cd6951f5d06 - Ipiranga Educacional

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Aluna: Polyanna de Sousa Farias
Turma: TNEC07
Curso: Estética e Cosmética
FERREIRA, Adriana da S. Martins. LAURETTI, Gabriela Rocha. Massoterapia como
Técnica Adjuvante no Controle da dor em Pacientes Oncológicos sob Cuidados
Paliativos. São Paulo, 2007. Pág., 161.
Uma das formas mais antigas no controle da dor destaca-se a massoterapia. Há
registros no 2º século a.C na China e logo após na Índia e Egito. Foi definido por
Hipócrates em 400 a. C como a “Arte de Esfregar”.
A massoterapia foi introduzida nos EUA na metade do século XIX e muito
utilizada por médicos entre 1880 e 1910. Apesar de seu declínio na década de 40, ela
ressurge em 1970 e hoje é uma das formas mais aceitáveis de terapia complementar,
inclusive porque pode ser associada ao tratamento convencional de pacientes com
câncer. Houve crescimento destas terapias em centros de câncer e unidades de cuidados
paliativos.
Estima-se em 108 hospitais no Reino Unido, dentre estes 68% aplicavam
aromaterapia e 70% massoterapia. Em novembro de 1991, o Hospital de Oncologia
Hammersmith acrescentou a massagem no programa de cuidados oncológicos. Em
2000, 26% dos 253 pacientes adultos do Anderson Câncer Center relataram que
usufruíram da massoterapia para o controle da dor. No ano seguinte (2001), 20% dos
100 pacientes também receberam massoterapia. Além dos 6% de 50 pacientes em
tratamento de radioterapia por câncer de próstata. Em 2004, 60% dos 169 hospitais
oferecem o serviço de massoterapia aos pacientes.
Vejo de forma muito positiva as estatísticas apresentadas pelas autoras, da
crescente incidência da massoterapia como terapia complementar ao tratamento
convencional nestes hospitais. Pois é surpreendente e animador ver os benefícios destas
pessoas tratadas com a massagem. A massagem traz o alívio, o bem estar, melhora do
humor e consequentemente faz o organismo reagir melhor aos tratamentos agressivos
contra o câncer.
As técnicas de massagem são várias, por isso o profissional deve ser capacitado
para saber aplicar as melhores técnicas no paciente neoplásico. A mais comum é a
massagem sueca; que utiliza toques longos e superficiais nos músculos para aliviar a
tensão muscular. A massagem profunda é realizada com toques lentos e pressão
profunda, já a massagem esportiva combina massagem sueca com a profunda. A
massagem neuromuscular em tecido profundo alivia pontos gatilho. Na técnica de
vibração a massagem é realizada com movimentos trêmulos. A Tapotagem é aplicada
com as mãos em concha no músculo deste paciente. E a massagem superficial, como o
próprio nome já diz se realiza com as mãos espalmadas.
Concordo com as autoras quando dizem que os profissionais devem ser
capacitados para aplicar esta massagem aos pacientes com neoplasia, visto que estão
com sua saúde comprometida, por isso são pacientes mais que especiais, e jamais
devem passar por profissionais negligentes e sim por massoterapeutas especialistas no
assunto. Além do que é fundamental o massoterapeuta estar em contato direto com o
médico que está cuidando do caso do paciente em questão.
Os efeitos da massoterapia são diversos e podemos citar: aumento da circulação
sanguínea, estímulo à drenagem venosa, ao metabolismo no tecido muscular e a
elasticidade. Durante a massagem suave os vasos sanguíneos se dilatam e há aumento
do fluxo sanguíneo, dos componentes fibrinolíticos no sangue com redução do edema e
de espasmos musculares. Há redução da inflamação do músculo após exercícios,
prevenção de atrofias, alívio da dor por um curto período e relaxamento. Com a
massagem profunda os efeitos são: aumento do volume cardíaco, elevação do soro
glutâmico transaminase oxalacético, da mioglobina, creatinina, concentrações de
desidrose lática, melhora do fluxo linfático, melhora da mobilidade dos ligamentos,
tendões e músculos, além da prevenção a adesão cicatricial e alívio da dor.
Comprovou-se que no tratamento de câncer a massagem traz efeitos benéficos
do estado físico e psicológico que comumente são afetados em pacientes em estágio
terminal, com o alivio da dor, há liberação da endorfina, redução da ansiedade e tensão
muscular.
Este parágrafo apenas confirma que o bem estar gerado pela massagem reflete
de maneira significativa em seu estado físico e emocional, vou mais além a dizer que
diante das dificuldades que muitos enfrentam não só na quimioterapia e radioterapia,
mas no afastamento de alguns amigos e familiares por pensarem erroneamente que a
doença pode ser contagiosa ou por não saberem lidar com suas emoções. Através de
manobras da massoterapia como as lentas e superficiais, o toque representa o carinho,
que automaticamente gera um bem-estar e segurança. Lembra-nos quando éramos
crianças e por alguma razão ficávamos amedrontados e inseguros, então corríamos para
o colo de nossas mães, sentíamos o calor de seu contato e de suas mãos nos
acarinhando, nos passando confiança, segurança e alívio.
Dos 1290 pacientes com neoplasia, 50% deles obtiveram redução da dor. Em
outro estudo, 230 pacientes com dor neoplásica foram submetidos à massoterapia e
estes apresentaram menor fadiga muscular, melhor respiração e circulação, menor
ansiedade e depressão, além da redução do consumo de analgésicos.
São poucos os efeitos adversos e contraindicações com o uso da massoterapia.
Sendo apenas contraindicado a pessoas com queda de pressão sanguínea e com
tendência a espalhar substancias prejudiciais no organismo. Por isso que nas doenças
malignas são contraindicadas devido ao risco maior de expansão de células neoplásicas
induzirem metástases.
Ao contrário do que ocorre com pacientes em estágio terminal, onde o risco de
metástases é insignificante, sendo mais interessante a melhora fisiológica e psicológica
a este paciente que precisa de um pouco de qualidade de vida.
Como Massoterapeuta, é óbvio que eu indicaria a massagem como um
complemento importante no tratamento do câncer. O paciente de câncer não precisa de
piedade, mas sim de toque, carinho, compreensão e relacionamentos verdadeiros e de
amizades principalmente.
Por isso acho importante o estudo contínuo sobre os efeitos desta massagem
neste tipo de paciente e o incentivo desta cultura nos hospitais brasileiros.
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