Texto de apoio ao curso de Especialização Atividade física adaptada e saúde Prof. Dr. Luzimar Teixeira PSORÍASE Definição e Epidemiologia : É uma dermatose inflamatória, de evolução crônica e recorrente, caracterizada por lesões eritematodescamativas. Afeta 2 a 3% da população mundial. Acomete igualmente ambos os sexos, principalmente entre a Segunda e Quarta décadas de vida, sendo mais comum na raça branca. É excepcional em crianças e negros. Etiopatogenia : É uma moléstia geneticamente determinada; tem história de ocorrência familiar em 70% dos casos. A associação dessa predisposição genética a múltiplos fatores ambientais leva a uma alteração imune, desencadeando o surto eruptivo, resultante da hiperproliferação da epiderme e distúrbio da queratinização. Os fatores ambientais mais comuns são: queimadura solar grave, traumatismo físico, clima frio, estresse emocional e infecções. Algumas drogas podem provocar e até desencadear a psoríase: antimaláricos, lítio, betabloqueadores e alguns AINEs. Clínica : Presença de placas eritematosas, circunscritas, isoladas ou múltiplas, de tamanho e forma variáveis cobertas por escamas branco-prateadas. As lesões são simétricas, com predileção pela superfície extensora dos membros, couro cabeludo, unhas, região sacra, e regiões palmoplantares. A face e as mucosas raramente são atingidas. O prurido é excepcional, e quando ocorre varia de moderado a intenso. 1 A psoríase mais comum é a numular, que se caracteriza por múltiplas lesões em forma de moeda, que acometem também o tronco, e por sobreposição e extensão periférica podem fazer extensas erupções, e se de caráter universal, resulta na chamada psoríase eritrodérmica. Existe uma forma comum nos jovens, a psoríase gutata (em gotas ). Ela surge após uma infecção estreptocóccica de garganta, apresentando-se com múltiplas lesões pequenas em forma de gota, com evolução aguda e excelente prognóstico. Outras formas encontradas, com menor freqüência, são a psoríase invertida (que ao invés de regiões extensoras acomete dobras flexurais, lábios e mucosa genital ) e psoríase artropática ( surtos repetidos da doença causam lesões irreversíveis em dedos de mãos e pés, levando a perda funcional desses elementos). Diagnóstico : É iminentemente clínico, em virtude da morfologia e distribuição das lesões. O raspado de cureta pode auxiliar o diagnóstico, pois pode fornecer os seguintes sinais clínicos: sinal da vela (os fragmentos obtidos pela curetagem das escamas assemelham-se aos obtidos pela raspagem de uma vela) e o sinal de Auspitz (a remoção total das escames revela pequenos pontos de sangramento na superfície da lesão). A psoríase apresenta também o fenômeno isomórfico de Koebner, que consiste no surgimento de lesões clássicas de psoríase nas áreas da pele expostas a traumatismos, tais como cicatrizes, escoriações e queimaduras. Diagnóstico Diferencial: Deve ser feito com as outras lesões eritematodescamativas: a. Dermatite seborréica: ocorre em qualquer idade e mais em mulheres. Apresenta eritema vermelho também em área interescapular e préesternal (simétrico). Descamação gordurosa. 2 b. Eczema: apresenta eritema vermelho acinzentado, com descamação fina e cinza. Apresenta prurido intenso. c. Pitiríase Rósea: em adultos jovens e mais em mulheres. Eritema vermelho intenso em tronco, pelve e membros com lesão inicial (lesão mãe) . Apresenta placas com maior eixo paralelo as costelas. d. Sífilis Secundária: indivíduos sexualmente ativos com eritema róseo pálido em face, palmas, plantas, região anogenital. Pesquisar adenopatia geral e reação sorológica. Tratamento: A psoríase é uma doença de evolução crônica, e seu tratamento visa principalmente reduzir o número e a gravidade das lesões, já que seu completo desaparecimento é difícil. Sabendo disto, deve-se esclarecer o paciente quanto a não contagiosidade e ao não comprometimento sistêmico da moléstia. O tratamento vai depender das características do paciente, e principalmente da gravidade do quadro. Os medicamentos utilizados podem ser tópicos ou sistêmicos. Tratamento Tópico a. Corticóides: surtos leves e moderados. Recomenda-se curativo oclusivo e pode se fazer terapia intralesional b. Antralina e Alcatrão: para placas mais espessas e resistentes. c. Calcipotriol: quadros leves e moderados. Resposta muito variada. Tratamento Sistêmico a. Retinóides Orais (Etretinato e Acitretin): Têm bons resultados, mas são teratogênicos e possuem muito efeitos colaterais. b. Metotrexato: Um dos mais efetivos em psoríase extensa e grave. Devese excluir pacientes com hepatopatias, hematopatias, e deve ser usado em pacientes internados. c. PUVA: administra-se uma droga fotossensibilizante (8-metoxipsoraleno) e expõe-se o paciente ao ultravioleta de ondas longas. Aumenta o risco de carcinogênese. Pode ser associado com retinóides orais. d. Ciclosporina: Somente em casos graves e com paciente internado 3 4