IMAGEM MÉDICA – EQUIPAMENTO (ECÓGRAFO) SONDAS ECOGRÁFICAS – PLANO DE UMA IMAGEM ULTRA-SÓNICA Feixe ultra-sónico Elevação (espessura da zona diagnosticada) INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 65 IMAGEM MÉDICA – EQUIPAMENTO (ECÓGRAFO) DETECÇÃO E PROCESSAMENTO DO SINAL DE ECO Os ecos recebidos são processados pelo sistema tendo em atenção os seguintes passos: AMPLIFICAÇÃO 1. PRÉ-AMPLIFICAÇAO Ocorre em diversos estágios ¾ Os sinais de ecos são todos uniformemente préamplificados, imediatamente após a sua detecção pelo transdutor (sonda). ¾ Um ganho controlável pelo operador é também disponibilizado. 2. GANHO FUNÇÃO DA PROFUNDIDADE Compensar os efeitos da atenuação dos ecos mais fortemente atenuados) são objecto de um maior ganho de que os ecos que têm a sua origem próximo do transdutor. ¾ O efeito deste procedimento é o de permitir que estruturas com igual reflectividade possam ser visualizadas na imagem modo B, Amplitude dos ecos ¾ Os ecos provenientes de maiores profundidades (os quais são com o mesmo brilho, independentemente da sua profundidade. profundidade INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 66 IMAGEM MÉDICA – EQUIPAMENTO (ECÓGRAFO) DETECÇÃO E PROCESSAMENTO DO SINAL DE ECO 2. GANHO FUNÇÃO DA PROFUNDIDADE depth-gain compensation (DGC), Designações atribuídas a este ganho swept gain time-gain compensation (TGC). Maiores distâncias significam ecos mais fracos, os quais necessitam maior amplificação INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 67 IMAGEM MÉDICA – EQUIPAMENTO (ECÓGRAFO) DETECÇÃO E PROCESSAMENTO DO SINAL DE ECO 2. GANHO FUNÇÃO DA PROFUNDIDADE Funcionalidade do equipamento Sem TGC Com TGC INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 68 IMAGEM MÉDICA – EQUIPAMENTO (ECÓGRAFO) DETECÇÃO E PROCESSAMENTO DO SINAL DE ECO GAMA DINÂMICA ¾ Refere-se à relação entre os níveis de sinal de maior e de menor amplitude, verificados ao longo do processamento. ¾ A gama dinâmica total dos sinais de eco detectados pode ser superior a 150 dB. ¾ A gama de sinais resultante da amplificação dependente da profundidade, pode ainda ser de 50-60 dB ou superior. ¾ Esta gama de sinais é demasiado grande para poder ser representada de modo adequado num display electrónico de 8 bits, pelo que a gama dinâmica tem de ser reduzida. reduz o ganho para os sinais de mais elevada ¾ Compressão da gama dinâmica amplitude e aumenta o ganho dos sinais de menor amplitude, reduzindo assim a gama dinâmica. OUTROS PROCESSAMENTOS 9 Desmodulação dos sinais de modo a remover as oscilações verificadas na frequência. 9 Rejeição de sinais de muito baixa amplitude afim de reduzir o ruído na imagem. INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 69 IMAGEM MÉDICA – EQUIPAMENTO (ECÓGRAFO) TISSUE HARMONIC IMAGING (THI) ¾ Inovação recente, mas indispensável na maioria dos exames ecográficos. ¾ O termo “harmónico” refere-se a frequências que são múltiplos inteiros da frequência do pulso transmitido (frequência fundamental ou primeiro harmónico). O segundo harmónico tem uma frequência duas vezes a frequência fundamental. ¾ As ondas ultra-sonoras propagam-se de um modo não-linear através dos tecidos. Evolução da distorção ao longo da profundidade onda sinusoidal perfeita profundidade onda com forte distorção ¾ A onda com distorção contém vários harmónicos de frequência (p.ex: 2º, 3º, 4º, etc.). ¾ A intensidade diminui à medida que a ordem do harmónico aumenta. ¾ As componentes harmónicas de mais elevada frequência sofrem maior grau de atenuação. ¾ Por estes motivos, THI é realizado usando o segundo harmónico de frequência. INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 70 IMAGEM MÉDICA – EQUIPAMENTO (ECÓGRAFO) TISSUE HARMONIC IMAGING (THI) ¾ Reduzida quantidade espectral (harmónicos) é produzida em estruturas próxima do transdutor (ver figura anterior). ¾ Assim, nos tecidos próximos da superfície, as imagens mostram uma boa rejeição de artefactos???? que surjam como resultado de reflexões múltiplas nesses tecidos. ¾ Para profundidades crescentes, os sinais harmónicos decrescem substancialmente em amplitude comparativamente ao sinal fundamental, devido à atenuação. ¾ THI é importante em pacientes com estruturas complicadas. ¾ Proporciona imagens com resolução lateral e resolução em elevação superiores às obtidas com a onda fundamental. THI Onda fundamental Imagem US de um quisto renal INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 71 IMAGEM MÉDICA – EQUIPAMENTO (ECÓGRAFO) ECOGRAFIA DE EFEITO DE DOPPLER OBJECTIVO ¾ Examinar os vasos sanguíneos arteriais e venosos (usando imagens dinâmicas do fluxo). ¾ Estas imagens têm diferentes aplicações como a monitorização dos batimentos cardíacos fetais, detecção de embolias, monitorização da pressão sanguínea, caracterização do fluxo sanguíneo e localização de oclusões em vasos sanguíneos. EFEITO DE DOPPLER 9 O efeito de Doppler consiste na alteração da frequência de ondas sonoras quando existe uma velocidade relativa entre a fonte e o receptor das ondas. 9 Considere-se que a fonte de ultra-sons está a mover-se na direcção do receptor com uma velocidade vs. 9 Após um intervalo de tempo t depois da criação de uma determinada frente de onda, a distância entre a frente de onda (receptor) e a fonte é de (v-vs)t, o que significa que o comprimento de onda dos ultra-soon na direcção do movimento é menor de que no sentido oposto. INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 72 IMAGEM MÉDICA – EQUIPAMENTO (ECÓGRAFO) EFEITO DE DOPPLER Fonte estacionária de frequência fs. Receptor O´ v vs fs O´´ v fs O v O O O´ Velocidade do som no meio Comprimento de onda no meio O´´ Fonte a aproximar-se do observador (receptor) Fonte a afastar-se do observador (receptor) f´ v O´ v fs v vs v vs fs f ´´ v O´´ v fs v vs Conclusão importante: Comprimento de onda e frequência variam. INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 73 IMAGEM MÉDICA – EQUIPAMENTO (ECÓGRAFO) EFEITO DE DOPPLER Determinação da velocidade de objectos baseada na variação da frequência. A frequência de doppler fd (fr-fo), é relacionada com a velocidade dos objectos, p.ex: RBCs (red blood cells), vb, através de, fd 2vb cos T fo v Extraindo a velocidade dos objectos, vb = v (fr - fo) / 2 focosT Frequência transmitida (fonte) Frequência recebida Ângulo entre o feixe ultrasónico e a direcção do fluxo do fluido. Velocidade do fluido. INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 74 IMAGEM MÉDICA – EQUIPAMENTO (ECÓGRAFO) EFEITO DE DOPPLER EXEMPLO Considere um sistema de doppler de 5 MHz (frequência transmitida), posicionado segundo um ângulo de 45º em relação ao eixo do fluxo do fluido. Determine a frequência de doppler (fd), quando a velocidade do sangue é 30 cm/s. PEDIDOS DADOS fo= 5x106 Hz T= 45º vb = 30 cm/s = 0.3 m/s. v = 1570 m/s (velocidade do som no sangue). fd 2vb cos T fo v • fd = 1.351kHz (audível) INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 75 IMAGEM MÉDICA – EQUIPAMENTO (ECÓGRAFO) DOPPLER PULSADO USO DOS SCANNERS ¾ Com os scanners, vários pulsos são transmitidos para detectar o movimento do sangue. ¾ Ecos provenientes de tecidos estacionários não variam de pulso para pulso. ¾ Ecos provenientes de difusores (scatters) exibem pequenas diferenças no tempo, quando regressam ao transdutor. ¾ Estas diferenças temporais podem ser extraídas considerando a simples diferença dos tempos, ¾ Ou, mais usualmente, em termos da diferença de fase a partir da qual a frequência de doppler é obtida. ¾ Processamento adicional, permite a visualização do fluxo (a cores) e a representação do sonograma doppler. fd 2vb cos T fo v Maior freq. Doppler é obtida se: - A velocidade aumentar, - O feixe tender a ser paralelo à direcção do fluxo, - For usada uma freq. mais elevada. INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 76 IMAGEM MÉDICA – EQUIPAMENTO (ECÓGRAFO) DOPPLER PULSADO FACTORES QUE AFECTAM A FREQUÊNCIA DE DOPPLER ÂNGULO DE INCIDÊNCIA; FREQUÊNCIA E VELOCIDADE DO FLUIDO. Fr eq 3 . 2 ângulo de incidência T Velocidade do fluxo 1 INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 77 IMAGEM MÉDICA – EQUIPAMENTO (ECÓGRAFO) DOPPLER PULSADO FACTORES QUE AFECTAM A FREQUÊNCIA DE DOPPLER O feixe (A) é mais alinhado de que (B) O ângulo feixe/fluxo em (C) é quase 90°, resulta um sinal de doppler muito pobre O fluxo em (D) afasta-se do feixe, resulta um sinal negativo. INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 78 IMAGEM MÉDICA – EQUIPAMENTO (ECÓGRAFO) DOPPLER PULSADO APLICAÇÕES ¾ O doppler pulsado é de grande utilidade no estudo do fluxo sanguíneo. ¾ A técnica permite uma medida com exactidão do fluxo sanguíneo num região específica do coração, com a detecção da direcção e velocidade. ¾ A medição (representação) é realizada considerando os tempos de recepção dos sinais de eco, permitindo visualizar os fluxos a profundidades especificas. ¾ A região onde as velocidades de fluxo são medidas é designada por “volume amostra”. ¾ Erros de exactidão na informação produzida, podem surgir se as velocidades excederem uma certa velocidade. ¾ A velocidade mais elevada que pode ser medida com exactidão é designada por limite de Nyquist. Vermelho – fluxo em direcção à sonda Azul – fluxo afastando-se da sonda INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 79 IMAGEM MÉDICA – EQUIPAMENTO (ECÓGRAFO) DOPPLER PULSADO • “ALIASING” A mais elevada frequência doppler (fd) que o instrumento pode medir é igual a metade do PRF (frequência de repetição do pulso) do instrumento. REDUÇÃO DO ALIASING Frequência do pulso Ângulo VELOCIDADE MÁXIMA vmax PRF PRF v 4 f 0 cos T INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 80 IMAGEM MÉDICA – EQUIPAMENTO (ECÓGRAFO) DOPPLER PULSADO VISUALIZAÇÃO (DISPLAY) ¾ A visualização dos dados do doppler consiste na variação da frequência de doppler em função do tempo. ¾ No processo de visualização é possível a regulação dos seguintes parâmetros: frequência, calibração, gama, e marcadores de tempo. CONTROLOS DO DOPPLER ¾ Os controlos usados durante a exame doppler dependem das especificações dos fabricantes. ¾ Controlos tipicamente incluídos: Comprimento/profundidade do volume amostra; correcção de ângulo; filtros e média espectral. IMAGENS A CORES DO FLUXO ¾ Imagem a Cores do Fluxo (CFI), é baseada na tecnologia doppler pulsado, onde múltiplos volume amostra de diferentes planos são detectados e visualizados utilizando mapeamento a cores para a direcção e velocidade do fluxo. ¾ Formatos de mapeamentos mais comuns: BART (Azul – afastamento; Vermelho – aproximação) ou RABT (Vermelho – Afastamento; Azul – Aproximação) INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 81 IMAGEM MÉDICA – EQUIPAMENTO (ECÓGRAFO) DOPPLER PULSADO VERSUS DOPPLER CONTÍNUO ONDA CONTÍNUA VANTAGENS DESVANTAGENS Medida exacta de velocidade elevadas de fluxos. Baixa resolução ONDA PULSADA VANTAGENS Elevada resolução: capacidade em medir velocidades em localizações específicas. DESVANTAGENS “Aliasing” de velocidades acima do limite de Nyquist ( Incapacidade para medir velocidades elevadas com exactidão. INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 82 IMAGEM MÉDICA – EQUIPAMENTO (ECÓGRAFO) DOPPLER PULSADO FLUXO NA ARTÉRIA UMBILICAL Dente-de-serra característico do fluxo arterial numa direcção e fluxo de sangue venoso contínuo noutra direcção. INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 83 IMAGEM MÉDICA – EQUIPAMENTO (ECÓGRAFO) DOPPLER PULSADO FLUXO CARDÍACO Útil no diagnóstico de muito pequenos “shunts” nas paredes do coração, regurgitação valvular e estenoses. Imagem B-Scan Doppler INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 84