“Na longa história da espécie humana, prevaleceram os indivíduos que aprenderam a colaborar e a improvisar com mais eficácia” (Charles Darwin) Sinopse Um espetáculo inteiramente improvisado por apenas dois atores e um músico, a partir de uma palavra sugerida pelo público. Apresentação O espetáculo de Impro “DOIS É BOM” é composto por apenas dois atores, um músico e uma sugestão da platéia. O resto é totalmente criado pelos improvisadores Ana Paula Novellino e Claudio Amado, fundadores da Cia Teatro do Nada. Durante 60 minutos, inspirados pela sugestão inicial, eles irão criar personagens e descobrir como suas vidas se cruzam, como suas relações começam, se transformam ou terminam. Momentos alegres, momentos tristes, engraçados ou dramáticos, assim como na vida. Cada apresentação de “DOIS É BOM” é única, suas histórias e personagens jamais se repetirão. Após pesquisar as técnicas e formatos de Impro durante cinco anos na Cia Teatro do Nada, Ana Paula Novellino e Claudio Amado resolveram investir no chamado Long Form (Formato Longo), um estilo de improviso teatral onde as relações entre os personagens e as conexões entre suas vidas criam uma delicada rede de histórias. Levemente inspirado no formato americano “Harold”, “DOIS É BOM” é o resultado desta pesquisa, contando inclusive com intercâmbios com profissionais de Impro dos E.U.A (Robert Webber/ Johnny LunchPail - Nova Iorque), Alemanha (Volker Quandt/Harlekin Theater), Argentina (Omar Argentino Galván) e México (Cia Complot Escena). “DOIS É BOM” vem completar o panorama da improvisação no Brasil, apresentando um formato diferenciado e novo, mostrando que o Impro é uma arte de infinitas possibilidades. Texto Por se tratar de um espetáculo de improvisação , tudo é criado na hora, não existindo um texto fixo. A cada apresentação o texto é totalmente diferente, pois todos os personagens, nomes, situações e acontecimentos sempre são criados a cada sessão. Somente a abertura do espetáculo é fixa: “Boa noite, Sras e Srs. Bem-vindos ao DOIS É BOM, um espetáculo de improvisação. Acreditem se quiser, tudo o que os senhores verão aqui esta noite será totalmente improvisado, e para começar, precisamos somente de uma sugestão, uma palavra qualquer: alguém tem uma sugestão?” Também não se faz necessária a autorização de encenação, devido a natureza do espetáculo. Objetivo e Justificativa Apresentar ao público brasileiro uma proposta diferente de espetáculo de improvisação; Expandir os estilos e formatos de improvisação existentes no Brasil, acompanhando os grupos e companhias estrangeiras com mais tempo de pesquisa e tradição nesse tipo de arte teatral; Mostrar que a improvisação é um fenômeno teatral extremamente rico e diverso de possibilidades, onde o IMPRO pode ser empregado como base para a construção de um espetáculo delicado, humano, no qual o drama e a comédia convivem lado a lado, como nos diversos momentos da vida. Currículo do Espetáculo. Dois é bom estreou no início de junho de 2009, na Sede da Companhia de Teatro Contemporâneo, localizada no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro. Após dois meses em cartaz, o espetáculo foi encenado durante o mês de agosto de 2009 no Teatro Gláucio Gil, localizado no bairro de Copacabana na mesma cidade. No mês de outubro do mesmo ano, a peça foi encenada no Espaço Mezcla, localizado na cidade de Juiz de Fora, no estado de Minas Gerais. Nos meses de julho e agosto de 2010, a peça foi encenada na sede da Cia dos Atores, no bairro da lapa, Rio de Janeiro. Críticas http://lionel-fischer.blogspot.com/ QUINTA-FEIRA, 8 DE JULHO DE 2010 Teatro/CRÍTICA "Dois é bom" ............................................ Improviso em cena na Lapa Lionel Fischer Sempre fui e sempre serei apaixonado por Improvisação. E são tantas as razões desta paixão que, caso resolvesse enumerá-las todas aqui, fugiria por completo ao presente objetivo, que é o de fazer a crítica do espetáculo "Dois é bom". Seja como for, não custa nada mencionar que fui aluno de improvisação de Maria Clara Machado, no Tablado, durante seis anos (dos 15 aos 21 anos), dei um curso na Funarte sobre o tema, em 2006, ("Improvisação teatral: você sabe realmente o que é isso?") e, de 15 anos para cá, voltei a dar aulas de improvisação no Tablado. Isto posto, vamos ao que de fato importa. "Dois é bom", em cartaz na Sede da Cia. dos Atores, é uma montagem que acontece de forma sempre improvisada, tendo como mola propulsora uma palavra dita por alguém na platéia - ou seja: ninguém jamais assistirá ao mesmo espetáculo. Na sessão de ontem, a palavra escolhida por um espectador foi "arroz". Então, os atores Ana Paula Novellino e Claudio Amado começaram a improvisar. Mas, ao contrário do que ocorre normalmente, aqui a palavra "arroz" serve apenas para criar um contexto inicial, que vai sendo desenvolvido e modificado à medida que a improvisação avança, sendo criadas novas situações e, obviamente, novos personagens. Embora não seja uma proposta inédita, ela apresenta muitos desafios, já que não se trata de uma improvisação curta, como normalmente acontece, mas de uma narrativa que dura 60 minutos. Autores do projeto, Ana Paula Novellino e Claudio Amado (acompanhados pelo músico Tayo Omura) exibem imaginação, humor e bom entrosamento, explorando de forma eficiente os impulsos momentâneos que levam à criação de cenas e personagens. Como única ressalva, mencionaria uma certa lentidão no ritmo do espetáculo, que poderia - e deveria - apresentar maiores variações neste particular, mesmo levando-se em conta que tudo está sendo criado no momento. Seja como for, tratase de uma montagem corajosa e que, imagino, poderá ganhar maior agilidade com o correr da temporada. DOIS É BOM - Concepção e atuação de Ana Paula Novellino e Claudio Amado. Sede da Cia. dos Atores. Quarta-feira, 20h. A montagem fica em cartaz até 25 de agosto. Dois é Bom Por Pedro Borges, ator português da Cia. BARRACA. Pois lá fui hoje ver os nossos colegas brasileiros ao espectáculo "Dois é bom". É o primeiro long-form no Rio de Janeiro que já vai fazendo algum sucesso. Actuam às quartas-feiras e a casa estava cheia (60 lugares). São só dois actores, um ele e uma ela. Ah, e um teclista com um keyboard. Em palco estão duas cadeiras, o músico e um grande quado negro que é usado para escrever com giz. Eles pedem uma palavra ao público. Foi dada a palavra tangerina. Enquanto um escreve a palavra no quadro, o outro vai fazendo um monólogo para o público, dizendo o que é que essa palavra lhe faz lembrar e contra uma história. A dada altura o outro faz um tag e, a propósito de alguma palavra ou tema do monólogo, começa um novo monólogo sobre o novo tema enquanto o outro adiciona novas palavras/temas ao quadro. Isto dura cerca de 10 minutos e o quadro fica com várias (10/12) palavras escritas. Vão ser a "gasolina" para o harold. Depois fazem cenas. Poucas e longas. Vi 4 cenas, cada uma com cerca de 10 minutos. As primeiras três eram independentes e a 4ª cena ia buscar elementos à primeira cena. Não faziam edits bruscos. As cenas tinham início e fim e não eram interrompidas. No final os actores sentam-se nas cadeiras, olham para o quadro, bebem água e depois começam a cena seguinte. Um actor faz a iniciação, com alguma personagem, e o outro levanta-se da cadeira e dá a contra-cena. O rapaz do som intervem discretamente, o que é bom. Consegue fazer muita coisa boa com aquele keyboard: trovões, chuva, tambores, etc. giro. Usam cerca de 12 projectores e o operador de luz faz alguns efeitos básicos, que ajudam as cenas. O que gostei mais no espectáculo deles foi a qualidade das cenas a dois e emoção na relação entre personagens, bem aprofundadas. O harold não tinha praticamente enredo, portanto tudo se focava na relação e na vida que se criava dentro das personagens. 1ª cena - Avô e neta. Ele fez um idoso muito bem feito, e conseguiu tocar-nos com a sua sensibilidade. 2ª cena - Rapariga e rapaz num buggy. Ele queria alguma coisa com ela, mas ela nem por isso. Tiveram a inteligência de deixar que a conversa e as circunstâncias os levassem a que no final houvesse romance. Mas de uma forma fluída, que podia mesmo acontecer na realidade. Não foi forçado. 3ª cena - Mulher suicida e faxineiro no topo de um edifício. Cena muito bonita, a explorar sensibilidades e emoções. No fim ela desiste do suicídio e ele, quando fica a sós, brilhantemente, solta umas asas das suas costas e voa, assumindo-se como um anjo! 4ª cena - a neta vai ao espirita para tentar falar com o avô, para lhe pedir desculpas. De novo uma cena que teve tanto de cómica como de bonita. O que mais me interessou foi ver o lado sensível e bonito das personagens, que se consegue com alguma calma (e tempo!). Todas as cenas foram bonitas, divertidas e emocionantes. E jogaram simples, para a a beleza. Não se desdobraram em personagens múltiplas, nem fizeram passagens de tempo, ou saltos dentro das cenas. Jogam seguro e com qualidade. O improv long-form no Rio de Janeiro está muito bem entregue! Clipping http://vejabrasil.abril.com.br/rio-de-janeiro/teatro/dois-e-bom-14125 http://www.guiadasemana.com.br/Rio_de_Janeiro/Artes_e_Teatro/Evento/Dois_e_Bom.aspx?id=68455 Ficha Técnica Concepção e Atuação: Ana Paula Novellino e Claudio Amado Músico: Taiyo Omura Produção: Pedro Figueiredo e Lola Borges Fotos: Thiago Facina Programação Visual: Julio Galhardi Duração: 60 minutos Classificação etária: 14 anos. Currículos do Elenco Claudio Amado – Ator Improvisador Ator, diretor e professor de improvisação. Formado em Artes Cênicas pela UNI-RIO (1997), participou de diversos espetáculos como ator, além de participações em televisão, publicidade, cinema e eventos. Em 2003, fundou a única companhia oficial de Teatro-Esporte do Rio de Janeiro, a CIA TEATRO DO NADA, especializada em IMPRO, onde montou os espetáculos “TEATRO DO NADA", "NADA CONTRA" e “IMPROZAP”. Em 2005, começou a ministrar aulas de IMPRO na sede da Cia Teatro Contemporâneo, onde organizou os três primeiros campeonatos cariocas de improvisação teatral, além de dirigir os espetáculos de improvisação "Jogo das Estrelas“, "ImprovInsanos - Narrativas Improvisadas", "Amistosos de Improvisação", "Sextas Improvisadas", "Musicaos” e “Impro de Sete Cabeças”. Em 2006, ministrou oficina de IMPRO no Inverno Cultural de São João Del Rey. Em 2008, participou, com a CIA TEATRO DO NADA, do 1º Mundial de Match de Improvisação do Chile, representando o Brasil. Em 2009, começou a dar aulas de improvisação na ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing). Ana Paula Novellino – Atriz Improvisadora Formada em Artes Cênicas pela Universidade do Rio de Janeiro, e pela Escola de Dança Angel Vianna. Desde 2003 integra o grupo TEATRO DO NADA, estando constantemente em cartaz com os espetáculos de improvisação do grupo. Em 2009 estreou o espetáculo ImproZap (Sérgio Porto); em 2008 esteve em cartaz com o espetáculo “NADA CONTRA” (Teatro do Jóquei); em 2007 produziu e atuou no espetáculo “HISTORIETTES”, a partir de textos de Guy de Maupassant (Teatro do Planetário e Teatro Ziembinski); em 2006 esteve com o espetáculo TEATRO DO NADA, que ficou três anos em cartaz. Ministra aulas de Improvisação desde 2005. Taiyo Omura – Músico Improvisador Diretor e roteirista de TV e vídeo, músico e ator improvisador. É diretor da produtora Travessia Filmes, voltada para a produção de conteúdo audiovisual, seja em curta-metragens, documentários, publicidade e pesquisas de linguagem para novas mídias digitais. Aluno de Cinema na UFF e Licenciatura em Música na UNIRIO. Iluminador dos espetáculos “ImprovInsanos - Narrativas improvisadas”, “Nada Contra”, “O Cadillac Vermelho” e “Tela Azul”. Participou do “3º Campeonato Carioca de Improvisação Teatral” e do espetáculo “Sextas Improvisadas”. Fez parte da equipe vencedora do “2º Amistoso Carioca de Improvisação" e é músico improvisador do espetáculo “Musicaos”. Integra o coral da Associação Sholem Aleichem e ministra aulas de teoria musical e musicalização. Mapa de Luz e Palco Contatos Pedro Figueiredo – (21) 2274-8509 / (21) 9321-9101 – [email protected] Claudio Amado – (21) 2226-1263 / (21) 9722-5952 – [email protected] Anexo I Currículo da Companhia Teatro do Nada Ao completar 5 anos de espetáculos de Improvisação, a Cia. Teatro do Nada apresenta uma proposta de trabalho tanto vertical, pelo aprofundamento da pesquisa em torno do IMPROVISAÇÃO TEATRAL AO VIVO, como também horizontal, pelo espalhamento da Improvisação em setores diversos da sociedade. Ela vem pesquisando a técnica de Improvisação Inglesa chamada IMPRO e suas versões norte-americanas desde 2003 e que, apesar de já existirem desde a década de 70, são uma novidade no Brasil. No Rio de Janeiro, a Cia. Teatro do Nada fomentou não só o consumo de espetáculos de Improvisação, como também disseminou estas técnicas dentre a classe artística. A prova disso é o aparecimento de vários grupos de Improvisação que se formaram nas Oficinas regulares ministradas pela Companhia ou se estimularam para iniciar a sua pesquisa a partir da experiência vivida nos seus primeiros espetáculos de Teatro-Esporte: o TEATRO DO NADA e o NADA CONTRA. Em 2009, a Cia. Teatro do Nada estreou seu terceiro espetáculo de Improvisação– IMPROZAP. Este novo espetáculo é um amadurecimento na trajetória da companhia, com histórias mais elaboradas, inspiradas em autores como Shakespeare, Suassuna, Brecht, Tarantino, Martins Pena, Ibsen. Cada estilo dramatúrgico, escolhido pelo público, traz uma narrativa própria e um tipo de interpretação que marca a história, trazendo uma pluralidade ao espetáculo de Improvisação, inédita nos palcos brasileiros. IMPROZAP vem reforçar a marca teatral da Cia. Teatro do Nada – a construção cênica e dramatúrgica ao vivo, sem combinação prévia, que encanta pelo risco de se entrar em cena no vazio e pela criatividade do elenco que é ao mesmo tempo autor e diretor do espetáculo. Ainda no mesmo ano, dois integrantes da companhia estréiam o espetáculo de improvisação de longo formato DOIS É BOM, no qual uma palavra sugerida pelo público leva a encenação de quatro histórias - com enfoque na relação mais humana e realista entre os personagens. Histórico da Cia. Teatro do Nada O processo de pesquisa em torno do IMPRO se iniciou em abril de 2003. Foram meses de trabalho com Gabriela Duvivier que trabalhou com Keith Johnstone em Londres e trouxe a técnica IMPRO para o Rio de Janeiro. Estreamos o espetáculo TEATRO DO NADA em Janeiro de 2004 na Casa da Matriz, onde ficou em temporada por 13 meses, um sucesso surpreendente. Seguiu carreira no Teatro Maria Clara Machado Planetário da Gávea de Abril a Julho de 2005, no Teatro do Jockey em agosto e setembro; no Teatro Leblon no mês de outubro de 2005. E no Hipódromo UP de dezembro de 2005 a fevereiro de 2006. Em março e abril deste mesmo ano finalizou temporada no Teatro do Jockey. Em setembro de 2006, contemplado com o Prêmio de Teatro Myrian Muniz FUNARTE/Petrobras o espetáculo NADA CONTRA estreou no Teatro do Jockey e em 17 de outubro mudou-se para o Teatro Maria Clara Machado/Fundação Planetário, onde permaneceu até o fim deste ano. A temporada verão/2007 aconteceu no Centro Cultural Suassuna na Barra da Tijuca e de abril a junho deste ano, novamente o Teatro do Jockey recebeu a Companhia. De julho de 2007 a abril de 2008, o NADA CONTRA esteve em temporada no Teatro Odisséia, na Lapa carioca. E em maio e junho, o NADA Contra encerrou sua temporada em 2008 novamente no Teatro do Jockey. Em setembro de 2008, a Cia. Teatro do Nada participou do Mundial IMPRO Chile 08 - Festival Internacional de Improvisação, jogando em língua espanhola com equipes do México, Colômbia, Argentina, Peru, Espanha. Em janeiro de 2009, o terceiro espetáculo da Companhia - Improzap estreou no Espaço Cultural Sérgio Porto, ficando em cartaz até março. Em abril e maio, a temporada foi na Casa da Gávea (RJ) e em julho fomos convidados a participar do 22º Inverno Cultural da UFSJ, tanto com o Improzap, como com o NADA Contra. Por se tratar de um método criativo e novo no Brasil, a Cia. Teatro do Nada ministra workshops e oficinas de Improvisação, que foram convidadas a participar da Mostra Prática da UNI-RIO, do 13º e do 14º Festival de Inverno de São João del Rey e do 17º Inverno Cultural da UFPR. Além daquelas voltadas para treinamento de funcionários em empresas como o BOB´S e a Rede GLOBO de Televisão no projeto “Líderes de Produção”. Workshops internacionais com mestres de improvisação trazidos pela Companhia. Ricardo Behrens (L.P.I./Argentina) – setembro 2006 Jose Luiz Saldaña (Complot-Escena/México) – setembro 2008 Omar Argentino – outubro 2008 Robert Webber (Johnny Lunch Pail/EUA) – fevereiro 2009 Volker Quandt (Harlekin Theater/Alemanha) – fevereiro e outubro 2008/ março 2009 Shawn Kinley (Loose Moose Theatre / Canadá) – novembro de 2009. Integrantes: Ana Paula Novellino, Cláudio Amado, Vinicius Messias, Éber Inácio, Luca de Castro, Ana Luisa Leite, Cacá Ottoni, Pedro Figueiredo e Ivan Fernandes.