa: Coleta de dados.
3a etapa: Cálculos dos indicadores.
4a etapa: Interpretação dos quocientes.
5a etapa: Análise Vertical/Horizontal.
6a etapa: Comparação com Padrões.
7a etapa: Elaboração de Relatórios.
Apenas, restando a ultima etapa do Processo de Análise de Balanços a
ser vista.
9.1 – COMO ELABORAR UM RELATÓRIO DE ANÁLISE
Sendo vários os usuários da Análise de Balanços, cada um deles
poderá exigir informações diferentes acerca da situação patrimonial da
empresa. Por isso, o analista de Balanços deverá direcionar seus trabalhos
visando atender às necessidades de cada usuário.
Para elaborar um Relatório de Análise da melhor maneira possível,
alguns pontos precisam ser considerados:
• O Relatório de Análise deve ser elaborado em linguagem inteligível para
leigos, ainda que alguns usuários possuam conhecimentos de
contabilidade.
• Ao elaborar um Relatório de Análise, o analista deve procurar relatar
suas conclusões visando auxiliar o usuário em suas tomadas de decisão.
• Os Relatórios de Análises de Balanços poderão conter muitas ou
poucas informações, conforme a necessidade do usuário.
Em geral, o Relatório de Análise deve apresentar informações sobre a
situação econômico-financeira da empresa e sobre seu desempenho
ao longo dos períodos analisados, bem como as tendências para o
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24
futuro. Devem ser esclarecidas, ainda, as causas que proporcionaram o
grau de endividamento, liquidez e rentabilidade encontrados, sejam eles
positivos ou negativos.
• Para fornecedores e bancos comerciais, por exemplo, normalmente
utilizam-se relatórios breves.
Para que o Relatório de Balanços seja inteligível por leigos, não
dever apresentar dados como quocientes, coeficientes ou númerosíndices, os quais devem ser traduzidos em informações. Supondo os
seguintes indicadores:
INDICADORES
QUOCIENTES
QUOCIENTES QUOCIENTESMULTIPLICADO
PADRÃO
POR 100
Liquidez Geral
1,42
142%
1,2
Liquidez Corrente
1,70
157%
1,35
Liquidez Seca
1,54
154%
1,25
Esses dados não devem ser relatados, ou seja, o Quociente de
Liquidez Geral foi de 1,42 ou 142%, indicando que a empresa possui
recursos, no seu Ativo Circulante mais Realizável a Longo Prazo, no valor
de R$142 para cada R$100 de Passivo Circulante mais Exigível a Longo
Prazo, estando acima do Quociente-padrão de seus concorrente, que é
de 1,20......................................................
A maneira mais adequada de se relatar estes dados são: a empresa
encontra-se bem-estruturada sob o ponto de vista de solvência, possuindo
solidez financeira suficiente ara cobrir seus compromisso de curto e longo
prazo, uma vez que opera com todos os Quocientes de Liquidez acima do
padrão de seus concorrentes.
O analista deve anexar ao Relatório de Análise de balanços os
documentos que comprovam os resultados da análise. Esses documentos
poderão variar em quantidade e espécie, de acordo com a profundidade
Análise Econômica de Balanço – 6° Período de Administração (UBM)
25
dos exames efetuados. Normalmente, a um relatório breve, devem ser
anexados o BP, a DRE e um mapa contendo os indicadores utilizados
(Quocientes de Estrutura de Capitais, Liquidez e Rentabilidade) além dos
Quocientes-padrão.
9.2 – RELATÓRIO BREVE
Este tipo de relatório envolve apenas os aspectos mais importantes da
situação patrimonial, e baseia-se na interpretação de poucos quocientes
econômicos e financeiros, sendo preferido por bancos, clientes e
fornecedores, além de outros usuários que se satisfazem com poucas
informações.
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