INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS Licenciatura em Engenharia Biomédica da FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 1 INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 2 RESUMO • • • • • • • • • • • • • Introdução. Ultra-sons. Princípios Básicos. Propagação de ondas acústicas. Transdutores. Análise por Ultra-sons. Técnicas: “Pulso-eco” e “Modo transmissão”. Equipamento. Atenuação. Reflexão e Refracção. Aplicações. Representação dos resultados: A-scan; B-scan e C-scan. Sistemas de Imagem em aplicações clínicas: Imagens 2D; 3D e 4D. Doppler. Vantagens e Limitações. Aplicações de diagnóstico. Aplicações terapêuticas. INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 3 ULTRA-SONS – PRINCÍPIOS BÁSICOS • Ultra-sons: Ondas acústicas com frequências superiores às detectadas pelo ouvido humano. Sub-sons/Infra-sons Áudio frequências 20 Hz Ultra-sons 20 kHz Frequência • Ondas mecânicas constituídas por oscilações discretas de cada uma das partículas do meio. • Analogia clássica com o modelo da massa e da mola: ao afastar-se a massa do seu ponto de equilíbrio dá origem a uma oscilação. INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 4 ULTRA-SONS – PRINCÍPIOS BÁSICOS • Considerando o modelo bidimensional, quando as partículas são excitadas de um dos lados vai surgir uma oscilação harmónica com todas as partículas em fase. • Na prática, devido às ligações não serem rígidas, os planos supostamente de fase constante, sofrem um atraso, dando origem à chamada onda elástica. • Longe das fronteiras do material vamos ter 2 tipos de ondas: Ondas Longitudinais (Compressão) Ondas Transversais (Shear) INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 5 PROGAGAÇÃO DE ONDAS ACÚSTICAS • As ondas transversais só existem em meios com elasticidade transversal (sólidos). • Normalmente o valor da sua velocidade de propagação é cerca de metade do valor da velocidade de propagação da onda longitudinal (VL#2VT) Comprimento de Onda (O): Distância entre dois picos ou dois vales ou tempo que a fonte leva para executar uma vibração completa. Frequência (f) : Número de oscilações por segundo (Hz). Velocidade de Propagação da Onda (V): V=Of (m/s) INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 6 PROGAGAÇÃO DE ONDAS ACÚSTICAS Ondas longitudinais Oscilações na direcção da propagação da onda Movimento dos átomos D ª D Direcção da onda D INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 7 PROGAGAÇÃO DE ONDAS ACÚSTICAS Ondas Transversais Oscilações na direcção perpendicular à propagação da onda Movimento dos átomos D D ª Direcção da onda D INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 8 PROGAGAÇÃO DE ONDAS ACÚSTICAS • Simbologia e unidades mais frequentemente usadas na caracterização de ondas planas Símbolo Grandeza Unidade Símbolo Grandeza Unidade Z Veloc. Angular rad/s p(T) Pressão Pa f Frequência Hz V Relação de Poisson - O Comprimento de onda m E Módulo de Young N/m2 u Deslocamento das partículas m G Módulo transversal N/m2 V(C) Velocidade de propagação m/s Z Impedância acústica Ns/m3 v Velocidade das partículas m/s P Potência acústica W U Massa específica Kg/m3 J(I) Intensidade acústica W/m2 F Força N Pa N / m2 (1Pa 10 Pbar ) Ns / m 310 6 INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 1R 9 PROGAGAÇÃO DE ONDAS ACÚSTICAS Ondas planas p Pressão acústica U VZ u ZZ u [Pa ] • De uma forma geral a pressão acústica é a grandeza mais importante na caracterização do campo acústico, no entanto podemos ter também interesse no uso da intensidade acústica J 1 p2 2 Z 1 ZZ 2u [W / m 2 ] 2 • A intensidade é proporcional ao quadrado da amplitude da pressão acústica. A relação é aplicável tanto para ondas transversais como para longitudinais, bastando para cada caso usar a respectiva impedância acústica Z U V [R ] INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 10 PROGAGAÇÃO DE ONDAS ACÚSTICAS • As velocidades dependem de parâmetros físicos dos materiais. Podem ser definidas pelas seguintes expressões VL (1 V ) U (1 V )(1 2V ) E VT E 1 U 2(1 V ) Exemplos: Material VL(m/s) VT (m/s) Z (Rayl) Aço 5900 3230 45 Alumínio 6320 3130 17 Acrílico 2730 1430 3,2 Água 1483 - 1,5 Quartzo 5800 2200 15,2 INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 11 TRANSDUTORES Constituição: Sistema de inspecção UT “Pulser/ Receiver”, Transdutor(es) e dispositivo de visualização. ª Pulser / Receiver : Dispositivo Electrónico que produz o pulso eléctrico. ª Transdutor : Gera impulsos de alta frequência. - Converte energia eléctrica em vibrações mecânicas (som) e vice-versa. - O transdutor tem a capacidade funcionar como transmissor e receptor INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 12 TRANSDUTORES • Excitação do transdutor. Utilização de sinais eléctricos do tipo • SINUSOIDAL ( trem de sinusóides). • “SPIKE”. • IMPULSO. ª Transforma a energia eléctrica em vibrações mecânicas e transmite essas vibrações para o meio em que está inserido. • As ondas ultra-sónicas são introduzidas no material, propagam-se ao longo deste com velocidade constante. •Em interfaces (entre meios distintos) parte da energia da onda é reflectida e parte é transmitida. INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 13 TRANSDUTORES • A quantidade de energia reflectida ou transmitida pode ser detectada e providenciar informação acerca do tamanho do objecto reflector. • O tempo de propagação da onda pode ser medido, proporcionando informação acerca da distância percorrida. • Inspecção por ultra-sons: ª Método de inspecção muito versátil. ª As inspecções podem ser realizadas com recurso a diferentes técnicas. ª As técnicas de inspecção por ultra-sons são em geral divididas em três classificações primárias: – Pulso-eco e Modo-Transmissão. – Feixe Normal e Feixe Angular – Contacto e Imersão INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 14 TÉCNICA PULSO-ECO • O transdutor funciona como emissor e receptor. • As ondas ultra-sónicas são reflectidas na face oposta da peça e na descontinuidade na forma de ecos. • O tempo de propagação corresponde a duas vezes a espessura da peça. Pulso inicial Eco superfície oposta Eco fissura fissura 0 2 4 6 8 10 Objecto Display de equipamento UT INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 15 TÉCNICA PULSO-ECO • É enviado um pulso de curta duração. • O tempo de propagação ( ida e volta ) do pulso é medido. Pulso de emissão Amplitude A-scan A A ecos B C B C osciloscópio Tempo (profundidade) INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 16 TÉCNICA PULSO-ECO EXEMPLO INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 17 MODO-TRANSMISSÃO Transdutor emissor Peça a testar Ö Um transdutor funciona como emissor e o outro receptor. Ö As ondas ultrasónicas são recebidas na face oposta pelo receptor e reflectidas na descontinuidade. descontinuidade Ö O tempo de propagação corresponde à espessura da peça. Transdutor receptor INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 18 MODO TRANSMISSÃO 11 T R T R 2 Ultra-sons parcialmente bloqueados 11 2 0 2 4 6 8 10 Redução da amplitude do sinal recebido INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 19 ATENUAÇÃO Os ultra-sons sofrem dispersão e absorção ao propagarem-se num dado meio: ª Redução da intensidade do sinal é designada por atenuação ª A variação na intensidade é proporcional à distância ª D = coeficiente de atenuação Î depende do material I I o e -D x ª Io é a intensidade inicial Io Intensidade • D c de re e nt e sc Distância INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 20 ATENUAÇÃO ª Rearranjando a equação anterior vem: ª Aplicando logaritmos naturais D § 1 · § I0 · ¨ ¸ ln¨ ¸ Np/m ©x¹ © I ¹ § I · ln¨¨ ¸¸ © Io ¹ I Io e D x D x 1 Np = 8.686 dB INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 21 ATENUAÇÃO • Atenuação em função da frequência Pu lm õe s o m e H 1.0 0.1 1.0 na i ob l g ág ba 10 ua e pel ço 100 air Attenuation Coefficient (dBm-1) 1000 10 Frequency (MHz) 100 1000 INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 22 ATENUAÇÃO • Mecanismos de atenuação: – Absorção (dissipação de calor) – Dispersão (“scattering”) • depende da relação entre o tamanho da partícula (a) e o comprimento de onda (O) Escala de Interacção a >> O Dispersão geométrica a~O Dispersão Estocástica a << O Dispersão Rayleigh Dependência da frequência f 0=1 (não há dependência) f2 f 4 Tipo de dispersão Forte Moderada Fraca Exemplos Diafragma, artérias, tecidos moles, ossos,quistos Predominante,na maior parte das estruturas Sangue INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 23 REFLEXÃO E REFRACÇÃO • A presença de defeitos ou outras anomalias em materiais pode ser detectada através de variações de impedância acústica. Z = U V (Ns/m3) • Numa interface entre materiais diferentes existe sempre uma onda reflectida e uma onda transmitida. Os coeficientes de reflexão e transmissão em termos de pressão acústica são dados por R Z 2 Z1 Z1 Z 2 T 2Z 2 Z1 Z 2 • Para minimizar reflexão, as impedâncias dos meios devem ser o mais próximas possível. INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 24 REFLEXÃO E REFRACÇÃO Exemplo: Transmissão de uma onda plana do aço (Z1=45 Rayl) para a água (Z2=1,5 Rayl) R 1,5 45 1,5 45 0,935 (a) T 2 u 1,5 1,5 45 0,065 Se a transmissão for da água para o aço (b): R=0,935 pi pr pt T=1,935 O facto da pressão acústica no meio 2, para o caso (b), exceder a pressão da onda incidente não contraria o principio da conservação de energia na interface, pois a intensidade de energia depende do quadrado da pressão, mas também é inversamente proporcional à impedância acústica. INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 25 REFLEXÃO E REFRACÇÃO Coeficientes de reflexão e transmissão em termos de intensidade acústica R ( Z 2 Z1 ) 2 ( Z1 Z 2 ) 2 T 4 Z1 Z 2 ( Z1 Z 2 ) 2 Pode provar-se a validade das expressões R e T, tanto em termos de pressão como em termos intensidade de potência acústica Pressão Tem de existir continuidade na interface: Intensidade acústica Tem de existir conservação de energia: pi+pr=pt Ji=Jr+Jt INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 26 REFLEXÃO E REFRACÇÃO Incidência obliqua • Reflexão e refracção dos ultra-sons de modo semelhante à luz. Î Num interface plano entre dois meios de propagação: ª Parte do feixe é reflectida e o restante é transmitido. ª As leis de reflexão e refracção mantêm-se. Lei de Snell Meio 1 Ti T r Velocidade no meio 1= v1 Velocidade no meio 2= v2 Meio 2 Tt Ti sin T i sin T t Tr V1 V2 Neste caso o cálculo da pressão acústica é bem mais complexo INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 27 RESPOSTA EM FREQUÊNCIA DE TRANSDUTORES Os transdutores comerciais normalmente vêm acompanhados por especificações tais como: frequência central, curva de resposta em frequência, diâmetro do cristal, etc. Coeficiente de amortecimento Aspecto típico da resposta de 2 transdutores: a) Baixo amortecimento, amplitude elevada, elevado Q e banda estreita. b) Elevado amortecimento, amplitude baixa, baixo Q e banda larga. Factor de qualidade Largura de banda Q f0 f 2 f1 B=f2 – f1 f1 f2 f1 e f2: frequências a -3 dB f0: frequência central INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 28 CAMPO ACÚSTICO DE UM TRANSDUTOR Na banda áudio, as dimensões das fontes são normalmente muito menores do que os comprimentos de onda. Para os transdutores ultra-sónicos essas dimensões são muito maiores que o comprimento de onda, dando origem a 2 zonas distintas do campo acústico: Campo próximo Campo distante Campo próximo: Muitas interferências de várias ondas com fases diferentes N D 2 O2 D 2 # 4O 4O D – Diâmetro da fonte Campo distante: É divergente com um ângulo dado por senT 1,22 O D INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 29 CAMPO ACÚSTICO DE UM TRANSDUTOR Campo próximo Campo distante Pressão acústica ao longo do eixo do transdutor p D 1 2 p0 sen( kz 1 ( ) 2 1) 2 2z Expressão aproximada: p p0 SN z z – Distância ao transdutor D - Diâmetro k – nº de onda (= 2S / O) (argumento do seno em Radianos) (onda esférica) INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 30 INSPECÇÃO ULTRA-SÓNICA - TÉCNICAS INCIDÊNCIA NORMAL E INCIDÊNCIA ANGULAR A escolha entre inspecção por incidência normal e inspecção por incidência angular, depende em geral de duas considerações: ¾ Da orientação do objecto de interesse a inspeccionar – o feixe deve ser dirigido de modo a produzir a maior reflexão a partir do objecto. ¾ Eventuais obstruções existentes na superfície da peça a inspeccionar. INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 32 INSPECÇÃO ULTRA-SÓNICA - TÉCNICAS CONTACTO VERSUS IMERSÃO • Para máxima transferência de energia, o ar existente entre o transdutor e o material a inspeccionar tem de ser removido. Acoplamento. • Em inspecção por contacto, (mostrado em slides anteriores) é usado um acoplante tais como a água, óleo ou gel que é aplicado entre o transdutor e o meio a inspeccionar. • Em inspecção por imersão, o material e o transdutor são colocados num banho de água. Esta configuração, permite deslocar o transdutor sobre a peça objecto de inspecção, mantendo sempre um acoplamento consistente. • No teste por imersão, surge um eco adicional proveniente da superfície frontal da peça. 1 2 IP FWE 1 IP 2 FWE IP = Pulso Emissão FWE = Eco Frontal BWE BWE DE DE = Eco do Defeito BWE = Eco de Fundo Defeito 0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10 INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 33 INSPECÇÃO ULTRA-SÓNICA - TÉCNICAS APLICAÇÕES Caracterização de materiais e estruturas: ª Detecção e caracterização de defeitos: fissuras, inclusões, porosidade, etc. ª Avaliação de erosão e corrosão medição de espessuras (A-SCAN). ª Caracterização da microestrutura (estimação do tamanho de grão em metais). ª Inspecção da integridade de ligações em componentes soldados ou colados. ª Estimação da integridade de compósitos (delaminações após impacto) e plásticos (C-SCAN) Medicina: ª Tratamentos Î Fisioterapia ª diagnóstico de doenças Î realização de imagens (B-SCAN) (ecografias) INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 34 INSPECÇÃO ULTRA-SÓNICA - TÉCNICAS Objecto fissura Amplitude do sinal Representação A-scan: visualização da amplitude do sinal ultra-sónico recebido pelo transdutor em função do tempo. O tamanho da descontinuidade (ou defeito) pode ser estimado comparando a amplitude do sinal recebido com um de referência (reflector). A profundidade da descontinuidade pode ser determinada medindo o tempo de propagação do eco (posição do sinal no varrimento horizontal). Amplitude do sinal REPRESENTAÇÃO A-SCAN Time Tempo INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 35 INSPECÇÃO ULTRA-SÓNICA - TÉCNICAS REPRESENTAÇÃO B-SCAN (TRANSDUTORES MULTI-ELEMENTO) • Uma das características fundamentais dos agregados lineares é a possibilidade de permitirem a focalização do feixe ultra-sónico num ponto especifico através da aplicação a cada um dos elementos do agregado sinais com atrasos devidamente calculados. • Se for associado à focalização um varrimento sectorial podemos obter uma imagem tipo B-scan. • Este processo de focalização e inclinação do feixe é chamado beamforming. Pulso eléctrico Atrasos variáveis D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 D8 D9 “Array” de transdutores Frente de onda focalizada INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 36 INSPECÇÃO ULTRA-SÓNICA - TÉCNICAS REPRESENTAÇÃO B-SCAN (TRANSDUTORES MULTI-ELEMENTO) Sistema de atrasos e soma de sinais ultra-sónicos usado no beamforming de agregados lineares. Diagrama de blocos de um sistema de imagiologia ultra-sónica baseado num agregado linear. INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 37 INSPECÇÃO ULTRA-SÓNICA - TÉCNICAS REPRESENTAÇÃO B-SCAN (TRANSDUTORES MULTI-ELEMENTO) • Usando um transdutor multi-elemento, pode ser formada uma imagem 2-D designada por imagem modo B Sistema de imagem B-Scan Transducer array X X Y Y Computer display INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 38 INSPECÇÃO ULTRA-SÓNICA - TÉCNICAS REPRESENTAÇÃO B-SCAN (EXEMPLO) Imagem cardíaca – quatro cavidades INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 39 INSPECÇÃO ULTRA-SÓNICA - TÉCNICAS REPRESENTAÇÃO C-SCAN (AMPLITUDE E TIME-OF-FLIGHT (TOF)) ª A representação C-scan: visualização de uma secção da peça perpendicular ao feixe ultra-sónico. ª As representações (imagens) C-scan são produzidas com recurso a um sistema automático de aquisição de dados: varrimento por imersão. ª O uso do A-scan em associação com o C-scan é necessário quando se pretenda conhecer a profundidade. Sistema Three-axes system com 3 eixos Tanque Water com tank água INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 40 INSPECÇÃO ULTRA-SÓNICA - TÉCNICAS REPRESENTAÇÃO C-SCAN (AMPLITUDE E TOF) Exemplo: Imagens C-Scan: Compósitos Laminados sujeitos a Impacto Sequência das camadas: A) (0,90,0,90)2s; B) (0,90)8 (i) impacto de 1,5 J; (ii) impacto de 2 J;(iii) impacto de 2,5 J (iv) impacto de 3 J A B (i) (ii) (iii) (iv) INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 41 INSPECÇÃO ULTRA-SÓNICA - TÉCNICAS VANTAGENS • A profundidade de penetração, para a detecção ou quantificação de defeitos é superior a outros métodos. • É necessário ter, apenas, acesso a um dos lados quando é usada a técnica pulso-eco. • Elevada exactidão na determinação da posição dos defeitos bem como na estimação do seu tamanho e forma. • Requerem um preparação mínima das peças a inspeccionar. • Os equipamentos electrónicos disponíveis proporcionam resultados praticamente instantâneos. • Podem ser produzidas imagens detalhadas com sistemas automáticos. • Proporciona, também, a medição de espessuras. INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 42 INSPECÇÃO ULTRA-SÓNICA - TÉCNICAS LIMITAÇÕES • As superfícies têm de estar acessíveis para a transmissão dos ultra-sons. • Normalmente requer um meio de acoplamento para promover a transferência de energia para o meio em inspecção. • Meios que sejam irregulares na sua forma, demasiado pequenos, excepcionalmente finos e muito heterogéneos são difíceis de inspeccionar. • Meios com estruturas de grão grosseiras são difíceis de inspeccionar devido à limitada propagação e elevado ruído no sinal. • Fissuras orientadas paralelamente à propagação do feixe, podem não ser detectadas. • Padrões são necessários para a calibração dos equipamentos e eventualmente para a caracterização dos defeitos. INSTRUMENTAÇÃO PARA IMAGIOLOGIA MÉDICA – TÉCNICAS DE IMAGEM POR ULTRA-SONS 43