Estimulação neuronal transcraniana RICARDO SALVADOR ([email protected]) COMPUTER AIDED PROJECT DESIGN 3 RD YEAR Conteúdos Estimulação neuronal: o que é? Evolução histórica Princípios físicos e instrumentação Eletrofisiologia da estimulação Aplicações, segurança e desenvolvimentos futuros Estimulação neuronal: o que é? São técnicas nas quais se usam campos elétricos para gerar respostas ao nível neuronal Estimulação neuronal: o que é? São técnicas nas quais se usam campos elétricos para gerar respostas ao nível neuronal As respostas são alterações do potencial de membrana Potencial de membrana Estimulação neuronal: o que é? São técnicas nas quais se usam campos elétricos para gerar respostas ao nível neuronal As respostas são alterações do potencial de membrana A estimulação neuronal origina respostas macroscópicas • Contrações musculares (EMG) • Alterações na irrigação sanguínea do cérebro e no metabolismo (PET, SPECT, fMRI) • Atividade neuronal evocada (EEG) • Fosfenos visuais • Alterações comportamentais • Inibições do funcionamento de zonas do córtex Que tipos de técnicas existem? O campo elétrico pode ser gerado de duas formas diferentes: ◦ Elétrodos: Estimulação elétrica Que tipos de técnicas existem? O campo elétrico pode ser gerado de duas formas diferentes: ◦ Elétrodos: Estimulação elétrica ◦ Bobina: Estimulação magnética transcraniana (TMS) Que tipos de técnicas existem? O campo elétrico pode ser gerado de duas formas diferentes: ◦ Elétrodos: Estimulação elétrica ◦ Bobina: Estimulação magnética transcraniana (TMS) Que tipos de técnicas existem? O campo elétrico pode ser gerado de duas formas diferentes: ◦ Elétrodos: Estimulação elétrica ◦ Bobina: Estimulação magnética transcraniana (TMS) Ambas tem várias modalidades diferentes de aplicação Estimulação elétrica transcraniana • Corrente muito intensa mas com curta duração Polarização neuronal (tDCS/tACS) • Correntes muito pouco intensas (~1 mA) aplicadas durante muito tempo (~10 minutos) Terapia eletroconvulsiva • Corrente muito intensa mas com curta duração (aplicada repetidamente durante várias sessões) Estimulação cerebral profunda • Elétrodos implantados diretamente no cérebro Que tipos de técnicas existem? O campo elétrico pode ser gerado de duas formas diferentes: ◦ Elétrodos: Estimulação elétrica ◦ Bobina: Estimulação magnética transcraniana (TMS) Ambas tem várias modalidades diferentes de aplicação Disparo simples ou aplicação repetitiva (rTMS): TMS TMS TMS t Frequência de aplicação: f=1/t Mas existem diferentes formas de aplicação dos disparos simples e de rTMS. Evolução histórica Evolução do Bioeletromagnetismo 47 ac: Scribonius Largus recomenda o uso do peixe torpedo (peixe elétrico) para curar dores de cabeça e artrites. Evolução do Bioeletromagnetismo 47 ac: Scribonius Largus recomenda o uso do peixe torpedo (peixe elétrico) para curar dores de cabeça e artrites. 1783: Luigi Galvani descobre a Bioeletricidade. Evolução do Bioeletromagnetismo 47 ac: Scribonius Largus recomenda o uso do peixe torpedo (peixe elétrico) para curar dores de cabeça e artrites. 1783: Luigi Galvani descobre a Bioeletricidade. 1803: Aldini expande os trabalhos de Galvani em humanos. Evolução do Bioeletromagnetismo 47 ac: Scribonius Largus recomenda o uso do peixe torpedo (peixe elétrico) para curar dores de cabeça e artrites. 1783: Luigi Galvani descobre a Bioeletricidade. 1803: Aldini expande os trabalhos de Galvani em humanos. Hans Christian Orsted (1820): Pai do eletromagnetismo. Evolução do Bioeletromagnetismo 47 ac: Scribonius Largus recomenda o uso do peixe torpedo (peixe elétrico) para curar dores de cabeça e artrites. 1783: Luigi Galvani descobre a Bioeletricidade. 1803: Aldini expande os trabalhos de Galvani em humanos. Hans Christian Orsted (1820): Pai do eletromagnetismo. Michael Faraday e Joseph Henry (1831): Descoberta da indução eletromagnética. Evolução histórica da estimulação neuronal Guillaume Duchenne (1833): Utilização de elétrodos para estimular músculos faciais. Evolução histórica da estimulação neuronal Guillaume Duchenne (1833): Utilização de elétrodos para estimular músculos faciais. Herman von Helmholtz (1852): Determinação da velocidade de condução de um impulso nervoso. Evolução histórica da estimulação neuronal Guillaume Duchenne (1833): Utilização de elétrodos para estimular músculos faciais. Herman von Helmholtz (1852): Determinação da velocidade de condução de um impulso nervoso. Robert Bartholow (1874): Primeiro a estimular o cérebro com elétrodos. Evolução histórica da estimulação magnética: magnetofosfenos Jaques Arsène d’Arsonval (1896): Primeiro relatório de “magnetofosfenos”; Evolução histórica da estimulação magnética: magnetofosfenos Jaques Arsène d’Arsonval (1896): Primeiro relatório de “magnetofosfenos”; 1902-1911: Vários estudos sobre indução de magnetofosfenos por campos magnéticos variáveis no tempo; Evolução histórica da estimulação magnética: magnetofosfenos Jaques Arsène d’Arsonval (1896): Primeiro relatório de “magnetofosfenos”; 1902-1911: Vários estudos sobre indução de magnetofosfenos por campos magnéticos variáveis no tempo; Evolução histórica da estimulação magnética: magnetofosfenos Jaques Arsène d’Arsonval (1896): Primeiro relatório de “magnetofosfenos”; 1902-1911: Vários estudos sobre indução de magnetofosfenos por campos magnéticos variáveis no tempo; Walsh e Barlow (1946 – 1947): Identificam o local de estimulação como sendo a retina e não o córtex visual. Evolução histórica da estimulação magnética: estimulação neuronal Kolin (1959): Estimulação magnética do nervo ciático de um sapo; Bickford e Fremming (1965): Estimulação magnética de nervos periféricos humanos com campos com uma variação harmónica no tempo; Irwin (1970): Estimulação magnética do nervo cardíaco; Barker (1985): Estimulação magnética nãoinvasiva do córtex motor humano. Princípios físicos e instrumentação Geração do campo elétrico em TMS A corrente intensa (~kA) e de curta duração (< 1 ms) a circular na bobina induz um campo magnético 𝐵(𝑡) variável no tempo; O campo magnético variável no tempo induz um campo elétrico, 𝐸(𝑡) no tecido condutor (cabeça): Lei de Indução de Faraday; O campo elétrico induzido em TMS é a soma de duas componentes: 𝐸 = 𝐸𝑃𝑟𝑖𝑚á𝑟𝑖𝑜 + 𝐸𝑆𝑒𝑐𝑢𝑛𝑑á𝑟𝑖𝑜 O campo elétrico em TMS – Distribuição espacial A componente primária do campo é fácil de prever com base na geometria da bobina. O campo elétrico em TMS – Distribuição espacial A componente primária do campo é fácil de prever com base na geometria da bobina. O campo elétrico em TMS – Distribuição espacial A componente primária do campo é fácil de prever com base na geometria da bobina. A componente secundária depende fortemente da geometria da cabeça, das propriedades elétricas dos tecidos cerebrais e do próprio campo primário. O campo elétrico em TMS – Distribuição espacial A componente primária do campo é fácil de prever com base na geometria da bobina. A componente secundária depende fortemente da geometria da cabeça, das propriedades elétricas dos tecidos cerebrais e do próprio campo primário. O campo elétrico total: ◦ É mais fraco do que o primário (o campo secundário reduz a magnitude do primário); ◦ Não tem uma componente perpendicular à interface pele-ar (neurónios com essa direção não são estimulados); ◦ Decai mais rapidamente em profundidade do que o campo elétrico primário (mau para estimulação de regiões sub-corticais). Campo Total 𝐸𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑀𝑎𝑥 = 27.3 𝑉/𝑚 𝐸𝑃𝑟𝑖𝑚á𝑟𝑖𝑜 𝑀𝑎𝑥 = 40.3 𝑉/𝑚 27.29 Campo primário (norma) Campo total (norma) 25 20 15 10 5 0 O campo elétrico em TMS – Distribuição espacial A componente primária do campo é fácil de prever com base na geometria da bobina. A componente secundária depende fortemente da geometria da cabeça, das propriedades elétricas dos tecidos cerebrais e do próprio campo primário. O campo elétrico total: ◦ É mais fraco do que o primário (o campo secundário reduz a magnitude do primário); ◦ Não tem uma componente perpendicular à interface pele-ar (neurónios com essa direção não são estimulados); ◦ Decai mais rapidamente em profundidade do que o campo elétrico primário (mau para estimulação de regiões sub-corticais). Campo Total 𝐸𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑀𝑎𝑥 = 27.3 𝑉/𝑚 𝐸𝑃𝑟𝑖𝑚á𝑟𝑖𝑜 𝑀𝑎𝑥 = 40.3 𝑉/𝑚 27.29 Campo primário (norma) Campo total (norma) 25 20 15 10 5 0 O campo elétrico em TMS – Distribuição espacial A componente primária do campo é fácil de prever com base na geometria da bobina. A componente secundária depende fortemente da geometria da cabeça, das propriedades elétricas dos tecidos cerebrais e do próprio campo primário. O campo elétrico total: ◦ É mais fraco do que o primário (o campo secundário reduz a magnitude do primário); ◦ Não tem uma componente perpendicular à interface pele-ar (neurónios com essa direção não são estimulados); ◦ Decai mais rapidamente em profundidade do que o campo elétrico primário (mau para estimulação de regiões sub-corticais). Campo Total Campo primário (norma) Campo total (norma) O campo elétrico em TMS – Distribuição espacial (cont.) ||𝐸|| (V/m) Como não se pode fazer medições invasivas do campo elétrico é muito comum usar métodos numéricos para prever o campo. O campo elétrico em TMS – Distribuição espacial (cont.) ||𝐸|| (V/m) Como não se pode fazer medições invasivas do campo elétrico é muito comum usar métodos numéricos para prever o campo. Nesses métodos podem-se usar: ◦ Modelos aproximados para a cabeça: Por exemplo modelos esféricos com múltiplas camadas; ◦ Modelos realistas para a cabeça: Baseados em segmentação de imagens médicas. O campo elétrico em TMS – Distribuição espacial (cont.) Como não se pode fazer medições invasivas do campo elétrico é muito comum usar métodos numéricos para prever o campo. Nesses métodos podem-se usar: ◦ Modelos aproximados para a cabeça: Por exemplo modelos esféricos com múltiplas camadas; ◦ Modelos realistas para a cabeça: Baseados em segmentação de imagens médicas. Thielscher, A., A. Opitz and M. Windhoff (2011). "Impact of the gyral geometry on the electric field induced by transcranial magnetic stimulation." Neuroimage 54(1): 234-243. O campo elétrico em TMS – Distribuição espacial (cont.) Como não se pode fazer medições invasivas do campo elétrico é muito comum usar métodos numéricos para prever o campo. Nesses métodos podem-se usar: ◦ Modelos aproximados para a cabeça: Por exemplo modelos esféricos com múltiplas camadas; ◦ Modelos realistas para a cabeça: Baseados em segmentação de imagens médicas. Opitz, A., M. Windhoff, R. M. Heidemann, R. Turner and A. Thielscher (2011). "How the brain tissue shapes the electric field induced by transcranial magnetic stimulation." Neuroimage 58(3): 849-859. O campo elétrico em TMS – Distribuição espacial (cont.) Como não se pode fazer medições invasivas do campo elétrico é muito comum usar métodos numéricos para prever o campo. Nesses métodos podem-se usar: ◦ Modelos aproximados para a cabeça: Por exemplo modelos esféricos com múltiplas camadas; ◦ Modelos realistas para a cabeça: Baseados em segmentação de imagens médicas. Salvador, R., Wenger, C., and Miranda, P.C. (2015). Investigating the cortical regions involved in MEP modulation in tDCS. Frontiers in Cellular Neuroscience 9. doi: 10.3389/fncel.2015.00405. O campo elétrico em TMS – Variação temporal O campo elétrico total induzido em TMS varia com o tempo de duas formas possíveis consoante o pulso de corrente na bobina é: 𝐼(𝑡) ◦ Monofásico: Corrente circula na bobina sempre no mesmo sentido; ◦ Bifásico: Corrente muda o seu sentido de circulação uma vez. O campo elétrico é proporcional à derivada (variação) temporal da corrente na bobina. 𝑑𝐼(𝑡)/𝑑𝑡 Instrumentação TMS Estimulador magnético (circuito RLC) capaz de gerar um pulso rápido (<1 ms) de muito rápida intensidade (>5 kA); Instrumentação TMS Estimulador magnético (circuito RLC) capaz de gerar um pulso rápido (<1 ms) de muito rápida intensidade (>5 kA); Pode gerar formas de ondas monofásicas ou bifásicas; Instrumentação TMS Estimulador magnético (circuito RLC) capaz de gerar um pulso rápido (<1 ms) de muito rápida intensidade (>5 kA); Pode gerar formas de ondas monofásicas ou bifásicas; Pode aplicar mais que um pulso com uma dada frequência (rTMS). Instrumentação TMS Estimulador magnético (circuito RLC) capaz de gerar um pulso rápido (<1 ms) de muito rápida intensidade (>5 kA); Pode gerar formas de ondas monofásicas ou bifásicas; Pode aplicar mais que um pulso com uma dada frequência (rTMS). Existem vários formatos possíveis de bobinas: ◦ Circular; ◦ Forma de 8; ◦ Mais complicadas (slinky, H…). Bobinas pequenas têm melhor focalidade mas existem dificuldades técnicas de construção (temperatura, estabilidade mecânica…). Geração do campo elétrico em tDCS / tACS Normalmente aplica-se uma diferença de potencial entre dois elétrodos (um ânodo e um cátodo) colocados em contacto com o escalpe. A cabeça “fecha” o circuito formado entre o gerador e os elétrodos e, como tal, induz-se um campo elétrico (e logo uma corrente elétrica) nos diferentes tecidos. A posição dos elétrodos, a sua geometria e as propriedades elétricas dos tecidos cerebrais ditam a distribuição do campo elétrico no tecido cerebral. Campo mais fraco que o induzido em TMS (cerca 1 V/m em comparação com 100 V/m). Tem propriedades distintas do campo induzido em TMS (tem componente perpendicular à interface ar-escalpe e atinge mais facilmente regiões profundas). Usam-se muitas vezes métodos numéricos para calcular o campo elétrico. Miranda, P. C., M. Lomarev and M. Hallett (2006). "Modeling the current distribution during transcranial direct current stimulation." Clin Neurophysiol 117(7): 1623-1629. Norma da densidade de corrente A/m2 O campo elétrico em tDCS / tDCS O campo elétrico em tDCS / tDCS Tem propriedades distintas do campo induzido em TMS (tem componente perpendicular à interface ar-escalpe e atinge mais facilmente regiões profundas). Usam-se muitas vezes métodos numéricos para calcular o campo elétrico. O campo não oscila no tempo (tDCS) ou faze-o a baixas frequências (tACS). Miranda, P. C., Mekonnen, A., Salvador, R., Ruffini, G. 2013. The electric field in the cortex during transcranial current stimulation. Neuroimage, DOI: 10.1016/j.neuroimage.2012.12.034. Campo elétrico (norma) V/m Campo mais fraco que o induzido em TMS (cerca 1 V/m em comparação com 100 V/m). Instrumentação tDCS/tACS Estimulador elétrico, capaz de injetar correntes máximas de cerca de 2 mA durante algumas dezenas de minutos. Elétrodos de grande área (normalmente são usados elétrodos de 9 cm2 ou 35 cm2). A instrumentação é mais fácil de transportar e muito mais barata que a usada em TMS. Instrumentação tDCS/tACS Estimulador elétrico, capaz de injetar correntes máximas de cerca de 2 mA durante algumas dezenas de minutos. Elétrodos de grande área (normalmente são usados elétrodos de 9 cm2 ou 35 cm2). A instrumentação é mais fácil de transportar e muito mais barata que a usada em TMS. Eletrofisiologia da estimulação Potencial de membrana Os efeitos da estimulação neuronal advêm dos efeitos no potencial de membrana dos neurónios. Potencial de membrana Os efeitos da estimulação neuronal advêm dos efeitos no potencial de membrana dos neurónios. Em repouso a membrana dos neurónios está polarizada: potencial de repouso da membrana. 𝑉𝑚 𝑅𝑒𝑝𝑜𝑢𝑠𝑜 = −70 𝑚𝑉 Potencial de membrana Potencial de membrana Os efeitos da estimulação neuronal advêm dos efeitos no potencial de membrana dos neurónios. Em repouso a membrana dos neurónios está polarizada: potencial de repouso da membrana. Quando estimulado (estimulação elétrica ou input sináptico de outros neurónios) pode-se gerar: Potencial de membrana Os efeitos da estimulação neuronal advêm dos efeitos no potencial de membrana dos neurónios. Em repouso a membrana dos neurónios está polarizada: potencial de repouso da membrana. Quando estimulado (estimulação elétrica ou input sináptico de outros neurónios) pode-se gerar: Potencial de membrana Os efeitos da estimulação neuronal advêm dos efeitos no potencial de membrana dos neurónios. Em repouso a membrana dos neurónios está polarizada: potencial de repouso da membrana. Quando estimulado (estimulação elétrica ou input sináptico de outros neurónios) pode-se gerar: ◦ Resposta passiva (ex: potenciais pós-sinápticos) Potencial de membrana Os efeitos da estimulação neuronal advêm dos efeitos no potencial de membrana dos neurónios. Em repouso a membrana dos neurónios está polarizada: potencial de repouso da membrana. Quando estimulado (estimulação elétrica ou input sináptico de outros neurónios) pode-se gerar: ◦ Resposta passiva (ex: potenciais pós-sinápticos) ◦ Resposta ativa (potenciais de ação) Teoria do cabo: o neurónio como circuito elétrico O comportamento da membrana do neurónio pode ser modelado como um circuito elétrico: Meio extracelular Ie imz Membrana z Ii z+z Meio intracelular Teoria do cabo: o neurónio como circuito elétrico O comportamento da membrana do neurónio pode ser modelado como um circuito elétrico: ◦ Linear (RC): Respostas passivas da membrana; Teoria do cabo: o neurónio como circuito elétrico O comportamento da membrana do neurónio pode ser modelado como um circuito elétrico: ◦ Linear (RC): Respostas passivas da membrana; ◦ Não-linear: Para modelar potenciais de ação. Teoria do cabo: o neurónio como circuito elétrico O comportamento da membrana do neurónio pode ser modelado como um circuito elétrico: ◦ Linear (RC): Respostas passivas da membrana; ◦ Não-linear: Para modelar potenciais de ação. No regime passivo é possível obter uma equação para a variação temporal do potencial de membrana ao longo do neurónio em função do campo elétrico: equação do cabo. −𝜆2 Constante de espaço 𝜕𝐸/ 𝜕𝑉´ 𝜕𝑉´ 2 + 𝜏 + 𝑉´ = −𝜆 𝜕𝑥 2 𝜕𝑡 𝜕𝑥 Constante de tempo Função de ativação de Rattay Função de ativação Se o neurónio estiver inicialmente em repouso: −𝜆2 𝜕𝐸/ 𝜕𝑉´ 𝜕𝑉´ 2 + 𝜏 + 𝑉´ = −𝜆 𝜕𝑥 2 𝜕𝑡 𝜕𝑥 Se a função de ativação for positiva temos despolarizações Se a função de ativação for negativa temos hiperpolarizações Campo homogénio: não há polarizações Campo homogénio em neurónio com dobra: polarização na dobra (ex: neurónios do trato corticoespinhal) Polarizações devido a gradientes do campo elétrico (ex: neurónios periféricos) Campo homogénio em neurónio que termina: polarização na terminação (ex: interneurónios corticais) P. J. Maccabee, V. E. Amassian, L. P. Eberle et al., “Magnetic coil stimulation of straight and bent amphibian and mammalian peripheral nerve in vitro: locus of excitation,” J Physiol, vol. 460, pp. 201-19, Jan, 1993. Mecanismo: dobra do neurónio. Mecanismo: gradiente do campo. Demonstração experimental TMS Importância dos diferentes mecanismos de estimulação em TMS Os neurónios do sistema nervoso central: ◦ São pequenos ◦ Têm formas complexas (dobram frequentemente) O mecanismo de gradiente do campo não é muito relevante devido à pequena dimensão dos neurónios; As polarizações nas dobras e terminações são mais relevantes: essas polarizações são proporcionais a 𝜆𝐸. Em estimulação do sistema nervoso periférico a situação inverte-se. A presença das heterogeneidades nas propriedades elétricas dos tecidos influencia também a estimulação neuronal. S. Standring, Gray's Anatomy: The Anatomical Basis of Clinical Practice, 39 ed.: Elsevier Churchill Livingstone, 2004. Importância dos diferentes mecanismos de estimulação em TMS Os neurónios do sistema nervoso central: ◦ São pequenos ◦ Têm formas complexas (dobram frequentemente) O mecanismo de gradiente do campo não é muito relevante devido à pequena dimensão dos neurónios; As polarizações nas dobras e terminações são mais relevantes: essas polarizações são proporcionais a 𝜆𝐸. Em estimulação do sistema nervoso periférico a situação inverte-se. A presença das heterogeneidades nas propriedades elétricas dos tecidos influencia também a estimulação neuronal. P. J. Maccabee, V. E. Amassian, L. P. Eberle et al., “Magnetic coil stimulation of straight and bent amphibian and mammalian peripheral nerve in vitro: locus of excitation,” J Physiol, vol. 460, pp. 201-19, Jan, 1993. Importância dos diferentes mecanismos de estimulação em TMS Os neurónios do sistema nervoso central: ◦ São pequenos ◦ Têm formas complexas (dobram frequentemente) O mecanismo de gradiente do campo não é muito relevante devido à pequena dimensão dos neurónios; As polarizações nas dobras e terminações são mais relevantes: essas polarizações são proporcionais a 𝜆𝐸. Em estimulação do sistema nervoso periférico a situação inverte-se. A presença das heterogeneidades nas propriedades elétricas dos tecidos influencia também a estimulação neuronal. P. C. Miranda, L. Correia, R. Salvador et al., “Tissue heterogeneity as a mechanism for localized neural stimulation by applied electric fields,” Phys Med Biol, vol. 52, no. 18, pp. 560317, Sep 21, 2007. Importância da variação temporal do estímulo em TMS Nos estímulos monofásicos, a primeira fase tem muito maior magnitude do que a segunda fase (100 %-35 %). Logo é mais eficiente. Nos estímulos bifásicos a segunda fase dura o dobro da primeira e terceira fases, sendo mais eficiente. 𝑑𝐼(𝑡)/𝑑𝑡 Importância da variação temporal do estímulo em TMS Despolarização na dobra Hiperpolarização na dobra Nos estímulos monofásicos, a primeira fase tem muito maior magnitude do que a segunda fase (100 %-35 %). Logo é mais eficiente. Nos estímulos bifásicos a segunda fase dura o dobro da primeira e terceira fases, sendo mais eficiente. No entanto só há estimulação se o campo induzido na fase mais eficiente estiver na direção apropriada em relação à dobra e / ou terminação. R. Salvador, S. Silva, P. J. Basser et al., “Determining which mechanisms lead to activation in the motor cortex: A modeling study of transcranial magnetic stimulation using realistic stimulus waveforms and sulcal geometry,” Clin Neurophysiol, vol. 122, no. 4, pp. 748-758, Apr, 2011. A P Mecanismos de estimulação neuronal em tDCS/tACS Nos sulcos debaixo dos elétrodos existe uma forte componente do campo elétrico perpendicular à superfície cortical (contrariamente a TMS). Mecanismos de estimulação neuronal em tDCS/tACS Nos sulcos debaixo dos elétrodos existe uma forte componente do campo elétrico perpendicular à superfície cortical (contrariamente a TMS). Esse campo induz polarizações abaixo do limiar no potencial de membrana dos neurónios piramidais: ◦ Despolarizações em estimulação anódica; Ânodo Cátodo 𝐸 Mecanismos de estimulação neuronal em tDCS/tACS Nos sulcos debaixo dos elétrodos existe uma forte componente do campo elétrico perpendicular à superfície cortical (contrariamente a TMS). Esse campo induz polarizações abaixo do limiar no potencial de membrana dos neurónios piramidais: ◦ Despolarizações em estimulação anódica; ◦ Hiperpolarizações em estimulação catódica. Cátodo 𝐸 Mecanismos de estimulação neuronal em tDCS/tACS Nos sulcos debaixo dos elétrodos existe uma forte componente do campo elétrico perpendicular à superfície cortical (contrariamente a TMS). Esse campo induz polarizações abaixo do limiar no potencial de membrana dos neurónios piramidais: ◦ Despolarizações em estimulação anódica; ◦ Hiperpolarizações em estimulação catódica. Roth, B. J. (1994). "Mechanisms for Electrical-Stimulation of Excitable Tissue." Critical Reviews in Biomedical Engineering 22(3-4): 253-305. Mecanismos de estimulação neuronal em tDCS/tACS Nos sulcos debaixo dos elétrodos existe uma forte componente do campo elétrico perpendicular à superfície cortical (contrariamente a TMS). Esse campo induz polarizações abaixo do limiar no potencial de membrana dos neurónios piramidais: ◦ Hiperpolarizações em estimulação anódica; ◦ Despolarizações em estimulação catódica. Em tACS a certas frequências há interações das polarizações com atividade oscilatória cortical. Kanai, R., L. Chaieb, A. Antal, V. Walsh and W. Paulus (2008). "Frequency-Dependent Electrical Stimulation of the Visual Cortex." Current Biology 18(23): 18391843. Aplicações Aplicações de TMS O córtex motor é o alvo de estimulação em muitos estudos em TMS: ◦ Utilidades no diagnóstico de doenças neurodegenerativas ou desordens do movimento; ◦ Estudo dos mecanismos de ação de substâncias. Estimulação repetitiva (rTMS) está a ser investigada como possível terapêutica em várias desordens psiquiátricas. Estimulação magnética tem, também, um importante papel em vários estudos cognitivos. Há cada vez mais interesse em usar modelos animais em estimulação magnética. Martin, J. H. (1996). Neuroanatomy. Text and Atlas. Stamford, Appleton & Lange. Aplicações de TMS O córtex motor é o alvo de estimulação em muitos estudos em TMS: ◦ Utilidades no diagnóstico de doenças neurodegenerativas ou desordens do movimento; ◦ Estudo dos mecanismos de ação de substâncias. Estimulação repetitiva (rTMS) está a ser investigada como possível terapêutica em várias desordens psiquiátricas. Estimulação magnética tem, também, um importante papel em vários estudos cognitivos. Há cada vez mais interesse em usar modelos animais em estimulação magnética. Aplicações de TMS O córtex motor é o alvo de estimulação em muitos estudos em TMS: ◦ Utilidades no diagnóstico de doenças neurodegenerativas ou desordens do movimento; ◦ Estudo dos mecanismos de ação de substâncias. Estimulação repetitiva (rTMS) está a ser investigada como possível terapêutica em várias desordens psiquiátricas. Estimulação magnética tem, também, um importante papel em vários estudos cognitivos. Há cada vez mais interesse em usar modelos animais em estimulação magnética. Liebetanz, D., S. Fauser, T. Michaelis, B. Czeh, T. Watanabe, W. Paulus, J. Frahm and E. Fuchs (2003). "Safety aspects of chronic low-frequency transcranial magnetic stimulation based on localized proton magnetic resonance spectroscopy and histology of the rat brain." Journal of Psychiatric Research 37(4): 277-286. Estimulação do córtex motor primário A estimulação é alcançada colocando a bobina sobre o córtex motor primário de um dos hemisférios. Estimulação do córtex motor primário A estimulação é alcançada colocando a bobina sobre o córtex motor primário de um dos hemisférios. Normalmente usa-se uma bobina em forma de 8 com uma orientação perpendicular ao sulco central (PA). Estimulação do córtex motor primário A estimulação é alcançada colocando a bobina sobre o córtex motor primário de um dos hemisférios. Normalmente usa-se uma bobina em forma de 8 com uma orientação perpendicular ao sulco central (PA). A resposta é medida ou por eletromiografia ou por medições diretas da atividade elétrica cortico-espinhal descendente (medições feitas em pacientes durante cirurgia ou com elétrodos implantados na medula espinhal para alívio da dor crónica). Resposta eletromiográfica Estimulação do córtex motor primário A estimulação é alcançada colocando a bobina sobre o córtex motor primário de um dos hemisférios. Normalmente usa-se uma bobina em forma de 8 com uma orientação perpendicular ao sulco central (PA). A resposta é medida ou por eletromiografia ou por medições diretas da atividade elétrica cortico-espinhal descendente (medições feitas em pacientes durante cirurgia ou com elétrodos implantados na medula espinhal para alívio da dor crónica). Di Lazzaro, V., U. Ziemann and R. N. Lemon (2008). "State of the art: Physiology of transcranial motor cortex stimulation." Brain Stimulation 1(4): 345-362. D I1 I3 I2 D Medições típicas Tempo de condução motora central: Período de tempo entre o estímulo e a excitação dos motoneurónios na medula-espinhal ou tronco cerebral. Limiar de estimulação motor: “Increase the stimulus intensity at 5% steps until reaching a level which induces reliable (> 100mV) responses in about 50% of 10-20 consecutive stimuli”* V. Di Lazzaro, A. Oliviero, P. Mazzone et al., “Comparison of descending volleys evoked by monophasic and biphasic magnetic stimulation of the motor cortex in conscious humans,” Experimental Brain Research, vol. 141, no. 1, pp. 121-127, Nov, 2001. *Rossini PM, Barker AT, Berardelli A, Caramia MD, Caruso G, Cracco RQ, Dimitrijevic MR, Hallett M, Katayama Y, Lucking CH (1994) Electroencephalogr Clin Neurophysiol 91:79--92. Medições típicas Tempo de condução motora central: Período de tempo entre o estímulo e a excitação dos motoneurónios na medula-espinhal ou tronco cerebral. Limiar de estimulação motor: “Increase the stimulus intensity at 5% steps until reaching a level which induces reliable (> 100mV) responses in about 50% of 10-20 consecutive stimuli”* Curva de recrutamento: Aumento do tamanho do potencial motor evocado (MEP) em função da intensidade do estímulo. G. Zanette, P. Manganotti, A. Fiaschi et al., “Modulation of motor cortex excitability after upper limb immobilization,” Clin Neurophysiol, vol. 115, no. 6, pp. 1264-75, Jun, 2004. *Rossini PM, Barker AT, Berardelli A, Caramia MD, Caruso G, Cracco RQ, Dimitrijevic MR, Hallett M, Katayama Y, Lucking CH (1994) Electroencephalogr Clin Neurophysiol 91:79--92. Medições típicas Tempo de condução motora central: Período de tempo entre o estímulo e a excitação dos motoneurónios na medula-espinhal ou tronco cerebral. Limiar de estimulação motor: “Increase the stimulus intensity at 5% steps until reaching a level which induces reliable (> 100mV) responses in about 50% of 10-20 consecutive stimuli”* Curva de recrutamento: Aumento do tamanho do potencial motor evocado (MEP) em função da intensidade do estímulo Período de silêncio: Pausa da atividade eletromiográfica provocada por TMS. Está relacionada com inibição cortical mediada por recetores GABA-B. M. Inghilleri, A. Berardelli, G. Cruccu et al., “Silent period evoked by transcranial stimulation of the human cortex and cervicomedullary junction,” J Physiol, vol. 466, pp. 521-34, Jul, 1993. *Rossini PM, Barker AT, Berardelli A, Caramia MD, Caruso G, Cracco RQ, Dimitrijevic MR, Hallett M, Katayama Y, Lucking CH (1994) Electroencephalogr Clin Neurophysiol 91:79--92. Paradigmas “paired-pulse” Nestes paradigmas é aplicado um estímulo (estímulo de condicionamento) influencia a resposta ao segundo estímulo (estímulo de teste). O tipo de resposta depende do intervalo de tempo entre os estímulos. % unconditioned São paradigmas usados para perceber os circuitos envolvidos em estimulação do córtex motor ICF ICI ISI (ms) Plasticidade cerebral TMS pode ser usada para induzir alterações plásticas no cérebro, o que tem muitas aplicações terapêuticas potenciais; rTMS aplicada a altas frequências (>1 Hz) induz aumento da excitabilidade cortical, enquanto que a baixas frequências (<1 Hz) é induzido o contrário. “Theta burst stimulation” (TBS): Estímulos de muito alta frequência (50 Hz) são aplicados com a frequência típica das onda teta do EEG (5 Hz) . O paradigma “paired associative stimulation” provoca alterações plásticas (LTP e LTD). Y. Z. Huang, M. J. Edwards, E. Rounis et al., “Theta burst stimulation of the human motor cortex,” Neuron, vol. 45, no. 2, pp. 201-206, Jan 20, 2005. Plasticidade cerebral TMS pode ser usada para induzir alterações plásticas no cérebro, o que tem muitas aplicações terapêuticas potenciais; rTMS aplicada a altas frequências (>1 Hz) induz aumento da excitabilidade cortical, enquanto que a baixas frequências (<1 Hz) é induzido o contrário. “Theta burst stimulation” (TBS): Estímulos de muito alta frequência (50 Hz) são aplicados com a frequência típica das onda teta do EEG (5 Hz) . O paradigma “paired associative stimulation” provoca alterações plásticas (LTP e LTD). M. Hallett, “Transcranial magnetic stimulation: a primer,” Neuron, vol. 55, no. 2, pp. 187-99, Jul 19, 2007. Diagnóstico e patofisiologia Estudos do tempo de condução motora central são úteis no diagnóstico de doenças desmielinizantes (esclerose múltipla, por exemplo); AVC: A presença de um MEP na fase aguda é um bom prognóstico; Génese de crises epilépticas e efeitos das drogas epilépticas: ◦ Certo tipos de epilepsias influenciam os resultados obtidos em ICI e ICF ◦ Vigabatrina e gabapentina aumentam a inibição intracortical (ICI) ◦ Carbamazepina, lamotrigina e fenitoína bloqueiam canais de sódio e cálcio e aumentam o limiar de estimulação motor Distónia: Limiar de estimulação motor permanece inalterado, mas o declive da curva de recrutamento aumenta e há uma inibição da inibição intracortical Outras aplicações: doença de Parkinson, atáxia, síndroma de Tourette, doença de Alzheimer, … Aplicações terapêuticas Doença de Parkinson: ◦ rTMS aplicada durante 4 semanas em quatro regiões (córtex motor esquerdo e direito e córtex préfrontal dorso-lateral) produziu diminuições no tempo de reação em doentes com Parkinson que duraram cerca de 1 mês Distónia: ◦ rTMS de baixa frequência aumenta a inibição cortical e provoca melhorias dos sintomas AVCs: ◦ rTMS de alta frequência na área ipsilesional aumenta o tamanho dos MEP e aumenta a precisão no desempenho de tarefas motoras Depressão: ◦ rTMS (alta frequência) no córtex pré-frontal dorso-lateral (estudos de neuro-imagem mostram hipoatividade desta região em pacientes deprimidos) revela-se eficaz. Lesões virtuais rTMS pode provocar inibições breves no funcionamento de regiões corticais; Um estudo demonstrou o aumento da taxa de erros em tarefas motoras complexas (mas não em simples) aquando da estimulação da área motora suplementar; Inibição do córtex occipital aumentou a taxa de erros na leitura Braille em paciente cegos mas não em voluntários saudáveis. L. G. Cohen, P. Celnik, A. Pascual-Leone et al., “Functional relevance of cross-modal plasticity in blind humans,” Nature, vol. 389, no. 6647, pp. 180-3, Sep 11, 1997. Estudos em animais Estudos em pequenos animais (principalmente ratos) permitem esclarecer os mecanismos de ação de rTMS / TMS / TBS. Vantagens: Análises histológicas do cérebro podem detetar alterações na libertação de neurotransmissores e regulação de genes; Existem modelos animais para a depressão, mania e outras doenças neuro-psiquiátricas. J. D. Weissman, C. M. Epstein, and K. R. Davey, “Magnetic Brain-Stimulation and Brain Size Relevance to Animal Studies,” Electroencephalography and Clinical Neurophysiology, vol. 85, no. 3, pp. 215-219, Jun, 1992. Estudos em animais Estudos em pequenos animais (principalmente ratos) permitem esclarecer os mecanismos de ação de rTMS / TMS / TBS. Desvantagens: Resultados não podem ser imediatamente extrapolados para humanos O campo elétrico é diferente devido ao quociente: tamanho da bobina / tamanho da cabeça ser maior. J. D. Weissman, C. M. Epstein, and K. R. Davey, “Magnetic Brain-Stimulation and Brain Size Relevance to Animal Studies,” Electroencephalography and Clinical Neurophysiology, vol. 85, no. 3, pp. 215-219, Jun, 1992. Combinação de TMS com técnicas de imagem TMS + MRI (fMRI): Bobina feita de materiais não magnéticos; TMS + EEG: Ruído nos elétrodos; TMS + PET: Blindagem magnética dos fotodíodos. Aplicações de tDCS/tACS Muitas das aplicações discutidas previamente em rTMS/TBS estão também a ser estudadas em tDCS/tACS, devido à sua capacidade de alterar a excitabilidade cortical. tDCS está a ser investigada como alternativa terapêutica em epilepsias focais, dor crónica, depressões,… Existe um grande interesse em combinar tDCS/tACS com medições de EEG, embora a corrente elétrica induzida interfira com as medições e o artefacto resultante seja difícil de extrair. Nitsche, M. A. and W. Paulus (2000). "Excitability changes induced in the human motor cortex by weak transcranial direct current stimulation." Journal of Physiology-London 527(3): 633-639. tDCS TMS Segurança TMS é considerada segura. No entanto, certos parâmetros de estimulação em EMT podem provocar: ◦ Convulsões(EMTr de alta frequência); ◦ Dor (contração de músculos faciais); ◦ Aumento do limiar de audição (bobinas fazem barulho!). Polarização neuronal é considerada também segura (algumas queimaduras debaixo dos elétrodos por vezes). Wassermann, E. M. (1998). "Risk and safety of repetitive transcranial magnetic stimulation: report and suggested guidelines from the International Workshop on the Safety of Repetitive Transcranial Magnetic Stimulation, June 5-7, 1996." Electroencephalogr Clin Neurophysiol 108(1): 1-16. Segurança TMS é considerada segura. No entanto, certos parâmetros de estimulação em EMT podem provocar: ◦ Convulsões(EMTr de alta frequência); ◦ Dor (contração de músculos faciais); ◦ Aumento do limiar de audição (bobinas fazem barulho!). Polarização neuronal é considerada também segura (algumas queimaduras debaixo dos elétrodos por vezes). • Danos devido ao efeito de Joule em tecido com pouca perfusão (enfartes) • Aumento da libertação de neurotransmissores (dopamina e seretonina); Wassermann, E. M. (1998). "Risk and safety of repetitive transcranial magnetic stimulation: report and suggested guidelines from the International Workshop on the Safety of Repetitive Transcranial Magnetic Stimulation, June 5-7, 1996." Electroencephalogr Clin Neurophysiol 108(1): 1-16. Segurança TMS é considerada segura. No entanto, certos parâmetros de estimulação em EMT podem provocar: ◦ Convulsões(EMTr de alta frequência); ◦ Dor (contração de músculos faciais); ◦ Aumento do limiar de audição (bobinas fazem barulho!). • Processo de indução de uma convulsão com impulsos de estimulação individuais abaixo do limiar de geração Polarização neuronal é considerada também segura (algumas queimaduras debaixo dos elétrodos por vezes). Wassermann, E. M. (1998). "Risk and safety of repetitive transcranial magnetic stimulation: report and suggested guidelines from the International Workshop on the Safety of Repetitive Transcranial Magnetic Stimulation, June 5-7, 1996." Electroencephalogr Clin Neurophysiol 108(1): 1-16. Segurança TMS é considerada segura. No entanto, certos parâmetros de estimulação em EMT podem provocar: ◦ Convulsões(EMTr de alta frequência); ◦ Dor (contração de músculos faciais); ◦ Aumento do limiar de audição (bobinas fazem barulho!). Polarização neuronal é considerada também segura (algumas queimaduras debaixo dos elétrodos por vezes). Wassermann, E. M. (1998). "Risk and safety of repetitive transcranial magnetic stimulation: report and suggested guidelines from the International Workshop on the Safety of Repetitive Transcranial Magnetic Stimulation, June 5-7, 1996." Electroencephalogr Clin Neurophysiol 108(1): 1-16. Desenvolvimentos futuros Estão a ser desenvolvidos estimuladores capazes de gerar campos com durações maiores (cTMS); Pulsos monofásicos Pulsos bifásicos Desenvolvimentos futuros Estão a ser desenvolvidos estimuladores capazes de gerar campos com durações maiores (cTMS); Pulsos monofásicos Estão a ser estudadas formas de aumentar a capacidade de estimular zonas mais profundas (deep brain TMS); Pulsos bifásicos Desenvolvimentos futuros Estão a ser desenvolvidos estimuladores capazes de gerar campos com durações maiores (cTMS); Estão a ser estudadas formas de aumentar a capacidade de estimular zonas mais profundas (deep brain TMS); Desenvolvimentos futuros Estão a ser desenvolvidos estimuladores capazes de gerar campos com durações maiores (cTMS); Estão a ser estudadas formas de aumentar a capacidade de estimular zonas mais profundas (deep brain TMS); Desenvolvimentos futuros Estão a ser desenvolvidos estimuladores capazes de gerar campos com durações maiores (cTMS); Estão a ser estudadas formas de aumentar a capacidade de estimular zonas mais profundas (deep brain TMS); Pretende-se alcançar visualização em tempo real dos efeitos da estimulação (campo magnético induzido). Referências Section IV: Transcranial Magnetic Stimulation in Perception and Cognition Vincent Walsh 27. TMS and visual awareness , Alan Cowey 28. Higher visual cognition: search, neglect, attention, and eye movements , Jacinta O'Shea & Matthew Rushworth 29. Studies of crossmodal functions with TMS , Lofti Merabet & Alvaro Pascual-Leone 30. Motor cognition: TMS studies of action generation , Simone Schutz-Bosbach, Patrick Haggard, Luciano Fadiga & Laila Craighero 31. Investigating language organisation with TMS , Joseph T Devlin & Kate E Watkins 32. Higher cognitive functions: memory and reasoning , Simone Rossi, Stefano F Cappa & Paolo Maria Rossini 33. Mathematics and TMS , Elena Rusconi & Carlo Umilta