Febre amarela no RS - Secretaria da Saúde

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CENTRO ESTADUAL DE VIGILÂNCIA SAÚDE
SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA FEBRE AMARELA NO RS
MAIO DE 2011
No Rio Grande do Sul, os últimos seis casos de febre amarela silvestre
da história recente do Estado foram registrados no ano de 1966, nos
municípios de Iraí, Passo Fundo e São Luiz Gonzaga. Nesta oportunidade, foi
realizada uma campanha de vacinação em toda a região noroeste.
Após esta data, no ano de 2001, ocorreu registro de epizootia em
primatas não humanos (PNH), da especie Alouatta caraya nos municípios de
Santo Antonio das Missões e Garruchos, confirmada para febre amarela no
primeiro município. Na mesma região, isolou-se o vírus de mosquitos da
espécie Haemagogus leucocelaenus. Como conseqüência, foi implantada
vacinação contra a doença em 43 municípios, constituindo-se, assim, uma
área de risco para febre amarela no Estado e uma nova área para o Brasil. Em
2002, foi registrada nova epizootia na mesma época nos municípios de Mata e
Jaguari, confirmada por febre amarela em um bugio da espécie Alouatta g.
clamitans em Jaguari, o que resultou na ampliação da área de risco para 52
municípios.
Na ocasião, foi implantada a vigilância da febre amarela pelo Centro
Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) da Secretaria Estadual da Saúde
(SES/RS), incluindo notificação e investigação de eventos epizoótico através
da captura de primatas não humanos e vetores nos municípios, com o objetivo
de monitorar a circulação viral.
Essa estratégia de vigilância continuou sendo desenvolvida desde
então, porém não se evidenciava circulação do vírus da febre amarela nas
áreas trabalhadas. Entretanto, a partir de outubro de 2008, começaram a ser
registrados, novamente, inúmeros episódios de mortes de primatas não
humanos, caracterizando uma epizootia de magnitude inusitada e que
progrediu da região noroeste em direção à região leste do Estado com grande
velocidade de disseminação. Em seis meses de confirmação da circulação
viral, observou-se a expansão da área atingida em cerca de 500 km. A alta
mortalidade entre as populações de PNH não teve precedentes na história
recente do Estado.
Tal situação foi objeto de atenção das autoridades de saúde e
população em geral. O avanço nas notificações de epizootias foi seguido de
ocorrência de casos de febre amarela silvestre em humanos, situação
enfrentada como Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional
(ESPIN), de acordo com o Regulamento Sanitário Internacional de 2005 (RSI2005).
No período de 2008/2009 foram notificadas 958 epizootias de primatas
não humanos (PNH), e destas, 172 notificações foram positivas para o vírus
da febre amarela. Foram registradas 2.016 mortes de PNH e com confirmação
laboratorial em 204 animais.
CENTRO ESTADUAL DE VIGILÂNCIA SAÚDE
Em relação aos casos humanos, no período de dezembro de 2008 a
abril de 2009, foram confirmados 21 casos e 9 óbitos (letalidade de 43%). No
tocante ao sexo, 15 eram homens (71%) e seis mulheres (29%) e a idade
variou entre 14 e 73 anos, com mediana de 33 anos. Todos os casos não
eram vacinados contra a febre amarela e estiveram em atividades no meio
rural ou silvestre como local provável de infecção.
Os municípios prováveis de infecção foram registrados conforme tabela
abaixo.
Casos e óbitos confirmados de Febre Amarela Silvestre
segundo município provável de infecção, RS, 2008-2009
CRS
17ª
12ª
6ª
17ª
17ª
12ª
12ª
13ª
13ª
TOTAL
MUNICÍPIO
Joia
Bossoroca
Espumoso
Augusto Pestana
Ijui
Pirapó
Santo Angelo
Vera Cruz
Santa Cruz do Sul
Nº CASOS
1
1
1
1
1
2
3
4
7
Nº ÓBITOS
1
0
0
1
1
1
3
2
0
21
9
Fonte: SINAN/DVS/CEVS/SES-RS
Por ocasião do surto de febre amarela, estabeleceu-se, como Área com
Recomendação de Vacinação contra Febre Amarela (ACRV), os municípios
que atendiam ao critério de área afetada e agregando seus limítrofes
classificados como área ampliada, totalizando 293 municípios.
Em 2011, considerando-se a sazonalidade da febre amarela, sua alta
letalidade e risco de urbanização não desprezível, a SES/RS está
implementando a ampliação da ACRV de forma escalonada, de acordo com
critérios ambientais, epidemiológicos e operacionais. Até o final de junho de
2011, serão incorporados 169 novos municípios na ACRV do Estado do Rio
Grande do Sul, conforme documento disponível em www.saude.rs.gov.br
banner febre amarela.
Não foram mais registrados casos confirmados de febre amarela em
humanos até o presente. A vigilância de epizootias continua sendo realizada,
sem evidenciar recomeço de circulação do vírus amarílico na área silvestre.
Salienta-se a importância do contínuo monitoramento das epizootias e dos
casos suspeitos humanos da doença, com investigação oportuna das
notificações.
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