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Aumento cascata que dói no bolso: agora é a vez dos alimentos
Aumento do diesel e valorização do preço do frete irão pressionar o valor de itens como
frutas e verduras. Entenda como isso ocorre e saiba o que fazer para proteger seu bolso
nas compras
por Jeniffer Gularte
04/02/2015 | 07h01
Lurdes e Tânia controlam as compras para não extrapolar o orçamento Foto: Luiz Armando Vaz / Agencia
RBS
É provável que a próxima vez que você for ao supermercado já sinta aumento no preço
dos alimentos, em especial dos hortifrutigranjeiros.
Assim que o aumento do diesel começou a valer, no início deste mês, foi dada a largada
de um efeito cascata que terminará no seu bolso: nesta semana, será definido o
aumento do preço do frete no país, que pode chegar a 15%.
Com isso, especialistas preveem que, em 30 dias, todos os alimentos da cesta básica
poderão sofrer reajustes. Os produtos perecíveis serão os primeiros a subir de preço.
Para vice-presidente de Transporte do Setcergs, João Jorge Couto da Silva, é questão de
dias para itens como frutas e verduras aumentarem de preço nas gôndolas. Quanto
maior a distância que o produto percorre, maior o aumento.
– Tudo que se consome no Brasil se transporta por caminhão. Os hortifrútis já estão
sendo afetados, não leva nem uma semana. O reflexo é imediato. Os laticínios virão logo
na sequência.
"O jeito é levar menos"
Para fugir dos preços mais salgados, as domésticas Lurdes Afonso Silva, 58 anos, e Tânia
Guimarães Pacheco, 67 anos, de Eldorado do Sul, fazem as compras semanais de feira
em Porto Alegre. Em média, gastam de R$ 20 a R$ 30 por cada vez que vão ao
Hortomercado Parobé, no Centro. Com a ameaça de mais altas, a alternativa é frear as
compras.
– O jeito é levar menos. Hoje, já não compro ameixa, porque acho caro. No ano passado,
tu comprava cinco caixas de morangos por R$ 5. Hoje, são duas por R$ 5 – compara
Lurdes.
Dona Tânia conta que, se preciso, deixa de comprar maior variedades de frutas para
optar pelo mais simples.
– Vou de banana e maçã, que são mais baratos. Ou não compro, venho a cada duas
semanas.
Como o aumento chegará ao consumidor:
O que subiu
Óleo diesel
O combustível dos caminhões, subiu, em média, 5% no começo de fevereiro.
Frete
O combustível corresponde a 37% do custo operacional do frete. O índice do aumento
deve ser definido amanhã. De acordo com o vice-presidente de Transporte do Setcergs,
João Jorge Couto da Silva, o aumento do custo do serviço deve ficar entre 12,5% a 15%.
Isso porque, em novembro, houve aumento de 6,9% no diesel, sem que as
transportadoras pudessem repassá-lo. Agora, tentarão compensar de uma vez só.
Alimentos
Dependendo do item, o custo do frete representa de 1,5% a 3% do preço do produto. A
estimativa é de que em, um mês, toda a cesta básica seja afetada pelo aumento do frete.
O preço também é pressionado pelo aumento do custo da energia elétrica.
Prepare-se:
Aumentam imediatamente: frutas e verduras
Os alimentos perecíveis serão os primeiros a serem atingidos. No topo dessa lista, estão
os hortifrutigranjeiros, que precisam ser reabastecidos a cada dia. Em alguns casos, o
aumento chegará em menos de uma semana. "Tudo que se consome na Ceasa será
afetado diretamente", adianta Jorge Couto da Silva, do Setcergs. Para o representante
da associação de atacadistas do Rio Grande do Sul, Sérgio Di Salvo, frutas como mamão
e manga, que vêm do Norte e Nordeste do país, serão as que mais subirão devido à
distância. Na opinião dele, no caso de legumes e verduras, o impacto, embora inevitável,
pode ser menor por serem produzidos no Estado.
Aumentam em breve: laticínios
Leite, queijo e iogurtes devem subir logo na sequência dos hortifrútis. Mesmo tendo
produção forte no Estado, as cargas chegam a cada semanalmente. Neste caso, há
incidência do preço do frete entre o produtor e a indústria e da indústria para a
distribuição nos supermercados.
Demora um pouco mais, mas vão aumentar: soja e milho
Produtos cultivados em locais específicos como soja e milho dependem ainda mais de
frete para chegar aos grandes centros. Neste caso, serão reajustados assim que forem
processados pela indústria, alterando preço de itens como azeite e farinha, lembra a
economista e professora do curso de Ciências Econômicas da Unisinos, Simone
Magalhães.
Fonte: Diário Gaúcho
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