AS ESPÉCIES DE EUPATORIEAE (ASTERACEAE) AMEAÇADAS

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AS ESPÉCIES DE EUPATORIEAE (ASTERACEAE) AMEAÇADAS DE
EXTINÇÃO NO ESTADO DE MINAS GERAIS
Jimi Naoki Nakajima
Universidade Federal de Uberlândia, Instituto de Biologia, Herbarium Uberlandense,
Uberlândia, MG, Brasil. [email protected]
Asteraceae é a maior família de plantas com flores e conhecida como a família das
margaridas, sendo amplamente utilizadas como plantas ornamentais e comestíveis.
Asteraceae apresenta cerca de 30 mil espécies, sendo que esta enorme diversidade se
deve a sua alta plasticidade morfológica e ecológica e grande variedade de compostos
secundários químicos, que conferem proteção contra herbívoros. A família está
presente em todos os ecossistemas terrestres no mundo, exceto na Antártida. Segundo
a Lista de Espécies da Flora do Brasil ocorrem no país 2.069 espécies de Asteraceae.
Os estudos sistemáticos e taxonômicos realizados ao longo dos últimos anos permitiu
reconhecer que 242 espécies estão em algum grau de ameaça, o que a torna
Asteraceae uma das principais famílias ameaçadas. Uma das tribos mais diversas em
termos de números de espécies é Eupatorieae, que possui 54 espécies de 18 gêneros
com algum grau de ameaça (7 CR, 34 EN e 13 VU) e 7 espécies de 5 gêneros como
deficientes de dados (DD). O objetivo do presente trabalho é levantar os dados das
espécies de Eupatorieae ameaçadas de extinção no estado de Minas Gerais para
subsidiar projetos de conservação. Com base na literatura e exemplares depositados
nos herbários brasileiros e estrangeiros é possível constatar que o estado de Minas
Gerais possui 21 espécies em 8 gêneros ameaçados de extinção (1 CR, 13 EN e 7
VU), das quais 12 espécies ocorrem somente neste estado nas categorias mais altas de
ameaça (1 CR, 10 EN e 1 VU). A espécie Stevia hilarii B.L. Rob. é a única
criticamente ameaçada (CR) devido a sua população restrita e endêmica local,
enquanto que a maioria das espécies em perigo (EN) pertence ao gênero Mikania. As
espécies ameaçadas que ocorrem somente no estado de Minas Gerais são típicas dos
campos rupestres, enquanto que as espécies ameaçadas que ocorrem também em
outros estados são de ambientes campestres ou florestais de altitude. As espécies
categorizadas como DD são conhecidas apenas pelas coletas históricas citadas na
Flora Brasiliensis ou descrição original. Embora, nos últimos anos tenha havido um
incremento nos estudos taxonômicos e filogenéticos da família, ainda persiste um
hiato no conhecimento, principalmente porque a maioria das espécies possuem uma
distribuição restrita. As espécies estão em algum grau de ameaça principalmente por
serem endêmicas locais ou com distribuições restritas e disjuntas de campos rupestres
e, portanto, sujeitas a modificações naturais ou antrópicas de seu habitat, que pode
comprometer a estabilidade e manutenção das populações. Portanto, é importante
reforçar tanto a proteção das áreas de endemismo, como os estudos de levantamentos
florísticos e de biologia populacional. (FAPEMIG CRA-PPM-00385-14,
CNPq/CAPES Reflora 563541/2010-5; PROTAX proc. 562290/2010-9)
Keywords: Eupatorieae, Conservação, Minas Gerais
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