Relatório Agrisus - 2014 - Final

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO
AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS
INSTITUTO AGRONÔMICO - Centro APTA Citros ‘Sylvio Moreira’
SUSTENTABILIDADE DA PRODUÇÃO DA LIMA ÁCIDA
TAHITI: MANEJO DA ENTRELINHA E LINHA DE PLANTIO
Responsável:
Fernando Alves de Azevedo
PqC - Centro APTA Citros Sylvio Moreira – IAC
Colaboradores:
Dirceu de Mattos Júnior
Diego Francisco Fuentes Aguilera
Rodrigo Marcelli Boaretto
Rodrigo Martinelli
Patrícia Andrea Monqueiro
RELATÓRIO FINAL
APRESENTADO À
FUNDAÇÃO AGRISUS
Projeto PA 1175/13
Dezembro/2014
Cordeirópolis/SP
RESUMO DA PROPOSTA
As entrelinhas dos pomares de citros no Brasil são, em geral, manejadas com roçadeira
lateral (convencional), enquanto que nas linhas se utilizam principalmente o herbicida
glifosato. Há grande predominância de Urochloa decumbens nas entrelinhas dos
pomares. Como existem relatos de alelopatia de U. decumbens aos citros e de danos
acarretados pelo uso, contínuo, de glifosato em outras culturas, pretende-se com esse
projeto estudar duas vegetações intercalares (braquiárias), manejadas com diferentes
roçadeiras, com e sem herbicida, nas entrelinhas de pomar de lima ácida Tahiti. Para
tanto, ensaio foi instalado em 2010, utilizando-se o esquema de parcela sub
subdivididas, em delineamento de blocos ao acaso, com seis repetições. Nesse
experimento, as parcelas são compostas por dois tipos de braquiárias: Urochloa
decumbens e U. ruziziensis; as sub parcelas por dois tipos de roçadeiras laterais:
convencional e ecológica; e as sub sub parcelas: pela aplicação e ausência do herbicida
glifosato na linha de plantio. As braquiárias foram semeadas em janeiro de 2010 e o
pomar de lima ácida Tahiti implantado no mês de março desse mesmo ano. As
avaliações foram iniciadas em novembro de 2012. Serão aferidas: massa seca da parte
aérea das braquiárias; taxa de decomposição e mineralização dos nutrientes (palhada);
composição química (macronutrientes) do solo na linha e entrelinha do pomar e folhas
da lima ácida Tahiti; controle e banco de sementes de plantas daninhas e por fim, teor
de clorofila (folhas), desenvolvimento vegetativo (altura e diâmetro) e produtivo nas
plantas de lima ácida Tahiti, além da qualidade físico-química dos frutos dessa varieade.
Pretende-se com esse projeto elucidar os possíveis efeitos maléficos do uso contínuo de
glifosato (linha de plantio) e Urochloa decumbens (entrelinhas) em pomares de citros.
Palavras-chave: roçadeira ecológica, braquiárias, taxa de decomposição, plantas
daninhas, compactação, glifosato.
1 INTRODUÇÃO
O Brasil,segundo dados de 2011 da FAO (2013), é o segundo maior produtor de
citros no mundo (22 milhões t), abaixo apenas da China, porém, é o maior produtor de
laranja (19,8 milhões t). Com relação a limões, o país ocupou a 5º posição. Neste
mesmo ano, a área e produção de citros elevaram-se para 817 mil hectares e 485
milhões de caixas (40,8 kg). Porém, no Brasil, a produtividade média é da ordem de
23,9 t ha-1, sendo o 13º entre todos os países produtores e o 2º entre os dez maiores, e o
manejo empregado pode ser um dos motivos.
Atualmente, verifica-se que há um panorama de descapitalização dos produtores e
aumento do custo de produção, devido ao aumento de problemas fitossanitários e o
encarecimento da mão-de-obra. Com a crise vivida pelo setor em 2012, impulsionou-se
o abandono à cultura,somente em São Paulo foram erradicados 36,7 mil ha de citros,
dos quais 77% destes pomares seriam de pequenos e médios produtores (CONAB,
2013).
O estado de São Paulo responde por 77% da produção brasileira de limões (853,1
mil t), seguido de Minas Gerais e Bahia, com 76,7 mil t e 59,7 mil t, respectivamente
(IBGE, 2011). Esses dados comprovam a importância de São Paulo na produção,
principalmente, da limeira ácida Tahiti [Citrus latifolia (Yu. Tanaka) Tanaka], que em
2008, a produção encontrava-se em 32 mil ha, distribuídos em 6 mil propriedades,
resultando numa média de 5,7 hectares por propriedade (SAA, 2008). Embora essa área
seja bastante inferior àquela com laranjas, o cultivo do Tahiti representa um grande
impacto social, ambiental e econômico no Estado, pela participação, na sua grande
maioria, de pequenos produtores rurais.
Uma prática adotada recentemente na citricultura paulista é o uso de um manejo
diferenciado na entrelinha dos pomares, aproveitando-se a vegetação espontânea e a
introduzida em benefício da cultura. Os citricultores, na sua grande maioria, têm optado
por manejar essa vegetação intercalar com uso de roçadeira lateral tipo ecológica, que
lança toda massa vegetal da entrelinha para a linha de cultivo sob a copa das plantas de
citros.
Portanto, a combinação de diferentes métodos de manejo, como o uso de roçadeira
na entrelinha dos pomares de citros e a aplicação de herbicidas na linha é recomendada.
Assim, objetivou-se, com este trabalho, avaliar o efeito de duas braquiárias na
entrelinha [Urochloa (sin.Urochloa) ruziziensis; U. decumbens], manejadas com
roçadeira lateral (ecológica e convencional), sem e com o uso de glifosato, na fertilidade
do solo, estado nutricional e produtivo da limeira ácida Tahiti.
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Avaliar diferentes manejos visando sustentabilidade da produção da lima ácida
Tahiti.
2.2 Objetivos Específicos
(i) quantificar fitomassa e determinar taxa de decomposição e liberação de
nutrientes dos resíduos vegetais das diferentes braquiárias (tempo de 1/2 vida);
(ii) avaliar o controle e banco de sementes das plantas daninhas do pomar em
diferentes manejos (braquiárias x roçadeiras x glifosato);
(iii) aferir compactação do solo da linha e entrelinhas nos diferentes tratamentos;
(iv) determinar composição química do solo (linha e entrelinha) e das folhas da
lima ácida Tahiti;
(v) quantificar teor indireto de clorofila nas folhas de Tahiti;
(vi) aferir o desenvolvimento vegetativo e produtivo da lima ácida Tahiti.
(vii) avaliar a qualidade físico-química ‘dos frutos de Tahiti produzidos nos
diferentes manejos.
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Instalação do ensaio
O experimento foi conduzido em Mogi Mirim-SP, onde se realizou a semeadura a
lanço, de duas espécies de braquiárias (U. ruziziensise U. decumbens), em janeiro de
2010. Após o estabelecimento das espécies, realizou-se, em março do mesmo ano, a
implantação do pomar de lima ácida Tahiti, enxertada sobre citrumelo Swingle [Citrus
paradisi Macf. × Poncirus trifoliata (L.) Raf.] em espaçamento de 7,0 x 4,0m. O
delineamento experimental foi de blocos casualisados, no esquema de parcela sub
subdividida. Nas parcelas foram locadas as espécies de braquiárias (U. ruziziensis e U.
decumbens), na subparcela o tipo de roçadeira (ecológica e convencional) e sub
subparcela, utilização de herbicida (sem e com glifosato).
3.2 Avaliações
3.2.1 Fitomassa seca da parte aérea das braquiárias
A vegetação intercalar nas diferentes parcelas, foi roçada (Figura 1 A,B), em três
datas (outubro, dezembro de 201313 e março de 2014). Antes e após a roçagem,
realizaram-se amostragens na entrelinha e projeção da copa das plantas de lima ácida
Tahiti (Figura 1 C), em quatro pontos parcela-1, utilizando-se um gabarito com 0,25 m2.
As amostras foram subdivididas em quatro sub-amostras, pesadas e posteriormente
mantidas em estufa (60ºC/48h), pesadas e obteve-se assim, a massa da parte aérea das
braquiárias seca (MS) projetada em toneladas ha-1.
Figura 1. Roçadeira convencional (A); Roçadeira Ecológica (B); massa de braquiária projetada sob a
copa dos citros (Mogi-Mirim/SP, 2012)
3.2.2 Decomposição da matéria seca da parte aérea das duas espécies de
braquiárias e liberação de nutrientes
Amostras da parte aérea de cada braquiária, contendo 100g de massa fresca, foram
depositadas sobre o solo na projeção da copa das plantas de Tahiti e cobertas por tela de
nylon (Figura 2), metodologia adaptada da técnica de bolsas de decomposição (“litter
bags”) adaptada de Bocock & Gilbert (1987). Aos 0, 15, 30, 45, 60, 90, 120 e 150 dias
após a instalação do experimento, quatro amostras de cada braquiária foram retiradas,
secas em estufa à temperatura de 60 ±3 °C até alcançar massa constante, sendo então
pesadas para determinar a taxa de decomposição e posteriormente moídas e
encaminhadas ao Laboratório de Análises Químicas da Ufscar, para determinação de
nutrientes remanescentes (nitrogênio, fósforo e potássio), em cada época.
Figura 2. Telas de nylon protegendo amostras de bráquiárias sob a copa de lima ácida
Tahiti no experimento de decomposição da palhada e liberação de nutrientes (Mogi
Mirim/SP).
3.2.3 Levantamento fitossociológico de plantas daninhas
O levantamento fitossociológico foi realizado em três ocasiões, sempre 30 dias
após as roçagens e aplicações de glifosato na área: outubro de 2013, fevereiro e maio de
2014. Em cada parcela foi lançado aleatoriamente um quadrado de ferro (gabarito) com
0,25 m² por 10 vezes (método quadrado inventário), totalizando uma área amostral de
2,5 m² (Figura 3). As plantas contidas no quadro foram identificadas, obtendo-se o
número de indivíduos por espécie. As amostragens foram feitas na linha de plantio dos
citros. Para o cálculo dos parâmetros fitossociológicos foram utilizadas as fórmulas de
Mueller-Dombois e Ellenberg (1974), como seguem:
Frequência (Fre) =
(1)
Permite avaliar a distribuição das espécies nas parcelas;
Densidade (Den) =
(2)
Permite avaliar a quantidade de plantas de cada espécie por unidade de área;
Abundância (Abu) =
(3)
Informa a concentração das espécies na área;
Frequência relativa (Frr) =
Densidade relativa (Der) =
(4)
(5)
Abundância relativa (Abr) =
(6)
Informam a relação de cada espécie com as outras encontradas na área;
Índice de valor de importância (IVI) = Frr + Der + Abr(7)
Indicam quais espécies são mais importantes dentro da área estudada.
Figura 3. Levantamento de daninhas na linha de plantio de citros: identificação (A);
gabarito utilizado de 0,25m² (B).
Utilizaram-se dos parâmetros fitossociológicos para cada tratamento, analisando
assim a dinâmica populacional das plantas daninhas, influenciadas pelos diferentes
tratamentos propostos.
3.2.3.1 Banco de Sementes de plantas daninhas
Para se estimar o número de sementes que germinam prontamente do banco de
sementes foram coletadas amostras de solo, em cada parcela, com o auxílio de trado tipo
holandês na profundidade de 10 cm. Foram retiradas quatro sub-amostras em cada
parcela para formar uma amostra composta.
Das
amostras
de
solo
coletadas
na
área
experimental
foi
utilizado
aproximadamente 1 kg de solo, e acondicionado em bandejas com 8 cm de
profundidade em casa-de-vegetação (Figura 4). O solo foi mantido úmido, por meio de
regas periódicas, 2-3 vezes por semana, para forçar a germinação das plantas daninhas.
Após cada fluxo de emergência, as plantas foram contadas, identificadas e retiradas, e a
seguir o solo foi revolvido para estimular novos fluxos de emergência.
Considerando-se uma fatia de solo de 1m² com 10 cm de profundidade pesa em
média 130 kg (densidade do solo de 1,3 g cm-3), o cálculo do número de sementes
viáveis m-2 (banco de sementes), segundo Monquero e Silva (2007):
O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado, com quatro repetições,
sendo que, cada bandeja representou uma repetição. Essa avaliação foi realizada em
dezembro/13.
Figura 4.Bandejas com amostras de solo em ambiente protegido para estimativa de
banco de sementes de plantas daninhas (Cordeirópolis-SP, 2013).
3.2.4 Compactação do solo
Para as medidas de resistência à penetração foi utilizado o penetrômetro
convencional modelo Stolf (Figura 5).
Figura 5. Penetrômetro de Impacto modelo Stolf (STOLF et al., 1983).
O penetrômetro é constituído por um peso para provocar o impacto, uma haste e
um cone para a penetração no solo. A penetração da haste é obtida pelo impacto de uma
massa (4 kg) em queda livre de uma altura h (metros). A cada impacto foram registrados
os valores do deslocamento (x; metros), os quais foram convertidos em pressão de
penetração ou resistência à penetração (em unidades de MPa), através da fórmula,
modificada por Stolf (1990), considerada para o cálculo de índice de cone, é descrita a
seguir:
Onde,
R: resistência à penetração conhecido como Índice de Cone, MPa;
M: massa total do equipamento, Kg;
m: massa do êmbolo, Kg;
g: aceleração da gravidade, m/s;
h: altura da queda do êmbolo, cm;
x: número de impactos;
A: área de projeção da ponteira, mm2;
Os valores para as variáveis são: M = 4,019 kg; m = 3,33 kg; (M+m)g = 7,349
kgf; h = 40 cm e A = 1,22 cm2;
Assim será utilizada a equação simplificada:
sendo N o número de impactos/10cm no solo.
O primeiro ponto para amostragem - tido como referência (0), foi situado na linha
das plantas de citros, a partir deste projetou-se uma linha perpendicular à linha de
plantas e foi amostrado outro ponto, a 3 metros, fechando assim uma entrelinha. Tais
pontos foram sugeridos mediante a passada dos implementos que realizam os tratos
culturais necessários para manutenção do pomar.
Realizaram-se quatro repetições para cada sub subparcela, das quatro leituras da
mesma parcela e dos mesmos pontos de referência serão feitas as médias para camadas
de 10 centímetros. Os dados de resistência estática do penetrômetro de impacto foram
expressos na unidade prática de resistência, impactos/dm (N), ou seja, impactos/10 cm.
Através dos dados de N foram aplicadas fórmulas de transformação para a obtenção da
resistência dinâmica em MegaPascal (MPa).Uma avaliação fora realizada, em abril de
2014.
3.2.5 Análise química do solo e folhas de Tahiti e leitura SPAD
Com a utilização de trado do tipo ‘holandês’, coletaram-se amostras de solo na
camada de 0-20 cm de profundidade (maio/14), para a determinação dos teores de
fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), e magnésio (Mg) utilizando-se os métodos
descritos por Raij et al. (2001), sendo retiradas oito amostras parcela-1 (linha e
entrelinha). Para a avaliação do estado nutricional das plantas, foram coletadas amostras
de folhas em ramos frutíferos, no final do verão (abril/14), para determinação da
concentração total de macronutrientes de acordo com metodologia proposta por Bataglia
et al. (1983), sendo amostradas quatro plantas parcela-1 e quatro folhas planta-1.
Para a medida indireta de clorofila, efetuaram-se leituras através do aparelho
portátil SPAD-502 (Minolta Corporation LTDA, Japão), no qual é feita de forma rápida
e não destrutiva.O aparelho obtém estes valores através da medição da intensidade da
coloração verde nas folhas (quantidade de luz absorvida pela clorofila).As medições
foram feitas diretamente nas folhas das plantas e os resultados foram comparados com
os obtidos pela análise do teor deMgda análise química foliar, através de análise de
regressão linear (Teste F; p<0,01). As coletas e a análise foram efetuadas em abril/14.
3.2.6 Desenvolvimento vegetativo, produtivo e qualidade físico-química dos
frutos da lima ácida Tahiti
A produção foi obtida com pesagem direta dos frutos (maio/14), realizadas nas
plantas úteis da parcela (quatro plantas centrais). Já o volume da copa foi calculado pela
fórmula: V= 2/3πR2 H, onde V representa o volume m3, R o raio da copa (m) e H, a
altura da planta (m).
As determinações físicas foram quanto à altura e diâmetro dos frutos, realizadas
por leitura direta de cada amostra, com auxílio de uma escala graduada em centímetros,
e a massa total dos frutos, que foi obtida em balança com capacidade de até 15 Kg, com
sensibilidade de 5g e por último, o rendimento de suco, o qual foi determinado após
esmagamento em extratora OIC e calculado através da relação massa do suco/massa do
fruto e expresso em porcentagem .
As análises químicas consistiram em sólidos solúveis onde foi realizada a leitura
direta, do suco, em refratômetro digital com correção automática de temperatura, sendo
os resultados expressos em ºBrix, a acidez titulável por meio de titulação com NaOH,
de acordo com metodologia descrita por Carvalho et al. (1990), sendo os resultados
expressos em % ácido cítrico, o ratio obtido por meio da razão entre o teor de sólidos
solúveis e acidez titulável e o ácido ascórbico que por meio de titulação com DCFI (2.6
diclorofenolindofenol de sódio), de acordo com metodologia descrita por Carvalho et al.
(1990). Os resultados foram expressos em mg 100g-1.
3.3 Análise dos resultados
Os dados foram submetidos à análise de variância e posterior teste de comparação
de médias (Tukey – 5 e 1%). As interações significativas entre os fatores não foram
demonstradas neste trabalho.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Fitomassa da parte aérea das braquiárias
Não houve diferenças para os valores de massa seca (MS), da parte aérea, entre as
duas braquiárias, na primeira safra, porém maior valor para U. decumbens é observado
nas safras 2012/2013 e 2013/2014, na entrelinha. Nas parcelas manejadas com roçadeira
convencional, maiores valores são observados nas últimas safras, resultando do
empobrecimento da entrelinha nesse caso, que será discutido melhor à frente. Por outro
lado, a utilização da roçadeira ecológica proporcionou maior acúmulo de MS, na linha
dos citros (projeção), nas três safras (Tabela 1). Isso ocorreu em decorrência da forma
de trabalho desse equipamento agrícola, que é projetado para fazer uso de técnicas de
manejo sustentável, pois possui como característica principal, lançar os resíduos
vegetais (mato), sob as copas das plantas, proporcionando dessa forma, maior retenção
de umidade, redução do uso de herbicidas e consequentemente maior proteção do solo.
Tabela 1. Fitomassa da parte aérea, seca (MS), das diferentes braquiárias, na entrelinha
e projeção da copa das plantas de Tahiti (linha) nos diferentes tratamentos, acumulativo
de três roçagens (Mogi Mirim/SP, 2011-2014).
Tratamentos
Vegetação (A)
U. ruziziensis
U. decumbens
Roçadeira (B)
Roçadeira ecológica
Roçadeira convencional
(A)x(B)
Manejo do mato (C)
Sem herbicida
Com herbicida
(A)x(C)
(B)x(C)
(A)x(B)x(C)
MS - Entrelinha
MS Linha
11/12
12/13 13/14 11/12 12/13
13/14
-1
----------------------------- t ha -------------------------------**
7,1 b
8,5 a
**
6,9 b
8,8 a
NS
NS
NS
9,2 a
10,0 a
**
6,1 b
10,0 a
**
6,4 b
10,3 a
2,6 a
3,4 a
**
5,1 a
0,9 b
1,8 a
2,2 a
**
3,6 a
0,4 b
1,5 a
2,2 a
**
3,2 a
0,4 b
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
9,3 a
9,7 a
8,8 a
7,2 a
**
9,0 a
6,8 b
3,5 a
2,5 a
2,3 a
1,7 a
2,5 a
1,2 a
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
8,5 a1
10,9 a
NS
1
NS
médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5%); – não significativo
(teste F); *diferença significativa (F 5%); ** diferenças significativas (F 1 e 5%).
ROSSÊTTO (2009) trabalhando com diferentes adubos verdes de inverno e
roçadeiras obteve resultados, com o uso da ecológica, semelhantes ao desse trabalho,
computando o dobro da massa verde (na linha), em comparação ao uso da roçadeira
convencional na entrelinha dos citros, evidenciando a eficiência da roçadeira ecológica
em projetar os resíduos vegetais sob a copa das plantas.
Trabalho realizado por Bauer et al. (2011) mostra produção de massa seca da
parte aérea, das braquiárias, semelhante aos obtidos no presente estudo; os autores
descrevem, ainda, que mesmo pertencendo ao mesmo gênero, essas forrageiras
apresentaram características estruturais diferentes, provavelmente em função das
respostas adaptativas às condições de ambiente e de manejo também diferenciadas. A
braquiária-peluda (Urochloa ruziziensis) é uma boa opção para o plantio intercalar. De
acordo com Sanches (1998) essa espécie é não concorre com as plantas de citros,
quando comparada a U. decumbens. Segundo o mesmo autor, no período da seca, a U.
ruziziensis não concorre por água, pois desidrata e seca antes dos citros sofrerem
qualquer estresse hídrico.
4.2 Decomposição da matéria seca da parte aérea das duas espécies de braquiárias
e liberação de nutrientes
A decomposição da palhada da Urochloa decumbens é mais lenta quando
comparada à Urochloa ruziziensis, com tempo necessário para a decomposição de
metade de seus resíduos vegetais, tempo de meia vida, de 63 e 53 dias respectivamente
(Tabela 2). Torres et al. (2005) relatam o tempo de meia-vida para decomposição de
resíduos de Urochloa brizantha variando entre 50 e 62 dias, muito próximo aos valores
obtidos no presente trabalho. Torres & Rodrigues (2008) descreveram taxas de
decomposição de braquiárias, superiores as desse experimento e também a outras
espécies como o milheto, o sorgo, a crotalária, aveia e o guandu. Já Marasca et al.
(2011) relataram o tempo ½ vida de 70 dias para os resíduos de U. ruziziensis nas
condições do estado de Goiás.
Tabela 2. Equações das estimativas da decomposição da massa seca com as respectivas
constantes de decomposição (k) em função do tempo (t) de decomposição e tempo de
meia vida (T½) das braquiárias (Mogi Mirim/SP, 2011/2012)
Espécies
U. decumbens
U. ruziziensis
Cortes
dias
150
150
Equação
t
T½
R2
y = 41,241e-0,011x
y = 51,159e-0,013x
-0,011
-0,013
63,01
53,32
R² = 0,869
R²= 0,947
A composição química dos resíduos vegetais da parte aérea das braquiárias, por
ocasião da instalação do ensaio de decomposição, revelou teores de nitrogênio similares
nas duas espécies. Já para fósforo (P) e potássio (K), maiores valores iniciais foram
observados na Urochloa ruziensis (Figura 6 B e C). Marasca et al. (2011) também
relatam altos valores de K na fitomassa da parte aérea de U. ruziziensis, porém, esses
foram inferiores (10,2 g Kg-1) aos observados nesse trabalho. Rosa et al. (1997)
trabalhando com as mesmas braquiárias, observaram valores de P, entre 1,9 a 2,6 mg
Kg-1, na fitomassa da parte aérea de Urochloa decumbens e 1,6 a 2,7 mg Kg-1 em U.
ruziziensis; com relação ao potássio observaram valores entre 7,3 e 13,2 mg Kg-1.
Com relação à liberação dos nutrientes, observa-se, ainda na Figura 6, que essa
foi muito rápida para K (B); o tempo de meia-vida foi de 12 e 13 dias, para as
Urochloas ruziziensis e U. decumbens, respectiviamente; indicando que a lixiviação foi
um dos principais mecanismos de transferência de K para o solo, uma vez que ele não é
componente estrutural de compostos das plantas e a mineralização não é um prérequisito para sua liberação (Gama-Rodrigues & Barros, 2002; Costa et al., 2005).
Estudos mostram a rápida velocidade de liberação de K, independente da espécie
envolvida e época de corte, e destacam que tal fato está associado, provavelmente, à
natureza do nutriente, que ocorre na forma iônica nas plantas, não participando de
nenhuma estrutura orgânica (ANDRADE, 1997). Espíndola et al. (2006) relataram
tempo de meia-vida, menores que 13 dias, para diversas plantas de coberturas
implantadas (amendoim forrageiro, cudzu tropical e siratro) nas entrelinhas de
bananeiras e corroboram os resultados obtidos nesse ensaio.
O tempo de liberação de metade do fósforo (Figura 6 C), presente inicialmente
nos resíduos vegetais seguiu o mesmo padrão da decomposição da massa seca, 53 e 58
dias para as espécies U. ruziziensis e U. decumbens, respectivamente (Tabela 3). Em
um experimento conduzido no noroeste do estado do Rio de Janeiro o tempo de meia
vida do P foi de 112 dias para a U. decumbens (Gama-Rodrigues et al.,2007),valor bem
superior ao verificado nesse trabalho.
Tabela 3. Equações das estimativas da mineralização do nitrogênio, fósforo e potássio
com as respectivas constantes de decomposição (k) em função do tempo (t) de
decomposição e tempo de meia vida (T½) das braquiárias (Mogi Mirim/SP, 2011/2012).
Espécies
U. decumbens
U. ruziziensis
Cortes
Equação
k
T½
R2
dias
---------------------------------Nitrogênio---------------------------------60
60
y=20,666e-0,02x
y = 19,146e
-0,024x
-0,02
34,66
0,859
-0,024
28,88
0,892
---------------------------------Fósforo---------------------------------U. decumbens
U. ruziziensis
60
60
y = 1,766e-0,012x
y = 1,838e-0,013x
-0,012
-0,013
57,76
53,32
0,832
0,785
---------------------------------Potássio---------------------------------U. decumbens
U. ruziziensis
60
y = 20,055e-0,056x
-0,056
12,38
0,908
60
-0,054x
-0,054
12,84
0,835
y = 17,106e
A
B
C
C
Tempo, dias
Figura 6. Liberação de nitrogênio (A), fósforo (B) e Potássio, da matéria seca da parte
aérea de B. decumbens e B. ruziziensis, até 60 dias após instalação do ensaio (Mogi
Mirim/SP).
Para o nitrogênio o tempo de meia vida foi de 29 e 35 dias para as espécies U.
ruziziensis e U. decumbens, respectivamente (Tabela 3 e Figura 6 A). A liberação do
nitrogênio foi mais rápida que a decomposição da massa seca. O tempo de meia vida do
N de resíduos de U. brizantha, verificado em Uberaba-MG foi de 60 dias (Torres et al.,
2005); para a U. decumbens verificou-se o tempo de meia vida de 131 dias (GAMARODRIGUES et al., 2005). Vale ressaltar que a relação C/N dos materiais avaliados foi
diferente, a U. brizantha apresentou relação C/N de 16,1 (Torres et al., 2005); e a U.
decumbens de 31 (GAMA-RODRIGUES et al., 2005). A relação C/N pode variar em
função das características das espécies vegetais, da época de manejo das espécies (mais
novas, ou, mais velhas) e das condições de fertilidade do solo.
Além, disso as
diferenças observadas no tempo de decomposição e mineralização dos resíduos vegetais
também podem ser influenciads pelas condições climáticas locais, principalmente
precipitação e temperatura.
4.3 Levantamento Fitossociológico
Foram encontradas 26 diferentes espécies de plantas daninhas nos diferentes
tratamentos durante as três avaliações (outubro/13, fevereiro e maio/14), havendo
predominância de dicotiledôneas em todos os tratamentos (Tabela 4).
Em todas as datas, a BIDPI obteve maiores valores de IVI nos tratamentos com U.
ruziziensis, assim como nos tratamentos com roçadeira ecológica e glifosato (Tabela 5).
Quanto à braquiária, deve-se ao fato desta se decompor e liberar nutrientes mais rápido,
e reciclar maiores quantidades de fósforo e potássio (MOLINARI, 2012), favorecendo
assim, uma maior ocorrência desta planta daninha; além de ter produzido menos MS
que a U. decumbens, e assim, concorrendo menos com a planta daninha. Porém, não
sabe-se sobre o fato do uso de herbicida ter influenciado em índices maiores, visto que
esta daninha é classificada como suscetível à glifosato (LORENZI, 2006). Esta espécie
foi o primeiro caso de resistência relatado oficialmente no país, porém, resistente à
inibidores de ALS (SILVA et al., 2007), e não ao mecanismo de ação do glifosato
(EPSP). Segundo Monquero e Christoffoleti (2005), a utilização de herbicidas com
efeito residual curto selecionam espécies com germinação tardia, o que pode explicar
este fato, visto que este herbicida aparentemente não tem atividade residual no solo
segundo Rodrigues e Almeida (1998).
Tabela 4. Relação de espécies de plantas daninhas, ordenadas por família, em área
cultivada pela cultura da Lima Ácida Tahiti. (Mogi-Mirim/SP, 2013/2014)
Código
ALRTE
AMADE
AMACH
CHEAL
BIDPI
ERIBO
ERICA
EMISO
GASPA
GASCI
GNASP
SONOL
CLEAF
LEPVI
STEME
COMBE
MOMCH
CYPIR
EPHHI
SIDGZ
PYLTE
CCHEC
ELEIN
PANMA
POROL
SOLAM
Nome científico
Alternanthera tenella
Amaranthus deflexus
Amaranthus hybridus var. patulus
Chenopodium album
Bidens pilosa
Conyza bonariensis
Conyza canadensis
Emilia fosbergii
Galinsoga parviflora
Galins ga quadriradiata
Gnaphalium coarctatum
Sonchus oleraceus
Cleome affinis
Lepidium virginicum
Stellaria media
Commelina benghalensis
Momordica charantia
Cyperus iria
Chamaesyce hirta
Sida glaziovii
Phyllanthus tenellus
Cenchus echinatus
Eleusine indica
Panicum maximum
Portulaca oleracea
Solanum americanum
Nome comum
apaga-fogo
caruru-rasteiro
caruru-branco
ançarinha-branca
picão-preto
buva
buva
falsa-serralha
picão-branco
botão-de-ouro
macela
serralha
mussambê
mentruz
erva-de-passarinho
trapoeraba
melão-de-são-caetano
tiririca
erva-de-santa-luzia
guanxuma-branca
quebra-pedra
capim-carrapicho
capim-pé-de-galinha
capim-colonião
beldroega
maria-pretinha
Família
Amaranthaceae
Amaranthaceae
Amaranthaceae
Amaranthaceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Brassicaceae
Brassicaceae
Caryophyllaceae
Commelinaceae
Cucurbitaceae
Cyperaceae
Euphorbiaceae
Malvaceae
Phyllanthaceae
Poaceae
Poaceae
Poaceae
Portulacaceae
Solanaceae
A BIDPI é uma espécie anual, ereta, herbácea, que se propaga por sementes; é
uma das mais sérias infestantes de culturas anuais e perenes no Centro-Sul do país, pois
é muito prolífica e de ciclo curto, sendo capaz de produzir até três gerações por ano,
formando densas infestações que afetam de maneira significativa a produção
(LORENZI, 2008). E também importante, em citros, por hospedar o ácaro Brevipalpus
phoenicis, este que transmite o CiLV - vírus da leprose dos citros (MAIA; OLIVEIRA,
2002), e o fungo Colletotrichum acutatum, causador da podridão floral dos citros
(FRARE, 2011).
ERICA obteve maiores valores de IVI nos tratamentos com a utilização da
roçadeira convencional, tanto com a utilização de herbicida, quanto sem, obtendo IVI
mais alto quando em tratamento com glifosato e em alguns casos, só ocorrendo nestes
tratamentos (Tabela 5). As espécies de buva são conhecidas devido à existência de
biótipos resistentes a este herbicida (MOREIRA, et al, 2007), além disso, por
hospedarem o B. phoenicis (ANDRADE et al., 2012). É uma planta anual, ereta,
herbácea, que se propaga exclusivamente por sementes; muito comum em cultivos de
perenes e cultivos de sistema de plantio direto, sendo a espécie de buva mais frequente
no país (LORENZI, 2008).
Os maiores valores de IVI obtidos pela COMBE, em outubro/13, foram nos
tratamentos com a roçadeira ecológica. Para o levantamento de fevereiro/14, os maiores
índices foram nos tratamentos com U. ruziziensis, e nestes, com o uso da roçadeira
ecológica e sem uso de herbicida. Para os tratamentos com U. decumbens, verifica-se
que os índices foram maiores para os tratamentos com o uso de glifosato. Em maio/13,
obteve-se novamente índices de importância maiores nos tratamentos com roçadeira
ecológica, assim como nos tratamentos sem glifosato (Tabela 5).
A roçadeira ecológica ao lançar fitomassa das braquiárias sob a copa dos citros,
cria uma cobertura vegetal e assim retêm a umidade, além de contribuir com o aumento
dos teores de potássio na linha de plantio (MOLINARI, 2012; GARCIA, 2013), criando
um ambiente favorável (microclima) à COMBE, que apresenta nítida preferência por
solos úmidos, sombreados e férteis (LORENZI, 2008). Além disso, esta espécie
pereniza-se por alastramentos sucessivos, e pedaços de ramos resistem ao estresse
hídrico, suportando situações de baixa luminosidade por longos períodos, até o
ambiente ser favorável ao seu brotamento, tornando-se uma das espécies de plantas
daninhas mais importantes em citros, causando forte interferência sobre as plantas,
principalmente quando estas são jovens (RONCHI et al., 2002).
Esta que é uma planta perene, semi-prostrada, que se propaga tanto por sementes
quanto por sementes especiais formadas no rizoma (LORENZI, 2008), de difícil
controle químico, principalmente em aplicações isoladas do herbicida glifosato
(GUIMARÃES et al., 2007), sendo classificada como tolerante quando a planta é adulta
(LORENZI, 2006). Segundo Monquero et al. (2007), os mecanismos de tolerância desta
espéciea o herbicida glifosato são a absorção e o metabolismo diferencial. Importante
ainda, por também hospedarem o fungo Colletotrichum acutatum, causador da podridão
floral dos citros (FRARE, 2011).
PANMA obteve os mais altos índices de importância nos tratamentos com
roçadeira convencional e nos tratamentos onde não houve aplicação de herbicida. Para o
levantamento de fevereiro/13, obteve maiores índices nos tratamentos com U.
decumbens, assim como nos tratamentos com U. ruziziensis e roçadeira convencional.
Nos tratamentos com o manejo de herbicida, obteve maiores índices nos tratamentos
sem herbicida. Porém uma exceção fora observada, no tratamento U. decumbens e
roçadeira convencional com índice maior no tratamento com a utilização de glifosato.
A PANMA aproveitou-se da ausência de fitomassa na linha de plantio ocasionado
pelo uso da roçadeira convencional, Medeiros e Christoffoleti (2001), relataram
reduzido desenvolvimento da mesma em tratamentos com a presença de palha de canade-açúcar, contrariamente às parcelas sem cobertura. Segundo Lorenzi (2006), esta é
classificada como altamente suscetível à glifosato, e por se tratar de uma época com alta
incidência solar, favorecendo a translocação deste herbicida, como já mencionado. É
uma planta perene, robusta, entouceirada, que se propaga por sementes e rizomas.
Importante por ter sido uma planta introduzida como forrageira, e que escapa facilmente
ao cultivo, infestando solos que foram pastagens, ou que estão próximos. Muito
vigorosa e de grande porte (1-2 m de altura), interfere de maneira significativa quando
infestante (LORENZI, 2008).
ALRTE obteve índices maiores nos tratamentos com roçadeira convencional,
espécie esta, que é anual ou perene, dependendo das condições, prostrada ou
ascendente, nativa do Brasil e propaga-se somente por sementes. É de importância
crescente na agricultura devido ao aumento recente de sua infestação, principalmente no
período outonal (LORENZI, 2008).
No último levantamento (mai/14), destaca-se também a LEPVI, com maiores
índices de importância somente quando há utilização de glifosato, sendo que o mesmo
já fora relatado por Martinelli et al. (2012), assim como em Mueller et al. (2001), onde
houve ocorrência desta espécie somente no tratamento com uso de herbicida num estudo
de cultivo em consórcio de alho com cenoura, utilizando o herbicida oxadiazon. A
utilização de glifosato pode ter selecionado esta espécie, como já mencionado também
para a BIDPI.
LEPVI é uma espécie anual, herbácea, ereta, que se propaga somente por
sementes; importante por ser uma planta daninha invernal muito comum em lavouras
anuais e perenes, geralmente ocorrendo altas infestações, pois completa seu ciclo
reprodutivo em menos de 80 dias (LORENZI, 2008).
Carmona (1995), San Martín Matheis (2008) e Martinelli et al. (2012) descrevem
a BIDPI como sendo uma das mais importantes espécies, ocorrentes na linha de plantio
de citros. Cavalcante et al. (2010) observaram que Commelina spp. como a espécie com
maior frequência em pomar de laranja. Carvalho et al. (2010), descrevem a ERICA
como segunda daninha mais importante em sistema integrado de leguminosas na
entrelinha de citros.
Os diferentes manejos promoveram diferentes comunidades de plantas daninhas;
COMBE foi favorecida com o uso da roçadeira ecológica; BIDPI quando utilizado U.
ruziziensis, roçadeira ecológica e glifosato; e PANMA controlada pela roçadeira
ecológica e pelo glifosato, assim como ambos, em conjunto (Figura 7).
Figura 7. Epécies de plantas daninhas mais importantes nos diferentes tratamentos:
Conyza benghalensis em tratamento com roçadeira ecológica; Bidens pilosa no
tratamento com glifosato; Conyza spp. no tratamento com glifosato; Pannicum
maximum em tratamento com roçadeira convencional sem utilização de herbicida (Mogi
Mirim/SP, 2013).
4.3.1 Banco de sementes
O banco de sementes não diferiu estaticamente, pois, os tratamentos utilizados não
revolvem o solo, e sabe-se que, nestes sistemas de preparo do solo, ocorre maior
sobrevivência das sementes de plantas daninhas em maiores profundidades do solo,
além do banco de sementes ser maior e mais concentrado na superfície do solo.
(FELDMAN et al., 1997).
O tamanho e a composição botânica do banco de sementes são variáveis em
distintos habitats (CARMONA, 1992). Johnson e Anderson (1986) encontraram valores
próximos de sementes de plantas daninhas na camada arável do solo (2.000 a 7.000
sementes m-2) em diferentes agroecossistemas e localidades.
Tabela 5. Estimativa do banco de sementes de daninhas, na linha de plantio da lima
ácida Tahiti nos diferentes tratamentos, em duas avaliações distintas (Cordeirópolis/SP,
dez/13).
Causa de Variação
Espécie de Braquiária (A)
U. ruziziensis
U. decumbens
Tipo de Roçadeira (B)
Ecológica
Convencional
(A)x(B)
Utilização de herbicida (C)
Sem glifosato
Com glifosato
(A)x(C)
(B)x(C)
(A)x(B)x(C)
Sementes viáveis m-2 10 cm-1 profundidade
Dez/13
ns
4557 a¹
4140 a
ns
4972 a
3725 a
ns
ns
4028 a
4670 a
ns
ns
ns
35,7
A
CV (%)
34,9
B
42,1
C
1
Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5%); NS: não
significativo (teste F); *diferença significativa (teste F – 5%); ** diferenças significativas (teste
F – 1%); CV: Coeficiente de Variação.
Além disso, o sistema adotado é recém implantado, com três anos de utilização,
numa área com histórico de cultivo de citros por mais de 20 anos, e com possíveis
valores elevados do banco de sementes. Abaixo fotos das plantas daninhas emergidas.
Figura 8. Plantas daninhas germinadas em bandejas em ambiente protegido para
estimativa de banco de sementes de plantas daninhas (Cordeirópolis/SP, 2013).
4.4 Compactação do solo
Houve diferenças significativas para resistência à penetração somente na
profundidade de 20-40cm (Tabela 6). Na linha de plantio a U. decumbens promoveu
menores valores (solo menos compactado), devido à sua maior quantidade de MS
projetada para a linha, como já mencionado, conferindo uma maior aeração do solo
devido à ação decompositora de microorganismos.
Tabela 6. Resistência do solo através do método Penetrômetro de STOLF. (Mogimirim/SP, abril/14)
Variáveis
Resistência do solo (MPa)
0 m (linha de plantio)
3 m (entrelinha)
0 - 20
20-40
0 - 20
20-40
cm
cm
cm
cm
NS
NS
NS
**
3,54 a¹
6,93 a
3,67 a
3,59 a
3,20 a
5,08 b
4,65 a
3,94 a
NS
NS
NS
**
3,26 a
5,97 a
4,26 a
4,02 a
3,48 a
6,03 a
4,05 a
3,51 b
Espécie de Braquiária (A)
U. ruziziensis
U. decumbens
Tipo de Roçadeira (B)
Ecológica
Convencional
NS
NS
NS
NS
(A)x(B)
NS
NS
NS
NS
Utilização de herbicida (C)
Sem glifosato
3,49 a
6,07 a
4,36 a
4,07 a
Com glifosato
3,26 a
5,93 a
3,95 a
3,47 b
NS
NS
NS
NS
(A)x(C)
NS
NS
NS
NS
(B)x(C)
NS
NS
NS
NS
(A)x(B)x(C)
¹médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5 e 1%); NS: não
significativo (teste F); * diferença significativa (teste F – 5%); ** diferença significativa (teste
F – 1%).
Já na entrelinha, verifica-se que a roçadeira convencional promove menores
valores de resistência do solo (20-40 cm, a 3m), e isso devido à esta ser projetada para
manter os resíduos vegetais na entrelinha, sem projetá-los, e assim, promovendo uma
maior proteção ao solo por manter essa camada sobre o mesmo.
Ainda não se observou elevação no teor de matéria orgânica do solo nesse ensaio
(dados não apresentados), uma vez que o manejo proposto vem sendo realizado há
quatro anos. Na literatura há relatos que a matéria orgânica tem grande importância no
comportamento mecânico do solo, principalmente quando ele é submetido à carga
externa. Braida et al. (2006), avaliando o efeito da matéria orgânica sobre o
comportamento mecânico de duas classes de solo, verificaram que o acúmulo de
matéria orgânica proporcionado por diferentes sistemas de manejo reduziu a densidade
máxima e aumentou a umidade crítica para compactação do solo, significando que ele
se tornou mais difícil de ser compactado. Assim, espera-se redução da compactação do
solo com maior tempo de condução dos experimentos.
A resistência a penetração no solo sofre dependência de fatores intrínsecos
(textura, estrutura, mineralogia), sendo altamente dependente da umidade do solo
(GOMES; PEÑA, 1996).
4.5 Análise química do solo e foliar e leitura SPAD
Para os teores foliares de N da limeira ácida Tahiti (Tabela 7), verifica-se que, o
uso da U. decumbens proporcionou maiores valores, devido à esta produzir maiores
quantidades de fitomassa, como anteriormente citado. Os teores de N observados nas
folhas de lima ácida Tahiti estão um pouco abaixo do considerado adequado: 23,0 - 27,0
g kg-1 (QUAGGIO et al., 2005). Os teores de fósforo foliares das plantas do Tahiti, que
variou entre 1,22 a 1,44 g kg-1, considerados adequados para citros (1,2-1,6 g kg-1),
segundo QUAGGIO et al. (2005).
Os teores K no solo da entrelinha, foram maiores nos tratamentos com roçadeira
convencional, evidenciando o efeito ‘extrativo’ da roçadeira ‘ecológica’ que projeta
toda fitomassa produzida na entrelinha para linha dos citros. O inverso se observa na
linha das plantas de lima ácida Tahiti, onde altos teores de potássio são observados no
tratamento com a roçadeira ‘ecológica’. No entanto, as análises foliares não revelaram
diferenças nos teores de K foliares do limão Tahiti (Tabela 7). O tempo de ½ vida do K
foi bastante curto, de 12 e 13 dias, para as U ruziziensis e U. decumbens,
respectivamente. Estudos mostram a rápida velocidade de liberação de K, independente
da espécie envolvida e época de corte, e destacam que tal fato está associado,
provavelmente, à natureza do nutriente, que ocorre na forma iônica nas plantas, não
participando de nenhuma estrutura orgânica (ANDRADE, 1997).
Não foram observadas diferenças para o cálcio, enquanto que para o Mg,
maiores teores foram encontrados com a utilização da roçadeira ecológica, isto pelo
efeito da exportação de nutrientes através da MS das braquiárias, como já citado. O
mesmo aumento ocorre quando há utilização de glifosato, pois, o mesmo exerce
controle sobre as plantas daninhas, diminuindo a competição (Tabela 7).
Para as leituras indiretas de clorofila (SPAD), maiores valores foram verificados
nas parcelas com roçadeira ecológica, evidenciando que as plantas destes tratamentos
estão bem nutridas, correlacionado a maiores teores de nutrientes no solo e de Mg foliar
(Tabela 7). Valores mais altos também foram obtidos nas parcelas com glifosato.
Muitos trabalhos mostram que a leitura do SPAD correlaciona-se linearmente com N na
folha, não observado nesse trabalho. No entanto, observa-se correlação entre as leituras
SPAD com Mg foliar (Figura 9). O Magnésio é um componente estrutural da molécula
de clorofila, e tem como uma de suas principais funções, atuar no processo de
fotossíntese e respiração (MALAVOLTA, 2006).
Tabela 7. Leitura SPAD-502, teores de nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca) e magnésio (Mg) obtidos por análise química
foliar das plantas de lima ácida Tahiti (Mogi Mirim-SP, maio de 2014).
Leitura
Spad 502
Tratamentos
Vegetação (A)
U. ruziziensis
U. decumbens
Roçadeira (B)
Ecológica
Convencional
(A)x(B)
Manejo do mato
(C)
Sem herbicida
Com herbicida
(A)x(C)
(B)x(C)
NS
72,03 a1
70,98 a
**
73,58 a
69,43 b
Nitrogênio
Foliar
Linha
g kg-1
*
19,63 b
22,67 a
NS
21,21 a
21,09 a
Fósforo
Entrel.
mg dm3
Foliar
g kg-1
Linha
Potássio
Entrel. Foliar
mmolc dm-3
g kg-1
Linha
Cálcio
Entrel.
mmolc dm-3
Foliar
g kg-1
Linha
Magnésio
Entrel. Foliar
mmolc dm-3
g kg-1
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
28,25 a
20,25 a
7,25 a
8,33 a
1,44 a
1,22 a
3,24 a
2,60 a
1,48 a
1,18 a
19,19 a
17,30 a
9,49 a
8,68 a
9,03 a
8,96 a
26,12 a
21,93 a
4,08 a
4,59 a
3,24 a
3,12 a
2,10 a
2,22 a
**
31,33 a
17,17 b
NS
NS
NS
NS
NS
1,37 a
1,28 a
*
0,78 b
1,88 a
NS
6,83 a
8,75 a
**
3,88 a
1,97 b
18,32 a
18,17 a
8,57 a
9,61 a
8,88 a
9,10 a
22,89 a
24,17 a
*
4,86 a
3,80 b
NS
3,23 a
3,13 a
**
2,39 a
1,92 b
NS
NS
*
NS
NS
**
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
**
**
NS
NS
1,38 a
1,28 a
NS
NS
NS
1,38 a
1,28 a
**
3,43 a
2,42 b
NS
20,67 a
21,66 a
NS
8,58 a
7,00 a
NS
68,78 b
74,23 a
NS
25,25 a
23,25 a
18,99 a
17, 49 a
8,71 a
9,47 a
8,71 a
9,28 a
23,12 a
23,94 a
NS
4,49 a
4,18 a
*
3,08 b
3,29 a
*
2,05 b
2,27 a
NS
NS
NS
**
**
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
*
NS
NS
NS
NS
NS
*
NS
*
NS
**
NS
NS
**
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
**
(A)x(B)x(C)
¹médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5 e 1%); NS: não significativo (teste F); * diferença significativa (teste F – 5%); **
diferença significativa (teste F – 1%).
NS
Figura 9. Correlação de leituras de SPAD-502 com teores foliares de magnésio de lima
ácida Tahiti. (Mogi-Mirim-SP, 2014); ** significativo (Teste F; p<0,01).
Os resultados de matéria orgânica, não evidenciaram diferenças entre os
tratamentos, até o presente momento. Observou-se diminuição da Saturação por Bases e
do V%, na entrelinha, das parcelas manejadas com roçadeira ‘ecológica’ (dados não
apresentados).
4.6 Desenvolvimento vegetativo e produtivo e qualidade físico-química dos frutos
de lima ácida Tahiti
A altura, diâmetros e volume de copa das plantas de lima ácida tahiti não foi
afetada pela espécie de braquiária utilizada. Isso pode ser decorrente de nenhuma das
espécies causarem efeitos prejudiciais para o desenvolvimento da planta.
Já o tipo de manejo de roçadeira teve efeito significativo na altura da planta e no
volume de copa. A roçadeira ecológica obteve maior média devido aos maiores
benefícios proporcionados a planta como disponibilidade de nutrientes e umidade na
zona radicular. O manejo com glifosato proporcionou maior média de altura e diâmetro,
mas não influenciou o volume de copa da planta (Tabela 8).
O uso da roçadeira ecológica proporcionou maior produção às plantas de lima
ácida Tahiti. Essa que, tem por característica cortar a vegetação intercalar e projetar
toda massa vegetal na projeção da copa das plantas de citros, acarretando maior
quantidade de resíduo vegetal e beneficiando a cultura principal, devido a uma série de
fatores descritos em trabalhos nesta área experimental, como: maior retenção de
umidade e ciclagem de nutrientes; supressão às plantas daninhas;maior concentração de
raízes próximas ao tronco e superficialmente; e, consequentemente, uma maior proteção
do solo (AZEVEDO ET AL, 2012A, 2012B; GARCIA, 2013; MARTINELLI ET AL,
2012, 2013; MOLINARI, 2012).O uso de glifosato proporcionou maior produção,
devido ao controle de plantas daninhas na linha de plantio através deste herbicida, como
mencionado por Martinelli et al. (2013).
Tabela 8. Altura, diâmetro, volume de copa e produções de lima ácida Tahiti nos
diferentes tratamentos (Mogi Mirim-SP, 2014).
Variáveis
Braquiária (A)
U. ruziziensis
U. decumbens
Tipo de
Roçadeira (B)
Ecológica
Convencional
(A)x(B)
Utilização de
herbicida (C)
Sem glifosato
Com glifosato
(A)x(C)
(B)x(C)
(A)x(B)x(C)
Altura
Diâmetro Volume de copa
------------m------------ --------m-3--------
Produção (t ha-1)
1º sem.
2º sem.
ns
**
ns
ns
ns
3,17 a
3,19 a
3,05 a
3,05 a
10,16 a
10,21 a
13,83 a
13,46 a
3,77 a
2,29 b
**
ns
*
**
*
3,23 a
3,13 b
3,07 a
3,03 a
10,4 a
9,97 b
16,04 a
11,24 b
3,58 a
2,48 b
ns
ns
ns
NS
NS
**
**
**
NS
*
3,12b
3,25 a
2,94 b
3,16 a
9,6 b
10,76 b
3,17
2,89
ns
ns
ns
11,64 b
15,65 a
*
ns
ns
ns
ns
ns
**
ns
**
ns
ns
ns
¹médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5 e 1%); NS: não significativo
(teste F); * diferença significativa (teste F – 5%); ** diferença significativa (teste F – 1%).
Em relação ao aspecto físico-químico do fruto de lima ácida Tahiti houve
diferenças entre os tratamentos (Tabela 9). Os frutos provenientes das entrelinhas
compostas de U. ruziziensis apresentaram maiores valores de massa, comparadas aos
tratamentos compostos com U. decumbens. Isso pode ser decorrente pela maior
agressividade competitiva da decumbens por nutrientes e água ocasionando menor
absorção destes fatores pela cultura.
O manejo com a roçadeira ecológica proporcionou maiores médias de sólidos
solúveis e acidez em relação ao manejo convencional. Já a massa de frutos proveniente
do manejo com a roçadeira convencional foram maiores. A produção de frutos de menor
calibre, nas parcelas com roçadeira ecológica, está correlacionado, ao maior número de
frutos e, portanto, produção nessas plantas. Apesar da diferença significativa para massa
dos frutos entre os tratamentos com roçadeira, os valores estão dentro do padrão para
comercialização para lima ácida Tahiti, em todos os tratamentos (Figura 10).
Tabela 9. Aspectos físicos e químicos do fruto de lima ácida tahiti (Mogi Mirim-SP, maio de 2014).
Variáveis
Braquiária (A)
U. ruziziensis
U. decumbens
Tipo de Roçadeira
(B)
Ecológica
Convencional
(A)x(B)
Utilização de
herbicida (C)
Sem glifosato
Com glifosato
(A)x(C)
(B)x(C)
(A)x(B)x(C)
Massa
g
Acidez
g/100 mL
SST
°Brix
Ratio
Rd suco
%
Vit C
mg/100 mL
*
ns
ns
ns
ns
ns
95,62 a
85,38 b
6,23 a
6,09 a
9,97 a
9,93 a
1,6 a
1,62 a
52,01 a
53,43 a
33,44 a
35,01 a
*
**
*
ns
ns
ns
88,12 b
92,88 a
6,27 a
6,05 b
10,01 a
9,89 b
1,61 a
1,63 a
51,45 a
54 a
34,04 a
34,40 a
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
91,34 a
89,66 a
6,18 a
6,14 a
9,99 a
9,91 a
1,61 a
1,61 a
53,23 a
52,21 a
34,55 a
33,89 a
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
¹médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5 e 1%); NS: não significativo
(teste F); * diferença significativa (teste F – 5%); ** diferença significativa (teste F – 1%).
U. ruziziensis
U. decumbens
Com glifosato
Sem glifosato
Roçadeira Ecológica
Com glifosato
Sem glifosato
Roçadeira Convencional
Figura 10. Frutos de lima ácida Tahiti dos diferentes tratamentos (Mogi Mirim/SP, 2014).
5 Conclusões
Com as condições encontradas neste trabalho, pode-se concluir que:
i. U. decumbens produz maiores valores de massa seca da parte aérea seca (MS);
ii. O uso de roçadeira ecológica proporciona maior deposição de MS das
braquiárias, na linha de plantio; elevando P, K e Mg no solo, e de Mg nas folhas
da limeira ácida Tahiti;
iii. Os diferentes manejos promovem diferentes comunidades de plantas daninhas;
iv. Commelina benghalensis é favorecida com o uso da roçadeira ecológica, e
Bidens pilosa quando utilizado U. ruziziensis, roçadeira ecológica e glifosato;
Panicum maximum é controlada pela roçadeira ecológica e pelo glifosato, assim
como ambos, em conjunto;
v. Há correlação entre as leituras de SPAD e teores de Mg nas folhas da limeira
ácida Tahiti;
vi. U. decumbens promove menor compactação solo na linha de plantio, enquanto a
roçadeira convencional, na entrelinha;
vii. A roçadeira ecológica e o uso de glifosato promovem maior desenvolvimento
produtivo à lima ácida Tahiti.
Em resumo, o manejo com roçadeira ecológica, acarreta melhorias em todos os
atributos avaliados, principalmente na fertilidade do solo e desenvolvimento vegetativo
e, consequentemente, produtivo da lima ácida Tahiti, sendo uma opção sustentável ao
pequeno citricultor.
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Relatório Financeiro
Itens de Dispêndio
Análises química (macro e micro)
Solo e folhas
Material de Consumo
Fertilizantes, combustível, refeições etc
Bolsa de Iniciação Científica
Bolsista UFSCar
Transferência projeto NR 6325-8
Quantidade
Valor Total
Nº
128
Qtidade
4.069.80
diversos
7.379.63
meses (valor R$)
18 (R$400,00)
Débito no período
4.800,00
149,37
16.398,80
Saldo Atual
36,36
Cordeirópolis/SP, 19 de dezembro de 2013
Fernando Alves de Azevedo
PqC Centro APTA Citros Sylvio Moriera/IAC
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