1 Projeto de Pesquisa Programa de Iniciação Científica Física Aplicada e Modelagem Matemática: Modelagem de exemplos de Eletromagnetismo Aluno: Evandro de Souza Pereira RA: 05660 - FAENG Orientador: Prof. Dr. Maurício Bernardino Magro 2 1. Resumo Pretendemos desenvolver um estudo sobre métodos numéricos e modelagem de sistemas físicos ligados a conceitos fundamentais de tópicos da Física Clássica. A partir deste estudo procuraremos identificar as dificuldades encontradas para então desenvolver e aplicar ferramentas extracurriculares para o ensino e divulgação dos elementos fundamentais de Física e Matemática para Engenheiros. Realizaremos um estudo minucioso destes assuntos e buscaremos identificar as principais dificuldades e interesses encontrados por alunos de cursos de Engenharia. A partir destas observações, buscaremos desenvolver mecanismos de aprendizado e novas ferramentas para o ensino destas disciplinas tendo em vista a realidade do aluno de Engenharia. 2. Introdução As últimas décadas testemunharam a modernização tecnológica da sociedade com características aparentemente contraditórias: (i) a falta de investimentos em ciência e tecnologia e (ii) política industrial burocratizante [Lezana etal]. O mercado brasileiro começou a abertura para a incorporação de elementos externos nos anos 90, com uma indústria marcada pela falta de preparo para a competição mundial. Desse modo, é necessário capacitar os profissionais para vencerem este período de transição entre um mundo de alta tecnologia e um país em desenvolvimento. É nesse contexto que se faz necessário repensar as atividades ligadas aos cursos de engenharia e de física. Portanto, é fundamental que o profissional tenha e desenvolva alguns atributos necessários para dar respostas rápidas e eficientes no decorrer de sua atuação profissional, dentre os quais podemos citar [Lezana etal]: a) Conhecimento científico-tecnológico para vencer desafios e a rápida evolução do conhecimento; b) Conhecimento de informática como instrumento do exercício da engenharia; c) Capacidade para a solução de problemas. Um dos desafios da Física e Engenharia, a nosso ver, é a de modelar um problema de forma precisa. Este trabalho é freqüente no estudo da Física e Matemática, e de fundamental importância para o profissional quanto à aplicação da matemática a problemas práticos, assim como a discussão dos limites de modelos criados ou já estabelecidos. Ausente no ensino tradicional, a modelagem de problemas [García-Raffi, Sánchez-Pérez], é uma ferramenta indispensável na formação do profissional e cientista de hoje. As possibilidades que o computador nos oferece justificam um enfoque direcionado à aplicação e ampliação de conhecimentos matemáticos que ultrapassam os programas das disciplinas tradicionais. O uso generalizado da informática faz com que o aluno possa entender e manipular conceitos que estão ao seu alcance, embora requeiram muitas vezes uma 3 capacidade de cálculo mais ampla, reservada a cursos especializados. A proposta deste trabalho é explorar um problema de interesse à comunidade local, utilizando conceitos básicos de Física e Matemática, proporcionando ao aluno autonomia necessária para a sua solução, utilizando, quando necessário, técnicas de programação. Para isto é necessário interligar conceitos físicos e técnicas matemáticas, onde aqueles são fundamentais, criando condições para a fixação de tais conteúdos e introduzindo o aluno no universo científico. Desse modo, a utilização da modelagem em caráter interdisciplinar pretende atingir três objetivos fundamentais: a) Introdução a técnicas de modelagem; b) Melhoria da aquisição de conhecimento em Física e Matemática; c) Introdução às técnicas experimentais de aquisição de dados. Para tal dividiremos o trabalho em dois estágios: I. Introduzir e revisar noções de cálculo diferencial e integral assim como métodos numéricos e experimentais, exercícios de eletromagnetismo (física V3.) e a utilização do programa algébrico Matlab®. II. Buscar solução modelando um problema específico de oscilações na pesagem de laranjas em uma balança, onde o valor medido varia com o tempo. Para obter o peso correto das laranjas deveríamos esperar a estabilização da balança. 3. Objetivos Queremos desenvolver atividades extracurriculares para serem desenvolvidas pelos alunos de um curso de Engenharia, proporcionando-lhes uma forma alternativa e mais eficiente para o aprendizado dos conceitos fundamentais de Física e Matemática. Pretendemos estudar o modelo de uma balança de uma indústria para a pesagem de materiais agrícolas. Desde o ponto de vista estritamente matemático, pretende-se que o aluno familiarize-se com os seguintes conceitos: − Método de modelagem utilizando equações diferenciais de 1ª ordem; − Resolução de equações diferenciais de 1ª ordem; − Métodos numéricos para encontrar soluções para equações diferenciais; − E por último, estudo da dependência da modelagem com respeito a alguns parâmetros introduzidos nela. 4 A estrutura do trabalho está planejada de forma que se possa captar a natureza do problema, e tentar, em primeiro lugar, escolher um conjunto de equações simples que podem conduzir à descrição do sistema dinâmico, e em segundo lugar, que se utilizem as ferramentas matemáticas necessárias para a resolução do mesmo. O objetivo final é, não somente compreender o manejo e alcance das fórmulas matemáticas, mas também desenvolver certa intuição, com respeito a que situações reais podem ser modeladas com uma precisão aceitável utilizando as mesmas. As atividades citadas nesta seção estão em inglês, uma vez que acreditamos que a interdisciplinaridade é um estímulo importante no aprendizado do aluno de engenharia. Dessa forma, pretendemos incluir nos estudos não somente as disciplinas básicas da área de exatas, como também o desenvolvimento da linguagem como ferramenta importante no desenvolvimento do aluno. O primeiro passo, portanto, consiste na compreensão de projetos, cujos dados são descritos na seqüência: I. The Coulomb´s Law Coulomb´s Law. It is well know that two electric charged bodies interact at distance through attraction or repulsion forces. If two electric charged bodies with charges q1 and q2, separated by a distance r , are taken to be very small the interaction force between them are said to obey the Coulomb´s Law F q1 q 2 rˆ 4 o r 2 1 Where 1 4 o 8,99 10 9 Nm 2 / C 2 Is the Coulomb´s Constant, determined experimentally. In situations with several charges interacting with each other, the superposition principle says that the resulting interaction among a given charge qo and the others has to be summed up over all contributions as follows n FR Fi i 1 where they Fi are the forces that each other charge makes over qo. Equilibrium. In situations with several charges interacting, an interesting issue is finding the equilibrium state, i.e., the correct position of all electric charges that leads to FR 0 on a specific charge q. When that happens it is 5 said that q is in a equilibrium state, since with no resulting force, there is no acceleration applied on q. The exercise. Consider three small electric charges with same magnitude q which are fixed in the vertices of an triangle as the figure shows. A forth small charge Q is free to move over the positive x-axis under the influence of the forces provoked by the other three fixed charges. 1) Based on the Coulomb´s Law, find algebric expressions for the forces of each of the charges q over Q. 2) Based on the Superposition Principle, find an algebric expression for the resulting force that all three fixed chargeds make over Q. 3) Find a value for s in which Q is in an equilibrium state. You may need to solve an transcendental equation (ask your math teacher on how to solve it). +q y a -q a/2 r s 3a / 2 x +Q a/2 a +q II. Electric Fields Electric field. One way to understand the interaction among charged particles is using the idea of electric fields. Electric fields may be understood as a signal emitted to all directions by a particle of electric charge q which carries the information of the intensity and localization of q. Consider a small electric charge of intensity q, the electric field E measured at a distance r of q is taken to be E 1 q rˆ 4 o r 2 6 where 1 4 o 8,99 10 9 Nm 2 / C 2 is the Coulomb´s Constant, determined experimentally. In situations with several charges coexisting in a region, the superposition principle says that the resulting electric field due to all charges q i has to be summed up over all contributions as follows n E R Ei i 1 where the E i are the electric fields of each charge qi. Electric dipole. An electric dipole is formed by two small charges of same intensity q that differs only by the signal (one is positive and the other is negative) separated by a distance d , as shown in the figure below. d -q +q The electric field of such distribution of charges at a distance z along the axial axis is given by E p 2 o z 3 for z d with p qd being the electric dipole momentum. Polar molecules. One important application of electric dipoles is polar molecules. A diatomic ionic molecule can be modeled as the previous figure where –q is the negative ion and +q being the positive ion respectively. The exercise. The most important polar molecule for life is water (H2O) where an negative oxygen atom, with charge -2e, connects with two positive hydrogen atoms, with charge +e, as the figure 7 below. +e a -2e 104.5 o z a +e with a = 0.0315 nm. Find in the literature the experimental value of the electric dipole momentum of water. Calculate it assuming that the total electric dipole of water is a vector sum of two electric dipole, each one in the axis connecting the O and the H. 1) Show mathematically the expression of Eq. (1). 2) Write a computer program that evaluates the resulting electric field of the water molecule over the z-axis. 3) Draw a graph of Ez. 4) In the region where z >> a, find an algebraic expression for E(z). Use a fitting algorithm in the graph of item 4). 5) Compare the expression obtained in item 5) with the expression of Eq. (1). III. Projeto Prático Em uma indústria armazena-se parte da produção de laranjas de uma zona agrícola importante e se realiza seu empacotamento em embalagens que são distribuídas diretamente aos supermercados para posterior venda ao consumidor. A indústria contém uma série de esteiras transportadoras por onde circulam as laranjas e onde, primeiramente, são classificadas por seu diâmetro. Uma vez agrupadas pelo tamanho, inicia-se o processo de pesagem para poder embalá-las em sacolas de aproximadamente 5 kg de peso. Das diversas operações, a mais crítica é a pesagem. A medida do diâmetro é uma operação relativamente simples e rápida que se realiza com um scanner durante o trânsito das laranjas pela esteira principal. As frutas são selecionadas e levadas a esteiras transportadoras de pesagem. Através delas, as laranjas chegam rolando e caem em um prato de uma balança. Como conseqüência do 8 golpe, produz-se uma oscilação no prato da balança que acarreta a uma série de medidas que variam com o tempo. Para obter o peso correto das laranjas deveríamos esperar a estabilização da balança. Podemos modelar a balança como uma mola que, como conseqüência do golpe provocado pela queda das laranjas, começa a oscilar. Suponhamos uma balança com uma constante de amortecimento relativamente pequena. Como conseqüência disto, a pesagem oscilará durante um longo período de tempo ao redor do valor médio do peso. Em resumo, o processo de estabilização da pesagem, até que possamos afirmar que a leitura vale certo valor constante, é um processo muito longo que tornaria a pesagem uma atividade altamente ineficiente. Pretendemos modelar matematicamente o sinal de leitura da balança a partir de um modelo de filtros de passa-baixa e passa - alta que surgem em circuitos elétricos do tipo RC que possuem fórmulas matemáticas idênticas a um sistema mecânico molaamortecedor como o apresentado pela balança. 4. Resultado e Discussão Todos os resultados encontrados ao longo do desenvolvimento desse projeto estão descritos abaixo: Projeto ǀ. 1) 2) 9 Projeto ǀǀ. E -q p 2 o z 3 for z d d +q for z d Atráves do programa Matlab@ foi possível demonstrar graficamente e afimar que existe equivalençia entre as equações quando z d , E Gráficos ( z>>d ) Projeto ǀǀǀ. p 2 o z 3 10 Nesse projeto foram pesquisados na literatura assuntos relacionados ao problema com: Circuitos Elétricos RC, RL, LC e RLC; Filtros Passa-Alta, Passa-Baixa; Método de Euller, Método de Runge Kutta. Circuito RC Circuito é circuito elétrico contendo apenas uma bateria, uma resistência e um capacitor. Podemos pensar então nesses três componentes ligados através de seus terminais e uma chave que pode permitir ou não a passagem de corrente no circuito. Admitindo inicialmente que a chave está aberta e não há passagem de corrente e o capacitor está carregado com uma determinada carga . Vamos analisar o que vai acontecer quando a chave for fechada e possibilitar a passagem de corrente. Sabemos que a diferença de potencial entre os terminais do capacitor é dada por carga inicial do capacitor e sua capacitância. No instante onde é a fechamos a chave e a corrente começa a fluir através do resistor. A corrente inicial que passa pela resistência é igual a À medida que a corrente flui pelo circuito, a carga no capacitor decresce numa taxa igual a , onde éa corrente do circuito, e o sinal negativo aparece por se tratar de um caso de descarga do capacitor. Através da utilização da Lei de Kirchhoff, sabemos que o potencial no resistor é igual ao potencial no capacitor, obtemos então Onde: é a corrente no instante t, e nesse instante a carga armazenada no capacitor a força eletromotriz da bateria. Logo derivando a relação em função do tempo , e Integrando entre . E corresponde ao valor de 2,71828...; Ao analisarmos nossa equação vemos que corrente de carga do capacitor e decai exponencialmente com o tempo, e o produto é a chamada constante de tempo, e é este produto que determina qual é o tempo total de descarga do 11 capacitor. Analisando esta constante percebemos que quanto maior for o produto maior será o tempo necessário para a descarga do capacitor e quanto menor o produto, menor será o tempo de descarga. Portanto para o instante ele é a carga no capacitor é igual a zero e a corrente que passa por medida que o tempo passa, a carga no capacitor começa a aumentar e o fluxo e a corrente começa a diminuir. Isto pode ser compreendido se pensarmos que o capacitor começa a funcionar como uma anti-bateria, já que ele começa a acumular cargas entre suas placas, e estas cargas estão dispostas no sentido contrário do sentido da bateria. O que acontece então é que quando o capacitor está completamente carregado, ele tem a mesma carga da bateria, só que a corrente por ele gerada está no sentido contrário, de forma que as correntes se cancelam. Circuito RL Podemos considerar analogamente ao caso do circuito RC . Quando estudamos a Lei de Ohm, podemos perceber que a função de um resistor é dissipar a corrente elétrica, transformando parte dela em energia térmica. A função de um indutor é analisada quando se estuda a Lei de Faraday. Vemos então que o indutor funciona como uma inércia de um circuito, o que impede quedas ou aumentos bruscos de corrente. Dentro de um circuito, a resistência consiste geralmente de um determinado material que dificulta a passagem de corrente e o indutor é um solenóide ou uma bobina, que consistem em um fio condutor enrolado muitas vezes. Vamos considerar agora um circuito , que possui uma bateria, uma chave que permite a passagem de corrente ou não, uma resistência e um indutor. Ao estudar os efeitos da auto-indutância de um sistema, vemos que a função de um indutor é de brecar a corrente que passa por ele gerando uma corrente de sentido oposto, então consideramos que a chave do circuito está aberta e é fechada no instante , quando se inicia a passagem de corrente pelo sistema. Quando a corrente chega ao indutor, um potencial aparece dificultando a passagem de corrente, e este potencial são onde L é a indutância do indutor, e é a forma diferencial de se expressar a variação da corrente no tempo. Temos que lembrar ainda que este potencial sempre esta contrário à corrente que o atravessa de acordo com a Lei de Lei de . Sabemos também que a queda de potencial , igual a no resistor é, pela . Utilizando a 1ª lei de Kirchhoff para este circuito, 12 podemos afirmar que o potencial da bateria é instante muito próximo do instante inicial . Para um , sabemos que a corrente é zero em todo o circuito, então a taxa de variação de corrente pelo tempo é dada por . Após a passagem de um pequeno intervalo de tempo, a corrente já flui pelo circuito e a variação temporal da corrente torna-se . Quando a taxa de variação de corrente é igual a zero, sabemos então que a corrente no circuito atingiu seu valor máximo: . Vamos analisar a equação anteriormente citada do circuito e descobrir qual é o tempo necessário para que a corrente atinja seu valor final. Integrando a equação diferencial em relacão ao tentpo temos . Nesta equação, chamamos a constante tempo do capacitor, de forma que ela seja igual a de constante de , esta razão é que determina o intervalo de tempo necessário para que o circuito atinja sua corrente máxima. Com obtemos a equação Obs.: Os dois circuitos são típicos efeitos transientes (transitórios), que tendem a desaparecer um tempo característico do sistema, que é a constante de tempo. Circuito LC Neste texto entenderemos como funciona um circuito que contém de acordo com o que foi mencionado anteriormente um indutor e um capacitor. Vamos supor inicialmente que exista uma chave no circuito que permita ou não a passagem de corrente e que o capacitor está carregado inicialmente com uma carga . Em um instante inicial , a chave é fechada, permitindo então a passagem de corrente através do circuito e a carga do capacitor começa então a fluir pelo circuito. Temos no circuito então uma corrente . Temos então que a queda de potencial no indutor é igual a e no capacitor é igual a que sabemos que , . Através da 1ª Lei de Kirchhoff, podemos afirmar . Derivando a equação com relação ao tempo onde que dá freqüência 13 angular das oscilações livres neste circuito A equação para de um oscilador harmônico com freqüência angular complexa obtemos é a equação . Usando a notação onde ( carga, que é o valor máximo que a carga pode atingir e da ( que são duas constantes reais necessárias para satisfazer às duas condições iniciais(a equação é de 2ª ordem), por exemplo, as especificações da carga inicial no capacitor e da corrente inicial através do indutor. Podemos perceber então que este circuito difere dos circuitos decai ou cresce exponencialmente, mas sim já que ele não . Isto acontece pois à medida que a carga no capacitor diminui, a energia armazenada no campo elétrico do capacitor se reduz. Esta energia não se perde, mas se transforma em energia magnética dentro do indutor, já que em torno deste circula uma corrente que induz nele um campo magnético. Em um dado instante, toda energia elétrica do capacitor se esgota juntamente com sua carga. Temos então que a corrente no indutor agora é máxima e todo a energia do circuito está armazenada dentro do indutor sob forma de energia magnética. Assim integrando a relação escrever em relação a , basta sem constante de integração adicional, pois já temos duas constantes arbitrárias, Que determina em função dos valores iniciais exemplo, se inicialmente não há corrente, concentrada no capacitor, temos . Poe , e a carga esta toda . A energia armazenada no capacitor no instante t é (usando ) 14 Podemos pensar nela como inteiramente contida no campo elétrico entre asa placas do capacitor. A energia armazenada no indutor no instante t é Que é a energia magnética contida no campo B dentro do indutor. A energia total é ausência de dissipação Como + = = , e se conserva dada a . vemos que a corrente está adiantada de , na fase, em relação a carga (em quadratura), tanto a corrente como a carga troca de sinal (sentido) a hemiciclo. A energia oscila entre energia elétrica e energia magnética, mantendo constante a energia eletromagnética total Há uma analogia completa entre as oscilações elétricas desse circuito e as oscilações mecânicas livres de uma partícula de massa M presa a uma mola de constante de mola K, sendo x o deslocamento da massa a partir do equilíbrio. (tabela 1) Circuito RLC Vamos ver agora o estudo de um circuito RLC, que é basicamente um circuito que contém um resistor, um indutor e um capacitor. Vamos supor então 15 que haja uma chave neste circuito que permita a passagem ou não de corrente e vamos supor também que o capacitor esteja carregado com uma carga inicial q0. Inicialmente a chave está aberta e não há passagem de corrente pelo circuito, no instante t=0 a chave é fechada e o capacitor começa o seu processo de descarga devido à diferença de potencial entre suas placas. Pela 1ª Lei de Kirchhoff, sabemos que a soma de todas as quedas de potencial em todos os elementos do circuito deve ser igual a zero, logo: . Sabemos que e substituindo este valor na equação obtemos . Esta equação é idêntica a uma equação de um oscilador amortecido estudado em ondas. Um oscilador amortecido pode ser imaginado como um sistema massa mola mergulhado em uma substância viscosa como um óleo. Quando consideramos um sistema massa-mola, ele oscila indefinidamente se considerarmos desprezíveis todos os atritos, no entanto se colocarmos este sistema dentro do óleo, o atrito viscoso entre o sistema e o óleo, produzirá calor e diminuirá a energia cinética do sistema, que oscilará cada vez com amplitudes menores. Antes de se estudar o circuito separado os circuitos , estudamos em e percebemos que nos circuitos , ocorre ou uma queda ou uma subida exponencial na corrente enquanto em um circuito , a corrente oscila de um lado para o outro. Vemos então que a mistura resulta em um circuito oscilante que cai exponencialmente. Vamos agora analisar este circuito energeticamente: Multiplicando todos os termos desta equação por , temos: . O primeiro termo desta equação nos indica qual é a quantidade de energia magnética que é injetada ou retirada do indutor, de forma que podemos obter um valor positivo ou um negativo, dependendo do sentido do fluxo de energia. No segundo termos da equação, temos o valor da energia elétrica do capacitor, cujo sinal também depende do sentido do fluxo de energia. Já para o terceiro termo, temos a energia dissipada no resistor por efeito Joule, e este 16 valor é sempre positivo. Como já vimos em um circuito , a soma das energias elétrica e magnética é sempre constante, porém no caso , há uma dissipação da energia no resistor, então a quantidade oscilante de energia entre o indutor e o capacitor tem sua amplitude sempre reduzida com o passar do tempo. O modo que a corrente cai com o tempo depende das relações entre os termos pois são estes termos que definem a curva na equação diferencial. O caso em que , ocorre um fenômeno denominado amortecimento subcrítico, e a corrente vai oscilando e diminui lentamente. Para o caso em que temos o amortecimento crítico, e para este caso não há oscilação e a carga no capacitor decai continuamente e tende à zero em tempos grandes. Para o caso em que , temos o amortecimento super- crítico, e como a dissipação no resistor é muito grande, a carga no capacitor cai exponencialmente e rapidamente. Métodos Runge-Kutta (1.10) Consideremos novamente um sistema de equações diferenciais de primeira ordem, eq.(1.10), que escrevemos na forma vetorial (1.20) Sob o nome métodos Runge-Kutta de ordem n incluímos todos os métodos de solução numérica de sistemas representados pela eq.(1.20) que 17 para calcular usam apenas o conhecimento de . Isto exclui, por exemplo, o algoritmo de Verlet, eq.(1.15), que necessita de calcular ordem. e para . O método de Euller, por exemplo, é um Runge-Kutta de Consideremos novamente o método de Euller, (1.21) Por simetria, é claro que igualmente válido seria escolher para argumento da o extremo à direita do interval , isto é, escrever (1.22) Naturalmente, pode se esperar que soluções melhores se obtêm com uma forma intermediária entre as das equações , eq.(1.21) e eq.(1.22), ou seja, (1.23) A dificuldade que se apresenta é que não conhecemos argumento da para por no . Um procedimento possível é usar a eq.(1.21) para obter uma primeira aproximação par a ser usado no argumento da , ou seja Método de Euler A melhor forma de entender o funcionamento dos métodos numéricos para solução de EDOs - e de conhecer suas armadilhas - é aplicar um método qualquer a equações simples. O método de Euler será deduzido mais adiante, e consiste basicamente em aproximar a derivada em t=ti pela relação: 18 dy/dt ~ (yi+1 - yi)/h A equação diferencial dy/dt=f(y,t) passa a ser representada por uma equação algébrica: (yi+1 - yi)/h = f(yi;ti) yi+1 = yi+h.f(yi;ti) Método de Euler Comece com a condição inicial (t0; y0) Use o método para i=0,1,2,3,... yi+1 = yi+h.f(yi;ti) ti+1 = ti + h Exemplo: aplicação do Método de Euler à equação do decaimento, dy/dt=-ky. Esta equação aparece em diversos sistemas de Engenharia Química tais como decaimento radioativo e consumo de certos reagentes em um meio reacional mantido a temperatura constante. O método de Euler é um método explícito: a equação utiliza apenas valores conhecidos para determinar novos pontos. Outros métodos são denominados implícitos porque as equações expressam os pontos a serem calculados em função de valores conhecidos e de valores a calcular. 19 5. Conclusão e Atividades Futuras Acreditamos que o desenvolvimento desses projetos será de grande utilidade para a aprendizagem de física em curso de engenharia, pois, os mesmo abrangem uma gama de disciplinas envolvidas. Com nos resultados obtidos em exercícios de eletromagnetismo procuramos aplicar esses projetos práticos em uma sala real de Engenharia. Como é esboçado nos gráficos temos uma boa aproximação comparando as equações, mas teremos que melhorá-las, pois, existe um fator de dois que implica na aproximação das mesmas, todos os cálculos serão revisados para resolver essa divergência, onde foi constatado um erro de cálculo. O projeto prático terá andamento ao longo de 2012. 20 6. Bibliografia -Moysés Nussenzveig, H., Curso de Física Básica, volume 2, Ed. Edgard Blücher Ltda. (2002). -Moysés Nussenzveig, H., Curso de Física Básica, volume 3, Ed. Edgard Blücher Ltda. (2002). -H. L. Guidorizzi, Um Curso de Cálculo, Vol. 1, Ed. LTC (2001).H. L. Guidorizzi, Um Curso de Cálculo, Vol. 2, Ed. LTC (2001).