Relatório Final Fernando Azevedo IAC

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SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO
AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS
INSTITUTO AGRONÔMICO - Centro APTA Citros ‘Sylvio Moreira’
Rod. SP330, km 158 C.P. 04, CEP 13490-970 Cordeirópolis, SP, (19) 35461399
RELATÓRIO FINAL APRESENTADO À FUNDAÇÃO AGRISUS
Período: 08/2011 – 05/2013
Título do Projeto: MANEJO DE ENTRELINHA DE POMAR DE CITRUS COM USO
DE BRAQUIÁRIAS E ROÇADEIRAS LATERAIS
Número do Processo: 830/11
Coordenador: Fernando Alves de Azevedo
Colaborador: Dirceu de Mattos Júnior
Cordeirópolis, Junho de 2013
Sumário
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 5
2. REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................... 6
2.1. Lima ácida Tahiti..................................................................................................... 6
2.2. Manejo das entrelinhas dos pomares de fruteiras.................................................... 7
2.3. Compactação do solo............................................................................................... 9
2.4. Exigência nutricional dos citros ............................................................................ 10
3. MATERIAL E MÉTODOS..........................................................................................12
3.1. Caracterização da área experimental ..................................................................... 12
3.2. Instalação e condução do ensaio ........................................................................... 13
3.3. Variáveis avaliadas................................................................................................ 15
3.3.1. Fitomassa da parte aérea das braquiárias....................................................... 15
3.3.2. Levantamento fitossociológico .................................................................... 176
3.3.2. Banco de sementes....................................................................................... 176
3.3.4. Análises químicas do solo e foliares.............................................................. 17
3.3.5. Análises físicas do solo.................................................................................. 17
3.3.6. Distribuição de raízes das plantas de Tahiti .................................................. 18
3.3.7. Biomassa microbiana..................................................................................... 20
3.3.8. Desenvolvimento vegetativo e produção da lima ácida Tahiti ...................... 20
3.4. Análises dos resultados ..................................................................................... 201
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 21
4.1. Fitomassa da parte aérea das braquiárias............................................................. 213
4.2. Plantas Daninhas....................................................................................................27
4.3. Análises químicas do solo e foliares ..................................................................... 27
4.4. Compactação do solo............................................................................................. 29
4.5. Avaliação de raízes................................................................................................ 32
4.6. Biomassa microbiana do solo.................................................................................34
4.7.Desenvolvimento Vegetativo e Produção da lima ácida Tahiti.............................. 35
5. CONCLUSÕES ........................................................................................................... 38
6. AGRADECIMENTOS ................................................................................................ 38
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 39
3
A) RESUMO DO PROJETO
O manejo das entrelinhas dos pomares de citros tem sofrido grandes alterações nos últimos
anos. Dessa forma esse projeto tem por objetivo avaliar o efeito da utilização de duas
braquiárias na entrelinha de pomar de lima ácida Tahiti, manejadas com roçadeira lateral
(convencional e ecológica), com e sem o uso de herbicida - no controle de plantas daninhas,
desenvolvimento vegetativo e produção das plantas de Tahiti, fertilidade e características
físicas do solo. O ensaio foi instalado em 2010, em pomar de Tahiti, utilizando-se esquema
de parcela sub subdividida, em delineamento de blocos ao acaso, com quatro repetições.
Nas parcelas foram implantados dois tipos de braquiárias: Brachiaria decumbens e
B.ruziziensis; nas sub parcelas – tipos de roçadeiras laterais: convencional e ecológica; e já
nas sub subparcelas: aplicação e ausência de glyphosate na linha. As braquiárias foram
semeadas em janeiro de 2010 e o pomar de lima ácida Tahiti implantado no mês de março
desse mesmo ano. As avaliações foram iniciadas em novembro de 2010, com as primeiras
roçagens, onde as massas verde e seca, das entrelinhas e da projeção da copa (após
roçagens) foram aferidas – o que será repetido na safra 2011/2012 (entre os meses de
outubro/2011 e abril/2012). Aproximadamente trinta dias após cada roçagem será efetuado
as avaliações das plantas daninhas na linha dos citros – contagem do número e classificação
das espécies, na linha de plantio dos citros e posteriormente calculado os parâmetros
fitossociológicos. O banco de sementes da área também será aferido após coleta de solo da
área e posterior germinação em casa de vegetação – em duas épocas (inverno e verão).
Também serão avaliados os atributos físicos do solo (compactação), a biomassa microbiana
do solo pelo método da fumigação; o desenvolvimento vegetativo (altura e diâmetro) e a
produção das plantas de lima ácida Tahiti.
Palavras-chaves: roçadeira lateral, adubação verde, limão Tahiti.
4
B) RESUMO DAS ATIVIDADES DO PERÍODO
As avaliações foram iniciadas em novembro de 2011, juntamente com as primeiras
roçagens, nos meses de novembro/2011. Foram avaliadas massa seca (MS) da parte aérea e
das raízes das braquiárias, plantas daninhas (linha), análises químicas (solo e foliar),
compactação solo (linha e entrelinha), biomassa microbiana do solo e por fim o
desenvolvimento vegetativo (altura e diâmetro) e a produção das plantas de lima ácidas
Tahiti. As braquiárias produzem quantidades similares de massa seca da parte aérea e de
raízes. A B. ruzizienses se decompõe e libera nutrientes mais rapidamente, além de reciclar
maiores quantidades de fósforo e potássio do solo O uso da roçadeira ecológica
proporciona maior deposição de massa seca (braquiárias) na linha de plantio ocasionando:
diminuição do número de plantas daninhas (barreira física) e da compactação do solo, em
decorrência do aporte de matéria orgânica e água no solo, proporciona ainda, manutenção
da umidade do solo e aumento da disponibilidade de nutrientes e biomassa microbiana. O
uso do glifosato não acarreta prejuízos ao desenvolvimento vegetativo e produtivo da lima
ácida Tahiti. Assim, destaca-se como manejo diferenciado o uso da roçadeira ecológica,
que vem proporcionando melhoras em todos os atributos avaliados, principalmente no
desenvolvimento vegetativo e consequentemente, na produtividade do Tahiti.
5
1. INTRODUÇÃO
O Brasil é o principal produtor mundial de laranja (18 mil t), seguido pelos
Estados Unidos (EUA), Índia, México e China. Com relação a limões, o país ocupou a 5º
posição mundial, em 2010, atrás da Índia, México, Argentina e China (FAO, 2012). O
estado de São Paulo responde por 77% da produção brasileira de limões (782,8 mil t),
seguido da Bahia (53 mil t) e Minas Gerais (52,8 mil t) (IBGE, 2010). Esses dados
comprovam a importância da citricultura no país.
A lima ácida Tahiti, popularmente conhecida como limão, está entre as dez
variedades de frutas mais importantes produzidas no Brasil, como banana, laranja, maçã,
maracujá e uva (IBGE, 2003). No estado de São Paulo, a produção de lima ácida Tahiti
encontrava-se, no ano de 2003, em cerca de 35 mil hectares com 9 milhões de árvores
distribuídos em 8 mil propriedades rurais (Luchetti et al., 2003).
Nas últimas décadas, o conceito de sustentabilidade da produção agrícola tem sido
demasiadamente enfatizado como uma das alternativas para minimizar a pressão econômica
sobre os pequenos produtores rurais. Porém, o conceito de sustentabilidade é múltiplo e
envolve aspectos econômicos, sociais e ecológicos. Do ponto de vista da sustentabilidade
ecológica as principais metas são: estabilidade da produção das culturas ao longo dos anos;
formas de produção que privilegiem a manutenção dos recursos produtivos e a manutenção
da biodiversidade (SANTOS, 2004).
No entanto, o manejo da entrelinha dos pomares de citros muitas vezes contraria
as metas da sustentabilidade ecológica. Até a década de 1990 era realizado basicamente
com uso de grades e arados, gerando perdas de solo por erosão, compactação, exposição a
altas temperaturas e o corte das raízes dos citros (Carvalho et al., 2005). Além disso, com a
mecanização, a citricultura passou a contar com elevado tráfego em suas lavouras, o que
favoreceu a compactação do solo, havendo pomares que acumularam ao longo de sua
existência 300 passadas de máquinas por entrelinha (STOLF, 1987).
Uma prática adotada, recentemente, na citricultura é manter a vegetação
espontânea e/ou introduzida na entrelinha dos pomares, e utilizá-la em benefício da própria
cultura. Essa vegetação intercalar é manejada com a roçadeira lateral, tipo ecológica, a qual
lança toda a massa vegetal da entrelinha para a linha de cultivo, sob a copa das plantas de
citros. A manutenção da cobertura do solo, tanto pela vegetação nativa quanto por
6
cobertura vegetal implantada, aliado ao correto manejo químico e físico do solo vem sendo
um dos fatores condicionantes para obtenção de maiores produtividades dos pomares de
citros (Carvalho et al., 2005).
Dessa forma, objetivou-se nesse trabalho, avaliar o efeito da utilização de
braquiárias e roçadeiras no manejo das entrelinhas do pomar de lima ácida Tahiti, no
desenvolvimento das plantas, produção de frutos, características químicas e físicas do solo
e na nutrição mineral das plantas.
2. Revisão de literatura
2.1. Lima ácida Tahiti
A lima ácida [C. aurantiifolia (Christm.) Swingle], provavelmente, oriunda do
arquipélago do Leste da Índia, atingindo, a seguir, o continente indiano. Foi levada pelos
árabes através do mar de Oman e, posteriormente, transportada ao Egito e à Europa
(SCORA et al., 1982). Em decorrência a outros países, seu nome acaba por sofrer algumas
variações. No México ela é conhecida como limon (limão) Persa, já na Flórida como Tahiti
lime, na Califórnia como Bears lime e de lima ácida de fruto gruesco na Espanha
(GONZALES-MARTINEZ & GARCIA-LEGAZ, 1990).
Este fruto, popularmente conhecido no Brasil como limão, caracteriza-se por
frutos de tamanho médio e quase totalmente desprovido de sementes (WEBBER, 1943). A
planta apresenta porte médio a grande floresce o ano inteiro e o período de maturação dos
frutos é 170 dias após a floração (DONADIO et al., 1995). De acordo com os mesmos
autores os frutos pesam em média 70 a 100 g, sendo que aproximadamente 50% da sua
massa é composta pelo suco, com teores de °Brix 9 e acidez titulável de 6%.
O mercado consumidor de Tahiti é muito exigente. Para que ocorra um grande
consumo, o “limão Tahiti” necessita de uma junção de características, como o maior frescor
e teor de suco dos frutos, essas por sua vez podem ser caracterizadas pelo aspecto da casca
do fruto. A casca deve possuir uma coloração verde e brilhante, para que ocorra uma boa
impressão, fina, lisa, e levemente macia, tudo isso para a comprovação do teor de suco.
Outra característica indispensável da lima ácida Tahiti, é o aroma especial das limas,
proveniente das glândulas de óleo essencial, que garante boa qualidade ao fruto (GAYET &
7
SALVO FILHO, 2003).
O cultivo do Tahiti, no estado de São Paulo, representa um grande impacto social na
economia local, pela participação, na sua grande maioria, de pequenos produtores rurais.
Além disso, é uma opção em detrimento a alta ocorrência de huanglongbing (HLB, exgreening) nos pomares de laranja doce. Verifica-se um enorme carência de informações
para o manejo adequado da cultura, que propicie maiores produções de frutos de qualidade
superior (tamanho, cor da casca e viabilidade pós-colheita) que atendam à preservação
qualidade ambiental e favoreçam a comercialização nos mercados interno e de exportação
de frutos in natura (Mattos Jr. et al., 2003).
Os sistemas de produção agrícola têm sofrido influência da maior pressão do
consumidor por produtos sadios e com forte compromisso para promoção social e
preservação ambiental. Nesse contexto, insere-se o Programa de Produção Integrada de
Frutas (PIF) do MAPA/CNPq, que tem como características a geração de alimentos e de
alta qualidade, com uso otimizado dos recursos naturais e de mecanismos para a
substituição de insumos poluentes. No Brasil, são dois programas para a lima ácida Tahiti
apoiados pelo Ministério, sendo um em São Paulo e outro no Piauí (Luchetti et al., 2003).
O trabalho para o estabelecimento de normas de produção tem revelado uma grande
necessidade do levantamento de informações técnicas para o Tahiti.
2.2. Manejo das entrelinhas dos pomares de fruteiras
Uma prática adotada, recentemente, na citricultura paulista, atendendo a demanda da
produção integrada, é o manejo sustentável da entrelinha dos pomares (Figura 1 B),
aproveitando-se a vegetação espontânea e/ou introduzida, em benefício da cultura; com a
qual grande número de citricultores tem optado por manejar a vegetação intercalar de seus
pomares com uso de roçadeira lateral - tipo ecológica que lança toda massa vegetal da
entrelinha para a linha de cultivo - sob a copa das plantas de citros. O manejo empregado
pelos citricultores até a década de 1990, não considerava a proteção do solo (Figura 1 A),
sendo realizado principalmente com uso de grades e herbicidas pré-emergentes, gerando
enormes perdas de solo devido à exposição às gotas de chuva, facilitando sua erosão e
compactação (CARVALHO et al., 2005).
8
A
B
Figura 1. Prática antiga - uso de grade, onde o solo fica descoberto sujeito a erosão (A) e
solo coberto por uma camada vegetal (B) proporcionando melhores condições para o solo
(Fotos: Azevedo, 2012)
A adubação verde é a prática de se incorporar, ao solo, o tecido vegetal não
decomposto, visando manter ou aumentar a fertilidade do solo. A importância da adubação
verde no aumento da produtividade das culturas subsequentes já é reconhecida pelos
agricultores, desde 500 a.C.. Dessa operação, resultam alterações desejáveis no solo, em
seus atributos químicos, levando a cultura principal a se beneficiar destas mudanças
(DOMINGUEZ, 1991). Quando bem empregada, pode trazer vantagens, tais como a
cobertura do solo e, consequentemente, menor radiação solar direta; melhores condições
físicas e biológicas do solo devido ao maior aprofundamento das raízes; aumento no teor de
matéria orgânica e nutrientes do solo; aumento do nitrogênio fixado a partir da atmosfera
tornando-se disponível no solo; e melhores condições para o controle de pragas e doenças
(IAPAR, 1985).
A
Na atualidade o termo adubo verde possui uma acepção mais ampla, de planta que se
encaixa no sistema de culturas vigente, contribuindo para a proteção e fertilidade do solo, a
qual pode ou não ser incorporada ao solo. Assim, não só as leguminosas, mas também as
Poaceas têm sido empregadas como adubos verdes. As Brachiarias, pertencentes à família
Poaceae, apesar de serem consideradas plantas invasoras de grande agressividade e difícil
controle (LORENZI, 2000), destacam-se como forrageiras e também como plantas de
cobertura do solo.
A
9
A B. ruziziensis é a espécie que tem sido mais utilizada nas entrelinhas dos
pomares por não provocar interferências negativas à planta cítrica. Essa espécie não possui
efeitos alelopáticos e apresenta reduzida competição pelos fatores de produção (água,
nutrientes e luz) com as plantas de citros quando comparada à B. decumbens (SANCHES,
1998).
A alelopatia é usualmente definida como qualquer processo envolvendo metabólitos
secundários produzidos por plantas e/ou microrganismos que, uma vez liberados no
ambiente, influenciam o desenvolvimento de sistemas biológicos. Há imensa variedade de
compostos com este tipo de atividade, como os ácidos orgânicos, naftoquinonas,
antraquinonas, quinonas, fenóis, flavonóides e taninos (CARMO et al., 2007). Quando
liberado em quantidades suficientes, essas substâncias podem afetar a germinação de
sementes, o crescimento e desenvolvimento de plantas já estabelecidas e ainda o
desenvolvimento de micro-organismo, logo, o efeito alelopático pode surgir tanto durante o
ciclo de cultivo, quanto nos cultivos subsequentes (TEXEIRA et al., 2004).
Segundo Carvalho (2010) a utilização de vegetação, tanto com gramíneas ou
leguminosas, utilizando capina manual ou uso de herbicidas pós-emergente proporciona um
bom desenvolvimento do sistema radicular dos citros e, além disso, diminui a mato
competição.
2.3. Compactação do solo
A compactação do solo é definida como uma alteração na estrutura do solo por forças
externas que provocam uma aproximação de suas partículas, com concomitante diminuição
do volume e dos espaços porosos maiores, chamados macroporos (STOLF, 1987). Segundo
Collares et al. (2006), a compactação provoca alteração estrutural do solo devido à
reorganização das partículas e de seus agregados, resultando em aumento da densidade e
resistência do solo à penetração e da redução da macroporosidade, impedindo o
crescimento e o desenvolvimento radicular das plantas. Raper (2005) considera que a
compactação tem sido indicada como a principal causa da degradação física dos solos pela
redução de seu espaço poroso.
A matéria orgânica tem grande importância no comportamento mecânico do solo,
principalmente quando ele é submetido à carga externa. BRAIDA al. (2006), avaliando o
10
efeito da matéria orgânica sobre o comportamento mecânico de duas classes de solo,
verificaram que o acúmulo de matéria orgânica proporcionado por diferentes sistemas de
manejo, reduziu a densidade máxima do solo e aumentou o ponto de umidade crítica para
que ocorra a compactação, dificultando esta assim. Também fora observado que a presença
de palha picada sobre o solo dissipou parte da energia de compactação.
A compactação é o problema de natureza física de maior ocorrência nos pomares
citrícolas, devido ao elevado tráfego de máquinas e implementos agrícolas (MAZZA et al.,
1994).
A compactação reduz o crescimento de plantas por seu efeito no crescimento de raízes e
consequente redução na absorção de água e de nutrientes (ISHAQ et al., 2001). A inibição
na extensão de raízes em solos compactados está relacionada com vários fatores. Em solos
secos, o aumento da resistência mecânica e o decréscimo do potencial de água no solo
podem ser mais importantes. Em contrapartida, em solos úmidos, a deficiência de oxigênio
e o acumulo de CO2, etileno e fitotoxinas são os fatores principais (CONLIN &
DRIESSCHE, 1996). Quando a concentração de O2 é muito baixa, pode ocorrer redução na
pressão de turgescência da célula ou, mesmo, maior resistência da parede celular ao
alongamento (BORGES et al., 1997).
Segundo Fidalski (2007) a manutenção da vegetação na entrelinha proporciona uma
melhora nas características físico-químicas do solo devido ao acréscimo de matéria
orgânica, o autor verificou resultados favoráveis quanto a capacidade de armazenamento de
água e aeração do solo, além do efeito “colchão” ou “espoja” citados por outros autores
como Silva (2008), que representa a deposição de material vegetal proveniente da
entrelinha, o qual aumenta a superfície de contato com o solo, dissipando assim as forças
em uma área superficial maior, diminuindo assim a compactação do solo no local.
2.4. Exigência nutricional dos citros
Entre os macronutrientes o nitrogênio é o problema central na recomendação de
fertilizantes para a citricultura, a avaliação da dinâmica desse elemento no ambiente do
pomar é bastante complexa. A análise química do solo não permite a estimativa adequada
11
da disponibilidade de nitrogênio, bem como a análise do teor foliar de N também tem sido
questionada como critério diagnóstico (REESE & KOO, 1975).
Na citricultura, a relação N/K nos tecidos foliares afetam a produção e a qualidade dos
frutos como já observaram diferentes pesquisadores (DUPLESSIS & KOEN, 1988).
Almeida & Baumgartner (2002) avaliaram o efeito de diferentes relações N/K no sólidos
solúveis (SS) de laranjeira Valência, e concluíram que
maiores doses de K, junto
com as menores doses de N, promoveram aumento de acidez. Já a maior dose de N, com
doses intermediárias de K promoveram diminuição de SS.
A programação nutricional adequada na citricultura requer a aferição da disponibilidade
de nutrientes por meio das análises de solo e foliares, e também leva em consideração a
expectativa da produtividade e a exportação de nutrientes pela colheita (QUAGGIO, 2005).
Quanto aos micronutrientes, as plantas cítricas são exigentes em boro (B), zinco
(Zn), manganês (Mn) e ferro (Fe), a deficiência desses micronutrientes é comum na
citricultura mundial. Em condições tropicais, as deficiências de B e Zn são as mais
frequentes e há escassez de conhecimento sobre doses, modos eficientes de aplicação e
critérios seguros para o diagnóstico da necessidade de adubação com esses nutrientes,
razões pelas quais os mesmos têm limitado a produtividade e a qualidade dos frutos cítricos
no Brasil. Já a deficiência de Fe restringe-se aos cultivos realizados em solos originários de
substrato calcário (QUAGGIO & PIZA JUNIOR, 2001).
O manejo da entrelinha aliado com a roçadeira ecológica pode proporcionar um aporte
de nutrientes para as plantas do pomar, isso se deve pela retirada do material vegetal da
entrelinha e direcionando para as linhas das plantas de citros (adubação verde). Com a
decomposição dos resíduos vegetais ocorre a mineralização dos nutrientes e consequente
liberação dos nutrientes para as plantas de citros. No entanto, tem se verificado que esse
manejo reduz os nutrientes nas entrelinhas dos pomares. Problema que pode ser
solucionada com a realização da adubação complementar nas plantas de cobertura da
entrelinha.
12
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Caracterização da área experimental
A área experimental está localizada no Sítio Lagoa Bonita, no município de Mogi
Mirim/SP, a 22º 25’ de latitude S e 47º 09’ de longitude W. As características químicas e
físicas do solo foram verificadas por meio de análises de amostras coletadas a 20 cm de
profundidade, na linha dos citros, após implantação do ensaio (2010), posterior à correção
do mesmo e evidenciam bons teores adequados de nutriente e alta composição de areia do
solo em estudo. Os resultados das análises estão descritos nas Tabelas 1 e 2.
Tabela 1 - Atributos químicos do solo da área experimental (Sítio Lagoa Bonita,
Mogi Mirim/SP, 2010).
M.O.
pH
P
g dm-3
CaCl2
mg dm-3
23
5,7
41
K
Ca
Mg
H+Al
SB
CTC
V%
-------------------(mmolc dm-3)-----------------------
%
1,3
82
42
11
12
54,3
66,3
Tabela 2. Atributos físicos do solo da área experimental (Sítio Lagoa Bonita, Mogi
Mirim/SP, 2012).
Areia (%)
Limo
Argila
Densidade
(%)
Porosi-
Classe
Subclasse
Limo areno
Fino areno
dade (%)
Grossa
Fina
(Silte)
(%)
Aparente
Real
63,0
15,0
16,0
6,0
1,11
2,53
56,1
Dados médios mensais da temperatura (máxima e mínima) e precipitação pluvial,
do período experimental, foram obtidos junto à Estação Meteorológica da empresa Dow
AgroSciences, que está à 5 Km da área experimental e estão demonstrados na Figura 2.
13
35
400
Precipitação (mm)
Temperatura Máxima
Temperatura Mínima
350
30
300
250
20
200
15
150
Precipitação (mm)
Temperatura (ºC)
25
10
100
5
50
0
0
mai/11
jun/11
jul/11
ago/11
set/11
out/11
nov/11
dez/11
jan/12
fev/12
mar/12
abr/12
Figura 2. Temperaturas máximas e mínimas e precipitação pluvial média durante o
período experimental (Mogi Mirim/SP).
3.2. Instalação e condução do ensaio
Inicialmente realizou-se semeadura (outubro de 2010), a lanço, de duas espécies de
braquiárias - Brachiaria decumbens e B. ruziziensis, utilizando-se 14 e 12 kg de sementes
por hectare, respectivamente. Após o estabelecimento das espécies de braquiárias, realizouse, em março de 2010, a implantação do pomar de citros - com mudas de lima ácida Tahiti
[Citrus latifolia (Yu. Tanaka) Tanaka], enxertadas em citrumelo Swingle [Citrus paradisi
Macf. × Poncirus trifoliata (L.) Raf.], em espaçamento de 7,0 x 4,0m. Destaca-se que para
o plantio dos citros, optou-se por fazê-lo em sistema de cultivo mínimo, ou seja, o preparo
do solo ocorreu apenas nas linhas de plantio com subsolador.
Para locação do ensaio, cada parcela contou com 24 plantas de lima ácida Tahiti,
distribuídas em três linhas com oito plantas cada. O delineamento experimental
estabelecido foi de parcelas sub subdivididas, conforme esquema abaixo.
14
Parcela
Tipo de cobertura
Sub parcela
Sub subparcela
Manejo da entrelinha
Roçadeira convencional
Brachiaria ruziziensis
Roçadeira ecológica
Roçadeira convencional
Brachiaria decumbens
Roçadeira ecológica
Controle de plantas daninhas
Glyphosate
Sem glyphosate
Glyphosate
Sem glyphosate
Glyphosate
Sem glyphosate
Glyphosate
Sem glyphosate
As braquiárias foram manejadas (cortadas) a partir do mês de dezembro de 2011
com uso de roçadeiras: (i) convencional: que mantém toda a massa verde roçada no local –
entrelinha e; (ii) ecológica: projeta todo o material roçado para a linha dos citros, sob a
projeção da copa das plantas de citros (Figura 3, A e B). Posteriormente, mais duas
roçagens foram realizadas, em fevereiro e abril de 2012, respectivamente. Nessas mesmas
datas aplicou-se glyphosate (5L ha-¹) nas parcelas com controle de plantas daninhas (linha).
Mesmas operações foram realizadas na safra 2012/2013.
As espécies de braquiárias foram escolhidas, por possuírem hábito de crescimento
compatível com a cultura do citros. A espécie B. ruziziensis já vem sendo utilizada por
alguns citricultores, porém de forma esporádica e individual, e a B. decumbens, em geral,
ocorre naturalmente em muitos pomares de toda a região citrícola paulista.
A
B
Figura 3. Manejo da entrelinha com roçadeiras convencional (A) e ecológica (B) após
corte das braquiárias (Fotos: Azevedo, 2012).
15
3.3.
Variáveis avaliadas
3.3.1. Fitomassa da parte aérea das braquiárias
A vegetação intercalar (entrelinha), foi amostrada nas mesmas datas das roçagens,
quando a vegetação das ntrelinhas estava no máximo desenvolvimento vegetativo.
Empregou-se a roçadeira costal (manual) (Figura 4 A), simulando o uso de roçadeira
convencional, em quatro pontos distintos na parcela utilizando-se um gabarito com 0,25 m2
- totalizando 1 m² parcela-1. Na mesma data, após a roçagem, avaliou-se a massa verde
projetada sob a linha das plantas de Tahiti, também em quatro pontos por parcela utilizando
o mesmo gabarito (Figura 4 B).
Após a avaliação da massa verde em balança eletrônica, as amostras foram
subdivididas em quatro sub-amostras e armazenadas em sacos de papel, essas foram
novamente pesadas (massa verde), e posteriormente secas em estufa com circulação de ar
forçada na temperatura de 60ºC até atingir massa constante, para obtenção das massas
secas.
A
B
Figura 4. Avaliação de fitomassa na entrelinha (A) e linha (B), após roçagem (Fotos:
Azevedo, 2012).
16
Com os valores da massa seca das amostras calculou-se a produção de massa seca
em tonelada por hectare, acumulada, produzida na entrelinha e projetadas para linha, para
fins de análise estatística. Como o espaçamento entre linhas foi de 7 metros nesse ensaio, e
as plantas de lima ácida Tahiti estão com, aproximadamente, 2 metros de diâmetro,
considerou-se faixa útil na entrelinha de 5 metros, assim, num hectare temos 7120 m2 de
entrelinha e o restante ocupado com a linha (2880 m2).
3.3.2. Levantamento fitossociológico (plantas infestantes)
O levantamento fitossociológico foi realizado em duas épocas distintas,
fevereiro/2012 (verão) e junho/2012 (inverno) e repetido na safra 2012/2013,
aproximadamente, 30 dias após a roçagem e aplicação do glifosato. Em cada parcela foi
lançado aleatoriamente um quadrado de ferro - gabarito - de 0,50 m x 0,50 m por quatro
vezes, totalizando uma área amostral de 1 m². As plantas contidas no quadro foram
identificadas, obtendo-se o número de indivíduos por espécie (densidade). As amostragens
foram feitas na linha de plantio da lima ácida Tahiti. Para o cálculo dos parâmetros
fitossociológicos foram utilizadas as fórmulas de Mueller-Dombois e Ellenberg (1974).
3.3.3. Avaliação do banco de sementes.
Para quantificar as sementes que germinam prontamente do banco de sementes,
foram coletadas amostras de solo, em cada parcela, com o auxílio de trado tipo holandês na
profundidade de 0-10 cm. Foram retiradas cinco sub-amostras em cada parcela formando
uma amostra composta.
Das amostras de solo coletadas na área experimental foi retirado volume de terra de
1 kg, e acondicionado em bandejas com 8 cm de profundidade em casa-de-vegetação. O
solo foi mantido úmido, por meio de regas periódicas, 2-3 vezes por semana, para forçar a
germinação das plantas daninhas. Após cada fluxo de emergência, as plantas foram
contadas, identificadas e retiradas, e a seguir o solo foi revolvido para estimular novos
fluxos de emergência. O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado, com quatro
repetições, onde cada bandeja representa uma repetição. Essa avaliação foi realizada em
duas épocas distintas – verão (fevereiro/2012) e inverno (julho/2012).
17
3.3.4. Análises químicas do solo e foliares
Coletaram-se amostras de solo na camada de 0-20 cm de profundidade, para a
determinação do pH (0,01 mol L-1 CaCl2), fósforo, potássio e cálcio, e micronutrientes
utilizando-se os métodos descritos por Raij et al. (2001), sendo retiradas quatro amostras
por parcela (linha e entrelinha).
Para a avaliação do estado nutricional das plantas foram coletadas amostras de
folhas em ramos frutíferos, no final do verão, para determinação da concentração total de
macro e micronutrientes de acordo com metodologia proposta por Bataglia et al. (1983),
sendo amostrado quatro plantas por parcela e quatro folhas por plantas, totalizando 16
folhas por tratamento.
Tais amostras foram realizadas no mês de abril dos anos de 2012 e 2013 e para fins
de análise estatística, utilizaram-se os valores médios dos dois anos.
3.3.5. Análises físicas do solo (compactação do solo)
Para as medidas de resistência à penetração utilizou-se o penetrômetro convencional
modelo Stolf (Figura 5), constituído por um peso para provocar o impacto, uma haste e um
cone para a penetração no solo (STOLF et al., 1983). A penetração da haste é obtida pelo
impacto de uma massa (4 kg) em queda livre de uma altura h (metros). A cada impacto são
registrados os valores do deslocamento x (metros), os quais são convertidos em pressão de
penetração ou resistência à penetração (em unidades de MPa), através da fórmula,
modificada por Stolf (1990), considerada para o cálculo de índice de cone, é descrita a
seguir:
R: resistência à penetração conhecido como Índice de Cone, MPa; M: massa total
do equipamento, Kg; m: massa do êmbolo, Kg; g: aceleração da gravidade, m/s; h: altura
da queda do êmbolo, cm; x: número de impactos; A: área de projeção da ponteira, mm2;
Os valores para as variáveis são: M = 4,019 kg; m = 3,33 kg; (M+m)g = 7,349 kgf;
h = 40 cm e A = 1,22 cm2:
Assim utilizou-se a equação simplifica:
18
Sendo N o número de impactos/10cm no solo.
Figura 5. Penetrômetro de impacto modelo Stolf (STOLF et al., 1983).
Três pontos foram amostados, sendo que o primeiro, referência (0), situado na linha
das plantas de Tahiti, a partir deste traçou-se uma linha perpendicular à linha de plantas e
foram amostrados outros dois pontos a 1,5 e 3 metros, para à direita e esquerda da linha,
fechando assim uma entrelinha. Tais pontos foram escolhidos mediante a passada dos
implementos que realizam os tratos culturais necessários para manutenção do pomar. Essas
avaliações foram realizadas em novembro de 2011 e fevereiro de 2012. No ano de 2013
amostram-se apenas na linha (0) e entrelinha (3,5 m).
Foram avaliadas duas repetições para cada parcela; das quatro leituras da mesma
parcela e dos mesmos pontos de referência obtiveram-se médias. Os dados de resistência
estática do penetrômetro de impacto foram expressos na unidade prática de resistência,
impactos/dm (N) ou seja, impactos/20cm. Por meio dos dados de N foram aplicadas as
fórmulas de transformação para a obtenção da resistência dinâmica em MegaPascal (MPa).
3.3.6. Distribuição de raízes das plantas de Tahiti
As raízes das plantas de lima ácida Tahiti foram avaliadas no mês de maio de 2012,
utilizando-se método descrito por BÖHM (1979), onde amostras coletadas em três
19
distâncias horizontais do tronco - linhas (0,30; 0,60; 0,90 m) e duas profundidades (0,20;
0,40 m), em quatro pontos por parcela.
As amostras de solo foram coletadas utilizando-se um trado de boca, com diâmetro
de 0,09 m e altura de 0,25 m. Em seguida as raízes foram lavadas e separadas do solo
utilizando peneiras com 2 mm de malha; as raízes foram secas em estufa com ventilação de
ar forçada a 65ºC por 72 horas e posteriormente pesadas. As radicelas foram identificadas
utilizando a metodologia descrita por Montenegro (1960), considerando-se como radicelas
todas as raízes com diâmetro inferior a 1,5 mm.
3.3.7. Biomassa microbiana no solo
Inicialmente quatro amostras de 25 g de solo (peso seco), de cada parcela, que
foram retiradas à 10 cm de profundidade, foram distribuídas em dois frascos de extrato
(para serem fumigados) mais dois Erlenmeyer (testemunhas, não fumigados). A fumigação
foi realizada com 25 mL de clorofórmio purificado (livre de etanol) colocado em um
béquer pequeno, contendo pérolas de vidro e evacuando a atmosfera do dessecador com o
auxilio de uma bomba de vácuo até formar borbulhas no clorofórmio. Após 24 horas, o
dessecador foi aberto para aeração e eliminação do clorofórmio. Estas amostras fumigadas
foram então, transferidas para Erlenmeyers, para a extração. Em Erlenmeyer de 250 ml de
capacidade, com as amostras de solo, adicionaram-se 100 ml de K2SO4 (0,5 M) e o sistema
submetido à agitação de 170-175 rpm por 30 minutos. Após decantação, a suspensão
resultante foi filtrada em papel filtro (Watman n° 42), obtendo-se assim o extrato de cada
amostra. Realizou-se também uma filtragem em branco, só com K2SO4, para checar se não
houve contaminação.
O carbono orgânico dos extratos foi determinado por digestão, utilizando-se 8 ml do
extrato filtrado e adicionando-se 2 ml de dicromato de potássio e uma mistura de duas
partes de H2SO4 e uma parte de H3PO4 concentrado. A mistura foi levada ao banho maria
por uma hora, resfriada a temperatura ambiente, acrescentando-se 10 ml de água
deionizada. O excesso de dicromato de potássio foi determinado por titulação com sulfato
de amônio em H2SO4, utilizando-se cinco gotas de difenilamina como indicador.
O valor do carbono da biomassa microbiana foi calculado pela equação:
C mic (ug. g -1.C no solo) = (Cf-Cnf)/Kc
20
sendo :
C mic= carbono da biomassa microbiana do solo,
Cf= carbono da amostra fumigada,
Cnf = carbono da amostra não fumigada
Kc= 0,33
Essas análises foram realizadas em janeiro de 2012, em colaboração com a Profa.
Dra Silvana Meneghin (UFSCar, campus Araras/SP).
3.3.8. Desenvolvimento vegetativo e produção da lima ácida Tahiti
Verificou-se a produção das plantas úteis de cada tratamento, quatro plantas
centrais, com auxílio de balança de campo (precisão 5g), obtendo-se a massa total dos
frutos por planta (kg planta-1).
Para se obter a eficiência de produção (kg de fruto m-³ de copa), inicialmente
mediu-se o desenvolvimento vegetativo das plantas colhidas, com auxílio de régua
graduada, obtendo-se altura, diâmetro de copa e a partir dessas medidas, calculou-se o
volume da copa (V), que foi determinado com base na fórmula:
V= 2/3 π R² H
onde;
R= raio médio da copa;
H= altura da planta.
Posteriormente, dividiu-se os valores totais de massa dos frutos de cada planta pelo
seu respectivo volume de copa, obtendo-se assim a eficiência de produção (kg de fruto.m-³
de copa), que foi transformado também em tonelada de fruta hectare-1 (multiplicando pelo
total de plantas hectare-1 = 400). Além disso, contaram-se o número total de frutos colhidos.
Essa avaliação foi realizada no mês de maio de 2012 e 2013.
3.4.
Análises dos resultados
Todos os dados foram submetidos à análise de variância e posterior teste de
comparação de médias (Tukey - 5%), utilizando-se o software ESTAT, do Departamento de
Ciências Exatas da UNESP, campus de Jaboticabal/SP.
21
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1.Fitomassa da parte aérea das braquiárias
Não houve diferenças para os valores de massa seca (MS), da parte aérea, entre as
duas braquiárias, na primeira safra, porém maior valor para B. decumbens é observado na
safra 2012/2013, na entrelinha. A utilização da roçadeira ecológica proporcionou maior
acúmulo de MS, na linha dos citros - projeção (Tabela 3 e Figura 6). Isso ocorreu em
decorrência da forma de trabalho desse equipamento agrícola, que é projetado para fazer
uso de técnicas de manejo sustentável, pois possui como característica principal, lançar os
resíduos vegetais (mato), sob as copas das plantas, proporcionando dessa forma, maior
retenção de umidade, redução do uso de herbicidas e consequentemente maior proteção do
solo.
Tabela 3. Fitomassa da parte aérea, seca (MS), das diferentes braquiárias, na entrelinha e
projeção da copa das plantas de Tahiti (linha) nos diferentes tratamentos, acumulativo de
três roçagens (Mogi Mirim/SP, 2011/2012).
MS - Entrelinha
MS Linha
Tratamentos
2011/2012
2012/2013
2011/2012
2012/2013
-1
--------------------------------- t ha --------------------------------------NS
NS
NS
NS
Vegetação (A)
B. ruziziensis
8,5 a
6,1 b
2,6 a
1,8 a
B. decumbens
10,9 a
10,0 a
3,4 a
2,2 a
NS
NS
**
**
Roçadeira (B)
Roçadeira ecológica
9,2 a
6,4 b
5,1 a
3,6 a
10,0 a
10,3 a
0,9 b
0,4 b
Roçadeira convencional
NS
NS
NS
NS
(A)x(B)
NS
NS
NS
NS
Manejo do mato (C)
Sem herbicida
9,3 a
8,8 a
3,5 a
2,3 a
Com herbicida
9,7 a
7,2 a
2,5 a
1,7 a
NS
NS
NS
NS
(A)x(C)
NS
NS
NS
NS
(B)x(C)
NS
NS
NS
NS
(A)x(B)x(C)
1
médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5%); NS – não
significativo (teste F); *diferença significativa (F 5%); ** diferenças significativas (F 1
e 5%).
22
A
B
4.
5.
6.
7.
Figura 6. Plantas dos tratamentos: Brachiaria ruziziensis, convencional com
herbicida (A) e com roçadeira ecológica + herbicida (B) – Mogi Mirim/SP, maio de 2012
(Fotos: Azevedo, 2012).
ROSSÊTTO (2009) trabalhando com diferentes adubos verdes de inverno e
roçadeiras obteve resultados, com o uso da ecológica, semelhantes ao desse trabalho,
computando o dobro da massa verde (na linha), em comparação ao uso da roçadeira
convencional na entrelinha dos citros, evidenciando a eficiência da roçadeira ecológica em
projetar os resíduos vegetais sob a copa das plantas.
Trabalho realizado por Bauer et al. (2011) mostra produção de massa seca da parte
aérea, das braquiárias, semelhante aos obtidos no presente estudo; os autores descrevem,
ainda, que mesmo pertencendo ao mesmo gênero, essas forrageiras apresentaram
características estruturais diferentes, provavelmente em função das respostas adaptativas às
23
condições de ambiente e de manejo também diferenciadas. A braquiária-peluda (Brachiaria
ruziziensis) é uma boa opção para o plantio intercalar. De acordo com Sanches (1998) essa
espécie é não concorre com as plantas de citros, quando comparada a B. decumbens.
Segundo o mesmo autor, no período da seca, a B. ruziziensis não concorre por água, pois
desidrata e seca antes dos citros sofrerem qualquer estresse hídrico.
Valores próximos de MS foram observados por Forli 2003, Arruda et al. 1987 e
Carvalho 2005, com Brachiaria decumbens implantada em pomar de laranjeira doce após
dois cortes variando entre 2,4 a 8,0 t ha-1. Dessa forma, pode-se considerar alta a produção
de MS da parte aérea das braquiárias nesse ensaio, pois variou entre 8,5 e 10,9 t ha-1, após
três cortes.
4.2.Plantas daninhas
Os levantamentos apontaram 27 e 33 espécies de plantas infestantes distintas, nos
levantamentos de verão e inverno, respectivamente. As famílias Asteraceae, Poaceae e
Amaranthaceae foram as mais abundantes, havendo predominância de dicotiledôneas em
toda a área.
A densidade de plantas daninhas (comunidade total) foi menor, no tratamento com
roçadeira ecológica, comparada aos valores obtidos no tratamento - roçadeira convencional,
na linha do plantio (Tabela 4 e Figura 7), devido à grande projeção de fitomassa,
suprimindo-as (controle físico). Mesma tendência foi observada na densidade das principais
espécies de infestantes da área. O tratamento com glifosato também suprimiu as plantas
daninhas, nas duas safras.
A cobertura do solo, segundo Silva et al (2007), provoca menor amplitude nas
variações e no grau de umidade e da temperatura da superfície do solo, estimulando a
germinação das sementes das plantas infestantes da camada superficial do solo num
primeiro momento, mas que são posteriormente mortas devido à impossibilidade de
emergência.
24
Tabela 4. Densidade média de plantas infestantes (plantas m-2) na linha de plantio da lima
ácida Tahiti, nos diferentes tratamentos (Mogi Mirim/SP, safras 2011/2012)
Causa de Variação
Espécie de braquiária (A)
B. ruziziensis
B. decumbens
Tipo de roçadeira (B)
Ecológica
Convencional
(A)x(B)
Utilização de herbicida (C)
Sem herbicida
Com herbicida
(A)x(C)
(B)x(C)
(A)x(B)x(C)
Densidade (Plantas infestantes m-2)
Comunidade Total L. virginicum
B. pilosa
Verão
Inverno
Verão
Verão Inverno
NS
NS
NS
NS
**
1
47,17 a
26,00 a
4,50 a
6,33 a
3,75 a
50,75 a
16,56 b
1,87 a
8,33 a
2,81 a
NS
NS
**
**
*
25,42 b
10,12 b
0,57 b
5.91 a
2,12 a
72,50 a
32,44 a
5,81 a
8,75 a
4,43 a
NS
NS
NS
NS
NS
NS
39,42 a
58,50 a
24,12 a
18,44 a
NS
D. horizontalis
Inverno
NS
4,50 a
1,87 a
*
0,56 b
5,81 a
NS
NS
NS
NS
3,00 a
3,37 a
**
13,33 a
1,33 b
NS
3,81 a
2,75 a
3,00 a
3,37 a
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
1
médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5%); NS – não significativo (teste
F); * diferença significativa (teste F – 5%); ** diferenças sinificativas (teste F – 1 e 5%).
Verifica-se também, que no levantamento fitossociológico efetuado no período de
inverno (2012) e verão (2013), há redução na densidade de plantas infestantes nas parcelas
com uso de B. decumbens, possivelmente em decorrência da manutenção de maior
quantidade de massa seca, na linha (projetada) dessa espécie, durante as roçagens (vide
Tabela 3).
Na avaliação realizada no mês de fevereiro de 2013 houve interação, para
densidade de plantas daninhas, entre os tratamentos roçadeira e o uso do herbicida (dados
não demonstrados). Destaca-se o tratamento roçadeira ecológica sem glifosato que
proporcionou melhor controle de daninhas, quando comparado ao tratamento convencional
também sem glifosato. Os tratamentos com glifosato, independente da roçadeira,
apresentaram bom controle.
25
Figura 7. Densidade de plantas daninhas nos diferentes tratamentos (Mogi Mirim/SP,
2013)
26
No levantamento efetuado no verão (2012), o Lepidium virginicum L. (mentruz) foi
a espécie de infestante com o maior Índice de Valor de Importância (IVI), apresentando
62,43%, seguida da Bidens pilosa (picão-preto), apresentando IVI = 31,97% (dados não
apresentados). O mentruz obteve frequência relativa de 3,88%, evidenciando que este não
teve ocorrência tão significativa em todas as parcelas, porém, obteve altos valores de
densidade relativa (26,72%) - evidenciando uma grande população - e de abundância
relativa (31,82%), este, entre os parâmetros fitossociológicos, é o que mais se destaca, dado
que indica a concentração da espécie na área, e que é de grande importância para indicar
ações pontuais em seu controle (Machado et al, 2011). Comparando-se com a B. pilosa
neste mesmo levantamento, verifica-se que a frequência relativa desta (6,80%) foi maior
que da L. virginicum, porém sua densidade e abudância relativas foram muito menores
(14,98 e 10,19%), evidenciando seu menor IVI.
No levantamento de inverno (2012), a planta infestante Digitaria horizontalis
(capim-colchão), teve maior importância na área, com IVI = 32,92%, seguida da Bidens
pilosa (picão-preto) apresentando 31,96%. A D. horizontalis mesmo não apresentando
frequência relativa alta (4,80%) - dado que indica a distribuição das espécies nas parcelas apresentou densidade relativa de 14,98%, indicando uma quantidade de espécies menor do
que a B. pilosa, segunda planta mais importante deste levantamento, que obteve 15,42% de
densidade relativa, porém, quanto à abundância relativa, dado que informa a concentração
das espécies na área, a D. horizontalis obteve um valor de 13,14%, sendo o mais alto deste
levantamento.
Na tabela 5, observam-se os resultados do banco de sementes, através do cálculo de
sementes viáveis m-², proposto por Monquero & Silva (2007). De acordo com os dados
obtidos, não houve diferenças significativas para os valores de sementes viáveis m-² entre
as braquiárias, diferentes manejos entre roçadeiras nem para o manejo do mato com
herbicida.
27
Tabela 5. Número de sementes viáveis de plantas infestantes, em duas épocas distintas, no
solo da linha de plantio da lima ácida Tahiti, nos diferentes tratamentos (Mogi Mirim/SP,
fevereiro e julho de 2012)
Causa de Variação
Espécie de braquiária (A)
B. ruziziensis
B. decumbens
Tipo de roçadeira (B)
Ecológica
Convencional
(A)x(B)
Utilização de herbicida (C)
Sem herbicida
Com herbicida
(A)x(C)
(B)x(C)
(A)x(B)x(C)
Sementes viáveis m-² (10 cm profundidade)
Primavera-Verão
Outono-Inverno
NS
NS
622 a
706 a
485 a
526 a
NS
NS
698 a
630 a
393 a
618 a
NS
NS
NS
NS
718 a
610 a
590 a
421 a
NS
NS
NS
NS
NS
NS
¹médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5%); NS – não significativo (teste F); * diferença
significativa (teste F – 5%); ** diferenças sinificativas (teste F – 1 e 5%).
4.3.Análises químicas do solo e foliares
Alto teor de nitrogênio foram obtidos nas folhas de lima ácida Tahiti, das parcelas
com roçadeira ecológica (Tabela 6). Considerando a elevada quantidade de MS da parte
aérea das braquiárias, projetada na linha do Tahti, nessas parcelas, entende-se o resultado
obtido nas folhas do Tahiti. MOLINARI (2012) relatam teores de 2,5 g de N kg-1 de massa
seca da parte aérea das B. decumbens e B. ruziziensis.
O teor foliar de nitrogênio adequado para um pomar de citros varia de 23,0 a 27,0 g
kg-1 (QUAGGIO et al., 2005). Os maiores valores obtidos nesse ensaio, foram próximos ao
ideais para a cultura, evidenciando, assim boa resposta das plantas de lima ácida Tahiti ao
manejo realizado.
28
Tabela 6. Teores médios de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) presentes nas
folhas das plantas de lima ácida Tahiti, solo da linha e entrelinha do ensaio (Mogi
Mirim/SP, 2012/2013)
Tratamentos
Vegetação (A)
B. ruziziensis
B. decumbens
Roçadeira (B)
Ecológica
Convencional
(A)x(B)
Manejo do mato (C)
Sem herbicida
Com herbicida
(A)x(C)
(B)x(C)
(A)x(B)x(C)
1
N
P
K
Foliar Linha Entrel. Foliar
Linha
Entrel.
g kg-1 mg dm3 mg dm3 g kg-1 mmolcdm3 mmolcdm3
NS
NS
NS
NS
NS
*
20,1 a1 16,5 a 13,3 b 2,3 a
2,0 a
1,2 a
20,1 a 16,9 a 17,8 a 1,9 a
2,4 a
1,1 a
**
NS
*
NS
**
**
22,3 a 18,1 a 13,8 b 2,2 a
2,6 a
0,5 b
17,9 b 15,4 a 19,3 a 2,1 a
1,7 b
1,7 a
Foliar
g kg-1
NS
14,0 a
14,9 a
NS
14,4 a
14,3 a
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
-
NS
NS
-
NS
20,8 a
18,0 a
16,1 a
17,2 a
-
2,2 a
2,1 a
2,3 a
2,1 a
-
14,8 a
14,0 a
NS
NS
-
NS
NS
-
NS
NS
NS
-
NS
NS
-
NS
NS
NS
-
NS
NS
-
NS
médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5%);
F); *diferença significativa ( F 5%); ** diferenças significativas (F 1 e 5%).
NS
– não significativo (teste
Os teores de fósforo, na entrelinha, foram inferiores nas parcelas com Brachiaria
ruziziensis. Molinari (2012) verificou valores significativamente superiores de fósforo nos
resíduos vegetais da parte aérea da Brachiaria ruziziensis em comparação B. decumbens, o
que explica o resultado obtido nesse trabalho. Houve um empobrecimento da entrelinha,
com Brachiaria ruziziensis, uma vez que essa cobertura extrai grande quantidade desse
nutriente e foi transportada para a linha dos citros (roçadeira ecológica).
Apesar do maior acúmulo de P pela Brachiaria ruziensis os valores na linha não se
elevaram significativamente, nem mesmo os teores foliares das plantas do Tahiti, que
variou entre 1,9 a 2,3 g kg-1, estando acima dos valores considerados adequados para citros
(1,2-1,6 g kg-1), segundo QUAGGIO et al. (2005). Isso pode ter ocorrido em decorrência
dos elevados teores de P (41 mg dm-3) e boa correção de solo antes do plantio (Tabela 1).
Já os teores de potássio no solo da entrelinha, foram maiores nos tratamentos com
roçadeira convencional, evidenciando o efeito ‘extrativo’ da roçadeira ecológica que
projeta toda fitomassa produzida na entrelinha para linha dos citros. O inverso se observa
29
na linha das plantas de lima ácida Tahiti, onde altos teores de potássio são observados no
tratamento com a roçadeira ecológica.
No entanto, as análises foliares não revelaram diferenças nos teores de K foliares do
limão Tahiti. Isso pode ter ocorrido em decorrência da boa correção de solo antes do plantio
(Tabela 1), como observado para o nitrogênio. Outro ponto a ser considerado é a lixiviação
– que é um dos principais mecanismos de transferência de potássio para o solo, uma vez
que ele não é componente estrutural de compostos das plantas e a mineralização não é um
pré-requisito para sua liberação, corroborando com os resultados obtidos na linha desse
ensaio (COSTA et al., 2005).
MOLINARI (2010) relata ser rápida a liberação de K, onde o tempo de meia-vida
foi de 12 e 13 dias, para as Brachiarias ruziziensis e B. decumbens, respectivamente.
Estudos mostram a rápida velocidade de liberação de K, independente da espécie envolvida
e época de corte, e destacam que tal fato está associado, provavelmente, à natureza do
nutriente, que ocorre na forma iônica nas plantas, não participando de nenhuma estrutura
orgânica (ANDRADE, 1997).
Os resultados de matéria orgânica, não evidenciaram diferenças entre os tratamentos.
Observou-se diminuição da Saturação por bases e do V%, na entrelinha, das parcelas
manejadas com roçadeira ecológica e não se observaram diferenças nas avaliações dos
outros nutrientes – micro e macronutrientes (vide tabelas em anexo).
4.4.Compactação do solo
Analisando-se os resultados da compactação do solo (Tabela 7), observa-se maior
dificuldade de penetração no solo, na primeira avaliação (2011), nas parcelas com
Brachiaria decumbens (ponto 0, camada 0-20 cm e 3,0 m camada 20-40 cm). Trabalho
realizado por Molinari (2012) descreve maior desenvolvimento radicular da Brachiaria
decumbens em detrimento à B. ruziziensis, podendo, essa característica, acarretar em uma
maior dificuldade à penetração.
30
Tabela 7 – Compactação do perfil do solo, a 0-20 cm de profundidade, em três
diferentes posições (Mogi Mirim/SP, novembro/2011 e fevereiro/2012).
Compactação do solo
Novembro/2011
Fevereiro/2012
0m
1,5 m
3,0 m
0m
1,5 m
3,0 m
------------------------------mPa-------------------------------------------**
NS
*
NS
NS
NS
Vegetação (A)
B. ruziziensis
6,59 b1
8,67 a
8,40 b
4,45 a
8,74 a
8,87 a
B. decumbens
7,67 a
9,68 a
9,93 a
4,16 a
6,80 a
8,33 a
NS
NS
NS
NS
**
NS
Roçadeira (B)
Roçadeira ecológica
7,32 a
9,15 a
9,37 a
3,98 a
8,59 a
9,45 a
Roçadeira convencional
6,95 a
9,19 a
8,95 a
4,64 a
6,95 a
7,75 a
NS
NS
NS
NS
**
NS
(A)x(B)
NS
NS
NS
NS
NS
NS
Manejo do mato (C)
Sem herbicida
7,06 a
9,36 a
9,48 a
4,47 a
8,02 a
8,95 a
Com herbicida
7,20 a
8,99 a
8,84 a
4,15 a
7,52 a
8,24 a
NS
NS
NS
NS
NS
NS
(A)x(C)
NS
NS
NS
NS
NS
NS
(B)x(C)
NS
NS
NS
NS
NS
NS
(A)x(B)x(C)
Tratamentos
1
médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5%); NS – não significativo (teste
F); *diferença significativa (F 5%); ** diferenças significativas (F 1 e 5%).
Na literatura há relatos que a matéria orgânica tem grande importância no
comportamento mecânico do solo, principalmente quando ele é submetido à carga externa.
BRAIDA et al. (2006), avaliando o efeito da matéria orgânica sobre o comportamento
mecânico de duas classes de solo, verificaram que o acúmulo de matéria orgânica
proporcionado por diferentes sistemas de manejo reduziu a densidade máxima e aumentou
a umidade crítica para compactação do solo, significando que ele se tornou mais difícil de
ser compactado.
Na avaliação de 2013, maior dificuldade de penetração do solo, da linha, foi
observada no tratamento com roçadeira convencional (Figura 8). O inverso se obteve na
entrelinha, em detrimento ao efeito inverso que roçadeira ecológica proporciona à
entrelinha, retirando toda a massa vegetal, que é então, projetada para linha. No caso da
roçadeira convencional a massa roçada é mantida na entrelinha.
31
Linha
Entrelinha
Figura 8. Compactação do solo da linha (ponto 0) e entrelinha, a 1,5 m do tronco das
plantas de Tahiti (Mogi Mirim, março de 2013).
A resistência a penetração no solo sofre dependência de fatores intrínsecos
(textura, estrutura, mineralogia), sendo altamente dependente da umidade do solo (GOMES
& PEÑA, 1996).
De acordo com CHANCELLOR (1977), o volume total de um solo é formado
pelo volume de partículas minerais e por poros entre as partículas. Esse solo é considerado
compactado quando a proporção de macroporos em relação à porosidade total é inadequada
para o eficiente desenvolvimento da planta. Segundo alguns autores, o solo ideal é aquele
que tem a porosidade total de 50%, sendo um terço, cerca de 17%, de macroporos ocupados
pelo ar do solo, e dois terços, cerca de 33%, de microporos responsáveis pela retenção de
água (KIEHL, 1979).
Visto que em solos de textura argilosa a porosidade é muito maior que as de um
solo arenoso, podemos dizer que sua compactação é mais difícil do que de um solo
argiloso. ROSOLEM et al. (1999), em estudo de resitência à penetração (RP) em solo
32
arenoso, observaram em menores proporções o aumento da RP do que em texturas mais
argilosas.
4.5.Avaliação de raízes
Maior massa de raízes foi observada nas parcelas com Brachiaria decumbens e
roçadeira ecológica, na avaliação realizada a 30 cm de distância do tronco (linha) e na
camada de 0-20 cm de solo (Tabela 8 e Figura 9). Esse fato pode ser explicado pela maior
deposição da palhada na superfície, próxima ao tronco das plantas de Tahiti, no tratamento
com ecológica; mantendo, nesse sistema a umidade do solo e a ciclagem de nutrientes.
Molinari (2012) relata esses benefícios da utilização da roçadeira ecológica e descreve
haver maior produção de matéria seca da parte aérea e das raízes pela Brachiaria
decumbens em relação à B. ruziziensis. Outro ponto analisado foi o tempo de decomposição
da palhada desses materiais – concluindo que a B. decumbens possui um tempo de ½ vida
(necessário para decompor metade da matéria seca) superior à ruziziensis.
Tabela 8 – Quantidade de raízes presentes na linha e entrelinhas das plantas de
lima ácida Tahiti, distando de 30, 60 e 90 cm em direção a própria linha e em duas
profundidades (0 – 20 cm e 20 – 40 cm) (Mogi Mirim/SP, Fevereiro de 2012)
0 – 20 cm (linha)
0 – 20 cm (entrelinha)
30 cm
60 cm
90 cm
30 cm 60 cm 90 cm
Tratamentos
----------------------------------g m-2--------------------------------NS
NS
NS
NS
NS
NS
Vegetação (A)
B. ruziziensis
0,14 b1
0,23 a
0,15 a
0,17 a 0,03 a 0,01 a
B. decumbens
0,25 a
0,15 a
0,25 a
0,16 a 0,06 a 0,04 a
*
NS
NS
NS
NS
NS
Roçadeira (B)
Roçadeira ecológica
0,24 a
0,19 a
0,18 a
0,20 a 0,02 a 0,04 a
Roçadeira convencional
0,15 b
0,20 a
0,22 a
0,13 a 0,07 a 0,01 a
NS
NS
NS
NS
NS
NS
(A)x(B)
NS
NS
NS
NS
NS
NS
Manejo do mato (C)
Sem herbicida
0,19 a
0,19 a
0,19 a
0,24 a 0,04 a 0,04 a
Com herbicida
0,19 b
0,19 a
0,21 a
0,09 a 0,05 a 0,02 a
NS
NS
NS
NS
NS
NS
(A)x(C)
NS
NS
NS
NS
NS
NS
(B)x(C)
NS
NS
NS
NS
NS
NS
(A)x(B)x(C)
1
médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5%); NS – não
significativo (teste F); *diferença significativa (F 5%); ** diferenças significativas (F 1
e 5%).
33
A
B
Figura 9. Radicelas provenientes dos tratamentos BDEH - Brachiaria decumbens,
roçadeira ecológica e herbicida (A) e BRCH - Brachiaria ruziziensis, roçadeira
convencional e herbicida (B), a 0-20 cm de profundidade e 30 cm do tronco das plantas de
Tahiti (Fotos: Azevedo, 2012).
4.6. Biomassa microbiana
O carbono na biomassa microbiana do solo (BMS) foi influenciado apenas pelas
diferentes roçadeiras (Figura 10). Maiores valores da BMS – C foram obtidos no
tratamentos com roçadeira ecológica.
34
700
a
BMS - C (mg C kg-1 solo)
600
500
b
400
300
200
100
Ecológica
Convencional
Figura 10. Biomassa microbiana do solo expressa em carbono.
Alguns importantes fatores contribuem para o aumento do carbono da BMS, sendo
ele, porém, mais determinado pelos resíduos disponíveis no solo e em sua superfície.
Valores próximos aos observados no presente trabalho foram relatados por D'Andréa et al.
(2002), que encontraram 666,2 mg C kg-1 solo seco em pastagens de braquiária, valores
estes superiores aos relatados por Alvarenga et al. (1999), em pastagem natural (207,1 mg
C kg-1 solo) com excessiva pressão do pastejo, solo exposto, favorecendo a erosão da
camada superficial onde se concentra a maior atividade biológica. Características estas,
bem diferentes das mantidas na linha do Tahiti, onde grande quantidade de massa de
braquiária seca foi depositada, no tratamento com roçadeira ecológica.
Elevados valores de BMS segundo Gama-Rodrigues (1999), conferem função de
reserva à biomassa microbiana, por acumularem grandes quantidades de nutrientes. E
implicam em maior imobilização temporária de nutrientes e consequentemente, menor
propensão a perdas de nutrientes no sistema solo-planta (Mercante et al., 2004). Desta
forma, a biomassa microbiana representa o atributo biológico mais sensível à ação
antrópica (Carter, 1986).
35
4.7. Desenvolvimento Vegetativo e Produção da lima ácida Tahiti
As plantas de lima ácida Tahiti apresentaram maior volume de copa nas parcelas
com roçadeira ecológica e glifosato, por outro lado, não se observaram diferenças quanto às
diferentes braquiárias (Tabela 9).
Tabela 9. Volume de copa (VC) e produção das planta das plantas de lima ácida
Tahiti nos diferentes tratamentos (Mogi Mirim/SP, maio de 2012)
Tratamentos
Vegetação intercalar (A)
B. ruziziensis
B. decumbens
Roçadeira (B)
Roçadeira ecológica
Roçadeira convencional
(A)x(B)
Manejo do mato (C)
Sem herbicida
Com herbicida
(A)x(C)
(B)x(C)
(A)x(B)x(C)
Volume de
copa (m³)
Produção
(kg planta-1)
Produção
(t ha-1)
2012
2013
2012
2013
2012
NS
NS
NS
NS
NS
3,9 a1
3,7 a
5,4 a
4,7 a
11,14 a
12,95 a
20,8 a
18,4 a
4,5 a
5,3 a
7,5 a
6,6 a
*
*
**
**
**
4,1 a
3,5 b
5,7 a
4,3 b
16,57 a
7,52 b
25.8 a
13.9 b
6,8 a
3,1 b
9,3 a
4,8 b
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
*
**
**
**
**
3,6 a
3,9 a
4,6 b
5,5 a
9,17 b
14,92 a
14,9 b
24,3 a
3,7 b
6,1 a
5,4 b
8,7 a
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
1
médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5%);
F); *diferença significativa (F 5%); ** diferenças significativas (F 1 e 5%).
NS
2013
– não significativo (teste
Na literatura há relatos de possível efeito alelopático da Braquiária decumbens aos
citros. Um exemplo é o trabalho conduzido por Souza et al. (1997), que constataram uma
redução na altura das mudas enxertadas com limão siciliano (Citrus limon), plantadas em
antigas pastagens de B. decumbens, fato este não observado quando as mudas, foram
plantadas em antigas pastagens de setária (Setaria geniculata). Souza et al. (2006)
descrevem reduzam no tamanho em outras espécies, como milho, arroz, trigo, soja, feijão e
algodão quando cultivadas em solos onde se incorporou matéria seca de B. decumbens.
STROBEL (2001), por sua vez, relata a existência de aleloquímicos como o ácido pcumárico, produzido pelo capim Brachiaria humidicola e o ácido aconítico. No entanto,
nesse trabalho não se evidenciou efeitos maléficos da Brachiaria decumbens sobre as
plantas de lima ácida Tahiti, até a presente data.
36
O uso da roçadeira ecológica proporcionou, ainda, maior produção às plantas de
lima ácida Tahiti (Tabela 9). Essa roçadeira tem por característica cortar a vegetação
intercalar e projetar toda massa vegetal na projeção da copa das plantas de citros,
acarretando maior quantidade de resíduo vegetal e beneficiando a cultura principal, devido
a uma séria de fatores descritos no decorrer desse trabalho, além da manutenção da
umidade do solo e liberação de nutrientes, como fora observado pelo trabalho realizado por
Molinari (2012).
Estudos científicos e relatos práticos demonstram que o uso de adubos verde ou
plantas de cobertura, desempenham ações em diferentes aspectos da fertilidade do solo, tais
como: proteção do solo contra os impactos das chuvas e também da incidência direta dos
raios solares; rompimento de camadas adensadas e compactadas ao longo do tempo;
aumento do teor de matéria orgânica do solo; incremento da capacidade de infiltração de
água; inibição da germinação e do crescimento de plantas invasoras seja por efeitos
alelopáticos ou pela inibição da competição por luz (Von Osterroht, 2002). Segundo Broch
(2000), além da produção de biomassa da parte aérea, espécies do gênero Brachiaria
possuem sistema radicular bastante volumoso, causando melhoras na estrutura do solo.
O manejo com roçadeira ecológica apresentou os melhores resultados em relação à
produção da lima ácida Tahiti (Tabelas 7 e 8 e Figuras 12 e 13); resultados estes, que
podem ser explicados pela ausência do efeito alelopático, até o momento, das braquiárias
utilizadas, e pelo efeito benéfico que o manejo com roçadeira ecológica proporciona. Como
a manutenção da umidade do solo e a mobilização de nutrientes das camadas mais
profundas do solo (Von Osterroht, 2002), favorecendo um maior desenvolvimento da
planta e uma maior produção.
37
A
8.
B
9.
10.
11.
12.
C
D
Figura 12. Plantas de Tahiti dos diferentes tratamentos, evidenciando, vigor e produção –
A = Brachiaria ruziziensis + roçadeira ecológica; B = B. ruziziensis + roçadeira ecológica +
herbicida; C = B. ruziziensis + roçadeira convencional; D = B. ruziziensis + roçadeira
convencional + herbicida. (Fotos: Azevedo, 2012).
38
A
C
B
D
Figura 13. Plantas de Tahiti dos diferentes tratamentos, evidenciando, vigor e produção –
A = Brachiaria ruziziensis + roçadeira ecológica + glifosato; B = B. decumbes + roçadeira
ecológica + glifosato; C = B. ruziziensis + roçadeira convencional + glifosato; D = B.
decumbens + roçadeira convencional + herbicida. (Fotos: Azevedo, 2013).
39
5. CONCLUSÕES
Não há prejuízos ao desenvolvimento vegetativo e produtivo da lima ácida Tahiti,
com uso de glifosato, na linha, e Brachiaria decumbens, na entrelinha;
O uso da roçadeira ecológica proporciona maior deposição de massa seca
(braquiárias) nas linhas de plantio dos citros acarretando:
- redução do número de plantas daninhas (barreira física) e compactação do solo;
- aumento da disponibilidade de nutrientes e atividade microbiana;
Em resumo, o manejo com roçadeira ecológica, acarreta melhorias em todos os
atributos avaliados, principalmente desenvolvimento vegetativo e, consequentemente,
produtivo da lima ácida Tahiti.
6. AGRADECIMENTOS
À Fundação Agricultura Sustentável (AGRISUS) pelo apoio financeiro ao projeto e
concessão de bolsa de Iniciação Científica ao graduando em Engenharia Agronômica da
Universidade Federal de São Carlos, Ricardo Pastana Molinari.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Cordeirópolis/SP, 24 de junho de 2013
Fernando Alves de Azevedo
PqC Centro APTA Citros Sylvio Moriera/IAC
46
ANEXOS
47
Tabela 10. Teores médios de cálcio, magnésio e enxofre nas folhas das plantas de lima
ácida Tahiti, solo da linha e entrelinha do ensaio (Mogi Mirim/SP, 2012/2013)
Cálcio
Linha Entrel. Foliar
g kg-1
Magnésio
Linha Entrel. Foliar
g kg-1
mg dm3
g kg-1
Tratamentos
mmolcdm3
Vegetação (A)
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
17,4 a1
16,8 a
17,4 a
16,3 a
34,1 a
33,2 a
7,1 a
7,7a
5,5 a
5,7 a
3,3 a
3,5 a
5,4 a
5,1a
5,7 a
5,5 a
1,9 a
1,8 a
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
15,5 a
18,7 a
16,0 a
17,9 a
33,4 a
33,8 a
8,1 a
7,0 a
5,0 b
6,2 a
3,6 a
3,2 a
5,1 a
5,9 a
5,0 a
6,1 a
1,9 a
1,7 a
(A)x(B)
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
Manejo do mato (C)
NS
-
NS
NS
-
NS
NS
-
NS
18,4 a
15,8 a
-
33,4 a
33,8 a
7,5 a
7,4 a
-
3,4 a
3,4 a
5,0 a
6,3 a
-
1,9 a
1,8 a
(A)x(C)
NS
-
NS
NS
-
NS
NS
-
NS
(B)x(C)
NS
-
NS
NS
-
NS
NS
-
NS
(A)x(B)x(C)
NS
-
NS
NS
-
NS
NS
-
NS
B. ruziziensis
B. decumbens
Roçadeira (B)
Ecológica
Convencional
Sem herbicida
Com herbicida
1
mmolcdm3
Enxofre
Linha Entrel. Foliar
médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5%);
F); *diferença significativa (F 5%); ** diferenças significativas (F 1 e 5%).
NS
– não significativo (teste
Tabela 10. Teores médios de boro, manganês, cobre, zinco e ferro nas folhas das plantas de lima ácida Tahiti, solo da linha e
entrelinha do ensaio (Mogi Mirim/SP, 2012/2013)
Boro
Manganês
Linha Entrel. Foliar
Tratamentos
mg dm
3
mg kg
-1
Cobre
Linha Entrel. Foliar
mg dm-
3
mg kg
Zinco
Linha Entrel. Foliar
-1
mg dm
3
-1
mg kg
Ferro
Linha Entrel. Foliar
mg dm
3
mg kg
-1
Linha Entrel. Foliar
mg dm3
mg kg-1
NS
NS
NS
NS
NS
NS
**
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
B. ruziziensis
0,41 a1
0,53 a
48,4 a
4,6 a
3,4 a
23,3 a
3,2 b
5,2 a
15,5 a
5,4 a
1,4 a
16,2 a
16,1 a
16,7 a
236,6 a
B. decumbens
Roçadeira (B)
Ecológica
Convencional
0,51 a
0,52 a
47,5 a
4,0 a
3,2 a
21,1 a
5,7 a
4,0 a
12,7 a
5,8 a
1,3 a
16,7 a
15,5 a
15,1 a
205,4 a
0,47 a
0,45 a
0,51 a
0,54 a
45,1 a
50,8 a
4,8 a
3,8 a
3,3 a
3,2 a
25,0 a
19,3 a
4,6 a
4,3 a
5,0 a
4,1 a
14,9 a
13,4 a
5,7 a
5,4 a
1,4 a
1,3 a
16,7 a
16,1 a
16,7 a
14,9 a
16,6 a
15,3 a
250,1 a
210,2 a
(A)x(B)
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
Manejo do mato (C)
Sem herbicida
Com herbicida
NS
-
NS
NS
-
NS
NS
-
NS
NS
-
NS
NS
-
NS
0,49 a
0,43 a
-
48,5 a
47,4 a
4,0 a
4,7 a
-
22,5 a
22,0 a
4,4 a
4,6 a
-
14,7 a
13,5 a
5,5 a
5,7 a
-
16,5 a
16,4 a
15,2 a
16,4 a
-
234,1 a
226,1 a
(A)x(C)
(B)x(C)
NS
-
NS
NS
-
NS
NS
-
NS
NS
-
NS
NS
-
NS
NS
-
NS
NS
-
NS
NS
-
NS
NS
-
NS
NS
-
NS
(A)x(B)x(C)
NS
-
NS
NS
-
NS
NS
-
NS
NS
-
NS
NS
-
NS
Vegetação (A)
1
médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5%);
NS
– não significativo (teste F); *diferença significativa (F 5%); ** diferenças significativas (F 1 e 5%).
49
Tabela 11. Teores médios de matéria orgânica, pH, H+Al, soma de bases (SB) CTC e saturação por bases (V%) do solo da linha e
entrelinha do ensaio (Mogi Mirim/SP, 2012/2013)
Tratamentos
Matéria orgânica
Linha Entrel.
pH
Linha Entrel.
%
SB
Linha Entrel.
CTC
Linha Entrel.
mmolcdm3
mmolcdm3
mmolcdm3
V%
Linha Entrel.
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
1,6 a
1,7 a
1,5 a
1,4 a
5,5 a
5,3 a
5,4 a
5,5 a
21,8 a
23,1 a
20,1 a
17,9 a
25,9 a
26,2 a
23,9 a
23,4 a
48,3 a
49,3 a
43,9 a
41,4 a
54,8 a
53,1 a
54,0 a
56,4 a
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
**
1,6 a
1,7 a
1,4 a
1,5 a
5,3 a
5,5 a
5,2 a
5,7 a
22,5 a
22,1 a
21,0 a
17,0 a
26,1 a
26,7 a
21,6 a
25,7 a
48,9 a
48,7 a
42,6 a
43,3 a
53,4 a
53,9 a
50,5 b
60,0 a
(A)x(B)
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
NS
Manejo do mato (C)
Sem herbicida
Com herbicida
NS
-
NS
-
NS
-
NS
-
NS
-
NS
-
1,7 a
1,6 a
-
5,5 a
5,2 a
-
21,2 a
23,7 a
-
27,2 a
25,6 a
-
48,6 a
48,9 a
-
55,7 a
52,1 a
-
(A)x(C)
NS
-
NS
-
NS
-
NS
-
NS
-
NS
-
(B)x(C)
NS
-
NS
-
NS
-
NS
-
NS
-
NS
-
(A)x(B)x(C)
NS
-
NS
-
NS
-
NS
-
NS
-
NS
-
Vegetação (A)
B. ruziziensis
B. decumbens
Roçadeira (B)
Ecológica
Convencional
1
NS
H+Al
Linha Entrel.
1
médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si (Tukey 5%);
significativas (F 1 e 5%).
NS
– não significativo (teste F); *diferença significativa (F 5%); ** diferenças
Relatório Financeiro
Crédito no período = R$ 21.543,00
Itens de Dispêndio
Quantidade
Material de Permanente
Balança a bateria (15Kg)
Roçadeira lateral a gasolina (manual)
Análises química (macro e micro)
Solo
Folha
Material de Consumo
Sacos pláticos (amostragem), fita
zebrada, combustível, refeições etc
Bolsa de Iniciação Científica
Bolsista UFSCar + férias + seguro
Taxas Fealq (FPA)
Débito no período
Nº
1
1
Nº
64
128
Qtidade
diversos
meses (valor R$)
21 (R$400,00)
Saldo Atual
Valor Total
590,00
905,00
1496,17
3840,00
3.372,08
9.377,66
1.958,45
21.539,36
0,00
Cordeirópolis/SP, 24 de junho de 2013
Fernando Alves de Azevedo
PqC Centro APTA Citros Sylvio Moriera/IAC
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