Kalydeco, INN-ivacaftor - EMA

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EMA/825539/2015
EMEA/H/C/002494
Resumo do EPAR destinado ao público
Kalydeco
ivacaftor
Este é um resumo do Relatório Público Europeu de Avaliação (EPAR) relativo ao Kalydeco. O seu
objetivo é explicar o modo como o Comité dos Medicamentos para Uso Humano (CHMP) avaliou o
medicamento a fim de emitir um parecer favorável à concessão de uma autorização de introdução
no mercado, bem como as suas recomendações sobre as condições de utilização do Kalydeco.
O que é o Kalydeco?
O Kalydeco é um medicamento que contém a substância ativa ivacaftor. Está disponível na forma
de comprimidos (150 mg) e de granulado (50 mg e 75 mg) apresentado numa saqueta.
Para que é utilizado o Kalydeco?
O Kalydeco é utilizado no tratamento da fibrose quística em doentes com idade igual ou superior a
2 anos que têm uma das nove mutações no gene que codifica a proteína chamada regulador da
condutância transmembranar da fibrose quística (CFTR). Essas mutações são as seguintes: G551D,
G1244E, G1349D, G178R, G551S, S1251N, S1255P, S549N e S549R (também conhecidas como
mutações de regulação).
O Kalydeco é utilizado no tratamento da fibrose quística em doentes com idade igual ou superior a
18 anos que têm a mutação R117H no gene CTFR.
A fibrose quística é uma doença hereditária que afeta principalmente as células que segregam o
muco nos pulmões e as células que segregam os sucos digestivos a partir das glândulas no
intestino e no pâncreas. Na fibrose quística, estas secreções tornam-se espessas e causam
obstruções. Nos pulmões, a acumulação de secreções espessas e viscosas causa inflamação e
infeção crónica. No intestino, a obstrução dos ductos do pâncreas e do fígado e a produção de
sucos digestivos anormais causam problemas de digestão e absorção dos alimentos, o que resulta
num atraso de crescimento.
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Dado o número de doentes afetados por fibrose quística ser reduzido, a doença é considerada rara,
pelo que o Kalydeco foi designado medicamento órfão (medicamento utilizado em doenças raras)
em 8 de julho de 2008.
O medicamento só pode ser obtido mediante receita médica.
Como se utiliza o Kalydeco?
O Kalydeco só deve ser prescrito por médicos com experiência no tratamento da fibrose quística e
a sua prescrição deve ser limitada a doentes nos quais tenha sido confirmada a presença de uma
das dez mutações acima referidas.
Em crianças com idade igual ou superior a 2 anos com peso inferior a 25 kg deve ser usado o
granulado. O granulado deve ser misturado com 5 ml de alimentos moles ou líquidos para formar
uma suspensão a tomar por via oral. Em crianças com 14 a 25 kg de peso, a dose recomendada é
de 75 mg duas vezes por dia. Em crianças com menos de 14 kg, a dose recomendada é de 50 mg
duas vezes por dia.
Os comprimidos são usados em crianças a partir dos 6 anos de idade e com peso igual ou superior
a 25 kg. A dose recomendada é de um comprimido de 150 mg uma vez por dia.
Os comprimidos e o granulado devem ser tomados em intervalos de 12 horas com alimentos que
contenham gorduras, como refeições preparadas com manteiga ou óleos, ou que contenham ovos,
queijo, frutos de casca rija, leite gordo ou carnes. Os alimentos que contenham toranjas ou
laranjas amargas devem ser evitados durante o tratamento com o Kalydeco, dado que podem
afetar o modo como o medicamento é absorvido e decomposto no organismo.
Devem realizar-se análises ao sangue para verificar a função hepática tanto antes de iniciar o
tratamento com o Kalydeco como durante o tratamento, de forma regular. Nos doentes com
insuficiência hepática grave, o tratamento com o Kalydeco só deve ser iniciado se os benefícios
forem superiores aos riscos. Estes doentes devem iniciar o tratamento com uma dose mais baixa,
que deve ser tomada em dias alternados. Pode ser necessário um ajuste do regime posológico do
Kalydeco nos doentes a tomar determinados tipos de medicamentos.
Para mais informações, consulte o Resumo das Características do Medicamento (também parte do
EPAR).
Como funciona o Kalydeco?
A fibrose quística é causada por uma mutação no gene CFTR. A mutação causa problemas nos
canais proteicos que intervêm na produção do muco e dos sucos digestivos. Esses canais são
utilizados para o transporte de iões (átomos e moléculas com carga elétrica) para dentro e para
fora das células secretoras de muco. Quando os canais se apresentam defeituosos, as secreções
podem tornar-se anormalmente espessas.
A substância ativa do Kalydeco, o ivacaftor, aumenta a atividade dos canais defeituosos nos
doentes com as mutações G551D, G1244E, G1349D, G178R, G551S, S1251N, S1255P, S549N, ou
R117H. Isto normaliza o transporte dos iões através dos canais, o que torna as secreções menos
espessas, aliviando, desse modo, os sintomas da doença.
Como foi estudado o Kalydeco?
O Kalydeco foi comparado com um placebo em dois estudos principais que incluíram 219 doentes
com fibrose quística que tinham a mutação G551D. Um dos estudos foi realizado em doentes com
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mais de 12 anos, enquanto o outro incluiu doentes com idades compreendidas entre os seis e os
12 anos.
Um terceiro estudo investigou a eficácia do Kalydeco em doentes com fibrose quística provocada
por várias mutações que não a G551D. Este estudo incluiu 39 doentes com mais de 6 anos e
comparou o Kalydeco com um placebo (tratamento simulado).
Um quarto estudo investigou a eficácia do Kalydeco em doentes com fibrose quística que tinham a
mutação R117H. Este estudo incluiu 69 doentes com idade igual ou superior a 6 anos.
O principal parâmetro de eficácia em todos os estudos baseou-se na melhoria do volume previsto
de expiração forçada no primeiro segundo (FEV1) ajustado em função da idade, altura e sexo dos
doentes. O FEV1 é a quantidade máxima de ar que uma pessoa é capaz de expirar num segundo,
funcionando como uma medição da função pulmonar.
Um quinto estudo investigou a segurança do Kalydeco em granulado em 34 doentes de 2 a 5 anos
de idade que tinham fibrose quística provocada pela mutação G551D ouS549N. O estudo
investigou o peso corporal e a quantidade de cloreto no suor, os quais são reduzidos em doentes
com fibrose quística.
Qual o benefício demonstrado pelo Kalydeco durante os estudos?
O Kalydeco foi eficaz na melhoria da função pulmonar nos doentes com fibrose quística que tinham
a mutação G551D. Após 24 semanas de tratamento, nos doentes com idade igual ou superior a 12
anos tratados com o Kalydeco observou-se uma melhoria média no FEV1 previsto 10,6 pontos
percentuais superior à observada nos doentes que receberam o placebo. Observaram-se resultados
similares nos doentes com idades entre os 6 e os 11 anos, nos quais a melhoria associada ao
tratamento com o Kalydeco foi 12,5 pontos percentuais superior à melhoria observada nos doentes
que receberam o placebo.
O Kalydeco também foi eficaz em doentes com mutações que não a G551D. No terceiro estudo,
após 8 semanas de tratamento, os doentes que tomaram o Kalydeco apresentaram uma melhoria
média 10,7 pontos percentuais superior à dos que receberam o placebo. No quarto estudo, que
incluiu doentes com a mutação R117H, não se observou qualquer diferença entre o placebo e o
Kalydeco nas crianças com idade igual ou superior a 6 anos. No entanto, ao analisar o subconjunto
de doentes com 18 ou mais anos de idade, observou-se uma melhoria média de cerca de 5 pontos
percentuais nos doentes que tomaram o Kalydeco comparativamente aos que receberam o
placebo.
No estudo em crianças com idades entre 2 e 5 anos, o Kalydeco em granulado teve um efeito
positivo no peso corporal e na quantidade de cloreto no suor.
Qual é o risco associado ao Kalydeco?
Os efeitos secundários mais frequentes observados com o Kalydeco em doentes com idade igual ou
superior a 6 anos são dores de cabeça (23,9 %), dores de garganta (22,0 %), infeções do trato
respiratório superior (constipações, 22 %), congestão nasal (20,2 %), dores de barriga (15,6 %),
nasofaringites (inflamação do nariz e da garganta, 14,7 %), diarreia (12,8 %), tonturas (9,2 %),
erupção cutânea (12,8 %), bactérias na expetoração (12,8 %) e aumento de certas enzimas
hepáticas (12,8 %).
Em crianças com idades entre os 2 e os 5 anos, os efeitos secundários mais frequentes são
congestão nasal (26,5 %), infeções do trato respiratório superior (23,5 %), aumento das enzimas
hepáticas (14,7 %), erupção cutânea (11,8 %) e bactérias na expetoração (11,8 %).
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Para a lista completa de todos os efeitos secundários e restrições relativamente ao Kalydeco,
consulte o Folheto Informativo.
Por que foi aprovado o Kalydeco?
O Kalydeco demonstrou melhorar a função pulmonar em doentes com idade igual ou superior a
seis anos que tinham uma das nove mutações de regulação no gene CFTR, assim como em doentes
com idade igual ou superior a 18 anos que tinham a mutação R117H. Dados adicionais suportam
igualmente a eficácia do Kalydeco em crianças com idades entre 2 e 5 anos que têm a mutação
G551D ou a mutação S549N. Foi também demonstrado que o medicamento possui um perfil de
segurança aceitável. O CHMP concluiu que os benefícios do Kalydeco são superiores aos seus riscos
e recomendou a concessão de uma autorização de introdução no mercado para o medicamento. No
entanto, o CHMP observou igualmente que os dados existentes sobre os efeitos do medicamento a
longo prazo são limitados, pelo que a empresa deverá fornecer dados adicionais.
Que medidas estão a ser adotadas para garantir a utilização segura e
eficaz do Kalydeco?
Foi desenvolvido um plano de gestão dos riscos para garantir a utilização segura do Kalydeco. Com
base neste plano, foram incluídas informações de segurança no Resumo das Características do
Medicamento e no Folheto Informativo do Kalydeco, incluindo as precauções apropriadas a
observar pelos profissionais de saúde e pelos doentes.
Além disso, a empresa está a realizar um estudo observacional com a duração de cinco anos para
avaliar os efeitos do medicamento a longo prazo, bem como um estudo observacional com a
duração de seis anos em crianças que tinham entre 2 e 5 anos de idade quando iniciaram o
tratamento destinado a avaliar os efeitos a longo prazo do tratamento precoce.
Outras informações sobre o Kalydeco
Em 23 de julho de 2012, a Comissão Europeia concedeu uma Autorização de Introdução no
Mercado, válida para toda a União Europeia, para o medicamento Kalydeco.
O EPAR completo relativo ao Kalydeco pode ser consultado no sítio Internet da Agência em:
ema.europa.eu/Find medicine/Human medicines/European public assessment reports. Para mais
informações sobre o tratamento com o Kalydeco, leia o Folheto Informativo (também parte do
EPAR) ou contacte o seu médico ou farmacêutico.
O resumo do parecer emitido pelo Comité dos Medicamentos Órfãos para o Kalydeco pode ser
consultado no sítio Internet da Agência em: ema.europa.eu/Find medicine/Human medicines/Rare
disease designation.
Este resumo foi atualizado pela última vez em 11-2015.
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