Severina Denise Sales de Oliveira

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
INSTITUTO DE QUÍMICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
Aplicação das técnicas eletroanalíticas (voltametria cíclica e de pulso diferencial)
usando o eletrodo de diamante dopado com boro para o estudo da isoniazida, etambutol,
rifampicina e pirazinamida
Severina Denise Sales de Oliveira
________________________________________________________
Dissertação de Mestrado
Natal/RN, julho de 2013
Severina Denise Sales de Oliveira
Aplicação das Técnicas Eletroanalíticas (Voltametria Cíclica e de Pulso Diferencial)
Usando o Eletrodo de Diamante Dopado com Boro para o Estudo da Isoniazida,
Etambutol, Rifampicina e Pirazinamida
Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Química da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte, em cumprimento às
exigências para obtenção do título de Mestre em
Química.
Orientador: Profº. Dr. Carlos Alberto MartinezHuitle
Co-Orientador: Profº. Dr. Daniel de Lima Pontes
Natal – RN
2013
, Isoniazida, Etambutol, Rifampicina, Pirazinamida, Voltametria de pulso diferencial.
Divisão de Serviços Técnicos
Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN
Biblioteca Setorial do Instituto de Química
Oliveira, Severina Denise Sales de
Aplicação das Técnicas Eletroanalíticas (Voltametria Cíclica e de Pulso Diferencial)
Usando o Eletrodo de Diamante Dopado com Boro para o Estudo da Isoniazida,
Etambutol, Rifampicina e Pirazinamida / Severina Denise Sales de Oliveira. – Natal,
RN, 2014.
128 f.: il.
Orientador: Carlos Alberto Martinez-Huitle
Co-Orientador : Daniel de Lima Pontes
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de
Ciências Exatas e da Terra. Programa de Pós-Graduação em Química.
1. Voltametria de pulso diferencial – Dissertação. 2. Isoniazida – Dissertação. 3.
Etambutol – Dissertação. 4. Rifampicina – Dissertação. 5. Pirazinamida – Dissertação. I.
Martinez_Huitle, Carlos Alberto II. Pontes, Daniel de Lima. III. Universidade Federal
do Rio Grande do Norte. III. Título.
RN/UFRN/BSE-IQ
CDU 543.552(043)
Dedico este trabalho aos meus pais Maria
José de Oliveira e Paulo Sales de Oliveira
pelo apoio incondicional para que eu pudesse
alcançar mais essa conquista. Obrigada pelos
conselhos e incentivos, principalmente nos
momentos mais difíceis. Aos professores
Carlos e Daniel, que me ajudaram muito
durante todo o processo pela busca do
conhecimento, me incentivando e dizendo
que sempre iria dá certo. Obrigada!
AGRADECIMENTOS
A Deus, Pai criador de todas as coisas, que sem a Sua vívida energia e força,
eu nada seria.
Ao Professor Dr. Carlos Alberto Martinez-Huitle pela oportunidade que me
concedeu, acreditando nesse trabalho. Agradeço por sua orientação, incentivo e
ensinamentos, que foram muito importantes para mim.
Ao Professor Dr. Daniel de Lima Pontes por sua dedicação a esse trabalho,
dando-me conselhos, apoio e tirando minhas dúvidas ao decorrer do trabalho.
Aos meus pais por seus sacrifícios para que eu pudesse estar aqui, como
também o carinho e compreensão por todo esse tempo. Obrigada por suas
motivações, pois essa conquista também é de vocês.
Ao meu primo Berg e sua esposa Jacimara por terem me abrigado em sua
casa por todo esse tempo. Desde já agradeço muito por sua ajuda, pois sem ela,
tudo isso não teria sido possível.
Aos membros do Laboratório de Eletroanalítica e Sensores, principalmente a
Danyelle Medeiros, Elisama, Jéssica, Elaine e Eliane do laboratório de Química
Analítica e Meio Ambiente.
Aos membros do Laboratório de Química de Coordenação e Polímeros por
suas amizades.
Aos meus grandes amigos Rusceli, Heloiza, Camila Lima, Luciane, Vanessa e
Ulisandra por suas amizades e por nunca permitirem que eu desistisse ou me
deixaram nos momentos mais difíceis.
Ao Professor Dr. Francisco Ordelei Nascimento da Silva e a Professora Dra.
Maria de Fátima Vitória de Moura por ceder os padrões farmacêuticos utilizados nos
experimentos.
Ao laboratório NU_PER que contribuiu com os resultados das análises.
À Comissão de Apoio Pessoal do Ensino Superior CAPES pelo suporte
financeiro, ao FINEP, CNPQ e PETROBRAS pelo suporte instrumental.
À todas as pessoas que, direta ou indiretamente, colaboraram para execução
desse trabalho.
Muito Obrigada!
Viver no mundo sem tomar consciência do
significado do mundo é como vagar por uma
imensa biblioteca sem tocar nos livros (Dan
Brown).
Duas coisas são infinitas: o universo e a
estupidez humana, mas não estou tão certo a
respeito do universo (Albert Einstein).
RESUMO
Neste trabalho foi feito um estudo eletroquímico utilizando a voltametria cíclica
e voltametria de pulso diferencial para os fármacos isoniazida (INH), etambutol
(EMB), rifampicina (RIF) e pirazinamida (PZA) usando o eletrodo de diamante
dopado com boro (BDD) como eletrodo de trabalho. Foi também verificado a
aplicabilidade da técnica de voltametria de pulso diferencial na quantificação dos
princípios ativos usados no tratamento da tuberculose, posteriormente aplicando em
amostras de formulação farmacêutica. Dentre os quatro princípios ativos estudados,
a isoniazida apresentou os melhores resultados de detecção e quantificação com o
uso da voltametria de pulso diferencial. Em pH 4 e pH 8, as curvas de calibração
para a INH apresentaram boa linearidade, apresentando os limites de quantificação
de 6,15 μmol L-1 (0,844 ppm) e 4,08 μmol L-1 (0,560 ppm), para os respectivos pH. O
método proposto pode ser usado para a determinação de isoniazida em fármacos,
pois foram obtidos valores de recuperação em torno de 100%.
Palavras-
chave:
Voltametria
de
pulso
Rifampicina. Pirazinamida.
diferencial.
Isoniazida.
Etambutol.
ABSTRACT
In this work a study was done using electrochemical cyclic voltammetry and
differential pulse voltammetry for isoniazida (INH), ethambutol (EMB), rifampicina
(RIF) and pyrazinamide (PZA) using the electrode boron-doped diamond (BDD) as
working electrode. It also verified the applicability of the technique of differential pulse
voltammetry in the quantification of the active compounds used in the treatment of
tuberculosis, subsequently applying in samples of pharmaceutical formulation.
Among the four active compounds studied, isoniazid showed the best results for the
detection and quantification using differential pulse voltammetry. At pH 4 and pH 8,
for the calibration curves to INH showed good linearity, with quantification limits of
6.15 mmol L-1 (0,844 ppm) and 4.08 mmol L-1 (0.560 ppm) for the respective pH. The
proposed method can be used to determine drug isoniazid, for recovery values were
obtained in approximately 100%.
Key-words: Differential pulse voltammetry. Isoniazid. Ethambutol. Rifampicin.
Pyrazinamide.
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 –
Tomografia de Raio X do tórax de um paciente doente .......
Figura 02 –
Proposta de algoritmo da estratégia PAL para indivíduos
com tosse....................................................................
Figura 03 –
26
29
Programa proposto pela ONU, após analisar os problemas
mundiais: 8 Jeitos de Mudar o Mundo (nome chamado no
Brasil).......................................................................... 31
Figura 04 –
Série histórica da taxa de incidência da TB por ano, Brasil,
1990-2007.................................................................... 33
Figura 05 –
Municípios segundo a taxa de incidência (por 100 mil
habitantes) para a tuberculose .......................................
34
Figura 06 –
Estrutura Molecular da INH.............................................
36
Figura 07 –
Estrutura Molecular do EMB ..........................................
40
Figura 08 –
Estrutura Molecular da RIF ............................................
43
Figura 09 –
Estrutura Molecular da PZA ...........................................
46
Figura 10 –
Sinais de excitação de tensão versus tempos empregados
na voltametria...............................................................
Figura 11 –
48
Potenciostato/Galvanostato modelo PGSTAT 302N da
Autolab/Eco Chemie .....................................................
59
Figura 12.a.I –
Fluxograma do estudo realizado com a solução padrão de
INH............................................................................. 60
Figura 12.a.II –
Fluxograma do estudo realizado com a solução do
comprimido, com ênfase na INH ....................................
Figura 12.b –
Fluxograma do estudo realizado com a solução padrão de
EMB e da solução do comprimido .................................
Figura 12.c –
61
Fluxograma do estudo realizado com a solução padrão de
rifampicina e da solução do comprimido ........................
Figura 12.d –
60
61
Fluxograma do estudo realizado com a solução padrão de
pirazinamida ................................................................ 62
Figura 13 –
Célula eletroquímica .....................................................
Figura 14 –
Voltamograma cíclico da solução padrão de INH 1,92 x 10-3
64
mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com eletrodo de trabalho de
BDD. Velocidade de varredura: 0,100 Vs-1........................
Figura 15 –
65
Voltamograma cíclico da solução padrão de INH 1,92 x 10-3
mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com eletrodo de trabalho de
GC. Velocidade de varredura: 0,100 Vs-1 ..........................
Figura 16 –
66
Voltamograma de pulso diferencial da solução padrão de
INH 0,980 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com
eletrodo de trabalho de BDD. Modulação de amplitude:
0,050 V........................................................................ 68
Figura 17 –
Voltamograma de pulso diferencial da solução padrão de
INH 0,980 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com
eletrodo de trabalho de GC. Modulação de amplitude:
0,050 V .......................................................................
Figura 18 –
68
Voltamograma de pulso diferencial da solução padrão de
INH 0,980 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 usando o
eletrodo de (a) GC e (b) BDD. Modulação de amplitude:
0,050 V........................................................................ 69
Figura 19 –
Voltamogramas cíclicos da solução padrão de INH 1,92 x
10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl (a) pH 4. (b) pH 8.
Velocidade: 0,100 V s-1 .................................................. 70
Figura 20 –
Voltamogramas cíclicos da solução padrão de INH 1,92 x
10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl (pH4), com a velocidade de
varredura variando de 50 a 400 mV s-1 e o gráfico da
relação de corrente vs. velocidade de varredura. ..............
Figura 21 –
71
Gráfico da taxa de velocidade vs. área dos voltamogramas
cíclicos da solução padrão de INH 1,92 x 10-3 mol L-1 em 0,1
mol L-1 KCl (pH 4) .........................................................
Figura 22 –
Gráfico da taxa de velocidade vs. área dos voltamogramas
72
cíclicos da solução padrão de INH 1,92 x 10-3 mol L-1 em 0,1
mol L-1 KCl (pH 8) ........................................................
Figura 23 –
72
Voltamogramas cíclicos da solução padrão de INH em 0,1
mol L-1 KCl (pH4), com adição de a até e: 0,495, 0,980,
1,46, 1,92 e 2,38 x 10-3 mol
L-1 de INH. Velocidade: 0,100
V s-1 ...........................................................................
Figura 24 –
73
Voltamogramas de pulso diferencial da solução padrão de
INH 0,980 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl: linha preta – pH
4; linha vermelha – pH 8. Modulação de amplitude: 0,050 V.. 74
Figura 25 –
Voltamogramas de pulso diferencial de solução padrão de
INH em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com adição de (a) 0 mol L-1;
(b) 0,249 mmol L-1; (c) 0,495 mmol L-1; (d) 0,739 mmol L-1;
(e) 0,980 mmol L-1; (f) 1,22 mmol L-1; (g) 1,46 mmol L-1; (h)
1,69 mmol L-1; (i) 1,92 mmol L-1 de INH. Modulação de
amplitude: 0,050 V .......................................................
Figura 26 –
Curvas
de
calibração
das
repetições
das
75
medidas
voltamétricas da solução padrão de INH em 0,1 mol L-1 KCl
pH 4 ..........................................................................
Figura 27 –
75
Voltamogramas de pulso diferencial de solução padrão de
INH em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com adição de (a) 0 mol L-1;
(b) 0,249 mmol L-1; (c) 0,495 mmol L-1; (d) 0,739 mmol L-1;
(e) 0,980 mmol L-1; (f) 1,22 mmol L-1; (g) 1,46 mmol L-1; (h)
1,69 mmol L-1; (i) 1,92 mmol L-1 de INH. Modulação de
amplitude: 0,050 V ......................................................
Figura 28 –
77
Voltamogramas de pulso diferencial da solução de INH em
0,1 mol L-1 KCl (pH 4) usando o método de adição de
padrão. (a) 800 μL da amostra sintética. (b) 0,122 mmol L-1
de solução padrão. (c) 0,244 mmol L-1 de solução padrão.
(d) 0,365 mmol L-1 μL de solução padrão. Modulação de
amplitude: 0,050 V ......................................................
Figura 29 –
Voltamogramas de pulso diferencial da solução de INH em
79
0,1 mol L-1 KCl (pH 4) em água deionizada usando o
método de adição de padrão. (a) 800 μL da solução
sintética. (b) 0,122 mmol L-1 de solução padrão. (c) 0,244
mmol L-1 de solução padrão. (d) 0,365 mmol L-1 de solução
padrão. Modulação de amplitude: 0,050 V ........................
Figura 30 –
80
Voltamogramas de pulso diferencial da solução de INH em
0,1 mol L-1 KCl (pH 8) usando o método de adição de
padrão. (a) 800 μL da amostra sintética. (b) 0,122 mmol L-1
de solução padrão. (c) 0,244 mmol L-1 de solução padrão.
(d) 0,365 mmol L-1 de solução padrão. Modulação de
amplitude: 0,050 V ........................................................
Figura 31 –
81
Curvas de calibração das quatro medidas obtidas durante
um mês da solução padrão de INH 1,92 x10-3 mol L-1 em 0,1
mol L-1 KCl pH 4 ...........................................................
Figura 32 –
82
Voltamogramas de pulso diferencial do comprimido em 0,1
mol L-1 KCl (1) pH 4 e (2) pH 8. (a) e (b) RIF. (c) INH.
Modulação de amplitude: 0,050 V....................................
Figura 33 –
84
Voltamogramas de pulso diferencial do comprimido em 0,1
mol L-1 KCl (pH 8) usando o método de adição da solução
padrão da INH. (a) sem presença da solução padrão de
INH. (b) 0,122 mmol L-1 de solução padrão. (c) 0,244 mmol
L-1 de solução padrão. (d) 0,365 mmol L-1 de solução
padrão. Modulação de amplitude: 0,050 V ........................
Figura 34 –
85
Voltamogramas de pulso diferencial da solução padrão de
INH 1,92 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl (pH 4) juntamente
com a curva analítica, (a) na ausência de RIF e com as
concentrações de RIF de b até f: 0,308, 0,614, 0,916, 1,21
e 1,51 x 10-4 mol L-1. Modulação de amplitude: 0,050 V.......
Figura 35 –
Voltamogramas de pulso diferencial da solução padrão de
RIF 1,21 x 10-4 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl (pH 4) juntamente
com a curva analítica, (a) na ausência de INH e com
87
concentrações de INH de b até f: 0,495, 0,980, 1,46, 1,92 e
2,38 x 10-3 mol L-1. Modulação de amplitude: 0,050 V..........
Figura 36 –
88
Voltamograma de pulso diferencial das soluções padrão de
INH 1,92 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl. (a) no início dos
experimentos; (b) depois de seis meses; (c) novo padrão
sólido. Modulação de amplitude: 0,050 V ........................
Figura 37 –
89
Voltamograma cíclico da solução padrão de EMB 1,92 x 103
mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com eletrodo de trabalho
de BDD. Velocidade de varredura: 0,100 Vs-1 .................... 90
Figura 38 –
Voltamograma de pulso diferencial da solução padrão de
EMB 1,92 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com
eletrodo de trabalho de BDD. Modulação de amplitude:
0,050 V........................................................................ 91
Figura 39 –
Voltamogramas de pulso diferencial de solução padrão de
EMB em KCl 0,1 mol L-1 pH 4 com adição de (a) 0,249
mmol L-1; (b) 0,495 mmol L-1; (c) 0,739 mmol L-1; (d) 0,980
mmol L-1; (e) 1,22 mmol L-1; (f) 1,46 mmol L-1; (g) 1,69 mmol
L-1; (h) 1,92 mmol L-1 de EMB. Modulação de amplitude:
0,050 V........................................................................ 92
Figura 40 –
Voltamogramas de pulso diferencial de solução padrão de
etambutol 0,05 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 8 com adição
de (a) 0,249 mmol L-1; (b) 0,495 mmol L-1; (c) 0,739 mmol L1
; (d) 0,980 mmol L-1; (e) 1,22 mmol L-1; (f) 1,46 mmol L-1;
(g) 1,69 mmol L-1; (h) 1,92 mmol L-1 de EMB. Modulação de
amplitude: 0,050 V......................................................... 93
Figura 41 –
Voltamogramas de pulso diferencial da solução de EMB em
0,1 mol L-1 KCl (pH 4) usando o método de adição de
padrão. (a) 800 μL da solução-amostra. (b) 0,122 mmol L-1
de solução padrão. (c) 0,244 mmol L-1 de solução padrão.
(d) 0,365 mmol L-1 de solução padrão. Modulação de
amplitude: 0,050 V .......................................................
95
Figura 42 –
Voltamogramas de pulso diferencial da solução de EMB em
0,1 mol L-1 KCl (pH 8) usando o método de adição de
padrão. (a) 800 μL da solução-amostra. (b) 0,122 mmol L-1
de solução padrão. (c) 0,244 mmol L-1 de solução padrão.
(d) 0,365 mmol L-1 de solução padrão. Modulação de
amplitude: 0,050 V .......................................................
Figura 43 –
Voltamogramas
de
pulso
diferencial da amostra
96
do
comprimido em 0,1 mol L-1 KCl (1) pH 4 e (2) pH 8. (a) e (b)
RIF;
(c)
INH;
(d)
EMB.
Modulação
de
amplitude:
0,050 V........................................................................ 97
Figura 44 –
Voltamogramas de pulso diferencial do comprimido em 0,1
mol L-1 KCl (pH 4) usando o método de adição de padrão
EMB. (a) sem presença de padrão EMB. (b) 0,122 mmol L-1
de solução padrão. (c) 0,244 mmol L-1 de solução padrão.
(d) 0,365 mmol L-1 de solução padrão. Modulação de
amplitude: 0,050 V ........................................................
Figura 45 –
98
Voltamograma cíclico da solução padrão de rifampicina 6,2
x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 8 com eletrodo de
trabalho de BDD. Velocidade de varredura: 0,100 Vs-1 ......
Figura 46 –
99
Voltamograma de pulso diferencial da solução padrão de
rifampicina 6,2 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 8 com
eletrodo de trabalho de BDD. Modulação de amplitude:
0,050 V .......................................................................
Figura 47 –
100
Voltamogramas de pulso diferencial de solução padrão de
rifampicina 6,2 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 8 com
adição de (a) 0,308 x 10-4 mol L-1; (b) 0,614 x 10-4 mol L-1;
(c) 0,916 x 10-4 mol L-1; (d) 1,21 x 10-4 mol L-1; (e) 1,51 x 104
mol L-1; (f) 1,81 x 10-4 mol L-1; (g) 2,10 x 10-4 mol
L-1; (h)
2,38 x 10-4 mol L-1. Juntamente com a curva analítica:
pontos pretos – primeiro pico; pontos vermelhos – segundo
pico. Modulação de amplitude: 0,050 V.............................
101
Figura 48 –
Voltamograma
de
pulso
diferencial
da
amostra
de
-1
comprimido em 0,1 mol L KCl pH 8. (a) RIF. Modulação de
amplitude: 0,050 V........................................................
Figura 49 –
102
Voltamogramas de pulso diferencial do comprimido em 0,1
mol L-1 KCl (pH 4) usando o método de adição de padrão de
RIF. Linha azul – sem presença de padrão RIF. Linha preta
– 0,308 x 10-4 mol L-1 de solução padrão de RIF. Linha
vermelha – 0,614 x 10-4 mol L-1 de solução padrão de RIF.
Linha verde – 0,916 x 10-4 mol L-1 de solução padrão de
RIF. Modulação de amplitude: 0,050 V.............................. 103
Figura 50 –
Voltamograma cíclico da solução padrão de PZA 1,92 x 10-3
mol L-1 em 0,1 mol
L-1 KCl pH 4 com eletrodo de trabalho
de BDD. Velocidade de varredura: 0,100 Vs-1 .................... 104
Figura 51 –
Voltamograma cíclico da solução padrão de PZA 1,92 x 10-3
mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com eletrodo de trabalho de
GC. Velocidade de varredura: 0,100 Vs-1 ..........................
Figura 52 –
105
Voltamograma de pulso diferencial da solução padrão de
PZA 1,92 x 10-3mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com
eletrodo de trabalho de BDD. Modulação de amplitude:
0,050 V........................................................................ 106
Figura 53 –
Curva analítica das adições de 0,980 a 11,5 x 10-3 mol L-1
de solução padrão de PZA em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 ...........
Figura 54 –
107
Voltamogramas de pulso diferencial de solução padrão de
pirazinamida 0,05 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com
adição de (a) 0 mol L-1; (b) 0,249 mmol L-1; (c) 0,495 mmol
L-1; (d) 0,739 mmol L-1; (e) 0,980 mmol L-1; (f) 1,22 mmol L-1;
(g) 1,46 mmol L-1; (h) 1,69 mmol L-1; (i) 1,92 mmol L-1.
Modulação de amplitude: 0,050 V....................................
108
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 –
Tuberculose: Estimativas e Notificações em 22 Países
Prioritários e no Mundo / 2011 ............................................
30
Tabela 02 –
Parâmetros Para a Voltametria Cíclica .................................
62
Tabela 03 –
Parâmetros para a Voltametria de Pulso Diferencial ..............
63
Tabela 04 –
Fatores de correlação linear das curvas de calibração obtidas
para a INH em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 .....................................
Tabela 05 –
Fatores de correlação linear das curvas de calibração obtidas
para a INH em 0,1 mol L-1 KCl pH 8......................................
Tabela 06 –
95
Teste de Recuperação do EMB na solução de concentração
conhecida em 0,1 mol L-1 KCl pH 8 ......................................
Tabela 15 –
93
Teste de Recuperação do EMB na solução de concentração
conhecida em 0,1 mol L-1 KCl pH 4.......................................
Tabela 14 –
92
Fatores de correlação linear das curvas de calibração obtidas
para o EMB em 0,1 mol L-1 KCl pH 8 ...................................
Tabela 13 –
85
Fatores de correlação linear das curvas de calibração obtidas
para o EMB em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 ...................................
Tabela 12 –
83
Teste de Recuperação da INH na amostra de comprimido em
0,1 mol L-1 KCl .................................................................
Tabela 11 –
81
Valores de Recuperação de INH na solução padrão durante
um mês ...........................................................................
Tabela 10 –
80
Teste de Recuperação da INH na solução de concentração
conhecida em 0,1 mol L-1 KCl pH 8 ......................................
Tabela 09 –
79
Teste de Recuperação da INH na solução em 0,1 mol L-1 KCl
pH4 em água deionizada ...................................................
Tabela 08 –
77
Teste de Recuperação da INH na solução de concentração
conhecida em 0,1 mol L-1 KCl pH 4.......................................
Tabela 07 –
76
Teste de Recuperação do EMB na amostra de comprimido em
96
0,1 mol L-1 KCl .................................................................
98
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
ΔEp – Diferença de Potencial de Pico
μA – Microampère
μL - Microlitros
ʋ - Velocidade de varredura
(FcM)TMA – (ferrocetylmethyl)trimethylammonium
A – Ampère
AC – Acre
AIDS – Adquired Immunodeficiency Syndrome
AAS – Ácido Acetilsalicílico
BDD – Bored Dopad Diamond (Diamante Dopado com Boro)
C – Concentração
CG – Glass Carbon (Carbono Vítreo)
CTA – Comitê Técnico Assessor
CV – Ciclic Voltammetry (Voltametria Cíclica)
DOTS – Directly Observed Therapy, Short-course
DPV – Differential Pulse Voltammetry (Voltametria de Pulso Diferencial)
E – Potencial
EMB – Etambutol
Epa – Potencial de Pico Anódico
Epc – Potencial de Pico Catódico
EQM – Eletrodo Quimicamente Modificado
HIV – Human immunodeficiency virus
HPLC – High Performance Liquid Chromatography (Cromatografia Líquida de Alta
Eficiência)
i – Corrente
ipa – Corrente de Pico Anódico
ipc – Corrente de Pico Catódico
INH – Isoniazida
LD – Limite de Detecção
LQ – Limite de Quantificação
mA - Miliampère
Me – Metil
MEV – Microscopia Eletrônica de Varredura
MS – Ministério da Saúde
ODM – Objetivos do Desenvolvimento do Milênio
OMC – Ordered Mesoporous Carbon
OMS – Organização Mundial da Saúde
ONU – Organização das Nações Unidas
PAL – Practical Approach to Lung Health
pH – Potencial de Hidrogênio
PNCT/MS – Programa Nacional de Controle da Tuberculose/Ministério da Saúde
PVC - Cloreto de Polivinila
PZA – Pirazinamida
RIF – Rifampicina
s – Desvio-padrão da Resposta
S – Coeficiente Angular da Curva analítica
SINAN – Sistema de Informação Nacional de Agravos de Notificação
SNVS/RN – Sistema Nacional de Vigilância em Saúde no Rio Grande do Norte
SVS – Secretaria de Vigilância Sanitária
TB – Tuberculose
TMAPO – 2,2,6,6-tetramethyl-4-acetylpiperidine-1-oxy
V – Volts
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO ....................................................................
23
2
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................
26
2.1
TUBERCULOSE...................................................................
26
2.1.1
Tuberculose no Brasil ........................................................
32
2.1.2
Tuberculose no Rio Grande Do Norte ..................................
34
2.2
TRATAMENTO DA TUBERCULOSE ......................................
35
2.2.1
Tuberculostáticos de primeira escolha ................................
36
2.2.1.1
Isoniazida ...........................................................................
36
2.2.1.1.1
Mecanismo de ação ............................................................
38
2.2.1.1.2
Farmacocinética .................................................................
39
2.2.1.2
Etambutol ...........................................................................
39
2.2.1.2.1
Mecanismo de ação ............................................................
41
2.2.1.2.2
Farmacocinética ................................................................
42
2.2.1.3
Rifampicina .........................................................................
42
2.2.1.3.1
Mecanismo de ação ............................................................
44
2.2.1.3.2
Farmacocinética ................................................................
44
2.2.1.4
Pirazinamida .......................................................................
45
2.2.1.4.1
Mecanismo de ação ............................................................
46
2.2.1.4.2
Farmacocinética ................................................................
47
2.3
ELETROANALÍTICA .............................................................
47
2.3.1
Voltametria ........................................................................
47
2.3.1.1
Voltametria de pulso diferencial ..............................................
48
2.3.1.2
Voltametria cíclica ................................................................
49
2.4
ELETRODOS DE TRABALHO ...............................................
50
2.4.1
Diamante dopado com boro ................................................
51
2.4.2
Carbono vítreo ...................................................................
54
3
OBJETIVOS .......................................................................
56
3.1
OBJETIVO GERAL ..............................................................
56
3.2
OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................
56
4
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ......................................
57
4.1
MATERIAL .........................................................................
57
4.1.1
Reagentes .........................................................................
57
4.1.2
Soluções utilizadas ............................................................
57
4.1.2.1
Solução de limpeza ..............................................................
57
4.1.2.2
Eletrólitos ...........................................................................
57
4.1.2.3
Soluções padrões ................................................................
58
4.1.2.4
Amostra do comprimido ........................................................
59
4.2
EQUIPAMENTOS E SISTEMA DE ELETRODOS ......................
59
4.2.1
Medidas voltamétricas ........................................................
59
4.2.2
Sistema de eletrodos ..........................................................
63
4.2.3
Célula eletroquímica ...........................................................
64
5
RESULTADOS E DISCUSSÕES ...........................................
65
5.1
ISONIAZIDA .......................................................................
65
5.1.1
Perfil eletroquímico ............................................................
65
5.1.2
Voltametria de pulso diferencial ..........................................
73
5.1.2.1
Curva analítica em pH 4 ........................................................
74
5.1.2.2
Curva analítica em pH 8 ........................................................
76
5.1.3
Determinação
de
INH
em
solução
de
concentração
conhecida ..........................................................................
78
5.1.3.1
Amostra sintética em pH 4 .....................................................
78
5.1.3.2
Amostra sintética em pH 8 .....................................................
80
5.1.4
Estabilidade da INH ............................................................
82
5.1.5
Determinação da INH em comprimidos ................................
83
5.1.6
Interferentes ......................................................................
87
5.1.7
Degradação da INH .............................................................
89
5.2
ETAMBUTOL ......................................................................
90
5.2.1
Perfil eletroquímico ............................................................
90
5.2.2
Voltametria de pulso diferencial ..........................................
91
5.2.2.1
Curva analítica em pH 4 ........................................................
91
5.2.2.2
Curva analítica em pH 8 ........................................................
92
5.2.3
Determinação
de
EMB
em
solução
de
concentração
conhecida ..........................................................................
94
5.2.3.1
Solução em pH 4 .................................................................
94
5.2.3.2
Solução em pH 8 .................................................................
95
5.2.4
Determinação de EMB em comprimidos ...............................
97
5.3
Rifampicina .........................................................................
99
5.3.1
Perfil eletroquímico ............................................................
99
5.3.2
Voltametria de pulso diferencial ..........................................
101
5.3.2.1
Curva analítica em pH 8 ........................................................
101
5.3.3
Determinação de RIF em comprimidos .................................
102
5.4
Pirazinamida .......................................................................
104
5.4.1
Perfil eletroquímico ............................................................
104
5.4.2
Determinação da faixa de concentração ...............................
106
5.4.3
Comportamento da pirazinamida em pH 8 ............................
108
6
CONCLUSÕES ...................................................................
110
7
SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS.........................
112
REFERÊNCIAS ...................................................................
113
APÊNDICE I .......................................................................
128
23
1 INTRODUÇÃO
A tuberculose (TB) é uma das principais causas de mortes no mundo e
continua sendo um grave problema de saúde publica, especialmente em países em
desenvolvimento, ocupando um papel de destaque entre as principais doenças
contagiosas.
Ela
está
associada
às
populações
com
piores
condições
socioeconômicas. Nos últimos anos teve sua situação agravada pela epidemia da
AIDS, causando situações desesperadoras, principalmente nos países da África
(HIJJAR et al., 2006).
A tuberculose está cada vez mais difícil de ser diagnosticada devido à alta
incidência de resultados negativos nos testes de expectoração (ASIF, 2012). Outra
dificuldade é o tratamento da doença devido a alguns fatores como: resistência
bacteriológica, interação das drogas com o organismo causando efeitos colaterais e
interrupção ou abandono do tratamento por parte do paciente.
Os fármacos utilizados no tratamento da tuberculose podem ser divididos em
duas categorias: os de primeira linha, que tem o maior índice de eficiência; e os de
segunda linha, quando há resistência microbiana em relação aos fármacos da
primeira linha. Ainda há estudos de novas drogas antituberculostática como
nitroimidazol (PA – 824, OPC – 67783 e GCI – 17341), imidazol e análogos,
diarilquinolina, purina, tiolactomicina, mefloquina e outras (ASIF, 2012).
Entre os fármacos de primeira linha se destacam a isoniazida, etambutol,
rifampicina e pirazinamida. A isoniazida é bacteriostática para os bacilos “em
repouso”, tendo também atividade bactericida para os microrganismos em rápida
divisão. O etambutol suprime o crescimento da maioria dos bacilos resistentes à
isoniazida e à estreptomicina. A rifampicina inibe o crescimento da maioria das
bactérias
gram-positivas
e
de
muitos
microrganismos
gram-negativos.
A
pirazinamida destrói os bacilos da tuberculose no interior dos macrófagos
(MANDELL; PETRI-JR., 1996).
O sistema de tratamento, no Brasil, para TB, recomendado pelo Programa
Nacional de Controle da Tuberculose/Ministério da Saúde (PNCT/MS) desde 1979,
com a introdução da Rifampicina e unificações de ações, está sendo modificado. As
principais mudanças propostas pelo Comitê Técnico Assessor (CTA) do PNCT/MS
são: introduzir um quarto fármaco, o Etambutol, na fase de ataque (esquema
24
2RHZE/4RH), onde R = rifampicina, H = isoniazida, Z = pirazinamida e E =
etambutol; adotar a associação dos fármacos em forma de comprimidos, com doses
fixas combinadas 4 em 1 (RHZE), para a fase de tratamento intensivo, e 2 em 1
(RH), para fase de continuação; utilizar formulações de comprimidos em substituição
às cápsulas anteriormente disponíveis; adequar as doses de isoniazida e
pirazinamida em adultos para 300 mg/dia e 1.600 mg/dia, respectivamente (Conde
et al, 2009).
Os comprimidos do combinado farmacêutico utilizados atualmente para o
tratamento da TB são produzidos por Svizera Labs Pvt.. Ltd., apresentando as
seguintes proporções: 0,150 g de rifampicina, 0,075 g de isoniazida, 0,400 g de
pirazinamida e 0,275 g de etambutol.
As determinações dos fármacos são obtidas através de muitas técnicas
analíticas como eletroforese capilar, espectroscopia de absorção molecular na
região do visível e UV, espectrofluorimetria na região do UV, quimiluminescência por
injeção em fluxo, colorimetria, titrimetria, oxidimetria, cromatográfica líquida de alta
eficiência (HPLC) e cromatografia líquida de camada delgada. As técnicas
eletroanalíticas apresentam características experimentais que as tornam de grande
importância na quantificação de fármacos, como por exemplo, alta sensibilidade,
baixo volume de amostra (LOMILLO et al., 2001), simplicidade, rapidez de análise e
baixo custo (SIANGPROH et al, 2011). Dentre essas técnicas se destacam a
polarografia de pulso diferencial e voltametria com diferentes eletrodos como íon
seletivo, ouro, carbono vítreo, polihistidina, pasta de carbono, eletrodo de
gotejamento de mercúrio, eletrodos modificados, entre outros eletrodos.
Na literatura são encontrados poucos trabalhos utilizando as técnicas
eletroanalíticas para a determinação desses fármacos. Para a isoniazida, por
exemplo, não foram encontrados trabalhos utilizando eletrodo de diamante dopado
com boro ou carbono vítreo.
O eletrodo de diamante dopado com boro (BDD) é um material inovador,
emergindo como um eletrodo alternativo devido à sua inegável boa condutividade
elétrica, baixa capacitância de dupla camada, ampla janela de potencial
eletroquímico e de biocompatibilidade (SZUNERITS et al., 2012).
25
O eletrodo de carbono vítreo (GC) é muito popular por causa de suas
excelentes propriedades mecânicas e elétricas, ampla janela de potencial, inércia
química e desempenho reprodutível (WANG, 2006).
Neste trabalho foi feito um estudo eletroquímico utilizando a voltametria cíclica
e voltametria de pulso diferencial para os fármacos isoniazida, etambutol, rifampicina
e pirazinamida usando o eletrodo de diamante dopado com boro como eletrodo de
trabalho, e para perfis eletroquímicos para a isoniazida e pirazinamida também foi
utilizado o eletrodo de carbono vítreo como eletrodo de trabalho. Além disso, foi
verificado a aplicabilidade da técnica de voltametria de pulso diferencial na
quantificação dos princípios ativos usados no tratamento da tuberculose,
posteriormente aplicando em amostras de formulação farmacêutica. Esse trabalho
mostrou-se necessário para que futuramente possa procurar-se um sensor que seja
utilizado na vida cotidiana do paciente, podendo ajudar de forma efetiva durante o
tratamento.
26
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 TUBERCULOSE
A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium
tuberculosis ou bacilo de Koch, em homenagem ao bacteriologista alemão Robert
Koch, descobridor da bactéria (ARAGUAIA, 2012). A transmissão é direta, ocorre via
gotículas de saliva contendo o agente infeccioso e tem maior risco de transmissão
durante contatos prolongados em ambientes fechados e pouca ventilação. Alguns
pacientes podem não apresentar os sintomas ou podem confundir os sintomas com
os da gripe. Tosse seca e contínua se apresentando posteriormente com secreção e
com duração de mais de quatro semanas, sudorese noturna, cansaço excessivo,
palidez, falta de apetite e rouquidão são os sintomas da doença. Na Figura 01 é
apresentando uma tomografia de raio X de um paciente doente, onde pode ser
observado que o pulmão esquerdo (mais escuro) está normal e o pulmão direito
(mais claro) apresenta-se lesionado.
Figura 01 – Tomografia de Raio X do tórax de um paciente doente
Fonte: www.brasilescola.com
Embora a tuberculose seja uma doença antiga e mundialmente conhecida, ela
ainda é tratada de forma negligenciada. A grave situação mundial da tuberculose
está intimamente ligada ao aumento da pobreza, à má distribuição de renda e à
urbanização acelerada (HIJJAR et al., 2001). O quadro do desenvolvimento dessa
doença é tão preocupante que a Organização Mundial da Saúde (OMS), a partir de
1993, decretou a tuberculose como uma emergência mundial. Porém, isso não foi
suficiente, pois o tratamento muitas vezes não é disponibilizado para a população
necessitada.
27
Provavelmente a tuberculose vem acometendo a humanidade há mais de
5000 anos. Desde a antiguidade, a maior informação que se tem sobre as vítimas de
tuberculose é relativa às camadas sociais mais altas. Como o Egito, por exemplo,
quase tudo o que se sabe da tuberculose refere-se aos faraós e altos sacerdotes. A
primeira evidência mais segura de tuberculose foi constatada em 44 múmias bem
preservadas, datando de 3.700 a 1000 a.C., em Tebas (ROSEMBERG, 1999).
A primeira múmia plebeia com tuberculose foi identificada em uma índia do
Peru, com técnicas de biologia molecular. A datação constatou que a índia viveu há
1.100 a.C.; é o primeiro diagnóstico bacteriológico de certeza em múmia milenar,
comprovando a existência da tuberculose na América, na era pré-colombiana
(ROSEMBERG, 1999).
Em toda a história das conquistas territoriais, das colonizações, onde o
homem civilizado chegou, levou também o bacilo da tuberculose, contaminando os
nativos, os quais, sem defesas imunitárias, tiveram grandes contingentes dizimados.
No Brasil não há evidência de que ela existisse entre os índios antes da invasão de
Portugal, em 1500. Na colonização do Brasil vieram jesuítas e colonos, na maioria
tuberculosos, que foram atraídos pelos benefícios do clima ameno (ROSEMBERG,
1999).
Dos últimos séculos, tem-se mais dados sobre os dramas dos indivíduos das
classes sociais mais altas. Enquanto que sobre as multidões populares, muitas
vezes viviam em condições abaixo da dignidade humana, quase nada foi escrito.
Grande quantidade de tuberculosos existiram, na idade média, por quase toda a
Europa. Nessa época, os monarcas cristãos ficaram com o objetivo de curar as
pessoas através da superstição religiosa. Nessa fase medieval, havia multidões de
tuberculosos, com formas muito grave da doença (ROSEMBERG, 1999).
Entre o final do século 18 e o início do século 19, ocorreu a revolução
industrial
na
Inglaterra,
estendendo-se
pela
Europa.
Multidões
operárias
concentraram-se nos maiores centros urbanos. Sua maioria vivia em condições
precárias, amontoados em cortiços, subalimentados, trabalhando 15 horas ou mais
por dia, foram vitimados pela tuberculose, cuja mortalidade chegou a atingir 1.100
por 100.000 pessoas em Londres (ROSEMBERG, 1999).
Em meados do século 19, operaram-se em Paris grandes reformas urbanas,
promovidas pelo governo de Napoleão Bonaparte. A cidade foi embelezada com
28
imensos jardins e largas avenidas. Mas multidões de trabalhadores pobres foram
jogadas
para a periferia nas piores condições imagináveis, em cortiços
improvisados, geralmente com uma única privada, sem esgoto para mais de 100
pessoas. Com essa realidade, os óbitos por tuberculose atingiam 80% da
mortalidade geral. Na segunda metade do século 19, a mortalidade tuberculosa nas
capitais europeias ia de 400 a 600 por 100 mil, atingindo a 30% da mortalidade geral
(ROSEMBERG, 1999).
Na primeira guerra mundial (1914-18), na França e na Alemanha, contraíram
tuberculose
ativa
80000
e
50000
combatentes,
respectivamente.
Muitos
perambulavam pelas ruas porque não havia mínimas condições de hospitalização.
Na década dos anos 1990, morreram de tuberculose no mundo de 30 a 35
milhões de pessoas, na sua maioria pessoas que não tinham acesso à
quimioterapia, sendo que quase todas as mortes foram nos países em
desenvolvimento (98,8%) (ROSEMBERG, 1999).
Em 1993, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a TB como uma
emergência global e lançou a estratégia DOTS (Directly Observed Therapy, Shortcourse), como a forma mais eficaz e de melhor custo-benefício de controle da
doença em nível mundial (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
A estratégia DOTS foi aperfeiçoada sendo chamada de PAL (Practical
Approach to Lung Health). Essa estratégia visa fortalecer o sistema de saúde
através de conexão entre as atividades de controle da TB e dos serviços de saúde.
Como o sintoma mais comum na TB pulmonar é a tosse, para fins de busca de
casos, serão considerados casos do sintomático respiratório todos os indivíduos
com tosse. Na Figura 02, está apresentada uma proposta de algoritmo da estratégia
PAL.
29
Figura 02 – Proposta de algoritmo da estratégia PAL para indivíduos com tosse. Adaptado da
Organização Mundial de Saúde.
Fonte: CONDE et al., 2009.
A OMS priorizou 22 países onde se concentram 80% dos casos estimados.
Segundo dados da OMS coletados em 2011 e divulgados em 2012, os países que
têm maiores números de casos estimados, em ordem decrescente, são: Índia,
China, África do Sul, Indonésia, Paquistão, Bangladesh, Filipinas, Etiópia, Nigéria,
Mianmar, Vietnã, Rússia, Moçambique, Congo, Quênia, Tailândia, Brasil, Tanzânia,
Zimbábue, Uganda, Afeganistão, e Camboja. A África do Sul tem a maior taxa de
incidência da doença. Embora o Brasil esteja em 17º lugar, ele apresenta a menor
taxa de incidência entre os 22 países – de 42/100.000 habitantes (ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL DA SAÚDE, 2012).
30
Tabela 01 – Tuberculose: Estimativas e Notificações em 22 Países Prioritários e no Mundo / 2011
População do
País
Casos
estimados
Número de casos
Por 100.000 Hab.
1. Índia
1.241.492.000
2.200.000
181 (16)*
2. China
1.347.565.000
1.000.000
75 (21)
3. África do Sul
50.460.000
500.000
993 (1)
4. Indonésia
242.326.000
450.000
187 (15)
5. Paquistão
176.745.000
410.000
231 (10)
6.Bangladesh
150.494.000
340.000
225 (11)
7. Filipinas
94.852.000
260.000
270 (8)
8. Etiópia
84.734.000
220.000
258 (9)
9. Nigéria
162.471.000
190.000
118 (19)
10. Mianmar
48.337.000
180.000
381 (5)
11. Vietnã
88.792.000
180.000
199 (12)
12. Rússia
142.836.000
140.000
97 (20)
13. Moçambique
23.930.000
130.000
548 (3)
14. Congo
67.758.000
120.000
327 (6)
15. Quênia
41.610.000
120.000
288 (7)
16. Tailândia
69.519.000
86.000
124 (16)
17. Brasil
196.655.000
83.000
42 (22)
18. Tanzânia
46.218.000
78.000
169 (17)
19. Zimbábue
12.754.000
77.000
603 (2)
20. Uganda
34.509.000
67.000
193 (13)
21. Afeganistão
32.358.000
61.000
189 (14)
22. Camboja
14.305.000
61.000
424 (4)
4.370.719.000
7.100.000
6.122
PAÍS
TOTAL Prioritários
GLOBAL
6.947.687.000
8.700.000
(*) Ranking entre os 22 países
Fonte: OMS, 2012 – Controle Global da Tuberculose.
Nas Américas, o Brasil é o país que mais notifica casos – cerca de 83 mil
novos casos anuais. O Brasil e o Peru contribuem com 50% de todos os casos da
região. Segundo dados informados pela OMS, em 2010 foram diagnosticados e
notificados 6,2 milhões de casos de tuberculose no mundo, sendo 5,4 milhões de
casos novos, equivalentes a 65% dos casos estimados para o mesmo ano
(SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE, 2012).
31
No ano de 2000, a Organização das Nações Unidas (ONU), ao analisar os
maiores problemas mundiais, estabeleceu-se oito Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio (ODM), que no Brasil são chamados de Oito Jeitos de Mudar o Mundo
(Figura 3). A tuberculose está contemplada no 6º objetivo intitulado: combater a aids,
a malária e outras doenças (SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE, 2012).
Figura 03 – Programa proposto pela ONU, após analisar os problemas mundiais: 8 Jeitos de Mudar
o Mundo (nome chamado no Brasil).
Adaptado de www.objetivosdomilenio.org.br.
O Plano Global para o Combate da Tuberculose 2011-2015 (The Global Plan
to Stop Tuberculosis 2011-2015) proposto pela OMS tem como visão livrar o mundo
da tuberculose. Seu objetivo é reduzir drasticamente a carga da doença até 2015, de
acordo com o que foi pactuado nos ODM. O plano está dividido em seis
componentes: expandir a estratégia DOTS com qualidade; visar a existência da
combinação de TB/HIV e as necessidades de populações pobres e vulneráveis;
fortalecer o sistema de saúde baseado na atenção primária; ajudar as pessoas com
tuberculose e a sociedade civil organizada; envolver todos os prestadores de
serviços de saúde; e possibilitar e promover pesquisas (SECRETARIA DE
VIGILÂNCIA EM SAÚDE, 2012).
O Plano ainda apresenta, como principais metas: reduzir, pela metade, a
incidência e a mortalidade por tuberculose até 2015, comparados aos valores de
1990, e eliminar a tuberculose como problema de saúde pública até 2050.
32
Novos casos de TB vêm caindo há vários anos e a taxa de novos casos caiu
2,2% entre 2010 e 2011. Dessa forma, as metas globais para a redução de casos de
tuberculose e de mortes causadas pela doença continuam. A taxa de mortalidade
diminuiu 41% desde 1990 e o mundo está no caminho certo para atingir a meta
global de diminuição de 50% dos casos até 2015. No entanto, o número de casos no
mundo ainda é enorme. Em 2011, estima-se que teve 8,7 milhões de novos casos
de TB no mundo (13% ocorrendo juntamente com HIV) e 1,4 milhões de mortes
(incluindo os casos com HIV). O que pode ser observado também, é que o processo
global esconde as variações regionais: as regiões africanas e europeias não estão
tendo bons resultados que demonstram que vão atingir a meta de reduzir à metade
a taxa de mortalidade causada pela TB até 2015 (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA
SAÚDE, 2012).
Apesar de apresentar uma alta taxa de mortalidade, o acesso ao tratamento
aumentou substancialmente. Desde a metade da década de 90, com a implantação
da estratégia PAL, 51 milhões de pessoas teve sucesso no tratamento contra a TB,
salvando mais 20 milhões de vidas. Embora os estudos para o tratamento para as
pessoas que desenvolveram a tuberculose multi-resistente aos medicamentos
utilizados
na
quimioterapia
ainda
continua
lento,
há
pesquisas
para
o
desenvolvimento de novas drogas e vacinas. Novos ou readaptações dos
medicamentos contra a tuberculose e novos regimes de TB para tratar tuberculose
multi-resistente estão avançando em ensaios clínicos e revisão regulamentar. Onze
vacinas para prevenir a TB estão sendo estudadas através de estágios de
desenvolvimento (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2012).
2.1.1 Tuberculose no Brasil
A TB é provavelmente a doença infecto-contagiosa que mais mortes ocasiona
no Brasil (VARELLA, 2012). A tuberculose tem relação direta com a miséria e a
exclusão social. No Brasil, a TB afeta principalmente as periferias urbanas e está
associada, geralmente, às más condições de moradia e alimentação, à falta de
saneamento básico, ao abuso das drogas e do álcool, tabaco e outros.
Apesar do Brasil ainda ser um dos 22 países responsáveis por 80% dos
casos de tuberculose no mundo, até o ano de 2007, houve uma diminuição de 26%
33
na incidência e 32% na mortalidade por TB (CONDE et al., 2009). Essa queda se
tornou expressiva a partir de 1999 com a implantação da estratégia DOTS. A taxa de
incidência da TB durante o período de 1990 a 2007 no Brasil está apresentada na
Figura 04.
Figura 04 – Série histórica da taxa de incidência da TB por ano, Brasil, 1990-2007
Fonte: CONDE et al., 2009
Em 2006, a taxa de incidência da TB por regiões variou de aproximadamente
30 casos/100.000 habitantes nas regiões sul e centro-oeste para aproximadamente
50 casos/100.000 habitantes nas regiões norte, nordeste e sudeste. De acordo com
o MS, a incidência concomitante da TB/HIV ocorreu em 6,2% dos casos, com os
estados do RS, SC e SP apresentando os maiores percentuais, e AC e RR com os
menores
percentuais.
O percentual
de cura
e
abandono
em 2006
foi,
respectivamente, de 73% e 9% para os casos novos e de 57% e 14% para os casos
HIV positivos. Adicionalmente, houve uma queda de 31% na taxa de mortalidade por
100.000 habitantes de 1990 para 2006. De acordo com dados do MS, em 2006, a
maior taxa de mortalidade foi na região Nordeste, seguida pela região Sudeste
(CONDE et al., 2009).
Em 2011, a taxa de incidência da TB no Brasil caiu para 36,0 casos para cada
grupo de 100 mil habitantes em relação ao ano de 2000, que era de 42,8 casos para
34
cada grupo de 100 mil habitantes. Isso significa uma queda de 15,9 pontos
percentuais na última década (SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE, 2012).
2.1.2 Tuberculose no Rio Grande Do Norte
O plano emergencial de controle da TB foi implantado no estado do Rio
Grande do Norte em 2000, tendo suas ações direcionadas à 6 dos 167 municípios
que detém 77% do total dos casos (SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE
PÚBLICA/RN, 2008). O estado notifica anualmente cerca de 1.300 casos a cada ano
com 45 óbitos, 4,5% dos casos registrados.
Em 2004, foram registrados no Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (SINAN) 1.342 novos casos, representando 71,2% dos casos esperados.
A taxa de incidência foi de 46,6 a cada grupo de 100 mil habitantes (SECRETARIA
NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2006). Aproximadamente 50% dessa
demanda são pacientes residentes em Natal. A Figura 05 apresenta os municípios
do estado do Rio Grande do Norte segundo sua incidência.
Figura 05 – Municípios segundo a taxa de incidência (por 100 mil habitantes) para a tuberculose
Fonte: SNVS/RN, 2006
35
2.2 TRATAMENTO DA TUBERCULOSE
Os fármacos utilizados no tratamento da tuberculose podem ser divididos em
duas grandes categorias: agentes de primeira linha e segunda linha.
Os fármacos de primeira linha, ou primeira escolha, associam o seu maior
nível de eficácia a um grau aceitável de toxicidade. Nestes incluem a pirazinamida,
etambutol, rifampicina, isoniazida e estreptomicina. A grande maioria dos pacientes
com tuberculose pode ser tratada com sucesso. Para obter excelentes resultados no
tratamento, tem-se um tratamento de duração de 6 meses; nos dois primeiros meses
administra-se isoniazida, rifampicina e pirazinamida, seguidas de isoniazida e
rifampicina durante quatro meses (CONDE et al., 2009).
Todavia, em certas ocasiões, devido à resistência microbiana, pode ser
necessário recorrer a fármacos de segunda linha, ou segunda escolha, de modo que
o tratamento pode ser iniciado com 5-6 fármacos. Essa categoria inclui o ofloxacino,
ciprofloxacino, etionamida, ácido aminosalicílico, cicloserina, amicacina, canamicina
e capreomicina.
Nos pacientes com HIV que estejam utilizando inibidores da protease e/ou
inibidores não-nucleosídeos da transcriptase reversa, as interações farmacológicas
com as rifamicinas (rifampicina, rifapentina, rifabutina) representam um problema
importante. Uma vez que esses inibidores interagem com as rifamicinas, diminuindo
a potência da terapia contra AIDS, aumentando o risco da resistência do HIV ao
tratamento.
O sistema de tratamento, no Brasil, para TB recomendado pelo Programa
Nacional de Controle da Tuberculose/Ministério da Saúde (PNCT/MS) desde 1979,
com a introdução da rifampicina e unificações de ações, está sofrendo modificações.
As principais mudanças propostas pelo Comitê Técnico Assessor (CTA) do
PNCT/MS são: introduzir um quarto fármaco, o etambutol, na fase de ataque
(esquema 2RIF, INH, PZA, EMB/4RIF, INH); adotar a associação dos fármacos em
forma de comprimidos, com doses fixas combinadas 4 em 1 (RIF, INH, PZA, EMB),
para a fase de tratamento intensivo, e 2 em 1 (RIF, INH), para fase de continuação;
utilizar formulações de comprimidos em substituição às cápsulas anteriormente
disponíveis; adequar as doses de isoniazida e pirazinamida em adultos para 300
mg/dia e 1.600 mg/dia, respectivamente (CONDE et al., 2009).
36
2.2.1 Tuberculostáticos de primeira escolha
2.2.1.1 Isoniazida
A isoniazida (INH) é um pró-farmaco que continua sendo o principal agente
para a quimioterapia da TB. A enzima catalase-peroxidase micobacteriana converte
a isoniazida em um metabólito ativo que age inibindo a síntese do ácido micólico,
peculiar na formação da parede celular do bacilo (JUNIOR, 2004). A INH, cuja
fórmula estrutural é apresentada na Figura 06, tem fórmula química C6H7N3O, com a
massa molecular de 137,14 g/mol e o nome oficial é 4-hidrazida ácida
piridincarboxílica.
Figura 06 – Estrutura Molecular da INH
CONHNH
2
N
Fonte: AUTOR, 2013
A INH é a hidrazida do ácido isonicotínico, descoberta em 1945 por Chorine
(MANDELL; PETRI-JR., 1996). Apresenta-se como um pó cristalino branco, solúvel
em água, ligeiramente solúvel em etanol e clorofórmio e praticamente insolúvel em
éter etílico e benzeno. Apresenta três pKa de 2,0, 3,9 e 11,2 (este correspondente à
hidrazina).
A INH é bacteriostática para os bacilos “em repouso”, mas tem atividade
bactericida para os microrganismos em rápida divisão. O fármaco é notavelmente
seletivo para as micobactérias. Penetra facilmente nas células e mostra-se
igualmente eficaz contra bacilos que crescem no interior das células.
O mecanismo mais comum de resistência à isoniazida consiste em mutações
na catalase-peroxidase que diminuem a sua atividade, impedindo a conversão do
pró-fármaco isoniazida em seu metabolito ativo (BLANCHARD, 1996).
O tratamento com isoniazida isoladamente leva ao aparecimento de cepas
resistentes in vivo. Hoje estima-se que a resistência atinja 8% dos isolados, embora
37
possa ser muito mais elevada em certas populações, incluindo imigrantes asiáticos e
hispânicos, bem como em grandes áreas urbanas e comunidades litorâneas
(CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION, 1999).
A isoniazida continua sendo o fármaco mais importante no mundo inteiro para
o tratamento de todos os tipos de tuberculose. Os efeitos tóxicos podem ser
minimizados por meio de uma terapia profilática com piridoxina e cuidadosa
vigilância do paciente.
A isoniazida pode ser utilizada como terapia intermitente para a tuberculose;
depois de dois meses, no mínimo, de terapia diária com isoniazida, rifampicina e
pirazinamida. Os pacientes podem ser tratados com duas doses semanais de
isoniazida mais rifampicina durante quatro meses (MANDELL; PETRI-JR., 1996).
A piridoxina deve ser administrada com isoniazida para minimizar as reações
adversas em pacientes desnutridos e naqueles com predisposição à neuropatia.
Essa administração profilática de piridoxina impede o desenvolvimento não apenas
da neurite periférica, como também da maioria dos outros distúrbios do sistema
nervoso em praticamente todos os casos.
Têm-se várias técnicas analíticas para a determinação de INH nos últimos
anos. Liu et. al. (1996) detectaram hidrazina, metilhidrazina e isoniazida por
eletroforese capilar utilizando o eletrodo modificado de páladio. Enquanto que Wang
e Zhou (1996), usando a mesma técnica, determinaram isoniazida e hidrazina
usando um microeletrodo de fibra de carbono modificado com platina.
Alguns autores utilizaram a técnica de espectrofotometria de absorção na
região do visível para a determinação da isoniazida. Dentre eles, os autores ElKommos e
Yanni
(1988) utilizaram a
mesma técnica, porém com 6,7-
dicloroquinolina-5,8-diona como reagente para determinar a isoniazida em
comprimidos e xaropes. Nagaraja et al. (1996) determinaram a INH em comprimidos
farmacêuticos usando 1,2 naftoquinina-4-sulfonato e cetiltrimetil bromato de amônio
como reagentes, baseado no método da formação de um produto de cor vermelha.
Os autores Gowda et al. (2002) determinam a isoniazida em formulações
farmacêuticas baseado na oxidação do ácido 4,5-dihidroxi-1,3-benzendisulfonico
(Tiron) pelo metaperiodato de sódio seguido pela oxidação acoplada com a
isoniazida.
38
Em relação às técnicas eletroanalíticas, vários trabalhos foram realizados.
Lomillo et al. (2001) utilizaram um modelo matemático para determinar isoniazida,
rifampicina e pirazinamida em misturas ternárias utilizando a polarografia de pulso
diferencial. Os autores Asadpour-Zeynali e Soheili-Azad (2010) determinaram
simultaneamente isoniazida e rifampicina utilizando a polarografia de pulso
diferencial, otimizando os parâmetros como pH e taxa de velocidade.
Para a determinação de fármacos utiliza-se também a voltametria com
diferentes tipos de eletrodos de trabalho. Fogg et al. (1983) determinaram a
isoniazida usando a voltametria por injeção em fluxo, e o eletrodo de carbono vítreo
como eletrodo de trabalho. Apostolakis et al. (1991) utilizou a voltametria por injeção
em fluxo com um eletrodo de íon seletivo de fluoreto para a determinação de
isoniazida em formulações farmacêuticas comerciais. Ghoneim et al. (2003) fizeram
um estudo do comportamento eletroquímico da isoniazida na forma pura, em
comprimidos farmacêuticos e fluídos biológicos, usando a voltametria de onda
quadrada com eletrodo de mercúrio. Hamman et al. (2004) fizeram um ensaio
voltamétrico com isoniazida e rifampicina, tanto combinado como separadamente,
em formulações farmacêuticas e amostra de soro humano, utilizando as voltametrias
cíclica e de onda quadrada com eletrodo de pasta de carbono. Alguns autores
utilizaram eletrodos quimicamente modificados (EQM) para a determinação da
isoniazida, dentre eles, Majidi et al. (2006) que determinaram a isoniazida em
medicamentos usando a voltametria cíclica com o eletrodo de carbono vítreo
modificado com polipirrol. Leandro et al. (2009) utilizaram a polarografia de pulso
diferencial com o eletrodo de gotejamento de mercúrio como eletrodo de trabalho
para determinar isoniazida e rifampicina em formulações farmacêuticas.
2.2.1.1.1 Mecanismo de ação
O mecanismo de ação da isoniazida era desconhecido até recentemente.
Com base em estudos sobre os mecanismos de resistência, foi proposto que a
isoniazida é uma forma latente (pré-droga) que é ativada por oxidação catalisada por
uma catalase-peroxidase endógena (LEMKE, 2002). Da reação entre a isoniazida e
a enzima resultam produtos como isonicotinaldeído, ácido isonicotínico e
39
isonicotinamida, formados por intermediários reativos como radical isonicotinoíla e
ácido perisonicotínico.
Esses produtos são espécies reativas capazes de acilar um sistema
enzimático encontrado exclusivamente no M. tuberculosis, em que a principal
enzima é uma enoil redutase NADH-dependente chamada inhA, que regula a
síntese dos ácidos micólicos, mais especificamente de ácidos graxos de cadeia
longa (maior que 26 carbonos). As espécies reativas da isoniazida acilam a posição
4 do NADH, impedindo a síntese de ácidos micólicos (GEORGIEVA; GADJEVA,
2002).
2.2.1.1.2 Farmacocinética
O fármaco atinge concentrações plasmáticas máximas dentro de 1-2 h após a
ingestão oral de doses habituais. A isoniazida difunde-se rapidamente em todos os
líquidos do corpo. A concentração do fármaco é inicialmente mais elevada no
plasma e no músculo do que no tecido infectado; porém, o tecido infectado retém o
fármaco por um longo período, em quantidades bem acima das necessárias para
uma ação bacteriostática.
Cerca de 75 a 95% de uma dose de INH são excretadas na urina em 24 h,
principalmente em forma de metabólitos. Os principais produtos de excreção
resultam de acetilação enzimática e hidrólise enzimática. A velocidade de acetilação
altera significativamente as concentrações do fármaco atingidas no plasma, bem
como a sua meia-vida na circulação. A meia-vida do fármaco pode ser prolongada
na presença de insuficiência hepática (MANDELL; PETRI-JR., 1996)
2.2.1.2 Etambutol
O etambutol (EMB) é um fármaco amplamente utilizado na terapia da TB
(MANDELL; PETRI-JR., 1996; Lemke, 2002) e sua fórmula estrutural é apresentada
na Figura 07. Sua fórmula química é C10H24N2O2, sua massa molecular é 204 g/mol
e seu nome oficial é o etilenodiiminobutanol. O EMB é um composto hidrossolúvel e
termoestável, facilmente solúvel em água, solúvel em metanol e etanol, pouco
solúvel em clorofórmio e praticamente insolúvel em éter etílico. O EMB apresenta
40
dois pKa, em 6,6 e 9,5 (SHEPHERD et al., 1966). O etambutol apresenta centros
assimétricos, sendo que o enantiômero (+) é 200 a 500 vezes mais ativo que o
enantiômero (-) (REYNOLDS et al., 1999). Este fato indica que, provavelmente, o
etambutol tenha um receptor específico em seu local de ação.
Figura 07 – Estrutura Molecular do EMB
Fonte: AUTOR, 2013
Em virtude da menor incidência de efeitos tóxicos e da melhor aceitação por
parte dos pacientes, o etambutol substitui essencialmente o ácido aminossalicílico.
O EMB acumula-se em pacientes com comprometimento da função renal, exigindo
um ajuste de dose. O efeito colateral mais importante consiste em neurite óptica,
com consequente redução da acuidade visual e perda da capacidade de distinguir o
vermelho do verde (BOBROWITZ, 1974).
Nos últimos 50 anos, muitos procedimentos analíticos foram utilizados para a
quantificação de etambutol em urina, plasma e formulação farmacêuticas. Ma et. al.
(1995) otimizaram as condições experimentais, faixa de detecção linear e precisão
do método de cromatografia líquida para determinar etambutol e cloridrato de
benzexol em comprimidos. Breda et al. (1996) determinaram o EMB em plasma
humana e urina utilizando HPLC com detecção de fluorescência do fluído. Jiang et
al. (2002) determinaram etambutol utilizando a cromatografia líquida de fase reversa
com detecção UV sem pré-tratamento da amostra usando 1-heptanosulfonado de
sódio como par iônico. Song et al. (2007) determinaram simultaneamente drogas de
primeira linha (INH, EMB, PZA e RIF) e seus principais índices metabólicos
utilizando HPLC e espectroscopia de massa. Gong et al. (2009) determinaram
simultaneamente o etambutol e pirazinamida em plasma humano por cromatografia
líquida/espectroscopia de massa.
41
Hsieh et al. (2006) analisaram etambutol e metoxifenamina em plasma
humano
utilizando
a
eletroforese
capilar
acoplada
com
detecção
eletroquimiluminescente usando o eletrodo de trabalho de óxido de titânio/índio.
Faria et
al. (2008) validaram alguns parâmetros como linearidade, seletividade,
precisão da área, recuperação média e limite de quantificação para a determinação
de EMB em amostras de formulação farmacêutica usando a eletroforese capilar com
detecção UV em 262 nm. Faria et al. (2010), depois de validarem os parâmetros,
fizeram a determinação simultânea de INH, EMB, PZA e RIF por eletroforese capilar
usando a detecção direta por UV. Silva et al. (2010) utilizaram o método de
eletroforese capilar acoplado com detecção de condutividade sem contato para
determinar EMB em formulações farmacêuticas.
Utilizando métodos eletroanalíticos, Hassan e Shalaby (1992) descreveu pela
primeira vez a determinaçã do etambutol usando titulação potenciométrica em
preparações farmacêuticas. Gupta et al. (2003) relataram um novo procedimento
usando um eletrodo de íon-seletivo do quelato de etambutol-cobre(II) em uma matriz
de cloreto de polivinila (PVC) para a determinação de etambutol.
Técnicas voltamétricas começaram a serem utilizadas a partir de Zhang e
Yang (2002), que fizeram um estudo do comportamento voltamétrico utilizando o
eletrodo de carbono vítreo para determinar etambutol em comprimidos e urina. Chen
et al. (2008) propuseram um novo método para a determinação de etambutol
utilizando a voltametria de pulso diferencial tendo como eletrodo de trabalho o
carbono vítreo modificado com nanotubos de carbonos multifoliados. Perantoni et al.
(2011) determinaram etambutol em amostras farmacêuticas utilizando a análise por
injeção em fluxo usando um eletrodo composto por grafite e parafina como detector
amperométrico.
2.2.1.2.1 Mecanismo de ação
O fármaco suprime o crescimento da maioria dos bacilos da tuberculose
resistentes à isoniazida e estreptomicina (MANDELL; PETRI-JR., 1996). O
esclarecimento dos mecanismos de ação do etambutol nas micobactérias é muito
recente. Apesar das diversas hipóteses sobre o mecanismo de ação deste fármaco,
sabe-se que ele atua especificamente sobre a biossíntese da parede celular
42
(RASTOGGI et al., 1990; BELANGER et al., 1996; ALCAIDE et al., 1997;
RAMASWAMY et al., 2000; ZHANG; TELENTI, 2000; ZHANG et al., 2003), inibindo
a polimerização da arabinose de arabinogalactanos e de lipoarabinomanoses,
(TAKAYAMA; KELBURN, 1989; DENG et al., 1995; MIKUSOV et al., 1995; ZHANG
et al., 2003) os quais servem de ligação para os ácidos micólicos presentes na
parede celular de M. tuberculosis e de outras micobactérias (KHOO et al., 1996).
Dessa forma, o etambutol tem a função de aumentar a permeabilidade da parede
celular, promovendo um acúmulo de ácido micólico e finalmente a morte da célula
(RAMASWAMY et al., 2000).
2.2.1.2.2 Farmacocinética
As concentrações plasmáticas tornam-se máximas dentro de 2-4 h após a
administração do fármaco. O EMB tem meia vida de 3-4 horas. Dentro de 24 h, 75%
de uma dose ingerida de etambutol são excretados em sua forma inalterada na
urina; até 15% são excretados em forma de 2 metabolitos: um aldeído e um derivado
de ácido dicarboxílico.
2.2.1.3 Rifampicina
As rifamicinas são membros da classe das ansamicinas de produtos naturais
isolados do Streptomyces mediterranei (MANDELL; PETRI-JR., 1996). Esta classe é
caracterizada por moléculas com uma cadeia alifática interligando duas posições
não-adjacentes de uma porção aromática (ponte ansa) (LEMKE, 2002). A
rifampicina (RIF), cuja fórmula estrutural é apresentada na Figura 08, é um derivado
semi-sintético de um desses antibióticos – rifamicina B. Sua fórmula química é
C43H58N4O12 e a massa molecular é de 822,95 g/mol. O seu nome oficial é 3-[[(4metil-1-piperazinil)imino]metil]rifamicina.
43
Figura 08 – Estrutura Molecular da RIF.
Fonte: LOMILLO et al. (2001)
A rifampicina apresenta-se como um pó cristalino, vermelho alaranjado, sendo
pouco solúvel em água e acetona, solúvel em metanol, tetrahidrofurano (THF) e
acetato de etila, pouco solúvel em etanol, muito solúvel em clorofórmio e
dimetilsulfóxido (DMSO). A RIF apresenta dois valores de pKa: 1,7, relacionado ao
grupamento 4-hidroxila, e 7,9, relacionado ao nitrogênio do grupo piperazina
(GALLO; RADAELLI, 1976).
Embora segundo Gallo e Radaelli (1976) a RIF é mais solúvel em pH ácidos
do que em pH básicos (em pH 2 a solubilidade é de 100 mg/mL, enquanto que em
pH 7,5 é reduzida para 2,8 mg/mL).
A rifampicina está disponível como fármaco isolado e como combinação em
dose fixa com isoniazida ou isoniazida e pirazinamida. A rifampicina e a isoniazida
constituem os fármacos de maior eficiência disponíveis para o tratamento da
tuberculose. Assim como alguns outros fármacos, a RIF nunca deve ser utilizada
isoladamente no tratamento dessa doença, devido à rapidez com que pode ocorrer
desenvolvimento de resistência (MANDELL; PETRI-JR., 1996).
A hepatite causada por rifampicina raramente ocorre em pacientes com
função hepática normal. De modo semelhante, a combinação de isoniazida e
rifampicina parece ser geralmente segura nesses pacientes.
44
Como a rifampicina é um potente indutor das enzimas microssômicas
hepáticas, sua administração determina uma redução da meia-vida de diversos
compostos, dentre eles os inibidores da protease e inibidores não nucleosídeos da
transcriptase reversa do HIV. Dessa forma, o uso da rifabutina nesses casos
apresenta menos efeitos sobre o metabolismo dos inibidores da protease do HIV
(MANDELL; PETRI-JR., 1996).
Algumas técnicas analíticas foram utilizadas para o estudo e determinação da
RIF. Galal et al. (1992) utilizaram espectrofotometria para a determinação de
rifampicina em cápsulas e amostras de urina. Halvatzis et al. (1993) determinaram a
RIF com o método quimiluminométrico de fluxo contínuo. Eles demonstraram que o
método tem boa acurácia e precisão. Yang et al. (2003) determinaram a rifampicina
usando a técnica de HPLC com um detector quimiluminescente. Liang et al. (2007)
determinaram RIF em preparações farmacêuticas e urina humana pela técnica de
eletroquimiluminescência.
2.2.1.3.1 Mecanismo de ação
Pertence ao grupo dos antibióticos macrocíclicos complexos, que possui ação
bactericida para microrganismos intra e extracelular. Inibe o crescimento da maioria
das bactérias Gram-positivas assim como de numerosos organismos Gramnegativos (MANDELL; PETRI-JR., 1996).
A rifampicina é um bactericida que inibe a RNA polimerase dependente do
DNA das micobactérias através da formação de um complexo fármaco-enzima
estável que acarreta na supressão da formação da cadeia de RNA. A RNA
polimerase nuclear de uma variedade de células eucarióticas não se liga à
rifampicina, de modo que a síntese de RNA não é afetada. As rifamicinas em altas
concentrações também inibem as RNA polimerases dependentes do DNA, bem
como as transcriptase reversas (MANDELL; PETRI-JR., 1996).
2.2.1.3.2 Farmacocinética
A administração oral da RIF produz concentrações plasmáticas máximas em
2-4 h. O ácido aminossalicílico pode retardar a absorção da rifampicina. Caso esses
45
fármacos sejam utilizados concomitantemente, devem ser administrados em
separado, com intervalo de 8-12 h (RADNER, 1973).
A rifampicina é rapidamente eliminada pela bile. A RIF sofre desacetilação
progressiva, de modo que, depois de 6 h, quase todo o antibiótico presente na bile
encontra-se na forma desacetilada. Não há necessidade de ajuste da dose em
pacientes com comprometimento da função renal. A meia-vida da rifampicina varia
de 1,5-5 h e aumenta na presença de disfunção hepática. Por outro lado, pode estar
reduzida em pacientes que estejam usando concomitantemente isoniazida, que são
inativadores lentos desse fármaco (MANDELL; PETRI-JR., 1996).
A rifampicina distribui-se por todo organismo. A sua presença pode ser
percebida pela propriedade do fármaco de conferir coloração alaranjada à urinas,
fezes, saliva, escarro e lágrimas (FURESZ, 1970; FARR, 2000).
2.2.1.4 Pirazinamida
A pirazinamida (PZA) é um pró-fármaco derivado da nicotinamida, cuja
fórmula estrutural é apresentada na Figura 09. Sua fórmula química é C5H5N3O, sua
massa molecular é de 123,11 g/mol e seu nome oficial é pirazinacarboxiamida. É
ligeiramente solúvel em água, pouco solúvel em etanol e muito pouco solúvel em
éter. Suas soluções aquosas são neutras. Apresenta valor de pKa de 0,50 para a
base conjugada (BH+) (MERCK, 2000).
Esta substância é a única capaz de atuar em bacilos dentro de macrófagos
infectados. É utilizada na primeira fase do tratamento, quando a infecção encontrase ainda como granulomatosa, pelo fato deste fármaco atravessar adequadamente a
membrana do macrófago e atuar muito bem em pH ácido (em torno de 5,5). A sua
atuação está relacionada à sua capacidade de destruir os bacilos no interior dos
macrófagos (DOLEZAL et al., 2002).
46
Figura 09 – Estrutura Molecular da PZA
O
N
NH2
N
Fonte: AUTOR, 2013
A pirazinamida tornou-se um importante componente da terapia de curta
duração (6 meses) com múltiplos fármacos para a tuberculose. Um dos principais
efeitos colaterais é a lesão hepática. Dessa forma, todos os pacientes tratados com
pirazinamida devem ser submetidos a provas de função hepática antes da
administração do fármaco. A PZA não deve ser administrada em indivíduos com
qualquer grau de disfunção hepática, a não ser que seja absolutamente necessária
(MANDELL; PETRI-JR., 1996).
Existem poucos trabalhos na literatura sobre métodos analíticos para a
pirazinamida. Akyuz et al. (2007) apresentaram um estudo de espectroscopia
vibracional
para
compostos
de
pirazinamida.
Nesse
estudo
usou-se
a
espectroscopia Raman e o infravermelho distante, observando que os compostos
têm estruturas semelhantes. Zhou et al. (2010) determinaram simultaneamente a
pirazinamida, isoniazida, rifampicina e acetilisoniazida em plasma humana utilizando
a técnica de HPLC. O método mostrou-se seletivo, sensível e confiável. Bergamini et
al. (2013) estudaram o comportamento eletroquímico e determinaram a pirazinamida
em amostras de urina humana usando um eletrodo de impresso de carbono
modificado com polihistidina juntamente com a voltametria cíclica e impedância.
2.2.1.4.1 Mecanismo de ação
Seu mecanismo de ação é desconhecido, mas sabe-se que pode atuar como
bacteriostático ou bactericida. É efetiva em pH 5,6. Salfinger, Crowle e Reller (1990)
propuseram que o responsável pela atividade antibacteriana da Pirazinamida é o
ácido pirazinóico, o qual é formado pela ação da enzima pirazinamidase, sintetizada
pelo bacilo. A formação do ácido combinada com o ingresso do bacilo ao macrófago
abaixariam o pH até níveis tóxicos para o mesmo (MARTINDALE, 2002). O ácido
pirazinóico também depleta a energia reserva da membrana (WADE et al., 2004).
47
2.2.1.4.2 Farmacocinética
Verifica-se o rápido desenvolvimento de resistência se a PZA for utilizada
isoladamente. A meia-vida plasmática é de 9-10 h em pacientes com função renal
normal. A pirazinamida é hidrolisada em ácido pirazinóico e, subsequentemente em
ácido 5-hidroxipirazinóico, o principal produto de excreção (MANDELL; PETRI-JR.,
1996).
2.3 ELETROANALÍTICA
A eletroanalítica compreende um grupo de métodos analíticos qualitativos e
quantitativos baseados nas propriedades elétricas de uma solução contendo o
analito quando essa faz parte de uma célula eletroquímica. As técnicas
eletroanalíticas têm como ponto principal a interação entre a eletricidade e a
química, ou seja, as características elétricas como corrente, potencial ou a variação
destes e a relação com os parâmetros químicos. Com o uso de métodos
eletroquímicos, foi encontrada uma vasta quantidade de aplicações, desde
monitoramento ambiental e industrial, incluindo também controle de qualidade e
análises biológicas (WANG, 2006).
Com os avanços desde a década de 80, incluindo o desenvolvimento de
ultramicrosensores, monofilmes, multifilmes, técnicas de voltametria de ultratraços
ou alta resolução, entre outros, há um crescimento do interesse na eletroanálise,
assim expandindo para novos campos e ambientes.
2.3.1 Voltametria
A voltametria compreende um grupo de métodos eletroanalíticos nos quais as
informações a respeito do analito são obtidas através da medida de corrente em
função de um potencial aplicado sob condições que promovem a polarização de um
eletrodo indicador ou eletrodo de trabalho. Baseia-se na medida da corrente em uma
célula eletroquímica sob condições de completa polarização de concentração, na
qual a velocidade de oxidação ou redução do analito é limitada pela velocidade de
48
transferência de massa do analito para a superfície do eletrodo (SKOOG et al,
2006).
Os métodos voltamétricos são amplamente empregados por químicos
analíticos, inorgânicos, físico-químicos e bioquímicos para estudos fundamentais de
processos de oxidação e redução em vários meios, processos de adsorção às
superfícies e mecanismos de transferência de elétrons em superfícies modificadas
de eletrodos.
Na voltametria, a voltagem no eletrodo de trabalho varia sistematicamente
enquanto a resposta de corrente é medida. Várias funções voltagem-tempo,
chamadas sinais de excitação, podem ser aplicadas ao eletrodo. A mais simples
delas é a varredura linear, na qual o potencial no eletrodo de trabalho muda
linearmente com o tempo. Outras formas de onda que podem ser aplicadas são as
ondas pulsadas e triangulares. As formas de onda de quatro dos sinais de excitação
mais comuns empregados na voltametria são mostradas na Figura 10.
Figura 10 – Sinais de excitação de tensão versus tempos empregados na voltametria.
Fonte: SKOOG et al, 2006.
2.3.1.1 Voltametria de pulso diferencial
Voltametria de pulso diferencial é uma técnica extremamente útil para medir e
rastrear os níveis de espécies orgânicas e inorgânicas. Na voltametria de pulso
diferencial, dois valores de corrente são obtidos de forma alternada. A diferença de
corrente por pulso é registrada em função do aumento linear do potencial de
49
excitação. A curva diferencial resultante consiste em picos cuja altura é proporcional
à concentração do analito.
Geralmente, o limite de detecção obtido com a voltametria de pulso diferencial
é duas ou três ordens de magnitude menor quando comparado com os valores
obtidos por voltametria clássica. A maior sensibilidade para a voltametria de pulso
diferencial pode ser atribuída a dois fatos. O primeiro está relacionado ao aumento
da corrente faradaíca, e o segundo, a uma diminuição da corrente de carga, ou nãofaradaíca (SKOOG et al, 2006).
A seleção da amplitude de pulso e velocidade de varredura normalmente
requer um equilíbrio entre sensibilidade, resolução e velocidade. Por exemplo,
amplitude de pulso maior resulta em picos maiores e mais amplos. Sistema redox
irreversível resulta em picos de corrente mais baixos e mais amplos (isto é,
sensibilidade e resolução inferiores) em comparação com os valores previstos para
os sistemas reversíveis. Além das melhorias na sensibilidade e resolução, a técnica
pode fornecer informações sobre a forma química em que o analito é exibida
(estados de oxidação, complexação, etc.) (SKOOG et al, 2006).
2.3.1.2 Voltametria cíclica
Voltametria cíclica (CV) é a técnica mais utilizada para a aquisição qualitativa
de informações sobre as reações eletroquímicas. A CV resulta da sua capacidade
de fornecer rapidamente informações consideráveis sobre a termodinâmica de
processos redox e a cinética de reações heterogêneas de transferência de elétrons
em reações químicas acopladas ou processos de adsorção. A CV é muitas vezes o
primeiro experimento realizado em um estudo eletroanalítico. Em particular, ela
oferece uma localização rápida de potenciais redox das espécies eletroativas e a
avaliação do potencial de meia onda sobre o processo redox (SKOOG et al, 2006).
Na CV a resposta de corrente para um pequeno eletrodo estacionário e
imerso em uma solução em repouso é obtida em uma função de um sinal de
excitação na forma triangular. Como por exemplo, se o potencial inicial aplicado é de
-0,1 V e o potencial final é de 1 V, isso significa que quando o potencial final é
alcançado, ocorre uma inversão na direção da varredura e o potencial sempre volta
a -0,1 V.
50
Os dados importantes em CV são o potencial de pico catódico Epc, o potencial
de pico anódico Epa, a corrente de pico catódico ipc e a corrente de pico anódico ipa.
Para reações reversíveis de eletrodo, as correntes de pico anódica e catódica são
aproximadamente iguais em valores absolutos, mas com sinais opostos. Para uma
reação reversível de eletrodo a 25 °C, a diferença de potencial de pico, ΔEp, é dado
por (SKOOG et al, 2006):
Eq. (01)
Onde n é o número de elétrons envolvidos na reação. Reações irreversíveis tornam
lenta a cinética de transferência de elétrons, resultando em valores de ΔEp que
excedem o valor esperado. Embora uma reação de transferência de elétrons possa
parecer reversível para baixas velocidades de varredura, o aumento da velocidade
de varredura pode levar ao aumento dos valores de ΔEp, o que seguramente indica
que a reação é irreversível. Assim, para obter a constante de velocidade, ΔEp é
medida em várias velocidades de varredura (SKOOG et al, 2006).
Além de fornecer os dados falados anteriormente, a voltametria cíclica pode
revelar a presença de um intermediário na reação de oxirredução.
2.4 ELETRODOS DE TRABALHO
A realização do procedimento voltamétrico é fortemente influenciada pelo
material do eletrodo de trabalho. O eletrodo de trabalho deve proporcionar boas
características de ruído e sinal, bem como uma resposta reprodutível. Assim, a sua
seleção depende principalmente de dois fatores: o comportamento redox do analitoalvo e a corrente ao longo da região de potencial necessário para a medição. Outras
considerações
incluem
a
janela
de
potencial,
condutividade
elétrica,
reprodutibilidade da superfície, propriedades mecânicas, custo, disponibilidade e
toxicidade. Tem se encontrado grande variedade de materiais que podem ser
usados como eletrodos de trabalho para eletroanalítica. Os mais populares são os
que envolvem o mercúrio, carbono, ou metais nobres (especialmente platina e ouro).
51
2.4.1 Diamante dopado com boro
O eletrodo de diamante dopado com boro (BDD) é um material inovador,
emergindo como um eletrodo alternativo devido à sua inegável boa condutividade
elétrica, baixa capacitância de dupla camada, ampla janela de potencial
eletroquímico e de sua biocompatibilidade (SZUNERITS et al., 2010).
A janela de potencial dos eletrodos de diamante é incomparavelmente mais
alta do que qualquer outro material, podendo alcançar até 3 volts (algumas vezes
até mais). A vantagem da largura da janela de potencial é que tem um menor
background da corrente quando comparado a outros materiais carbonados (carbono
vítreo, grafite, pasta de carbono, etc.) ou platina, que são materiais muito usados
como eletrodos (PLESKOV, 2011).
A ampla janela de potencial ocorre da sobretensão elevada da decomposição
do solvente. As reações de formação de hidrogênio ou oxigênio ocorrem nos
eletrodos e sua cinética é muito sensível, provocando a sua adsorção na superfície
do eletrodo. O diamante é um adsorvente pobre, por conseguinte, o seu efeito
catalítico é um pouco fraco para estas reações. Assim, dentro da janela de potencial,
o solvente é estável e o eletrodo de diamante é apropriado para os estudos com
reações, pois não reage nem com o solvente, nem com a substância.
No entanto, ao contrário de outros materiais a base de carbono, que há muito
tempo encontraram aplicações práticas, o estudo eletroquímico de diamante foi
iniciado recentemente, em 1987, quando o primeiro artigo sobre a fotoeletroquímica
dos eletrodos de diamante foi publicado. Nesse estudo, Pleskov et al. (1987)
estudaram as propriedades eletroquímicas dos eletrodos de diamante e provaram
que o diamante é eletroquimicamente estável, estudando algumas propriedades com
fotocorrente, capacidade diferencial, corrente de fundo (ou ruido) vs. curvas de
potencial. Os autores Natishan e Morrish (1989) estudaram o comportamento
eletroquímico do diamante revestido com molibdênio e, durante os anos 90, Pleskov
et al. (1992) continuaram estudando a aplicação do diamante na eletroquímica. Eles
analizaram a impedância da condução do diamante revestido com policristais,
comparando os resultados com os obtidos estudando o diamante na sua forma pura
(sem modificação). Patel et al. (1992) investigaram a fotoeletroquímica dos eletrodos
de diamante dopado com boro, observando que a fotocorrente é gerada pela
52
polarização catódica, concluindo que o BDD é um semicondutor. Swain et al. (1993)
estudaram a
atividade
eletroquímica
do BDD usando
voltametria
cíclica,
cronoamperometria e impedância sem contato com a luz externa. Eles observaram
que o eletrodo BDD apresentou baixa capacitância de camada dupla e resistência
relativamente alta à polarização para a oxidação da superfície. Segundo esse
autores, o eletrodo de BDD apresentou estabilidade após um período de 2 meses
comparado com um recém polido eletrodo de carbono vítreo. Tenne et al. (1993)
exploraram o sobrepotencial devido à evolução do hidrogênio para reduzir o nitrato
para amônia usando o eletrodo de BDD. Ramesham et al. (1993) estudaram os
eletrodos de carbono vítreo e grafite revestido por um filme de diamante dopado com
boro utilizando microscopia eletrônica de varredura (MEV) e espectroscopia de
Raman. Observou-se que os eletrodos de carbono vítreo e grafite com esse tipo de
revestimento podem ser usados em eletroanálises, uma vez que os filmes de BDD
são eletricamente condutores, resistentes à erosão e quimicamente inertes.
O eletrodo de BDD continua sendo estudado desde então. Métodos
eletroquímicos que usam esse tipo de eletrodo têm sido aplicados com sucesso para
a análise de compostos farmacêuticos.
Oliveira et al. (2007) determinaram lidocaína, princípio ativo de alguns
produtos analgésicos, utilizando voltametria cíclica e de onda quadrada. Os autores
Dogan et al. (2007) determinaram fluvastatina, princípio que reduz o colesterol e
triglicerídeo presentes no sangue, em formulações e soro humano usando
voltametria cíclica, onda quadrada e pulso diferencial. Uslu et al. (2008) propuseram
utilizar a eletro-oxidação para determinar pefloxacina, usada no tratamento de
infecções causadas por germes sensíveis a esse princípio ativo, em farmacêuticos e
soro humano com as técnicas de voltametria cíclica, pulso diferencial, onda
quadrada e linear. Os autores Souza et al. (2008) quantificaram a sulfadiazina e
sulfametoxazol em produtos farmacêuticos usando a voltametria de onda quadrada.
Radovan et al. (2008) determinaram simultaneamente L-ácido ascórbico e
acetaminofeno por várias técnicas, incluindo voltametria cíclica, cronoamperometria
e voltametria de pulso diferencial. A aplicabilidade da voltametria de pulso diferencial
usando o método de adição de padrão mostrou-se eficaz para a quantificação dos
dois princípios ativos. Ribeiro et al. (2008) investigaram a oxidação eletroquímica do
cloridrato de prometazina usando voltametria de onda quadrada. Constatou-se que o
53
método é preciso e reprodutível, podendo ser usado para quantificação do fármaco
em formulações farmacêuticas devido à estabilidade, especificidade, recuperação e
precisão.
Sartori et al. (2009) determinaram ácido acetilsalicílico (AAS) em formulações
farmacêuticas juntamente com a voltametria de onda quadrada. O diferencial foi a
determinação desse fármaco sem a necessidade da hidrólise alcalina, sendo
aplicado com sucesso na determinação do AAS em várias formulações. Os autores
Andrade et al. (2009) propuseram a determinação simultânea de sulfametoxazol e
trimetoprima usando a voltametria de pulso diferencial, conseguindo baixos limites
de detecção e quantificação quando comparado com o método padrão de HPLC.
Szunerits et al. (2010) produziram um detector de lectinas livres em carboidratos,
apresentando um baixo limite de detecção (5 ± 0,5 nM).
Os autores Bartosová et al. (2011) utilizaram o HPLC com um detector
amperométrico para determinar sildenafil e vardenafil, fármacos utilizados no
tratamento da disfunção erétil. Song et al. (2012) determinaram a dopamina na
presença de ácido ascórbico utilizando um sensor com o eletrodo de diamante
dopado com boro modificado com nanocompósitos de ouro. O método apresentou
alta seletividade, sensibilidade, baixo limite de detecção e boa faixa linear para a
determinação do fármaco. Ardila et al. (2013) determinaram bezafibrato em
composições farmacêuticas utilizando a voltametria de onda quadrada. O método
mostrou-se eficaz para a determinação quando comparado com o método
espectrofotométrico.
Com as melhoras das técnicas analíticas com o passar dos anos, a
eletroanálise tem sido uma ferramenta muito importante na química analítica
contemporânea devido às diversas possibilidades de aplicação. Em comparação
com outros métodos instrumentais, a química eletroanalítica oferece uma variedade
de vantagens, dentre elas alta sensibilidade, simplicidade da técnica, rapidez, baixo
custo e detecção relativamente fácil (SIANGPROH et al., 2011).
Muitos outros estudos foram feitos, mas todos puderam confirmar que os
eletrodos de diamante dopado com boro podem ser usados para determinar muitos
princípios ativos em vários compostos farmacêuticos. Os métodos propostos
apresentaram excelentes performances e um grande potencial na aplicação em
processos de controle.
54
2.4.2 Carbono vítreo
O carbono vítreo (GC) é muito popular por causa de suas excelentes
propriedades mecânicas e elétricas, ampla janela de potencial, inércia química
(resistência ao solvente), e performance reprodutível. O material é preparado por
meio de um programa cuidadoso de controle de aquecimento de um pré-modelado
polimérico (fenolformaldeído) em uma atmosfera inerte. O processo de carbonização
do produto é muito lento, com o intervalo de temperatura de 300-1200 °C, para
assegurar a eliminação de oxigênio, nitrogênio e hidrogênio. A estrutura de carbono
vítreo envolve finas fitas emaranhadas de grafite, como se fossem folhas. Devido à
sua alta densidade e tamanho dos poros ser pequeno, não é necessário qualquer
processo de impregnação. No entanto, o pré-tratamento da superfície é usualmente
empregado para criar eletrodos de carbono vítreo reprodutíveis e ativos, como
também para melhorar seu desempenho analítico. Esse pré-tratamento é
geralmente obtido por polimento com partículas de alumina menores (até 0.05 μm).
O elétrodo deve então ser lavado com água deionizada antes do uso (WANG, 2006).
Existem muitos trabalhos na literatura em que o eletrodo de carbono vítreo é
usado como detector. Os autores Bodoki et al. (2007) validaram um método
eletroquímico quantitativo para a colchicina usando eletrodo de GC. Foram validados
alguns parâmetros como seletividade, linearidade, acurácia, confiabilidade, limite de
detecção e quantificação. O método mostrou-se um sucesso para a determinação de
colchicina em comprimidos sem a interferência dos excipientes. Salimi et al. (2007)
determinaram a ranitidina e metronidazol em comprimidos utilizando um eletrodo de
carbono vítreo modificado com uma simples camada de nanotubos de carbono.
Mostrou-se um método com alta sensibilidade, estabilidade e tempo de vida. Heli et
al. (2007) estudaram adsorção da albumina no soro humano utilizando o eletrodo de
GC e as técnicas de voltametria cíclica e impedância. Esse estudo proporcionou um
melhor entendimento sobre as interações da albumina nesse meio. Zhu et al. (2009)
determinaram simultaneamente ácido úrico, dopamina e ácido ascórbico utilizando
eletrodo de GC modificado com uma simples camada de nanocarbono. Os
resultados se mostraram satisfatórios usando o método de adição de padrão. Muna
et al. (2011) estudaram a oxidação eletrocatalítica de compostos fenólicos
estrogênicos utilizando o eletrodo de GC modificado com níquel. Com esse eletrodo,
55
eles obtiveram alta sensibilidade, faixa linear, limite de detecção e resposta estáveis.
Dessa forma, ele pode ser usado para a detecção desses compostos em amostras
reais. Rajith et al. (2011) estudaram a oxidação da trimetoprima utilizando um
eletrodo de carbono vítreo juntamente com a voltametria de pulso diferencial e
métodos computacionais. Quan et al. (2011) determinaram a dopamina na presença
de ácido ascórbico e ácido úrico utilizando um eletrodo de carbono vítreo modificado
com
Nafion/simples
camada
de
nanocarbono/poli-3-metiltiofeno.
O
método
desenvolvido teve simples preparação, alta sensibilidade, baixo limite de detecção e
excelente reprodutibilidade. Tesio et al. (2013) estudaram a oxidação eletroquímica
do flavonoide buteína utilizando as voltametrias cíclica e de onda quadrada com o
eletrodo de GC. Foram usados soluções padrão de fosfato e citrato como eletrólitos
com diferentes valores de pH.
Como pode-se perceber, o eletrodo de carbono vítreo também é um material
muito usado para o estudo eletroquímico e determinação quantitativa de alguns
fármacos conhecidos na literatura.
56
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Verificar a aplicabilidade da técnica de voltametria de pulso diferencial na
quantificação dos princípios ativos usados no tratamento da tuberculose em
medicamentos.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
· Estudar usando a voltametria cíclica e voltametria de pulso diferencial o
comportamento redox dos princípios ativos;
· Determinar as condições experimentais para quantificar cada um dos
princípios ativos: isoniazida, etambutol, rifampicina e pirazinamida;
· Estudar as variáveis experimentais que afetam na quantificação de cada um
dos princípios ativos;
· Aplicar o método para quantificação dos fármacos estudados em fórmulas
farmacêuticas.
57
4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
4.1 MATERIAL
4.1.1 Reagentes
Os reagentes de grau analítico utilizados ao longo do trabalho experimental,
foram: ácido sulfúrico (QEEL Ltda.), ácido nítrico (QELL Ltda.), hidróxido de sódio
(Proquímios, Ltda.), cloreto de potássio (Proquímicos Ltda.), pirazinamida (sigmaaldrich Ltda.), isoniazida, etambutol e rifampicina. Os padrões de rifampicina e
etambutol foram obtidos por doação da Prof. Dra. Maria de Fátima Vitória de Moura
e o padrão de isoniazida foi obtido por doação do Prof. Dr. Oderlei, ambos da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Os comprimidos do combinado
farmacêutico utilizados nos estudos foram obtidos na rede de saúde pública do
município de Fortaleza.
4.1.2 Soluções utilizadas
4.1.2.1 Soluções de limpeza
As soluções de limpeza utilizadas foram ácido sulfúrico (0,5 mol L-1) e ácido
nítrico (0,5 mol L-1). A solução de ácido sulfúrico foi preparada a partir da adição de
13,3 mL (0,25 mol) em 500 mL de água destilada e a solução de ácido nítrico foi
preparada adicionando 4 mL (0,1 mol) em 100 mL de água destilada.
4.1.2.2 Eletrólitos
Os eletrólitos utilizados foram solução de cloreto de potássio 0,1 mol L-1 (pH 4
e pH 8) e as soluções tampão de fosfato de potássio – hidróxido de sódio (pH 8) e
solução de Sörensen (pH 8). A solução de cloreto de potássio foi preparada
dissolvendo 3,73 g (50 mmol) em 500 mL de água destilada. O pH final da solução
58
foi medido com pHmetro de bancada Edutec, modelo EEQ-9025 e eletrodo de vidro
Edutec.
A solução tampão de fosfato de potássio – hidróxido de sódio (pH 8) foi
preparada a partir da adição de 250 mL de solução de fosfato de potássio 0,1 mol L-1
(25 mmol) e 234 mL de solução de hidróxido de sódio 0,1 mol L-1 (25 mmol) em um
balão volumétrico de 500 mL, aferindo-o com água destilada.
A escolha do pH 4 foi devido ao valor do primeiro pKa da isoniazida ser 3,9
(próximo de 4). Enquanto que a escolha do pH 8 foi devido à necessidade de
estudar o comportamento da isoniazida em pH básico; Sendo que esse valor é
favorável ao estudo da rifampicina, que possui pKa de 7,9.
A solução tampão de Sörensen (pH 8) foi preparada a partir da adição 475 mL
de solução de fosfato de sódio M/15 (40 mmol) e 25 mL de solução de fosfato de
potássio M/15 (30 mmol) em um balão volumétrico de 500 mL (Morita et al., 2007).
4.1.2.3 Soluções padrão
A solução padrão de isoniazida (0,05 mol L-1) foi preparada dissolvendo
0,0686 g (0,50 x10-3 mol) de padrão isoniazida em 10 mL de cloreto de potássio 0,1
mol L-1. A solução padrão de etambutol (0,05 mol L-1) foi preparada dissolvendo
0,102 g (0,50 x 10-3 mol) de padrão de etambutol em 10 mL de cloreto de potássio
0,1 mol L-1. A solução padrão de rifampicina (6,2 x 10-3 mol L-1) foi preparada
dissolvendo 0,2055 g (0,25 x 10-3 mol) de padrão de rifampicina em 50 mL de cloreto
de potássio 0,1 mol L-1 e deixado em agitação por 24 horas. A solução padrão de
pirazinamida (0,05 mol L-1) foi preparada dissolvendo 0,0615 g (0,50 x 10-3 mol) de
padrão de pirazinamida em 10 mL de cloreto de potássio 0,1 mol L-1.
A solução de concentração conhecida de isoniazida foi preparada dissolvendo
0,0187 g (0,14 x 10-3 mol) em 25 mL de cloreto de potássio 0,1 mol L-1. Foi escolhido
esse valor porque é
da proporção existente no comprimido para a isoniazida,
que é de 0,075 g.
A solução de concentração conhecida de etambutol foi preparada dissolvendo
0,0687 g (0,34 x 10-3 mol) em 25 mL de cloreto de potássio 0,1 mol L-1. Foi escolhido
esse valor porque é
que é de 0,275 g.
da proporção existente no comprimido para o etambutol,
59
4.1.2.4 Amostra do comprimido
O comprimido inicialmente foi macerado em almofariz. A solução da amostra
de comprimido foi preparada pesando-se 0,2848 g (
do comprimido) em 50 mL
de cloreto de potássio 0,1 mol L-1. Foi deixado em agitação por 24 horas para uma
melhor solubilização dos princípios ativos. A concentração esperada para os
fármacos são: 0,0375 g de rifampicina, 0,0188 g de isoniazida, 0,100 g de
pirazinamida e 0,0687 g de etambutol.
4.2 EQUIPAMENTOS E SISTEMA DE ELETRODOS
4.2.1 Medidas voltamétricas
As
medidas
voltamétricas
foram
realizadas
utilizando-se
o
Potenciostato/Galvanostato modelo PGSTAT 302N da Autolab/Eco Chemie e
monitorado pelo software GPES 4,9 (Figura 11). Os estudos voltamétricos foram
realizados em uma célula eletroquímica com capacidade de 100 mL, tendo o uso do
sistema de três eletrodos: trabalho, referência e auxiliar. O software Origin 6,0 foi
utilizado para o tratamento de dados.
Figura 11 – Potenciostato/Galvanostato modelo PGSTAT 302N da Autolab/Eco Chemie
Fonte: AUTOR, 2013
Para cada fármaco, foram feito diversos estudos como podem ser
visualizados nos fluxogramas a seguir. Para
o
estudo
da
isoniazida,
como
60
apresentados nas Figura 12.a.I e 12.a.II, foi composto pela análise da solução
padrão utilizando a CV e DPV com os eletrodos de BDD e GC, e pela análise da
solução do comprimido utilizando o DPV e o método de adição de padrão.
Figura 12.a.I – Fluxograma do estudo realizado com a solução padrão de isoniazida
Fonte: AUTOR, 2013
Figura 12.a.II – Fluxograma do estudo realizado com a solução do comprimido, com ênfase na
isoniazida
Fonte: AUTOR, 2013
Para o estudo do etambutol, como apresentado na Figura 13.b, foi composto
pela análise da solução padrão utilizando a CV e DPV com o eletrodo de BDD e pela
análise da solução do comprimido utilizando o DPV e o método de adição de padrão.
61
Figura 12.b – Fluxograma do estudo realizado com a solução padrão de etambutol e da solução do
comprimido
Fonte: AUTOR, 2013
Para o estudo da rifampicina, como apresentado na Figura 12.c, foi composto
pela análise da solução padrão utilizando a CV e DPV com o eletrodo de BDD e pela
análise da solução do comprimido utilizando o DPV e o método de adição de padrão.
Figura 12.c – Fluxograma do estudo realizado com a solução padrão de rifampicina e da solução do
comprimido
Fonte: AUTOR, 2013
62
Para o estudo da pirazinamida, como apresentado na Figura 13.d, foi
composto pela análise da solução padrão utilizando a CV e DPV com os eletrodos
de BDD e GC.
Figura 12.d – Fluxograma do estudo realizado com a solução padrão de pirazinamida
Fonte: AUTOR, 2013
Para a obtenção dos perfis eletroquímicos dos fármacos pirazinamida,
isoniazida, etambutol e rifampicina, foram utilizados os parâmetros segundo a
Tabela 02, para a voltametria cíclica e, Tabela 03, para a voltametria de pulso
diferencial. Para a obtenção dos perfis eletroquímicos usando as voltametria cíclica
e voltametria de pulso diferencial, as medidas foram feitas no eletrólito de suporte de
cloreto de potássio 0,1 mol L-1 em pH 4. Para o ajuste do pH foi necessário o uso
das soluções de HCl 0,1 mol L-1 e NaOH 0,05 mol L-1. Utilizou-se a adição de 400 μL
da solução padrão para a obtenção dos perfis usando a voltametria cíclica e
voltametria de pulso diferencial; isso corresponde a 1,93 x 10-3 mol L-1 de
pirazinamida, isoniazida e etambutol, e 0,121 x 10-3 mol L-1 de rifampicina.
Tabela 02 – Parâmetros Para a Voltametria Cíclica
PZA
EMB
RIF
INH
10 mL
20 mL
20 mL
20 mL
Volume do Eletrólito de
Suporte
63
Potencial Inicial
- 0,700 V
- 0,250 V
- 0,250 V
- 0,250 V
Potencial Final
+ 0,700 V
+ 1,70 V
+ 1,70 V
+ 1,70 V
Velocidade de Varredura
0,100 Vs-1
0,100 Vs-1
0,100 Vs-1
0,100 Vs-1
Tabela 03 – Parâmetros para a Voltametria de Pulso Diferencial
PZA
EMB
RIF
INH
10 mL
20 mL
20 mL
20 mL
Potencial Inicial
- 0,700 V
- 0,250 V
- 0,250 V
- 0,250 V
Potencial Final
+ 0,700 V
+ 2,10 V
+ 1,70 V
+ 1,70 V
0,050 V
0,050 V
0,050 V
0,050 V
Volume do Eletrólito de Suporte
Modulação de Amplitude
Para a quantificação da isoniazida e do etambutol foram preparadas curvas
de calibração utilizando o método de adição de padrão em cloreto de potássio 0,1
mol L-1 cujo pH estudado foram 4 e 8. Para ajustar o eletrólito de suporte foi
necessário o uso das soluções de HCl 0,1 mo lL-1 e NaOH 0,05 mol L-1. Os padrões
rifampicina e pirazinamida não foram possíveis fazer a quantificação, pois não teve
uma comportamento linear esperado entre as triplicatas.
As adições foram de 100 a 800 μL, que correspondem a 0,250 a 1,90 x 10-3
mol L-1 para os padrões de isoniazida, etambutol e pirazinamida, e 0,310 a 2,40 x 104
mol L-1 para o padrão de rifampicina. Quanto às adições do método de adição de
padrão foram de 50, 100 e 150 μL, que correspondem a 1,20 a 3,60 x 10-4 mol L-1
para os padrões de isoniazida e etambutol, e 1,50 a 4,40 x 10-5 mol L-1 para o
padrão de rifampicina.
Para a utilização dos resultados foi avaliada a reprodutibilidade das medidas
voltamétricas. Para isto, os estudos foram feitos em triplicata usando a voltametria
de pulso diferencial.
4.2.2 Sistema de eletrodos
Os eletrodos de trabalhos utilizados foram:
1 – Eletrodo de Diamante Dopado com Boro foi montado no próprio laboratório com
filmes de diamante sintético dopado com 3500 ppm de boro, θ = 0.85 cm2, feito prétratamento catódico com aplicação de -3000 mV por 900 s numa solução de ácido
64
nítrico. A limpeza é feita por tratamento eletroquímico, usando a técnica de
voltametria cíclica durante 30 ciclos com intervalo de potencial entre 500 e 2100 mV
numa solução de ácido sulfúrico. Posteriormente lavado com água destilada, antes
de cada medida, somando um total de 15 minutos para cada limpeza.
2 – Eletrodo de Carbono Vítreo, marca Metrohn, θ = 0.2 mm2, foi tratado por
polimento com alumina. Posteriormente lavado com água destilada antes de cada
medida.
Os eletrodos de referência e auxiliar, foram usados Ag/AgCl, KClsat. e fio de
platina, respectivamente. Estes eletrodos foram lavados com água destilada antes
de cada medida.
4.2.3 Célula eletroquímica
Os estudos voltamétricos foram realizados em uma célula eletroquímica com
capacidade para 100 mL, contendo um eletrodo de trabalho, um eletrodo de
referência de prata/cloreto de prata e um eletrodo auxiliar de platina (Figura 13).
Figura 13 – Célula eletroquímica
Fonte: AUTOR, 2013
65
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1 ISONIAZIDA
5.1.1 Perfil eletroquímico
O estudo inicial do fármaco isoniazida foi feito utilizando a voltametria cíclica
em cloreto de potássio 0,1 mol L-1 em pH 4, aplicando a faixa de potencial de -0,250
a 1,70 V para o eletrodo de BDD e de -0,200 a 1,20 V para o eletrodo de GC. A
Figura 14 e 15 apresentam os voltamogramas cíclicos para a isoniazida com os
eletrodos de trabalho de BDD e GC, respectivamente. O fármaco apresenta apenas
um pico de oxidação em 1,19 V indicando um processo irreversível com o eletrodo
de BDD, no entanto, com o eletrodo de GC, apresenta um pico de oxidação em
0,790 V apresentando deslocamento de 0,400 V devido à natureza do material
usado como eletrodo de trabalho. Cabe ressaltar que o sinal em corrente mostrado
pela isoniazida usando o eletrodo de BDD, é maior do que aquele obtido em GC.
Figura 14 – Voltamograma cíclico da solução padrão de INH 1,92 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1
KCl pH 4 com eletrodo de trabalho de BDD. Velocidade de varredura: 0,100 Vs-1
-4
1,0x10
1,19
-5
i/A
5,0x10
0,0
-5
-5,0x10
-4
-1,0x10
-0,5
0,0
0,5
1,0
E/V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
1,5
66
-3
-1
-1
Figura 15 – Voltamograma cíclico da solução padrão de INH 1,92 x 10 mol L em 0,1 mol L
KCl pH 4 com eletrodo de trabalho de GC. Velocidade de varredura: 0,100 Vs-1.
-5
6,0x10
0,79
-5
4,0x10
-5
i/A
2,0x10
0,0
-5
-2,0x10
-5
-4,0x10
0,0
0,5
1,0
E/V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
Na literatura tem alguns trabalhos que apresentam estudos eletroquímicos da
isoniazida com diferentes eletrodos de trabalho e condições, como eletrólito, região
de potencial aplicado, entre outros. Tong et al (1997) estudaram a oxidação
eletroquímica catalisada pelo 2,2,6,6-tetrametil-4-acetilpiperidin-1-oxi (TMAPO)
usando eletrodo de carbono vitreo. A voltametria cíclica da INH apresentou um pico
de oxidação irreversível bem definido em 0,700 V na presença do TMAPO. Hamman
et al. (2004) determinaram a isoniazida em formulações farmacêuticas usando o
eletrodo de pasta de carbono. A voltametria cíclica da INH apresentou um pico de
oxidação em 0,750 V. Gao et al, (2006) estudaram a oxidação eletroquímica
catalisada pelo (ferrocenilmetil)trimetilamônio [(FcM)TMA]. A voltametria cíclica da
isoniazida apresentou um pico de oxidação irreversível em 0,600 V na presença do
(FcM)TMA. Majiri et al. (2006) determinaram a isoniazida em fórmulas farmacêuticas
usando o eletrodo de carbono vítreo modificado com polipirrol. A voltametria cíclica
do composto INH apresentou um pico de oxidação em 0,450 V pouco definido.
Porém, quando utilizou-se o eletrodo modificado com polipirrol, o pico de oxidação
apresentou-se bem definido e deslocado para 1,05 V. Yang et al. (2008)
67
determinaram a isoniazida em comprimidos e injeção usando o eletrodo de carbono
vítreo modificado com ácido aminosulfônico. A voltametria cíclica do composto
farmacêutico apresentou um pico anódico em 0,400 V. foi observado também que a
corrente de pico é proporcional à velocidade de varredura. Bergamini et al. (2010)
determinaram a isoniazida em urina humana usando eletrodo de carbono impresso
modificado com poli-L-histidina como eletrodo de trabalho. A voltametria cíclica da
isoniazida apresentou um pico catódico em -0,980 V. Yan et al. (2011) determinaram
isoniazida em comprimidos utilizando a cronoamperometria com eletrodo de carbono
vítreo modificado com carbono mesoporoso ordenado e Nafion (Nafion-OMC).
Nesse trabalho, a voltametria cíclica da isoniazida apresentou dois picos de
oxidação em 0,220 e 0,490 V.
Vale salientar, que vários trabalhos existentes na literatura sobre a voltametria
cíclica da isoniazida foram obtidos utilizando eletrodos quimicamente modificados.
Enquanto que para a obtenção dos voltamogramas cíclicos da INH nesse trabalho,
não foi necessário a modificação da superfície do eletrodo de trabalho. Apesar disso
e baseados nesses trabalhos da literatura, o potencial observado em ambos os
eletrodos a base de carbono (carbono vítreo e diamante) correspondem à oxidação
da isoniazida. No caso do eletrodo de carbono vítreo, o potencial obtido nesse
trabalho é similar àqueles reportados na literatura. Por outro lado, o eletrodo de
diamante apresenta um potencial de oxidação da isoniazida parcialmente deslocado
em 0,400 devido à morfologia da superfície do diamante sintético. Considerando
esses resultados e os parâmetros cinéticos reportados por Mellado e colaboradores
(1993) o mecanismo proposto para a oxidação da isoniazida, como processo
irreversível, é:
considerando que a reação (2) é a etapa que determina a velocidade da reação,
como sugerido por Mellado et al. (1993).
Estudos preliminares da isoniazida utilizando a técnica de voltametria de
pulso diferencial (DPV) em cloreto de potássio 0,1 molL-1 em pH 4, aplicando a faixa
de potencial de -0,250 a 1,70 V para o eletrodo de BDD e de -0,250 a 1,30 V para o
eletrodo de GC, foram desenvolvidos. As Figuras 16 e 17 apresentam os
68
voltamogramas de pulso diferencial para a isoniazida com os eletrodos de trabalho
de BDD e GC, respectivamente. Durante a varredura da DPV, a presença do
fármaco em solução apresentou um pico, aparecendo em 1,16 V para o BDD e em
0,854 V no GC, apresentando um deslocamento de 0,302 V neste ultimo material,
devido à natureza do material usado como eletrodo de trabalho.
Figura 16 – Voltamograma de pulso diferencial da solução padrão de INH 0,980 x 10-3 mol L-1
em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com eletrodo de trabalho de BDD. Modulação de amplitude: 0,050 V.
-4
1,0x10
-4
5,0x10
-5
1,16
i/A
1,5x10
0,0
0,0
0,5
1,0
1,5
E/V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
Figura 17 – Voltamograma de pulso diferencial da solução padrão de INH 0,980 x 10-3 mol L-1
em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com eletrodo de trabalho de GC. Modulação de amplitude: 0,050 V.
-5
1,5x10
0,854
-5
i/A
1,0x10
-6
5,0x10
0,0
0,0
0,5
E/V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
1,0
69
A fim de demonstrar a eficiência do BDD em relação ao carbono vítreo, foram
sobrepostos os dois voltamogramas da DPV do fármaco isoniazida, como
apresentado na Figura 18. Este resultado indica novamente que a isoniazida é mais
eletroativa a superfície do BDD, melhorando seu sinal devido ao efeito da área.
Figura 18 – Voltamograma de pulso diferencial da solução padrão de INH 0,980 x 10-3 mol L-1 em
-1
0,1 mol L KCl pH 4 usando o eletrodo de (a) GC e (b) BDD. Modulação de amplitude: 0,050 V.
-4
1,0x10
b
-5
8,0x10
-5
i/A
6,0x10
-5
4,0x10
-5
2,0x10
a
0,0
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
E/V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
Antes de estudar a relação da concentração da isoniazida usando a técnica
de DPV; o comportamento voltamétrico da isoniazida aos valores de pH 4 e 8,
usando o eletrodo de BDD, foi estudado como mostrado na Figura 19. Assim, os
voltamogramas mostraram um deslocamento do sinal da isoniazida para potenciais
menos positivos, quando o meio aquoso se encontrava em pH 8, antecipando o
potencial de oxidação observado a pH 4. Além disso, alturas em correntes
correspondentes aos picos produzidos em ambos os valores de pH, foram similares;
sugerindo que o pH não altera a eletroatividade.
70
-3
-1
-1
Figura 19 – Voltamogramas cíclicos da solução padrão de INH 1,92 x 10 mol L em 0,1 mol L KCl
(a) pH 4. (b) pH 8.Velocidade: 0,100 V s-1.
-4
2,0x10
-4
1,5x10
-4
i/A
1,0x10
b a
-5
5,0x10
0,0
-5
-5,0x10
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
E / V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
O efeito da velocidade de varredura também foi investigado em ambos os
valores de pH. Na Figura 20 é apresentado os voltamogramas obtidos com o
aumento da velocidade de varredura (de 0,050 a 0,400 V s-1).
Os resultados
mostraram que não há uma relação linear entre a corrente do pico e a taxa de
velocidade. O comportamento apresentado é que nas três primeiras velocidades
(0,050, 0,100 e 0,150 Vs-1) a corrente de pico decresce linearmente, mas quando
atinge a velocidade de 0,200 Vs-1, a corrente de pico aumenta linearmente. Este
comportamento evidencia uma dependência de dois mecanismos de transporte de
massa: migração e difusão. Nas velocidades de varredura menores, a transferência
de massa até a superfície do eletrodo é controlada principalmente pela migração
rápida das moléculas de isoniazida; entretanto, a taxas de velocidade maiores, o
transporte de massa é predominantemente afetado pela difusão das espécies.
71
-3
-1
-1
Figura 20 – Voltamogramas cíclicos da solução padrão de INH 1,92 x 10 mol L em 0,1 mol L KCl
(pH4), com a velocidade de varredura variando de 50 a 400 mV s-1 e o gráfico da
relação de corrente vs. velocidade de varredura.
-4
4,0x10
0,22
0,20
-4
3,0x10
i/mA
0,18
0,16
-4
2,0x10
0,14
8
12
16
0,5
i/A
u
20
-3
(10 V)
-4
-1
1,0x10
0,050 Vs
-1
0,100 Vs
-1
0,150 Vs
-1
0,200 Vs
-1
0,250 Vs
-1
0,300 Vs
-1
0,350 Vs
-1
0,400 Vs
0,0
-4
-1,0x10
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
E/V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
Por outro lado, foi observado que a área do pico decresce exponencialmente
com o aumento da velocidade, como apresentado na Figura 21, confirmando que
com o aumento da velocidade de varredura, uma determinada concentração de
isoniazida se encontra na superfície do eletrodo, produzindo uma resposta menor
em termos de corrente.
72
Figura 21 – Gráfico da taxa de velocidade vs. área dos voltamogramas cíclicos da solução padrão
de INH 1,92 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl (pH 4)
1,8
1,6
A (Adimensional)
1,4
1,2
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
6
8
10
12
u
14
0,5
16
18
20
-3
(10 V)
Fonte: AUTOR, 2013
Para o pH 8, a isoniazida apresentou resultados similares, tanto para os
valores de corrente, como para os valores de área, como apresentado na Figura 22.
Figura 22 – Gráfico da taxa de velocidade vs. área dos voltamogramas cíclicos da solução padrão
de INH 1,92 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl (pH 8)
1,8
1,6
A (Adimensional)
1,4
1,2
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
6
8
10
12
u
14
0,5
-3
(10 V)
Fonte: AUTOR, 2013
16
18
20
73
Todavia, quando a concentração de isoniazida foi incrementada dentro da
solução através de adições externas de padrão, o sinal em termos de corrente
elétrica aumentou linearmente, como observado na Figura 23. Este resultado
também foi observado para o valor de pH 8, confirmando o potencial da técnica
como ferramenta para quantificar a isoniazida em amostras reais.
-1
Figura 23 – Voltamogramas cíclicos da solução padrão de INH em 0,1 mol L KCl (pH4), com adição
de a até e: 0,495, 0,980, 1,46, 1,92 e 2,38 x 10-3 mol L-1 de INH. Velocidade: 0,100 V s-1.
-4
3,5x10
160
e
140
-4
3,0x10
120
i/mA
100
-4
2,5x10
d
80
60
c
-4
i/A
2,0x10
40
y = 126x + 7,70
R² = 0,992
20
0,2
-4
0,4
0,6
0,8
-3
1,5x10
1,0
1,2
b
-1
CINH/10 molL
-4
1,0x10
a
-5
5,0x10
0,0
0,5
1,0
1,5
E/V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
5.1.2 Voltametria de pulso diferencial
Estudos preliminares da técnica de DPV foram desenvolvidos usando o
eletrodo de BDD em ambos os valores de pH, previamente estudados na voltametria
cíclica. Comparando os voltamogramas obtidos em pH 4 e pH 8, apresentados na
Figura 24, observa-se um deslocamento de 0,143 V para regiões de corrente mais
positivas devido a forma protonada presente no pH 4 ou da forma não protonada
presente no pH 8 da isoniazida em solução, mostrando maior eletroatividade para a
superfície do eletrodo.
74
Figura 24 – Voltamogramas de pulso diferencial da solução padrão de INH 0,980 x 10-3 mol L1
em 0,1 mol L-1 KCl: linha preta – pH 4; linha vermelha – pH 8. Modulação de
amplitude:
0,050 V.
-4
2,0x10
-4
1,5x10
1,110
i/A
-4
1,0x10
1,253
-5
5,0x10
0,0
0,5
1,0
1,5
E/V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
5.1.2.1 Curva analítica em pH 4
A obtenção da curva analítica através da adição de padrão para a
quantificação do fármaco isoniazida em pH 4 foi feita utilizando a DPV em cloreto de
potássio 0,1 mol L-1, aplicando a faixa de potencial de -0,250 a 1,70 V para o
eletrodo de BDD. As curvas foram feitas em triplicata. A Figura 25 apresenta os
voltamogramas de DPV para a isoniazida. A partir da Figura observa-se um
incremento da corrente na medida em que a concentração de isoniazida aumenta.
Os valores da corrente foram usados para obter a curva analítica (corrente de pico
vs. concentração) e observou-se uma boa linearidade, pois o fator de correlação
linear (R2) foi próximo de 1. As repetições da curva analítica da isoniazida também
tiveram comportamentos similares, como observado na Figura 26, e proporcionando
bons fatores de correlação linear, como apresentado na Tabela 04.
75
-1
Figura 25 – Voltamogramas de pulso diferencial de solução padrão de INH em 0,1 mol L KCl
pH 4 com adição de (a) 0 mol L-1; (b) 0,249 mmol L-1; (c) 0,495 mmol L-1; (d) 0,739
-1
-1
-1
-1
mmol L ; (e) 0,980 mmol L ; (f) 1,22 mmol L ; (g) 1,46 mmol L ; (h) 1,69 mmol L
1
-1
; (i) 1,92 mmol L de INH. Modulação de amplitude: 0,050 V.
2,0x10
-4
160
140
120
1,5x10
i/mA
100
-4
80
i
60
40
i/A
20
1,0x10
y = 75,4x + 4,73
R² = 0,998
0
-4
0,0
0,5
1,0
1,5
-3
CINH/10 molL
5,0x10
2,0
-1
-5
a
0,0
0,0
0,5
1,0
1,5
E/V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
Figura 26 – Curvas de calibração das repetições das medidas voltamétricas da solução padrão de
INH em 0,1 mol L-1 KCl pH
160
140
120
i/mA
100
80
60
40
20
0
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
-3
4
1,2
-1
CINH/(10 molL )
Fonte: AUTOR, 2013
1,4
1,6
1,8
2,0
76
-1
Tabela 04 – Fatores de correlação linear das curvas de calibração obtidas para a INH em 0,1 mol L
KCl pH 4
Curva
Fator de Correlação
Linear (R2)
Primeira
0,997
Segunda
0,998
Terceira
0,998
5.1.2.2 Curva analítica em pH 8
A obtenção da curva analítica para a quantificação do fármaco isoniazida em
pH 8 foi feita utilizando a DPV em cloreto de potássio 0,1 mol L-1, aplicando a faixa
de potencial de -0,250 a 1,70 V para o eletrodo de BDD. As curvas foram obtidas em
triplicata. A Figura 27 apresenta os voltamogramas de DPV para a isoniazida.
Observa-se que, diferentemente do que ocorre em pH 4, a isoniazida não mantêm a
relação de linearidade nas duas últimas adições, 700 e 800 μL (1,69 e 1,92 mmol
L-1, respectivamente). Dessa forma, a curva analítica foi construída considerado os
seis primeiros pontos. Embora a isoniazida apresente boa linearidade, pois os
fatores de correlação linear (R2) são próximos de 1, como apresentado na Tabela
05.
77
-1
Figura 27 – Voltamogramas de pulso diferencial de solução padrão de INH em 0,1 mol L KCl
pH 4 com adição de (a) 0 mol L-1; (b) 0,249 mmol L-1; (c) 0,495 mmol L-1; (d) 0,739
-1
-1
-1
-1
mmol L ; (e) 0,980 mmol L ; (f) 1,22 mmol L ; (g) 1,46 mmol L ; (h) 1,69 mmol L
1
-1
; (i) 1,92 mmol L de INH. Modulação de amplitude: 0,050 V.
1,5x10
-4
80
1,0x10
-4
i/mA
60
i
40
i/A
20
y = 66,9x + 4,46
R² = 0,993
0
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
-3
5,0x10
1,0
1,2
1,4
-1
CINH/10 molL
-5
a
0,0
0,0
0,5
1,0
1,5
E/V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
Tabela 05 – Fatores de correlação linear das curvas de calibração obtidas para a INH em 0,1 mol L-1
KCl pH 8
Curva
Fator de Correlação
Linear (R2)
Primeira
0,993
Segunda
0,992
Terceira
0,993
Foi observado que com o aumento da concentração aumenta a corrente do
pico, mantendo uma boa dependência linear, em ambos os valores de pH, gerando
as seguintes equações de reta das curvas de calibração:
pH 4 =
(r = 0,998);
pH 8 =
(r = 0,993);
Os limites de detecção e quantificação foram calculados utilizando as
equações matemáticas apresentadas no Apêndice I. Os limites de detecção obtidos
para o pH 4 e pH 8 foram 1,85 μ mol L-1 (0,253 ppm) e 1,23 μmol L-1 (0,169 ppm),
78
respectivamente. Enquanto que os limites de quantificação obtidos para o pH 4 e pH
8 foram 0,00615 m mol L-1 (0,844 ppm) e 0,00408 mmol L-1 (0,560 ppm),
respectivamente.
Na literatura foram obtidos valores de limite de detecção utilizando outros
eletrodos de trabalho. Majidi et al. (2006) obteve o limite de detecção de 3,15 μmol
L-1 com o eletrodo de carbono vítreo modificado com polipirrol. Yan et al. (2011)
obteve o limite de detecção de 0,00850 μmol L-1 com o eletrodo de carbono vítreo
modificado com carbono mesoporoso e Nafion. Vale salientar, que ambos trabalhos
obteve esses limites de detecção baixos utilizando eletrodos modificados, e os
limites de detecção obtidos no presente trabalho, de 1,85 e 1,23 μmol L-1 para os pH
4 e 8, respectivamente, pode ser mais econômica, sem a necessidade da
modificação da superfície.
Após
essa
análise,
amostras
sintéticas
contendo
isoniazida
foram
selecionadas para proceder a quantificação da concentração do principio ativo
mediante o uso da técnica de DPV.
5.1.3 Determinação de INH em solução de concentração conhecida
5.1.3.1 Amostra sintética em pH 4
Utilizando o mesmo método de adição de padrão, uma amostra sintética foi
preparada pesando 0,0187 g de isoniazida, quantidade similar presente em um
comprimido de tratamento de tuberculose. Dessa forma, foi analisada uma solução
de concentração previamente conhecida. Os voltamogramas de pulso diferencial
obtidos da solução estão apresentados na Figura 28. Pode-se observar que, as
adições da solução padrão mantêm uma relação linear entre as curvas facilitando a
quantificação de isoniazida na amostra sintética.
79
-1
Figura 28 – Voltamogramas de pulso diferencial da solução de INH em 0,1 mol L KCl (pH 4)
usando o método de adição de padrão. (a) 800 μL da amostra sintética. (b) 0,122 mmol L-1 de
-1
-1
solução padrão. (c) 0,244 mmol L de solução padrão. (d) 0,365 mmol L μL de solução padrão.
Modulação de amplitude: 0,050 V.
6,0x10
-5
45
40
d
i/mA
35
30
25
4,0x10
-5
20
y = 73,8x + 18,3
R² = 0,999
15
0,0
0,1
0,2
-3
0,3
0,4
-1
i/A
CINH/10 molL
2,0x10
-5
a
0,0
0,5
1,0
1,5
E/V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
Os resultados da recuperação da isoniazida, na amostra sintética, são
apresentados na Tabela 06. A isoniazida apresentou uma recuperação de 128,23 a
137,28 % em relação à quantidade esperada de isoniazida na solução.
-1
Tabela 06 – Teste de Recuperação da INH na solução de concentração conhecida em 0,1 mol L KCl
pH 4
Medida
pH 4 (%)
Primeira
130,05
Segunda
137,28
Terceira
128,23
Assim, já que valores maiores do que 100% da quantidade esperada de
isoniazida na solução foram encontrados; realizou-se o mesmo teste utilizando água
deionizada com o objetivo de minimizar alguns possíveis interferentes (íons
dissolvidos) presentes na água destilada.
80
Na Figura 29 podem ser observados os voltamogramas da amostra sintética
de isoniazida em água deionizada. Os resultados foram similares aos apresentados
na Figura 28, descartando possíveis interferentes na água destilada. Os valores de
recuperação da isoniazida são apresentados na Tabela 07.
Figura 29 – Voltamogramas de pulso diferencial da solução de INH em 0,1 mol L-1 KCl (pH 4) em
água deionizada usando o método de adição de padrão. (a) 800 μL da solução
sintética. (b) 0,122 mmol L-1 de solução padrão. (c) 0,244 mmol L-1 de solução padrão.
(d) 0,365 mmol L-1 de solução padrão. Modulação de amplitude: 0,050 V.
-5
6,0x10
45
d
40
i/mA
35
30
-5
4,0x10
25
y = 69,6x + 20,5
R² = 0,999
20
0,0
0,1
0,2
0,3
-3
0,4
-1
i/A
CINH/(10 molL )
-5
2,0x10
a
0,0
0,5
1,0
1,5
E/V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
Tabela 07 – Teste de Recuperação da INH na solução em 0,1 mol L-1 KCl pH4 em água deionizada
Medida
pH 4 (%)
Primeira
135,85
Segunda
137,48
Terceira
127,33
5.1.3.2 Amostra sintética em pH 8
Usando o mesmo método aplicado anteriormente, na Figura 30 estão os
voltamogramas de DPV obtidos da solução em pH 8. Pode-se observar que, de
forma semelhante à amostra sintética em pH 4, as adições da solução padrão
81
mantêm uma relação linear em função da corrente elétrica, tanto em água destilada
assim como em água deionizada.
Figura 30 – Voltamogramas de pulso diferencial da solução de INH em 0,1 mol L-1 KCl (pH 8) usando o
-1
método de adição de padrão. (a) 800 μL da amostra sintética. (b) 0,122 mmol L de solução
-1
-1
padrão. (c) 0,244 mmol L de solução padrão. (d) 0,365 mmol L de solução padrão.
Modulação de amplitude: 0,050 V.
32
30
-5
28
4,0x10
d
26
i/mA
24
22
20
18
-5
3,0x10
y = 43,5x + 15,4
R² = 0,999
16
14
0,0
0,1
0,2
-3
0,3
0,4
-1
i/A
CINH/(10 molL )
-5
2,0x10
a
-5
1,0x10
0,0
0,5
1,0
1,5
E/V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
Entretanto, os resultados da recuperação da isoniazida, apresentados na
Tabela 08, foram de 98,95 a 102,64 % em relação à quantidade esperada de
isoniazida na solução.
Tabela 08 – Teste de Recuperação da INH na solução de concentração conhecida em 0,1 mol L-1 KCl
pH 8
Medida
pH 8 (%)
Primeira
101,13
Segunda
98,950
Terceira
102,64
82
Comparando os valores obtidos nos pH 4 e 8, observa-se que em pH 8 os
valores estão em torno de 100%, enquanto que em pH 4, os valores apresentados
na Tabela 06 chegam a atingir um erro acima de 30%.
5.1.4 Estabilidade da INH
A estabilidade da isoniazida foi analisada por DPV usando o método de
adição de padrão, fazendo uma medida por semana da mesma solução de padrão
durante
um
mês.
Observou-se
que
as
curvas
apresentaram
o
mesmo
comportamento, não havendo grandes diferenças entre os valores de corrente,
como mostrado na Figura 31. Os valores obtidos correspondentes à recuperação da
INH ficaram entre 82,02 e 91,06 %, como mostrado na Tabela 09, em relação à
quantidade esperada de isoniazida na solução.
Figura 31 – Curvas de calibração das quatro medidas obtidas durante um mês da solução padrão de
INH 1,92 x10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4.
Primeira Curva
Segunda Curva
Terceira Curva
Quarta Curva
35
30
i/mA
25
20
15
10
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
-3
0,25
-1
CINH/(10 molL )
Fonte: AUTOR, 2013
0,30
0,35
0,40
83
Tabela 09 – Valores de Recuperação de INH na solução padrão durante um mês
Semana
Recuperação de INH (%)
Primeira
91,06
Segunda
82,07
Terceira
90,41
Quarta
84,65
5.1.5 Determinação da INH em comprimidos
Após a otimização e padronização da metodologia de DPV, uma amostra real
de um combinado farmacêutico, composta pelos quatro fármacos – isoniazida,
etambutol, rifampicina e pirazinamida – foi analisada pelo método de adição de
padrão. O voltamograma do comprimido, que é apresentado na Figura 32, apresenta
três picos em 0,436, 1,025 e 1,322 V. O primeiro e o segundo picos são atribuídos
ao
fármaco
rifampicina,
devido
aos
resultados
que
serão
apresentados
posteriormente, enquanto que o terceiro pico é atribuído à isoniazida. Como primeira
indicação, cabe ressaltar que comparando os voltamogramas de pulso diferencial do
eletrólito em pH 4 e pH 8, observa-se que o voltamograma da solução em pH 8
apresenta picos parcialmente mais definidos do que o voltamograma da solução em
pH 4.
84
-1
Figura 32 – Voltamogramas de pulso diferencial do comprimido em 0,1 mol L KCl (1) pH 4 e (2) pH
8. (a) e (b) RIF. (c) INH. Modulação de amplitude: 0,050 V.
-5
3,0x10
2
-5
2,5x10
1
-5
2,0x10
c
i/A
-5
1,5x10
b
-5
1,0x10
b
a a
-6
5,0x10
0,0
0,0
0,5
1,0
1,5
E/V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
O método de análise utilizado foi o método de adição de padrão, consistindo
em adicionar um volume conhecido de amostra na célula eletroquímica e depois
fazer três adições de solução padrão de concentração conhecida. A Figura 33
apresenta os voltamogramas de DPV do comprimido em pH 8. Observa-se que há o
aumento linear do pico (c) com o aumento da concentração da solução padrão de
isoniazida, comprovando-se que o pico realmente corresponde ao processo
irreversível da isoniazida.
85
-1
Figura 33 – Voltamogramas de pulso diferencial do comprimido em 0,1 mol L KCl (pH 8) usando o
método de adição da solução padrão da INH. (a) sem presença da solução padrão de
-1
-1
INH. (b) 0,122 mmol L de solução padrão. (c) 0,244 mmol L de solução padrão. (d)
-1
0,365 mmol L de solução padrão. Modulação de amplitude: 0,050 V.
-5
3,5x10
-5
d
-5
c
3,0x10
i/A
2,5x10
-5
b
2,0x10
a
-5
1,5x10
-5
1,0x10
-6
5,0x10
0,0
0,0
0,5
1,0
1,5
E / V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
Os resultados da recuperação da isoniazida, em ambos valores de pH, são
apresentados na Tabela 10. A isoniazida apresentou uma recuperação de 65,71 a
110,8% dependendo o pH usado, em relação à quantidade esperada de isoniazida
na amostra.
Tabela 10 – Teste de Recuperação da INH na amostra de comprimido em 0,1 mol L-1 KCl
Medida
pH 4 (%)
pH 8 (%)
Primeira
66,10
71,99
Segunda
81,90
110,8
Terceira
65,71
95,73
Os dados mostraram que os melhores resultados foram obtidos com o
eletrólito em pH 8. Diante deste comportamento, o método proposto pode ser usado
para a determinação da isoniazida em formulações farmacêuticas, preferencialmente
em pH 8. Contrária aos resultados que até tem sido apresentados, uma vez que na
amostra em pH 4 há uma grande perda de material, que pode ser devido aos
86
interferentes, baixa solubilização, ou influência das outras espécies ativas
(protonadas/não-protonadas) na forma farmacêutica em pH 4, interferindo com o
sinal correspondente a isoniazida.
Na literatura tem alguns trabalhos sobre a determinação de isoniazida em
formulações farmacêuticas usando métodos eletroquímicos. Tong et al. (1997)
determinaram a isoniazida em comprimidos usando o método coulométrico
utilizando o eletrodo de carbono vítreo como eletrodo de trabalho. A recuperação da
isoniazida foi entre 87,0 e 95,0 % da quantidade esperada do fármaco, enquanto
que pelo método espectrofotométrico de absorção na região do ultravioleta foi entre
86,0 e 91,0 %. Hamman et al. (2004) determinaram a isoniazida em formulações
farmaceuticas usando a voltametria de onda quadrada com eletrodo de pasta de
carbono. A recuperação da isoniazida foi 101% utilizando o método de curva
analítica e de 99,5% da quantidade esperada de isoniazida usando o método de
adição de padrão. Gao et al. (2006) determinaram a isoniazida em injeção e
comprimido usando a voltametria de onda quadrada com eletrodo de platina
modificado com (FcM)TMA. A recuperação da isoniazida foi entre 99,7 e 101% da
quantidade esperada de fármaco para a injeção e, entre 98,9 e 101% da quantidade
esperada do fármaco para o comprimido. Majidi et al. (2006) determinaram a
isoniazida em formulas farmacêuticas usando a voltametria cíclica e amperometria.
A recuperação foi de 98,5% para o método voltametrico e, de 98,9% para o método
amperometrico. Yang et al. (2008) determinaram a isoniazida em comprimido e
injeção usando eletrodo de carbono vítreo modificado com ácido aminosulfônico.
Com o método proposto, obteve-se a recuperação da isoniazida entre 95,2 e 103%
da quantidade esperada de INH para o comprimido e, entre 98,6 e 102% da
quantidade esperada do fármaco para a injeção. Bergamini et al. (2010)
determinaram a isoniazida em urina humana usando a voltametria de pulso
diferencial com eletrodo de carbono impresso modificado com poli-L-histidina. A
recuperação da isoniazida foi entre 96,8 e 104% da quantidade esperada do
fármaco. Yan et al. (2011) determinaram a isoniazida usando um método
cronoamperométrico com eletrodo de carbono vítreo modificado com OMC-Nafion. A
recuperação do fármaco foi entre 96,4 e 102 %.
O que pode ser observado é que os métodos eletroquímicos mostram-se
eficientes na determinação da isoniazida quando comparado ao método padrão da
87
farmacopeia brasileira, que é a espectroscopia de absorção direta na região do
ultravioleta com o comprimento de onda de 265 nm (BRASIL, 2010).
5.1.6 Interferentes
Devido a pouca recuperação da isoniazida na amostra da forma farmacêutica
em pH 4, foi investigado se algum principio ativo no comprimido pode estar
interferindo durante a medida. Na Figura 32 é possível observar que a isoniazida e
rifampicina têm picos que podem afetar seus sinais entre eles. Dessa forma, foi
estudado se a rifampicina pode causar interferência na determinação da isoniazida,
e vice-versa, como apresentado nas Figuras 34 e 35.
Figura 34 – Voltamogramas de pulso diferencial da solução padrão de INH 1,92 x 10-3 mol L-1 em 0,1
mol L-1 KCl (pH 4) juntamente com a curva analítica, (a) na ausência de RIF e com as
concentrações de RIF de b até f: 0,308, 0,614, 0,916, 1,21 e 1,51 x 10-4 mol L-1.
Modulação de amplitude: 0,050 V.
3,0x10
-5
1,2
2,5x10
1,0
-5
a bc
d
2,0x10
-5
i / mA
0,8
0,6
0,4
e
f
i/A
0,2
1,5x10
-5
0,0
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
-3
0,5
0,6
-1
CINH / (10 molL )
1,0x10
-5
5,0x10
-6
0,0
0,0
0,5
1,0
E / V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
1,5
88
-4
-1
Figura 35 – Voltamogramas de pulso diferencial da solução padrão de RIF 1,21 x 10 mol L em 0,1
mol L-1 KCl (pH 4) juntamente com a curva analítica, (a) na ausência de INH e com
-3
-1
concentrações de INH de b até f: 0,495, 0,980, 1,46, 1,92 e 2,38 x 10 mol L .
Modulação de amplitude: 0,050 V.
-5
4,0x10
35
f
30
-5
3,5x10
25
3,0x10
i / mA
-5
e
20
d
15
-5
i/A
2,5x10
10
5
y = 48,5x + 0,686
R² = 0,998
-5
2,0x10
c
0
0,0
0,1
-5
0,2
0,3
0,4
-3
1,5x10
0,5
0,6
Fonte:
0,7
-1
CINH / (10 molL )
AUTOR,
2013
b
-5
1,0x10
-6
a
5,0x10
0,0
0,0
0,5
1,0
1,5
E / V (vs. Ag/AgCl)
Quando há adição do padrão de rifampicina à solução de isoniazida,
representado na Figura 34, não aparece o segundo pico atribuído à rifampicina,
porém o primeiro pico aumenta linearmente, mas depois se estabiliza. Porém
quando há adição de padrão de isoniazida a solução de rifampicina, como
apresentado na Figura 35, o segundo pico da rifampicina é totalmente encoberto
pelo pico da isoniazida, havendo uma relação linear entre a corrente e a
concentração de isoniazida. Assim, altas concentrações de rifampicina podem afetar
a detecção de isoniazida devido à instabilidade da corrente; assim como, adições de
isoniazida em solução favorecem uma recuperação mais eficiente a pH 4, devido à
interferência da rifampicina presente no comprimido.
89
5.1.7 Degradação da INH
Depois de um período de mais ou menos seis meses, a isoniazida degrada
quando não armazenada de maneira correta. Na Figura 36 apresenta os
voltamogramas de três soluções padrão de isoniazida feitas em diferentes períodos.
-3
-1
Figura 36 – Voltamograma de pulso diferencial das soluções padrão de INH 1,92 x 10 mol L em
0,1 mol L-1 KCl. (a) no início dos experimentos; (b) depois de seis meses; (c) novo
padrão sólido. Modulação de amplitude: 0,050 V.
-4
1,5x10
-4
1,2x10
a
-5
9,0x10
i/A
c
-5
6,0x10
b
-5
3,0x10
0,0
0,5
1,0
1,5
E/V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
Pode-se observar que quando a isoniazida está degradada (b) apresenta um
pico deslocado para valores mais positivos de potencial, chegando a ter um
deslocamento de 0,239 V em relação ao voltamograma da solução de isoniazida (a)
usada no início das análises. Devido a esse problema, a amostra do padrão de
isoniazida foi substituída, obtendo-se um voltamograma semelhante (c) ao
apresentado no início das análises.
90
5.2 ETAMBUTOL
5.2.1 Perfil eletroquímico
O estudo inicial do fármaco etambutol foi realizado utilizando a voltametria
cíclica em cloreto de potássio 0,1 mol L-1 em pH 4, aplicando a faixa de potencial de
-0,250 a 1,70 V para o eletrodo de BDD. A Figura 37 apresenta o voltamograma
cíclico para o etambutol. O fármaco apresenta um processo irreversível, com um
pico de oxidação em 1,422 V. Não foi possível fazer esse mesmo estudo com um
eletrodo de carbono vítreo devido ao processo ocorrer em valores muito positivos de
potencial.
Figura 37 – Voltamograma cíclico da solução padrão de EMB 1,92 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol
L-1 KCl pH 4 com eletrodo de trabalho de BDD. Velocidade de varredura: 0,100 Vs-1.
-4
1,00x10
-5
7,50x10
-5
i/A
5,00x10
1,422
-5
2,50x10
0,00
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
E/V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
Um segundo estudo do etambutol foi realizado utilizando a voltametria de
pulso diferencial em cloreto de potássio 0,1 mol L-1 em pH 4, aplicando a faixa de
potencial de -0,250 a 2,10 V para o eletrodo de BDD. A Figura 38 apresenta o
voltamograma de pulso diferencial para o etambutol. O fármaco apresenta um pico
em 1,789 V. Como o etambutol apresenta um processo de oxidação com valor de
91
potencial muito alto positivamente, não foi possível analisá-lo com o eletrodo de
carbono vítreo, pois a reação de formação de oxigênio, favorecida em valores
superiores de potencial, impede a visualização do processo.
-3
Figura 38 – Voltamograma de pulso diferencial da solução padrão de EMB 1,92 x 10
mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com eletrodo de trabalho de BDD. Modulação de
amplitude: 0,050 V.
-4
4,0x10
-4
3,0x10
i/A
-4
2,0x10
1,789
-4
1,0x10
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
E/V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
5.2.2 Voltametria de pulso diferencial
5.2.2.1 Curva analítica em pH 4
A curva analítica para a quantificação do fármaco etambutol em pH 4 foi
obtida utilizando a DPV em cloreto de potássio 0,1 mol L-1, aplicando a faixa de
potencial de -0,250 a 2,10 V para o eletrodo de BDD. As curvas foram realizadas em
triplicata. A Figura 39 apresenta os voltamogramas de pulso diferencial para o
etambutol e observou-se que as adições de 100 e 200 μL (0,249 e 0,495 mmol L-1)
não apresentavam picos referentes ao etambutol, assim só começou a ser
observado a partir da adição de 300 μL (0,739 mmol L-1). As curvas de calibração
para o etambutol apresentaram boa linearidade, como apresentado na Tabela 11.
92
Figura 39 – Voltamogramas de pulso diferencial de solução padrão de EMB em KCl 0,1 mol L-1 pH 4
-1
-1
-1
com adição de (a) 0,249 mmol L ; (b) 0,495 mmol L ; (c) 0,739 mmol L ; (d) 0,980
-1
-1
-1
-1
mmol L ; (e) 1,22 mmol L ; (f) 1,46 mmol L ; (g) 1,69 mmol L ; (h) 1,92 mmol L-1 de
EMB. Modulação de amplitude: 0,050 V.
-4
6,0x10
40
35
30
-4
4,0x10
i/mA
25
20
15
y = 20,4x - 3,25
R² 0,993
i/A
10
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
-3
1,6
1,8
2,0
h
-1
CEMB/(10 molL )
-4
2,0x10
a
0,0
1,25
1,50
1,75
2,00
2,25
E/V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
Tabela 11 – Fatores de correlação linear das curvas de calibração obtidas para o EMB em 0,1 mol L-1
KCl pH 4
Curva
Fator de Correlação
Linear (R2)
Primeira
0,992
Segunda
0,981
Terceira
0,988
5.2.2.2 Curva analítica em pH 8
A obtenção da curva analítica para a quantificação do fármaco etambutol em
pH 8 foi obtida utilizando a DPV em cloreto de potássio 0,1 mol L-1, aplicando a faixa
de potencial de -0,250 a 2,10 V para o eletrodo de BDD. As curvas foram feitas em
triplicata. A Figura 40 apresenta os voltamogramas de pulso diferencial para o
93
etambutol. Enquanto que no pH 4, o pico começa a ser observado a partir da adição
de 300 μL (0,739 mmol L-1), em pH 8, este sinal começa a ser observado a partir de
200 μL (0,495 mmol L-1). Dessa forma, para a curva analítica foi considerado mais
um ponto em relação à curva em pH 4. Embora o EMB apresente boa linearidade,
como apresentado na Tabela 12, os fatores de correlação linear obtidos em pH 4
foram melhores do que os fatores obtidos em pH 8.
Figura 40 – Voltamogramas de pulso diferencial de solução padrão de etambutol 0,05 mol L-1 em 0,1
-1
-1
-1
mol L KCl pH 8 com adição de (a) 0,249 mmol L ; (b) 0,495 mmol L ; (c) 0,739 mmol
-1
-1
-1
-1
-1
L ; (d) 0,980 mmol L ; (e) 1,22 mmol L ; (f) 1,46 mmol L ; (g) 1,69 mmol L ; (h) 1,92
-1
mmol L de EMB. Modulação de amplitude: 0,050 V.
-4
4,0x10
40
35
30
-4
3,0x10
i/mA
25
20
15
10
i/A
-4
2,0x10
5
y = 22,7x - 5,34
R² = 0,993
0
0,0
0,4
0,8
1,2
-3
1,6
h
2,0
-1
CEMB/(10 molL )
-4
1,0x10
a
0,0
1,25
1,50
1,75
2,00
2,25
E/V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
Tabela 12 – Fatores de correlação linear das curvas de calibração obtidas para o EMB em 0,1 mol L-1
KCl pH 8
Curva
Fator de Correlação
Linear (R2)
Primeira
0,974
Segunda
0,993
Terceira
0,985
94
Foi observado que com o aumento da concentração aumenta o valor da
corrente do pico, mantendo uma boa dependência linear em ambos valores de pH,
gerando as seguintes equações da reta das curvas de calibração:
pH 4 =
(r = 0,993);
pH 8 =
(r= 0,993);
Os limites de detecção e quantificação foram calculados utilizando as
equações matemáticas apresentadas no Apêndice I. Os limites de detecção obtidos
para o pH 4 e pH 8 foram 1,40 μmol L-1 (0,283 ppm) e 1,91 μmol L-1 (0,390 ppm),
respectivamente. Enquanto que os limites de quantificação obtidos para o pH 4 e pH
8 foram 0,00463 mmol L-1 (0,944 ppm) e 0,00637 mmol L-1 (1,30 ppm),
respectivamente.
Após
essa
analise,
amostras
sintéticas
contendo
etambutol
foram
selecionadas para quantificar a concentração do principio ativo mediante do uso da
técnica de DPV.
5.2.3 Determinação de EMB em solução de concentração conhecida
5.2.3.1 Solução em pH 4
Uma amostra sintética foi preparada pesando 0,0687 g de etambutol,
quantidade similar ao presente num comprimido de tratamento de tuberculose.
Dessa forma, foi analisada uma amostra sintética de concentração previamente
conhecida, a fim de aperfeiçoar a metodologia. Os voltamogramas de pulso
diferencial obtidos da amostra sintética são apresentados na Figura 41 e pode-se
observar que, as adições da solução padrão aumentam fracamente a corrente.
95
-1
Figura 41 – Voltamogramas de pulso diferencial da solução de EMB em 0,1 mol L KCl (pH 4)
usando o método de adição de padrão. (a) 800 μL da solução-amostra. (b) 0,122
-1
-1
-1
mmol L de solução padrão. (c) 0,244 mmol L de solução padrão. (d) 0,365 mmol L
de solução padrão. Modulação de amplitude: 0,050 V.
-4
3,0x10
18
16
14
12
-4
2,0x10
i/mA
10
8
6
4
i/A
2
y = 35,6x + 2,92
R² = 0,976
d
0
0,0
0,1
0,2
-3
0,3
0,4
-1
CEMB/(10 molL )
-4
1,0x10
a
0,0
1,5
2,0
E/V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
Os resultados da recuperação de etambutol são apresentados na Tabela 13.
O etambutol apresentou uma recuperação de 22,65, 16,27 e 31,97 % em relação à
quantidade esperada de etambutol na amostra sintética.
-1
Tabela 13 – Teste de Recuperação do EMB na solução de concentração conhecida em 0,1 mol L
KCl pH 4
Medida
pH 4 (%)
Primeira
22,65
Segunda
16,27
Terceira
31,97
5.2.3.2 Solução em pH 8
Usando o mesmo método aplicado anteriormente, na Figura 42 estão os
voltamogramas de pulso diferencial obtidos da solução em pH 8. Pode-se observar
96
que, de forma semelhante à amostra sintética em pH 4, as adições da solução
padrão aumenta a corrente.
Figura 42 – Voltamogramas de pulso diferencial da solução de EMB em 0,1 mol L-1 KCl (pH 8)
usando o método de adição de padrão. (a) 800 μL da solução-amostra. (b) 0,122
-1
-1
mmol L de solução padrão. (c) 0,244 mmol L de solução padrão. (d) 0,365 mmol L
1
de solução padrão. Modulação de amplitude: 0,050 V.
-4
2,0x10
10
9
8
7
-4
i/mA
1,5x10
6
5
d
4
i/A
3
1,0x10
-4
y = 18,2x + 2,70
R² = 0,998
2
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
-3
-1
0,30
0,35
0,40
CEMB/(10 molL )
5,0x10
a
-5
0,0
1,25
1,50
1,75
2,00
2,25
E/V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
Os resultados da recuperação do etambutol são apresentados na Tabela 14.
O etambutol apresentou uma recuperação de 41,03, 31,08 e 51,66 % em relação à
quantidade esperada de etambutol na solução.
-1
Tabela 14 – Teste de Recuperação do EMB na solução de concentração conhecida em 0,1 mol L
KCl pH 8
Medida
pH 8 (%)
Primeira
41,03
Segunda
31,08
Terceira
51,66
97
Comparando os valores obtidos nos pH 4 e 8, observa-se que os melhores
resultados foram os obtidos em pH 8, porém os valores de recuperação do
etambutol em relação à quantidade de etambutol na solução são muito baixos.
Assim, o método não se mostrou eficaz na quantificação de etambutol na solução.
5.2.3 Determinação de EMB em comprimidos
A amostra do combinado farmacêutico, composta pelos quatro fármacos –
isoniazida, etambutol, rifampicina e pirazinamida – foi analisada pelo método de
adição de padrão. Como o etambutol tem valor de potencial positivo muito alto, o
sinal devido ao etambutol mostrou correntes baixas, como pode ser observado na
Figura 43, voltamogramas de DPV obtidos nos pH 4 e 8 sobrepostos.
Figura 43 – Voltamogramas de pulso diferencial da amostra do comprimido em 0,1 mol L-1 KCl (1)
pH 4 e (2) pH 8. (a) e (b) RIF; (c) INH; (d) EMB. Modulação de amplitude: 0,050 V.
-4
3,0x10
-4
2,0x10
i/A
1
-4
d
1,0x10
2
b
a
c
0,0
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
E/V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
O método de análise utilizado foi o método de adição de padrão, similarmente
ao método usado com a isoniazida. A Figura 44 apresenta os voltamogramas de
pulso diferencial da amostra do comprimido em pH 4. Observa-se que há um
aumento linear do pico do EMB, em termos de corrente, conjuntamente com o
98
aumento da concentração da solução padrão, assim comprova-se que o pico
realmente corresponde ao processo irreversível do etambutol.
Figura 44 – Voltamogramas de pulso diferencial do comprimido em 0,1 mol L-1 KCl (pH 4) usando o
método de adição de padrão EMB. (a) sem presença de padrão EMB. (b) 0,122 mmol L
1
-1
-1
de solução padrão. (c) 0,244 mmol L de solução padrão. (d) 0,365 mmol L de
solução padrão. Modulação de amplitude: 0,050 V.
-4
4,0x10
25
20
15
-4
i/mA
3,0x10
10
5
i/A
d
y = 30,5x + 4,19
R² = 0,978
-4
2,0x10
0
0,0
0,2
0,4
-3
0,6
0,8
-1
CEMB/(10 molL )
-4
1,0x10
a
0,0
1,50
1,75
2,00
2,25
E/V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
Os resultados da recuperação da etambutol são apresentados na Tabela 15,
sendo que valores entre 61,05 a 64,42 % em pH 4 foram obtidos, em relação à
quantidade esperada de etambutol na solução. Valores baixos de recuperação foram
obtidos em pH 8, indicando que o sinal deveria ser aperfeiçoado em termos de altura
ou área do pico, a fim de aumentar a sensibilidade do método.
Tabela 15 – Teste de Recuperação do EMB na amostra de comprimido em 0,1 mol L-1 KCl
Medida
pH 4 (%)
pH 8 (%)
Primeira
61,05
32,11
Segunda
63,08
68,69
Terceira
64,42
30,78
99
Os dados mostraram que os melhores resultados foram obtidos com o
eletrólito em pH 4. Porém, a quantidade de recuperação do etambutol na amostra foi
muito baixa, assim o método não é eficiente para a quantificação do fármaco na
solução utilizando o eletrodo de diamante dopado com boro.
5.3 RIFAMPICINA
5.3.1 Perfil eletroquímico
O estudo inicial do fármaco rifampicina foi feito utilizando a voltametria cíclica
em cloreto de potássio 0,1 mol L-1 em pH 8, aplicando a faixa de potencial de -0,250
a 1,70 V para o eletrodo de BDD. A Figura 45 apresenta o voltamograma cíclico para
a rifampicina. O fármaco apresenta dois processos irreversíveis, dos quais o primeiro
pico em 0,490 V e o segundo em 1,051 V.
Figura 45 – Voltamograma cíclico da solução padrão de rifampicina 6,2 x 10-3 mol L-1 em 0,1
mol L-1 KCl pH 8 com eletrodo de trabalho de BDD. Velocidade de varredura:
0,100 Vs-1.
-5
6,0x10
-5
i/A
4,0x10
-5
2,0x10
1,05
0,490
0,0
0,0
0,5
1,0
E/V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
1,5
100
Um segundo estudo preliminar da rifampicina foi desenvolvido utilizando a
DPV em cloreto de potássio 0,1 mol L-1 em pH 4 e pH 8, aplicando a faixa de
potencial de -0,250 a 1,70 V para o eletrodo de BDD. A Figura 46 apresenta o
voltamograma de pulso diferencial para a rifampicina em pH 8. O fármaco apresenta
dois picos em 0,422 e 0,960 V, respectivamente; como já observado na voltametria
cíclica. O mesmo comportamento foi observado em soluções com pH 4, destacandose um pequeno deslocamento de ambos os picos para valores menos positivos de
potencial.
Figura 46 – Voltamograma de pulso diferencial da solução padrão de rifampicina 6,2
-3
-1
-1
x 10 mol L em 0,1 mol L KCl pH 8 com eletrodo de trabalho de BDD. Modulação de
amplitude: 0,050 V.
-5
1,2x10
-5
1,0x10
0,960
-6
8,0x10
i/A
0,422
-6
6,0x10
-6
4,0x10
-6
2,0x10
0,00
0,25
0,50
0,75
1,00
1,25
1,50
E/V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
Baseados nos resultados obtidos durante a detecção de rifampicina e testes
de solubilidade, o pH 8 foi preferencialmente escolhido para os experimentos de
quantificação devido maior solubilidade e próximo ao pKa da rifampicina, 7,9.
101
5.3.2 Voltametria de pulso diferencial
5.3.2.1 Curva analítica em pH 8
Como o fármaco rifampicina apresentou melhor solubilidade em pH 8, o
estudo da curva analítica para a sua quantificação foi feita apenas nesse pH. Esse
estudo foi desenvolvido utilizando a DPV em cloreto de potássio 0,1 mol L-1,
aplicando a faixa de potencial de -0,250 a 1,80 V para o eletrodo de BDD, como
apresenta a Figura 47.
Figura 47 – Voltamogramas de pulso diferencial de solução padrão de rifampicina 6,2 x 10-3 mol L-1
em 0,1 mol L-1 KCl pH 8 com adição de (a) 0,308 x 10-4 mol L-1; (b) 0,614 x 10-4 mol L-1; (c) 0,916 x
10-4 mol L-1; (d) 1,21 x 10-4 mol L-1; (e) 1,51 x 10-4 mol L-1; (f) 1,81 x 10-4 mol L-1; (g) 2,10 x 10-4 mol
L-1; (h) 2,38 x 10-4 mol L-1. Juntamente com a curva analítica: pontos pretos – primeiro pico; pontos
vermelhos – segundo pico. Modulação de amplitude: 0,050 V.
-5
2,5x10
6
5
y = 23,9x + 0,685
R² = 0,997
-5
2,0x10
i/mA
4
3
2
-5
1,5x10
y = 17,3x + 0,162
R² = 0,997
i/A
1
0
0,00
-5
h
0,04
0,08
1,0x10
0,12
-3
0,16
0,20
-1
CRIF/10 molL
-6
5,0x10
a
0,0
0,0
0,5
1,0
1,5
E/V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
As adições foram feitas de 100 μL (0,0308 mmol L-1) a 800 μL (0,238 mmol-1)
de solução padrão de rifampicina. As duas primeiras curvas apresentaram boa
linearidade até 700 μL (0,210 mmol L-1). Porém a partir dessa adição de padrão, o
voltamograma apresentou um comportamento decrescente. A corrente diminui com
o aumento da concentração, o que caracteriza que o composto está adsorvendo-se
102
na
superfície
do
eletrodo.
Os
dois
picos
apresentaram
comportamentos
semelhantes, como pode ser observado na curva analítica obtida a partir da relação
entre a concentração e a altura de pico em termos de corrente elétrica, conforme
mostrada na Figura 47.
5.3.3 Determinação de RIF em comprimidos
A amostra do combinado farmacêutico, composta pelos quatro fármacos –
isoniazida, etambutol, rifampicina e pirazinamida – foi analisada pelo método de
adição de padrão. A rifampicina apresenta dois picos distintos no perfil da amostra.
Como a rifampicina apresentou melhor solubilidade em meio básico, foi realizado a
análise apenas em pH 8. Na Figura 48 apresenta o voltamograma de pulso
diferencial obtido em pH 8.
Figura 48 – Voltamograma de pulso diferencial da amostra de comprimido em 0,1 mol L-1 KCl pH 8.
(a) RIF. Modulação de amplitude: 0,050 V.
-5
2,0x10
-5
i/A
1,5x10
-5
1,0x10
a
a
-6
5,0x10
0,0
0,0
0,5
1,0
1,5
E/V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
Com a adição de solução padrão de rifampicina, a espécie ativa apresentou
um comportamento oposto ao que era esperado. Esperava-se que com o aumento
da concentração, houvesse o aumento da corrente pico. No entanto, conforme visto
103
na Figura 49, isso não acontece. Quando aumenta a concentração, o pico apresenta
um menor valor de corrente em relação ao ponto medido anteriormente. Isso é
indicativo de que o composto está adsorvendo na superfície do eletrodo. Dessa
forma, não foi possível quantificar a rifampicina. Esta característica é típica de
compostos com uma estrutura química consideravelmente grande, em que alguns
grupos funcionais são parcialmente oxidados e outros mostram alta eletroatividade
pela superfície do eletrodo, adsorvendo-se rapidamente, passivando totalmente sua
superfície para possíveis detecções. Alem disso, este resultado confirma o efeitointerferente que a rifampicina pode desenvolver durante a quantificação de
isoniazida em altas concentrações.
Figura 49 – Voltamogramas de pulso diferencial do comprimido em 0,1 mol L-1 KCl (pH 4) usando o
método de adição de padrão de RIF. Linha azul – sem presença de padrão RIF. Linha preta – 0,308
x 10-4 mol L-1 de solução padrão de RIF. Linha vermelha – 0,614 x 10-4 mol L-1 de solução padrão de
RIF. Linha verde – 0,916 x 10-4 mol L-1 de solução padrão de RIF. Modulação de amplitude: 0,050 V.
2,4
-5
2,0x10
2,2
i/mA
2,0
-5
1,5x10
1,8
1,6
i/A
1,4
1,2
-5
0
1,0x10
10
20
30
-6
40
50
-1
CRIF/(10 molL )
-6
5,0x10
0,0
0,0
0,5
1,0
E/V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
1,5
104
5.4 PIRAZINAMIDA
5.4.1 Perfil eletroquímico
O estudo inicial do fármaco pirazinamida foi feito utilizando a voltametria
cíclica em cloreto de potássio 0,1 mol L-1 em pH 4, aplicando a faixa de potencial de
-0,700 a 1,00 V para o eletrodo de BDD e de -0,900 a 0,900 V para o eletrodo de
GC. As Figuras 50 e 51 apresentam os voltamogramas cíclicos para a pirazinamida
com os eletrodos de trabalho de BDD e GC, respectivamente. O fármaco apresenta
um processo irreversível de oxidação, em que no eletrodo de BDD está em 0,126 V
e no eletrodo de GC é observado em 0,177 V, apresentando deslocamento de 0,051
V devido à natureza do material usado como eletrodo de trabalho.
Figura 50 – Voltamograma cíclico da solução padrão de PZA 1,92 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol
L-1 KCl pH 4 com eletrodo de trabalho de BDD. Velocidade de varredura: 0,100 Vs-1.
2,0x10
-4
0,126
i/A
0,0
-2,0x10
-4
-4,0x10
-4
-6,0x10
-4
-0,5
0,0
E/V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
0,5
1,0
105
-3
-1
Figura 51 – Voltamograma cíclico da solução padrão de PZA 1,92 x 10 mol L em 0,1 mol
L-1 KCl pH 4 com eletrodo de trabalho de GC. Velocidade de varredura: 0,100 Vs-5
1,0x10
0,177
-6
5,0x10
0,0
-6
-5,0x10
i/A
-5
-1,0x10
-5
-1,5x10
-5
-2,0x10
-5
-2,5x10
-5
-3,0x10
-0,5
0,0
0,5
1,0
E/V (vs. Ag/AgCl)
1
.
Fonte: AUTOR, 2013
Um segundo estudo da pirazinamida foi feito utilizando a voltametria de pulso
diferencial em cloreto de potássio 0,1 mol L-1 em pH 4, aplicando a faixa de potencial
de -0,600 a 0,600 V para o eletrodo de BDD e de -0,900 a 0,900 V para o eletrodo
de GC. A Figura 52 apresenta o voltamograma de pulso diferencial para a
pirazinamida com o eletrodo de trabalho de BDD, sendo observado um pico de
oxidação em 0,082 V.
106
-3
Figura 52 – Voltamograma de pulso diferencial da solução padrão de PZA 1,92 x 10
mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com eletrodo de trabalho de BDD. Modulação de amplitude:
0,050 V.
-4
1,0x10
-5
8,0x10
0,082
i/A
-5
6,0x10
-5
4,0x10
-5
2,0x10
-0,5
0,0
0,5
E/V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
5.4.2 Determinação da faixa de concentração
Para a determinação da faixa de concentração para o estudo da pirazinamida
foi utilizada a voltametria de pulso diferencial em cloreto de potássio 0,1 mol L-1 em
pH 4 com adições de 200 a 3000 μL da solução padrão de pirazinamida 0,05 mol L-1.
A Figura 53 ilustra a curva analítica das adições de 200 (0,980 mmol L-1) a 3000 μL
(11,5 mmol L-1) de solução padrão. A curva é dividida em duas partes distintas:
região linear, formada pelas adições de 200 a 600 μL (2,83 mmol L-1); e a região
constante, formada pelas demais adições. Dessa forma, a superfície do eletrodo
mostra-se saturada a partir da adição de 800 μL (3,70 mmol L-1).
107
-3
-1
Figura 53 – Curva analítica das adições de 0,980 a 11,5 x 10 mol L de solução padrão de PZA
em 0,1 mol L-1 KCl pH 4
90
75
i/mA
60
45
30
15
0
0
2
4
6
-3
8
10
12
-1
CPZA/10 molL
Fonte: AUTOR, 2013
Em um segundo estudo, usando a faixa de adições de 50 a 400 μL, foi possível
obter a faixa de trabalho utilizada no trabalho. A Figura 54 apresenta os
voltamogramas de pulso diferencial obtidos a partir das adições de 50 a 400 µL da
solução padrão da pirazinamida e sua respectiva curva analítica. Esse estudo foi
feito em triplicata. A pirazinamida apresenta o comportamento linear a partir da
adição de 50 μL (0,249 mmol L-1) a 200 μL (0,980 mmol L-1). Dessa forma, a partir
da adição de 250 μL (1,22 mmol L-1), a superfície do eletrodo já começou a
apresentar saturação. Esse estudo permitiu determinar também as adições dos
demais padrões trabalhados.
108
Figura 54 – Voltamogramas de pulso diferencial de solução padrão de pirazinamida 0,05 mol
L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com adição de (a) 0 mol L-1; (b) 0,249 mmol L-1; (c) 0,495 mmol L-1;
-1
-1
-1
-1
-1
(d) 0,739 mmol L ; (e) 0,980 mmol L ; (f) 1,22 mmol L ; (g) 1,46 mmol L ; (h) 1,69 mmol L ;
-1
(i) 1,92 mmol L . Modulação de amplitude: 0,050 V.
-4
1,4x10
80
70
60
-4
1,2x10
-4
1,0x10
i/mA
50
40
30
20
-5
10
i
8,0x10
0
i/A
0,0
0,5
1,0
1,5
-3
2,0
-1
CPZA/(10 molL )
-5
6,0x10
-5
4,0x10
-5
2,0x10
a
0,0
-0,6
-0,4
-0,2
0,0
0,2
0,4
0,6
E/V (vs. Ag/AgCl)
Fonte: AUTOR, 2013
5.4.3 Comportamento da pirazinamida no pH 8
Após os testes realizados com o fármaco pirazinamida em pH 4 usando o
cloreto de potássio 0,1 mol L-1 como eletrólito de suporte, foram feitos experimentos
com este fármaco em pH 8 usando-se o mesmo eletrólito de suporte. A Figura 55
apresenta os voltamogramas obtidos nessa condição e sua respectiva curva
analítica.
Observa-se
que
o
fármaco
pirazinamida
apresentou
melhor
comportamento linear em pH 8 em relação ao pH 4, como apresentado na Figura 56.
Porém, esse resultado não foi reproduzível, já que a repetição da curva analítica não
foi mais possível. Após a obtenção do sinal correspondente da pirazinamida em pH
8, este comportamento pode ser devido a uma forte adsorção da espécies nãoprotonada da pirazinamida na superfície do eletrodo. Baseados na literatura
existente, compostos aromáticos tem mostrado adsorção na superfície do BDD,
após a aplicação de potenciais relativamente baixos, devido à formação
eletroquímica de um polímero que é fortemente adsorvido. A formação deste filme
109
polimérico promove a desativação da superfície, e somente através de uma forte
oxidação da superfície do BDD em elevados valores de potenciais, pode ser retirado
mediante a formação de radicais hidroxilas. Por outra parte, se o filme não for
eliminado, somente mediante um tratamento mecânico com isopropanol e ultrasonicação pode ocorrer a degradação. Diante deste quadro, o comportamento
observado durante a detecção de pirazinamida, pode ser atribuído a formação deste
filme polimérico.
Foram utilizados outros eletrólitos de suporte em pH 8 como a solução-tampão
de fosfato de potássio – hidróxido de sódio e a solução-tampão de Sörensen
(Na2HPO4 – KH2PO4). Porém, o fármaco pirazinamida não apresentou processo
eletroquímico.
110
6 CONCLUSÕES
Com as técnicas de voltametria cíclica e de pulso diferencial é possível
observar o perfil eletroquímico dos fármacos estudados. Com a voltametria cíclica, a
isoniazida apresentou um deslocamento do sinal para potenciais mais negativos
quando o meio aquoso encontrava-se em pH 8, usando o eletrodo BDD.
Quando usado a VDP, a isoniazida apresenta um deslocamento de 0,143 V
para regiões de corrente de pico mais positivas quando comparado os pHs de 4 e 8.
Em pH 4, as curvas de calibração para a INH apresentaram boa linearidade,
enquanto que em pH 8, a isoniazida não mantêm a linearidade em altas
concentrações (> 1,69 x 10-3 molL-1). Os limites de quantificação obtidos para o pH 4
e pH 8 foram 0,00615 mmol L-1 (0,844 ppm) e 0,00408 mmol L-1 (0,560 ppm),
respectivamente, usando o eletrodo BDD. Foi possível determinar INH em uma
amostra sintética de concentração conhecida, havendo uma recuperação acima de
100% para o pH 4, chegando a atingir um erro acima de 30%. Enquanto que em pH
8 os resultados foram próximos de 100%.
A isoniazida mostrou-se estável durante 4 semanas, porém é observada a
degradação após 6 meses quando não armazenada de forma adequada.
O método proposto para a determinação de INH em fármacos apresentou-se eficaz,
pois apresentou recuperação em torno de 100%. Porém, em pH 8 obteve-se os
melhores resultados.
Para o etambutol, foi possível obter as medidas voltamétricas apenas com o
eletrodo de diamante, devido à corrente de pico do processo de oxidação do
fármaco acontecer em valores de corrente muito positivos. Obteve-se as curvas de
calibração, porém observou-se que as adições de 100 e 200 μL não apresentaram
picos referentes ao etambutol, no pH 4; e a adição de 100 μL não apresentou pico,
no pH 8. As curvas de calibração apresentaram boa linearidade para ambos pH
estudados, porém o pH 4 apresentou melhores resultados. Os limites de
quantificação obtidos para o pH 4 e pH 8 foram 0,00463 mmol L-1 (0,944 ppm) e
0,00637 mmol L-1 (1,30 ppm), respectivamente, usando o eletrodo BDD.
O método não se mostrou eficaz para determinar EMB em amostra sintética,
nem em comprimidos, pois houve uma recuperação muito baixa em relação à
111
quantidade esperada de EMB, principalmente para o pH 4 (abaixo de 32%).
Enquanto que a recuperação no comprimido foi apenas de 65%.
A rifampicina apresentou dois processos de oxidação e foi possível obter as
curvas de calibração em pH 8, pois em pH 4 apresentou baixa solubilidade. As
curvas de calibração para a RIF apresentou boa linearidade. A determinação da RIF
em comprimidos utilizando a VDP não foi possível devido à diminuição da corrente
de pico com o aumento da concentração.
A pirazinamida apresentou melhor linearidade em pH 8, porém não foi
reprodutível devido à formação de um filme polimérico. Não foi possível observar um
processo de oxidação relativo à PZA nos voltamogramas da amostra do comprimido,
por isso não foram obtidos resultados quanto à determinação desse fármaco em
formulações farmacêuticas.
112
7 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Diante dos resultados obtidos com esse trabalho, pode-se pensar em alguns
pontos para serem estudados e otimizados futuramente:
· Verificar a influência do eletrólito, podendo utilizar outros como fosfato e
acetato, por exemplo;
· Melhorar os parâmetros para possibilitar a determinação de etambutol em
comprimidos;
· Fazer novos testes com a rifampicina, solubilizando-o em um solvente
orgânico como acetonitrila, por exemplo;
· Mudar as condições para possibilitar a determinação da pirazinamida no
comprimido.
113
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Acesso em: 05 nov. 2011.
128
APÊNDICE I
I.1. LIMITE DE DETECCÇÃO
Segundo Brito et al. (2003), os limites de detecção e quantificação são n
concentração do analito que pode ser detectada, mas não necessariamente
quantificada, sob as condições experimentais adotadas. O limite de detecção pode
ser expresso pela equação abaixo:
Na qual: LD = limite de detecção; s = desvio-padrão da resposta; S =. coeficiente
angular da curva analítica
O desvio-padrão é calculado pela seguinte equação:
Na qual:
regressão;
= resposta;
= média das respostas;
= números de pontos da
= números de parâmetros da regressão (para regressão linear o
=
2).
I.2. LIMITE DE QUANTIFICAÇÃO
O limite de quantificação é definido como a menor concentração do analito
que pode ser quantificada na amostra, com exatidão e precisão aceitáveis sob as
condições experimentais adotadas. O limite de quantificação pode ser expresso pela
equação abaixo:
Na qual: LQ = limite de quantificação; s = desvio-padrão da resposta; S = coeficiente
angular da curva analítica.
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