É crítica a concentração e internacionalização do sector

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IV Diário Económico Sexta-feira 27 Julho 2012
QUEM É QUEM NOS CORRETORES DE SEGUROS
E N T R E V I S TA FERNANDO REGO, PRESIDENTE DA APROSE
“É crítica a concentração
e internacionalização do sector”
As empresas devem criar massa crítica
para serem mais competitivas.
Para Fernando Rego, presidente da Aprose,
ANTÓNIO DE ALBUQUERQUE
“o aparecimento de operadores transfronteiriços,
[email protected]
tal como noutros países deve ser encarado como
algo natural”.
Como avalia o sector neste quadro de crise?
O sector segurador e a mediação em particular revelaram, desde sempre, uma grande
resiliência e capacidade de adaptação às alterações conjunturais. A actual crise, embora com contornos mais gravosos do que as
anteriores, irá exigir, de novo, que a mediação saiba extrair de si o seu melhor, procurando encontrar sempre as melhores soluções para os clientes, em particular no actual clima de grande exigência e contingência financeira.
Considera possível o sector aumentar a sua
quota em Portugal, que nos últimos anos ronda nos 17%?
Francamente sim, até porque essa quota de
mercado está influenciada grandemente
pela venda de produtos financeiros, terreno
natural das instituições bancárias que usaram esses produtos como produtos de captação de poupanças. Na área dos denominados ramos reais, a percentagem de penetração da mediação é superior e tem condições
para se reforçar, atentas as necessidades das
próprias seguradoras de descentralizarem
as suas actividades comerciais, externalizando/as para os profissionais da mediação.
Um dos caminhos poderá passar por fusões e
internacionalização?
Seguramente, e como há muito venho defendendo, é crítica a concentração no sector, com o aparecimento de operadores com
maior dimensão, usufruindo de naturais
economias de escala. A internacionalização, tal como no resto da economia, é um
desígnio nacional que todos devemos abraçar, tirando partido das naturais vantagens
que temos em alguns países culturalmente
ligados a Portugal, bem como acompanhando as empresas nacionais nessa evolução. O aparecimento de operadores transfronteiriços, tal como noutros países deve
ser encarado como algo natural.
FERNANDO REGO
Presidente da APROSE
“
A
internacionalização,
tal como no resto
da economia, é um
desígnio nacional
que todos devemos
abraçar, tirando
partido das
naturais vantagens
que temos em
alguns países
culturalmente
ligados a Portugal,
bem como
acompanhando
as empresas
nacionais nessa
evolução.
O aparecimento
de operadores
transfronteiriços,
tal como noutros
países, deve ser
encarado como
algo natural.
Tomohiro Oshumi/Bloomberg
F
ernando Rego defende uma
maior concentração no sector, “com o aparecimento de
operadores com maior dimensão, usufruindo de naturais economias de escala”,
isto apesar das empresas do
sector demonstrarem uma “grande capacidade de adaptação às alterações conjunturais, concretamente a crise que o país atravessa”. Quando questionado também sobre
a internacionalização é peremptório: “É um
desígnio nacional que todos devemos abraçar”.
Como é que as empresas avaliam as novas regras da nova directiva da mediação?
Essa é uma matéria que nos merece toda a
atenção, sendo ainda prematuro divulgá-la.
Existe um anteprojecto que a Aprose vem
acompanhando com toda a atenção junto de
Bruxelas, que foi divulgado apenas no início
deste mês. Iremos analisar o documento em
detalhe, o impacto que poderá ter junto da
mediação nacional e europeia, bem como
eventuais medidas a tomar. Esta é uma matéria a analisar detalhadamente num futuro
muito próximo, mas sobre a qual me reservo
de fazer qualquer comentário.
Equantoàformação,oqueestãoasempresasafazer?
As empresas estão, naturalmente, a procurar
cumprir com as suas obrigações legais nesta
matéria, sendo certo que tendo, também, um
custo, o mesmo terá que ser compaginado com
as eventuais restrições financeiras decorrentes
da crise. A Aprose tem estado atenta a esta matéria, usufruindo os seus associados de uma
vasta oferta através dos protocolos subscritos. ■
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