4 Ano XXXVI - N o- 218 - Parte I Rio de Janeiro, quarta-feira - 1 de dezembro de 2010 PODER EXECUTIVO DIÁRIO OFICIAL do Estado do Rio de Janeiro D.O. PÁGINA DO SERVIDOR Estado prioriza investimentos em segurança do trabalho Charline Fonseca • O grande número de empreendimentos que devem aportar no Rio de Janeiro até as Olimpíadas de 2016 em muito se deve à adoção de um conjunto de políticas públicas para atrair investimentos estrangeiros e resgatar a auto-estima da população do Estado. Entre elas, destaca-se uma inovação do atual governo: a promoção de normas e a capacitação constante de técnicos em saúde e segurança do trabalho. Para a superintendente de Saúde, Segurança e Ambiente de Trabalho da Secretaria de Trabalho e Renda, Maria Christina Menezes, o papel desses profissionais – que comemoraram seu dia em 27 de novembro – é fundamental não só para a assistência aos trabalhadores, mas, principalmente, na prevenção de acidentes. – Os técnicos são os anjos da guarda da proteção; analisam o dia-a-dia e têm olhar de supervisão, podendo antecipar as ações de saúde e segurança. Muitas vezes ficam no anonimato, mas são os marcos regulatórios móveis em seus ambientes de trabalho, os verdadeiros gestores das obras – define Maria Christina. Há quatro anos à frente da Superintendência, a psiquiatra afirma que o governo Sérgio Cabral tem incentivado as empresas a investirem em promoção de saúde, capacitando recursos humanos e possibilitando projetos de responsabilidade social. Segundo Maria Christina, as grandes corporações perceberam que o bem-estar de seus funcionários tem relação direta com a saúde financeira, já que o alto número de acidentes de trabalho compromete o valor das ações no mercado e na bolsa de valores. – Segurança no trabalho é a ferramenta que dá sustentabilidade às nossas ações, porque o foco é o homem. De que adianta ter lucro exorbitante se você gasta muito com doenças e mutilações? – questiona. Uma das ações de destaque é a criação de uma norma, dentro da Lei 7.410 de 1985, que estabelece a inclusão de pessoas com transtorno mental. Um acordo de cooperação entre a Secretaria de Trabalho, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e os Ministérios Público e do Trabalho facilita a execução da iniciativa. – Quando perde uma perna, o trabalhador consegue ser recolocado pelo sistema de cotas. Mas se tem depressão, é rejeitado, mesmo quando o quadro é estável. Criamos uma norma dentro da lei porque o número de afastamentos por pânico, ansiedade e depressão cresce cada vez mais. Acreditamos que até 2020, os transtornos de ansiedade serão a maior causa de afastamento do trabalho – avalia. O maior desafio da gestão tem sido implementar na estrutura do governo uma unidade para integrar a gestão pública no que diz respeito às relações de saúde e segurança do trabalho, universalizando as medidas de proteção. As duas ações que se destacam e demonstram, na opinião da superintendente, a sensibilidade do governador quanto à questão são o decreto 42.012, que concede um certificado de gestão integrada a empresas que tiverem boas práticas, e a articulação, junto à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, do Comitê Estadual de Saúde e Segurança, que vai normatizar as medidas a serem adotadas no Estado. A ideia é estabelecer um Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional para os órgãos, autarquias e demais instituições públicas, nos moldes do que já é feito pela iniciativa privada. Ou seja, um acompanhamento periódico para investigar a que riscos os servidores estão expostos em seus ambientes de trabalho e se eles causam algum tipo de adoecimento. Para isso, a superintendência tem buscado parcerias com diversas instituições como a Associação Salvador Scofano Maria Christina Menezes atua na Secretaria de Trabalho e Renda Nacional de Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) e a Associação de Magistrados do Rio de Janeiro (Amatra) para incluir em todas as cadeiras do Ensino Médio noções de saúde, segurança e cidadania. Em todos os cursos do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) foram incluídas aulas sobre o tema, com o intuito de qualificar mão-de-obra e apresentar noções de prevenção de acidentes, não só os típicos, mas também os pequenos imprevistos domésticos. Manchas brancas na pele são único sintoma do vitiligo Salvador Scofano • Manchas brancas no rosto e nas extrepés não têm pêlos. O que se pode fazer midades do corpo (pés e mãos) são, seé recorrer a recursos como maquiagem gundo a professora da Faculdade de Ciêncorretiva e autobronzeamento duas ou cias Médicas da Uerj, Luna Azulay, a única três vezes por semana, que serve como manifestação do vitiligo, cujas causas aindisfarce – explica a professora. da são uma incógnita para a Medicina. Ao Para a área da face, também é incontrário do que acredita a maior parte da dicado o uso de um imunomodulador população, a doença não é contagiosa, por tópico, substância que sensibiliza a pele isso, não há motivos para preconceito em à luz do sol. O cuidado, no entanto, deve relação a quem tem o distúrbio. ser redobrado: é fundamental lavar bem – O vitiligo é caracterizado pela ala região depois da exposição, para eviteração dos melanócitos, fabricantes de tar queimaduras. pigmentação da pele. Ou seja, ele só pro– A principal recomendação é ter voca a alteração da cor; não há outros cuidado com o sol, que pode estimular a sintomas. Os motivos ainda são descoprodução de melanina fazendo com que nhecidos, mas o consideramos uma doa pele volte à cor normal, ou provocar o ença auto-imune, com fator hereditário, aumento das manchas brancas. que pode se desenvolver em situações Quando a doença está estabilizaA médica e professora Luna Azulay explica que a doença não é contagiosa e não tem cura de forte estresse emocional e estar asda, outra opção é submeter o paciente à sociada a outros problemas, como tireoidite ou diabe- tologista aos primeiros sinais de manchas na pele. Uma chamada cirurgia do vitiligo: pequenos pedaços de pele tes – afirma a dermatologista. das opções mais eficazes de tratamento é a fototera- saudável são enxertados nos locais com lesões, fazenAs manchas brancas cor de leite, como ela defi- pia, que pode ser feita em cabines que emitem raios do com que os melanócitos repigmentem a região afene, podem se manifestar, desde a infância, de forma ultravioletas A ou B, ou com auxílio da luz solar. A reco- tada. O único caso que não demanda tratamento, segeneralizada – em várias partes do corpo, como mendação é que o paciente tome um remédio ou pas- gundo Luna, é o de pessoas com cútis muito clara. A mãos, pés, rosto e joelhos – ou localizada. Neste caso, se, no local da lesão, uma pomada que estimula a pro- indicação, ao contrário, é que a pessoa não tome sol, as lesões aparecem em apenas uma área: não pas- dução de melanina e fique exposto ao sol por cerca de evitando o contraste entre a pele bronzeada e as áresam da linha média (abdômen) ou se concentram em três minutos, três dias não-consecutivos por semana. as lesionadas. um dos lados do corpo. As manifestações na área O tempo é aumentado semanalmente, de forma graApesar de reversível, o vitiligo não tem cura. Luna genital costumam causar maior desconforto e emba- dual, até que a pele seja repigmentada. esclarece que o tratamento pode ser suspenso depois raço em homens e mulheres, principalmente quando – O maior problema é reverter a descoloração que a pele recupera a cor normal, mas qualquer crise a lesão é extensa. das extremidades, porque a repigmentação se dá pelo emocional ou de estresse pode desencadear o aparePor isso, a recomendação é procurar um derma- folículo piloso e as pontas dos dedos das mãos e dos cimento de novas manchas. PÁGINA DO SERVIDOR — Espaço dedicado aos servidores, publicado sempre às quartas-feiras