Circuitos Operadores Matemáticos não lineares São circuitos que utilizam elementos não lineares para realizar operações de multiplicação, divisão, logaritmo, exponencial, etc. Esses circuitos utilizam geralmente um elemento não linear baseado numa junção semicondutora (diodo ou transistor bipolar). Figura 14: Curva característica de I D x VD de um diodo de junção semicondutora PN Modelo matemático de I D = f (VD ) Polarização direta VD ≥ 0 qVD I D = I S e nkT −1 kT VT = q Modelo matemático de I S = f (T ) 3 Eg ( qTT ) 0 T n I S (T ) = I S (T0 ) e nk (T −T0 ) T0 Onde: I S : corrente de saturação reversa (depende de: geometria, temperatura e semicondutor utilizado); VD : tensão de polarização direta q : carga do elétron ( 1,6.10− 19C ) k : constante de Boltzmann ( 1,38.10−23 J K ) T : temperatura absoluta (Kelvin) Eg : Energia de “bandgap” do semicondutor (1,12 eV para Si) n : coeficiente de emissão de portadores que dependem do tipo de junção e do semicondutor. Usualmente encontra-se entre 1 < n < 2. Obs.: Tipicamente I S dobra para cada 10 graus de aumento da temperatura. Operador Logaritmo Realiza a operação de logaritmo neperiano (ln) de uma tensão de entrada v i . R1 2 - Vi V- 4 D1 Vo 8 + 1 V+ OUT 3 Figura 15: Circuito Amplificador Logaritmo Id = Ii V + =V − = 0 Vd Vd vi nVT nVT Ii = Considerando: e >> 1 ⇒ I d = I S e R Vd = −vo V I ln d IS d V I nVT = ln e = d ∴Vd = nVT ln d nVT IS v v o = −nVT ln i RI S Onde: n e R são constantes, porém VT e I S variam com a temperatura gerando um erro na operação. Para eliminar esse erro é utilizado um circuito de compensação de temperatura Ø Compensação de temperatura Para que o Amplificador Logarítmico funcione em diferentes temperaturas é necessário um circuito que compense variações de VT e I S . a) Compensação de I S : usa-se um segundo diodo idêntico polarizado diretamente com uma corrente constante e conectado à saída do circuito de modo a subtrair a tensão do diodo D1. R 2 Vi - V- 4 D1 Vo Vo´ Iref 8 + V+ OUT 3 D2 1 Figura 16: Circuito de Compensação de temperatura do Amplificador Logaritmo Consideramos D1 identico a D2 ⇒ I S ´ = I S v v o = −nVT ln i RI S I d 2 = Iref Iref Vd 2 = nVT LN IS Iref v o´ = Vd 2 + v o = nVT ln IS v o´ = nVT ln Iref IS vi RI S v − ln i RI S = nV ln Iref .I S .R T v i .I S Portanto: Iref .R vi ou v o´ = − nVT ln v o´ = nVT ln vi Iref .R b) Compensação de VT : utilisa-se um estágio de amplificação com ganho variável com a temperatura, através de um resistor (RT) cuja resistência é função da temperatura. 3 + D2 Vo´ 1 V+ OUT 8 - 3 + V+ 2 OUT Iref - 4 8 2 1 V- R Vi V- 4 D1 RF RT Figura 17: Circuito de Compensação de VT do Amplificador Logaritmo Vo´´ R v o´´ = vo´ 1 + F RT fazendo → R F >> RT RF R vi ∴ v o´´ = −nVT F ln RT RT Iref .R R vi v o´´ = −n.VT . F ln RT Iref .R RT deve ser escolhido de modo a possuir uma variação de temperatura que dRT dV compense a variação de VT , ou seja: = T RF dT dT Pode ser feita uma associação de RT com resistor(es) fixo(s) para abter a variação adequada. R Normalmente faz-se Iref.R=1 e n.VT . F = 1 , de modo a obter-se: RT v o´´ = vo´ vo´ = − ln vi Ø Resposta em freqüência para o amplificador logarítmico Usando as aproximações: 1 - Diodo ≡ resistor variável 2 - Rd = resistência do diodo variável com a corrente de polarização Podemos equacionar o circuito do amplificador logarítmico da figura 16 da seguinte forma: I dV rd = d Vd = nVT ln d dI d IS VT Id nV R ∴ rd = T vi Para o amplificador inversor temos: Rv i v R f CS = f T = fT ∴ f CS = f T i rd nVT R nVT rd = n Id = vi R Onde: f CS = freqüência de corte f T = freqüência de transição do AmpOp Obs. 1: A freqüência de corte depende da amplitude de entrada v i Obs. 2: Para tensões de entrada negativas muda-se a polaridade do diodo. G a n h o 120 fc D i 100 f e r e n c i 80 a l ( d B ) 60 40 20 0 1.0Hz Vdb(R1:2)+120 10Hz 100Hz 1.0KHz 10KHz 100KHz 1.0MHz 10MHz Frequency Figura 18: Resposta em freqüência do circuito amplificador logaritmo ( ganho X freqüência ). 1.3.3 Operador Exponencial Circuito que realiza a operação de exponencial em uma tensão de entrada v i . D 2 Vi - V- 4 R + Vo 8 3 1 V+ OUT Figura 19: Circuito amplificador Exponencial V + =V − = 0 v i = vd VR v R I d = − o ( saída ) R VR = −v o entrada : Id = Vd nV I d = I S e T − 1 para → Vd >> nVT ⇒ I d = I S e vi n .VT Vd nVT ∴ v 0 = −R.I S .e Da mesma forma que no amplificador logarítmico, faz-se necessário compensar as variações de VT e I S com a temperatura através de um circuito de compensação. Ø Compensação de temperatura a) Compensação de I S : usa-se um segundo diodo idêntico polarizado diretamente com uma corrente constante e conectado à entrada do circuito de modo a subtrair a tensão do diodo D1. D2 Vi´´ 3 D1 1 2 - V+ OUT V- - + OUT 3 + Vo 8 8 Vi´ 1 V+ 2 V- Iref 4 4 R Figura 20: Circuito amplificador Exponencial com compensação de IS . b) Compensação de VT : utilisa-se um divisor de tensão na entrada com ganho variável com a temperatura, através de um resistor (RT) cuja resistência é função da temperatura. D2 Vi´´ 3 + D1 1 2 1 OUT 8 3 + Vo Vi´ 8 RF - V+ OUT 4 - V- 2 V+ Iref V- 4 R Vi RT Figura 21: Circuito amplificador Exponencial com compensação de vi´ = vi I S e VT . RT RF + RT Para RF >> RT ∴ vi´ = vi RT RF RT deve ser escolhido de modo a possuir uma variação de temperatura que dRT dV compense a variação de VT , ou seja: = T RF dT dT v i . RT R . n .V F T Compensação final: vo = − R.Iref .e R Normalmente faz-se Iref.R=1 e n.VT . F = 1 , de modo a obter-se: vo´ = −evi RT Ø Resposta em Freqüência para amplificador Exponencial Rd 2 - V- 4 R Vi 3 Vo 8 + 1 V+ OUT Figura 22: Circuito equivalente para determinar a resposta em freqüência. nVT Id r f nV fC = fT d = T ∴ fC = T R A Id R Temos a resistência dinâmica do diodo D1: rd = vo = − RI d vo = RI d Id = vo R Portanto temos: f C = f T = G 120 a n h o nVTT vo fc D i 100 f e r e n c i 80 a l ( d B ) 60 40 20 0 1.0Hz Vdb(R1:2)+120 10Hz 100Hz 1.0KHz 10KHz 100KHz Frequency Figura 23: Resposta em Freqüência do amplificador exponencial. 1.0MHz 10MHz Ø Amplificadores log e exp com transistores Transistores podem ser usados como diodos nos amplificadores log e exp, possibilitando algumas melhorias: • Maior faixa dinâmica (amplitude) que os amplificadores a diodo; • Maior “linearidade” da função. Para consulta adicional: www.electronics.dit.ie/staff/ypanarin/Lecture Notes/DT021-4/6AntiAndLogAmplifiers(4p).pdf Ø Mudança de base em amplificadores log As junções semicondutoras possuem sempre comportamento exponencial com base neperiana. Para obter amplificadores log com base qualquer, utiliza-se um circuito adicional dimensionado a partir das propriedades de mudança de base de logaritmo. Temos que: log A x log B x = . log A B ln x Considerando A como sendo a base neperiana: log B x = ln B Assim para obter-se log B v i , faz-se: ln v i onde ln B é uma constante e pode ser facilmente implementada com ln B amplificadores (quando lnB <1) ou divisores de tensão (quando lnB >1). Exemplo 02): Encontre v o sabendo que v o = log 10 vi e B = 10 . Solução: ln Vi Vo=ln Vi Vi R2 Vo=log10 Vi R1 Figura 24: Figura exemplo 02 v o = vo´ R1 R1 + R2 vo 1 = vo´ ln 10 R1 = ln 10 = 2,303 R1 + R2 Arbritando R1 e calculando R2 temos: R1 = 1KΩ e R2 = 1,3 KΩ Exemplo 03) Usando B = 2 determine v o = log 2 vi Solução: Vo´ R1 2 Vi - V- ln Vi 4 R2 Vo 8 + 1 V+ OUT 3 Figura 25: Figura exemplo 03 ln 2 = 0,693 < 1 R R −1 R v o = −vo 2 ⇒ − 2 = ∴ ln 2 = 1 R1 ln 2 R2 R1 vo R −1 = ⇒ 1 = ln 2 = 0,693 vo´ ln 2 R2 se R1 = 10 KΩ temos R2 = 14,43KΩ Obs.: Este circuito inversor compensa a polaridade negativa da saída do amplificador logaritmo.