Diário de Comércio e Indústria, 10 de novembro de 2016 Trump põe em xeque o discurso do governo O que a eleição do republicano Donald Trump implica para a agenda econômica do governo Michel Temer (PMDB)? “Em primeiro lugar, com Trump o Brasil pode esperar um aumento do protecionismo comercial dos Estados Unidos, o que vai por em xeque o discurso de parte da equipe econômica de que o Brasil precisa abrir mais sua economia. Em segundo lugar, as taxas de juros deverão subir nos Estados Unidos devido a expansão fiscal prometida por Trump. Isso significa que a taxa de câmbio irá voltar a depreciar, podendo voltar ao patamar do início de 2016”, afirma o professor do Instituto de Economia da UFRJ, José Luiz Oreiro. Melhor reaparelhar forças armadas Portanto, a partir da confirmação, nas urnas, da vitória de Donald Trump, “esqueçamos inflação em 4,5% no ano que vem”, na avaliação do especialista em macroecnomia da UFRJ. Ainda de acordo com José Luiz Oreiro, com Trump o mundo será um lugar muito menos seguro para se viver. “Nesse contexto, o Brasil não pode abrir mão do reaparelhamento das suas forças armadas”, enfatiza. Isso exige que a Proposta de Emenda Constitucional 55 – a PEC do Teto dos Gastos – em discussão no Senado Federal exclua os investimentos já contratados para esse fim dos limites de despesas.