UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE DIREITO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO MESTRADO LAÍS GRAMACHO FICHAMENTO DO TEXTO A LÓGICA DO SENTIDO DE GILLES DELEUZE Salvador 2012 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Programa de pós-graduação Disciplina: Metodologia da Pesquisa Professores: Dr. Rodolfo Pamplona Filho e Dr. Nelson Cerqueira Aluna: Laís Gramacho Colares Data: 22/05/2012 FICHAMENTO Identificação do texto: DELEUZE, Gilles. A lógica do sentido. Tradução de Luiz Roberto Salinas Fortes. São Paulo: Perspectiva, 1974. PRIMEIRA SÉRIE: PARADOXO DO DEVIR “Na medida em que se furta ao presente, o devir não suporta a separação nem a distinção do antes-e do depois, do passado e do futuro. Pertence à essência do devir avançar, puxar nos dois sentidos ao mesmo tempo: Alice não cresce sem ficar menor e inversamente. O bom senso é a afirmação de que, em todas as coisas, há um sentido determinável; mas o paradoxo é a afirmação dos dois sentidos ao mesmo tempo” (P. 1). “O paradoxo deste puro devir, com a sua capacidade de furtar-se ao presente, é a identidade infinita: identidade infinita dos dois sentidos ao mesmo tempo, do futuro e do passado, da véspera e do amanhã, do mais e do menos, do demasiado e do insuficiente, do ativo e do passivo, da causa e do efeito” (P. 2). “O paradoxo é, em primeiro lugar, o que destrói o bom senso como sentido único, mas, em seguida, o que destrói o senso comum como designação de identidades fixas” (P. 3). SEGUNDA SÉRIE DE PARADOXOS: DOS EFEITOS DE SUPERFÍCIE “Só o presente existe no tempo e reúne, absorve o passado e o futuro, mas só o passado e o futuro insistem no tempo e dividem ao infinito cada presente. Não três dimensões sucessivas, mas duas leituras simultâneas do tempo” (P. 6). “Esta dualidade nova entre os corpos ou estados de coisas e os efeitos ou acontecimentos incorporais conduz a uma subversão da filosofia” (P. 7). “O acontecimento é coextensivo ao devir e o devir, por sua vez, é coextensivo à linguagem; o paradoxo é, pois, essencialmente ‘sorite’ isto é, série de proposições iníerro-gativas procedendo segundo o devir por adições e subtrações sucessivas. Tudo se passa na fronteira entre as coisas e as proposições” (P. 9). “O paradoxo aparece como destituição da profundidade, exibição dos acontecimentos na superfície, desdobramento da linguagem ao longo deste limite” (P. 9). “Mas é sempre contornando a superfície, a fronteira, que passamos do outro lado, pela virtude de um anel. A continuidade do avesso e do direito substitui todos os níveis de profundidade; e os efeitos e superfície em um só e mesmo Acontecimento, que vale para todos os acontecimentos, fazem elevar-se ao nível da linguagem todo o devir e seus paradoxos” (P. 15). 1 TERCEIRA SÉRIE: DA PROPOSIÇÃO “Entre estes acontecimentos-efeitos e a linguagem ou mesmo a possibilidade da linguagem, há uma relação essencial: é próprio aos acontecimentos o fato de serem expressos ou exprimíveis, enunciados ou enunciáveis por meio de proposições pelo menos possíveis” (P. 15). “Muitos autores concordam em reconhecer três relações distintas na proposição. A primeira é chamada designação ou indicação: é a relação da proposição a um estado de coisas exteriores (datum). O estado de coisas é individual, comporta tal ou tal corpo, misturas de corpos, qualidades e quantidades, relações” (P. 15). “Uma segunda relação da proposição é freqüentemente chamada de manifestação. Trata-se da relação da proposição ao sujeito que fala e que se exprime. A manifestação se apresenta pois como o enunciado dos desejos e das crenças que correspondem à proposição” (P. 16). “Devemos reservar o nome de significação a uma terceira dimensão da proposição: trata-se desta vez da relação da palavra com conceitos universais ou gerais, e das ligações sintáticas com implicações de conceito” (P. 16). “A questão de saber se devemos nos contentar com estas três dimensões, ou se é preciso acrescentar a elas uma quarta que seria o sentido, é uma questão econômica ou estratégica” (P. 17). “Ora, o sentido evidentemente não pode consistir naquilo que torna a proposição verdadeira ou falsa, nem na dimensão onde se efetuam estes valores” (P. 17). “O sentido é a quarta dimensão da proposição” (P. 18). “Esta dimensão última é chamada por Husserl expressão: ela se distingue da designação, da manifestação, da demonstração. O sentido é o expresso” (P. 19). QUARTA SÉRIE: DAS DUALIDADES “A primeira grande dualidade era a das causas e dos efeitos, das coisas corporais e dos acontecimentos incorporais. Mas, na medida em que os acontecimentos-efeitos não existem fora das proposições que os exprimem, esta dualidade se prolonga na das coisas e das proposições, dos corpos e da linguagem” (P. 25). “(...) esta segunda dualidade, corpo-linguagem, comer-falar, não é suficiente. Vimos como o sentido, embora não exista fora da proposição que o exprime, é o atributo de estados de coisas e não da proposição. O acontecimento subsiste na linguagem, mas acontece às coisas” (P. 26). QUINTA SÉRIE: DO SENTIDO “(...) já que o sentido não é nunca apenas um dos dois termos de uma dualidade que opõe as coisas e as proposições, os substantivos e os verbos, as designações e as expressões, já que é também a fronteira, o corte ou a articulação da diferença entre os dois, já que dispõe de uma impenetrabilidade que lhe é própria e na qual se reflete, ele deve se desenvolver numa nova série de paradoxos, desta vez interiores” (P. 31). “Paradoxo da regressão ou da proliferação indefinida. Quando designo alguma coisa, suponho sempre que o sentido é compreendido e já está presente. (...) sendo dada uma proposição que 2 designa um estado de coisas, podemos sempre tomar seu sentido como o designado de uma outra proposição” (P. 31). “Paradoxo do desdobramento estéril ou da reiteração seca. Há um meio de evitar esta regressão ao infinito: é fixar a proposição, imobilizá-la, justamente no momento de extrair dela o sentido como esta tênue película no limite das coisas e das palavras” (P. 33). “Paradoxo do absurdo ou dos objetos impossíveis. Deste paradoxo decorre ainda um outro: as proposições que designam objetos contraditórios têm um sentido. Sua designação, entretanto, não pode em caso algum ser efetuada; e elas não têm nenhuma significação, a qual definiria o gênero de possibilidade de uma tal efetuação” (P. 37). SEXTA SÉRIE: SOBRE A COLOCAÇÃO EM SÉRIES “O paradoxo de que todos os outros derivam é o da regressão indefinida. Ora, a regressão tem necessariamente a forma serial: cada nome designador tem um sentido que deve ser designado por um outro nome, nx -* n2 -* n3 -> n4...” (P. 38). “Toda série única, cujos termos homogêneos se distinguem somente pelo tipo ou pelo grau, subsume necessariamente duas séries heterogêneas, cada série constituída por termos de mesmo tipo ou grau, mas que diferem em natureza dos da outra série (eles podem também, como é óbvio, diferir em grau). A forma serial é, pois, essencialmente multisserial” (P. 38/39). “A lei das duas séries simultâneas é que não são nunca iguais. Uma representa o significante, a outra o significado. Em razão de nossa terminologia estes dois termos adquirem, porém, uma acepção particular. Chamamos de "significante" todo signo enquanto apresenta em si mesmo um aspecto qualquer do sentido; "significado", ao contrário, o que serve de correlativo a este aspecto do sentido, isto é, o que se define em dualidade relativa com este aspecto” (P. 39). SÉTIMA SÉRIE: DAS PALAVRAS ESOTÉRICAS “Lewis Carroll é o explorador, o instaurador de um método serial em literatura. Achamos nele vários processos de desenvolvimento em séries. Em primeiro lugar, duas séries de acontecimentos com pequenas diferenças internas, reguladas por um estranho objeto: assim em Sílvia e Bruno, o acidente de um jovem ciclista se acha deslocado de uma série para a outra” (P. 43). “Em segundo lugar, duas séries de acontecimentos com grandes diferenças internas aceleradas, reguladas por proposições ou, ao menos, por ruídos, onomatopéias. É a lei do espelho, tal como Lewis Carroll a descrevia: ‘Tudo o que podia ser visto do antigo quarto era ordinário e sem interesse, mas o resto era tão diferente quanto possível’” (P. 44). “Em terceiro lugar, duas séries de proposições (ou então uma série de proposições e uma série de ‘consumações’, ou então uma série de expressões puras e uma série de designações) com forte disparidade, reguladas por uma palavra esotérica” (P. 44). “Em quarto lugar, séries com forte ramificação, reguladas por palavras-valise e constituídas, quando necessário, por palavras esotéricas de um tipo precedente. Com efeito, as palavras-valise são elas próprias palavras esotéricas de um novo tipo: podemos defini-las, em primeiro lugar dizendo que contraem várias palavras e envolvem vários sentidos (...)” (P. 45). OITAVA SÉRIE: DA ESTRUTURA “Lévi-Strauss indica um paradoxo análogo ao de Lacan sob a forma de uma antinomia: dadas duas séries, uma significante e outra significada, uma apresenta um excesso e a outra uma falta, 3 pelos quais se relacionam uma a outra em eterno desequilíbrio, em perpétuo deslocamento” (P. 49). “O significado em geral, porém, é da ordem do conhecido; ora, o conhecido acha-se submetido à lei de um movimento progressivo que vai por parte, partes extrapartes. E sejam quais forem as totalizações operadas pelo conhecimento, elas permanecem assintóticas à totalidade virtual da língua ou da linguagem. A série significante organiza uma totalidade preliminar, enquanto que a significada ordena totalidades produzidas” (P. 49). “o sentido não se confunde com a significação mesma, mas ele é o que se atribui de maneira a determinar o significante como tal e o significado como tal. Concluímos que não há estrutura sem séries, sem relações entre termos de cada série, sem pontos singulares correspondendo a estas relações; mas, .sobretudo, não há estrutura sem casa vazia, que faz tudo funcionar” (P. 52). NONA SÉRIE: DO PROBLEMÁTICO “Dizíamos que um conjunto de singularidades correspondia a cada série de uma estrutura. Inversamente, cada singularidade é fonte de uma série que se estende em uma direção determinada até à vizinhança de uma outra singularidade. É neste sentido que há não somente várias séries divergentes em uma estrutura, mas que cada série é, ela própria, constituída por várias subséries convergentes” (P. 53). “O acontecimento por si mesmo é problemático e problematizante. Um problema, com efeito, não é determinado senão pelos pontos singulares que exprimem suas condições. Não dizemos que, por isto, o problema é resolvido: ao contrário, ele é determinado como problema” (P. 54). “O problemático é ao mesmo tempo uma categoria objetiva do conhecimento e um gênero de ser perfeitamente objetivo” (P. 54). DÉCIMA SÉRIE: DO JOGO IDEAL “Não somente Lewis Carroll inventa jogos ou transforma as regras de jogos conhecidos (tênis, croquê), mas ele invoca uma espécie de jogo ideal, cujo sentido e função é difícil perceber à primeira vista: (...)” (P. 60). “Estes jogos têm de comum o seguinte: são muito movimentados, parecem não ter nenhuma regra precisa e não comportar nem vencedor nem vencido. Não ‘conhecemos’ tais jogos, que parecem contradizer-se a si mesmos” (P. 60). “Em nossos jogos conhecidos, o acaso é fixado em certos pontos: nos pontos de encontro entre séries causais independentes, por exemplo, o movimento da roleta e da bola lançada. Uma vez realizado o encontro, as séries confundidas seguem um mesmo trilho, ao abrigo de qualquer nova interferência” (P. 63). DÉCIMA PRIMEIRA SÉRIE: DO NÃO-SENSO “Em primeiro lugar a palavra em branco é designada por palavras esotéricas quaisquer (isto, coisa, Snark etc); esta palavra em branco ou estas palavras esotéricas de primeira potência têm por função coordenar as duas séries heterogêneas. Em seguida, as palavras esotéricas podem, por sua vez, ser designadas por palavras-valise, palavras de segunda potência que têm por função ramificar as séries” (p. 67). “O elemento paradoxal é não-senso sob as duas figuras precedentes. Mas as leis normais não se opõem exatamente a estas duas figuras. Estas figuras, ao contrário, submetem as palavras normais 4 dotadas de sentido a estas leis que não se aplicam a elas: todo nome normal tem um sentido que deve ser designado por um outro nome e que deve determinar disjunções preenchidas por outros nomes. Na medida em que estes nomes dotados de sentido são submetidos a estas leis, eles recebem determinações de significação” (p. 68). “Não menos do que uma determinação de significação, o não-senso opera uma doação de sentido” (p. 69). “Finalmente, a importância do estruturalismo em filosofia, e para o pensamento em geral, mede-se por isto: por ele deslocar as fronteiras” (p. 71). DÉCIMA SEGUNDA SÉRIE: SOBRE O PARADOXO “Os paradoxos de significação são essencialmente o conjunto anormal (que se compreende como elemento ou que compreende elementos de diferentes tipos) e o elemento rebelde (que faz parte de um conjunto cuja existência ele pressupõe e pertence aos dois subconjuntos que determina). Os paradoxos de sentido são essencialmente a subdivisão ao infinito (sempre passado-futuro e jamais presente) e a distribuição nômade (repartir-se em um espaço aberto ao invés de repartir um espaço fechado)” (p. 77/78). “A essência do bom senso é de se dar uma singularidade, para estendê-la sobre toda a linha dos pontos ordinários e regulares que dela dependem, mas que a conjuram e a diluem. O bom senso é completamente combustivo e digestivo” (p. 78). “O bom senso desempenha papel capital na determinação da significação. Mas não desempenha nenhum na doação de sentido; e isto porque o bom senso vem sempre em segundo lugar, porque a distribuição sedentária que ele opera pressupõe uma outra distribuição, como o problema dos cercados supõe um espaço primeiro livre, aberto, ilimitado, flanco de colina ou encosta” (p. 79). “No senso (sentido) comum, "sentido" não se diz mais de uma direção, mas de um órgão. Nós o dizemos comum, porque é um órgão, uma função, uma faculdade de identificação, que relaciona uma diversidade qualquer à forma do Mesmo. O senso comum identifica, reconhece, não menos quanto o bom senso prevê” (p. 80). “Podemos, a partir daí, propor um quadro do desenvolvimento da linguagem em superfície e da doação do sentido na fronteira das proposições e das coisas. Tal quadro representa a organização dita secundária, própria à linguagem” (p. 82). DÉCIMA TERCEIRA SÉRIE: DO ESQUIZOFRÊNICO E DA MENINA “Devemos estar atentos às funções e aos abismos muito diferentes do não-senso, à heterogeneidade das palavras-valise que não autorizam nenhum amálgama entre os que inventam e mesmo os que os empregam. Uma menina pode cantar ‘Pimpanicalho’, um artista escrever ‘fumioso’, um esquizofrênico dizer ‘perspendicaz’: não temos nenhuma razão para acreditar que o problema seja o mesmo por trás de resultados grosseiramente análogos” (p. 86). “Trata-se menos, portanto, para o esquizofrênico, de recuperar o sentido que de destruir a palavra, de conjurar o afeto ou de transformar a paixão dolorosa do corpo em ação triunfante, com a obediência em comando, sempre nesta profundidade abaixo da superfície cavada” (p. 90). “Há na esquizofrenia uma maneira de viver a distinção estóica entre duas misturas corporais, a mistura parcial, que altera, a mistura total e líquida que deixa o corpo intacto” (p. 92). 5 “O não-senso deixou de dar o sentido à superfície; ele absorve, engole todo sentido, tanto ao lado do significante quanto do significado. Artaud diz que o Ser, que é não-senso, tem dentes” (p. 94). DÉCIMA QUARTA SÉRIE: DA DUPLA CAUSALIDADE “A fragilidade do sentido se explica facilmente. O atributo é de uma outra natureza que as qualidades corporais. O acontecimento, de uma outra natureza que as ações e paixões do corpo. Mas ele resulta delas: o sentido é o efeito de causas corporais e de suas misturas. Tanto que ele está sempre correndo o risco de ser tragado por sua causa” (p. 96). “Esta oposição entre a lógica formal simples e a lógica transcendental atravessa toda a teoria do sentido” (p. 99). DÉCIMA QUINTA SÉRIE: DAS SINGULARIDADES “Os dois momentos do sentido, impassibilidade e gênese, neutralidade e produtividade, não são tais que um possa passar pela aparência do outro. A neutralidade, a impassibilidade do acontecimento, sua indiferença às determinações do interior e do exterior, do individual e do coletivo, do particular e do geral etc, são mesmo uma constante sem a qual o acontecimento não teria verdade eterna e não se distinguiria de suas efetuações temporais” (p. 102). “O que é assim apresentado como um corte radical da consciência corresponde aos dois aspectos do sentido, neutralidade e potência genética com respeito aos modos. Mas a solução que consiste em repartir os dois aspectos em uma alternativa não é mais satisfatória do que aquela que tratava um destes aspectos como uma aparência. Não somente a gênese é então uma falsa gênese, mas a neutralidade, uma pseudoneutralidade” (p. 104). “O erro de todas as determinações do transcendental como consciência é de conceber o transcendental à imagem e à semelhança daquilo que está incumbido de fundar” (p. 108). DÉCIMA SEXTA SÉRIE: DA GÊNESE ESTÁTICA ONTOLÓGICA “O campo transcendental real é feito desta topologia de superfície, destas singularidades nômades, impessoais e pré-individuais. Como o indivíduo deriva daí para fora do campo, constitui a primeira etapa da gênese” (P. 110). “O complexo indivíduo-mundo-interindividualidade define um primeiro nível de efetuação do ponto de vista de uma gênese estática. Neste primeiro nível, singularidades se efetuam ao mesmo tempo em um mundo e nos indivíduos que fazem parte deste mundo” (P. 111). “Efetuar-se é também ser expresso” (P. 111). “O primeiro nível de efetuação produz correlativamente mundos individuados e eu individuais que povoam cada um destes mundos. Os indivíduos se constituem na vizinhança de singularidades que eles envolvem; e exprimem mundos como círculos de convergência das séries dependendo destas singularidades” (p. 112). “Muito mais, da gênese lógica à gênese ontológica, não há paralelismo, mas antes uma mudança que comporta todo tipo de desníveis e de misturas. É pois muito simples fazer corresponder o indivíduo e a designação, a pessoa e a manifestação, as classes múltiplas ou propriedades variáveis e a significação” (p. 114). 6 “O elemento genético só é descoberto na medida em que as noções de verdadeiro e de falso são transferidas das proposições ao problema que estas proposições estão supostamente encarregadas de resolver e mudam completamente de sentido nesta transferência” (p. 115). REDAÇÃO DE APROVEITAMENTO O texto de Deleuze, Lógica do Sentido, provoca uma postura mais investigativa e questionadora no pesquisador, em relação ao seu objeto de estudo. Isso ocorre em razão de seu fomento para se desvendar o que está por trás da própria crítica. Se o posicionamento crítico do pesquisador já demonstra uma certa profundidade no conteúdo de seu estudo, quem dirá a investigação a respeito do que está por trás desta crítica. Assim, Deleuze influencia a pesquisa científica (em especial, o projeto de pesquisa proposto neste programa), no sentido de fomentar que o pesquisador busque o sentido de todos os fatores utilizados no âmbito de seu objeto, já que o sentido está intrínseco a qualquer coisa, de acordo com Deleuze e, desta forma, a influência para a construção da pesquisa é de suma relevância, não apenas em relação ao método, mas sobretudo como influência à postura do pesquisador. 7