Mnuchin delineia plano para acelerar a expansão dos EUA

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01/12/2016 ­ 05:00
Mnuchin delineia plano para acelerar a expansão dos
EUA
Por Saleha Mohsin e Michelle Jamrisko
Nomeado como secretário do Tesouro dos EUA, Steven
Mnuchin, formulou uma agenda econômica destinada a quase dobrar a taxa de crescimento gerada pela atual expansão. Ele disse que vai ampliar a criação de empregos fazendo da reforma fiscal sua prioridade.
Steven Mnuchin, que foi indicado por Trump para secretário do Tesouro
Falando ontem à rede CNBC ao lado de Wilbur Ross, o investidor bilionário escolhido pelo presidente eleito dos EUA,
Donald Trump, para ser o secretário do Comércio, Mnuchin disse que as reduções de impostos da pessoa jurídica e para a
classe média, a diminuição das regulamentações, os investimentos em infraestrutura e acordos bilaterais de comércio
exterior poderão ajudar a economia americana a alcançar um crescimento de 3% a 4%. A expansão do país atingiu, em
média, 2,1% ao ano, desde o fim da recessão que se estendeu de 2007 a 2009.
"Vamos reduzir os impostos corporativos, o que devolverá enorme quantidade de empregos aos EUA", disse ele. "Haverá
um grande corte de impostos para a classe média. Mas qualquer corte de impostos que tivermos para a classe alta será
neutralizado pela diminuição das deduções, o que vai cobrir essa diferença."
Mnuchin disse que seu plano envolve reduzir a alíquota de imposto da pessoa jurídica dos atuais 35% para 15%,
cumprindo uma promessa de campanha de Trump. Afirmou também que quer "trazer muito dinheiro de volta para os
EUA", propondo um imposto único de repatriação de 10% para dinheiro que as empresas americanas mantêm no exterior,
outra promessa fundamental de Trump.
Mnuchin disse ainda que o governo Trump trabalhará "razoavelmente rápido" para reformular o financiamento à
habitação. Em entrevista à Fox Business Network, ele afirmou que as financiadoras Fannie Mae e Freddie Mac têm de ser
reestruturadas e "sair do controle do governo". Esses comentários fizeram com que as ações dessas gigantes do crédito
imobiliário disparassem ontem. Alguns republicanos vinham dizendo que as duas empresas deveriam ser fechadas
gradualmente ou eliminadas.
No Departamento de Tesouro, Mnuchin será responsável por financiar a dívida do país. À CNBC, ele disse que testará
emitir títulos com vencimento em mais de 30 anos, para reduzir o efeito da alta das taxas de juros. Questionado se
estudaria vencimentos de até 50 ou 100 anos, respondeu: "Vamos dar uma olhada em tudo".
Embora Trump tenha usado uma retórica dura com a China, dizendo que instruiria seu secretário do Tesouro para
classificar o país como manipulador da moeda, o tom de Mnuchin foi mais brando, sem descartar uma medida desse tipo.
Ele disse que vai trabalhar em estreita colaboração com Ross na fiscalização do cumprimento dos acordos comerciais.
Ambas as nomeações estão sujeitas a confirmação do Senado.
"Se determinarmos que temos de tachar [a China] de manipuladora da moeda, será uma coisa que o Tesouro fará", disse
Mnuchin.
Perguntado sobre a política americana do dólar forte, ele abriu mão da oportunidade de endossá­la. "Acho que os EUA são
o maior país do mundo para se investir. Vemos que o dinheiro está vindo torrencialmente para os EUA por esse motivo",
disse. "Vamos mesmo focar no crescimento da economia e na criação de empregos, e isso será realmente uma prioridade."
Mnuchin, de 53 anos, ex­executivo do Goldman Sachs e financiador de projetos cinematográficos, disse conhecer Trump
há 15 anos e reafirmou as metas do presidente eleito de modernizar a infraestrutura. Ele examinará a possibilidade de
formar parcerias público­privadas, ao lado de outras alternativas que não especificou.
A reação fria com que os democratas do Senado receberam a nomeação de Mnuchin indica que ele poderá enfrentar uma
batalha acirrada de confirmação no cargo. Sua aprovação passará primeiro pela Comissão de Finanças, e depois exigirá
uma maioria em votação em plenário. A parte de seu histórico profissional mais tendente a atrair um exame rigoroso é
sua decisão de comprar a instituição de crédito imobiliário falida IndyMac, em 2009, e gerar lucro após rebatizá­la e
recapitalizá­la, o que significa, na prática, que ele lucrou com a crise do crédito imobiliário "subprime" (de alto risco).
Uma entidade não lucrativa de San Francisco acusou o banco, rebatizado de OneWest, de más práticas de retomada
judicial de imóveis por falta de pagamento e de evitar operar em bairros primordialmente habitados por minorias. O
banco negou essas acusações. Mnuchin disse ontem que tinha orgulho do trabalho na IndiMac, dizendo que 30% dos
empréstimos estavam antes inadimplentes e que sua carteira de crédito imobiliário era a pior que já vira.
Mnuchin disse que a espera por um crescimento mais acelerado e pela criação de empregos com salários mais elevados
acabará com a chegada do governo Trump. "O problema foram os últimos oito anos, em que não houve nenhum
crescimento econômico. O que vimos das viagens com o presidente eleito por todos esses comícios é que o trabalhador
americano médio não chegou a lugar nenhum", disse Mnuchin, que trabalhou como tesoureiro da campanha de Trump.
"Nossa tarefa é garantir que o trabalhador americano médio tenha aumentos de salário e tenha bons empregos. Essa é a
prioridade deste governo."
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