É preciso gostar do chefe para `vestir camisa da empresa`

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O Portal de Notícias da Globo
05/04/10 - 08h52 - Atualizado em 05/04/10 - 08h52
É preciso gostar do chefe para 'vestir camisa da empresa', dizem
especialistas
Empregados são fieis quando têm bom relacionamento na empresa.
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Gabriela Gasparin
Do G1, em São Paulo
O principal fator que faz o funcionário vestir a camisa da empresa é ter um bom relacionamento com o chefe e com a equipe, afirmam especialistas. Já
o salário, ao contrário do que muitos podem pensar, influencia pouco na fidelidade do profissional ao empregador.
Com o aquecimento da economia e o aumento da oferta de emprego, esses profissionais que não estão satisfeitos com a empresa tendem a não
pensar duas vezes em mudar de emprego quando são chamados para uma vaga, afirma Lilian Kozlowski Wizenberg, consultora da Right Management,
empresa de consultoria organizacional.
Estudo feito pela Right Management revela que, no
geral, o nível de fidelidade dos funcionários com as empresas está em crise. De acordo com a pesquisa, apenas 34% dos funcionários de organizações
com mais de 50 empregados afirmam estar totalmente comprometidos, enquanto que 50% se dizem completamente sem comprometimento. O estudo
avaliou aproximadamente 30 mil funcionários em 15 países.
Gostar do chefe
De acordo com especialistas ouvidos pelo G1, a relação do funcionário com o chefe é um dos principais fatores que prendem o profissional ao local de
trabalho. “Na maior parte dos casos de demissão, as pessoas estão se demitindo do chefe e não da empresa”, disse Ruy Shiozawa, executivo da Great
Place to Work Brasil, instituto que realiza pesquisas sobre as melhores empresas para se trabalhar.
Shiozawa afirma que a maioria dos profissionais que classifica as empresas como sendo um excelente lugar para trabalhar se baseia na relação de
confiança que tem com o superior imediato.
Na maior parte dos casos de
demissão, as pessoas estão se
demitindo do chefe e não da
empresa"
Para o executivo, outros dois fatores colaboram para o grau de comprometimento do funcionário com
a corporação: a relação que o empregado tem com o que faz, como gostar e ter orgulho do trabalho,
e a relação com o restante da equipe, que precisa ser amigável.
“A gente se compromete com ideias, estados de emoção. A empresa é uma coisa fria. O funcionário
se compromete com as ideias que os líderes passam para ele, ele se compromete com a forma que essas pessoas conduzem a empresa”, avalia o
consultor de recursos humanos Armando Pastore Mendes Ribeiro.
Ribeiro acrescenta que as pessoas se comprometem também com elas mesmas e com o que gostam de fazer e, por isso, tendem a permanecer na
empresa que proporcionar esse prazer a elas.
“O salário e a promoção não aparecem nas pesquisas como fator determinante para demonstrar o grau de satisfação dos funcionários”, diz. O executivo
complementa que, apesar de a remuneração ser importante, ela não é vista como fator crucial para uma pessoa ficar ou não em uma empresa, tanto
que existem pessoas que saem de um lugar para ganhar menos em outro em busca de maior satisfação pessoal e profissional.
O estudo da Right Management revela que as práticas dos chefes que mais estimulam o comprometimento dos subordinados são reconhecer e
valorizar o trabalho dos funcionários, ter capacidade de implantar novas ideias e obter sucesso. Os funcionários também desejam que a estratégia da
organização seja comunicada a todos, de forma que os empregados possam ajudar no sucesso da empresa.
Outros fatores
Para a consultora Lilian, outros motivos que fazem um funcionário ficar insatisfeito como a empresa são não gostar do que faz, não se identificar com a
cultura e idéias da empresa, falta de transparência na comunicação da instituição e falta de perspectivas de carreira dentro da companhia.
Desânimo
Se ter um chefe transparente, que reconhece o trabalho dos funcionários, é visto como fator crucial para os empregados vestirem a camisa da empresa,
atitudes opostas a essas colaboram para espalhar o desânimo entre os colegas. “Às vezes os objetivos das empresas não estão claros. Está escrito no
mural a visão e a missão da empresa, mas as pessoas não sentem aquilo na prática”, afirma Lilian.
O consultor de recursos humanos Armando Pastore Mendes Ribeiro afirma que é o chefe quem tem que descobrir como estimular o comprometimento
dos funcionários. “Um ambiente hostil, de controle, cobrança e sufocamento faz as pessoas perderem o comprometimento”. É por isso, segundo ele,
que há pessoas que são super engajadas em sociedades e entidades fora da empresa, como na igreja e associações de bairro, e não demonstram tais
ações no trabalho.
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8/4/2010
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