CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE CURSO DE ADMINISTRAÇÃO JOSÉ NILTON BARROS DE SOUSA GESTÃO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTE NO SETOR DE HOTELARIA EM GUARAMIRANGA – CEARÁ FORTALEZA 2012 3 JOSE NILTON BARROS DE SOUSA GESTÃO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTE NO SETOR DE HOTELARIA EM GUARAMIRANGA – CEARÁ Monografia submetida a aprovação Coordenação do Curso de Administração do Centro de Ensino Superior do Ceará como requisito parcial para obtenção do grau de graduação. Orientador: professor Ricardo Cesar de Oliveira Borges, Ms. FORTALEZA 2012 4 JOSE NILTON BARROS DE SOUSA GESTÃO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTE NO SETOR DE HOTELARIA EM GUARAMIRANGA – CEARÁ Monografia submetida à aprovação da coordenação do Curso de Administração do Centro de Ensino Superior do Ceará, outorgada pela Faculdade Cearense (FAC), tendo sido aprovada pela banca examinadora composta pelos professores. Data de aprovação: ___/___/___ BANCA EXAMINADORA _________________________________________ Professor Ms. Ricardo César de Oliveira Borges _________________________________________ Professor Ms. Marcos Falcão Gonçalves _________________________________________ Professor Esp. Christiano de Almeida Sales _________________________________________ Esp. Carlos Róbson Cruz Cunha Júnior 5 AGRADECIMENTOS Primeiramente, agradeço a Deus por me conceder a vida e por fazer gozar de plena saúde e mesmo nos momentos difíceis dessa jornada acadêmica fui guiado por Ele para os caminhos corretos com fé e sabedoria, que tudo acabaria bem. Aos meus pais, José Matos de Sousa, mas conhecimento como Nilson e Maria Cirene Barros de Sousa, por sempre estarem ao meu lado, mesmo de forma discreta, mas com um posicionamento firme durante toda a minha vida até os dias de hoje. Obrigado pelo contraste de opiniões vivenciado por mim durante todos os momentos de decisão. Meu pai sempre muito contido em seus pensamentos, provocou em mim a habilidade de absorver dos outros apenas o que pode engrandecer na vida e minha mãe, com a sua personalidade forte, por lutar pelos seus objetivos e ser firme nas decisões e serem tomadas, assumiu os riscos e se responsabilizou pelos resultados. Aos meus avós maternos, pela forma serena de conduzir a vida e por sempre demonstrarem paciência em todos os momentos. Aos meus avós paternos, pelo exemplo de vida apresentado à família. Em especial ao meu avô Pedro Braz de Sousa (in memoriam), que com seu jeito calmo e ao mesmo tempo seguro em suas ações, pôde me ensinar que na vida não temos tempo a perder e temos que ser dignos de seus atos e que responsabilidade não ficou para todos, apenas aqueles que possuem coragem de encarar o mundo como ele é. Obrigado, Vô, por ter proporcionado momentos tão especiais de aprendizado em minha vida. Com o senhor, percebi o valor e o respeito que um homem deve criar no decorrer de sua vida. Sei que estou no caminho certo, pois foi isso que o senhor me falou em suas últimas palavras logo após sua partida. Obrigado por tudo te amarei sempre. A minha esposa, Maria Antônia, por estar neste momento participando de mais uma vitória em minha vida e por proporcionar momentos tão maravilhosos, como o nascimento do nosso filho Kayque Barros. Kayque possivelmente quando estiver lendo estes agradecimentos, já tenha iniciado sua vida escolar; gostaria que este trabalho servisse de incentivo para você continuar sempre atuante nos seus estudos, proporcionando momentos especiais de realizações como este que estou vivendo agora. 6 Agradeço aos meus familiares, de modo geral, que sempre de uma forma ou de outra incentivaram a continuar meus estudos para que um dia eu pudesse me formar como assim estou. A minha cunhada Selma Duarte, por sempre deferiu palavras de apoio quando eu estava com dificuldade em algumas cadeiras, consideradas complexas. Aos meus amigos Antonio Bezerra, Robson Menezes, Fernandes, Marília, Thais e Jonas pelos momentos de aprendizado, ensinamentos, conflitos e decisões. Aprendi muito com vocês. É muito bom saber que temos no mundo pessoas tão amigas como vocês. Obrigado por permitir que eu estivesse ao lado de vocês durante a formação deste curso. Aos professores que durante toda a jornada se dedicaram ao meu aprendizado. Obrigado ao professor Júlio, pela insistência em alcançar os resultados, por nos desafiar em algumas situações. Ao professor Luís Carlos, por sempre demonstrar credibilidade em minha pessoa; ao professores Renato e Leurice, por apresentarem tão bem as suas disciplinas, ao ponto de me envolverem profundamente com a antropologia e as ciências políticas. Ao professor Carlos Werner, pelo modo peculiar de apresentar o conteúdo aos seus alunos e ao professor Ricardo César, por sempre confiar em mim e por sempre se colocar como um parceiro e amigo. Muito obrigado a todos pela formação adquirida nesta instituição. À Faculdade Cearense, que não só me proporcionou uma formação tão desejada academicamente, como também uma formação pessoal e profissional. Obrigado por me ensinar a administrar. Por último, agradeço às empresas que permitiram adentrar em suas instalações para fechamento deste trabalho tão significante e ao mesmo tempo tão prazeroso de se realizar. 7 RESUMO A gestão de relacionamento com o cliente constitui-se no desempenho de uma série de benefícios, seja para a empresa, assim como também para o cliente que usufrui dos serviços ou produtos disponibilizados. A prática de uma boa gestão de relacionamento favorece um contato mais próximo entre empresa e cliente, fazendo com que se crie uma relação de confiança entre as duas partes. Quando uma empresa consegue manter uma relação de confiança com os seus clientes, agrega comprometimento, parceria, investimento e ganho mútuo. Conforme alguns teóricos que embasaram a presente pesquisa, como Dias (2003), Kotler (2006), Machado (2010), o objetivo geral deste estudo foi analisar a gestão de relacionamento com cliente no setor hoteleiro em Guaramiranga. Para atender ao objetivo proposto, a pesquisa utilizou-se da abordagem qualitativa com tratamento qualiquantitativo e possui tipologia exploratória, descritiva, bibliográfica e de campo, através de um estudo de caso. O instrumento utilizado foi uma entrevista de 19 perguntas, tabuladas com a ajuda do programa Microsoft Excel Explorer®, sendo esta ferramenta também utilizada para gerar gráficos e quadros na apresentação dos resultados. Na realização da pesquisa, entre os quatro objetos de estudo, perceberam-se limitações na gestão aplicada nos estabelecimentos entrevistados, como também falhas em alguns fatores relevantes para o setor. Com a pesquisa, a hipótese levantada de que a gestão de marketing de relacionamento é aplicada e gera rentabilidade ao setor hoteleiro da serra de Guaramiranga, ficou comprovada por meio dos questionamentos colocados que a gestão é aplicada sim, porém, ainda imatura, haja vista a potencialidade do setor na cidade. Contudo, percebe que os gestores entrevistados sabem da necessidade de aprimoramento dos processos e que este aperfeiçoamento impactaria de forma positiva no desenvolvimento em geral. Palavras-chave: gestão de relacionamento, confiança, cliente. 8 ABSTRACT The management of customer relationships tend to play a lot of benefits, either to the company, as well as for the customer who enjoys the services or products provided. The practice of good relationship management favors closer contact between company and client, causing it to create a trust between the two parties. When a company can maintain a relationship of trust with their customers, adds up commitment, partnership, investment and mutual gain. As some theorists that supported this research, as Day (2003), Kotler (2006), Machado (2010), the aim general of this study was to analyze the relationship management in the hotel industry in customer Guaramiranga to meet the goal set, the research used a qualitative approach with qualitative and quantitative treatment, and has typology exploratory, descriptive literature and field, through a case study. The instrument used was an interview of nineteen questions, tabulated with the help of Microsoft Excel ® Explorer, this tool is also used to generate graphs and charts in the presentation of results. In the research entres the four objects of study, it was noted limitations in the management applied in the establishments surveyed, as well as flaws in some factors relevant to the sector. With the search for the hypothesis that the management Relationship marketing is applied and generates profitability of the hotel sector saw Guaramiranga, was proven by means of questioning posed that management is applied yes, but still immature, considering, the potential sector in the city. However, notice that the managers interviewed are aware of the need to improve processes and that this improvement would impact positively on development in general. Key-words: relationship management, trust, customer. 9 Lute com determinação, abrace a vida com paixão, perca com classe e vença com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é muito para ser insignificante. Charles Chaplin. 10 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 Mapa de acesso a Guaramiranga 47 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 Forma de comunicação 46 Gráfico 2 Clientes a conquistar 46 Gráfico 3 Fidelização dos clientes já conquistado 47 Gráfico 4 Média de diárias nos finais de semana 51 LISTA DE QUADROS Quadro 1 Origem da administração moderna 18 Quadro 2 Principais desenvolvimentos teóricos na primeira parte do século XX 20 Quadro 3 Caracterização do perfil dos objetos de estudo 41 Quadro 4 Estimativa de retorno dos clientes 47 LISTA DE SIGLAS ACR ......... Administração do Relacionamento com o Cliente BCG ........ Boston Consulting Group CRM ........ Costumer Relationship Menagement SAC ......... Serviço de Atendimento ao Cliente UEN ......... Unidade Estratégica de Negócio IBGE ........ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística FUNCEME................. Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos 11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO............................................................................. 12 2 ADMINISTRAÇÃO: GÊNESES, EVOLUÇÃO E ESCOLAS....... 17 3 4 5 2.1 Gêneses....................................................................... 17 2.2 Evolução....................................................................... 18 2.3 Escolas e teorias.......................................................... 19 2.4 Áreas de atuação da Administração............................. 21 MARKETING E MARKETING DE RELACIONAMENTO............ 24 3.1 Origem, evolução e conceitos de marketing.................. 24 3.2 Marketing de relacionamento.......................................... 26 3.2.1 Gestão de relacionamento................................... 29 3.2.2 Fidelização ou retenção de cliente...................... 30 3.2.3 As ferramentas do Marketing de relacionamento.. 31 ESTRUTURA METODOLÓGICA................................................ 34 4.1 Natureza da pesquisa..................................................... 34 4.2 Tipologia da pesquisa.................................................... 36 4.3 Universo amostral e população-alvo........................... 36 4.4 Coleta de dados e instrumento de pesquisa............... 37 4.5 Pré-teste.......................................................................... 38 4.6 Operacionalização da pesquisa.................................... 39 4.7 Tabulação dos dados..................................................... 41 4.8 Objeto de estudo............................................................ 41 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS......................... 45 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................... 53 REFERÊNCIAS........................................................................ 56 APÊNDICE................................................................................... 60 ANEXOS..................................................................................... 73 12 13 1 INTRODUÇÃO A gestão de um empreendimento requer um conhecimento profundo do tipo de negócio que se tende seguir. Desta forma, os empreendedores necessitam a todo o momento estarem atentos às mudanças no mercado, às novas tendências e exigências dos clientes para seu seguimento empresarial. Esta necessidade de observação tem um peso maior nas empresas que possuem como ramo a prestação de serviço. Para este trabalho, será levadas em consideração as empresas do seguimento hoteleiro da cidade de Guaramiranga (CE), em que serão observados o modo de gestão, a utilização do marketing como continuidade do negócio, o relacionamento destas com os clientes, analisando-se seus os impactos e falhas assim como dando importância ao modo de gerenciamento, planejamento, organização, coordenação e controle das ações realizadas para o aperfeiçoamento dos processos. As empresas do seguimento hoteleiro de Guaramiranga (CE), assim como qualquer outra empresa, seja qual for o seguimento, dispõem de diversas áreas de atuação para desempenhar um trabalho de qualidade, desde que sejam percebidas pelos clientes que usufruem de seus serviços. Uma empresa do setor hoteleiro deve sempre dispor de um recurso humano bem estruturado, definindo a organização e os métodos, controlar os orçamentos, dispor de uma logística bem definida e eficaz, manter uma saúde financeira, otimizar a produção e trabalhar de forma eficiente seu marketing. Há algum tempo, a venda de um produto era feita de forma direta, sem uma busca incessante do cliente com o fornecedor, ou seja, o cliente era quem buscava pelo produto para comprar; esta visão veio mudando desde o fim da Segunda Guerra Mundial, através da mudança imediata da forma de se vender, passando-se a exigir que o marketing passasse a ser praticado e aprimorado a todo instante. Afinal, o mercado estava em processo constante de mutação, exigindo aprimoramentos e adaptações imediatas sobre o mercado, produzindo-se o que realmente o consumidor queria. Todo este processo sofrido na produção de bens e serviços teve também como influenciador a mudança de hábito, comportamento e pensamento da população, que consumia e/ou utilizava os produtos e serviços oferecidos. E estes por sua vez também receberam influência externa. 14 O indivíduo de forma geral vem se tornando cada dia mais exigente. Este amadurecimento provocado na sociedade se deve às diversas formas de divulgações realizadas pelos canais de comunicação disponibilizados às pessoas. Por conta destes meios informativos, as empresas de diversos seguimentos buscam o aperfeiçoamento para que não fiquem ultrapassadas. A necessidade de busca por adequação aos novos gêneros do mercado de serviço atinge de forma mais rápida as empresas que apresentam contato direto com o cliente e quando estas se adequam rapidamente ao que está se pedindo de prestação de serviço e produto agregam forte impacto positivo no mercado. Especialmente as empresas que atuam na prestação de serviço hoteleiro, assim com outras que mantêm contato direto com o consumidor, deve-se buscar incessantemente a melhoria contínua de serviços, seja por meios de inovações tecnológicas, consultorias, cursos de aperfeiçoamento na área ou realizando melhoria contínua dos processos já realizados pela empresa. Uma ferramenta bastante eficaz é a aplicação das ramificações do marketing: (marketing de relacionamento, gestão de relacionamento, fidelização e retenção de cliente e outros). A empresa que realiza serviços a uma população-alvo deve a todo instante se reciclar quanto ao posicionamento, inovação, criatividade e satisfação do cliente, prospectando a fidelização e aumentando a lucratividade e evidenciando a satisfação das duas partes. Gronroos (1995), citado por Gangana (2001, p. 25) é bastante claro quando diz que as duas partes envolvidas, fornecedor e cliente, devem ser satisfeitas. Esse comportamento possui como resultado a manutenção de um relacionamento saudável entre empresa prestadora do serviço e o cliente que tem as necessidades atendidas, tendo como consequência para ambos a satisfação no final da negociação (COBRA, 2009). Nota-se que a cada momento as empresas do setor hoteleiro possuem a preocupação para oferecer serviços adequados e para isso é necessário haver um conhecimento sobre o perfil de cada um de seus clientes. Muitas vezes, a manutenção de cliente depende mais do relacionamento do que do preço oferecido. A busca das empresas de satisfazer as necessidades dos consumidores faz com que seja promovida a empatia entre pessoa física e jurídica, que por sua vez estabelece o fortalecimento de um ciclo de confiança e parceria, mantendo-se assim um bom relacionamento. 15 Esta prática também desenvolve o que chamamos de marketing de relacionamento, cuja ferramenta os hoteis e pousadas entrevistados de Guramiranga-CE buscam se utilizar para que seus clientes lembrem-se dos serviços prestados ao decidir retonar à cidade. Com a utilização do marketing de relacionamento, tende-se a identificar as necessidades existentes, as definições dos produtos e serviços que serão oferecidos e a busca da melhor relação custo/ benefício. Sem perceber, a empresa muitas vezes promove aos seus clientes o maior bem de um serviço prestado, que é a qualidade de vida para aqueles que adquirem seus serviços. Quando uma empresa percebe a necessidade do cliente e passa a realizar ações de melhorias nos produtos e serviços, consequentemente melhora sua imagem, desenvolve paralelamente outro ponto fundamental que é a satisfação e confiança do cliente para com a instituição. Esta prática torna-se de extrema importância para os hoteis da região serrana de Guaramiranga (CE) em relação ao estabelecimento de uma relação com os clientes que recebem a parte do mundo por conta do clima receptivo existente. Deve-se criar uma relação duradoura e que tenha satisfação mútua (DIAS, 2003). Guaramiranga é um dos pontos mais altos do estado do Ceará, com latitude sul e longitude oeste, possuindo uma área correspondente a 0,04% do Ceará (IBGE/IPECE, 2011). Seu clima é tropical subquente úmido e tropical quente único, sendo que a noite sua temperatura se torna ainda mais amena, através da vegetação abundante (FUNCEME/IPECE, 2011). Possui dois acessos, sua população chega a um pouco mais de 4.000 habitantes (quatro mil) (IPECE, 2010); com características tão agradáveis e eventos realizados na cidade reconhecidos mundialmente, tornou-se um ponto de encontro de amigos e de tranquilidade para muitos frequentadores locais, estaduais, nacionais e internacionais. Diante do exposto, pensou-se na pergunta que guiaria a presente pesquisa: como é realizada a gestão de relacionamento com cliente no setor hoteleiro em Guaramiranga? Ressalte-se que a escolha do objeto de pesquise se deu por: a) participação do grupo de pesquisa; b) pela orientação recebida; c) por a maioria dos estudos se concentrarem na capital, percebeu-se a necessidade do conhecimento nos estabelecimentos do interior; 16 d) queria-se estudar o setor na região serrana de Guaramiranga, sendo esta um expoente no estado do Ceará e, por último, e) pela proximidade. OBJETIVO GERAL Analisar a gestão de relacionamento com cliente no setor hoteleiro em Guaramiranga. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Identificar qual o impacto na gestão de relacionamento com o cliente no setor hoteleiro em Guaramiranga e identificar as falhas na gestão de relacionamento com o cliente no setor hoteleiro em Guaramiranga. HIPÓTESE A gestão de marketing de relacionamento é aplicada e gera rentabilidade ao setor hoteleiro da serra de Guaramiranga. Para atender aos objetivos propostos, foi realizada a pesquisa bibliográfica concernente aos temas de administração, gêneses, conceitos e escolas, marketing e gestão de marketing, marketing de relacionamento, entre outros. Com o fim de estudo de caso, foi executada uma pesquisa na cidade de Guaramiranga, cidade serrana do estado do Ceará, mais especificamente no setor hoteleiro do município, que é contemplado por hoteis, pousadas e chalés. Como coleta de dados primários, foi efetuada a aplicação de questionário com os gestores que constituem o setor hoteleiro da cidade. Esse trabalho de conclusão de curso contempla-se em quatro capítulos para a obtenção de uma visão clara sobre o tema abordado. Os capítulos estão estruturados em quatro sessões. O primeiro capítulo, a Introdução, apresenta a definição do problema, sua justificativa e os objetivos geral e específicos como também a sua estrutura. O segundo capítulo, intitulado „Administração, gênese, evolução escolas‟, aborda a ciência administrativa, sua etimologia e seus conceitos, relacionando a 17 gestão e a evolução das escolas. O terceiro capítulo, nomeado „Marketing e marketing de relacionamento‟, vai trabalhar a gestão do relacionamento com o cliente, suas ferramentas, retenção, além dos elementos geográfico e econômico da população estudada. No quarto capítulo, será apresentada a estrutura metodológica da pesquisa. Para esta, evidenciam-se a característica da pesquisa, as técnicas usadas para a coleta de dados e a análise de resultados, interpretações a realização e obtenção destes. As considerações finais coadunaram os resultados encontrados com as teorias existentes e o objeto de estudo. Por fim, foram explicitadas as referências bibliográficas. 18 2 ADMINISTRAÇÃO: GÊNESE, EVOLUÇÃO E ESCOLAS O levantamento da origem da administração científica exige uma investigação bastante apurada de todos os movimentos anteriores a ela. Motta e Vasconcelos (2004, p. 32) ressaltam que “para chegar à origem do movimento da Administração Científica é necessária que façamos uma pequena incursão pela história”. A necessidade do conhecimento profundo da história geral e seu link com os acontecimentos, pensamentos e teorias defendidos e praticados deram por sua vez origem a teorias da administração científica. 2.1 Gêneses A história possui realmente um papel fundamental, para maiores esclarecimentos desta ciência que atua há séculos, bem antes de Cristo. Maximiano (2004, p. 50) informa que “no século V a.C., começou na Grécia um fértil período de produção de ideias que viriam a influenciar profundamente a prática da administração”. A administração de projetos de engenharia das cidades, pirâmides e projetos de irrigação no Oriente, organização, disciplina, hierarquia, logística, planejamento de longo prazo, formação de recursos humanos das organizações militares, democracia, ética, qualidade e método científico ocorrido na Grécia, formação de executivos, grandes empresas privadas e exército profissional na Roma e outros evidenciam a força da administração científica de forma concreta. Lacombe e Heilborn (2008, p. 35) reforçam a afirmação de Motta e Vasconcelos (2004) quando relatam que “há mais de dois mil anos, já existia administração de alguma complexidade do Império Romano”. Percebe-se que a ciência da administração possui forte impacto desde os primórdios até os dias atuais e que sua fundamentação influencia, em diversos seguimentos, ciências, pensamentos e formação. Maximiano (2004) acrescenta, ainda, que Roma apresenta o primeiro caso no mundo de organização e administração de um império multinacional e para cuidar desse império os romanos criaram diferentes tipos de executivos, como reis, imperadores, césares, cônsules, magistrados e outros. Ainda para Maximiano (2004, 19 p. 51) “princípios e técnicas de administração contribuíram e mantiveram Roma durante seus 12 séculos de existência”. 2.2 Evolução Vários fatores ocorreram até se chegar à administração científica. Dentre eles, o declínio do sistema feudal, a produção da manofatura, a consolidação do estado absolutista, o trabalho assalariado, a inflação de preços entre os séculos XVIII e XIX, a Revolução Industrial, entre os anos 1840 a 1873 e os movimentos sociais da época até chegar ao contexto histórico da escola clássica da Administração. Ainda para Motta e Vasconcelos (2004), outro fator que contribuiu fortemente para o que o autor intitula como a “consolidação do capitalismo industrial”, foi o cercamento de terras. Este teve como resultado a vinda dos camponeses para a cidade, provocando a primeira mão de obra destinada à indústria nascente, ou seja, a Revolução Industrial. Realizando-se um levantamento da evolução e dos estudos da origem da administração, o declínio do sistema feudal, por sua vez, vem a alicerçar o capitalismo industrial, quando provoca um grande crescimento do comércio local, fazendo com que as pessoas deixassem o campo para se fixarem nas cidades. O quadro 1 demonstra uma visão ampla da evolução das ideias precursoras da administração até o século XVIII. Quadro 1: Origem da administração moderna GRANDES PROJETOS DO ORIENTE Desde 4.000 a.C Administração de projetos de engenharia cidades, pirâmides, projetos de irrigação ORGANIZAÇÕES MILITARES Desde 3.500 a.C Organização disciplina hierarquia, logística, planejamento de longo prazo, formação de recursos humanos Fonte: Maximiano (2004, p. 49). GRÉCIA ROMA Desde 3.500 a.C Democracia, ética, qualidade, método científico Desde 3.500 a.C Administração de império multinacional, formação de executivos, grandes empresas privadas e exército profissional RENASCIMENTO REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Século XVI Século XVIII Retomada dos valores humanistas, grandes empresas de comércio, invenção da contabilidade, Maquiavel Invenção das fábricas, surgimento dos sindicatos, início da administração como disciplina 20 Motta e Vasconcelos (2004, p. 22) destacam que por conta da intensificação do comércio, permitiu aos artesãos especializados em um ofício abandonar a agricultura e viver a partir de sua arte. Desta forma, mestres-artesãos e profissionais, como pedreiros, ourives, carpinteiros, fabricantes de armas, tecelões, artistas, entre outros, puderam abrir pequenos comércios em suas cidades, dedicando-se a abastecer e prestar serviços a um mercado interno pequeno em vias de crescimento. Por meio de fatos ocorridos e o surgimento de novas teorias, necessitouse uma visualização cronológica do que realmente estava ocorrendo quanto à ciência da administração, daí o surgimento de escolas para melhor entender a grandiosidade desta. Maximiano (2004) faz referência às importantes contribuições deixadas pelos gregos à civilização, como a democracia, a ética e a qualidade. Lacombe e Heilborn (2008, p. 36) relatam que foi somente no final do século XIX que começou a preocupação de estudar de forma autônoma e sistemática as organizações empresariais e as melhores maneiras delas obterem resultados, uma vez que se tinham tornado mais complexas e mais importantes para a economia. Foram estas preocupações que deram início às teorias administrativas. “A primeira teoria administrativa, em termos cronológicos, foi a chamada escola da administração científica” (LACOMBE; HEILBORN, 2008, p. 37). 2.3 Escolas e teoria Cada escola das teorias de administração possui uma ideologia a ser seguida. Para a teoria científica, suas ideologias são as divisões de trabalho em tarefas, formação de especialistas e visualização na produtividade e consequentemente a obtenção de dividendos. “A teoria científica é uma doutrina baseada na divisão do trabalho em tarefas elementares e praticamente indivisíveis, na especialização das pessoas e na execução dessas tarefas, visando a obter ganhos de produtividade” (LACOMBE; HEILBORN, 2008, p. 37). Como se percebe, o sentimento da administração científica está voltado para a produção. Motta e Vasconcelos (2004, p. 36) contribuem com o conceito da teoria científica defendida por Lacombe e Heilborn (2008), quando informam que “a fim de determinar a produção-padrão além de se determinar a „única maneira certa‟, 21 é preciso encontrar quem a realize. Partindo do pressuposto de que existem pessoas ideais para cada tipo de trabalho”. Baseando-se nas citações anteriores, Frederick Taylor, engenheiro norteamericano, propondo a utilização de métodos científicos cartesianos na administração de empresas, fomenta a base para o estudo de tempos e movimentos. Taylor e seus colegas do movimento acreditavam que a prosperidade econômica somente seria conseguida com a maximização da produtividade dos trabalhadores. Isso, por sua vez, só se conseguiria se os trabalhadores fossem mais eficientes. A eficiência, por sua vez, dependeria do redesenho do trabalho e da mudança de atitudes dos trabalhadores. O redesenho do trabalho era necessário porque não havia métodos. Sem métodos, os trabalhadores faziam as tarefas de acordo com palpites ou sua intuição e os administradores não sabiam avaliar seu desempenho (MAXIMIANO, 2004, p. 54). O quadro 2 visualizará a evolução por décadas, além dos principais pensadores e teorias que contribuíram continuamente com a evolução da administração científica. Quadro 2: Principais desenvolvimentos teóricos na primeira parte do século XX 1900 1910 1920 1930 Frederick W. Taylor Henry Ford cria a linha Desenvolvem-se as Nasce a escola das lidera o movimento da de montagem móvel técnicas de controle da relações humanas de qualidade Elton Mayo administração científica Henri Fayol propõe o Bertalanffy propõe a conceito de teoria geral dos administração geral sistemas Max Weber cria o tipo ideal de burocracia Fonte: Maximiano (2004, p. 48). Henri Fayol, administrador francês, expõe uma visão de produtividade, pondo em evidência a eficiência e a eficácia aplicadas aos princípios científicos, a gestão das organizações. “Fayol procurou aplicar princípios científicos à administração das organizações – ênfase que acabou sendo conhecida como teoria administrativa” (MONTANA; CHARNOV, 2003, p. 18). 22 Deixando de lado o empirismo, Fayol passa a trabalhar a gestão, o gerenciamento, o controle que se deve ter em uma organização. Sua visão de administração geral fica explícita quando define sua própria doutrina. Pode-se dizer que até agora o empirismo tem remado na administração dos negócios, cada chefe dirige à sua maneira, sem se preocupar em saber se há leis que regem a matéria. É necessário introduzir o método experimental, como Claudio Bernard introduziu na medicina, isto é, observar, recolher, classificar e interpretar os fatos. Instituir experiências. Impor regras (FAYOL, 1990, p. 9). Montana e Charnov (2003) afirmam que Fayol concentra-se na administração da organização como um todo e definiu as funções da administração, que são; planejamento, organização, comando, coordenação e controle. Essas funções ainda são usadas para descrever a posição gerencial. Henry Ford, engenheiro americano, utilizou-se da administração científica para aplicar em sua produção, baseando-se nos princípios da produtividade, da intensidade e da economicidade (SILVA, 2004). Apesar de possuir a mesma visão de Taylor, Ford se preocupou com o material e o tempo. Mesmo com teorias divididas por uma década, Taylor e Ford concordam em visões. Silva (2004, p. 129) ressalta a visão dos dois estudiosos no que diz respeito à empresa. “A empresa na visão de Ford, do mesmo modo que na de Taylor, divide-se em dois níveis distintos: planejamento e execução”. 2.4 Áreas de atuação da administração A administração dispõe de diversas áreas de atuação, como a administração de recursos humanos, organização e métodos, orçamento, logística, administração financeira, produção e marketing, tema o qual foi reservado um capítulo especifico. A administração de recursos humanos tem como área as pessoas, seus comportamentos, gerenciamento, direção, coordenação e assessoria, seleção, manutenção de processos, motivação, treinamento e desenvolvimento. A administração de recursos humanos tem como função o envolvimento de critérios e padrões de como gerenciar, administrar ou gerir pessoas, tendo ainda como atuação as relações entre sindicatos patronais e dos trabalhadores com natureza básica de integrar os novos funcionários; a manutenção de ações que objetivam a administração de pessoas; a administração de critérios para melhoria 23 das relações humanas; o aperfeiçoamento e a especialização dos trabalhadores e o desenvolvimento de pessoas por meio do potencial humano interno para assumir novos postos de trabalho (CARVALHO, 2000). Outro campo de atuação da administração trata do sistema e método, que visa atender às necessidades humanas dentro de uma organização. Entre os diversos pontos de vista em que se explica a organização de sistemas e métodos, coloca-se como relevante o conceito do ponto de vista administrativo. Os sistemas e métodos partem de um processo contínuo com uma boa distribuição do trabalho, observando-se a utilização dos produtos por serem escassos. Possuem um planejamento coordenado das atividades e recursos aplicados, fazendo com que as atividades sejam cumpridas eficientemente, ajudam na tomada de decisão, utilizam-se também dos canais de comunicação, informações e tecnologias (D´ASCENÇÃO, 2007). Além dos recursos humanos e sistema e métodos, outros campos de atuação bastante relevante da administração é o orçamento empresarial. Para Frezatti (2009), o orçamento trata-se do plano financeiro para implementação da estratégia de qualquer empresa e deve estar alinhado com os gestores para a obtenção das metas e objetivos expostos. É necessário um acompanhamento para balizamentos dos resultados atingidos com os esperados, ou seja, faz-se necessária uma prestação de contas pelo gestor e sua organização. O autor destaca que “O orçamento surge como sequência à montagem do plano estratégico, permitindo ficar e identificar, num horizonte menor, de um exercício fiscal as suas ações mais importantes” (FREZATTI, 2009, p. 47). Mais um campo que a administração tem importante participação é a logística; para este campo, deve ser observada sua quão relevância, já que uma logística bem realizada influencia em várias outras áreas que uma organização possui. Dornier (2007, p. 39) afirma que a “logística é a gestão de fluxos entre funções de negócios”. E continua: O projeto e introdução de novos produtos, a retirada de produtos do mercado, o lançamento de campanhas promocionais e definição de políticas de pós-vendas, a definição de níveis de desempenho em serviços são apenas algumas das potencias áreas de cooperação entre logística e outras áreas funcionais da empresa (DORNIER, 2007, p. 38). Outro campo de atuação da administração é a administração financeira. Este campo tem como objetivo a geração de lucro para a organização, alcançando 24 ou mantendo posições privilegiadas no mercado. Para Hoji (2007, p. 11), “O objetivo econômico e financeiro de uma empresa é a maximização de seu valor de mercado, por meio de geração contínua de lucros e caixas no longo prazo”. A administração da produção é outro campo de atuação que tem como principal objetivo a produção e a utilização de matéria-prima de forma eficiente em produtos prontos para utilização, seja esta humana ou industrial. Martins (2005) atesta que o objetivo da administração de produção/operações é atender seus propósitos de custo em médio e longo prazos se interrelacionando, muitas vezes de forma extremamente complexas. Tais atividades buscam transformar insumos, matérias-primas, em produtos acabados. Gaither e Frazier (2008, p. 5) reforçam Martins (2005), quando afirmam que “Administração da produção e operações é a administração do sistema de produção de uma organização, que transforma os insumos nos produtos e serviços da organização”. Por fim, apresenta-se outro segmento da administração, que é o marketing. Ele será tratado de forma específica neste trabalho de conclusão de curso, apresentando sua origem, evolução e principais conceitos. 25 3 MARKETING E MARKETING DE RELACIONAMENTO Neste capítulo, serão apresentados os caminhos percorridos pelo marketing levando-se em consideração suas etapas de amadurecimento, assim como os fatos ocorridos que o influenciaram até os dias atuais, suas mudanças e adaptações aos novos estilos de mercados, tendências e segmentos, sem deixar de lado sua origem e seus conceitos. Será visualizada ainda a aplicação do chamado marketing de relacionamento e sua ferramenta mais atual, Customer Relationship Management (CRM), além da gestão de relacionamento e os meios utilizados pelo marketing para a fidelização dos clientes. 3.1 Origem, evolução e conceito de marketing O marketing surgiu com o crescimento da necessidade de se vender cada vez mais, em que o homem se viu obrigado e impelido a desenvolver sistemas e técnicas eficazes para otimizar os resultados. Posteriormente, surgiu o desenvolvimento das ferramentas de marketing, movido pela necessidade crescente de vender diante de uma concorrência cada vez maior. Até a Segunda Guerra Mundial, vivia-se na era em que os produtos se vendiam por si mesmo; não havia esforço do fabricante em levar o produto até o cliente. Os investimentos com o fim da Segunda Guerra deram início à concorrência acirrada; se havia muitos produtos estocados e pouca procura, com isso, as empresas brigavam entre si para vender seus produtos. Foi a partir daí que surgiram os primeiros estudos sobre o mercado e a percepção das empresas em produzir o que os consumidores realmente queriam. O marketing vem para estreitar o relacionamento entre a empresa e o cliente, auxiliando-o no direcionamento do seu produto/serviço ao seu público de interesse. Para Mc Daniel (2008, p. 6), a área possui o objetivo de entregar os bens e serviços ao público-alvo, pois “marketing é o processo de planejar e executar a concepção, o aperfeiçoamento, a promoção e a distribuição de ideias, bens e serviços para criar trocas que satisfaçam os objetivos individuais e organizacionais”. Em princípio, Shimoyama e Zela (2002) ressaltam a importância da satisfação dos clientes na transformação do mundo dos negócios. Inicia-se, então, a era do marketing, focando-se no que o cliente quer e a sua satisfação; enquanto isso 26 o marketing torna-se o fruto de um estudo baseado em diversas ciências, como sociologia, filosofia, antropologia, psicologia, matemática, estatística, todas com objetivo de conhecer o comportamento das pessoas e desejos de cada uma. A aplicação de marketing em uma empresa é essencial. Por meio deste recurso, uma organização prospecta, fideliza e aumenta a sua lucratividade. De acordo com Gronroos (1995), citado por Gangana (2001, p. 25), as duas partes envolvidas, fornecedor e cliente, devem ser satisfeitas. Propõe ainda uma nova definição para o marketing, em linha com a abordagem relacional: “Marketing é estabelecer, manter e desenvolver relacionamentos de longo prazo com os consumidores e outros parceiros, com lucratividade, a fim de que os objetivos das partes sejam atendidos.” Percebe-se, portanto, que quando bem aplicada à gestão de relacionamentos, geram-se dividendos para a organização e a satisfação do cliente. A satisfação do cliente é bastante evidenciada por Cobra (2009, p. 4), quando explicita que “a essência do Marketing é o processo de troca, nas quais duas ou mais partes oferecem algo de valor para o outro, com o objetivo de satisfazer necessidades e desejos”. Marketing é o processo administrativo e social pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam por meio da criação, oferta e troca de produtos e valor com os outros (KOTLER; ARMSTRONG, 2003). Visualiza-se que nas citações de McDaniel (2008) e Kotler e Armstrong (2003) que o marketing tem um direcionamento voltado para a satisfação, desejo e necessidade do cliente, buscando como resultado a criação de um relacionamento positivo. Segundo Richers (1986, p. 38) “Marketing são as atividades sistemáticas de uma organização humana voltada à busca e realização de trocas para com o seu meio ambiente, visando benefícios específicos”. Portanto, é uma troca onde as empresas vendem produto e ou serviço para gerar a satisfação de quem o está adquirindo, focando no benefício de ambas as partes. Na mesma linha de racionício, Richers (2000, p. 5) defende que “Marketing é simplesmente a intenção de atender e entender o mercado”. Portanto, afirma-se que o papel fundamental do marketing é conhecer e suprir as necessidades de seus consumidores. Para Kotler (1999, p. 26), “Marketing é a entrega de satisfação para o cliente em forma de benefício (...)”, a empresa passa a se preocupar com a 27 satisfação de suas necessidades, se o seu público-alvo está sendo atingido com os produtos que os satisfaçam. McKenna (1992, p. 6) deixa bastante claro sua definição quanto a marketing ao dizer diz que “Marketing é integrar o cliente à elaboração do produto e desenvolver um processo sistemático de integração que dará firmeza à relação”. Para oferecer o produto certo a cada cliente, é necessário ter um conhecimento sobre o perfil de cada um deles. Muitas vezes, a manutenção de um cliente depende mais do relacionamento do que do preço oferecido. A busca incessante das empresas de satisfazer as necessidades dos consumidores faz com que seja promovida a empatia entre as duas partes, que por sua vez estabelece o fortalecimento de um ciclo de confiança e parceria, mantendo, assim, um bom relacionamento. Foi a partir desta percepção que os clientes passaram a exigir atendimento totalmente personalizado, exigindo uma adequação de produtos e serviços à exigência de cada um. Diante dos conceitos de marketing já visualizados, pode-se colocar como propriedade do marketing o processo gerencial de buscar por meio da troca a satisfação das necessidades dos consumidores e obter como resultado alcançar os objetivos da organização; a partir daí se estabelece definitivamente o vínculo de relacionamento como o qual trataremos no item a seguir. 3.2 Marketing de relacionamento O marketing de relacionamento utiliza-se de uma ferramenta importante para um bom convívio com o cliente, trata-se do Customer Relationship Management (CRM), que é o conceito mais importante do marketing atual. Anteriormente, o CRM era visto como uma atividade administrativa de dados dos clientes e atualmente ele é definido como uma atividade que procura coletar informações sobre os clientes, com o intuito de maximizar a fidelidade dos mesmos. O bom relacionamento com o cliente torna o processo geral de construir e manter a lucratividade com os clientes, entregando-lhes valor superior e satisfação (KOTLER, 2006). O conceito de marketing de relacionamento é relativamente novo na administração. Seu surgimento deu-se a partir da década de 1990. Swift (2001, p. 1) afirma que “nessa época os clientes deixaram de ser „caçados‟ para ser tratados como especiais e passaram a ser cultivados”. 28 Segundo Maximiano (2004), o relacionamento entre vendedores e compradores deixou de ser algo apenas momentâneo, de venda e compra, passou a ser visto como relacionamento estratégico ou gestão estratégica, fazendo com que este contato entre as duas partes interessadas possa impactar diretamente na competitividade existente no mercado e comprometimento da organização com o cliente e fornecedores. As empresas devem manter uma relação de confiança com seus clientes. Desta forma, o termo confiança é definido como um sentimento de certeza e segurança de uma parte na integridade da outra (SCHWAB, 2009, apud MORGAN; HUNT, 1994). Para Kotler (1998, p. 619), “Marketing de relacionamento é baseado na premissa de que os clientes importantes precisam receber atenção contínua”, independentemente de serem pessoas físicas ou jurídicas. O que vale é o retorno que esse cliente dá à empresa. Dias (2003, p. 6) concorda com o conceito proposto por Kotler (1998), ao afirmar que “o Marketing de relacionamento é um conceito (...) motivado por pesquisas que indicavam que conquistar um novo cliente custava, em média, cinco vezes mais que reter um cliente”. À inserção de Kotler (1998), quanto aos gastos dos custos das empresas ao perceberem a supressão de seus clientes, faz-se necessário expor quais ações devem ser tomadas pelas organizações no objetivo de determinar a taxa de clientes perdidos. Como exemplo, serão colocado ações realizadas em um hotel: a) a empresa deve definir e mensurar sua taxa de retenção de consumidores. Na rede hoteleira, por exemplo, pode-se analisar o fluxo de diárias de um cliente que se hospeda durante o ano, medindo os que se hospedam com um fluxo maior e aqueles que só se hospedam em época de alta estação; b) a empresa deve determinar as causas que levam os consumidores a abandoná-la. A empresa deve classificar em porcentagem essas causas; se foi o atendimento do recepcionista, se foi a arrumação das camareiras, ou o apartamento que ele se hospedou estava com problemas de manutenção; c) a empresa deve contabilizar o volume de lucro perdido com esses consumidores, ou seja, o que deixou de arrecadar ao longo do tempo em que este consumidor deixou de adquirir seu produto e d) a empresa precisa calcular quanto custaria reduzir a taxa de abandono de clientes. Se o custo for menor que o lucro perdido, essa mesma quantia deve ser destinada à redução da taxa de abandono. Entretanto, o custo é 29 muito menor; alguns hotéis adotam medidas simples para reduzir a taxa de abandono, uma ação que pode ser feita, por exemplo, e bordar no roupão ou toalha de banho o nome daquele cliente que se hospeda com uma maior frequência, ou colocar em seu apartamento uma carta de boas vindas personalizada, ou colocar um vinho preferido do seu cliente. Os itens apresentados levam em consideração o estudo de Pareto1, Kotler (2000) estabeleceu que 80% da receita da empresa é obtida com apenas 20% de seus clientes, o que significa dizer que a mesma perde dinheiro com os 80% de clientes restantes. Machado (2010, apud KOTLER, 1998) relata que o marketing de relacionamento oferece valor e satisfação em longo prazo aos clientes exigindo uma construção de interação nos diversos níveis econômicos, sociais, técnicos e jurídicos resultando assim em alta lealdade dos clientes. Para Machado (2010 apud WILSON, 1995) o marketing de relacionamento adquire um perfil de gestão estratégica, quando se leva em consideração a forte concorrência existente no mercado. Esta forte concorrência já foi notada pelo cliente onde faz com que o mesmo perceba que esta competição o proporciona um forte poder de barganha no ato da compra, e isso deve ser administrado da melhor forma possível. Borba (2004) relata que o foco é fidelizar o relacionamento de longo prazo entre as duas partes de forma satisfatória sendo este por intermédio do atendimento diferenciado presencialmente e individualmente ou por meio de uma carta direta, ou por campanhas promocionais tornando-se assim um grande diferencial entre as empresas. Quanto ao atendimento individual o marketing classifica como one-toone, ou marketing um a um, também chamado de marketing individualizado, e a parte final do processo de marketing de relacionamento. Nele cada cliente é tratado individualizado, as ofertas da empresa são adaptadas as necessidades e características dos consumidores, como no caso de alguns hotéis que personalizam o apartamento para o gosto de cada cliente. Existe um equívoco em achar que marketing de relacionamento é a mesma coisa de marketing de fidelização, isso se dá pelo fato da fidelização fazer parte do Marketing de relacionamento. Dias (2003, p. 300), expõe uma explicação coerente sobre o tema definindo marketing de relacionamento: 1 Cabe à primeira nota de rodapé No ano de 1897, Vilfredo Pareto fazia estudos sobre a distribuição de renda e riqueza na Itália e descobriu que uma grande porcentagem da riqueza estava concentrada nas mãos de apenas 20% da população. 30 O Marketing de fidelização é o primeiro nível do Marketing de relacionamento. O Marketing de retenção ou fidelização é a estratégia mercadológica que tem por objetivo reter a preferência do consumidor no que diz respeito à compra de determinado produto. Ainda na mesma linha de raciocínio, Dias (2003, p. 300), enfatiza que “fidelizar ou reter o cliente é o resultado de uma estratégia de Marketing que tem como objetivo gerar frequência de compra dos clientes, aumentar as vendas por clientes e recompensar o cliente por compras repetidas”. Evidenciando as definições de Marketing de relacionamento já explícitas, percebe-se que Marketing de relacionamento pode ser denominado como uma filosofia que é baseada na orientação para o cliente, todos os seus esforços tem que ser voltado para o cliente e para o lucro por parte de toda a empresa, a organização tem que estar sempre inovando as formas de comunicação com o público, isso ajuda na forma de obter uma vantagem competitiva com seus concorrentes. Para ter uma eficácia no planejamento, processo e aplicação dessa ferramenta é necessário que a organização conheça as necessidades, desejos, demandas, valores, custos e satisfação do cliente, sendo este o item predominante, pois a principal função é de satisfazer as necessidades dos consumidores. As empresas que seguem as diretrizes do marketing produzem o que o cliente quer e não tentam vender o que se produz. 3.2.1 Gestão de Relacionamento A base do CRM é a criação de um meio que permita colher informações sobre o cliente, utilizando-os de forma estratégica para desenvolver a relação entre ambas as partes, onde o cliente saia satisfeito e a empresa lucre. Esse processo se inicia com a identificação das necessidades do cliente, definições dos produtos e serviços que serão oferecidos, a busca da melhor relação custo benefício. Para isso acontecer é necessário que a organização entenda o valor de cada cliente para não correr o risco de oferecer benefícios iguais para clientes desiguais. Administrar o relacionamento com o cliente serve para que a empresa adquira vantagens competitivas e se destaque diante da concorrência, tendo como maior objetivo manter o cliente através da confiança e credibilidade. Swift (2001, p.1), relata bem qual foco o Marketing deve seguir para manter a vantagem competitiva “o cliente é o ponto focal do Marketing, vendas, contratos, produtos, 31 serviços, tempo, alocação de recursos, lucratividade e crescimento a longo prazo e a força das organizações empresariais.” Swilf (2001) deixa claro que o cliente é quem dita qual direcionamento o Marketing deve seguir para satisfazê-lo. Dias (2003, p. 301), define marketing de relacionamento como Uma estratégia de Marketing que visa construir uma relação duradoura entre o cliente e fornecedor, baseada em confiança, colaboração, compromisso, parceria, investimentos e benefícios mútuos, resultando na otimização do retorno para a empresa e seus clientes. De acordo com Kotler (2006, p. 10) “a gestão de relacionamento com o cliente é processo geral de construir e manter relacionamento lucrativo com os clientes, entregando-lhes valor superior e satisfação”. Ela lida com todos os aspectos de adquirir, manter e desenvolver clientes. Intrinsecamente, a manutenção deste relacionamento faz com que a empresa não perca seus consumidores. A perda de consumidores obriga a gestão de relacionamento a tratar um tema bastante delicado, que é a taxa de consumidores perdidos, criando rapidamente ações para reduzi-la, sendo assim necessário muito esforço para induzir consumidores satisfeitos a abandonar seus fornecedores atuais, situação que se agrava em mercados altamente competitivos. 3.2.2 Fidelização ou retenção de clientes Mesmo com todos esses esforços existem alguns consumidores que se tornam inativos ou trocam de empresa; isto é comum acontecer, porém, as empresas devem ter no seu planejamento ações voltadas para a retenção. A forma de reter estes clientes cabe ao profissional de marketing; Portaluppi (et al, 2006) destaca que cabe ao profissional de marketing atribuir benefícios financeiros e sociais aos produtos ou criar vínculos estruturais entre a empresa e seus clientes, para que seja estabelecido e praticado de forma eficaz o marketing de relacionamento. Stone e Woodcock (1998) expõem o assunto marketing de relacionamento, pautando alguns itens relevantes a serem observados: para eles, a correta interpretação de marketing de relacionamento deve vir seguido da definição do objetivo de relacionamento com o cliente, identificação de suas necessidades, por meio de uma abordagem eficiente e com qualidade, implementação de boas 32 práticas e controle dos resultados e utilização de técnicas praticadas nas vendas e comunicação. Desta forma, qualquer organização conseguirá disseminar um bom relacionamento, sendo este duradouro com os clientes e obtendo-se como resultado a fidelização. 3.2.3 As ferramentas de marketing de relacionamento Machado (2010, apud MAXIMIANO, 2004) defere sua contribuição quanto às ferramentas aplicadas ao marketing de relacionamento quando apregoa que é por meio destas que é possível estreitar os laços com os clientes com a intenção de não perder o contato e identificar suas necessidades e desejos. Maximiano (2004) ainda cita como ferramentas importantes para o marketing de relacionamento a coleta de sugestão, atendimento à reclamação, sistema de benefício progressivo, rede de relacionamento, colaboração interativa, CRM e benchmarking. Machado (2010, apud MAXIMIANO, 2004) relata a influência que uma empresa deve ter com o cliente em apresentar sugestão e, principalmente, reclamação. Para o autor, todo cliente que é ou está fidelizado encontra-se apto a fazer reclamações e sugestões. O canal utilizado pelo cliente para sugerir ou reclamar é conhecido por serviço de atendimento ao cliente (SAC). Não só por meio do SAC, mas o uso de formulários também é bastante utilizado pelas empresas. Para Valente (2002), a organização que se importa com o público facilita o processo de reconhecimento de sugestão de reclamações. Nota-se o uso desta ferramenta em restaurantes e hoteis quando os mesmo fornecem formulários aos consumidores e hóspedes para que anotem suas satisfações e reclamações. Por sua vez, Portaluppi (et al, 2006, p. 82) contribuem quando destacam que “uma organização centrada no cliente facilita o recebimento de sugestões e reclamações.” Ainda segundo Portaluppi (et al, 2006), as empresas estão se utilizando das ferramentas tecnológicas para aprimorar cada vez mais a resolução de problemas. O uso da internet junto com as ferramentas de automação vem facilitando muito a forma de vender. Estas ferramentas provocam a fácil comunicação do cliente direto com o fornecedor, de maneira rápida, precisa e segura, promovendo 33 assim um canal direto para elogiar, reclamar e sugerir um novo produto e ou adequação do mesmo à necessidade do cliente (DUTRA, 2009, apud RGER, 2001). Outra ferramenta utilizada no marketing de relacionamento, segundo Machado (2010, apud MAXIMIANO, 2004), é o sistema de benefício progressivo, que é uma ferramenta utilizada por empresas aéreas com o programa de milhagem, Trata-se de um benefício oferecido pelas empresas aéreas aos passageiros, como forma de recompensar pela fidelização, condicionando a venda de passagem por quantidade de vezes viajada. Quando mais viagens aéreas compradas na companhia específica, mais pontos serão acumulados, em que o cliente pode receber descontos e até viagens sem nenhum custo. Outra ferramenta que também se utiliza no marketing de relacionamento é o CRM, que se trata de uma “ferramenta empresarial destinada a entender e influenciar o comportamento dos clientes, por meio de comunicações significativas para melhorar as compras, a retenção, a lealdade e a lucratividade deles” (SWIFT, 2001, p. 12). Os objetivos desta ferramenta são as de aumentar a taxa de retenção, a quota de participação no cliente, melhorar o número médio de clientes novos, aumentar o valor médio da compra ou incentivar a frequência da compra (FREITAS; SANTOS 2009). Outra ferramenta do marketing de relacionamento é a chamada colaboração interativa. Esta ferramenta é muito utilizada por supermercados quando promove o relacionamento entre os próprios clientes, ajudando grupos de dona de casa a trocarem receitas. Livrarias também promovem este tipo de integração, quando publicam em seus canais de relacionamento o perfil dos seus clientes quanto ao gênero literário, possibilitando aí uma possível troca de experiência e conhecimento de livros. As empresas de viagens também usam a ferramenta colaboração interativa, quando possibilita a troca de experiência entre os clientes que já viajaram a um determinado lugar passar informação para os clientes que ainda pretendem visitar o mesmo lugar (MACHADO, 2010). A pesquisa de satisfação de clientes também é outra ferramenta utilizada para uma possível tomada de decisão. Muitas empresas praticam um canal de comunicação com os clientes por meio da pesquisa de satisfação, levando em consideração que menos de 5% dos clientes insatisfeitos reclamam, preferindo compram em outro local o mesmo produto (PORTALUPPI et al, 2006). Este tipo de comportamento utilizado pelas empresas possui como objetivo específico medir o 34 índice de satisfação do cliente por meio de pesquisas periódicas. Uma ferramenta bastante utilizada é o modelo de valor agregado, muito utilizado por locadoras de carros e o setor hoteleiro (VALENTE, 2002, p. 62) reza que Neste tipo de modelo o cliente é reconhecido por algum serviço que é agregado à compra do produto, ou uso do serviço. Redes de hotelaria e locadoras de carros utilizam este tipo de modelo prestando o serviço de transporte do aeroporto para o hotel ou até o centro de locação, mediante a cobrança de uma taxa ínfima de seus clientes. Mais uma ferramenta que possui importância no marketing de relacionamento é a rede de relacionamento. Machado (2010, apud MAXIMIANO, 2004) ressalta que o interesse das empresas quanto às redes é disseminar as ideias e vender produtos e ou serviços com o objetivo de fazer de seus clientes o melhor vendedor. Por fim, pode-se citar como outra ferramenta o benchmarking. Esta ferramenta busca observações de boas práticas nas empresas do mesmo ramo e muitas vezes em ramos diferentes, em que seu principal objetivo é identificar ações que deram certo nas empresas observadas e as trazer para si, conseguindo aí vantagens competitivas (MACHADO, 2010, apud MAXIMIANO, 2004). Chiavenato (2004, p.198) define benchmarking como: O processo contínuo e sistemático de pesquisa para avaliar produtos, serviços e processos de trabalho de organização que são reconhecidas como líderes empresariais ou como representantes das melhores práticas, com o propósito de aprimoramento organizacional. A utilização das ferramentas de marketing torna-se essencial para a obtenção de bons resultados, estreitando os laços, identificando as necessidades do cliente, ouvindo suas sugestões, reclamações, solucionando os problemas existentes e facilitando a comunicação. 35 4 ESTRUTURA METODOLÓGICA Neste capítulo será visualizada a metodologia utilizada para a elaboração e concretização da pesquisa científica, com o objetivo de identificar qual o impacto e falhas na gestão de relacionamento com o cliente no setor hoteleiro de Guaramiranga (CE). Leite (2008) coloca que a pesquisa científica, de uma forma bastante simplista, ocorre quando se busca alguma coisa; a solução de algum problema, por exemplo. Por sua vez, o autor faz referência a Lakatos e a Marconi (2001) quando expõe a definição de método como “um caminho proposto de várias fases a serem vencidas para atingir um determinado objetivo” (LEITE, 2008, p. 89). Percebe-se que para se chegar a algum resultado é necessário passar por diversas etapas de aprendizado, definindo-se os métodos a serem abordados, trabalhando-se as variáveis de pesquisa no campo, tendo a sensibilidade de como se deve conduzi-las para concretizar a metodologia. 4.1 Natureza da pesquisa A classificação de uma pesquisa qualitativa ou quantitativa vai depender do tipo de pesquisa que se pretende realizar. Oliveira (2002) afirma que a natureza qualitativa e quantitativa são classificações diferentes, por conta da sua sistemática e abordagem. Lakatos e Marconi (2008) confirmam a diferença da abordagem quantitativa e qualitativa posto por Oliveira (2002), quando destacam que não só os instrumentos estatísticos, mas também a forma de coleta de dados e sua análise as diferem. Ao contrário de Oliveira (2002) e Lakatos e Marconi (2008), Almeida (2012, apud HONORATO, 2004) afirma que as pesquisas qualitativas e quantitativas devem ser complementares e não consideradas de maneira distintas. Para este trabalho de conclusão de curso utilizou-se da abordagem qualitativa com tratamento qualiquantitativo. Nota-se que a investigação qualitativa busca compreender e entender o fenômeno. Soma-se a este fato a identificação de categorias e variáveis tratadas por meio estatístico da abordagem quantitativa. O surgimento da pesquisa qualitativa deu-se na Antropologia, ao estudar tribos e pequenos grupos ágrafos2. A metodologia qualitativa era conhecida pelos 2 A antropologia é o estudo do homem por grupos (MARCONI, 2001). 36 antropólogos como pesquisa etnográfica (LAKATOS; MARCONI, 2008). Para Oliveira (2002, p. 117) As pesquisas que se utilizam da abordagem qualitativa possui a facilidade de poder descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problemas, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opiniões de determinado grupo e permitir, em maior grau de profundidade, a interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos. Malhotra (2006, p. 155) corrobora que a pesquisa qualitativa é uma “metodologia de pesquisa não estruturada e exploratória, baseada em pequenas amostras que proporciona percepções e compreensão do contexto do problema”. Lakatos e Marconi (2008, p. 268) ressaltam que “a metodologia qualitativa preocupase em analisar e interpretar aspectos mais profundos sobre a investigação de hábitos, atitudes, comportamentos”. Leite (2008, p. 100) destaca que “os métodos qualitativos são representados por trabalhos que não necessitam de ferramentas estatísticas”. Lakatos e Marconi (2008, apud LAZARFELD in HAGUETTE, 2001) admitem que há três situações nos indicadores qualitativos: a) b) c) aquelas que substituem uma simples informação estatística referente a épocas passadas; as que são usadas para captar dados psicológicos como atitudes, motivações, pressupostos etc; aquelas que são usadas como indicadores do funcionamento das estruturas e organizações complexas. Esta pesquisa trabalhará especificamente o item “c” tentando responder aos objetivos desta, de forma natural focando a realidade do estudo de caso. Lakatos e Marconi (2008 apud MENGA, 1986, p. 64) ressaltam que o estudo qualitativo “é o que se desenvolve numa situação natural; é rico em dados descritivos, tem um plano aberto e flexível e focaliza a realidade de forma complexa e contextualizada”. A pesquisa qualitativa possui o poder de analisar os fenômenos em relação ao seu contexto, baseando-se em objetivos classificatórios de maneira mais adequada aos valores culturais e a capacidade de reflexão do indivíduo (LEITE, 2008, p. 100). Contudo, tais informações foram tabuladas de forma quantitativa. Por Agrafos entende-se o que não se escreve, que não tem escrita. http://www.dicio.com.br/agrafo_2/. 37 pesquisa quantitativa entende-se que “a pesquisa quantitativa procura quantificar os dados e aplicar alguma forma de análise estatística” (MALHOTRA, 2001, p. 155), 4.2 Tipologia da pesquisa Para a tipologia da pesquisa serão observados quais os tipos classificados. Leite (2008) aborda que as pesquisas podem ser classificadas de várias maneiras, podendo sofrer variações. Vergara (2009) aborda quanto à tipologia que poderá ser adotadas as pesquisas exploratórias e descritivas; e quanto aos fins, bibliográfica e de campo e referente aos meios. A pesquisa exploratória propicia a aproximação do tema e descobrimento do assunto. A pesquisa descritiva caracteriza-se pela apreciação de um fato sem a intervenção do pesquisador. A pesquisa exploratória, segundo Leite (2008), é o primeiro passo do trabalho científico, expondo informações, facilitando a fixação de um assunto, definindo seus objetivos. “A pesquisa exploratória tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vista a torná-lo mais explícito ou a construir hipótese” (GIL, 2002, p. 41), Lakatos e Marconi (2003, p. 186) definem pesquisa de campo como “aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta”. Contudo, a pesquisa de campo não deve ser confundida com a simples coleta de dados, pois se refere a algo mais que isso; ela exige contar com controles adequados e com objetivos preestabelecidos que discriminam suficientemente o que deve ser coletado (LAKATOS; MARCONI, 2003, apud TRUJILLO, 1982). 4.3 Universo amostral e população-alvo A amostra é uma parcela convenientemente selecionada do universo (população); é um subconjunto do universo (LAKATOS; MARCONI, 2003, p. 163). Esta compreensão de amostra é defendida por Oliveira (2004, p. 160). Este subconjunto do universo, chamado população, terá fundamental importância na obtenção do resultado esperado, afinal, este subconjunto representará o todo do objeto de pesquisa. Oliveira (2002, p. 160) define universo ou população como “o 38 conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum”. Nessa diretriz, para fins de estudo, a pesquisa será conduzida a todas as instituições que facultam o serviço de hospedagem para turistas em Guaramiranga (Ceará). No universo de 28 estabelecimentos comerciais que promovem hospedagem neste município, entre chalés, hotéis e pousadas, adotou-se como amostra quatro unidades de pesquisa, de forma aleatória e não probabilística, notadamente, por acessibilidade. A pesquisa foi realizada no dia 7 de junho de 2012, no período matutinho, entre quatro estabelecimentos hoteleiros da cidade de Guaramiranga, divididos entre dois hoteis e duas pousadas. A aplicação da pesquisa foi realizada por meio de entrevista com os gestores das respectivas empresas. A entrevista era constituída de 19 questões, todas as respostas gravadas com a devida autorização dos entrevistados. 4.4 Coleta de dados e instrumento de pesquisa A coleta de dados requer uma maior demanda de tempo do pesquisador, é ela uma das partes do trabalho científico que requer maior atenção e disposição. Lakatos e Marconi (2003, p. 165) sobre ela afirmam: A etapa da pesquisa em que se inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas, a fim de efetuar a coleta dos dados previstos. É a tarefa cansativa e toma, quase sempre, mais tempo do que se espera. Exigem do pesquisador paciência, perseverança e esforço pessoal, além do cuidadoso registro dos dados e de um bom preparo anterior. A coleta de dados é o que vai dar embasamento ao que se quer comprovar, seja qual for à técnica de pesquisa utilizada. Para isso, é necessário um rigoroso controle na aplicação do instrumento da pesquisa e tende-se a evitar erros básicos, muitas vezes ocorridos por entrevistadores considerados inexperientes (LAKATOS & MARCONI, 2003). Para Gil (2002), a entrevista é uma das técnicas interrogativas com maior flexibilidade, podendo apresentar diversas formas, sendo focalizada parcialmente ou totalmente estruturada. “A entrevista não é uma simples conversa. É uma conversa 39 orientada para um objetivo definido: recolher, por meio do interrogatório do informante, dados para a pesquisa” (CERVO, 2007, p. 51). Para a pesquisa desse trabalho científico foi adotada a técnica de formulário de entrevista. Trata-se de uma técnica de pesquisa para coleta de dados cujo objetivo básico é entender e compreender o significado de questões e as situações, em contexto que não foram estruturados anteriormente com base nas suposições e conjecturas do pesquisador (MARTINS, 2009). Para Lakatos e Marconi (2003, p. 195), entrevista é como “um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto.” A entrevista aplicada encontra-se constituída de 19 perguntas diretas, tratando de vários fatores relacionados à gestão de relacionamento no setor hoteleiro de Guaramiranga. Nota-se que independente da técnica utilizada para a coleta de dados e consequentemente a obtenção do instrumento de pesquisa, requer-se um esforço a mais do pesquisador e como a técnica escolhida para o referido trabalho foi a entrevista, é de extrema relevância a atenção na elaboração do questionário e a forma de conduzir a entrevista, podendo ser forma errônea. Gil (2002) alerta para a sua flexibilidade e é com base nesta flexibilidade que é recomendada a aplicação do pré-teste em campo. “Somente a partir daí é que tais instrumentos estarão validados para o levantamento” (GIL, 2002, p. 119). Santos (2009, p. 260) sinaliza que “a entrevista é um excelente instrumento de pesquisa e é largamente usada”. O instrumento de pesquisa foi composto por 19 perguntas, que tem como objetivo identificar a forma de gestão seguida pelos hoteis de Guaramiranga, observar suas características e possíveis falhas na gestão. A entrevista aplicada definiu-se em questões investigativas voltadas para a administração do hotel onde foram questionados pontos relevantes para as empresas do ramo especificado no estudo realizado, como comunicação com os hóspedes, fidelização dos clientes, diferencial dos serviços prestados, aceitação dos hóspedes, inovação dos serviços prestados, capacitação do grupo funcional, rentabilidade do negócio, benefícios oferecidos aos usuários e parcerias firmadas com outras empresas do mesmo gênero. 4.5 Pré-teste 40 Para Oliveira (2002, p. 181), “o pré-teste consiste em testar os instrumentos da pesquisa sobre uma pequena parte da população do universo ou da amostra”. Lakatos e Marcone (2001) afirmam que o pré-teste poderá evidenciar se este apresenta ou não três elementos de suma importância, a citar: fidedignidade – que independente de quem responder o instrumento de pesquisa o resultado obtido será o mesmo; validade – analisa se todos os dados obtidos são realmente necessários à pesquisa; operatividade – revela se o questionário é claro e compreensivo a todos os respondentes. Por fim, com o pré-teste, é possível melhorar, cortar e incluir questões, após colher dos resultados práticos (SANTOS, 2009, p. 264). Neste sentido, de acordo com o objetivo do trabalho, seu problema e, principalmente, a característica de flexibilidade do instrumento de pesquisa, não foi realizado o pré-teste com as unidades semelhantes aos objetos de estudo. 4.6 Operacionalização da pesquisa Nesse momento, frisa-se, inicialmente, que no dia 4 de junho de 2012 foi iniciado o planejamento de como o pesquisador iria realizar a pesquisa no campo. Foram elaboradas perguntas da entrevista a ser realizada pelo pesquisador e pelo orientador. Os estabelecimentos hoteleiros da cidade de Guaramiranga já eram de conhecimento do pesquisador, por meio de trabalhos científicos realizados anteriores com a finalidade de estudo semelhante à aplicada neste trabalho, assim como a população que deveria ser pesquisada. A cidade sugerida para a pesquisa foi a de Guaramiranga (Ceará), baseando-se na aplicação de outro instrumento de pesquisa de uma conceituada instituição de ensino superior pública no Ceará, na cidade de Pacoti. Desta forma, verificou-se que para este tipo de pesquisa, a cidade de Guaramiranga proporcionaria resultados satisfatórios. Foi tomado o cuidado com o pesquisador estar identificado com nome e a instituição em que estuda e ser o mais simples com linguagem clara possível. Vale ressaltar que em nenhum momento foi observado bloqueio por parte dos entrevistados das quatro instituições; motivo adicional pelo qual não foi realizada 41 uma aplicação do pré-teste. Assim como foi observada a confecção de um instrumento de pesquisa simples e com um vocabulário acessível, mesmo não percebendo deficiência na população que participou da entrevista. Não foram encontradas dificuldades na pesquisa realizada, pelo contrário, o pesquisador foi recebido por todos os entrevistados de forma bastante receptiva. O instrumento escolhido pelo pesquisador foi a entrevista, por entender que era o mais adequado e vantajoso no intuito de se conseguir respostas objetivas de forma bem claras e específicas, já que os entrevistados eram os responsáveis pelo objeto de pesquisa, como gerentes, coordenadores e proprietários. A entrevista foi constituída de 19 questões, em anexo, todas voltadas para a gestão, envolvendo a comunicação com os clientes, as ferramentas de qualidade, a preocupação com clientes, parcerias para melhoramento e inovação a serem disponibilizados para os clientes, cursos de aprimoramento para os funcionários do estabelecimento e outros. As abordagens nos hotéis, pousadas e chalés foram realizadas de forma aleatória e não probabilística; notadamente por acessibilidade. Não houve a preocupação em se analisar quantos estabelecimentos estariam situados na localidade e onde eles estariam localizados, uma vez que se buscou identificar a gestão de relacionamentos das unidades hoteleiras na cidade. Entretanto, teve-se a atenção de identificar objetos de investigação quanto ao cargo ou função ocupada, tempo de atuação no mercado, quantidade de funcionários e quantidade de leitos nas empresas pelo funcionário entrevistado; no caso específico aqui, a entrevista só foi realizada com cargos de gestão do estabelecimento, como citado anteriormente. Para a realização da pesquisa foram visitados duas pousadas e dois hoteis de grande porte localizadas em Guaramiranga (Ceará). Já nas categorias dos profissionais abordados, foram dois proprietários; um gerente e um coordenador. Todas as entrevistas foram gravadas conforme o contido no apêndice A. Não foram utilizadas no momento da entrevista folhas, fazendo fluir normalmente todo o processo de pesquisa. 42 Quadro 3 Caracterização do perfil dos objetos de estudos Tempo de vida na Número de empresa funcionários Pousada 1 13 anos 4 15 Pousada 2 10 anos 10 24 Hotel 1 14 anos 18 104 Hotel 2 14 anos 16 130 Objeto Número de leitos Fonte: pesquisa própria. Diante de todo este procedimento operacional, foram realizadas quatro entrevistas, no período matutino, com um total de 76 (setenta e seis) perguntas, todas respondidas pessoalmente e gravadas em um aparelho de telefone celular, com som satisfatório, num total de quase 30 minutos. O resultado apresentou-se satisfatório, pois conseguiu-se uma visão da forma de gestão utilizada no setor hoteleiro de Guaramiranga (Ceará). 4.7 Tabulação dos dados As técnicas de análise de dados possibilitam ao investigador consolidar uma relação entre o levantamento bibliográfico e a pesquisa de campo. As entrevistas foram tratadas por meio estatístico simples. A ferramenta utilizada para tabulação dos dados foi a planilha eletrônica Excell, do pacote MS Office, com a criação de gráficos, por permitir uma análise mais crítica e direta visualizando os resultados obtidos. Após este procedimento, deu-se início à elaboração dos gráficos, como as tabelas, para a exposição das análises dos resultados, observando-se sempre as percentagens obtidas na tabulação para cada item e a natureza qualitativa da pesquisa. Para Bardin (1977, p. 38), “a análise de conteúdo aparece como um conjunto de técnicas de análise das comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens”. 4.8 Objeto de estudo A área em estudo compreende o município de Guaramiranga (CE), que está localizada na macrorregião norte-cearense, mais precisamente na microrregião de Baturité, em um dos pontos mais altos do estado, a 4º15‟48” de latitude sul e 43 38º55‟59” longitude oeste de Greenwich, conforme IBGE/Ipece (2011). Sua história tem um foco importante sobre as propriedades rurais onde se concentrou a principal atividade econômica. Para os portugueses, colonizar a serra seria um negócio atrativo. Lá possuía em abundância frutas silvestres, solo fértil, água corrente e um agradável clima que muito parecia com o clima europeu. Sendo que sua chegada na serra propriamente dita corresponde atualmente às localidades de Mulungu, Guaramiranga e Pacoti. No século XVIII se deu a primeira ocupação com a instalação do Sítio Macapá, em Conceição, atual Guaramiranga (GUARAMIRANGA IMÓVEIS, s/d). Devido à presença de índios selvagens, caminhos escorregadios, dentre outros fatores, as terras serranas eram vistas como sem valor. Porém, nos anos de 1777/1778 e 1790/1793, as crises climáticas assolaram o sertão cearense, quase matando todo o gado. Consequência disso foi a mudança dos sertanejos para a serra, levando com eles a família, os escravos e os animais necessários para a sua condução, como também vacas leiteiras (ARAÚJO, s/d). Com a descoberta da boa adaptação do café, em 1822 (ARAÚJO, s/d), as áreas serranas de solos férteis e úmidos haviam sido ocupadas. Contudo, o cultivo do café foi o responsável pelo apogeu econômico da região, além de propiciar o crescimento das cidades locais e a construção do patrimônio histórico e arquitetônico. Além do cultivo de café, que em algumas propriedades era produzido à sombra de outras árvores nativas, possibilitando uma cultura sustentável deste produto, conforme Bastos (2005) e Costa Filho (2004), outras atividades agrícolas como banana, horticultura, milho, feijão e mandioca merecem também destaque. De origem indígena, o termo Guaramiranga significa “pássaro vermelho”. Quanto à formação legal do município foi definitivamente elevada a esta categoria em 11 de junho de 1957, pela Lei nº 3.679, conforme explica Bastos (2005). Em 1899, pela lei n°550, de 25 de agosto, a vila de Guaramiranga foi declarada extinta, ficando anexada ao Município de Baturité, mas foi restaurada pela lei de n° 1.887, de 15 de outubro de 1921. Novamente suprimida pelo Decreto n°193, de 20 de maio de 1931, passou a ser simples distrito de Pacoti. Foi em 74 definitivamente restaurada, de acordo com o artigo 1º da lei de n°3.679, de 11 de julho de 1957 (BASTOS, 2005, pp. 7374). 44 Possui área de 59,47 km,² correspondendo a 0,04% da superfície total do Estado, de acordo com dados do IBGE/Ipece (2011). O município é constituído de dois distritos, a sede e Pernambuquinho. Encontra-se na área de proteção ambiental (APA) de Baturité, legalmente protegida. A APA é uma unidade de conservação criada para compatibilizar o uso, a ocupação humana com a conservação e a preservação do meio ambiente. E destaca-se pela sua localização e o segundo ponto mais alto do Ceará, o Pico Alto, com 1.115m de altitude. Seu clima tropical subquente úmido e tropical quente úmido é caracterizado por temperatura média entre 24ºC e 26ºC durante o ano, com período chuvoso nos meses de janeiro a maio (FUNCEME/IPECE, 2011). Porém, entre julho e setembro, no período da noite, podem-se sentir temperaturas ainda mais amenas, beirando os 14ºC e 15ºC, característica essa por estar a 600m acima do nível do mar. Com uma vegetação exuberante em que samambaias, orquídeas e flores silvestres convivem com uma fauna nativa, que inclui as mais diversas espécies de pássaros, Guaramiranga comporta, portanto, restos da Mata Atlântica, sendo considerada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) como patrimônio do planeta. Seu relevo é ondulado, em função de sua localização em área serrana. O acesso a Guaramiranga se dá através da CE 021 e CE 115, por Mondubim, Pacatuba, Guaiuba, Redenção, Aracoiaba e Baturité, distante aproximadamente 115 km de Fortaleza, ou pela CE 115 e CE 004, por Maranguape, Palmácia e Pacoti, distante 86 km da capital; ou ainda pela BR 020 e Ladeira de Pendanga, distante apenas 75 km (FARIAS, 2001), conforme figura 1. Figura 1 Acesso a Guaramiranga, saindo de Fortaleza através da CE-060, passando por cidades que compõem a subzona de transição do litoral 45 Fonte: Pagliuca (2009). A população de Guaramiranga, dominada por sitiantes, pequenos núcleos comunitários e fazendas, dá indícios de possuir uma boa qualidade de vida, uma vez que a taxa de analfabetismo e o índice de mortalidade infantil são baixos, comparando-os com o Ceará inteiro, como afirmam o IBGE (2010) e a Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (SESA), conforme Ipece (2010). Ainda se tratando do povo guaraminguense, a população total residente é de 4.164 habitantes (IPECE, 2010). Desse total, 59,92% são urbanos e 40,08% rurais; sendo 50,41% do sexo masculino e 49,59% do sexo feminino, correspondendo a uma densidade demográfica de 41,29 habitantes/km,² de acordo com os dados do IBGE (2010). 46 5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Neste capítulo, será apresentada a análise e discussão dos resultados extraídos da pesquisa de campo, realizada em julho de 2012 com os gestores das duas pousadas e dos dois hotéis da cidade de Guaramiranga (CE), relacionando-se os dados observados com o objeto de estudo que direcionam todo o trabalho. Entre os 19 itens avaliados, tem-se como primeira análise os meios utilizados pelos hoteis quanto à comunicação da organização com seus clientes. Entre os itens avaliados, questionaram-se aos quatro sujeitos de estudo a ferramenta utilizada para fazer comunicação com o cliente. Para o gráfico 1, percebe-se que o telefone ainda tem forte influência na comunicação realizada pelos hoteis e pousadas em Guaramiranga, estando este junto com a utilização da internet, auxiliando na comunicação com o público que se utiliza dos serviços de hotelaria da cidade. Uma pequena parcela também tem como ferramenta de comunicação a divulgação de boca em boca, portanto, pelo marketing direto; mas nota-se que a grande maioria já se beneficia da internet para a realização da interlocução. O gráfico 2 contempla o que os hoteis de Guaramiranga realizam para conquistar seus clientes. 47 Notou-se que predomina a qualidade dos serviços prestados de acordo com a visão dos gestores entrevistados, dois dos estabelecimentos visitados tem como prioridade a qualidade, um tem como prioridade as promoções realizadas e outro estabelecimento coloca como forte atuação para conquistar seus clientes o uso da tecnologia. Deixando intrinsecamente o nível social dos clientes que frequentam os hoteis da cidade de Guaramiranga. Outro resultado que chama a atenção, porém se faz paralelo com o Gráfico 2. Foi o resultado obtido quanto à fidelização dos clientes já conquistados. A análise do Gráfico 3 verifica-se que o conforto oferecido pelos hoteis e pousadas entrevistados na cidade de Guaramiranga provoca nos hóspedes o sentimento de um serviço com qualidade proporcionando nos clientes a vontade de retornar ao local mais vezes. Em meio à pesquisa um dos gestores entrevistado informou que é deixado de lado à formalidade de um hotel convencional para a prática de um relacionamento quase de amizade. Através do bom acolhimento da casa, através da alimentação da casa, que é uma alimentação muito caseira, então e do clima, que a gente se utiliza de Guaramiranga em benéfico da própria pousada do nosso jardim, então as pessoas sentem muito, vamos dizer assim, quando chegam aqui, se sentem muito em paz e em casa. A prioridade da casa hoje é o que. fazer com que o cliente se sinta em casa, fora desse mundo do lado formal de cada hotel que tem. Todo hotel tem o lado formal da coisa. Nós não. Nós transformamos o nosso cliente em uma pessoa da própria família (...). Graça a Deus todos os finais de semana são quase todos cheios (ENTREVISTADO 4) Isso possibilita que o hospede se sinta mais acolhido possível nas instalações do hotel e assim pretende-se fixar um relacionamento mais próximo com o mesmo, fazendo com que ao pensar visitar a cidade de Guaramiranga novamente, o cliente lembre-se do clima de amizade estabelecido anteriormente e retorne ao hotel. Esta é outra forma de firmar a fidelização deste cliente. 48 Para se criar este vínculo de amizade com os clientes, os hotéis e pousadas realizam uma espécie de cadastro dos clientes que se hospedam nos estabelecimentos. A obtenção dos dados cadastrais dos hóspedes oportuniza a realização do pós-venda. Porém, em nenhum dos entrevistados foi observado se algum trabalho de encantamento do cliente é feito, utilizando-se das informações colhidas. Um dos entrevistados deixa claro que o cliente fica bem à vontade para manter contato, porém, não é uma prática do hotel fazer algum levantamento após a estadia do mesmo no estabelecimento. “O fato é que a gente deixa o hospede à vontade para que ele entre em contato através do site, mas não que a gente tenha que ligar retornando a ligação se gostaram ou não” (ENTREVISTADO 4). Outra informação extraída da pesquisa foi a que relata a periodicidade com que os hospedes retornam à cidade de Guaramiranga, utilizando-se dos hotéis e pousadas da cidade. Quadro 4 Estimativa de retorno dos clientes ESTIMATIVA DE RETORNO DOS CLIENTES 0 a 70% 70% a 100% 1 3 As informações obtidas demonstram que dos quatro estabelecimentos entrevistados, um informou que até 70% dos hospedes voltam ao local e três informaram que a estimativa de retorno dos hóspedes fica entre 70 e 100%, isto é, retornam à cidade em algum período do ano; este fato é visto pelos gestores responsáveis como um resultado satisfatório. “Num período de um ano, os mesmos clientes voltaram durante o ano praticamente 12 (doze) vezes. Uma vez por mês” (ENTREVISTADO 2). O retorno aos hoteis de Guaramiranga acontece de forma particular, levando em consideração outros fatores, pois, de acordo com informações dos entrevistados, se oferece aos hóspedes um restaurante bem estruturado, piscina, trilhas ecológicas, acesso à hospedagem todos os dias da semana, que é o caso de apenas uma das pousadas entrevistadas. Estas condições de lazer aos clientes e acessibilidade contemplam apenas dois dos hotéis pesquisados. Um dos entrevistados relata que foi retirado do dia a dia dos hóspedes um passeio a cavalo 49 por considerar um risco aos clientes. “O que existia anteriormente era um passeio a cavalo, que por conta de risco de alguma queda, alguma coisa, a gente tirou esse passeio a cavalo” (ENTREVISTADO 3). Percebe-se que o resultado concedido mostra uma realidade diferente do que se vê em outras instituições do mesmo gênero, enquanto hotéis de grandes cidades oferecem serviços extras como agência de viagem, serviço de taxi, apresentação de cultura local e outros, em Guaramiranga disponibilizam apenas o que se pode considerar básico. Entretanto, a visitação à cidade e consequentemente a utilização dos hotéis possibilitam o contraste do que observou. A pesquisa de satisfação para as empresas que trabalham com prestação de serviço é de fundamental importância para os hotéis de Guaramiranga. A busca por satisfazer o cliente é praticada junto aos hóspedes, de acordo com os dados obtidos dos estabelecimentos pesquisados. Apenas uma pousada não realiza pesquisa de satisfação do cliente. Os dois hotéis e mais uma pousada faz esta pesquisa, porém observa-se que os resultados não são tabulados pelos administradores responsáveis, muitas vezes esta pesquisa é colocada informalmente na própria recepção do hotel. Durante as entrevistas realizadas não foi notada nenhuma ferramenta utilizada pelo hotel com o objetivo de extrair a opinião do cliente como também nenhuma ação realizada com o objetivo de trabalhar as informações colhidas. Outro ponto questionado na pesquisa foi quanto ao investimento realizado pelos hotéis na cidade de Guaramiranga. Para esta questão, as respostas obtidas foram favoráveis, pois os quatro estabelecimentos realizaram investimentos na estrutura destes e pousadas visitadas. Observou-se a atenção por parte dos hotéis e pousadas em estarem sempre inovando os ambientes para que os hóspedes se sintam mais a vontade quando estiverem utilizando os serviços do empreendimento. Todos os estabelecimentos pesquisados se mostraram conscientes das tendências de seus negócios e que isso os obrigou a estarem sempre atentos às mudanças locais e nacionais para que se adequem às novas demandas de um público cada vez mais exigente nos serviços que buscam. Esta vigilância às tendências do mercado fez que uma das pousadas entrevistadas visasse o público que trabalha nos finais de semana e os da terceira Idade. Nem todas as pousadas abriam durante a semana nem para hospedagem porque o grande público era de final de semana ou feriados e a gente já viu isso e temos muita hospedagem ao longo desses dez anos durante a 50 semana. Começamos a atingir aquele público que como a gente trabalha nos finais de semana né? Então conseguimos atingir a esses que vêm também e aqueles outros públicos que tá muito voltado, que é o público da terceira idade”(ENTREVISTADO 4) A realização do pós-venda foi outro tema levantado aos gestores dos hotéis e pousadas pesquisados na cidade de Guaramiranga. Percebe-se que três dos quatro estabelecimentos praticam a ação pós-venda com seus clientes. O que não se evidenciou foi a forma que realizam o pós-venda, já que em referências anteriores se observou que os mesmos não trabalham as informações colhidas na recepção dos hotéis e pousadas quanto aos dados cadastrais. De acordo com o resultado obtido e baseando-se nas informações repassadas ao pesquisador pelos gestores dos hotéis e pousadas entrevistadas, todas as informações colhidas que evidenciam o sentimento dos hóspedes, seus desejos, elogios e reclamações são recebidas na recepção, entretanto, percebe-se restrição no tratamento destas. Muitas vezes, quando não se é exposta nenhuma opinião por parte do hóspede, o hotel fica no aguardo da sua manifestação por meio dos canais tecnológicos, como o e-mail, facebook ou por telefone. Vale ressaltar que é na recepção a principal forma de colher informação das necessidades do cliente. Mesmo com restrição, notou-se por parte de um hotel e uma pousada pesquisados a adaptabilidade das estruturas internas e externas para atendimento ao público com algum tipo de deficiência. Ambos os estabelecimentos, por meio das informações colhidas e percepção dos direitos conquistados por este público, realizaram mudanças nos quartos e acessos. Haja vista que de acordo com dados do IBGE (2009), a população declarada como portadora de deficiência corresponde a 14,5% da população brasileira. Número este que atinge todas as classes sociais do país. A importância do atendimento a este público é evidenciada, mesmo correspondendo a 8,3% dos leitos existente na pousada, por um dos entrevistados quando informa a realização de benfeitorias no estabelecimento para receber esta categoria de cliente “...fizemos dois quartos para pessoas com deficiência, deficiente físicos, ou cadeirantes...” (ENTREVISTADO 4). As informações a seguir estão relacionadas aos valores gastos por um casal em se hospedar um final de semana nos hotéis e pousadas dos entrevistados. Este levantamento visa observar uma média de gasto realizada por um casal em 51 uma hospedagem de final de semana na cidade de Guaramiranga e assim ter uma base de valor comprado pelo serviço prestado.. Ao verificar o gráfico, quanto à média de diárias nos finais de semana, percebe-se uma variação de preço bastante relevante, haja vista sua média de diária nesta época chega-se a R$ 455,00 (quatrocentos e cinquenta e cinco reais). Vale ressaltar que este valor especificado inclui-se as três alimentações diárias consideradas alimentações padrões, que contemplam o café da manhã, almoço e jantar. As entrevistas realizadas nos estabelecimentos hoteleiros de Guaramiranga demonstraram uma realidade no mínimo curiosa, haja vista que duas das pousadas entrevistadas nenhuma tem parceria com hotéis de Fortaleza. O que parecia algo necessário para ampliação dos negócios não se é praticado pelas empresas pesquisadas. Já nas parcerias realizadas entre os hotéis de Guaramiranga e os hotéis do resto do país, verificou-se que um hotel e uma pousada realizam esta prática de parceria com outros hotéis do Brasil. As pousadas entrevistadas não especificaram de qual região do país estas parcerias eram firmadas, só informaram a realização das mesmas. Por último, foi questionado parceria com hotéis de fora do país e mais uma vez foi observado que apenas um hotel possui parceria com empresas fora do Brasil na busca por novos clientes. Nos estabelecimentos entrevistados, todas as parcerias firmadas são consideradas informais, ou seja, não possuem nenhuma cláusula contratual de exclusividade ou de direitos parciais, haja vista que em alguns relatos dos gestores o termo parceria é classificado como contato. “Nós temos contato aqui com hóspedes em hotel lá em Orlando (Estados Unidos), que a gente se comunica e faz o intercâmbio” (ENTREVISTADO 2). 52 Após o recebimento destas informações, pode-se perguntar o porquê de um número tão relevante de turistas estrangeiros na cidade de Guaramiranga. Ainda analisando as entrevistas, pode-se entender que a denominação dos fatores causadores deste contraste seja talvez por conta dos seus colonizadores, emergindo o clima encontrado na cidade em seus países da época da colonização até os dias atuais ou por conta da comodidade disposta aos clientes, ou por conta do vínculo de amizade estabelecida pelos hotéis, deixando de lado a formalidade como relatado anteriormente. O fato é que em todo o período do ano a cidade recebe seus clientes externos. A entrevista também trouxe informações interessantes quanto à profissionalização e a capacitação dos funcionários que fazem parte dos estabelecimentos hoteleiros. Em discussão, percebe-se que os quatro objetos de estudo não fornecem curso de capacitação aos seus colaboradores; desta forma, chega-se à conclusão que existe falha quanto à profissionalização dos funcionários dos objetos de estudo. A maioria dos colaboradores dos estabelecimentos entrevistados é constituída de pessoas que residem na própria cidade de Guaramiranga e circunvizinhança. Muitos saem da agricultura para o seguimento de serviço ao público nos hotéis e pousadas da cidade, não possuindo experiência, porém, praticam algo bem característico da região, que é o acolhimento, a simpatia e a humildade para receber os turistas que visitam a cidade, passando a desenvolver um comportamento cativante que encanta a todos que chegam. É percebível a existência de falhas na capacitação. Nota-se quando se pergunta a um dos gestores quanto ao fornecimento de cursos da capacitação aos colaboradores e o mesmo passa a responsabilidade ao hotel de Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), como se a responsabilidade de ter todo o quadro funcional treinado fosse da instituição.“Não. Porque na própria região nós temos aqui o hotel Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) né e agora temos o Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec), que oferece curso para todos os funcionários” (ENTREVISTADO 2). Durante ainda a realização da pesquisa, observou-se que os cursos fornecidos pelo Senac na cidade de Guaramiranga haviam sido suspensos e a instituição fora fechada por uma decisão política, dificultando ainda mais a 53 capacitação das pessoas que trabalhavam nos hotéis da cidade de Guaramiranga. Esta afirmação foi relatada por um dos entrevistados. Anteriormente quando nós dispúnhamos aqui do Hotel Senac, que o Senac promovia alguns cursos, a gente procurava sempre disponibilizar pra que tinha digamos assim. Do que o funcionário sentia necessidade de fazer. A gente sempre liberava. Fizeram vários cursos já (ENTREVISTADO 3). Outro ponto observado na pesquisa realizada junto aos dois hotéis e as duas pousadas, foi quanto aos benefícios fornecidos aos clientes que se utilizam dos serviços hoteleiros de Guaramiranga. Para este fim, obteve-se que três dos quatro estabelecimentos fornecem algum tipo de benefício aos hóspedes. Geralmente, tais benefícios são atrelados a datas comemorativas, como aniversários, hóspedes recém-casados, feriados e outros. Um dos gestores entrevistados informou que geralmente fornecem cortesias aos hóspedes que utilizam os serviços com suas famílias. “Sempre a gente dá um auxílio de uma cortesia, de um desconto no valor” (ENTREVISTADO 4). Para finalizar a entrevista, o último tema tratado foi quanto à forma de pagamento aceito pelos estabelecimentos hoteleiros de Guaramiranga. Nota-se que 100% dos estabelecimentos hoteleiros pesquisados preferem fazê-lo em espécie e apenas um destes possibilita o cliente o pagamento em cartão de crédito ou cheque. Vale ressaltar que a possibilidade do pagamento ser no cartão ou cheque contempla apenas para a segunda parte do valor de estadia. A primeira parte deve ser paga por meio de depósito bancário ou no próprio balcão da recepção, conforme iInformações cedidas pelos próprios gestores entrevistados. “A nossa reserva é feita. Trabalhamos com reserva antecipada, 50% (cinquenta por cento) para confirmar a reserva e 50% (cinquenta por cento) na saída, sempre em espécie ou depósito bancário” (ENTREVISTADO 3). 54 CONSIDERAÇÕES FINAIS O modelo de gestão de uma empresa a todo instante é posto em evidência por diversas situações possíveis e cabe a cada gestor, dono do negócio, se permitir ser mutável para que as decisões tomadas sejam as melhores possíveis, dentro do contexto que a empresa esteja inserida. Uma visão moderna da forma de administrar faz toda a diferença em um grupo, seja qual o seguimento que atue. A pesquisa trata especificamente da forma de gerenciar, aplicada nos estabelecimentos hoteleiros da cidade de Guaramiranga, assim como as falhas encontradas na gestão. A utilização do marketing de relacionamento direcionada aos clientes que se utilizam dos serviços prestados por estes hotéis e pousadas que ali estão situados possui como objetivo a fidelização e se a gestão gera rentabilidade ao setor. Na realização da pesquisa entres os quatro objetos de estudo, perceberam-se limitações na gestão aplicada nos estabelecimentos entrevistados, falhas em alguns fatores relevantes foram observadas, como no aprimoramento dos benefícios aos clientes, inovação, na organização para recolhimento das informações, podendo esta ser decisiva nas tomadas de decisão e no aperfeiçoamento do relacionamento com o cliente. Notou-se folha na reciclagem dos funcionários que interagem diretamente com os clientes, falha na comunicação e ausência de parcerias com instituições do mesmo gênero. Através dos resultados adquiridos, constatou-se também que existe o interesse por grande parte dos gestores entrevistados em trabalhar cada item indagado e que existem pontos a melhorar; todavia, tais resultados demonstram que alguns gestores entrevistados estabelecem como critério aos seus hóspedes um relacionamento quase que familiar e amigável, não dando tanta atenção aos moldes padrões de como deve ser conduzida uma empresa de hotelaria. Mesmo assim, este comportamento não é o fator que mais impacta no funcionamento dos hotéis visitados; em todas as entrevistas realizadas, nenhum dos gestores relataram o fato da não utilização dos estabelecimentos, pelo contrário, se mostraram satisfeitos com a busca pelos serviços prestados ao público que necessita de hospedagem durante todo o ano, tendo gerando assim uma rentabilidade ao setor. 55 A pesquisa de campo foi realizada por meio de uma entrevista de 19 (dezenove) perguntas aplicadas aos gerentes, coordenadores e proprietários de quatro estabelecimentos hoteleiros do município de Guaramiranga divididos em dois hotéis e duas pousadas. Os resultados obtidos revelam que os questionamentos levantados evidenciaram margem de possíveis falhas no gerenciamento realizado nas gestões atuais, quanto ao relacionamento com os funcionários e parceiros, impactando de forma direta no desenvolvimento destes estabelecimentos hoteleiros, evitando, assim, que os mesmos se utilizem do potencial existente no setor, das pessoas que ali trabalham e da capacidade de crescimento da cidade de Guaramiranga no tema pesquisado. As análises realizadas após a pesquisa de campo conduziram à consecução do objetivo geral proposto para o intuito de se analisar a gestão de relacionamento com o cliente no setor hoteleiro em Guaramiranga, assim como os objetivos específicos quanto ao impacto na gestão de relacionamento com o cliente no setor hoteleiro de Guaramiranga e suas falhas. Em contrapartida, observou que há uma necessidade por parte dos gestores na percepção do impacto causado pelo seu gerenciamento no relacionamento com o cliente, atrelado à forma de capacitação dos seus colaboradores. Analisando a pesquisa como um todo, se percebe que os gestores dos estabelecimentos não se permitem a praticar empreendedorismo, pois demonstram comodismo ou timidez, com o cenário existente em seus empreendimentos hoteleiros, ou seja, não percebem que existe um mercado promissor na região e que ainda pode ser explorado de forma responsável, possibilitando um crescimento rentável para suas empresas. Desta forma, considerase deficiência na gestão aplicada nos hotéis e pousadas entrevistados na elaboração desse projeto acadêmico situados na cidade de Guaramiranga. Com a pesquisa, a hipótese levantada de que a gestão de marketing de relacionamento é aplicada e gera rentabilidade ao setor hoteleiro da serra de Guaramiranga, ficou comprovada por meio dos questionamentos colocados que a gestão é aplicada, porém, ainda imatura haja vista a potencialidade existente do setor na cidade e não explorada. Com base nos resultados, é possível responder à pergunta de partida: É realizada a gestão de relacionamento com cliente no setor de hotelaria em Guaramiranga (Ceará). Ficou comprovado que os gestores percebem que o 56 marketing de relacionamento é importante e tem impacto direto na manutenção dos clientes, entretanto ainda existe um bloqueio gerencial. Cabe ressaltar quanto à satisfação de acesso a referenciais teóricos sobre o tema em discussão, como artigos, TCC, dissertações e livros. Pode-se destacar, ainda, a limitação em relação ao acesso da localização de alguns estabelecimentos hoteleiros que dificultou a pesquisa de campo. Conquanto, reconhecendo as limitações da pesquisa e a necessidade de uma ininterrupta construção sobre o tema, espera-se que a atual investigação colabore para que novos estudos sejam realizados no intuito de se enriquecer mais a literatura acerca do tema em destaque, bem como sua utilização no ambiente empresarial do setor. A partir dos resultados obtidos, sugere-se o desenvolvimento de mais produções acadêmicas quanto à gestão de relacionamento com o cliente no setor de hotelaria de Guaramiranga ou em outras áreas do mesmo segmento. 57 REFERÊNCIAS BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Tradução de Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro. Lisboa: Edições 70, 1977. BASTOS, F. H. Guaramiranga: propostas de zoneamento e manejo ambiental. Dissertação. Mestrado. Curso de Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade Federal do Ceará. Fortaleza. 2005, 200 p. BORDA, Valdir. Marketing de Relacionamento para organizações de saúde. São Paulo: Atlas, 2004. CARVALHO, Pedro Carlos de. 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Atrativos históricos em Guaramiranga e região. <www.portalguaramiranga.com.br/guaramiranga_atividades.htm> acesso em 13 de dezembro 2012. 62 APÊNDICE 63 Apêndice A – Entrevista FACULDADE CEARENSE Curso de Bacharelado em Administração Trabalho de Conclusão de Curso Pesquisa orientada pelo Prof. Ms. Ricardo Cesar de Oliveira Borges Data: Dezembro / 2012 Esta entrevista, instrumento de pesquisa acadêmica, tem a finalidade de levantar informações para subsidiar a elaboração de uma monografia de graduação. Por este instrumento, estamos objetivando obter informações sobre a gestão de relacionamento com o cliente no setor hoteleiro de Guaramiranga assim como seus impactos e falhas nos hoteis e pousadas desta cidade. Desde já, agradecemos pelo valoroso tempo destinado a responder a entrevista Entrevista: Pousada Casarão dos Uchoas. Coordenadora: Gerlane Ferreira Braz. 1) Como o hotel se comunica com seus clientes? Por meio de telefone ou por e-mail. 2) Como o hotel conquista novos clientes? A gente sempre realiza promoções para que eles voltem sempre e quem está na cidade vir se hospedar aqui. 3) Como o hotel conquista seus clientes conquistados? Conforto, a gente tenta conformar eles o máximo possível 4) O hotel possui cadastro dos clientes? Sim. Existe 5) Estime no ultimo ano de 0 a 100, quantos clientes voltaram mais de uma vez no hotel? Três vezes. 6) Quais outros serviços além da estadia o hotel oferece? Não. 7) O hotel realizou alguma pesquisa de preferência, satisfação com seus clientes? Não, nenhuma. 8) O que existe este ano no hotel que não existia ano passado? Não existia televisores nos quartos, onde o pessoal cobrava muito e agora ele colocou. 9) O hotel realiza contato com seus clientes após estadia? 64 Sim. Sempre por meio de ligações e email. 10) Como o hotel colhe informações sobre as necessidades turísticas dos seus clientes? Pelos próprios clientes, porque eles falam e a gente vai repassando, fazendo reuniões, a gente vai pesquisando e querendo melhorar mais. Através deles. As reuniões são feitas aqui na pousada em grupo as pessoas que trabalham aqui aí a gente tenta melhorar para agradar o cliente 11) Como o hotel colhe informações sobre as necessidades dos clientes portadores de necessidade especiais? Não colher até porque nunca teve aqui alguém com deficiência não. 12) Em média quanto o cliente gasta em uma estadia de três dias no hotel? Três dias... R$ 288,00 (duzentos e oitenta e oito) os três dias, o casal, a hospedagem e café da manhã. 13) Existe algum contato do hotel com empresas do setor em Fortaleza? Não. 14) Existe algum contato do hotel com empresas do setor no Brasil? Não. 15) Existe algum contato do hotel com empresas do setor no exterior? Também não. É só daqui mesmo. Ele conserva só da família mesmo aqui na pousada 16) O hotel promove curso de capacitação em línguas com os funcionários? Não. 17) O hotel promove outros cursos de capacitação com os funcionários? Também não. 18) O hotel oferece benefícios para os clientes em datas comemorativas? (aniversário, ano novo, feriados de padroeiras, recém casados etc). Sim. Ele sempre oferece arranjo de flores, sempre a gente procura agradar os clientes 19) O Hotel oferece variadas formas de pagamento? 65 50%, (cinqüenta por centro), depositado lá em Fortaleza e 50%, (cinqüenta por centro)e pago aqui na pousada Apêndice B Entrevista: Hotel Chalé das Montanhas Proprietário: Wilson Bezerra 1) Como o hotel se comunica com seus clientes? Através de email né, divulgação no nosso site é importante e o próprio boca a boca, que é um dos mais fortes. 2) Como o hotel conquista novos clientes? Olha nosso trabalho aqui é muito dedicado ao cliente, nós trabalhando muito aqui com o controle de qualidade e a nossa divulgação é mais pesada disso, na parte de alimentação, o tratamento que e dado por hospede e nós sempre estamos atualizados com as informações com a secretaria do estado NE e com a EMBRATUR (Empresa Brasileira de Turismo). 3) Como o hotel conquista seus clientes conquistados? É o controle de qualidade. Nós estamos aqui com 13 (treze) anos, nós nunca mudamos nosso estilo de trabalho. 4) O hotel possui cadastro dos clientes? Possui. Atualmente nós temos 6700 (seis mil e setecentos), clientes cadastrados no hotel de 26 (vinte e seis) apartamentos 5) Estime no ultimo ano de 0 a 100, quantos clientes voltaram mais de uma vez no hotel? Num período de um ano, os mesmo clientes voltaram durante o ano praticamente 12 (doze) vezes. Uma vez por mês. 6) Quais outros serviços além da estadia o hotel oferece? Nós temos restaurante ala carte, temos a parte de piscina, e nós indicamos aqui as trilhas ecológicas, onde tem as cachoeiras, os pontos turísticos da região, o hotel fornece. 7) O hotel realizou alguma pesquisa de preferência, satisfação com seus clientes? Faz. O hotel tem. 8) O que existe este ano no hotel que não existia ano passado? 66 Olha, nós fizemos uma mudança muito grande aqui na parte do jardim, a parte do salão de eventos foi feito também para atender melhor o cliente. 9) O hotel realiza contato com seus clientes após estadia? É entramos em contato para a satisfação né. 10) Como o hotel colhe informações sobre as necessidades turísticas dos seus clientes? Olha, na chegado do cliente na recepção, a recepcionista ela pergunta né, o que o turista pretende fazer na região da serra, o que ele quer conhecer, então ela oferece o serviço que tem disponível 11) Como o hotel colhe informações sobre as necessidades dos clientes portadores de necessidade especiais? Fornece. 12) Em média quanto o cliente gasta em uma estadia de três dias no hotel? Com hospedagem ele gasta aqui a media de R$ 500,00 (quinhentos reais), nos finais de semana de sexta a domingo que é a parte de alimentação, restaurante, e estadia. E aqui é mais um hotel familiar né, não é só o casal né, vem os pais vêm os filhos, por isso dar este valor um pouco mais alto. 13) Existe algum contato do hotel com empresas do setor em Fortaleza? Parceria? Existe. 14) Existe algum contato do hotel com empresas do setor no Brasil? Existe. 15) Existe algum contato do hotel com empresas do setor no exterior? Existe. Nós temos contato aqui é hospede em hotel lá em Orlando (Pais), que a gente se comunica e faz o intercâmbio. 16) O hotel promove curso de capacitação em línguas com os funcionários? Não. Porque na própria região nós temos aqui o hotel SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) né e agora temos a SETEC, que ela oferece curso para todos os funcionários 17) funcionários? O hotel promove outros cursos de capacitação com os 67 Não 18) O hotel oferece benefícios para os clientes em datas comemorativas? (aniversário, ano novo, feriados de padroeiras, recém casados etc). Oferecemos. Data de aniversário, casamentos, páscoas, dias dos namorados, dia dos pais dia das mães, tudo isso o hotel oferece, serviço especial, lua de mel. 19) O Hotel oferece variadas formas de pagamento? O hotel trabalha aqui com a reserva, que é a garantia da sua reserva, 50% (cinqüenta por cento) por sinal e o restante ele paga na saída Apêndice C Entrevista: Pousada Alto da serra. Administrador: Marcos Flávio 1) Como o hotel se comunica com seus clientes? Essa comunicação é feita a grande maioria via telefone, e alguns, pouquíssimos pela internet. Mesmo por que esse público nosso, eles ficam o dia em outro local no dia, mas o nosso diferencial e criar um vínculo maior do que restritamente o vínculo de quem oferece os meios de hospedagem e de quem se hospeda né? Esse vinculo entre hospede então a gente quebra um pouco isso aqui é isso que faz o grande diferencial. Você ser que a própria acomodação parece um grande sítio né? Então já cria a favorece isso também. 2) Como o hotel conquista novos clientes? Novos clientes, Através do site que foi uma coisa que demorou a fazer, mas já viu que através do site. Porque a pessoa hoje ela quer visualizar onde ela vai se hospedar, então um grande parceiro realmente é a internet que já te facilita, a pessoa ela entra em contato, mesmo com a internet ela entra em contato por telefone e ela te faz algumas perguntas, como são os chalés e se você dar essa ferramenta adicional, isso enriquece a conquista do momento né? Porque o termo hospedagem é muito agora né? A pessoa liga quer ver, ela já ver então você já consegue fechar já a hospedagem. 3) Como o hotel conquista seus clientes conquistados? Como eu tava dizendo anteriormente. Manter com esse contato via telefônico. Como Guaramiranga é movida por muitos espetáculos diferenciados, 68 digamos festivais, então através desses festivais faz o convite, seja por internet, seja por telefone então esse é o ... 4) O hotel possui cadastro dos clientes? Possuímos 5) Estime no ultimo ano de 0 a 100, quantos clientes voltaram mais de uma vez no hotel? Olha de 0 (zero) a 100 (Cem), em torno de 70% (setenta por cento). 6) Quais outros serviços além da estadia o hotel oferece? Além da hospedagem o restaurante né? Que nós trabalhamos com o serviço a la carte e o diferencial que nós funcionamos o ano inteiro, a semana toda, é diferenciado é que Guaramiranga agora que tá começando oferecer, mas a dez anos atrás o grande diferencial era esse. Nem todas as pousadas abriam durante a semana nem para hospedagem porque o grande público era de final de semana ou feriados e a gente já viu isso e temos muita hospedagem ao longo desses dez anos durante a semana. Começamos a atingir aquele público que como a gente trabalha nos finais de semana né? Então conseguimos atingir a esses que vem também e aqueles outros públicos que tá muito voltado que é o público da terceira idade. A terceira idade quer vir aqui para descansar, para curtir a natureza. Então você abrir nos final de semana você tem uma tarifa diferenciada para eles e tem a tranquilidade que eles tanto esperam né? 7) O hotel realizou alguma pesquisa de preferência, satisfação com seus clientes? Não. Nunca fizemos. 8) O que existe este ano no hotel que não existia ano passado? Olha o que existia anteriormente era um passeio a cavalo, que por conta de risco de alguma queda alguma coisa a gente tirou esse passeio a cavalo. Tiramos o passeio a cavalo e temos uma trilha dentro da própria pousada. 9) O hotel realiza contato com seus clientes após estadia? Não. 10) Como o hotel colhe informações sobre as necessidades turísticas dos seus clientes? As necessidades a gente já colhe no próprio balcão da recepção que é quando eles perguntam por algum passeio, alguma coisa e a gente procura tá 69 sempre muito “antenado” do que tá acontecendo de novo, seja de espetáculo, seja de novos empreendimentos. Digamos recentemente nós tivemos aqui de empreendimentos que é um empreendimento que é todo voltado para questão ecológica, então divulgamos isso aqui, passamos a ter o dito concorrente como aliado. 11) Como o hotel colhe informações sobre as necessidades dos clientes portadores de necessidade especiais? Nós temos uma grande falha nesse setor onde que nós só temos no momento um apartamento adaptado e não é 100% (cem por cento) adaptado. 12) Em média quanto o cliente gasta em uma estadia de três dias no hotel? Um pacote de três dias, dependendo do período faz um pacote diferenciado, mas em média em torno de R$ 450,00 (quatrocentos e cinqüenta reais). 13) Existe algum contato do hotel com empresas do setor em Fortaleza? Não. Não temos 14) Existe algum contato do hotel com empresas do setor no Brasil? Temos. 15) Existe algum contato do hotel com empresas do setor no exterior? Não. Não temos. 16) O hotel promove curso de capacitação em línguas com os funcionários? Não. 17) O hotel promove outros cursos de capacitação com os funcionários? Já. Anteriormente quando nós dispunha aqui do Hotel Senac, que o Senac promovia alguns cursos, a gente procurava sempre disponibilizar pra que tinha digamos assim. Do que o funcionário sentia necessidade de fazer. A gente sempre liberava. Fizeram vários cursos já. 18) O hotel oferece benefícios para os clientes em datas comemorativas? (aniversário, ano novo, feriados de padroeiras, recém casados etc). 70 Oferecemos diferenciais 19) O Hotel oferece variadas formas de pagamento? A nossa reserva é feita. Trabalhamos com reserva antecipada, 50% (cinquenta por cento) para conformar a reserva e 50% (cinquenta por cento) na saída sempre em espécie ou depósito bancário. Apêndice D Entrevista: Pousada Capuchinhos Gerente: Fagner Barreto 1) Como o hotel se comunica com seus clientes? Nós temos nosso site da casa e através dos emails, o site é utilizado como forme da receber idéias e críticas das hospedagens que acontecem, vamos dizer assim, no dia a dia nos finais de semana da casa, então a gente sempre passa pro nosso hospede esta maneira dele se comunicar com a gente com as idéias dele, com as críticas através do site, mesmo porque tem muito gente que se sente constrangida em dizer alguma coisa no momento da estadia, então este é um ponto que a gente faz que as pessoas dêem idéia pra gente, fora esses tem os nossos emails da casa e os telefones que é o de praxe. 2) Como o hotel conquista novos clientes? Através do bom acolhimento da casa, através da alimentação da casa, que é uma alimentação muito caseira, então e do clima, que a gente se utiliza de Guaramiranga em benéfico da própria pousada do nosso jardim, então as pessoas sentem muito, vamos dizer assim, quando chegam aqui, se sentem muito em paz e em casa. A prioridade da casa hoje é o que. Fazer com que o cliente se sinta em casa, fora desse mundo do lado formal de cada hotel que tem. Todo hotel tem o lado formal da coisa. Nós não. Nós transformamos o nosso cliente em uma pessoa da própria família Pousada dos Capuchinhos. Graça a Deus todos os finais de semana são quase todos cheios 3) Como o hotel conquista seus clientes conquistados? A gente trabalha o seguinte, a gente trabalha às vezes com alguns descontos. Promoções não porque a própria diária da pousada hoje já é a promoção com as três refeições. Mas sempre a gente tem o que. A gente sempre tem.. Quando é uma pessoa muito assídua na casa a gente faz o que. Se a pessoa tem três ou dois filhos, a gente sempre dá o desconto de um né, então esta pessoa vai 71 se sentir, vamos dizer assim é... Cuidado pela própria pousada. Às vezes a pessoa não tá com uma condição financeira de vir para a pousada dos Capuchinhos por que é uma família grande, mas sempre a gente dá um auxilio de uma cortesia, de um desconto no valor, no montante do valor. 4) O hotel possui cadastro dos clientes? Possuímos. 5) Estime no ultimo ano de 0 a 100, quantos clientes voltaram mais de uma vez no hotel? Olha eu digo que hoje...Em torno desses 100, que todos retornam, nem que seja duas ou três vezes no ano mas todos retornam, retornam pela alimentação como já falei par ti, retornam pela estadia, retornam pela amizade que a gente cria com todos os nosso hóspedes. Por exemplo, este feriado do Corpus Christi, 70% (setenta por cento) são pessoas que vem todos os feriados 6) Quais outros serviços além da estadia o hotel oferece? Hoje nenhum, nós só trabalhando realmente com hospedagem, somente, um outro serviço como guia, como trilha não. Não trabalhamos. 7) O hotel realizou alguma pesquisa de preferência, satisfação com seus clientes? Através do site. Tem um canal, um link do nosso facebook, do nosso twitter e esse trabalho ligando a questão do que eles acharam com a estadia deles e tudo isso. 8) O que existe este ano no hotel que não existia ano passado? Olha.. Eu creio que a comodidade da casa hoje. No ano passado a nossa sala de TV era uma sala menor, hoje não ampliamos, a nossa alimentação teve uma certa mudança pela formação dos dois cozinheiro. Os nossos quartos também foram ampliados, então assim nós demos mais comodidade ao nosso cliente. 9) O hotel realiza contato com seus clientes pós estadia? Realizamos. Mas assim não é uma coisa certa de haver não, este contato. O fato é que a gente deixa o hospede a vontade para que ele entre em contato através do site, mas não que a gente tenha que ligar retornando a ligação se gostaram ou não 10) Como o hotel colhe informações sobre as necessidades turísticas dos seus clientes? 72 Através da estadia deles. A maioria deles quando chegam aqui eles falam o que querem, falam o que estão necessitando da cidade de Guaramiranga e da Pousada, através da idéias dessa ligação que nós já temos com “um monte” deles. Então muitos.. Essa reforma, por exemplo, que nós tivemos na casa, que foi à casa inteira reformada grande parte foi através das idéias do próprio cliente. Ha Fagner eu quero o quarto maior, então nós ampliamos o quarto. Eu quero uma cama melhor, então tudo foi através do próprio cliente. O cliente foi quem deu as ideias da reforma geral. Claro que a casa, vamos dizer assim quem teve as idéias no geral mas eles participaram de tudo isso. 11) Como o hotel colhe informações sobre as necessidades dos clientes portadores de necessidade especiais? Hoje a pousada tem, nós temos, por causa disso já, com a nova lei vigente de uns dois anos atrás que tanto hoteis como transporte tivesse um local pra isso, ano passado com a reforma dos quartos, térreo essa parte aqui, nós fizemos dois quartos para pessoas com deficiência, deficiente físicos. Ou cadeirantes ou pessoa com a terceira idade, então nós temos já dois quartos que são próprios de acordo com as normas da lei vigente específico pra esse tipo de pessoa. 12) Em média quanto o cliente gasta em uma estadia de três dias no hotel? Um pacote de três dias ele gasta R$ 570,00 (quinhentos e setenta reais). Um casal. 13) Existe algum contato do hotel com empresas do setor em Fortaleza? Não. É porque eles cobrariam com certeza uma porcentagem e como a nossa diária hoje é R$ 190,00 (cento e noventa reais) o casal com café, almoço e jantar. Não dá mais pra gente fazer assim um certo desconto, então nós não trabalhamos. 14) Existe algum contato do hotel com empresas do setor no Brasil? Olha, contato não mas assim. Eles mantêm contato. Parceria não claro que muitas empresas privadas de turismo, eles já tem nossos telefone, tem nossos contatos, quando eles querem vir para Guaramiranga, quando eles querem, por exemplo, trabalhar só com a questão de visitas, é o chamado turismo de visita, eles almoçam aqui, então eles já tem o telefone da gente, entram em contato com a gente. Quando querem se hospedar a gente sempre dar uma cortesia, mas de um 73 guia de um motorista. Não das diárias, mas temos alguns, em Fortaleza acho que temos umas duas empresas. Nacional não. Em Fortaleza umas duas ou três já trabalham com a gente pra almoço pra café da manhã e também para hospedagem, mas assim sem uma coisa fechada, contrato fechado. 15) Existe algum contato do hotel com empresas do setor no exterior? Não, hoje não. Claro que tem a ??? Turismo que ela trabalha com o hospede fora, mas assim nunca hospedagem sempre é refeição. 16) O hotel promove curso de capacitação em línguas com os funcionários? Olha hoje não. Já foi trabalha isso uma vez, mas hoje não. 17) O hotel promove outros cursos de capacitação com os funcionários? Já, já trabalhamos com isso, como falei hoje não, mas já trabalhamos com curso de capacitação dos nossos cozinheiros, um curso também pro pessoal geral, a questão do acolhimento do turista. 18) O hotel oferece benefícios para os clientes em datas comemorativas? (aniversário, ano novo, feriados de padroeiras, recém casados etc). Olha para recém-casados, a vezes não é comum, mas sempre trabalha com a cortesia de um dia, de um buquê de flores, mas com uma coisa mais simples, como te falei a diária não cobre isso, então fica difícil a gente fazer essas regalias porque R$ 190,00 (cento e noventa reais) só dar parta almoço e jantar e tá muito em conta. 19) O Hotel oferece variadas formas de pagamento? Nós trabalhamos com 50% por cento em depósito, o restante é pago aqui no cartão VISA e MASTER, crédito, débito e em cheque e também em espécie. 74 ANEXOS 75 1) Como o hotel se comunica com seus clientes? 2) Como o hotel conquista novos clientes? 3) Como o hotel conquista seus clientes conquistados? 4) O hotel possui cadastro dos clientes? 5) Estime no ultimo ano de 0 a 100, quantos clientes voltaram mais de uma vez no hotel? 6) Quais outros serviços além da estadia o hotel oferece? 7) O hotel realizou alguma pesquisa de preferência, satisfação com seus clientes? 8) O que existe este ano no hotel que não existia ano passado? 9) O hotel realiza contato com seus clientes pós estadia? 10) Como o hotel colhe informações sobre as necessidades turísticas dos seus clientes? 11) Como o hotel colhe informações sobre as necessidades dos clientes portadores de necessidade especiais? 12) Em média quanto o cliente gasta em uma estadia de três dias no 13) Existe algum contato do hotel com empresas do setor em hotel? Fortaleza? 14) Existe algum contato do hotel com empresas do setor no Brasil? 15) Existe algum contato do hotel com empresas do setor no 16) O hotel promove curso de capacitação em línguas com os exterior? funcionários? 17) O hotel promove outros cursos de capacitação com os funcionários? 18) O hotel oferece benefícios para os clientes em datas comemorativas? (aniversário, ano novo, feriados de padroeiras, recém casados etc). 19) O Hotel oferece variadas formas de pagamento?