Pontifícia Universidade Católica do RS FFaaccuullddaaddee ddee M Meeddiicciinnaa –– DDeeppaarrttaam meennttoo ddee PPeeddiiaattrriiaa DDiisscciipplliinnaa ddee TTrraauum maa ee EEm meerrggêênncciiaa CASO CLÍNICO 1 1. Identificação: H.R.F., 6 meses, masculino, branco. 2. Queixa Principal: é atendido no pronto atendimento por crise convulsiva tônico-clônica generalizada, febre, tiragens intercostais, taquipnéia e palidez. 3. História da doença atual: mãe refere que há 3 dias, a criança iniciou quadro de febrícula, obstrução nasal, cansaço, contínuo e progressivo. Consultou com seu pediatra que recomendou medidas gerais e paracetamol. Há 2 dias está com recusa alimentar e mais febril. No dia da hospitalização, cedo, teve piora do aspecto geral, um episódio de vômito, com elevação de febre. Além da tosse e dos roncos, começou com retrações intercostais e subcostais, taquipnéia, palidez perioral e de extremidades e há 12 horas com sibilância progressiva. Agora está há 5 minutos em crise tônica e clônica, generalizada, com perda de urina; apresenta movimentos oculares em giro e piloereção. 4. Gestação, parto, nascimento: gestação sem particularidades, gesta III, para 0. Prematuro com 34 semanas de idade gestacional, 2 Kg, que teve quadro compatível com taquipnéia transitória do recém-nascido, usando oxigenoterapia por 72 horas em UTIN. Apgar 8. Parto por cesárea. 5. Antecedentes Pessoais: Ganho ponderal adequado. É portador de uma comunicação interatrial leve. 6. Alimentação: leite materno exclusivo até 4 meses. Recebe sopa, papas, leite e chás. 7. Antecedentes Familiares: pai com 26 anos e mãe com 24 anos. Avó materna com asma e diabete melito. Irmãos de 2 e 3 anos, freqüentadores de creche, estão resfriados há 1 semana. Pai tabagista e com história de uso de fenobarbital até os 7 anos. 8. Condições de moradia: casa de alvenaria, localizada em zona urbana, com banheiro dentro da residência, com energia elétrica e água encanada. O terreno é seco. 9. Exame físico na admissão Peso: 6400 g. Febre 38,7ºC. Fáscies atípico, hidratado, estado geral regular. Pele sem soluções de continuidade, de coloração branca, apresentando boa elasticidade. Discreta erupção maculo-papular no pescoço anterior. Mucosas coradas. Conjuntivas levemente avermelhadas. Congestão nasal, com coriza hialina. Orofaringe hiperemiada. Tórax com retrações intercostais, subcostais e de fúrcula, freqüência respiratória de 63 mrpm, dispnéico, tempo expiratório prolongado, alguns sibilos; crepitantes difusamente distribuídos e mais intensos nas bases. Ausculta cardíaca apresentando bulhas cardíacas normofonéticas em 2 tempos, sopro sistólico ejetivo, ritmo cardíaco regular. Freqüência cardíaca de 149 bpm. Abdome sem alterações. Fígado palpável a 2 cm abaixo do rebordo costal e baço impalpável. Neurológico: sonolento e hiporresponsivo. Sem meningismos; reflexos vivos e simétricos. 10. Laboratório na admissão: HEMOGLOBINA 10,7 g% HEMATÓCRITO 29,8 % HEMACEAS 2,16 m/U PLAQUETAS 369.000/ uL EOSINÓFILOS 1% BASÓFILOS 1% LEUCÓCITOS 18.800/ uL SEGMENTADOS 21 % LINFÓCITOS 51% MONÓCITOS 25 % SÓDIO 140 mEq/L POTÁSSIO 4,6 mEq/L MAGNÉSIO 2,2 mg% UREIA 40 mg/dl CREATININA 0,5 mg/dl GLICEMIA 89 mg/dl Pesquisa viral: em andamento. Raio x de tórax: infiltrado intersticial difuso, hiperinsuflação, consolidação pequena em lobo inferior esquerdo e atelectasia em lobo superior direito. 11. Evolução: Apresentou cianose, passando a receber O2 por máscara. Crise convulsiva cedeu com primeiras medidas. Mantinha febre. 1. QUE DADOS CLÍNICOS SÃO RELEVANTES E AINDA NÃO FORAM INFORMADOS? 2. QUAIS OS SINTOMAS QUE INDICAM RISCO DE MORTE PARA ESTA CRIANÇA? 3. QUAL É A PROVÁVEL FISIOPATOLOGIA DA CONVULSÃO NESTE CASO? 4. QUE DOENÇAS FAZEM PARTE DO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL? 5. QUAIS FORAM AS MEDIDAS TOMADAS NESTE ATENDIMENTO MÉDICO? 6. RECOMENDE E JUSTIFIQUE A CONDUTA DIAGNÓSTICA E TERAPÊUTICA A SEGUIR.