exportações do setor agroalimentar no sul do brasil

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A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO
DE 9 A 12 DE OUTUBRO
EXPORTAÇÕES DO SETOR AGROALIMENTAR NO SUL DO BRASIL
PANORAMA ATUAL
ADRIANO COSTA LACERDA1
Resumo
O artigo traz uma leitura preliminar quanto às exportações da indústria agroalimentar da
região Sul do Brasil, identificando os principais produtos presentes na pauta exportadora, à relevância
das agroindústrias presentes na região e sua participação no processamento de bens intermediários
e bens finais, retratando a diferença entre commodities brutas e processadas. A partir destes dados
busca-se uma síntese sobre o debate quanto às questões de reprimarização e desindustrialização,
temas que permeiam o desenvolvimento da agroindústria.
Palavras-chave: Indústria agroalimentar; Exportações; Reprimarização
Abstract
The article offers a preliminary reading about the exports of agri-food industry of southern
Brazil, identifying key products present in the exports, the importance of agro-industries in the region
and their participation in the processing of intermediate products and end products, depicting the
difference between raw and processed commodities. From these data we seek to a summary of the
debate on the issues of reprimarization and deindustrialization, themes that permeate the
development of agribusiness.
Key-words: Agri-Food industry; Exports; Reprimarization
1 – Introdução
O agronegócio no Brasil vem ganhando cada vez mais espaço na
pauta exportadora, a participação, sobretudo das commodities processadas2, ligados
à indústria agroalimentar, possui cada vez mais peso relevante na balança comercial
brasileira. As exportações do agronegócio em 2014 foram de U$ 96,75 bilhões
(Ministério da Agricultura) totalizando 42,98% do total das exportações nacionais. O
PIB, a preços reais, do agronegócio foi de R$ 1.178,87 milhões (CEPEA), atingindo
1
- Acadêmico do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual do Oeste do
Paraná. E-mail de contato: [email protected]
2
“As commodities processadas são aquelas que contam com algum grau de processamento
industrial, destinadas ao consumidor final ou para o uso em outros segmentos industriais. Exemplos
de commodities processada de origem agrícola e mineral: arroz beneficiado, farelos em geral, óleo de
soja, açúcar, fios de algodão, carnes em geral, madeira celulose, suco de laranja concentrado e
congelado, produtos de refino do petróleo, alumínio e etc.” (NAKAHODO; JANK, 2006, p. 4)
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21,5% do PIB nacional que foi de R$ 5.521,30 milhões para o mesmo ano (IBGE). O
agronegócio vem apresentando expressivo crescimento quanto à sua receita nas
exportações, confirmando-se como setor interno mais dinâmico da economia
nacional no período atual, impulsionado tanto pela ampliação da renda e do
consumo no mercado interno, sobretudo na última década, quanto pela sua
presença no mercado externo, onde encontra na Ásia seu principal destino para as
exportações, região que concentrou US$ 39,3 bilhões das exportações no ano de
2014 (DEAGRO/FIESP).
Embora o dinamismo deste setor ainda seja analisado através do conceito de
que a agroindústria compreende: produção, processamento e distribuição com
impactos sobre diferentes setores da economia (Davis; Goldberg, 1957), devemos
levar em consideração que:
[...]
as
cadeias
de
produção
dos
agronegócios
no
capitalismo
contemporâneo na sua face de financeirização da riqueza configuram-se
com concepções muito mais amplas e multifacetadas que aquela
visualizada na estrutura técnico produtiva, onde somente são três
segmentos ligados aos produtos mais visíveis (Gonçalves, p.16, 2005).
Em compasso com a realidade atual do agronegócio, a região Sul do Brasil
apresenta uma estrutura produtiva, contemplada por grandes grupos agroindustriais,
ligados principalmente ao complexo da soja e da carne e que atuam, sobretudo, no
processamento de gêneros agroalimentares. Estes complexos agroindustriais
compõem tanto o processamento de bens intermediários, quanto o processamento
de bens finais, onde a agregação de valor e a diversificação ampliam os ganhos de
capital. Estes grupos representaram no ano de 2014 as principais empresas
exportadoras do Sul do Brasil, respondendo por grande parte do trabalho e da renda
empregado no agronegócio da região.
Diante do exposto, o artigo pretende analisar de forma preliminar o cenário
atual da indústria agroalimentar da região Sul do Brasil, no que tange a sua
produção voltada ao mercado externo, utilizando-se dos dados sobre exportações
fornecidas pelo Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, dando
ênfase para os complexos de soja e carne, os quais trazem em si questões que
permitem analisar o nível de participação do setor agroalimentar nas exportações,
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representado pela presença das commodities processadas na pauta exportadora.
Este trabalho traz uma breve introdução ao debate sobre as teses quanto ao
processo de reprimarização das exportações e desindustrialização, associado
frequentemente ao aumento das exportações de determinada “cesta” de produtos,
tratadas como commodities sem distinção entre brutas ou processadas e que na
maioria das vezes tende a reprimarizar os dados absolutos.
2 – Desenvolvimento
As exportações do agronegócio nas últimas duas décadas cresceram
aproximadamente cinco vezes, passando de US$ 19.105 milhões no ano de 1994
para US$ 96.748 milhões, entretanto a participação obteve ganhos em vendas, mas
com queda no volume exportado (Tabela 01). Os números do agronegócio foram,
por certo, influenciados por diferentes fatores, se, no polo interno ouve uma
transformação no complexo rural a caminho de uma agroindustrialização
(Gonçalves, 2005) com diferentes políticas públicas de incentivo a produção,
iniciadas a partir do ultimo quartel do século XX, no polo externo ocorreram
mudanças conjunturais3 permitindo a ampliação das vendas para diferentes regiões
ao longo deste período, a exemplo dos mercados asiático e europeu.
3
Embora a agroindústria possua ao longo de sua história diferentes fatores contribuindo para seu
desenvolvimento, “Um exemplo bastante ilustrativo é a carne bovina, cujas exportações em valor
cresceram 22,6% ao ano na última década. Sem dúvida, uma das explicações para este desempenho
foram os investimentos em tecnologia tropical (cruzamentos industriais, melhoria das pastagens,
manejo zootécnico, confinamentos, etc...), que ampliaram consideravelmente as taxas de desfrute do
rebanho brasileiro. Porém, há um segundo fator que explica a excepcional dinâmica exportadora
deste setor: as sucessivas crises de aftosa e vaca louca (BSE) na Europa e na América do Norte, que
afastaram concorrentes importantes do Brasil. Os EUA e o Canadá reduziram consideravelmente as
suas exportações depois da crise da vaca louca, ao mesmo tempo em que a Europa viu o seu setor
pecuário reduzir-se de forma considerável, tornando-se cada vez mais dependente de carnes
importadas. Entre 1996 e 2005, o volume de carne bovina exportada pelo Brasil cresce 31% ao ano,
ante um crescimento médio anual de 3% (ou seja, o crescimento das exportações brasileiras de
carne bovina é dez vezes superior ao da média mundial). O mesmo diferencial praticamente se
repete no período de 2001 a 2005. Na carne de frango, EUA e China reduzem consideravelmente a
sua oferta exportadora em função do crescimento da demanda doméstica, e a UE estabiliza a sua
presença no mercado, abrindo espaço para o crescimento do Brasil. De 1996 a 2005, os volumes
exportados pelo Brasil crescem 21,5% ao ano, ante apenas 5,5% da média mundial. O mesmo
diferencial se repete no período de 2001 a 2005. Na soja, houve uma enorme expansão da oferta do
Cone Sul por conta da demanda asiática (entre 1996 e 2005, as vendas do Brasil em quantidade
crescem mais do que o dobro do mundo.”(Nakahodo; Jank, 2006, p.7)
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Tabela 01 – Balança comercial brasileira e balança comercial do agronegócio:
1994 a 2014
Exportações
Ano
Total Brasil (A)
Agronegócio (B)
Part.% (B/A)
1994
43,545
19,105
43,87
1995
46,506
20,871
44,88
1996
47,747
21,145
44,29
1997
52,994
23,376
44,11
1998
51,140
21,555
42,15
1999
48,013
20,501
42,70
2000
55,119
20,605
37,38
2001
58,287
23,866
40,95
2002
60,439
24,846
41,11
2003
73,203
30,653
41,87
2004
96,677
39,035
40,38
2005
118,529
43,623
36,80
2006
137,807
49,471
35,90
2007
160,649
58,431
36,37
2008
197,942
71,837
36,29
2009
152,995
64,786
42,34
2010
201,915
76,442
37,86
2011
256,040
94,968
37,09
2012
242,578
95,814
39,50
2013
242,179
99,968
41,28
2014
225,101
96,748
42,98
Valores em US$ Bilhões
Tabela 01 – Balança comercial brasileira e balança comercial do agronegócio: 1994 a 2014
Fonte: AgroStat Brasil a partir de dados da SECEX/MDIC – Acessado em Junho de 2015
Elaboração: CGOE / DPI / SRI / MAPA – Organização dados: Autor
Com o desenvolvimento das exportações, desenvolve-se ainda mais, uma
ampla cadeia de relações, onde a participação relevante dos setores como indústria
e serviços aceleram as transformações da estrutura agrária e sua consequente
modernização.
A Tabela 02 apresenta a participação dos seguimentos “mais visíveis”
presentes no PIB do agronegócio, confirmando assim a integração de sua cadeia
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produtiva e expressando um equilíbrio entre a participação da indústria, com
aproximadamente 30% no processamento dos bens primários e o setor de serviços,
representados sobre tudo pela distribuição, apresentando índices semelhantes ao
primeiro, relação que mantem um complexo fluxo de produção-consumo (Gonçalves,
2005) e que permitiria ir ao encontro dá própria ideia de que a produção de
commodities caracteriza-se como uma atividade industrial (Nakahodo; Jank, 2006).
Tabela 02 - Participação percentual de cada Segmento no PIB do Agronegócio - 1994 a 2013
Agronegócio
Ano
Insumo
Agropecuária
Indústria
Distribuição
1994
8,92
23,94
33,58
33,56
1995
8,40
23,49
35,01
32,76
1996
8,63
23,31
34,02
34,04
1997
8,58
23,18
34,52
33,71
1998
9,04
24,49
32,51
33,96
1999
9,65
24,02
32,79
33,55
2000
9,63
23,79
33,09
33,19
2001
10,15
24,45
32,28
33,11
2002
10,70
25,15
31,39
32,76
2003
11,30
26,40
30,31
31,99
2004
11,17
25,52
31,05
32,26
2005
10,52
24,16
32,61
32,71
2006
10,20
23,53
33,37
32,90
2007
10,68
24,47
32,28
32,57
2008
11,64
25,97
30,66
31,73
2009
11,01
25,47
31,28
32,25
2010
10,73
26,27
31,02
31,99
2011
11,48
27,99
29,03
31,51
2012
11,78
28,02
28,71
31,49
2013
11,71
29,04
28,09
31,17
Valores percentuais
Tabela 01 – Participação Percentual de cada Segmento no PIB do Agronegócio - 1994 a 2013
Fonte: CEPEA/USP – CNA. Disponível em: www.cepea.esalq.com.br. Acessado em Junho de 2015.
Organização dados: Autor
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Estes dados refletem o perfil dos produtos exportados pela agroindústria da
região Sul do Brasil, onde os complexos da carne e da soja expressam uma ampla
cadeia produtiva regional e são representados por grupos como BRF S/A, Bunge
Alimentos S/A. e Cargill Agrícola, compostos por diferentes unidades de
processamento, distribuidas nos Estados analisados.
Assim, Conforme DICKEN
(2010), “a produção orientada pela demanda global exige altos investimentos de
capital [...]”, fazendo com que a estrutura produtiva seja mais complexa que aquela
exigida pelas commodities brutas, assim a produção agroalimentar no sul do Brasil
possui circuitos produtivos, tanto de cultivo e criação quanto aqueles de base
industrial, pautado em “processos de produção especializados e padronizados,
respondendo a padrões econômicos de eficiência e competitividade” (p. 379).
Segundo o ranking das empresas exportadoras da região Sul (Tabela 03),
apresentado pelo Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, entre
as dez primeiras colocadas no ano de 2014, oito destas pertencem ao setor
agroindustrial e atuam com exportação de gêneros agroalimentares ou commodities
processadas. A soma do percentual de participação destas empresas alcança
24,60% da receita total com exportações das principais empresas da região Sul.
Tabela 03 - Principais empresas exportadoras da região Sul do Brasil - 2014
Total da Área
Ordem
Total das principais empresas
1 BRF S.A.
2 BUNGE ALIMENTOS S/A
3 BRASKEM S/A
4 CARGILL AGRICOLA S/A
5 SEARA ALIMENTOS LTDA
6 NIDERA SEMENTES LTDA.
7 LOUIS DREYFUS COMMODITIES BRASIL S.A.
8 PETROBRAS S/A
BRASILEIRO
9 O
BIANCHINI
SA S/A PETROBRAS
10 C.AGROPECUARIA MOURAOENSE LTDA.
US$ F.O.B
44.015.044.217
25.890.602.211
2.862.136.166
2.754.801.560
1.712.988.828
1.436.041.486
1.170.875.869
1.133.419.524
1.032.153.542
879.165.294
824.360.065
766.054.276
Part%
100,00
58,82
6,50
6,26
3,89
3,26
2,66
2,58
2,35
2,00
1,87
1,74
Tabela 03 – Principais empresas exportadoras da região Sul do Brasil: 2014
Fonte: SECEX/MDIC – Disponível em: www.http://www.desenvolvimento.gov.br/ Acessado em Junho
de 2015. Organizado pelo autor
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Diante do grupo de empresas expostos, onde somente duas empresas não
pertencem ao setor4, a pauta exportadora da região Sul não poderia estar composta
de forma diferente. Ao analisar os dados sobre a região observa-se que os principais
produtos exportados concentram-se no complexo da soja, representando US$
11.666 bilhões seguidos pelo complexo da carne com US$ 7.711 bilhões, conforme
Tabela 04.
Tabela 04 - Principais Produtos Agroindustriais Exportados – Região Sul
2014 (Jan/Dez)
Produtos
Valor US$ F.O.B
Trigo
100%
99.853
0,48%
Soja - Farelos e Farinhas
210.385
1,02%
Outras carnes de aves
218.087
1,06%
Carne Bovina
281.713
1,37%
Arroz
308.668
1,50%
Outras carnes
708.676
3,44%
Soja - Óleo
708.676
3,44%
Milho
842.187
4,08%
Carne suína
1.112.060
5,39%
Carnes de Frangos
5.391.412
26,13%
10.747.681
52,10%
Soja - em Grão e outros
Tabela 04 – Principais Produtos agroindustriais exportados - Região Sul 2014 (Jan/Dez)
Fonte: SECEX/MDIC – Disponível em: www.http://www.desenvolvimento.gov.br/ Acessado em Junho
de 2015. Organizado pelo autor
Os três Estados da região Sul possuem uma pauta de exportação semelhante
em produtos agropecuários, com variações em seus volumes e na diversificação do
processamento, sobretudo no complexo da soja.
Embora o Estado Paraná possua a maior área plantada de soja da região Sul,
o Rio Grande do Sul deteve em 2014 um maior volume de exportações de soja em
grãos com US$ 3.985.547.562 contra US$ 3.331.444.205, invertendo esta posição
quanto à exportação de óleo de soja, no qual o Paraná fica em primeira posição com
4
Conforme a Tabela 04, somente as empresas Braskem S/A e Petrobras S/A encontram-se entre as 10 primeiras
maiores empresas exportadoras da região Sul não fazendo parte do setor agroindustrial.
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US$ 463.103.857 e o Rio Grande do Sul com US$ 230.554.002. O Estado de Santa
Catarina possui pouca expressão quanto sua participação no complexo da soja, com
US$ 832.176.991 para grãos e US$ 35.022.131 na exportação de óleo,
representando o menor valor para a região Sul. No complexo da carne, o Paraná
exportou em 2014 US$ 2.159.865.599 em carne de frango, tornando-se o maior
exportador de carne de frango do Brasil, enquanto Santa Catarina ficou com US$
1.908.469.571, os valores elevados são justificados por possuírem uma maior
concentração de aviários e unidades de processamento da região sul, enquanto o
Rio Grande do Sul participou com US$ 1.335.869.209 sobre o total. A exportação de
carne suína na região sul encontra maior expressão em Santa Catarina onde
alcançou em 2014 a cifra de US$ 576.017.852, seguido pelo Rio Grande do Sul com
US$ 433.699.866 para o mesmo ano. A exportação de arroz concentra-se no Rio
Grande do Sul, o maior produtor nacional, participando com 67% da safra nacional
no ano de 2014.
No ano de 2014 o Paraná foi o terceiro maior exportador do agronegócio no
Brasil, alcançando a US$ 12,6 bilhões, seguido pelo Rio Grande do Sul com US$
12,2 bilhões, que além do gênero agroalimentares possui expressiva participação
das exportações de fumo.
Os números representam os setores mais pujantes do agronegócio da região,
que se concentram no complexo de soja e carne e que historicamente vem se
consolidando no sul do Brasil como um complexo agroindustrial desenvolvido.
3 - Conclusão
Este cenário acompanha a tendência nacional, uma vez que a região Sul
representa parte importante do agronegócio brasileiro, possuindo relevância sobre a
balança comercial através de sua participação nas exportações. Aqui encontramos
parte da importância da região para a economia nacional, sua presença através do
agronegócio, reflete por certo um complexo agroindustrial moderno, competitivo e
que, associado ao capital financeiro, busca contínuas formas para sua reprodução.
Conforme observado, o papel da grande indústria se faz necessário para
movimentar as engrenagens da cadeia produtiva, dando impulso à produção,
absorvendo-a, processando e distribuindo. Estas atividades compõem tanto o
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processamento de bens intermediários, quanto o processamento de bens finais,
onde a agregação de valor e a diversificação ampliam os ganhos, promovem a
geração de emprego e de renda neste “outro modelo” de industrialização. Estes
dados refletem uma transformação estrutural no campo, tanto nos meios de
produção, quanto nas relações de reprodução social e econômica. Ao passo que a
agroindústria apresenta sinais de desenvolvimento, e a exportação de commodities
brutas e processadas avançam, conforme Gonçalves (2003), como reflexo natural
do desenvolvimento de uma economia continental, por sua vez a indústria,
sobretudo
de
bens
intermediários,
e
bens
de
produção
vem
perdendo
competitividade ao longo dos anos, e sua condição conjuntural, é tão logo
associadas a um processo de reprimarização da pauta exportadora. Conforme
observado a “agricultura em quanto elo isolado (setor primário), praticamente
desapareceu da economia brasileira.” (Nakahodo; Jank, 2006, p.15), neste sentido,
o desenvolvimento do agronegócio e das regiões produtoras envolvidas, encontra-se
justamente na interdependência dos setores.
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