Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento em São Paulo Serviço de Saúde Animal “Raiva em Herbívoros – Situação no Brasil” JULIANA DO AMARAL MOREIRA C. VAZ Fiscal Federal Agropecuário – SSA-SP VI Seminário Dia Mundial Contra a Raiva – I.Pasteur 16.10.2013 Organização do Serviço de Defesa Sanitária Animal no Brasil Cadastro Serviço Oficial Estadual: Unidade Veterinária Local Unidades Regionais do Serviço Estadual Unidade Central do Serviço Estadual SFA - MAPA Comunicação internacional DSA - MAPA O CENÁRIO PRODUTIVO: alvo de atuação do serviço veterinário oficial • • • 8,5 milhões de Km2 27 Unidades Federativas 5.570 Municípios Veterinários oficiais Assistentes técnicos 5.601 9.087 Estabelecimentos de criação de animais 2,7 milhões Bovinos 212 milhões Búfalos 1,2 milhões Ovinos 15,6 milhões Caprinos 6,7 milhões Suínos 29 milhões Frangos de corte por ano 6 bilhões Fonte: DSA/SDA/MAPA Mapa Mundial de Risco de Raiva http://www.who.int/rabies/rabies_maps/en/ Ciclos epidemiológicos de transmissão da raiva no Brasil Rede Agricultura Rede Saúde Atenção à síndrome neurológica em herbívoros Direcionada à Raiva Justificativas: Saúde pública Risco de raiva humana -Morte de pessoas - Custo tratamento Saúde animal/Economia - Morte de animais de produção/trabalho - Redução de produtividade em animais espoliados por transmissores POLÍTICA PÚBLICA PARA RAIVA EM HERBÍVOROS Controle da raiva dos herbívoros Vigilância Epidemiológica Vacinação estratégica dos herbívoros domésticos Cadastramento e monitoramento de abrigos de MH Controle da população de MH Educação em saúde Histórico 1948: Ações 1953: Início da estruturação do isoladas Serviço 2002: IN 05 Normas Técnicas para CONTROLE da raiva dos herbívoros - PNCRH 1966: Plano de combate à raiva, início controle morcegos hematófagos (MH) 1976: Portaria 126 - Medidas de profilaxia e vigilância - Núcleos de Combate a Raiva - Ampliação cadastro de refúgios de MH 2005: Portaria SDA 168 Manual Técnico PNCRH • Conceituações e atuação em foco • Controle dos transmissores • Caracterização de áreas de risco para raiva • Formulários, fichas e tabelas Vigilância de doença nervosa em herbívoros - Notificação compulsória - Investigação em até 24h, pelo SVO - Ruminantes*negativos para raiva: testar para EET *bovinos/bubalinos >24 m ovinos/caprinos > 12 m idade Suspeita fundamentada Atuação do SVO depende de notificações Exame laboratorial, se positivo, no foco e perifoco: - Vigilância epidemiológica (abrigos MH e suspeitas da doença) - Vacinação herbívoros domésticos - Controle população MH (produtos vampiricidas) - Educação sanitária - Comunicação ao setor da Saúde - Encerrar o foco após 90 dias, sem novo caso Educação sanitária é primordial (estímulo à notificações de agressões por MH, abrigos e doença nervosa em herbívoros) Ausência de notificação é alerta: - Baixa capilaridade SVO - Potencial ocorrência de áreas silenciosas (com circulação do vírus, sem conhecimento/atuação oficial) Estratégias de atuação do PNCRH: Atendimento à notificação de suspeita Essencialmente vigilância passiva ESTÍMULO À NOTIFICAÇÃO COM 100% DE ATENDIMENTO: EFICIÊNCIA NA VIGILÂNCIA E NO CONTROLE DA RAIVA DOS HERBIVOROS Evitar áreas silenciosas (circulação do vírus, sem conhecimento e ação do SVO) Em áreas silenciosas: Produtor atua sozinho (vacinação e controle da população de MH) RISCO DE OCORRÊNCIA DE RAIVA HUMANA Contribuir na vigilância para EEB DADOS DO PNCRH Casos de raiva por espécie (herbívoros e suínos). Brasil, 2002 a 2012 2500 2309 2000 2221 1959 1769 1500 1796 1749 1631 1668 1484 1435 1181 1000 500 236 0 3 2002 220 6 2003 BOVÍDEOS 136 1 2004 185 10 2005 180 139 11 2006 10 2007 CAPRINOS 133 1 2008 OVINOS 129 0 2009 117 7 2010 EQUÍDEOS 142 3 2011 14 0 2012 SUÍNO Mesmo com os procedimentos técnicos definidos, a raiva continua afetando os herbívoros no Brasil Impactos ambientais e atuação ineficiente do SVO propiciam a continuidade de transmissão do vírus rábico, devido à agressão por MH Indicadores da raiva dos herbívoros e rebanho bovino 2002 a 2012 212 milhões 153,3 milhões 7070 2569 1506 2612 1583 946 Vigilância de Doenças Nervosas em herbívoros e exames positivos para Raiva, Brasil 2006 a 2012 3500 3308 2858 3000 2606 2570 2500 2481 2389 2612 2000 1500 1340 1066 1000 1032 981 824 766 1019 500 0 2006 2007 2008 2009 Exames doença nervosa 2010 2011 Exames positivos 2012 Número de exames neurológicos, nº de positivos para raiva e nº de focos de raiva em herbívoros no Brasil – 1º semestre 2013 1230 487 Total exames 482 Positivos raiva Total exames Positivos raiva Focos Focos Vigilância de Doença Nervosa por Região, Brasil 2002 a 2012 6000 5000 4000 N NE 3000 CO SE 2000 S 1000 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Vigilância doença nervosa herbívoros e rebanho bovino em porcentagem, por região do Brasil, 2012 8; 21 23;13 SVO estruturados: maior captação de suspeitas 13;14 18; 34 37; 18 % exames; rebanho bovino Vigilância de Doença Nervosa e exames positivos para raiva em herbívoros, por região, Brasil 2012 979 1000 900 800 613 700 600 473 465 500 341 319 400 300 206 105 200 98 32 100 0 NORTE NORDESTE CENTRO OESTE EXAMES DOENÇA NERVOSA SUDESTE EXAMES POSITIVOS RAIVA SUL Estratégias de atuação do PNCRH: 2. Vacinação dos herbívoros domésticos - Obrigatória em focos e perifocos - Conforme legislação estadual, obrigatória em áreas de risco - Medida complementar no controle da raiva, mas não é a principal - Vacinas com selo holográfico (IN 69/02) padrão e qualidade - central de selagem SINDAN Bov vacinados (em milhões), de 2002 a 2012_notificado ao SVO 60 57,5 54,9 55 52,2 51,5 50,3 50 49,4 45,4 45 40 42,9 42,2 40,3 39,5 35 ano 30 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 Informações sobre casos de raiva e vacinação são suficientes para se conhecer a real situação de controle da raiva dos herbívoros?...... VACINAÇÃO DE HERBÍVOROS: - Falsa segurança de ausência da doença, quando é utilizada como a principal ferramenta de controle da raiva dos herbívoros - É ação inócua para evitar a circulação viral (outros animais agredidos podem ser expostos ao vírus – inclusive o homem) - O SVO deve ter conhecimento da situação epidemiológica e aplicar outras medidas de controle – queda de circulação viral – proteção mais efetiva que apenas a vacinação. Controle do MH Desmodus rotundus Estratégias de atuação do PNCRH: 3. Cadastramento e monitoramento de abrigos de D. rotundus - controle e vigilância das populações de MH existentes - estudo da movimentação das populações de D.rotundus (auxilia a vigilância epidemiológica) Abrigos de Morcegos Hematófagos trabalhados no Brasil, de 2002 a 2012. 14000 12000 11533 10000 8985 8000 6000 9275 8008 7597 7566 6097 7071 6848 5415 5652 4000 2000 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Abrigos de morcegos hematófagos O controle efetivo da raiva só acontece quando controlam-se as populações do morcego hematófago! Abrigos de morcegos hematófagos trabalhados por região do Brasil, 2002 a 2012 7000 6000 N 4000 NE SE 3000 S 2000 CO 1000 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Focos de raiva em herbívoros por região, de 2002 a 2012, Brasil 800 700 600 Nº focos Título do Eixo 5000 N 500 NE 400 CO 300 SE 200 S 100 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Nº de morcegos hematófagos capturados, tratados e número de capturas, Brasil - 1º semestre 2013 14000 12561 12256 Nº de capturados Nº tratados 12000 10000 8000 6000 4000 2000 0 1477 Nº capturas Nº de capturas e de morcegos hematófagos tratados por região do Brasil - 1º semestre 2013 6503 7000 6000 5000 4000 2429 3000 1699 2000 1000 1181 170 444 719 265 194 129 0 NORTE NORDESTE CENTRO OESTE Nº capturas SUDESTE Nº tratados SUL Análise dos indicadores da raiva dos herbívoros - Avaliação anual, DSA enviada ao SVO (última em junho/13 – período de 2006 a 2012) - Para aprimorar a estratégia estadual, conforme o desempenho dos indicadores - Os indicadores básicos: vigilância, focos, relação exames positivo/exames totais (análise conjunta) Cenário ideal (a) vigilância estável/crescente (b) redução/estabilização de focos (c) redução na relação positivos/exames (a) (b) c) Ideal em área de risco! Cenário não efetivo (a) vigilância decrescente/oscilante (b) oscilação/estabilização/aumento de focos (c) oscilação/nulidade na relação positivo/exames totais (análise conjunta prejudicada) (1) (2) Controle da raiva dos herbívoros no Brasil = Diversidade! UF com programa e efetivo controle UF com programa e controle não efetivo UF sem programa Raiva dos herbívoros – Os seis passos! 1. Conhecer os fatores de risco para ocorrência de raiva em herbívoros 2. Instituir programa estadual (conhecimento dos fatores de risco presentes) 3. Elemento político: Recursos suficientes (contínua e oportunamente) 4. Elemento técnico: equipe, treinamento, gerenciamento e atuação estratégica 5. Execução do programa: a) diretrizes técnicas do PNCRH b) sistema de informação e análise dos registros c) gerenciamento estratégico (metas e indicadores) 6. Situação ideal de controle TREINAMENTO: 2002 a 2012: mais de 10 mil profissionais e produtores PUBLICAÇÕES Desafios - Disponibilização suficiente e oportuna de recursos - Aprimorar sistemas de notificação e investigação - Manter equipes permanentes e motivadas no controle de MH – atuação metódica e contínua - Capacitar profissionais que atuam no controle da raiva - Capacitar os gerentes dos programas estaduais - Acompanhar as alterações ambientais: evitar disseminação da doença; - Atuar com eficiência em 100% dos focos (ações de controle, estudos epidemiológicos, colheita e envio de amostras para laboratório, caracterização de variantes, etc.) - Responsabilidades compartilhadas MANTER VIGILÂNCIA SENSÍVEL Evitar áreas silenciosas (com circulação viral, sem conhecimento e ação do SVO) Desafios ATUAÇÃO ESTRATÉGICA = MAIOR EFICIÊNCIA E MENOR CUSTO - Caracterizar áreas de risco (periodicamente) - Direcionar esforços a tais áreas, com caráter preditivo - Manter ações básicas e vigilância sensível em áreas de menor risco - Observar diretrizes do PNCRH - Atenção às divisas de estados em situação sanitária inferior ÁREAS DE RISCO DE OCORRÊNCIA DE RAIVA EM HERBÍVOROS - 2011 EM ATUALIZAÇÃO Desafios no controle da raiva dos herbívoros - Estudo contínuo do risco de ocorrência (análise epidemiológica das ocorrências e ausência de áreas silenciosas) - Disponibilizar recursos humanos, financeiros e operacionais de forma CONTÍNUA (evitar ações dispersas e ineficientes) - RAIVA DOS HERBÍVOROS SOB CONTROLE - DIMINUIÇÃO DO RISCO DE HUMANOS TRANSMITIDA POR MH RAIVA EM OBRIGADA! [email protected] Outras informações: www.agricultura.gov.br/animal/sanidade-animal