associação de polimorfismos dos genes casp8 (-652 6n del), hla-g

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Universidade Federal do Pará
Instituto de Ciências Biológicas
Faculdade de Biomedicina
Ana Paula Gomes Castro
ASSOCIAÇÃO DE POLIMORFISMOS DOS GENES CASP8 (-652 6N
DEL), HLA-G (14 PB IN/DEL), MTHFR (677 C>T) E SLC11A1 (1729
+55 DEL 4) COM VITILIGO.
Belém – PA
2011
ii
ANA PAULA GOMES CASTRO
ASSOCIAÇÃO DE POLIMORFISMOS DOS GENES CASP8 (-652 6N
DEL), HLA-G (14 PB IN/DEL), MTHFR (677 C>T) E SLC11A1 (1729 +55
DEL 4) COM VITILIGO.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Faculdade de Biomedicina
da Universidade Federal do Pará, como
requisito parcial para a obtenção do grau
de Bacharel em Biomedicina.
Orientador: Prof. Dr. Eduardo José Melo dos Santos
Belém – PA
2011
iii
ANA PAULA GOMES CASTRO
ASSOCIAÇÃO DE POLIMORFISMOS DOS GENES CASP8 (-652 6N
DEL), HLA-G (14 PB IN/DEL), MTHFR (677 C>T) E SLC11A1 (1729 +55
DEL 4) COM VITILIGO.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Faculdade de Biomedicina
da Universidade Federal do Pará, como
requisito parcial para a obtenção do grau
de Bacharel em Biomedicina.
Belém, 19 de dezembro de 2009.
Banca Examinadora:
__________________________________
Prof. Dr. Eduardo José Melo dos Santos
ICB-UFPA
(Orientador)
__________________________________
Prof. Dr. Leonardo dos Santos Sena
(ICB-UFPA)
__________________________________
M.Sc Janaína Mota de Vasconcelos
(ICB-UFPA)
__________________________________
Prof. Dra. Greice de Lemos Cardoso
(ICB-UFPA)
(Suplente)
iv
“Tudo tem o seu tempo determinado, e há
tempo para todo o propósito debaixo do
céu. Há tempo de nascer, e tempo de
morrer; tempo de plantar, e tempo de
arrancar o que se plantou”
Eclesiastes 3:1-2
v
A todos os pacientes que aceitaram
participar deste estudo e a todas as
pessoas que me apoiaram.
vi
Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Deus, por toda força e paz e por ter me ajudado a
chegar até aqui.
À minha família, por todo amor e carinho que ela sempre me ofereceu. Meu
pai, por conseguir me fazer enxergar os problemas e me ensinar a procurar
soluções. Minha mãe, por me dar força e a base necessária durante toda minha
vida. Minha irmã, por me ajudar em todos os momentos possíveis e imagináveis, me
dando apoio tanto nas horas calmas quanto nas de desespero.
Ao meu orientador, prof. Eduardo Santos, pelo exemplo de perseverança,
inteligência, humildade e paciência, valores que pretendo levar para toda a minha
vida.
Ao prof. Leonardo Sena, pelas orientações e apoio.
À Prof. Dra. Regina Carneiro, por fornecer o contato com os pacientes e
permitir que eu obtivesse as amostras.
Aos amigos da biomedicina 2008, Bárbara, Felipe e Geison, companheiros de
anos, que aguentaram comigo todos os momentos, sem os quais eu não teria
chegado até aqui. Obrigada pelo apoio, alegria, trabalhos, risos, discussões e toda a
―adrenalina‖ que enfrentamos nesses anos.
A toda a família LGHM, Maria Helena, Clayton e Paloma, pelo acolhimento no
laboratório desde o início. Janaína, Danuta, Bruna, Larysse, Yukari e Layanna por
todo o apoio e conhecimento que vocês me deram e pela amizade formada ao longo
desses anos, nas tardes agradáveis no laboratório. Dafne, Jean, Lílian e Andreza,
que sempre foram ótimas companhias, na bancada ou fora dela, pelas ajudas
sinceras e por se mostrarem pessoas com quem eu sempre posso contar. Aos
novatos do laboratório, Alene, Valéria e Marcus, sejam bem-vindos e espero que
possam aprender tanto quanto ou mais do que eu aprendi, agradeço pela ajuda que
vocês já em pouco tempo me deram.
Ao Rai, pessoa maravilhosa que apareceu na minha vida com quem sempre
posso contar. Até mesmo nos momentos de desespero em que nem o cérebro e
nem o coração conseguiam suportar mais, era nele que encontrava abrigo.
A todos os professores que contribuíram de forma positiva para a minha
formação.
A todos que me apoiaram de alguma forma e torceram pra que esse dia
chegasse.
À UFPA e à diretoria da faculdade de Biomedicina.
vii
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS E TABELAS........................................................................... ix
RESUMO.................................................................................................................. xi
1.
INTRODUÇÃO............................................................................................... 1
1.1.
VITILIGO........................................................................................................ 1
1.2.
CLASSIFICAÇÃO DO VITILIGO.................................................................... 1
1.3.
DIAGNÓSTICO.............................................................................................. 2
1.4.
TRATAMENTO............................................................................................... 3
1.5.
EPIDEMIOLOGIA........................................................................................... 5
1.6.
ETIOPATOGENIA.......................................................................................... 6
1.7.
RESPOSTAS IMUNOLÓGICAS NO VITILIGO.............................................. 8
1.7.1. Imunidade celular......................................................................................... 8
1.7.2. Imunidade humoral...................................................................................... 8
1.7.3. Apoptose...................................................................................................... 10
1.8.
ASSOCIAÇÕES GENÉTICAS...................................................................... 11
1.9.
CASPASE-8.................................................................................................. 12
1.10. HLA-G........................................................................................................... 14
1.11. MTHFR.......................................................................................................... 15
1.12. SLC11A1....................................................................................................... 17
2.
JUSTIFICATIVA............................................................................................ 19
3.
OBJETIVOS.................................................................................................. 20
3.1.
OBJETIVO GERAL....................................................................................... 20
viii
3.2.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS......................................................................... 20
4.
MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................ 21
4.1.
AMOSTRAGEM E EXTRAÇÃO DE DNA..................................................... 21
4.2.
GENOTIPAGEM........................................................................................... 21
4.2.1. CASP8.......................................................................................................... 21
4.2.2. HLA-G........................................................................................................... 22
4.2.3. MTHFR.......................................................................................................... 22
4.2.4. SLC11A1....................................................................................................... 23
4.3.
ANÁLISE ESTATÍSTICA............................................................................... 23
5.
RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................... 25
6.
CONCLUSÕES............................................................................................. 32
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 33
ix
LISTA DE FIGURAS E TABELAS
Página
FIGURA 1: Representação dos mecanismos imunológicos celular e
10
humoral contra os melanócitos.
FIGURA 2: Ativação da Caspase-8 através da ligação do FasL no
13
receptor Fas.
FIGURA 3: Via principal de metabolismo de homocisteína. FTHF:
formiltetrahidrofolato;
MTHF:
metilenotetrahidrofolato;
16
MTHFR:
metilenotetrahidrofolato redutase; SAM: s-adenosilmetionina; SAH: sadenosilhomocisteina;
THF:
tetrahidrofolato;
5-MTHF:
5-
metilenotetrahidrofolato; 5,10-MTHFR: 5,10-metilenotetrahidrofolato.
FIGURA 4: Proteína SLC11A1 é recrutada para a membrana de
18
fagossomos maduros. Acredita-se que ele execute a excreção de íons
bivalentes do interior da vesícula, inibindo assim a reprodução de
microorganismos por privação de elementos essenciais.
FIGURA 5: O sítio de restrição da enzima Hinf I e as sequências dos
23
primers forward (F) e reverse (R). Sequências intrônicas são distinguidas
pelas letras minúsculas.
FIGURA 6: Frequência dos genótipos do gene CASP8 nas amostras de
26
pacientes e controles.
FIGURA 7: Frequência dos genótipos do gene HLA-G nas amostras de
26
pacientes e controles.
FIGURA 8: Frequência dos genótipos do gene MTHFR nas amostras de
27
pacientes e controles.
FIGURA 9: Frequência dos genótipos do gene SLC11A1 nas amostras
27
de pacientes e controles. A freqüência do genótipo DD foi praticamente
de 0% em ambas as populações.
FIGURA 10: Correlação entre a idade de início do vitiligo e a quantidade
de alelos mutantes (HLA-G*del e/ou MTHFR*677T) nos pacientes. Nota-
29
x
se que quanto mais alelos mutantes, menor a idade de início do vitiligo.
Esse dado foi estatisticamente significante (p=0,009). A equação
mostrada no gráfico refere-se à análise de regressão linear, podendo-se
usá-la para prever a idade de início de acordo com o número de alelos
HLA-G*del e/ou MTHFR*677T.
TABELA 1: Distribuição das freqüências alélicas dos marcadores
25
testados em controles e pacientes e comparação das mesmas feita por
teste de qui-quadrado.
TABELA 2: Equilíbrio de Hardy-Weinberg demonstrado nas populações
de pacientes e controles para cada marcador genético.
28
xi
RESUMO
O vitiligo é um distúrbio hipomelanótico adquirido, onde a perda de melanócitos
funcionais e de melanina da epiderme gera o aparecimento de máculas ou placas
despigmentadas circunscritas, com tendência a aumentar centrifugamente de
tamanho. As principais hipóteses atualmente em discussão sobre a etiopatogenia da
doença são a teoria neural, que sugere o acúmulo de substâncias químicas nas
terminações nervosas que agem como uma toxina para os melanócitos; a teoria
bioquímica, que sugere a produção de substâncias autocitotóxicas durante a
melanogênese, causando um colapso na defesa de radicais livres e com isso
destruindo os melanócitos; a teoria genética, que supõe que o vitiligo seja uma
doença hereditária, causada por um componente multifatorial; e a teoria autoimune,
que sugere que a destruição dos melanócitos seria causada pela ação do sistema
imunológico, que é a teoria que mais apresenta evidências clínicas e mais
amplamente discutida. Vários genes já foram associados com o vitiligo e os
principais candidatos a associação são os genes participantes da pigmentação e os
reguladores da resposta imune. Nesse estudo, alguns marcadores da resposta
imunológica foram escolhidos para verificar a presença de associação. A caspase-8
é uma proteína iniciadora da apoptose, mecanismo responsável pela morte dos
melanócitos, o polimorfismo -652 6N Del no gene CASP8 interfere nos níveis de
transcrição do gene e na atividade da enzima. O HLA-G é uma molécula de HLA de
classe I não clássica, que normalmente se liga a receptores inibitórios de leucócitos
e células NK, o polimorfismo 14 pb ins/del interfere na expressão da molécula. O
gene MTHFR codifica a enzima metileno-tetrahidrofolato redutase, que participa do
metabolismo do folato e está ligado à proliferação e dano celular, o polimorfismo
C677T produz uma enzima termolábil com uma eficiência diminuída, que está
associada com uma maior eficiência do tratamento com metotrexato. O SLC11A1
produz uma proteína transportadora de cátions bivalentes, que participa da ativação
dos macrófagos, o 1729 +55 del 4 é um polimorfismo in/del que regula a expressão
do gene e a atividade da enzima. Foram genotipadas um total de 350 amostras de
indivíduos controles e 61 de pacientes. Não foi encontrada diferença
estatisticamente significante nas frequências alélicas e nos genótipos observados
entre pacientes e controles, mas houve uma correlação entre a presença dos alelos
HLA-G*del e/ou MTHFR*677T, indicando que quanto maior a quantidade desses
alelos, menor a idade de início dos pacientes, e essa associação teve um p=0,009.
Estudos mais aprofundados sobre as vias apoptóticas, ativação dos macrófagos e
vias metabólicas do folato no vitiligo também podem ajudar na elucidação dos
mecanismos responsáveis pelo surgimento da doença, bem como estudos com
maior tamanho amostral.
1
1.
INTRODUÇÃO
1.1.
VITILIGO
O vitiligo é um distúrbio hipomelanótico adquirido, onde a perda de
melanócitos funcionais e de melanina da epiderme gera o aparecimento de máculas
ou placas despigmentadas circunscritas, com tendência a aumentar centrifugamente
de tamanho (Lerner & Nordlund, 1978; Nordlund & Majumder, 1997). As manchas
hipocrômicas geralmente se localizam em áreas fotoexpostas como a face, dorso
das mãos e ao redor de orifícios corporais (olhos, narinas, boca, mamilos, umbigo e
genitália). A doença tem um curso com disseminação rápida e estabiliza após alguns
meses, ou uma disseminação lenta e progressiva, podendo desenvolver-se por anos
(Schwartz & Janniger, 1997).
Os locais sujeitos a trauma, como os cotovelos, podem desenvolver
vitiligo (fenômeno de Köebner). Estudos mostram que esse fenômeno está presente
em proporção que varia de 21 a 60% dos pacientes com vitiligo, apesar de não ser
específico dessa doença (Schwartz & Janniger, 1997; Barona, 1995). Os pêlos
podem ser eventualmente acometidos (leucotriquia), incluindo sobrancelhas, cílios e
pêlos pubianos (Steiner et al., 2004).
O vitiligo foi observado pela primeira vez em 1500 a.C. Acredita-se que o
termo vitiligo derive de vitelius (vitelo), do grego, e indica a semelhança das
manchas brancas do vitiligo com aquelas do pêlo de um bezerro. Atribui-se o uso
pioneiro do termo ao médico romano Celsus, no século II (Zhang et al., 2004;
Schwartz & Janniger, 1997).
1.2.
CLASSIFICAÇÃO DO VITILIGO
Nos últimos 50 anos foram propostos sistemas de classificação por se
reconhecer que nem todos os casos de vitiligo se comportam da mesma forma ou
têm as mesmas características (Bellet & Prose, 2005). O vitiligo é mais
frequentemente classificado clinicamente de acordo com a extensão e a distribuição
da despigmentação, podendo ser localizado, generalizado ou universal (Steiner et
al., 2004).
2
i) Vitiligo localizado: pode ser subdivido em focal e segmentar. O vitiligo
focal é caracterizado por uma ou mais máculas na mesma área, não distribuídas de
forma segmentar. Enquanto que o vitiligo segmentar acomete um segmento
unilateral do corpo, ocorrendo geralmente na região de um dermátomo, dificilmente
atinge outras áreas do corpo, tem início precoce (mais freqüente em crianças do que
em adultos) e uma evolução rápida, que tende a cessar após um curto período de
tempo (Steiner et al., 2004; Bellet & Prose, 2005; Kovacs, 1998; Njoo & Westerhof,
2001).
ii) Vitiligo generalizado: é o tipo mais comum, afetando igualmente
crianças e adultos, sua característica principal é a distribuição simétrica ou bilateral
das
manchas,
ou
seja,
acometimento
em
ambos
os
lados
do
corpo,
aproximadamente na mesma região, também é chamado de não-segmentar. Seus
subtipos são o vitiligo acrofacial, que afeta orifícios faciais, como boca e olhos, e as
extremidades corporais, como a parte distal dos dedos; o vulgar, que apresenta
distribuição aleatória das manchas; e a forma mista, que é uma junção de acrofacial
e vulgar ou de segmentar e acrofacial e/ou vulgar. Comparadas com as formas focal
e segmentar, as não-segmentares tem início mais tardio e maior associação com
autoimunidade (Steiner et al., 2004; Kovacs, 1998; Njoo & Westerhof, 2001).
iii) Vitiligo universal: nesse caso, a superfície corporal é quase ou
totalmente afetada, o vitiligo pode ser considerado universal quando atinge mais de
50% da área de superfície da pele (Steiner et al., 2004; Kovacs, 1998; Njoo &
Westerhof, 2001).
1.3.
DIAGNÓSTICO
A história clínica e o exame físico, considerando-se o desenvolvimento e
aspecto característico das manchas, constituem-se na base para o diagnóstico de
vitiligo. A lâmpada de Wood é muito útil para caracterizar a extensão da
despigmentação, pois o vitiligo apresenta um padrão de despigmentação completa,
com bordas bem delimitadas e ressaltando uma fluorescência branco-azulada na
pele lesada, permitindo diferenciá-lo de outras doenças que apresentem lesões mais
claras e limites irregulares. É importante investigar alguma outra enfermidade que
possa estar associada à presença do vitiligo, como algumas doenças auto-imunes
(Lopes, 2006).
3
Raramente é necessário fazer uma biopsia diagnóstica. Caso seja feito
um exame histopatológico, observa-se uma ausência de melanócitos epidérmicos e
melanina na lesão, sendo encontrados apenas na pele marginal às manchas, esses
melanócitos apresentam-se aumentados, com processos dendríticos alongados. O
aparecimento de células T e macrófagos na pele marginal coincide com o
desaparecimento de melanócitos (Schwartz & Janniger, 1997; Crowson et al., 2004).
O diagnóstico diferencial deve ser feito com hanseníase, piebaldismo,
hipomelanose de Ito, esclerose tuberosa, melanoma associado à leucodermia,
micose fungóide, lúpus eritematoso, sarcoidose, líquen escleroso, nevo halo,
pitiríase versicolor, hipomelanose pós-inflamatória e hipomelanose gutatta idiopática
(Steiner et al., 2004; Lopes, 2006).
1.4.
TRATAMENTO
O tratamento para vitiligo ainda é um grande desafio, uma vez que
existem várias teorias que sugerem a etiopatogenia da doença, mas nenhuma delas
ainda é confirmada, além do fato de que cada paciente responde de forma diferente
a vários tipos de tratamento. Estudos mostram que apenas 16 – 36% dos
dermatologistas alcançam um bom resultado terapêutico ao tratar pacientes com
vitiligo (Njoo et al., 1999; Ongenae et al., 2004). O objetivo dos tratamentos
propostos até agora é estimular a repigmentação das áreas lesadas, embora em
alguns casos de vitiligo universal a melhor saída seja a despigmentação das áreas
normais restantes (Steiner et al., 2004, Kakourou, 2009).
Starricco, em 1959, demonstrou que os melanócitos presentes nas lesões
não sintetizavam melanina em condições normais, porém tornavam-se ativos
quando estimulados pela luz ultravioleta ou pela dermoabrasão. O autor concluiu
que os melanócitos eram capazes de se mover ao longo da epiderme e tornarem-se
morfológica e funcionalmente maduros. Mais tarde, Cui et al. (1991) estudaram os
diferentes estágios de repigmentação e confirmaram a existência de uma reserva de
melanócitos nos folículos pilosos. Segundo Drake et al. (1996), esses melanócitos
juntamente com os da pele marginal pigmentada são atuantes no tratamento e
recuperação dos pacientes. Por isso, lesões no rosto e no pescoço respondem
melhor aos tratamentos do que aquelas localizadas no tronco e especialmente nas
4
extremidades distais e nas proeminências ósseas, onde há baixa densidade ou
mesmo ausência de folículos pilosos (Kakourou, 2009).
Alguns dos tratamentos mais utilizados são:
i) Corticosteróides: é frequentemente o primeiro tratamento de escolha
principalmente nos casos de vitiligo localizado. Sua ação pode diminuir o efeito de
anticorpos contra os melanócitos, pode ser utilizado por via oral, tópica, intralesional
ou intramuscular, mas tem a desvantagem de poder causar alguns efeitos colaterais
como epigastralgia, aumento de peso, erupções acneiformes, estrias, insônia e
osteoporose.
ii) Imunomoduladores: a ação destes medicamentos é baseada na teoria
de que existe uma agressão do sistema imune aos melanócitos, nesse sentido a
utilização de drogas imunomoduladoras e imunossupressoras parece bastante
promissora e tende a evoluir à medida que crescem os conhecimentos sobre a
fisiopatologia da doença.
iii) PUVA terapia: é a fotoquimioterapia com utilização de componentes
psoralênicos e subsequente exposição aos raios UVA. É um tratamento demorado
que requer muito cuidado com relação aos tempos de exposição. A resposta
terapêutica depende do local anatômico da lesão, máculas na face costumam
responder melhor, mas esse tratamento apresenta uma grande gama de efeitos
colaterais.
iv) UVB de banda estreita: A radiação ultravioleta B é conhecida como
importante fator de estimulação para a síntese de melanina na pele pelo aumento da
atividade da tirosinase e do estímulo na proliferação de melanócitos. O uso de uma
faixa monocromática de 311 nm diminui os efeitos colaterais presentes na PUVA
terapia, mas ainda apresenta resultados variados dependendo do local da lesão.
Uma variação da UVB de banda estreita é a microfototerapia, que tem a vantagem
de direcionar o feixe apenas para as áreas afetadas pelo vitiligo.
v) Luz monocromática de excimer: A aplicação do excimer laser com 308
nm no tratamento do vitiligo e outras doenças inflamatórias tem demonstrado
resultados
superiores
a
outros
tratamentos
convencionais,
apresentando
repigmentação com menor número de sessões, maior tempo de remissão e menor
número de efeitos colaterais, no entanto, ainda é um tratamento de custo elevado.
vi) Tratamentos cirúrgicos: Apesar da grande variedade de terapias
clínicas existentes para o vitiligo, um grande número de pacientes não respondem a
5
elas. Assim, o enxerto ou transplante de melanócitos pode ser uma alternativa de
tratamento para esses casos mediante a deposição de grupamentos de células
funcionantes no local afetado. Essa modalidade terapêutica, entretanto, só é válida
para doença estável (sem aparecimento de novas lesões ou aumento das já
existentes).
vii) Antioxidantes: as vitaminas C e E tem sido usadas para tratar vitiligo
devido às suas propriedades antioxidantes, com base na teoria de que a produção
de radicais livres nos melanócitos poderia causar a sua destruição, levando assim à
despigmentação cutânea.
Muitos desses tratamentos podem ser usados em associação (terapia
combinada), apresentando melhores resultados que quando usados separadamente
(Steiner et al., 2004; Kakourou, 2009; Bellet & Prose, 2005; Metelmann, 2005).
1.5.
EPIDEMIOLOGIA
O vitiligo é considerado a hipomelanose adquirida mais freqüente,
principalmente em crianças. A prevalência da doença varia de 0,5 a 2% na
população mundial, no entanto essa prevalência varia consideravelmente entre os
grupos étnicos nas diferentes regiões do planeta. No Japão ela alcança de 2 a 4%,
1% nos EUA e 0,14% na Rússia, segundo dados de Nordlund e Majumder (1997).
No Brasil ainda há uma escassez de dados sobre o perfil epidemiológico da
população de pacientes com vitiligo. Estima-se que a população total de vitiligo no
mundo seja de 40 a 50 milhões de pessoas (Ruiz-Argüelles et al., 2007).
A ocorrência da doença é levemente maior no sexo feminino, alguns
estudos sugerem que a maior preocupação estética das mulheres e maiores
consequências psicossociais originadas pelo vitiligo seriam a causa deste fato, no
entanto esses dados não são significantes, uma vez que estudos mostram que o
acometimento é igual entre os sexos (Sehgal & Srivastava, 2007; Liu et al., 2005).
O vitiligo também não depende de etnia ou idade, mas na população
mundial, em torno de 50% dos casos aparecem antes dos 20 anos de idade, em
25% dos casos a idade de início é antes dos 14 anos e 23 a 26% das crianças
afetadas têm menos de 12 anos de idade (Kovacs, 1998; Handa & Dogra, 2003;
Jaisankar, 1992).
6
Casos familiares de vitiligo são comuns, em torno de 6 a 38% dos
pacientes tem membros da família com a doença, o que indica um fator hereditário
atuante. No entanto, estudos indicam que o vitiligo não é transmitido por um padrão
mendeliano simples, sendo mais provavelmente uma herança poligênica (Majumder,
1993).
1.6.
ETIOPATOGENIA
O mecanismo responsável pela formação e desenvolvimento das lesões
características do vitiligo ainda não está totalmente elucidado. Muitas teorias foram e
tem sido propostas para explicar a patogênese da doença e embora todas elas
apresentem evidências convincentes, nenhuma delas é considerada como única
responsável ou necessária para a ocorrência da doença (Ongenae et al., 2002).
Existem três principais teorias atualmente em discussão que tentam
explicar a etiologia do vitiligo, a teoria neural, teoria bioquímica e a teoria autoimune.
A teoria genética não está entre as três principais, mas ainda é bastante discutida
(Ongenae et al., 2003; Passeron & Ortonne, 2005; Kemp et al., 2007).
i) Teoria neural: essa teoria sugere que o acúmulo de uma substância
química liberada pelas terminações nervosas ou produzida por elas haja como uma
toxina, causando danos aos melanócitos e prejudicando a produção de melanina.
Essa teoria é mais frequentemente relatada para os casos de vitiligo segmentar,
devido a sua distribuição característica, afetando regiões de dermátomos. O fato de
os melanócitos serem originados da mesma linhagem embriológica que o sistema
nervoso, ou seja, da crista neural, corrobora essa teoria, pois assim é possível supor
que qualquer processo que seja danoso aos melanócitos pode também afetar
células do sistema nervoso central (Reedy et al., 1998; Barnes, 1988; Rezaei et al.,
2007; Ongenae et al., 2003).
ii) Teoria
bioquímica:
sugere
que
durante
a
melanogênese,
os
melanócitos produziriam substâncias autocitotóxicas causadoras de danos aos
melanócitos, gerando um desequilíbrio bioquímico complexo. Essas substâncias
causariam um colapso na defesa de radicais livres, produzindo uma grande
quantidade de peróxido de hidrogênio. O estresse oxidativo gerado, prejudicial aos
melanócitos, levaria a sua autodestruição. Essa teoria é corroborada pelo fato de
que o aumento de agentes pro-oxidantes, bem como a diminuição de agentes anti-
7
oxidantes tem sido relatados em pacientes com vitiligo. Além disso, vários estudos
detectaram evidências de dano induzido pelo estresse oxidativo na epiderme de
áreas afetadas pelo vitiligo (Kemp et al., 2007; Koca et al., 2004).
iii) Teoria genética: devido aos vários casos de vitiligo familiar
encontrados na população, acredita-se que o vitiligo seria uma doença hereditária.
Estudos em famílias permitem sugerir três modelos genéticos de herança do vitiligo.
Nath et al. (1994) sugerem que há um componente multifatorial, que seria
responsável pela apresentação clínica variável que é característica da doença. Outro
estudo
sugere
que
há
dois
modelos
de
herança
coexistentes
para
o
desenvolvimento do vitiligo, que dependem da idade de início da doença. Em
pacientes com idade de início precoce (antes dos 30 anos), a herança se assemelha
mais com o modelo de dominância com penetrância incompleta, enquanto que idade
de início depois dos 30 anos estaria mais associada com um modelo recessivo
multilocular juntamente com fatores ambientais (Arcos-Burgos et al., 2002).
iv) Teoria autoimune: de todas, essa é a teoria que mais apresenta
evidências clínicas descritas na literatura e a mais amplamente aceita e discutida.
Vários estudos sugerem que o vitiligo é uma doença autoimune que tem como alvo
as células pigmentares. A freqüente associação do vitiligo com algumas doenças
autoimunes tais como doença de Addison, lúpus eritematoso sistêmico, anemia
perniciosa, diabetes mellitus tipo I e doenças da tireóide, permite supor que o vitiligo
faça parte de uma síndrome autoimune maior. Além disso, a presença de
autoanticorpos contra os melanócitos e a infiltração de linfócitos T citotóxicos em
volta das áreas de despigmentação, a eficácia da utilização de tratamentos
imunomoduladores, bem como a associação da doença com diversos genes
relacionados à resposta imunológica, como alguns genes do Complexo Principal de
Histocompatibilidade (MHC) de classe II, são evidências que corroboram esta teoria.
Alguns estudos utilizando modelos animais também indicam uma imunopatogênese
para o vitiligo (Ongenae et al., 2003; Rezaei et al., 2007; Passeron & Ortonne, 2005;
Wang & Erf, 2004).
Embora todas essas hipóteses tenham evidências clínicas convincentes,
nenhuma delas consegue explicar sozinha a patogênese do vitiligo. Por isso, outros
estudos sugerem que todos esses fatores podem agir conjuntamente para a
obtenção do mesmo efeito, a destruição dos melanócitos, essa é a proposta da
―teoria da convergência‖. Por exemplo, o estresse oxidativo dos melanócitos pode
8
ativar células dendríticas, fazendo com que a autoimunidade surja como um
fenômeno secundário na destruição dos melanócitos, aumentando os danos a essas
células (Le Poole & Luiten, 2008).
1.7.
RESPOSTAS IMUNOLÓGICAS NO VITILIGO
1.7.1. Imunidade celular
A descoberta de células T infiltradas na margem de lesões inflamatórias
de vitiligo foi a primeira indicação de participação da imunidade celular na
patogênese do vitiligo. Uma proporção significativa de pacientes apresenta
aberrações nos perfis de células T e células natural killer (NK) (Ongenae et al.,
2003). Estudos imuno-histoquímicos da área perilesional de lesões de vitiligo detecta
principalmente células T CD4 e CD8, com uma relação CD8/CD4 aumentada,
mostrando que as células T CD8+ são mais freqüentes nas lesões. Além disso, altas
frequências de células T CD8+ específicas para Melan-A (uma proteína antigênica
específica de melanócitos) têm sido encontradas em pacientes com vitiligo, fato que
parece estar correlacionado com a extensão e severidade da doença (Ogg et al.,
1998; Lang et al., 2001; Ongenae et al., 2003). Também é importante ressaltar que
muitos dos linfócitos T que se infiltram nas lesões expressam o antígeno linfocítico
cutâneo (CLA), que é típico dos linfócitos T residentes na pele, indicando que há um
recrutamento de células participantes da resposta imune que circulam ao redor das
áreas afetadas (Hann et al., 1993). Os macrófagos também têm sido demonstrados
nas lesões de vitiligo, principalmente na pele perilesional, supõe-se que os
macrófagos estejam envolvidos na fagocitose de melanócitos que teriam sofrido
apoptose através da ação de linfócitos T citotóxicos (Rezaei et al., 2007).
1.7.2. Imunidade humoral
Muitos autoanticorpos circulantes já foram encontrados no soro de
pacientes com vitiligo, no entanto apenas alguns deles são específicos para os
melanócitos. Os autoanticorpos devem se ligar a antígenos de superfície para que
possam levar à destruição dos melanócitos, e apenas a TRP 1 (Proteína 1
Relacionada à Tirosinase) foi encontrada expressa na superfície de células
9
pigmentares. Estudos realizados em camundongos mostraram que a injeção de
anticorpos monoclonais para TRP 1 induz a regressão de melanoma e a uma
despigmentação similar ao vitiligo (Takechi et al., 1996; Hara et al., 1995).
Experimentos utilizando imunofluorescência mostraram que a ligação de
anticorpos IgG de pacientes com vitiligo a melanócitos cultivados aumenta com a
extensão e atividade da doença, embora outros estudos indiquem que a atividade da
doença está relacionada aos níveis de anticorpos antimelanócitos IgA (Yu et al.,
1993; Aronson & Hashimoto, 1987). No entanto, esses dados não podem provar um
envolvimento direto desses anticorpos com a perda de melanócitos observada em
pacientes com vitiligo, uma vez que nenhum dos vários antígenos identificados como
alvo dos autoanticorpos mostrou ser de importante participação na doença. O
mecanismo de surgimento dos autoanticorpos ainda não está elucidado. Uma
predisposição genética que leve a uma desregulação dos níveis de linfócitos T e B,
reação cruzada com antígenos expressos em outras células-alvo ou em
microorganismos, resposta imune a melanócitos lesionados, podendo resultar na
produção de anticorpos antimelanócitos e assim agravando a perda dessas células,
são algumas das hipóteses em discussão. Ainda não se sabe se os autoanticorpos
são a causa ou o resultado da doença, mas alguns estudos sugerem que a resposta
imune humoral seria um fenômeno secundário ao efeito primário de linfócitos T
CD8+ citotóxicos (Passeron & Ortonne, 2005; Rezaei et al., 2007).
Muitos dados apresentados sobre os autoanticorpos e a participação das
células B e T na patogênese do vitiligo são controversos, no entanto existem
evidências de que ambas as respostas imune celular e humoral possam agir juntas
na patogênese da doença. Alguns pacientes com baixa idade de início da doença
têm tanto células T como células B ativadas aos arredores da lesão, além do fato de
que tanto autoanticorpos quanto linfócitos reduziram o número de células
pigmentares em experimentos in vitro de maneira dose-dependente (Abdel-Naser et
al., 1994; Hann et al., 1993). Os mecanismos imunológicos possivelmente
causadores do vitiligo estão ilustrados na Figura 1.
10
Figura 1: Representação dos mecanismos imunológicos celular e humoral
contra os melanócitos. (Adaptado de: Applied Biosystems by Life Technologies
<http://www5.appliedbiosystems.com/tools/pathway/review.php?pathway=Autoimmu
ne%20Mechanism%20Causing%20Vitiligo>).
1.7.3. Apoptose
A apoptose é uma morte celular programada caracterizada pela
condensação do núcleo, clivagem do DNA e remoção das células mortas por
fagocitose, sem geração de resposta inflamatória. Esse processo é de fundamental
importância na homeostase, no desenvolvimento embrionário, na tolerância
imunológica e na eliminação de células infectadas por vírus e células tumorais
através da atividade de células T CD8+ (Vermes & Haanen, 1994). A indução
anormal de apoptose gera complicações patogênicas e por isso já foi associada com
doenças autoimunes como esclerose múltipla e tireoidite de Hashimoto (D’Souza et
al., 1996; Giordano et al., 1997), doenças que também já foram associadas ao
vitiligo (Steiner et al., 2004; Ongenae et al., 2003).
11
Estudos mostram que a apoptose está intimamente relacionada ao
desaparecimento dos melanócitos no vitiligo, tanto em modelos animais como em
humanos. Wang & Erf demonstraram que em galinhas da linha Smyth com vitiligo,
células apoptóticas foram encontradas na mesma região de corpos celulares de
melanócitos, indicando que a apoptose possa ser o mecanismo de morte dos
melanócitos nessas galinhas afetadas. No mesmo estudo, foi mostrado que a
relação entre o aparecimento de células T CD8+ e a apoptose, bem como a
localização dessas células, próximas aos melanócitos, sugerem fortemente que o
aumento das células apoptóticas esteja relacionado a citotoxicidade mediada por
linfócitos T citotóxicos que se infiltram nas lesões, principalmente o T CD8+. Em um
estudo envolvendo humanos, há fortes indícios de que a morte dos melanócitos no
vitiligo se deva à ligação de autoanticorpos a antígenos específicos dos melanócitos,
levando-os à apoptose, baseados na observação de que os pacientes apresentavam
tanto autoanticorpos na circulação quanto marcadores apoptóticos nos melanócitos
residuais, ambos ausentes na população controle (Ruiz-Argüelles et al., 2007).
1.8.
ASSOCIAÇÕES GENÉTICAS
Estudos de triagem genômica em genealogias já ressaltaram várias
regiões ligadas ao vitiligo, em especial à sua patogênese, e muitos genes candidatos
já foram propostos. A principal região associada ao vitiligo é a do MHC/HLA
(Antígeno Leucocitário Humano). Desses, a principal associação foi feita com o gene
do HLA-DR4, que já foi demonstrada em diferentes populações. Outras associações
envolvendo o HLA-G, HLA-DRB1 e o HLA-DQB1 também já foram descritas
associadas inclusive com a idade de início da doença (Rezaei et al., 2007; Kim et al.,
2011). Além deles, o gene do antígeno 4 de linfócitos T citotóxicos (CTLA-4), que
está envolvido da regulação e ativação das células T, bem como do controle de
apoptose das mesmas, e mutações no gene regulador autoimune (AIRE) já foram
descritas associadas com vitiligo e outras doenças autoimunes, sendo mais uma
evidência do papel da resposta imunológica no desenvolvimento da doença (Rezaei
et al., 2007).
Existem mais de 120 genes reguladores da pigmentação de mamíferos, e
esses, juntamente com os genes reguladores e participantes da resposta
imunológica, são potenciais candidatos para associação com vitiligo, podendo ajudar
12
a elucidar sua patogênese (Passeron & Ortonne, 2005). Nesse sentido, alguns
marcadores da resposta imunológica foram selecionados como objetos de estudo
nesse trabalho, de acordo com suas funções, com o objetivo de verificar se existe
alguma associação entre eles e o desenvolvimento do vitiligo.
1.9.
CASPASE-8
A família Caspase é constituída por proteases citoplasmáticas (cisteína
específicas para aspartato) que tem um importante papel na regulação e execução
da apoptose, elas apresentam uma cisteína essencial em seus sítios ativos e clivam
proteínas-alvo em resíduos específicos de aspartato. São normalmente expressas
no citoplasma na forma de precursores inativos, chamados procaspases ou
zimógenos, que sofrem ativação de modo proteolítico (Belkacemi et al., 2009), por
outras caspases. Devido a isso, as caspases podem ativar-se entre si numa cascata
proteolítica auto-amplificadora. Até agora já foram identificadas 14 caspases. As
caspases -8 (via extrínseca) e -9 (via intrínseca ou mitocondrial) frequentemente são
as primeiras a se tornar ativas durante a resposta apoptótica, ativando outras
caspases efetoras (Abbas, 2005; Parslow, 2004).
As caspases, quando ativadas, atacam e degradam proteínas celulares,
como, por exemplo, proteínas estruturais da matriz nuclear do citoesqueleto,
resultando em colapso do núcleo e do citoplasma; bem como proteínas de adesão
celular, que permitem que a célula se desprenda de outras e se torne mais
arredondada e mais fácil de fagocitar; as caspases também ativam uma
endonuclease que degrada o DNA e impede que haja reparos; fatores de transcrição
e moléculas sinalizadoras também são degradados, impedindo a realização das
funções vitais da célula (Parslow, 2004).
A ativação da caspase-8 começa com a ligação do Fas Ligante ou FasL
no receptor Fas, localizado na superfície da membrana celular. Com a ligação ocorre
a trimerização do receptor e o recrutamento da proteína FADD (Fas-Associated
Death Domain) e da procaspase-8 para o domínio intracelular do receptor Fas. A
procaspase-8 é dimerizada pelo FADD, tornando-se então a caspase-8 ativada.
Uma vez ativada, a caspase-8 pode ativar outros membros efetores da família
caspase, levando a destruição celular. Essa é a via extrínseca da apoptose, que
envolve ativação de receptores de morte (Abbas, 2005; Olson, 2001).
13
Figura 2: Ativação da Caspase-8 através da ligação do FasL no receptor Fas.
(Olson, 2001).
A caspase-8, que inicia a sinalização da morte celular na via extrínseca
(mediada por receptores de morte), é codificada pelo gene CASP8, o qual está
localizado no braço longo do cromossomo 2 na posição 2q33. A deleção de seis
nucleotídeos no promotor desse gene (-652 6N Del) destrói o sítio de ligação da
proteína 1, o que diminui a transcrição do gene, enquanto que a inserção de seis
nucleotídeos aumenta a quantidade de cópias de RNA transcrito e a atividade da
caspase-8 (Sun et al., 2007).
No sistema imune a morte por apoptose contém a proliferação de
linfócitos para alcançar um balanço homeostático que permite uma resposta potente
contra patógenos, mas prevenindo a auto-imunidade (Chun et al., 2002). Aberrações
nesse balanço podem interferir (susceptibilidade/resistência) no desenvolvimento de
doenças (Sun et al., 2007). Nesse sentido, a caspase-8 já foi associada a algumas
doenças autoimunes como esclerose múltipla, artrite reumatóide, diabetes mellitus e
tireoidite autoimune (Camiña-Tato et al., 2010; Byun et al., 2008; Liadis et al., 2007;
Bossowski et al., 2008), e também com alguns tipos de câncer (Wang et al., 2009).
Devido ao seu importante papel na apoptose, o polimorfismo -652 6N Del do gene
CASP8 poderia estar associado ao vitiligo, uma vez que há fortes evidências de que
a morte dos melanócitos na doença ocorra por esse processo.
14
1.10. HLA-G
O antígeno leucocitário humano (HLA) possui um importante papel na
regulação do sistema imune. Os genes que codificam as moléculas de HLA de
classe I estão localizados na região telomérica do cromossomo 6p21 e são
subdivididos em dois grupos: genes HLA de classe Ia ou clássicos (HLA-A, B, C) e
genes HLA de classe Ib ou não-clássicos (HLA-E, F, G). O HLA-G é uma molécula
de HLA de classe I não-clássica (Hviid, 2006; Janeway et al., 2008). A sua
expressão ocorre principalmente em células do trofoblasto, sendo expresso em
baixas quantidades no adulto em tecidos como, o timo, a córnea, células de
Langerhans, eritrócitos e células percussoras do endotélio (Carossela et al., 2008).
A organização do gene HLA-G é similar a dos genes HLA de classe Ia,
possuindo oito éxons que codificam um peptídeo sinal (éxon 1), o domínio α1 (éxon
2), o domínio α2 (éxon 3), o domínio α3 (éxon 4), o domínio transmenbrana (éxon 5),
a cauda citoplasmática (éxons 6 e 7) e uma região não traduzida (éxon 8) (Kirisits et
al.,1991). O HLA-G possui 7 isoformas geradas por splicing alternativo do transcrito
primário, quatro delas são ligados à membrana (HLA-G1,G2, G3 e G4) e 3 isoformas
são solúveis (G5, G6 e G7) (Donadi et al., 2011).
O HLA-G é mais expresso no trofoblasto porque essas células não
expressam os principais HLA de classe I clássicos (HLA-A e -B), no sentido de
suprimir a resposta imune materna, elas expressam HLA-G, -C e -E, com isso se
ligando a receptores inibitórios. Os receptores já descritos para o HLA-G são os
inibidores de leucócitos (LILRs), que se ligam ao domínio α3, LILRB1, que é
expresso nas células B, células NK, células mielomonocíticas e o único da família
LILR a ser expresso em células T, LILRB2, limitado a linhagem mielóide, que inclui
monócitos, macrófagos e células dendríticas, além do KIR2DL4, que é um receptor
imunoglobulina-símile de células NK, o qual apresenta efeito inibitório (Shiroishi et
al., 2006; Brown et al., 2004; Borges et al.,1997; Donadi et al., 2011).
O gene HLA-G tem 36 alelos e dois polimorfismos de significância
funcional (Harrison et al., 2003), um deles é um SNP (Single Nucleotide
Polymorphism) na região promotora do gene (rs1736936), na posição -1202, que é
uma troca de base T/C e já foi associado ao vitiligo (Kim et al., 2011). O outro
polimorfismo é uma deleção de 14pb na região 3’ não traduzida (3’UTR) na posição
3741 do éxon 8. O alelo da inserção de 14 pb está relacionado a uma menor
15
produção de mRNA para a maioria das isoformas e esse polimorfismo tem sua
importância na autoimunidade, assim como em infecções virais e na gravidez (Yan
et al., 2006; Hviid & Christiansen, 2005). Nesse trabalho estudamos apenas a ins/del
de 14pb, com o objetivo de verificar se esse polimorfismo também está relacionado
ao vitiligo.
1.11. MTHFR
O gene MTHFR está localizado no braço curto do cromossomo 1
(1p36.3) e codifica a 5,10-Metilenotetrahidrofolato redutase. Essa enzima catalisa a
síntese de 5-metiltetrahidrofolato a partir de 5,10-metilenotetrahidrofolato, etapa
fundamental no metabolismo do folato (Fukino et al., 2007), os mesmos são
participantes da metilação durante a síntese de DNA. O 5-metiltetrahidrofolato é
também um doador de carbono para remetilação de homocisteína em cisteína
(Figura 3). Assim, as vias metabólicas do folato estão relacionadas à proliferação e
dano celular (Frosst et al.,1995).
O folato representa uma grande família de compostos químicos. O ácido
fólico é o análogo estável sintético dos folatos e compõe a estrutura básica de
vitaminas coenzimas transportadoras de unidades químicas. Dentro da família dos
folatos existe o 5,10-metilenotetrahidrofolato, que quando transformado em 5metiltetrahidrofolato, sofre ação do catalisador cobalamina (vitamina B12) e doa um
radical metil, convertendo cobalamina em metilcobalamina, que juntamente com a
ação da metionina sintase, repassa o radical metil à homocisteína (Figura 3). Esse
processo é dependente de cobalamina e na deficiência deste fator, ou na inibição da
5,10-metilenotetrahidrofolato redutase por mutações no gene responsável por sua
síntese, ocorre hiperhomocisteinemia (Miyaki, 2010).
Deficiências severas e moderadas da MTHFR vêm sendo descritas e
junto com elas, amplo espectro de manifestações clínicas relacionadas a alterações
na
atividade
enzimática.
Na
deficiência
hiperhomocisteinemia e homocisteinúria,
severa
da
MTHFR,
com
as características clínicas incluem
neuropatias periféricas, retardo do desenvolvimento mental, hipotonia, ataques
apopléticos e trombose (Goyette et al., 1995). A termolabilidade da MTHFR que leva
a deficiência moderada se deve a um polimorfismo comum, C677T, que consiste na
transição de citosina para timina no nucleotídeo 677, no éxon 4, originando um
16
resíduo de valina ao invés de alanina, o que forma um sítio de clivagem para a
endonuclease de restrição Hinf I (Frosst et al., 1995). Os heterozigotos CT têm uma
redução de 30% na atividade enzimática, enquanto os homozigotos TT tem uma
redução de 60% na atividade enzimática. Sabe-se que a frequência do alelo T chega
em torno de 30% em muitos grupos étnicos (Wilcken et al., 2003).
Figura 3: Via principal de metabolismo de homocisteína. FTHF:
formiltetrahidrofolato;
metilenotetrahidrofolato
MTHF:
redutase;
metilenotetrahidrofolato;
SAM:
s-adenosilmetionina;
MTHFR:
SAH:
s-
adenosilhomocisteina; THF: tetrahidrofolato; 5-MTHF: 5-metilenotetrahidrofolato;
5,10-MTHFR: 5,10-metilenotetrahidrofolato (Adaptado de Juo, 2007).
A presença do alelo polimórfico MTHFR*677T tem sido associada com
risco a diversas doenças complexas, como doença arterial coronariana e artérias
periféricas (Frosst et al.,1995), neoplasias (Skibola et al., 1999) e artrite reumatóide
(Kato et al., 2011) além de estar associado à toxicidade do Metotrexato (Berkun et
al., 2003). Este alelo encontra-se, ainda, associado a marcadores de inflamação e a
pelo menos dois processos inflamatórios distintos: a formação da placa de ateroma
e a mucosite, uma inflamação de mucosas por ação tóxica do metotrexato (Naidu et
al., 2004). Estas evidências nos levam a supor que outras patologias tratadas por
17
imunossupressão com metotrexato possam estar associadas a este polimorfismo.
Nesse sentido o MTHFR pode ser considerado um bom marcador para doenças
autoimunes. O metotrexato não é um dos tratamentos de escolha para o vitiligo, no
entanto pacientes portadores de artrite reumatóide e vitiligo tratados com
metotrexato tiveram repigmentação das manchas, indicando que o papel
imunossupressor do metotrexato atua no vitiligo (Sandra et al., 1998). A investigação
de associação do MTHFR com vitiligo pode ajudar a esclarecer o papel da
autoimunidade no vitiligo.
1.12. SLC11A1
O gene SLC11A1 também conhecido como NRAMP1, está localizado a
posição 35 do braço longo do cromossomo 2 e codifica uma proteína de mesmo
nome, possui aproximadamente 14kb distribuídos em pelo menos 15 éxons (Cellier
et al., 1994). A proteína SLC11A1 (solute carrier family 11 member 1) é uma
proteína transportadora de prótons/cátions dependente de pH, que está localizada
na membrana de endossomos/lisossomos de macrófagos e está envolvida na sua
homeostase, ela regula e é regulada pela concentração de cátions bivalentes no
meio, especialmente o ferro (Blackwell et al., 2001).
Uma
grande
quantidade
de
parasitas
intracelulares
depende
da
disponibilidade de ferro para sua patogenicidade, a SLC11A1 contribui com a função
antimicrobiana dos macrófagos por expelir íons metálicos essenciais através de
canais de co-transporte de íons, privando assim os microorganismos de elementos
essenciais para o crescimento (Figura 4; O’Brien et al., 2008). Estudos funcionais
demonstraram que a SLC11A1 executa importante função na via de ativação do
macrófago, além de ter efeitos pleiotrópicos na sua função, que incluem regulação
de quimiocinas, aumento da expressão de óxido nítrico sintetase indutível (iNOS) e
liberação de óxido nítrico, regulação positiva da expressão de MHC de classe II e
acentuação da apresentação de antígenos para células T, aumento na produção de
citocinas pro-inlamatórias como IL-1β e fator de necrose tumoral α (TNF-α)
(Blackwell & Searle, 1999).
18
Figura 4: Proteína SLC11A1 é recrutada para a membrana de
fagossomos maduros. Acredita-se que ele execute a excreção de íons bivalentes do
interior da vesícula, inibindo assim a reprodução de microorganismos por privação
de elementos essenciais (Adaptado de: Fortier et al., 2005).
Polimorfismos no gene SLC11A1 têm sido associados com doenças
autoimunes entre elas o diabetes tipo 1, artrite reumatóide, esclerose múltipla e
sarcoidose. A associação com tuberculose, leishmaniose, hanseníase, HIV e
meningite meningocal tem sido relatada frequentemente. Já foi relatada a
associação do polimorfismo na região promotora do SLC11A1 com o câncer
esofageal na África do Sul (Zhaal et al., 2005). Pedroza et al. (2011) encontraram
uma associação da deleção 1729 +55 del 4N no gene SLC11A1 com lúpus
eritematoso sistêmico em um total de 111 pacientes na população de Belém – PA.
Alelos de SLC11A1 que aumentam sua expressão estão normalmente
associados a doenças autoimunes e câncer, mas protegem contra doenças
infecciosas. Ao contrário, alelos que diminuem a expressão de SLC11A1 estão
associados à suscetibilidade a doenças infecciosas e ao mesmo tempo são
associados à proteção contra o desenvolvimento de autoimunidade e câncer
(Awomoyi, 2007).
O polimorfismo 1729 +55 del 4 do gene SLC11A1 pode estar associado
ao vitiligo devido ao seu papel na ativação de macrófagos, na expressão de
moléculas do MHC de classe II e na apresentação de antígenos para as células T,
além de seu papel na produção de óxido nítrico, relacionado à teoria bioquímica que
envolve o estresse oxidativo na etiologia do vitiligo.
19
2.
JUSTIFICATIVA
Cerca de 40 a 50 milhões de pessoas em todo o mundo têm vitiligo e,
embora sua forma primária não seja uma ameaça à vida, os efeitos estéticos e
psicológicos da doença demandam para uma terapia eficaz, que depende de um
melhor entendimento da sua patogênese (Ruiz-Argüelles et al., 2007).
Estudos
em
genes
candidatos
têm
sido
pontuais,
destacando
primariamente genes envolvidos na resposta imune celular e humoral. Neste
cenário, pode-se propor estudar genes candidatos, localizados em regiões
previamente descritas e/ou envolvidos nesses processos. Esse tipo de estudo pode
ajudar a determinar se o vitiligo trata-se, de fato, de uma doença autoimune.
Determinados fatores genéticos e os ambientais, inclusive, têm sido
estabelecidos, entretanto nenhum dos dois emerge como necessário ou suficiente
para o desenvolvimento da doença. A busca por marcadores genéticos que possam
elucidar a etiopatologia do vitiligo, bem como sua evolução clínica, pode fornecer
interessantes achados na explicação do intrincado mecanismo por trás desta
patologia.
20
3.
OBJETIVOS
3.1.
OBJETIVO GERAL
Investigar a associação dos polimorfismos dos genes CASP8 (-652 6N
Del), HLA-G (14 pb ins/del), MTHFR (C677T) e SLC11A1 (1729 +55 del 4) com o
desenvolvimento do vitiligo e sua evolução em populações de pacientes e indivíuos
saudáveis da cidade de Belém – PA.
3.2.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) Descrever a variabilidade genética dos polimorfismos citados acima na
população de pacientes e na população de controles representativos de Belém – PA.
b) Determinar as frequências alélicas de cada polimorfismo em ambas as
populações.
c) Avaliar a influência dos alelos e genótipos dos genes candidatos na
idade de início nos pacientes com vitiligo.
21
4.
MATERIAIS E MÉTODOS
4.1.
AMOSTRAGEM E EXTRAÇÃO DE DNA
A população de pacientes foi constituída de 61 indivíduos clinicamente
diagnosticados com vitiligo, dados como idade de início da doença e tratamentos
utilizados foram obtidos do paciente, bem
como
dados demográficos e
socioeconômicos. A população de controles foi constituída de 350 indivíduos nãoportadores da doença representativos da população de Belém – PA.
As amostras foram obtidas por coleta de sangue venoso periférico em
tubo contendo o anticoagulante EDTA e tiveram o DNA extraído utilizando o
protocolo estabelecido pelo Kit Biopur (Biometrix, Curitiba – PR).
4.2.
GENOTIPAGEM
Todos os marcadores foram investigados nas amostras através da
Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) e eletroforese em gel de poliacrilamida,
corado com nitrato de prata e hidróxido de sódio.
4.2.1. CASP8
O polimorfismo de 6pb ins/del na região promotora do gene CASP8 foi
investigado por PCR com o volume final 15 µl, constituído de 8,3 µl de água
destilada, 1,5 µl de tampão (10x); 1,0 µl de MgCl2 (50 mM); 1,0 µl de dNTP (1,25
mM), 1.0 µl de cada primer (5,0 mM); 0,2 µl de Taq DNA polimerase (Invitrogen) e
1,0 µl de DNA. As sequências 5’-3’, dos primers utilizados foram: forward primer, 5’CTGCATGCCAGGAGCTAAGT-3’,
e
reverse
primer
5’-
GCCATAGTAATTCTTGCTCTGC-3’ de acordo com o descrito em Sun et al. (2007).
O alelo da deleção tem um fragmento de 171 pb, enquanto que o da inserção tem
177 pb.
22
4.2.2. HLA-G
Cada reação de PCR para o polimorfismo de 14 pb ins/del no éxon 8 do
gene HLA-G teve um volume final de 25 µl de solução, sendo constituídos de 17,55
µl de água destilada, 2,5 µl de tampão (10x); 0,75 µl de MgCl2 (50 mM); 2,0 µl de
dNTP (5 mM), 0.5 µl de cada primer (5,0 mM); 0,2 µl de Taq DNA polimerase
(Invitrogen)
e
1,0
µl
de
GTGATGGGCTGTTTAAAGTGTCACC-3’),
DNA.
O
O
foward
reverse
primer
primer
(5’(5’-
GGAAGGAATGCAGTTCAGCATGA-3’) e as condições de PCR utilizadas estão de
acordo com o protocolo previamente descrito (Hviid et al., 2002). A genotipagem
mostra um alelo com 210 pb (deleção) e outro com 224 pb (inserção).
4.2.3. MTHFR
A identificação do alelo MTHFR*677T foi feita por PCR com cada solução
contendo 13,8 µl de água destilada; 2,5 µl de tampão (10x); 1,5 µl de MgCl2 (50
mM); 2 µl de dNTP (1,25 mM); 2 µl de cada primer (5 mM); 0,2 µl de Taq DNA
polimerase (Invitrogen) e 1 µl de DNA. As sequências dos primers utilizadas foram:
forward primer 5’-TGAAGGAGAAGGTGTCTGCGGGA-3’ e reverse primer 5’AGGACGGTGCGGTGAGAGTG-3’. As sequências dos primers e as condições de
PCR foram as descritas por Frosst et al. (1995). A PCR foi seguida de digestão
enzimática utilizando a endonuclease de restrição Hinf1 (Figura 5). O produto da
amplificação que não sofreu clivagem, correspondente ao alelo MTHFR*677C, tem
um fragmento de 198 pb, enquanto que o produto que corresponde ao alelo
MTHFR*677T é clivado pela enzima de restrição e gera dois fragmentos, um de 175
pb e outro de 23 pb, sendo que o último não é visualizado na eletroforese.
23
Figura 5: O sítio de restrição da enzima Hinf I e as sequências dos primers forward
(F) e reverse (R). Sequências intrônicas são distinguidas pelas letras minúsculas
(Adaptado de Yi, 2002).
4.2.4. SLC11A1
A PCR foi constituída de 25 µl de volume final, sendo 15,3 µl de água
destilada; 2,5 µl de tampão de reação (10x); 1 µl de MgCl2 (50 mM); 2 µl de dNTP
(1,25 mM); 1,5 µl de cada primer (5 mM); 0,2 µl de Taq DNA polimerase e 1 µl de
DNA. O foward primer teve a sequência de 5’-GCATCTCCCCAATTCATGGT-3’ e o
reverse primer de 5’-AACTGTCCCACTCTATCCTG-3’, as condições de PCR foram
as descritas no protocolo de Liu et al (1995). A inserção apresenta um fragmento de
244 pb, enquanto que a deleção apresenta um de 240 pb.
A visualização dos fragmentos obtidos de cada gene foi feita por
eletroforese em gel de poliacrilamida. Para os genes CASP8, HLA-G e MTHFR o gel
teve concentração de 6%, enquanto que para SLC11A1 a concentração foi de 8%.
Todos foram revelados com coloração de nitrato de prata e hidróxido de sódio.
4.3.
ANÁLISE ESTATÍSTICA
As freqüências alélicas e fenotípicas foram obtidas por contagem direta e
a comparação das mesmas foi feita por teste de qui-quadrado, seguido de correção
para múltiplos testes. As populações foram testadas quanto ao equilíbrio de HardyWeinberg (HW) para todos os polimorfismos. Para a comparação entre os genótipos
24
observados nas populações foi utilizado o teste Exato de Fisher. A influência dos
genótipos com a idade de início da doença foi testada por correlação de Spearman.
Adicionalmente, análise de regressão linear foi aplicada para avaliar o potencial
preditivo dos genótipos na idade de inicio da doença. Todos os testes foram feitos
no programa BioEstat 5.0 (Ayres, 2007).
25
5.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram genotipadas um total de 350 amostras de indivíduos controles e 61
de pacientes. Para o gene CASP8, a frequência do alelo CASP8*del na população
de pacientes foi de 37,7% e na população controle foi de 43,3%. Com relação ao
HLA-G a frequência do alelo HLA-G*del foi de 55% na população de pacientes e de
60% na população controle. O alelo MTHFR*677T (alelo mutante) teve frequência de
37% nos pacientes e de 34,6% nos controles. O alelo SLC11A1*del teve baixa
freqüência em ambas as populações, nos pacientes de 10,8%, enquanto que nos
controles a frequência foi de 9%. As comparações estatísticas das frequências
alélicas dos marcadores genéticos estudados nas amostras de pacientes e controles
não foram estatisticamente significantes (Tabela 1).
Tabela 1: Distribuição das freqüências alélicas dos marcadores testados em
controles e pacientes e comparação das mesmas feita por teste de qui-quadrado.
Marcador genético
Controles (%)
Pacientes (%)
387 (56,7)
76 (62,3)
X² / p
Frequências alélicas
CASP8*ins
1,305 / 0,2533
CASP8*del
295 (43,3)
46 (37,7)
HLA-G*ins
277 (40)
54 (45)
HLA-G*del
413 (60)
66 (55)
MTHFR*677T
242 (34,6)
45 (37)
MTHFR*677C
458 (65,4)
77 (63)
SLC11A1*ins
592 (91)
107 (89,2)
SLC11A1*del
58 (9)
13 (10,8)
0,997 / 0,3180
0,245 / 0,6208
0,442 / 0,5063
A frequência dos genótipos homozigotos para o alelo mutante de cada
marcador foi comparada entre as populações de pacientes e controles, utilizando o
teste exato de Fisher. Nenhuma das comparações foi estatisticamente significante.
26
As frequências genotípicas e os valores de p obtidos estão representados nas
figuras 6, 7, 8 e 9.
60,0%
52,5%
54,8%
50,0%
40,0%
p=0,29
36,0%
29,3%
30,0%
Pacientes
Controles
20,0%
15,8%
11,5%
10,0%
0,0%
II
ID
DD
Figura 6: Frequência dos genótipos do gene CASP8 nas amostras de
pacientes e controles.
60,0%
56,8%
52,5%
p=0,37
50,0%
40,0%
33,6%
30,0%
20,0%
26,6%
Pacientes
Controles
16,6%
13,9%
10,0%
0,0%
II
ID
DD
Figura 7: Frequência dos genótipos do gene HLA-G nas amostras de
pacientes e controles.
27
60,0%
48,6%
50,0%
p=0,08
44,3%
37,7%
40,0%
41,1%
30,0%
20,0%
Pacientes
Controles
18,0%
10,0%
10,3%
0,0%
TT
CT
CC
Figura 8: Frequência dos genótipos do gene MTHFR nas amostras de
pacientes e controles.
90,0%
80,0%
82,5%
78,3%
p=0,47
70,0%
60,0%
50,0%
Pacientes
40,0%
Controles
30,0%
21,7%
17,2%
20,0%
10,0%
0,0%
II
ID
Figura 9: Frequência dos genótipos do gene SLC11A1 nas amostras de
pacientes e controles. A freqüência do genótipo DD foi praticamente de 0% em
ambas as populações.
Com relação ao equilíbrio de Hardy-Weinberg, observou-se um leve
aumento de heterozigotos para o gene CASP8 na população controle, com um
p=0,0306. Para os demais marcadores, ambas as populações encontraram-se em
equilíbrio (Tabela 2). No entanto este resultado foi considerado espúrio, pois se
corrigido para o número de testes conduzidos, ele perde a significância.
28
Tabela 2: Equilíbrio de Hardy-Weinberg demonstrado nas populações de pacientes
e controles para cada marcador genético.
Equilíbrio de HW (X²/p)
Equilíbrio de HW (X²/p)
Pacientes
Controles
CASP8
0,8308 / 0,3620
4,6761 / 0,0306
HLA-G
1,2577 / 0,2621
2,9002 / 0,0886
MTHFR
2,2065 / 0,1374
1,8989 / 0,1682
SLC11A1
0,8857 / 0,3467
1,1744 / 0,2785
Locus
Também foi realizado um teste de correlação entre os genótipos e a idade
de início da doença na população de pacientes e observou-se uma correlação
negativa para os genes HLA-G e MTHFR, quando analisados individualmente
indicando que quanto maior a quantidade de alelos mutantes (HLA-G*del e
MTHFR*677T) menor a idade de início do vitiligo. Nesse sentido, pode-se sugerir
que a presença desses genótipos pode predispor ao aparecimento precoce do
vitiligo, no entanto a correlação não foi estatisticamente significante.
Com base nessas observações, os genótipos dos polimorfismos do HLAG e MTHFR foram analisados conjuntamente e comparados com a idade de início
dos pacientes. Os pacientes foram separados em grupos de acordo com os
genótipos (DDxTT; IDxTT; IIxTT; DDxCT e assim por diante) e obteve-se a média de
idade de início da doença para cada grupo. A tendência à correlação entre a
quantidade de alelos mutantes (HLA-G*del e MTHFR*677T) e a idade de início se
manteve nos pacientes e foi estatisticamente significante (p=0,009), utilizando
correlação de Spearman (Figura 10).
29
45
40
y = -5,458x + 37,24
35
30
25
20
15
10
5
0
0
1
2
3
4
5
Figura 10: Correlação entre a idade de início do vitiligo e a quantidade de
alelos mutantes (HLA-G*del e/ou MTHFR*677T) nos pacientes. Nota-se que quanto
mais alelos mutantes, menor a idade de início do vitiligo. Esse dado foi
estatisticamente significante (p=0,009). A equação mostrada no gráfico refere-se à
análise de regressão linear, podendo-se usá-la para prever a idade de início de
acordo com o número de alelos HLA-G*del e/ou MTHFR*677T.
Esse é o primeiro estudo que tenta correlacionar polimorfismos desses
marcadores com vitiligo. No que diz respeito à apoptose, ainda há poucos estudos
sobre as vias apoptóticas causadoras da destruição dos melanócitos no vitiligo.
Alguns estudos sugerem que esse mecanismo pode ser ativado pela via
perforina/granzima ou pela via do Fas/Fas-ligante (Ongenae et al., 2003). No
entanto, esses dados são controversos. Sabe-se que as células T CD4+ podem
destruir células que expressam MHC de classe II, como é o caso dos melanócitos,
através da ligação do receptor Fas com seu ligante FasL, que induz à apoptose com
ativação da caspase-8. A importância da sinalização via Fas-FasL na mediação da
morte de melanócitos é enfatizada pela alta incidência de células de melanoma que
escapam do sistema imunológico através de uma baixa regulação de Fas e alta
regulação de FasL (Lambe et al., 2006). O polimorfismo -652 6N del do gene CASP8
não foi diferente estatisticamente entre pacientes e controles, o que indica que não
há redução ou aumento da atividade da caspase-8 nos pacientes com vitiligo. No
entanto, a apoptose é considerada como o mecanismo responsável pela morte dos
melanócitos
da
doença.
Nesse
sentido,
polimorfismos
envolvendo
outros
30
participantes da ativação da via dos receptores de morte, como nos genes FAS e
FASL, podem ser investigados no vitiligo, para que se possa confirmar ou não a
participação dessa via apoptótica na destruição dos melanócitos. Além disso, outras
vias também podem iniciar o processo apoptótico dos melanócitos, como a via da
perforina/granzima ou a via mitocondrial da apoptose, que envolve a ativação da
caspase-9 (Abbas, 2005; Ongenae et al., 2003). Tais vias podem ser estudadas
nesses pacientes mais profundamente.
Devido ao seu papel auxiliar na ativação dos macrófagos, o gene
SLC11A1 já foi associado a várias doenças autoimunes e infecciosas, mas
aparentemente não tem sua função alterada no vitiligo. É possível que os
macrófagos tenham um papel na remoção dos melanócitos, induzida pela
citotoxicidade dos linfócitos T (Rezaei et al., 2007), no entanto não foi demonstrado
neste trabalho que a expressão e atividade maior ou menor da proteína altera a
ativação dos mesmos nos pacientes com vitiligo.
Em uma população coreana, um polimorfismo na região promotora do
HLA-G (rs1736936) foi associado com o vitiligo e com a idade de início, indicando
que esse SNP diminui a expressão do gene e consequentemente a atividade da
proteína, reduzindo o efeito inibitório que o HLA-G tem sobre a citotoxicidade de
linfócitos T e NK (Kim et al., 2011). O trabalho citado mostrou que os pacientes com
vitiligo têm uma expressão alterada de HLA-G, no entanto o polimorfismo 14 pb
ins/del, localizado na região 3’UTR, parece não ter um papel efetor nessa baixa
expressão do gene, de acordo com os dados obtidos neste estudo.
O polimorfismo C677T do gene MTHFR foi pouco associado a doenças
autoimunes até agora, tendo seu papel maior em processos inflamatórios (Naidu et
al., 2004). Neste trabalho, mostramos que a troca de bases ocorrida nesse
polimorfismo pode não predispor ao vitiligo. Considerando que as vias do
metabolismo do folato estão associadas à proliferação e dano celular (Frosst et al.,
1995), podem-se sugerir estudos mais aprofundados em outros participantes delas,
no sentido de verificar o estado da síntese de DNA nos melanócitos. Vários estudos
propuseram um papel fundamental da via do folato nos efeitos clínicos do tratamento
com metotrexato (MTX) na artrite reumatóide, principalmente devido a variações
genéticas no gene MTHFR (Hughes et al., 2006).
Recentemente foi identificada uma associação do polimorfismo de 14 pb
ins/del do gene HLA-G com a resposta clínica do MTX na artrite reumatóide,
31
mostrando que o genótipo homozigoto para a deleção (14 pb del/del) era mais
frequente nos pacientes que respondiam ao tratamento com MTX, por expressarem
maior quantidade de HLA-G (Rizzo et al., 2006; Baricordi et al., 2007). Levando em
consideração o papel que ambos apresentam nesse tratamento, uma análise
conjunta dos dois já foi sugerida para artrite reumatóide. Nesse sentido,
considerando que pacientes com vitiligo já responderam positivamente ao MTX
(Sandra et al., 1998) e que existem fortes evidências de que o vitiligo seja, como a
artrite reumatóide, uma doença autoimune, um estudo envolvendo polimorfismos
dos dois genes pode servir como meio de identificação de fatores prognósticopreditivos para a doença. Neste trabalho, não foi encontrada uma diferença
significativa entre os genótipos desses genes com o desenvolvimento do vitiligo ou
com a idade de início, quando analisados separadamente. No entanto, quando
analisados em conjunto mostrou-se que a idade de início é menor nos pacientes que
apresentam maior quantidade de alelos HLA-G*del e MTHFR*677T, indicando que
esse perfil genotípico pode predispor ao desenvolvimento precoce do vitiligo.
Segundo Kim et al. (2011), o HLA-G está associado com a idade de início do vitiligo,
corroborando nossos dados. A equação mostrada na Figura 10 refere-se à análise
de regressão linear, podendo-se usá-la para prever a idade de início de acordo com
o número de alelos HLA-G*del e/ou MTHFR*677T.
32
6.
CONCLUSÕES
1. A etiopatogenia do vitiligo permanece pouco esclarecida, mas há fortes
evidências que indicam um papel da autoimunidade nessa doença. Nesse sentido,
estudos em genes responsáveis pela pigmentação da pele, bem como os
relacionados à resposta imunológica podem fornecer bons marcadores prognósticopreditivos sobre a doença e ajudar no esclarecimento sobre sua patogenia.
2. Não foi observada diferença estatisticamente significante com relação
às freqüências alélicas e à variabilidade genética dos polimorfismos estudados em
pacientes e controles.
3. A idade de início da doença está associada com a presença conjunta
dos alelos HLA-G*del e MTHFR*677T, de forma inversamente proporcional, mas não
foi encontrado nenhum tipo de associação da idade de início com os polimorfismos
dos genes CASP8 e SLC11A1.
4. Estudos mais aprofundados sobre as vias apoptóticas, ativação dos
macrófagos e vias metabólicas do folato no vitiligo também podem ajudar na
elucidação dos mecanismos responsáveis pelo surgimento da doença, bem como
estudos com maior tamanho amostral.
33
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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