GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS INSTITUTO AGRONÔMICO - Centro APTA Citros ‘Sylvio Moreira’ SUSTENTABILIDADE DA PRODUÇÃO DA LIMA ÁCIDA TAHITI: MANEJO DA ENTRELINHA E LINHA DE PLANTIO Responsável: Fernando Alves de Azevedo PqC - Centro APTA Citros Sylvio Moreira – IAC Colaboradores: Dirceu de Mattos Júnior Diego Francisco Fuentes Aguilera Rodrigo Marcelli Boaretto Rodrigo Martinelli Patrícia Andrea Monqueiro RELATÓRIO FINAL APRESENTADO À FUNDAÇÃO AGRISUS Projeto PA 1175/13 Dezembro/2014 Cordeirópolis/SP RESUMO DA PROPOSTA As entrelinhas dos pomares de citros no Brasil são, em geral, manejadas com roçadeira lateral (convencional), enquanto que nas linhas se utilizam principalmente o herbicida glifosato. Há grande predominância de Urochloa decumbens nas entrelinhas dos pomares. Como existem relatos de alelopatia de U. decumbens aos citros e de danos acarretados pelo uso, contínuo, de glifosato em outras culturas, pretende-se com esse projeto estudar duas vegetações intercalares (braquiárias), manejadas com diferentes roçadeiras, com e sem herbicida, nas entrelinhas de pomar de lima ácida Tahiti. Para tanto, ensaio foi instalado em 2010, utilizando-se o esquema de parcela sub subdivididas, em delineamento de blocos ao acaso, com seis repetições. Nesse experimento, as parcelas são compostas por dois tipos de braquiárias: Urochloa decumbens e U. ruziziensis; as sub parcelas por dois tipos de roçadeiras laterais: convencional e ecológica; e as sub sub parcelas: pela aplicação e ausência do herbicida glifosato na linha de plantio. As braquiárias foram semeadas em janeiro de 2010 e o pomar de lima ácida Tahiti implantado no mês de março desse mesmo ano. As avaliações foram iniciadas em novembro de 2012. Serão aferidas: massa seca da parte aérea das braquiárias; taxa de decomposição e mineralização dos nutrientes (palhada); composição química (macronutrientes) do solo na linha e entrelinha do pomar e folhas da lima ácida Tahiti; controle e banco de sementes de plantas daninhas e por fim, teor de clorofila (folhas), desenvolvimento vegetativo (altura e diâmetro) e produtivo nas plantas de lima ácida Tahiti, além da qualidade físico-química dos frutos dessa varieade. Pretende-se com esse projeto elucidar os possíveis efeitos maléficos do uso contínuo de glifosato (linha de plantio) e Urochloa decumbens (entrelinhas) em pomares de citros. Palavras-chave: roçadeira ecológica, braquiárias, taxa de decomposição, plantas daninhas, compactação, glifosato. 1 INTRODUÇÃO O Brasil,segundo dados de 2011 da FAO (2013), é o segundo maior produtor de citros no mundo (22 milhões t), abaixo apenas da China, porém, é o maior produtor de laranja (19,8 milhões t). Com relação a limões, o país ocupou a 5º posição. Neste mesmo ano, a área e produção de citros elevaram-se para 817 mil hectares e 485 milhões de caixas (40,8 kg). Porém, no Brasil, a produtividade média é da ordem de 23,9 t ha-1, sendo o 13º entre todos os países produtores e o 2º entre os dez maiores, e o manejo empregado pode ser um dos motivos. Atualmente, verifica-se que há um panorama de descapitalização dos produtores e aumento do custo de produção, devido ao aumento de problemas fitossanitários e o encarecimento da mão-de-obra. Com a crise vivida pelo setor em 2012, impulsionou-se o abandono à cultura,somente em São Paulo foram erradicados 36,7 mil ha de citros, dos quais 77% destes pomares seriam de pequenos e médios produtores (CONAB, 2013). O estado de São Paulo responde por 77% da produção brasileira de limões (853,1 mil t), seguido de Minas Gerais e Bahia, com 76,7 mil t e 59,7 mil t, respectivamente (IBGE, 2011). Esses dados comprovam a importância de São Paulo na produção, principalmente, da limeira ácida Tahiti [Citrus latifolia (Yu. Tanaka) Tanaka], que em 2008, a produção encontrava-se em 32 mil ha, distribuídos em 6 mil propriedades, resultando numa média de 5,7 hectares por propriedade (SAA, 2008). Embora essa área seja bastante inferior àquela com laranjas, o cultivo do Tahiti representa um grande impacto social, ambiental e econômico no Estado, pela participação, na sua grande maioria, de pequenos produtores rurais. Uma prática adotada recentemente na citricultura paulista é o uso de um manejo diferenciado na entrelinha dos pomares, aproveitando-se a vegetação espontânea e a introduzida em benefício da cultura. Os citricultores, na sua grande maioria, têm optado por manejar essa vegetação intercalar com uso de roçadeira lateral tipo ecológica, que lança toda massa vegetal da entrelinha para a linha de cultivo sob a copa das plantas de citros. Portanto, a combinação de diferentes métodos de manejo, como o uso de roçadeira na entrelinha dos pomares de citros e a aplicação de herbicidas na linha é recomendada. Assim, objetivou-se, com este trabalho, avaliar o efeito de duas braquiárias na entrelinha [Urochloa (sin.Urochloa) ruziziensis; U. decumbens], manejadas com roçadeira lateral (ecológica e convencional), sem e com o uso de glifosato, na fertilidade do solo, estado nutricional e produtivo da limeira ácida Tahiti. 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Avaliar diferentes manejos visando sustentabilidade da produção da lima ácida Tahiti. 2.2 Objetivos Específicos (i) quantificar fitomassa e determinar taxa de decomposição e liberação de nutrientes dos resíduos vegetais das diferentes braquiárias (tempo de 1/2 vida); (ii) avaliar o controle e banco de sementes das plantas daninhas do pomar em diferentes manejos (braquiárias x roçadeiras x glifosato); (iii) aferir compactação do solo da linha e entrelinhas nos diferentes tratamentos; (iv) determinar composição química do solo (linha e entrelinha) e das folhas da lima ácida Tahiti; (v) quantificar teor indireto de clorofila nas folhas de Tahiti; (vi) aferir o desenvolvimento vegetativo e produtivo da lima ácida Tahiti. (vii) avaliar a qualidade físico-química ‘dos frutos de Tahiti produzidos nos diferentes manejos. 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Instalação do ensaio O experimento foi conduzido em Mogi Mirim-SP, onde se realizou a semeadura a lanço, de duas espécies de braquiárias (U. ruziziensise U. decumbens), em janeiro de 2010. Após o estabelecimento das espécies, realizou-se, em março do mesmo ano, a implantação do pomar de lima ácida Tahiti, enxertada sobre citrumelo Swingle [Citrus paradisi Macf. × Poncirus trifoliata (L.) Raf.] em espaçamento de 7,0 x 4,0m. O delineamento experimental foi de blocos casualisados, no esquema de parcela sub subdividida. Nas parcelas foram locadas as espécies de braquiárias (U. ruziziensis e U. decumbens), na subparcela o tipo de roçadeira (ecológica e convencional) e sub subparcela, utilização de herbicida (sem e com glifosato). 3.2 Avaliações 3.2.1 Fitomassa seca da parte aérea das braquiárias A vegetação intercalar nas diferentes parcelas, foi roçada (Figura 1 A,B), em três datas (outubro, dezembro de 201313 e março de 2014). Antes e após a roçagem, realizaram-se amostragens na entrelinha e projeção da copa das plantas de lima ácida Tahiti (Figura 1 C), em quatro pontos parcela-1, utilizando-se um gabarito com 0,25 m2. As amostras foram subdivididas em quatro sub-amostras, pesadas e posteriormente mantidas em estufa (60ºC/48h), pesadas e obteve-se assim, a massa da parte aérea das braquiárias seca (MS) projetada em toneladas ha-1. Figura 1. Roçadeira convencional (A); Roçadeira Ecológica (B); massa de braquiária projetada sob a copa dos citros (Mogi-Mirim/SP, 2012) 3.2.2 Decomposição da matéria seca da parte aérea das duas espécies de braquiárias e liberação de nutrientes Amostras da parte aérea de cada braquiária, contendo 100g de massa fresca, foram depositadas sobre o solo na projeção da copa das plantas de Tahiti e cobertas por tela de nylon (Figura 2), metodologia adaptada da técnica de bolsas de decomposição (“litter bags”) adaptada de Bocock & Gilbert (1987). Aos 0, 15, 30, 45, 60, 90, 120 e 150 dias após a instalação do experimento, quatro amostras de cada braquiária foram retiradas, secas em estufa à temperatura de 60 ±3 °C até alcançar massa constante, sendo então pesadas para determinar a taxa de decomposição e posteriormente moídas e encaminhadas ao Laboratório de Análises Químicas da Ufscar, para determinação de nutrientes remanescentes (nitrogênio, fósforo e potássio), em cada época. Figura 2. Telas de nylon protegendo amostras de bráquiárias sob a copa de lima ácida Tahiti no experimento de decomposição da palhada e liberação de nutrientes (Mogi Mirim/SP). 3.2.3 Levantamento fitossociológico de plantas daninhas O levantamento fitossociológico foi realizado em três ocasiões, sempre 30 dias após as roçagens e aplicações de glifosato na área: outubro de 2013, fevereiro e maio de 2014. Em cada parcela foi lançado aleatoriamente um quadrado de ferro (gabarito) com 0,25 m² por 10 vezes (método quadrado inventário), totalizando uma área amostral de 2,5 m² (Figura 3). As plantas contidas no quadro foram identificadas, obtendo-se o número de indivíduos por espécie. As amostragens foram feitas na linha de plantio dos citros. Para o cálculo dos parâmetros fitossociológicos foram utilizadas as fórmulas de Mueller-Dombois e Ellenberg (1974), como seguem: Frequência (Fre) = (1) Permite avaliar a distribuição das espécies nas parcelas; Densidade (Den) = (2) Permite avaliar a quantidade de plantas de cada espécie por unidade de área; Abundância (Abu) = (3) Informa a concentração das espécies na área; Frequência relativa (Frr) = Densidade relativa (Der) = (4) (5) Abundância relativa (Abr) = (6) Informam a relação de cada espécie com as outras encontradas na área; Índice de valor de importância (IVI) = Frr + Der + Abr(7) Indicam quais espécies são mais importantes dentro da área estudada. Figura 3. Levantamento de daninhas na linha de plantio de citros: identificação (A); gabarito utilizado de 0,25m² (B). Utilizaram-se dos parâmetros fitossociológicos para cada tratamento, analisando assim a dinâmica populacional das plantas daninhas, influenciadas pelos diferentes tratamentos propostos. 3.2.3.1 Banco de Sementes de plantas daninhas Para se estimar o número de sementes que germinam prontamente do banco de sementes foram coletadas amostras de solo, em cada parcela, com o auxílio de trado tipo holandês na profundidade de 10 cm. Foram retiradas quatro sub-amostras em cada parcela para formar uma amostra composta. Das amostras de solo coletadas na área experimental foi utilizado aproximadamente 1 kg de solo, e acondicionado em bandejas com 8 cm de profundidade em casa-de-vegetação (Figura 4). O solo foi mantido úmido, por meio de regas periódicas, 2-3 vezes por semana, para forçar a germinação das plantas daninhas. Após cada fluxo de emergência, as plantas foram contadas, identificadas e retiradas, e a seguir o solo foi revolvido para estimular novos fluxos de emergência. Considerando-se uma fatia de solo de 1m² com 10 cm de profundidade pesa em média 130 kg (densidade do solo de 1,3 g cm-3), o cálculo do número de sementes viáveis m-2 (banco de sementes), segundo Monquero e Silva (2007): O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado, com quatro repetições, sendo que, cada bandeja representou uma repetição. Essa avaliação foi realizada em dezembro/13. Figura 4.Bandejas com amostras de solo em ambiente protegido para estimativa de banco de sementes de plantas daninhas (Cordeirópolis-SP, 2013). 3.2.4 Compactação do solo Para as medidas de resistência à penetração foi utilizado o penetrômetro convencional modelo Stolf (Figura 5). Figura 5. Penetrômetro de Impacto modelo Stolf (STOLF et al., 1983). O penetrômetro é constituído por um peso para provocar o impacto, uma haste e um cone para a penetração no solo. A penetração da haste é obtida pelo impacto de uma massa (4 kg) em queda livre de uma altura h (metros). A cada impacto foram registrados os valores do deslocamento (x; metros), os quais foram convertidos em pressão de penetração ou resistência à penetração (em unidades de MPa), através da fórmula, modificada por Stolf (1990), considerada para o cálculo de índice de cone, é descrita a seguir: Onde, R: resistência à penetração conhecido como Índice de Cone, MPa; M: massa total do equipamento, Kg; m: massa do êmbolo, Kg; g: aceleração da gravidade, m/s; h: altura da queda do êmbolo, cm; x: número de impactos; A: área de projeção da ponteira, mm2; Os valores para as variáveis são: M = 4,019 kg; m = 3,33 kg; (M+m)g = 7,349 kgf; h = 40 cm e A = 1,22 cm2; Assim será utilizada a equação simplificada: sendo N o número de impactos/10cm no solo. O primeiro ponto para amostragem - tido como referência (0), foi situado na linha das plantas de citros, a partir deste projetou-se uma linha perpendicular à linha de plantas e foi amostrado outro ponto, a 3 metros, fechando assim uma entrelinha. Tais pontos foram sugeridos mediante a passada dos implementos que realizam os tratos culturais necessários para manutenção do pomar. Realizaram-se quatro repetições para cada sub subparcela, das quatro leituras da mesma parcela e dos mesmos pontos de referência serão feitas as médias para camadas de 10 centímetros. Os dados de resistência estática do penetrômetro de impacto foram expressos na unidade prática de resistência, impactos/dm (N), ou seja, impactos/10 cm. Através dos dados de N foram aplicadas fórmulas de transformação para a obtenção da resistência dinâmica em MegaPascal (MPa).Uma avaliação fora realizada, em abril de 2014. 3.2.5 Análise química do solo e folhas de Tahiti e leitura SPAD Com a utilização de trado do tipo ‘holandês’, coletaram-se amostras de solo na camada de 0-20 cm de profundidade (maio/14), para a determinação dos teores de fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), e magnésio (Mg) utilizando-se os métodos descritos por Raij et al. (2001), sendo retiradas oito amostras parcela-1 (linha e entrelinha). Para a avaliação do estado nutricional das plantas, foram coletadas amostras de folhas em ramos frutíferos, no final do verão (abril/14), para determinação da concentração total de macronutrientes de acordo com metodologia proposta por Bataglia et al. (1983), sendo amostradas quatro plantas parcela-1 e quatro folhas planta-1. Para a medida indireta de clorofila, efetuaram-se leituras através do aparelho portátil SPAD-502 (Minolta Corporation LTDA, Japão), no qual é feita de forma rápida e não destrutiva.O aparelho obtém estes valores através da medição da intensidade da coloração verde nas folhas (quantidade de luz absorvida pela clorofila).As medições foram feitas diretamente nas folhas das plantas e os resultados foram comparados com os obtidos pela análise do teor deMgda análise química foliar, através de análise de regressão linear (Teste F; p<0,01). As coletas e a análise foram efetuadas em abril/14. 3.2.6 Desenvolvimento vegetativo, produtivo e qualidade físico-química dos frutos da lima ácida Tahiti A produção foi obtida com pesagem direta dos frutos (maio/14), realizadas nas plantas úteis da parcela (quatro plantas centrais). Já o volume da copa foi calculado pela fórmula: V= 2/3πR2 H, onde V representa o volume m3, R o raio da copa (m) e H, a altura da planta (m). As determinações físicas foram quanto à altura e diâmetro dos frutos, realizadas por leitura direta de cada amostra, com auxílio de uma escala graduada em centímetros, e a massa total dos frutos, que foi obtida em balança com capacidade de até 15 Kg, com sensibilidade de 5g e por último, o rendimento de suco, o qual foi determinado após esmagamento em extratora OIC e calculado através da relação massa do suco/massa do fruto e expresso em porcentagem . As análises químicas consistiram em sólidos solúveis onde foi realizada a leitura direta, do suco, em refratômetro digital com correção automática de temperatura, sendo os resultados expressos em ºBrix, a acidez titulável por meio de titulação com NaOH, de acordo com metodologia descrita por Carvalho et al. (1990), sendo os resultados expressos em % ácido cítrico, o ratio obtido por meio da razão entre o teor de sólidos solúveis e acidez titulável e o ácido ascórbico que por meio de titulação com DCFI (2.6 diclorofenolindofenol de sódio), de acordo com metodologia descrita por Carvalho et al. (1990). Os resultados foram expressos em mg 100g-1. 3.3 Análise dos resultados Os dados foram submetidos à análise de variância e posterior teste de comparação de médias (Tukey – 5 e 1%). As interações significativas entre os fatores não foram demonstradas neste trabalho. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Fitomassa da parte aérea das braquiárias Não houve diferenças para os valores de massa seca (MS), da parte aérea, entre as duas braquiárias, na primeira safra, porém maior valor para U. decumbens é observado nas safras 2012/2013 e 2013/2014, na entrelinha. Nas parcelas manejadas com roçadeira convencional, maiores valores são observados nas últimas safras, resultando do empobrecimento da entrelinha nesse caso, que será discutido melhor à frente. Por outro lado, a utilização da roçadeira ecológica proporcionou maior acúmulo de MS, na linha dos citros (projeção), nas três safras (Tabela 1). Isso ocorreu em decorrência da forma de trabalho desse equipamento agrícola, que é projetado para fazer uso de técnicas de manejo sustentável, pois possui como característica principal, lançar os resíduos vegetais (mato), sob as copas das plantas, proporcionando dessa forma, maior retenção de umidade, redução do uso de herbicidas e consequentemente maior proteção do solo. Tabela 1. Fitomassa da parte aérea, seca (MS), das diferentes braquiárias, na entrelinha e projeção da copa das plantas de Tahiti (linha) nos diferentes tratamentos, acumulativo de três roçagens (Mogi Mirim/SP, 2011-2014). Tratamentos Vegetação (A) U. ruziziensis U. decumbens Roçadeira (B) Roçadeira ecológica Roçadeira convencional (A)x(B) Manejo do mato (C) Sem herbicida Com herbicida (A)x(C) (B)x(C) (A)x(B)x(C) MS - Entrelinha MS Linha 11/12 12/13 13/14 11/12 12/13 13/14 -1 ----------------------------- t ha -------------------------------** 7,1 b 8,5 a ** 6,9 b 8,8 a NS NS NS 9,2 a 10,0 a ** 6,1 b 10,0 a ** 6,4 b 10,3 a 2,6 a 3,4 a ** 5,1 a 0,9 b 1,8 a 2,2 a ** 3,6 a 0,4 b 1,5 a 2,2 a ** 3,2 a 0,4 b NS NS NS NS NS NS NS NS NS NS NS 9,3 a 9,7 a 8,8 a 7,2 a ** 9,0 a 6,8 b 3,5 a 2,5 a 2,3 a 1,7 a 2,5 a 1,2 a NS NS NS NS NS NS NS NS NS NS NS NS NS NS NS NS NS NS NS 8,5 a1 10,9 a NS 1 NS médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5%); – não significativo (teste F); *diferença significativa (F 5%); ** diferenças significativas (F 1 e 5%). ROSSÊTTO (2009) trabalhando com diferentes adubos verdes de inverno e roçadeiras obteve resultados, com o uso da ecológica, semelhantes ao desse trabalho, computando o dobro da massa verde (na linha), em comparação ao uso da roçadeira convencional na entrelinha dos citros, evidenciando a eficiência da roçadeira ecológica em projetar os resíduos vegetais sob a copa das plantas. Trabalho realizado por Bauer et al. (2011) mostra produção de massa seca da parte aérea, das braquiárias, semelhante aos obtidos no presente estudo; os autores descrevem, ainda, que mesmo pertencendo ao mesmo gênero, essas forrageiras apresentaram características estruturais diferentes, provavelmente em função das respostas adaptativas às condições de ambiente e de manejo também diferenciadas. A braquiária-peluda (Urochloa ruziziensis) é uma boa opção para o plantio intercalar. De acordo com Sanches (1998) essa espécie é não concorre com as plantas de citros, quando comparada a U. decumbens. Segundo o mesmo autor, no período da seca, a U. ruziziensis não concorre por água, pois desidrata e seca antes dos citros sofrerem qualquer estresse hídrico. 4.2 Decomposição da matéria seca da parte aérea das duas espécies de braquiárias e liberação de nutrientes A decomposição da palhada da Urochloa decumbens é mais lenta quando comparada à Urochloa ruziziensis, com tempo necessário para a decomposição de metade de seus resíduos vegetais, tempo de meia vida, de 63 e 53 dias respectivamente (Tabela 2). Torres et al. (2005) relatam o tempo de meia-vida para decomposição de resíduos de Urochloa brizantha variando entre 50 e 62 dias, muito próximo aos valores obtidos no presente trabalho. Torres & Rodrigues (2008) descreveram taxas de decomposição de braquiárias, superiores as desse experimento e também a outras espécies como o milheto, o sorgo, a crotalária, aveia e o guandu. Já Marasca et al. (2011) relataram o tempo ½ vida de 70 dias para os resíduos de U. ruziziensis nas condições do estado de Goiás. Tabela 2. Equações das estimativas da decomposição da massa seca com as respectivas constantes de decomposição (k) em função do tempo (t) de decomposição e tempo de meia vida (T½) das braquiárias (Mogi Mirim/SP, 2011/2012) Espécies U. decumbens U. ruziziensis Cortes dias 150 150 Equação t T½ R2 y = 41,241e-0,011x y = 51,159e-0,013x -0,011 -0,013 63,01 53,32 R² = 0,869 R²= 0,947 A composição química dos resíduos vegetais da parte aérea das braquiárias, por ocasião da instalação do ensaio de decomposição, revelou teores de nitrogênio similares nas duas espécies. Já para fósforo (P) e potássio (K), maiores valores iniciais foram observados na Urochloa ruziensis (Figura 6 B e C). Marasca et al. (2011) também relatam altos valores de K na fitomassa da parte aérea de U. ruziziensis, porém, esses foram inferiores (10,2 g Kg-1) aos observados nesse trabalho. Rosa et al. (1997) trabalhando com as mesmas braquiárias, observaram valores de P, entre 1,9 a 2,6 mg Kg-1, na fitomassa da parte aérea de Urochloa decumbens e 1,6 a 2,7 mg Kg-1 em U. ruziziensis; com relação ao potássio observaram valores entre 7,3 e 13,2 mg Kg-1. Com relação à liberação dos nutrientes, observa-se, ainda na Figura 6, que essa foi muito rápida para K (B); o tempo de meia-vida foi de 12 e 13 dias, para as Urochloas ruziziensis e U. decumbens, respectiviamente; indicando que a lixiviação foi um dos principais mecanismos de transferência de K para o solo, uma vez que ele não é componente estrutural de compostos das plantas e a mineralização não é um prérequisito para sua liberação (Gama-Rodrigues & Barros, 2002; Costa et al., 2005). Estudos mostram a rápida velocidade de liberação de K, independente da espécie envolvida e época de corte, e destacam que tal fato está associado, provavelmente, à natureza do nutriente, que ocorre na forma iônica nas plantas, não participando de nenhuma estrutura orgânica (ANDRADE, 1997). Espíndola et al. (2006) relataram tempo de meia-vida, menores que 13 dias, para diversas plantas de coberturas implantadas (amendoim forrageiro, cudzu tropical e siratro) nas entrelinhas de bananeiras e corroboram os resultados obtidos nesse ensaio. O tempo de liberação de metade do fósforo (Figura 6 C), presente inicialmente nos resíduos vegetais seguiu o mesmo padrão da decomposição da massa seca, 53 e 58 dias para as espécies U. ruziziensis e U. decumbens, respectivamente (Tabela 3). Em um experimento conduzido no noroeste do estado do Rio de Janeiro o tempo de meia vida do P foi de 112 dias para a U. decumbens (Gama-Rodrigues et al.,2007),valor bem superior ao verificado nesse trabalho. Tabela 3. Equações das estimativas da mineralização do nitrogênio, fósforo e potássio com as respectivas constantes de decomposição (k) em função do tempo (t) de decomposição e tempo de meia vida (T½) das braquiárias (Mogi Mirim/SP, 2011/2012). Espécies U. decumbens U. ruziziensis Cortes Equação k T½ R2 dias ---------------------------------Nitrogênio---------------------------------60 60 y=20,666e-0,02x y = 19,146e -0,024x -0,02 34,66 0,859 -0,024 28,88 0,892 ---------------------------------Fósforo---------------------------------U. decumbens U. ruziziensis 60 60 y = 1,766e-0,012x y = 1,838e-0,013x -0,012 -0,013 57,76 53,32 0,832 0,785 ---------------------------------Potássio---------------------------------U. decumbens U. ruziziensis 60 y = 20,055e-0,056x -0,056 12,38 0,908 60 -0,054x -0,054 12,84 0,835 y = 17,106e A B C C Tempo, dias Figura 6. Liberação de nitrogênio (A), fósforo (B) e Potássio, da matéria seca da parte aérea de B. decumbens e B. ruziziensis, até 60 dias após instalação do ensaio (Mogi Mirim/SP). Para o nitrogênio o tempo de meia vida foi de 29 e 35 dias para as espécies U. ruziziensis e U. decumbens, respectivamente (Tabela 3 e Figura 6 A). A liberação do nitrogênio foi mais rápida que a decomposição da massa seca. O tempo de meia vida do N de resíduos de U. brizantha, verificado em Uberaba-MG foi de 60 dias (Torres et al., 2005); para a U. decumbens verificou-se o tempo de meia vida de 131 dias (GAMARODRIGUES et al., 2005). Vale ressaltar que a relação C/N dos materiais avaliados foi diferente, a U. brizantha apresentou relação C/N de 16,1 (Torres et al., 2005); e a U. decumbens de 31 (GAMA-RODRIGUES et al., 2005). A relação C/N pode variar em função das características das espécies vegetais, da época de manejo das espécies (mais novas, ou, mais velhas) e das condições de fertilidade do solo. Além, disso as diferenças observadas no tempo de decomposição e mineralização dos resíduos vegetais também podem ser influenciads pelas condições climáticas locais, principalmente precipitação e temperatura. 4.3 Levantamento Fitossociológico Foram encontradas 26 diferentes espécies de plantas daninhas nos diferentes tratamentos durante as três avaliações (outubro/13, fevereiro e maio/14), havendo predominância de dicotiledôneas em todos os tratamentos (Tabela 4). Em todas as datas, a BIDPI obteve maiores valores de IVI nos tratamentos com U. ruziziensis, assim como nos tratamentos com roçadeira ecológica e glifosato (Tabela 5). Quanto à braquiária, deve-se ao fato desta se decompor e liberar nutrientes mais rápido, e reciclar maiores quantidades de fósforo e potássio (MOLINARI, 2012), favorecendo assim, uma maior ocorrência desta planta daninha; além de ter produzido menos MS que a U. decumbens, e assim, concorrendo menos com a planta daninha. Porém, não sabe-se sobre o fato do uso de herbicida ter influenciado em índices maiores, visto que esta daninha é classificada como suscetível à glifosato (LORENZI, 2006). Esta espécie foi o primeiro caso de resistência relatado oficialmente no país, porém, resistente à inibidores de ALS (SILVA et al., 2007), e não ao mecanismo de ação do glifosato (EPSP). Segundo Monquero e Christoffoleti (2005), a utilização de herbicidas com efeito residual curto selecionam espécies com germinação tardia, o que pode explicar este fato, visto que este herbicida aparentemente não tem atividade residual no solo segundo Rodrigues e Almeida (1998). Tabela 4. Relação de espécies de plantas daninhas, ordenadas por família, em área cultivada pela cultura da Lima Ácida Tahiti. (Mogi-Mirim/SP, 2013/2014) Código ALRTE AMADE AMACH CHEAL BIDPI ERIBO ERICA EMISO GASPA GASCI GNASP SONOL CLEAF LEPVI STEME COMBE MOMCH CYPIR EPHHI SIDGZ PYLTE CCHEC ELEIN PANMA POROL SOLAM Nome científico Alternanthera tenella Amaranthus deflexus Amaranthus hybridus var. patulus Chenopodium album Bidens pilosa Conyza bonariensis Conyza canadensis Emilia fosbergii Galinsoga parviflora Galins ga quadriradiata Gnaphalium coarctatum Sonchus oleraceus Cleome affinis Lepidium virginicum Stellaria media Commelina benghalensis Momordica charantia Cyperus iria Chamaesyce hirta Sida glaziovii Phyllanthus tenellus Cenchus echinatus Eleusine indica Panicum maximum Portulaca oleracea Solanum americanum Nome comum apaga-fogo caruru-rasteiro caruru-branco ançarinha-branca picão-preto buva buva falsa-serralha picão-branco botão-de-ouro macela serralha mussambê mentruz erva-de-passarinho trapoeraba melão-de-são-caetano tiririca erva-de-santa-luzia guanxuma-branca quebra-pedra capim-carrapicho capim-pé-de-galinha capim-colonião beldroega maria-pretinha Família Amaranthaceae Amaranthaceae Amaranthaceae Amaranthaceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Brassicaceae Brassicaceae Caryophyllaceae Commelinaceae Cucurbitaceae Cyperaceae Euphorbiaceae Malvaceae Phyllanthaceae Poaceae Poaceae Poaceae Portulacaceae Solanaceae A BIDPI é uma espécie anual, ereta, herbácea, que se propaga por sementes; é uma das mais sérias infestantes de culturas anuais e perenes no Centro-Sul do país, pois é muito prolífica e de ciclo curto, sendo capaz de produzir até três gerações por ano, formando densas infestações que afetam de maneira significativa a produção (LORENZI, 2008). E também importante, em citros, por hospedar o ácaro Brevipalpus phoenicis, este que transmite o CiLV - vírus da leprose dos citros (MAIA; OLIVEIRA, 2002), e o fungo Colletotrichum acutatum, causador da podridão floral dos citros (FRARE, 2011). ERICA obteve maiores valores de IVI nos tratamentos com a utilização da roçadeira convencional, tanto com a utilização de herbicida, quanto sem, obtendo IVI mais alto quando em tratamento com glifosato e em alguns casos, só ocorrendo nestes tratamentos (Tabela 5). As espécies de buva são conhecidas devido à existência de biótipos resistentes a este herbicida (MOREIRA, et al, 2007), além disso, por hospedarem o B. phoenicis (ANDRADE et al., 2012). É uma planta anual, ereta, herbácea, que se propaga exclusivamente por sementes; muito comum em cultivos de perenes e cultivos de sistema de plantio direto, sendo a espécie de buva mais frequente no país (LORENZI, 2008). Os maiores valores de IVI obtidos pela COMBE, em outubro/13, foram nos tratamentos com a roçadeira ecológica. Para o levantamento de fevereiro/14, os maiores índices foram nos tratamentos com U. ruziziensis, e nestes, com o uso da roçadeira ecológica e sem uso de herbicida. Para os tratamentos com U. decumbens, verifica-se que os índices foram maiores para os tratamentos com o uso de glifosato. Em maio/13, obteve-se novamente índices de importância maiores nos tratamentos com roçadeira ecológica, assim como nos tratamentos sem glifosato (Tabela 5). A roçadeira ecológica ao lançar fitomassa das braquiárias sob a copa dos citros, cria uma cobertura vegetal e assim retêm a umidade, além de contribuir com o aumento dos teores de potássio na linha de plantio (MOLINARI, 2012; GARCIA, 2013), criando um ambiente favorável (microclima) à COMBE, que apresenta nítida preferência por solos úmidos, sombreados e férteis (LORENZI, 2008). Além disso, esta espécie pereniza-se por alastramentos sucessivos, e pedaços de ramos resistem ao estresse hídrico, suportando situações de baixa luminosidade por longos períodos, até o ambiente ser favorável ao seu brotamento, tornando-se uma das espécies de plantas daninhas mais importantes em citros, causando forte interferência sobre as plantas, principalmente quando estas são jovens (RONCHI et al., 2002). Esta que é uma planta perene, semi-prostrada, que se propaga tanto por sementes quanto por sementes especiais formadas no rizoma (LORENZI, 2008), de difícil controle químico, principalmente em aplicações isoladas do herbicida glifosato (GUIMARÃES et al., 2007), sendo classificada como tolerante quando a planta é adulta (LORENZI, 2006). Segundo Monquero et al. (2007), os mecanismos de tolerância desta espéciea o herbicida glifosato são a absorção e o metabolismo diferencial. Importante ainda, por também hospedarem o fungo Colletotrichum acutatum, causador da podridão floral dos citros (FRARE, 2011). PANMA obteve os mais altos índices de importância nos tratamentos com roçadeira convencional e nos tratamentos onde não houve aplicação de herbicida. Para o levantamento de fevereiro/13, obteve maiores índices nos tratamentos com U. decumbens, assim como nos tratamentos com U. ruziziensis e roçadeira convencional. Nos tratamentos com o manejo de herbicida, obteve maiores índices nos tratamentos sem herbicida. Porém uma exceção fora observada, no tratamento U. decumbens e roçadeira convencional com índice maior no tratamento com a utilização de glifosato. A PANMA aproveitou-se da ausência de fitomassa na linha de plantio ocasionado pelo uso da roçadeira convencional, Medeiros e Christoffoleti (2001), relataram reduzido desenvolvimento da mesma em tratamentos com a presença de palha de canade-açúcar, contrariamente às parcelas sem cobertura. Segundo Lorenzi (2006), esta é classificada como altamente suscetível à glifosato, e por se tratar de uma época com alta incidência solar, favorecendo a translocação deste herbicida, como já mencionado. É uma planta perene, robusta, entouceirada, que se propaga por sementes e rizomas. Importante por ter sido uma planta introduzida como forrageira, e que escapa facilmente ao cultivo, infestando solos que foram pastagens, ou que estão próximos. Muito vigorosa e de grande porte (1-2 m de altura), interfere de maneira significativa quando infestante (LORENZI, 2008). ALRTE obteve índices maiores nos tratamentos com roçadeira convencional, espécie esta, que é anual ou perene, dependendo das condições, prostrada ou ascendente, nativa do Brasil e propaga-se somente por sementes. É de importância crescente na agricultura devido ao aumento recente de sua infestação, principalmente no período outonal (LORENZI, 2008). No último levantamento (mai/14), destaca-se também a LEPVI, com maiores índices de importância somente quando há utilização de glifosato, sendo que o mesmo já fora relatado por Martinelli et al. (2012), assim como em Mueller et al. (2001), onde houve ocorrência desta espécie somente no tratamento com uso de herbicida num estudo de cultivo em consórcio de alho com cenoura, utilizando o herbicida oxadiazon. A utilização de glifosato pode ter selecionado esta espécie, como já mencionado também para a BIDPI. LEPVI é uma espécie anual, herbácea, ereta, que se propaga somente por sementes; importante por ser uma planta daninha invernal muito comum em lavouras anuais e perenes, geralmente ocorrendo altas infestações, pois completa seu ciclo reprodutivo em menos de 80 dias (LORENZI, 2008). Carmona (1995), San Martín Matheis (2008) e Martinelli et al. (2012) descrevem a BIDPI como sendo uma das mais importantes espécies, ocorrentes na linha de plantio de citros. Cavalcante et al. (2010) observaram que Commelina spp. como a espécie com maior frequência em pomar de laranja. Carvalho et al. (2010), descrevem a ERICA como segunda daninha mais importante em sistema integrado de leguminosas na entrelinha de citros. Os diferentes manejos promoveram diferentes comunidades de plantas daninhas; COMBE foi favorecida com o uso da roçadeira ecológica; BIDPI quando utilizado U. ruziziensis, roçadeira ecológica e glifosato; e PANMA controlada pela roçadeira ecológica e pelo glifosato, assim como ambos, em conjunto (Figura 7). Figura 7. Epécies de plantas daninhas mais importantes nos diferentes tratamentos: Conyza benghalensis em tratamento com roçadeira ecológica; Bidens pilosa no tratamento com glifosato; Conyza spp. no tratamento com glifosato; Pannicum maximum em tratamento com roçadeira convencional sem utilização de herbicida (Mogi Mirim/SP, 2013). 4.3.1 Banco de sementes O banco de sementes não diferiu estaticamente, pois, os tratamentos utilizados não revolvem o solo, e sabe-se que, nestes sistemas de preparo do solo, ocorre maior sobrevivência das sementes de plantas daninhas em maiores profundidades do solo, além do banco de sementes ser maior e mais concentrado na superfície do solo. (FELDMAN et al., 1997). O tamanho e a composição botânica do banco de sementes são variáveis em distintos habitats (CARMONA, 1992). Johnson e Anderson (1986) encontraram valores próximos de sementes de plantas daninhas na camada arável do solo (2.000 a 7.000 sementes m-2) em diferentes agroecossistemas e localidades. Tabela 5. Estimativa do banco de sementes de daninhas, na linha de plantio da lima ácida Tahiti nos diferentes tratamentos, em duas avaliações distintas (Cordeirópolis/SP, dez/13). Causa de Variação Espécie de Braquiária (A) U. ruziziensis U. decumbens Tipo de Roçadeira (B) Ecológica Convencional (A)x(B) Utilização de herbicida (C) Sem glifosato Com glifosato (A)x(C) (B)x(C) (A)x(B)x(C) Sementes viáveis m-2 10 cm-1 profundidade Dez/13 ns 4557 a¹ 4140 a ns 4972 a 3725 a ns ns 4028 a 4670 a ns ns ns 35,7 A CV (%) 34,9 B 42,1 C 1 Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5%); NS: não significativo (teste F); *diferença significativa (teste F – 5%); ** diferenças significativas (teste F – 1%); CV: Coeficiente de Variação. Além disso, o sistema adotado é recém implantado, com três anos de utilização, numa área com histórico de cultivo de citros por mais de 20 anos, e com possíveis valores elevados do banco de sementes. Abaixo fotos das plantas daninhas emergidas. Figura 8. Plantas daninhas germinadas em bandejas em ambiente protegido para estimativa de banco de sementes de plantas daninhas (Cordeirópolis/SP, 2013). 4.4 Compactação do solo Houve diferenças significativas para resistência à penetração somente na profundidade de 20-40cm (Tabela 6). Na linha de plantio a U. decumbens promoveu menores valores (solo menos compactado), devido à sua maior quantidade de MS projetada para a linha, como já mencionado, conferindo uma maior aeração do solo devido à ação decompositora de microorganismos. Tabela 6. Resistência do solo através do método Penetrômetro de STOLF. (Mogimirim/SP, abril/14) Variáveis Resistência do solo (MPa) 0 m (linha de plantio) 3 m (entrelinha) 0 - 20 20-40 0 - 20 20-40 cm cm cm cm NS NS NS ** 3,54 a¹ 6,93 a 3,67 a 3,59 a 3,20 a 5,08 b 4,65 a 3,94 a NS NS NS ** 3,26 a 5,97 a 4,26 a 4,02 a 3,48 a 6,03 a 4,05 a 3,51 b Espécie de Braquiária (A) U. ruziziensis U. decumbens Tipo de Roçadeira (B) Ecológica Convencional NS NS NS NS (A)x(B) NS NS NS NS Utilização de herbicida (C) Sem glifosato 3,49 a 6,07 a 4,36 a 4,07 a Com glifosato 3,26 a 5,93 a 3,95 a 3,47 b NS NS NS NS (A)x(C) NS NS NS NS (B)x(C) NS NS NS NS (A)x(B)x(C) ¹médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5 e 1%); NS: não significativo (teste F); * diferença significativa (teste F – 5%); ** diferença significativa (teste F – 1%). Já na entrelinha, verifica-se que a roçadeira convencional promove menores valores de resistência do solo (20-40 cm, a 3m), e isso devido à esta ser projetada para manter os resíduos vegetais na entrelinha, sem projetá-los, e assim, promovendo uma maior proteção ao solo por manter essa camada sobre o mesmo. Ainda não se observou elevação no teor de matéria orgânica do solo nesse ensaio (dados não apresentados), uma vez que o manejo proposto vem sendo realizado há quatro anos. Na literatura há relatos que a matéria orgânica tem grande importância no comportamento mecânico do solo, principalmente quando ele é submetido à carga externa. Braida et al. (2006), avaliando o efeito da matéria orgânica sobre o comportamento mecânico de duas classes de solo, verificaram que o acúmulo de matéria orgânica proporcionado por diferentes sistemas de manejo reduziu a densidade máxima e aumentou a umidade crítica para compactação do solo, significando que ele se tornou mais difícil de ser compactado. Assim, espera-se redução da compactação do solo com maior tempo de condução dos experimentos. A resistência a penetração no solo sofre dependência de fatores intrínsecos (textura, estrutura, mineralogia), sendo altamente dependente da umidade do solo (GOMES; PEÑA, 1996). 4.5 Análise química do solo e foliar e leitura SPAD Para os teores foliares de N da limeira ácida Tahiti (Tabela 7), verifica-se que, o uso da U. decumbens proporcionou maiores valores, devido à esta produzir maiores quantidades de fitomassa, como anteriormente citado. Os teores de N observados nas folhas de lima ácida Tahiti estão um pouco abaixo do considerado adequado: 23,0 - 27,0 g kg-1 (QUAGGIO et al., 2005). Os teores de fósforo foliares das plantas do Tahiti, que variou entre 1,22 a 1,44 g kg-1, considerados adequados para citros (1,2-1,6 g kg-1), segundo QUAGGIO et al. (2005). Os teores K no solo da entrelinha, foram maiores nos tratamentos com roçadeira convencional, evidenciando o efeito ‘extrativo’ da roçadeira ‘ecológica’ que projeta toda fitomassa produzida na entrelinha para linha dos citros. O inverso se observa na linha das plantas de lima ácida Tahiti, onde altos teores de potássio são observados no tratamento com a roçadeira ‘ecológica’. No entanto, as análises foliares não revelaram diferenças nos teores de K foliares do limão Tahiti (Tabela 7). O tempo de ½ vida do K foi bastante curto, de 12 e 13 dias, para as U ruziziensis e U. decumbens, respectivamente. Estudos mostram a rápida velocidade de liberação de K, independente da espécie envolvida e época de corte, e destacam que tal fato está associado, provavelmente, à natureza do nutriente, que ocorre na forma iônica nas plantas, não participando de nenhuma estrutura orgânica (ANDRADE, 1997). Não foram observadas diferenças para o cálcio, enquanto que para o Mg, maiores teores foram encontrados com a utilização da roçadeira ecológica, isto pelo efeito da exportação de nutrientes através da MS das braquiárias, como já citado. O mesmo aumento ocorre quando há utilização de glifosato, pois, o mesmo exerce controle sobre as plantas daninhas, diminuindo a competição (Tabela 7). Para as leituras indiretas de clorofila (SPAD), maiores valores foram verificados nas parcelas com roçadeira ecológica, evidenciando que as plantas destes tratamentos estão bem nutridas, correlacionado a maiores teores de nutrientes no solo e de Mg foliar (Tabela 7). Valores mais altos também foram obtidos nas parcelas com glifosato. Muitos trabalhos mostram que a leitura do SPAD correlaciona-se linearmente com N na folha, não observado nesse trabalho. No entanto, observa-se correlação entre as leituras SPAD com Mg foliar (Figura 9). O Magnésio é um componente estrutural da molécula de clorofila, e tem como uma de suas principais funções, atuar no processo de fotossíntese e respiração (MALAVOLTA, 2006). Tabela 7. Leitura SPAD-502, teores de nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca) e magnésio (Mg) obtidos por análise química foliar das plantas de lima ácida Tahiti (Mogi Mirim-SP, maio de 2014). Leitura Spad 502 Tratamentos Vegetação (A) U. ruziziensis U. decumbens Roçadeira (B) Ecológica Convencional (A)x(B) Manejo do mato (C) Sem herbicida Com herbicida (A)x(C) (B)x(C) NS 72,03 a1 70,98 a ** 73,58 a 69,43 b Nitrogênio Foliar Linha g kg-1 * 19,63 b 22,67 a NS 21,21 a 21,09 a Fósforo Entrel. mg dm3 Foliar g kg-1 Linha Potássio Entrel. Foliar mmolc dm-3 g kg-1 Linha Cálcio Entrel. mmolc dm-3 Foliar g kg-1 Linha Magnésio Entrel. Foliar mmolc dm-3 g kg-1 NS NS NS NS NS NS NS NS NS NS NS NS 28,25 a 20,25 a 7,25 a 8,33 a 1,44 a 1,22 a 3,24 a 2,60 a 1,48 a 1,18 a 19,19 a 17,30 a 9,49 a 8,68 a 9,03 a 8,96 a 26,12 a 21,93 a 4,08 a 4,59 a 3,24 a 3,12 a 2,10 a 2,22 a ** 31,33 a 17,17 b NS NS NS NS NS 1,37 a 1,28 a * 0,78 b 1,88 a NS 6,83 a 8,75 a ** 3,88 a 1,97 b 18,32 a 18,17 a 8,57 a 9,61 a 8,88 a 9,10 a 22,89 a 24,17 a * 4,86 a 3,80 b NS 3,23 a 3,13 a ** 2,39 a 1,92 b NS NS * NS NS ** NS NS NS NS NS NS NS ** ** NS NS 1,38 a 1,28 a NS NS NS 1,38 a 1,28 a ** 3,43 a 2,42 b NS 20,67 a 21,66 a NS 8,58 a 7,00 a NS 68,78 b 74,23 a NS 25,25 a 23,25 a 18,99 a 17, 49 a 8,71 a 9,47 a 8,71 a 9,28 a 23,12 a 23,94 a NS 4,49 a 4,18 a * 3,08 b 3,29 a * 2,05 b 2,27 a NS NS NS ** ** NS NS NS NS NS NS NS NS * NS NS NS NS NS * NS * NS ** NS NS ** NS NS NS NS NS NS NS NS NS NS NS NS NS ** (A)x(B)x(C) ¹médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5 e 1%); NS: não significativo (teste F); * diferença significativa (teste F – 5%); ** diferença significativa (teste F – 1%). NS Figura 9. Correlação de leituras de SPAD-502 com teores foliares de magnésio de lima ácida Tahiti. (Mogi-Mirim-SP, 2014); ** significativo (Teste F; p<0,01). Os resultados de matéria orgânica, não evidenciaram diferenças entre os tratamentos, até o presente momento. Observou-se diminuição da Saturação por Bases e do V%, na entrelinha, das parcelas manejadas com roçadeira ‘ecológica’ (dados não apresentados). 4.6 Desenvolvimento vegetativo e produtivo e qualidade físico-química dos frutos de lima ácida Tahiti A altura, diâmetros e volume de copa das plantas de lima ácida tahiti não foi afetada pela espécie de braquiária utilizada. Isso pode ser decorrente de nenhuma das espécies causarem efeitos prejudiciais para o desenvolvimento da planta. Já o tipo de manejo de roçadeira teve efeito significativo na altura da planta e no volume de copa. A roçadeira ecológica obteve maior média devido aos maiores benefícios proporcionados a planta como disponibilidade de nutrientes e umidade na zona radicular. O manejo com glifosato proporcionou maior média de altura e diâmetro, mas não influenciou o volume de copa da planta (Tabela 8). O uso da roçadeira ecológica proporcionou maior produção às plantas de lima ácida Tahiti. Essa que, tem por característica cortar a vegetação intercalar e projetar toda massa vegetal na projeção da copa das plantas de citros, acarretando maior quantidade de resíduo vegetal e beneficiando a cultura principal, devido a uma série de fatores descritos em trabalhos nesta área experimental, como: maior retenção de umidade e ciclagem de nutrientes; supressão às plantas daninhas;maior concentração de raízes próximas ao tronco e superficialmente; e, consequentemente, uma maior proteção do solo (AZEVEDO ET AL, 2012A, 2012B; GARCIA, 2013; MARTINELLI ET AL, 2012, 2013; MOLINARI, 2012).O uso de glifosato proporcionou maior produção, devido ao controle de plantas daninhas na linha de plantio através deste herbicida, como mencionado por Martinelli et al. (2013). Tabela 8. Altura, diâmetro, volume de copa e produções de lima ácida Tahiti nos diferentes tratamentos (Mogi Mirim-SP, 2014). Variáveis Braquiária (A) U. ruziziensis U. decumbens Tipo de Roçadeira (B) Ecológica Convencional (A)x(B) Utilização de herbicida (C) Sem glifosato Com glifosato (A)x(C) (B)x(C) (A)x(B)x(C) Altura Diâmetro Volume de copa ------------m------------ --------m-3-------- Produção (t ha-1) 1º sem. 2º sem. ns ** ns ns ns 3,17 a 3,19 a 3,05 a 3,05 a 10,16 a 10,21 a 13,83 a 13,46 a 3,77 a 2,29 b ** ns * ** * 3,23 a 3,13 b 3,07 a 3,03 a 10,4 a 9,97 b 16,04 a 11,24 b 3,58 a 2,48 b ns ns ns NS NS ** ** ** NS * 3,12b 3,25 a 2,94 b 3,16 a 9,6 b 10,76 b 3,17 2,89 ns ns ns 11,64 b 15,65 a * ns ns ns ns ns ** ns ** ns ns ns ¹médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5 e 1%); NS: não significativo (teste F); * diferença significativa (teste F – 5%); ** diferença significativa (teste F – 1%). Em relação ao aspecto físico-químico do fruto de lima ácida Tahiti houve diferenças entre os tratamentos (Tabela 9). Os frutos provenientes das entrelinhas compostas de U. ruziziensis apresentaram maiores valores de massa, comparadas aos tratamentos compostos com U. decumbens. Isso pode ser decorrente pela maior agressividade competitiva da decumbens por nutrientes e água ocasionando menor absorção destes fatores pela cultura. O manejo com a roçadeira ecológica proporcionou maiores médias de sólidos solúveis e acidez em relação ao manejo convencional. Já a massa de frutos proveniente do manejo com a roçadeira convencional foram maiores. A produção de frutos de menor calibre, nas parcelas com roçadeira ecológica, está correlacionado, ao maior número de frutos e, portanto, produção nessas plantas. Apesar da diferença significativa para massa dos frutos entre os tratamentos com roçadeira, os valores estão dentro do padrão para comercialização para lima ácida Tahiti, em todos os tratamentos (Figura 10). Tabela 9. Aspectos físicos e químicos do fruto de lima ácida tahiti (Mogi Mirim-SP, maio de 2014). Variáveis Braquiária (A) U. ruziziensis U. decumbens Tipo de Roçadeira (B) Ecológica Convencional (A)x(B) Utilização de herbicida (C) Sem glifosato Com glifosato (A)x(C) (B)x(C) (A)x(B)x(C) Massa g Acidez g/100 mL SST °Brix Ratio Rd suco % Vit C mg/100 mL * ns ns ns ns ns 95,62 a 85,38 b 6,23 a 6,09 a 9,97 a 9,93 a 1,6 a 1,62 a 52,01 a 53,43 a 33,44 a 35,01 a * ** * ns ns ns 88,12 b 92,88 a 6,27 a 6,05 b 10,01 a 9,89 b 1,61 a 1,63 a 51,45 a 54 a 34,04 a 34,40 a ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns 91,34 a 89,66 a 6,18 a 6,14 a 9,99 a 9,91 a 1,61 a 1,61 a 53,23 a 52,21 a 34,55 a 33,89 a ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ¹médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5 e 1%); NS: não significativo (teste F); * diferença significativa (teste F – 5%); ** diferença significativa (teste F – 1%). U. ruziziensis U. decumbens Com glifosato Sem glifosato Roçadeira Ecológica Com glifosato Sem glifosato Roçadeira Convencional Figura 10. Frutos de lima ácida Tahiti dos diferentes tratamentos (Mogi Mirim/SP, 2014). 5 Conclusões Com as condições encontradas neste trabalho, pode-se concluir que: i. U. decumbens produz maiores valores de massa seca da parte aérea seca (MS); ii. O uso de roçadeira ecológica proporciona maior deposição de MS das braquiárias, na linha de plantio; elevando P, K e Mg no solo, e de Mg nas folhas da limeira ácida Tahiti; iii. Os diferentes manejos promovem diferentes comunidades de plantas daninhas; iv. Commelina benghalensis é favorecida com o uso da roçadeira ecológica, e Bidens pilosa quando utilizado U. ruziziensis, roçadeira ecológica e glifosato; Panicum maximum é controlada pela roçadeira ecológica e pelo glifosato, assim como ambos, em conjunto; v. Há correlação entre as leituras de SPAD e teores de Mg nas folhas da limeira ácida Tahiti; vi. U. decumbens promove menor compactação solo na linha de plantio, enquanto a roçadeira convencional, na entrelinha; vii. A roçadeira ecológica e o uso de glifosato promovem maior desenvolvimento produtivo à lima ácida Tahiti. Em resumo, o manejo com roçadeira ecológica, acarreta melhorias em todos os atributos avaliados, principalmente na fertilidade do solo e desenvolvimento vegetativo e, consequentemente, produtivo da lima ácida Tahiti, sendo uma opção sustentável ao pequeno citricultor. REFERÊNCIAS ANDRADE, D.J. et al. Aspectos biológicos do ácaro Brevipalpusphoenicis vetor da leprose dos citros em plantas de buva (Conyza canadensis). Planta daninha, Viçosa, v. 30, n. 1, Mar. 2012. ANDRADE, A. G. Ciclagem de nutrientes e arquitetura radicular de leguminosas arbóreas de interesse para revegetação de solos degradados e estabilização de encostas. Seropédica, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 1997. 182p. (Tese de doutorado). AZEVEDO, F.A.; MOLINARI, R.P.; GARCIA, C.P.; MARTINELLI, R.; ROMA, M.M.; FUKUDA, F. Desempenho da limeira ácida ‘Tahiti’ sob diferentes manejos da matovegetação na entrelinha. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 22., 2012, Bento Gonçalves. Anais... Bento Gonçalves: Sociedade Brasileira de Fruticultura, 2012a, v.1, p.3203-3206. AZEVEDO, F.A.; ROSSETO, M.P.; SCHINOR, E.H.; MARTELLI, I.B., PACHECO, C.A. Influência do manejo da entrelinha do pomar na produtividade da laranjeira'Pera'. Rev. Bras. Frutic., Mar 2012, vol.34, no.1, p.134-142. BATAGLIA. O. C.; FURLANI, A. M. C.; TEIXEIRA, J. P. F.; FURLANI, P. R.; GALO, J. R. Métodos de análise química de plantas. Campinas: InstitutoAgronômico, 1983. 48p. (Circular, 78). BOGDAN, A. V. Tropical pasture and fodder plants. New York, Longman, 1977. 465p. BAUER, M. O. et al. Produção e características estruturais de cinco forrageiras do gênero Brachiaria sob intensidades de cortes intermitentes. Ci. Anim. Bras., Goiânia, v. 12, n. 1, p. 17-25, Janeiro/Março. 2011 BOCOCK, K. L.; GILBERT, O. J. W. The disappearance of litter under different woodland conditions. Plant and Soil, v. 9, n. 2, p. 179-185, 1957. BRAIDA, J.A.; REICHERT, J.M.; VEIGA, M. & REINERT, D.J. Resíduos vegetais na superfície e carbono orgânico do solo e suas relações com a densidade máxima obtida no ensaio Proctor. R. Bras. Ci. Solo, 30:605-614, 2006. CARMONA, R. Problemática e manejo de banco de sementes de invasoras em solos agrícolas. Planta Daninha, Viçosa, v.10, n.1, p. 5-13, 1992. CARVALHO, F.L.C.; COGO, N. P.; LEVIEN, R. Eficácia relativa de doses e formas de manejo de resíduo culturas de trigo na redução da erosão hídrica do solo. R. Bras. Ci. Solo, 14:227-234, 1990. CARVALHO, J. E. B.; deSANTANA, A. S.; deAZEVEDO, C. L. L.Estudo fitossociológico e composição do banco de sementes em dois sistemas produtivos de citros: produção integrada e convencional. Toda fruta: o portal da fruticultura, 2010. Embrapa, Disponível em: http://www.todafruta.com.br/portal/icnoticiaaberta.asp?idnoticia=22896> Acesso em: 14 dez. 2013. CARVALHO, J.E.B.; PAES, J.M.V.; NEVES, C.S.V.J.; MENEGUCCI, J.L.P; SILVA, J.A.A. Práticas culturais. In: MATTOS JÚNIOR, D.; DE NEGRI, J.D.; PIO, R.M.; POMPEU JUNIOR, J. (Eds). Citros. Campinas: Instituto Agronômico/Fundag, 2005, p. 449-482. CAVALCANTE, D.P.; SILVA, J.F.; MONTEIRO, G.F.P.; ALBERTINO, S.M.F.; GALVÃO, A.K.L. Plantas daninhas e fitossociologia na cultura da laranja em Manaus, AM.In: Congresso Brasileiro da Ciência das Plantas Daninhas, 27.Anais... Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas, 2010. v.1, p.624-628. CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento). Acompanhamento da safra brasileira Safra 2011/2012. Agosto 2012. Disponível em: < http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/ uploads /arquivos/11_09_12_17_44_13_arquivo_editavel_capa_laranja.pdf >. Acesso em: 29 out 2014. FAO – FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION.FAOSTAT: Statisticaldatabase. Disponível em: <http://faostat.fao.org/site/567/default.aspx>. Acessoem: 02 jul. 2013. FELDMAN, S. R.; VESPRINI, J. L.; LEWIS, J. P. Survival and establishment of Carduusacanthoides L. Weed Res., v. 34, n. 4, p. 265-273, 1994. FRARE, G.F. Sobrevivência de Colletotrichumacutatum, agente causal da podridão floral dos citros, em plantas daninhas. Dissertação (mestrado) Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Piracicaba 2011, 71p. ESPINDOLA, J.A.A. GUERRA, J.C.; ALMEIDA, D.L.; TEXEIRA, M.G & URQUIAGA, S. Decomposição e liberação de nutrientes acumulados em leguminosas herbáceas perenes consorciadas com bananeira. Revista brasileira de ciência do solo, v.30, p.3021-328, 2006. GAMA-RODRIGUES, A.C.; GAMA-RODRIGUES, E.F.; BRITO, E.C.; Decomposição e liberação de nutrientes de resíduos culturais de plantas de cobertura em argissolo vermelho-amarelo na região noroeste fluminense (RJ). Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.31, pg. 1421-1428, 2007. GARCIA, C.P. Características físico-químicas do solo e desenvolvimento da lima ácidaTahiti em diferentes manejos da entrelinha. Araras, 2013. Universidade Federal de São Carlos. GOMES, A. de S.; PEÑA, Y.A. Caracterização da compactação através do uso do penetrômetro. Lavoura Arrozeira, Porto Alegre, v.49, n.1, p.18-20, 1996. GUIMARÃES, S.C.; CAVENAGHI, A.L.; CASTRO, R.D.; OLIVEIRA, L.C.; UTIYAMA, S.Y. Controle de plantas daninhas e fitotoxicidade de tratamentos herbicidas em diferentes variedades de soja RoundupReady. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE GLIFOSATO, 1., 2007, Botucatu, SP. Resumos... Botucatu: 2007. p.214-218. IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA). Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/protabl.asp?c=1613&z=p&o=18&i=p> Acesso em: 02 jul. 2013. JOHNSON, R. G.; ANDERSON, R. C. The seed bank of tal grass prairie in Illinois. Am. Midland Natural., v. 115, n. 1, p. 123-130, 1986. LEGUIZAMÓN, E.S. Seed survival and patterns of seedling emergence in Sorghum halepenseL. Pers. Weed Res., v.26, p.1-7, 1986. LORENZI H. Manual de identificação e controle de plantas daninhas: plantio direto e convencional. 6º Ed. Plantarum, Nova Odessa, Brasil 269p., 2006. LORENZI, H. Plantas daninhas do Brasil: terrestres, aquáticas, parasitas e tóxicas. 4. ed. Nova Odessa: Plantarum, 2008. 640p. MAIA, O.M.A.; OLIVEIRA, C.A.L. Capacidade de colonização de Brevipalpusphoenicis(Geijskes, 1939) (Acari: Tenuipalpidae) em cercas vivas, quebra-ventos e plantas daninhas. In: Congresso Brasileiro de Entomologia, XIX., 2002, Resumos. Manaus: SBE, 2002, p.249. MALAVOLTA, E. Manual de Nutrição Mineral de Plantas, 1., Ceres, São Paulo, 2006. MARASCA, I.; MEDEIROS, L. C.; ARAÚJO, M. J.; PERIN, A.; OLIVEIRA, C. A. A. Teores e acúmulo de nitrogênio, Fósforo e Potássio e decomposição da biomassa de braquiária em sistema santa fé. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer, vol 7, n.12, 2011. MARTINELLI, R. Controle de plantas daninhas em citros com diferentes manejos de entrelinha. Araras: UFSCar/DBVPA, 2013. 52 p. Trabalho de Conclusão de Curso. MARTINELLI, R.; Azevedo F.A.; Molinari, R.P.; Querido, D.C.M.; Garcia C.P.; Bonani, R.H. Manejo alternativo de plantas daninhas em pomar de lima ácidaTahiti. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 22., 2012, Bento Gonçalves. Anais... Bento Gonçalves: Sociedade Brasileira de Fruticultura, 2012. v.1, p.3773-3777. MEDEIROS, D.; CHRISTOFFOLETI, P. J. Efeito da palha de cana-de-açúcar em áreas de colheita mecanizada sem queima sobre a infestação de plantas daninhas e eficácia de herbicidas. In: PRADO, R.; JORRÍN, J. V. Uso de herbicidas enla agricultura delsiglo XXI. Córdoba: Universidad de Córdoba, 2001. p. 599-605. MOLINARI, R.P. Manejo da entrelinha de pomar de citros com diferentes braquiárias e roçadeiras. Araras, 2012. Universidade Federal de São Carlos. MONQUERO, P. A.; CHRISTOFFOLETI, P. J. (2005). Banco de sementes de plantas daninhas e herbicidas como fator de seleção. Bragantia, 64(2) 203-209. MONQUERO, P.; SILVA, A. Levantamento fitossociológico e banco de sementes das comunidades infestantes em áreas com culturas perenes. Acta ScientiarumAgronomy, Maringá, v. 29, n. 3, p. 315-321, 2007. MOREIRA, M.S.; NICOLAI, M., CARVALHO, S.J.P; CHRISTOFFOLETI, P.J. Resistência de Conyzacanadensise C. bonariensis ao herbicida glifosato. Planta Daninha, Viçosa, c. 25, n.1, p.157-164. 2007. MUELLER, S. et al. Épocas de consórcio de alho com cenoura em três sistemas de manejo de plantas daninhas em Jaboticabal-SP. Plantadaninha, Viçosa, v. 19, n. 1, Abril 2001. MUELLER-DOMBOIS, D.; ELLENBERG, H.A. Aims and methods of vegetation ecology. New York: John Wiley, 1974. NEUMANN, G.; KHOLLS, S.; LANDSBERG,E.; STOCK- OLIVEIRA SOUZA, K.; YAMADA, T. Relevance of glifosato transfer to non-target plants via the rhizosphere.JournalofPlantDiseasesandProtection. v.20, p.963-969, 2006. QUAGGIO, J. A.; MATTOS JUNIOR, D.; CANTARELLA, H. Manejo da fertilidade do solo na citricultura. In: MATTOS JUNIOR, D.; DE NEGRI., J. D.; PIO, R. M.; POMPEU JUNIOR, J. Citros. Campinas: Instituto Agronômico e Fundag, 2005. p. 483 - 507. QUAGGIO, J.A. Revisão das recomendações de adubação para citros – Boletim 100. In: Semana da Citricultura, 36., 2014, Cordeirópolis-SP. RODRIGUES, B.N.; ALMEIDA, F.S. Guia de herbicidas, 4.ed. Londrina: 1998. 647p. RONCHI, C. P. et al. Misturas de herbicidas para o controle de plantas daninhas do gênero Commelina. Planta Daninha, v. 20, p. 311-318, 2002. ROSA, B.; ROCHA, G. P.; RESENDE, K. T.; ZABIN, A. R. Composição química das gramíneas Brachiaria decumbens stapf cv. Basilisk E Braquiaria ruziziensis Germain & Everard Em diferentes idades de corte. Anais da Escola de Agronomia e Veterinária, v.27, n.1, p. 29-40, 1997. ROSSETTO, M. P. Resistência varietal e manejo da mancha preta dos citros. Campinas, 2009. 75 fls. SAN MARTíN MATHEIS, Hector Alonso. Uso contínuo de coberturas vegetais em citros: influência no banco de sementes, na comunidade infestante e nas características químicas do solo. 2008. Tese (Doutorado em Fitotecnia) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2008. SANCHES, A.C. Conservação do solo em pomares cítricos. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE CITROS, 5., 1998. Bebedouro. Anais... Bebedouro: Fundação Cargill, p. 167-187, 1998. SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Levantamento censitário de unidades de produção agrícola do Estado de São Paulo: SAA/CATI/IEA, 2008. Disponível em: <http://www.cati.sp.gov.br/projetolupa>. Acesso em: 09 ago. 2013. SILVA, A.A.; SILVA, J. F. Tópicos em manejo de plantas daninhas. Viçosa-MG: Universidade Federal de Viçosa, 2007. 367 p. STOLF, R.; FERNANDES, J.; FURLANI NETO, V. Penetrômetro de impacto – modelo IAA/Planalsucar – STOF (recomendações para seu uso). Revista STAB, jan/fev. 1983. TORRES, J. L. R.; PEREIRA, M. G.; ANDRIOLI, I.; POLIDORO, J. C.; FABIAN, A. J. Decomposição e liberação de nitrogênio de resíduos culturais de plantas de cobertura em um solo de cerrado. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 29, p. 609-618, 2005. TORRES, J. L. R.; PEREIRA, M. G.; FABIAN, A. J. Produção de fitomassa por plantas de cobertura e mineralização de seus resíduos em plantio direto. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 43, n. 3, p. 421-428, 2008. Relatório Financeiro Itens de Dispêndio Análises química (macro e micro) Solo e folhas Material de Consumo Fertilizantes, combustível, refeições etc Bolsa de Iniciação Científica Bolsista UFSCar Transferência projeto NR 6325-8 Quantidade Valor Total Nº 128 Qtidade 4.069.80 diversos 7.379.63 meses (valor R$) 18 (R$400,00) Débito no período 4.800,00 149,37 16.398,80 Saldo Atual 36,36 Cordeirópolis/SP, 19 de dezembro de 2013 Fernando Alves de Azevedo PqC Centro APTA Citros Sylvio Moriera/IAC