manejo de pastagem

Propaganda
MANEJO DE PASTAGEM
Anibal de Moraes 1
Claudete Reisdorfer lang2
1 Professor
2
Dr. - UFPR – [email protected]
Professora Dra - UFPR – [email protected]
Podemos conceituar manejo de pastagem como arte e a ciência de
utilização do recurso forrageiro na propriedade, com vistas à produção animal.
Não deixa de ser uma arte, pois envolve a sensibilidade do técnico em
apreciar a resposta da pastagem, e cada vez mais se torna ciência à medida que
novos conhecimentos vão sendo adicionados no entendimento do complexo soloplanta-animal.
Já é bastante conhecido o fato de que a velocidade de recuperação ou
rebrote de uma planta forrageira pastejada ou cortada mecanicamente, em
condições ambientais favoráveis, está associada a alguns atributos ligados à
planta, definidos pelas características morfológicas e fisiológicas das forrageiras
como:

Índice de área Foliar (IAF) – Relação entre a área de folhas e a área de solo
em 1 m2 de superfície;

Quantidade de glicídios de reserva presentes na planta após a desfolhação;

Localização de tecidos meristemáticos responsáveis pela formação de novas
folhas e afilhos;

Características morfológicas das espécies, como hábito de crescimento e
arquitetura foliar.
2. Princípios de fisiologia vegetal aplicada ao manejo das forrageiras
2.1.
INTRODUÇÃO
Os processos fisiológicos estabelecem a capacidade para a captura da
energia
solar e a síntese
de
produtos necessários para
sustentar o
desenvolvimento da estrutura das plantas. A maior ou menor capacidade de
captura da radiação está prioritariamente relacionada à área foliar presente na
pastagem, que por sua vez representa o componente principal no consumo dos
animais em pastejo, favorecido pelo processo de seleção da dieta. Este
representa o grande dilema no manejo das pastagens, onde por um lado se tem
uma demanda dos animais para satisfação de suas necessidades nutricionais
básicas e por outro lado existe a demanda das plantas por uma permanente
cobertura foliar. O impacto principal do pastejo no crescimento da pastagem é a
redução da capacidade fotossintética associado ao decréscimo da área foliar. A
capacidade de uma rápida reposição de folhas é conferida pelos processos
fisiológicos e pela disponibilidade de meristemas.
2.2 ANÁLISE DO CRESCIMENTO DE PLANTAS FORRAGEIRAS
Assim como qualquer organismo vivo, a planta forrageira apresenta
comportamento sigmóide em termos de crescimento, como pode ser observado na
Figura 1:
A
0
B
C
TEMPO
Figura 1 - Crescimento de uma dada planta forrageira ao longo do
tempo
Observando a Figura 1, podemos verificar as distintas fases pelas quais
atravessa o crescimento da planta forrageira.
A fase OB caracteriza-se pelo ritmo lento de crescimento pois, a planta
perdeu grande parte de seu aparato fotossintético e, portanto, necessitará da
mobilização de suas reservas para o novo crescimento, processo esse mais ou
menos demorado, em função da intensidade da desfolhação.
Se o corte ou pastejo ocorrer de forma menos intensa, mais rapidamente a
planta irá recuperar-se pois, o processo fotossintético não foi totalmente
interrompido, observando-se portanto, rápida formação de folhas novas.
Um outro aspecto que parece colaborar na intensificação do ritmo da
rebrota refere-se à fotossíntese compensatória, presente em plantas desfolhadas,
cujas taxas fotossintéticas são geralmente superiores àquelas das plantas intactas
( RICHARDS, 1993).
Segundo BRISKE & RICHARDS (1995), esse fenômeno parece refletir um
rejuvenescimento das folhas ou inibição na queda normal da capacidade
fotossintética das folhas devido ao avanço na maturidade, o que permite às
plantas desfolhadas fixar mais carbono quando comparadas às plantas intactas
(Figura 2)
140
1. Sem desfolha
2. Desfolhado com 18 dias
3. Desfolhado com 30 dias
4. Desfolhado com 68 dias
1
2
3
100
4
2
Fotossíntese Líquida
( ng CO / cm / s )
120
2
80
60
40
20
0
20
40
60
80
100
Dias Após o rebrote
Fig 2. Fotossíntese compensatória em folhas de três idades diferentes,
comparadas com
folhas de plantas
intactas,
mesma
cronológica
Figura 2 - Fotossíntese
compensatória
em
folhasdede
três idade
idades
diferentes,
(HODGKINS
ON,
1974,
citado
por
BRIS
K
&
RICHARDS
,
1995)
comparadas com folhas de plantas intactas, de mesma idade cronológica
(Hodgkinson, 1974, citado por BRISKE & RICHARDS (1995))
Quanto à fase BC, ou fase linear de crescimento, a mesma apresenta ritmo
acelerado pois, as primeiras folhas já expandiram-se e, portanto, a planta
encontra-se em balanço positivo de carbono, o que irá traduzir-se em acúmulo de
matéria seca.
A partir do ponto C, o ritmo de crescimento reduz-se, principalmente devido
ao sombreamento sofrido pelas folhas mais velhas, inferiores no estrato vegetal e
que, portanto, passarão a depender dos fotossintetizados adquiridos pelas folhas
mais jovens.
Além disso, podemos observar que essas folhas sombreadas apresentam
senescência acelerada, contribuindo menos para a produção de matéria seca
total.
Diversos outros aspectos como metabolismo de fixação de CO2, índice de
área foliar, reservas e área foliar remanescente merecem atenção neste ponto da
discussão devido à influência que apresentam no crescimento das plantas.
2.3 Metabolismo de fixação do CO2
O metabolismo de fixação do CO2
varia quando consideramos
separadamente plantas tropicais e subtropicais.
Conforme SALISBURY (1992), as plantas, durante sua evolução,
desenvolveram variações no metabolismo fotossintético, sendo possível distinguilas em três grupos principais: C3, C4 e CAM (metabolismo ácido das
crassuláceas).
No primeiro grupo, das plantas C3, encontram-se as plantas que fixam e
reduzem o CO2 a carboidratos unicamente através do ciclo de Calvin, isto é,
quando a molécula de CO2 é fixada no mesófilo foliar através da combinação com
uma molécula de Ribulose-difosfato (RUDP) , através da enzima Ribulosedifosfato carboxilase, para produzir duas moléculas do ácido 3-fosfoglicérico
(PGA). Daí, a denominação C3, pois o primeiro produto estável desse processo é
uma molécula de três carbonos.
Quanto às espécies C4, as mesmas apresentam em suas folhas dois tipos
de células clorofiladas: as do mesófilo e as da bainha vascular, sendo que as
últimas circundam os tecidos vasculares. Essa anatomia recebe o nome de Kranz
e está intimamente relacionada ao processo fotossintético nas espécies C4
(SALISBURY, 1992).
Em muitas gramíneas tropicais, a primeira reação para fixação do CO2 é
catalizada pela enzima fosfoenol-piruvato carboxilase (PEP-carboxilase), que
apresenta elevada afinidade pelo CO2 (CORSI & NASCIMENTO JR, 1986).
Nessas plantas, o primeiro produto estável da fotossíntese é o ácido oxaloacético
(AOA), composto orgânico formado de quatro carbonos, surgindo, a partir daí, a
denominação C4.
Mas o metabolismo C4 não é alternativo ao ciclo de Calvin, visto que dele
não resulta redução do CO2 a carboidratos, pois esse processo ocorre
exclusivamente nas células da bainha vascular, através do ciclo de Calvin.
Conforme MACHADO (1988), o fluxo do ácido de quatro carbonos, com
liberação de CO2 funciona como mecanismo de concentração de CO2 nas células
da bainha vascular. Essa concentração atinge níveis próximos à saturação da
ribulose-difosfato carboxilase (RubisCO).
Sabe-se
que
essa
enzima
apresenta
grande
afinidade
por
O2,
desenvolvendo, quando em presença de O2, a função de Ribulose-difosfato
oxigenase, processo esse relacionado à inibição da fotossíntese na presença de
O2 e ao fenômeno de fotorrespiração em plantas C3 (YEOH et al., 1980).
Portanto, o aumento já citado na concentração de CO2, ocorrido nas
plantas do tipo C4 impede a ocorrência da fotorrespiração nessas plantas, tendo
como resultado, maior taxa de fotossíntese que nas plantas C3 (MACHADO,
1988).
Zelich (1979), citado por MACHADO (1988), considera que as perdas
decorrentes da fotorrespiração, observadas nas plantas do tipo C3, acarretam
diminuição entre 20 e 70% da fotossíntese.
No Quadro 1 encontram-se enumeradas alguns aspectos diferenciais entre
espécies dos tipos C3 e C4.
QUADRO 1. Algumas características de plantas C3 e C4.
PARÂMETROS
Mecanismo fotossintético
C3
C4
Taxa máxima de fotossíntese
15 a 39
40 a 80
15 a 30  C
35 a 45  C
34 a 39
51 a 54
45
85
490 - 950
250 – 350
35 a 40 %
< 5%
34
74
(mg CO2/dm2 de folha)
Temperatura do dia
Variação ótima para fixação de CO2
Taxa de crescimento máxima
(g MS/m2.dia)
Produção de MS
(t/ha.ano)
Taxa de transpiração
(g H2O/g MS produzida)
Inibição da fotossíntese pelo
O2 (2% O2 versus 21% O2)
Eficiência no uso do N
Kg MS/kg N
FONTE: adaptado de MAGALHÃES (1985)
De maneira geral, as plantas C4 apresentam-se mais eficientes que
aquelas do grupo C3 quando submetidas a condições ambientais limitantes como,
por exemplo, déficit hídrico ou temperaturas elevadas.
Isso decorre da alta
afinidade da enzima PEP-carboxilase pelo CO2, onde as células têm capacidade
de assimilar o CO2 com bastante eficiência , ao mesmo tempo que restringem a
perda de água através da transpiração , fechando seus estômatos (MAGALHÃES,
1985).
Como exemplo de espécies de plantas do grupo C3 tem-se as gramíneas
de clima subtropical aveia, azevém e trigo, além de todas as espécies de
leguminosas, subtropicais e tropicais.
No grupo C4, encontram-se espécies como capim elefante, milho e canade-açúcar.
2.4. Índice de Área Foliar (IAF)
O Índice de Área Foliar (IAF) refere-se à área de folhas existente dentro de
uma determinada área de solo ocupada pela planta (m2 folhas/ m2 solo) (
RODRIGUES, 1985). Assim, quanto maior esse índice, o qual aumenta com a
idade da planta (GOMIDE, 1986), maior a interceptação de luz solar pela mesma
(MONTEIRO & MORAES, 1996).
A Figura 3 mostra claramente a influência do IAF na taxa de crescimento da
planta forrageira , apontando para a idéia de que esse índice pode ser utilizado no
manejo das pastagens.
Conforme GOMIDE (1986), se a taxa respiratória das folhas for
independente da luz, haverá um índice de área foliar (IAF “ótimo”) em que a taxa
de crescimento é máxima, quando a relação taxa de fotossíntese/taxa respiratória
é máxima, sendo que nesse valor de IAF, as folhas inferiores atingem o ponto de
compensação ( quantidade de CO2 absorvido pela fotossíntese igual quantidade
de CO2 liberado pela respiração) (MONTEIRO & MORAES, 1996).
Taxa de crescimento (dw/dt)
Matéria Seca Total
0
Haste
Folha
2
4
6
8
IAF
Fig 3. Relações gerais entre taxa e aumento no peso de folhas, Hastes e matéria
Figura
3 -e o índice
Relações
gerais
entre
taxa desubterraneum
aumento no peso de folhas, hastes e
seus total
de área
foliar
de Trifolium
(DAVIDSOM & DONALD,
1958,total
citados
HUMP
YS, 1997)
matéria seca
e opor
índice
deHRE
área
foliar de Trifollium subterraneum
( Davidson & Donald, 1958, citados por HUMPHREYS, 1997).
Ao superar o valor de IAF “ótimo”, haverá um número cada vez maior
de folhas sombreadas, à medida que novas folhas formam-se nas partes mais
altas (GOMIDE, 1986). Devido ao sombreamento, as folhas começam a senescer
e morrer.
Conforme a Figura 3, observa-se que o IAF “ótimo”, nas condições do
experimento realizado, situou-se entre 4 e 5, o que maximizou o crescimento da
pastagem.
Mas, o uso do conceito de IAF no manejo de pastagens apresenta algumas
limitações práticas que resultam de alterações nas características fotossintéticas
das plantas (MILTHORPE & DAVIDSON (1966) e de mudanças na arquitetura
foliar e composição botânica da pastagem (RODRIGUES, 1985).
A Figura 4 estabelece as relações entre tamanho de folha, densidade de
perfilhos e número de folhas por perfilho, características estruturais da pastagem
que determinam o IAF da mesma. Conforme CHAPMAN & LEMAIRE (1993),
fatores ambientais como qualidade de luz e temperatura podem afetar essas
características e, consequentemente, também o IAF da pastagem.
Outros aspectos como seletividade de pastejo, pisoteio e manejo das
pastagens podem colaborar para aumentar a complexidade do uso desse
conceito.
VARIÁVEIS AMBIENTAIS
Temperatura,
Nitrogênio,
Água, etc.
Elongação
Folhar
Área
Folhar
Qualidade da Luz
Aparecimento
de Folhas
Densidade
de Perfilhos
Duração
da Folha
Características
morfogenéticas
Folhas por
Perfilho
Características
Estruturais da
Pastagem
Índice de
Área Folhar
Manejo
Figura 4 – Relações entre variáveis morfogenéticas e características estruturais da
pastagem ( CHAPMAN & LEMAIRE, 1993)
Além disso, pode ocorrer que em uma pastagem com índice de área foliar
elevado, o mesmo seja formado totalmente de folhas senescentes, com taxas
fotossintéticas reduzidas (MONTEIRO & MORAES, 1996), além do hábito seletivo
de pastejo exercido pelos animais, que retiram da pastagem as folhas mais novas
e, portanto, mais eficientes fotossinteticamente.
Também o ambiente em que a folha desenvolve-se pode interferir em sua
eficiência fotossintética (CORSI & NASCIMENTO JR, 1986). Em plantas de hábito
de crescimento prostrado, o desenvolvimento de folhas novas ocorrerá em um
ambiente de baixa intensidade luminosa, podendo apresentar redução de cerca de
30% em sua capacidade de fixação de CO2.
Segundo esses autores, uma
provável razão para a menor eficiência fotossintética dessas folhas é a maior
resistência imposta pelos estômatos e mesófilo foliar à absorção de CO2, em
ambientes sombreados.
Mais importante que a manutenção do IAF é o conceito de área foliar
remanescente, ou seja, o tecido fotossintético que permanece após o corte ou
pastejo, o qual, quando deixa a planta numa situação de equilíbrio quanto à
fotossíntese e respiração, permite que o novo crescimento seja mantido com o
produto corrente da fotossíntese (JACQUES, 1973).
O manejo de pastagens que permita uma quantidade adequada de resíduo
composto por folhas de alta eficiência fotossintética possibilitará à planta forrageira
recuperar-se rapidamente ao corte, apresentando a mesma, menor dependência
de suas reservas orgânicas.
Em condições de pastejo, MORAES (1984) observou com milheto
(Pennisetum americanum (L.) Leeke) relação linear entre os acréscimos na
produção de matéria seca com os aumentos dos resíduos da pastagem.
As
maiores produções obtidas estavam relacionadas a um resíduo médio da
pastagem acima de duas toneladas de matéria seca por hectare, verificadas nas
menores pressões de pastejo.
Segundo HARRIS (1976), a rebrota após a desfolhação pode ser
influenciada pelo tecido fotossintético residual, carboidratos e outras substâncias
de reserva, taxa de recuperação do sistema radicular e consequente absorção de
água
e
nutrientes,
remanescentes.
além
da
quantidade
e
atividade
dos
meristemas
Tais aspectos serão abordados com mais profundidade no
decorrer deste trabalho.
2.5. Reservas orgânicas e área foliar remanescente
Conforme JACQUES (1973), reservas podem ser definidas como aquelas
substâncias orgânicas armazenadas pela planta, em certos períodos, nos órgãos
mais permanentes, para serem utilizadas mais tarde como fonte de energia ou
como material estrutural. Dentre essas substâncias encontram-se, principalmente,
glucose, frutose, sacarose e frutosanas ( DAVIES,1988)
mas, mudanças nas
concentrações das mesmas não podem ser responsabilizadas unicamente pelo
início da rebrota (MILTHORPE & DAVIDSON, 1966) pois, outros compostos estão
envolvidos na recuperação das plantas.
Entre eles podemos citar ácidos orgânicos, compostos nitrogenados e
componentes
estruturais
como
hemicelulose
(DAVIES,1988),
sendo
os
componentes nitrogenados a fonte mais prontamente disponível.
Carboidratos podem ser temporariamente armazenados em todas as partes
da planta (HARRIS, 1976) mas, a base das hastes, estolões e rizomas são os
principais locais de armazenamento.
Conforme HUMPHREYS (1997), ocorrem flutuações cíclicas nos níveis de
carboidratos em resposta à frequência, intensidade e época de corte, fatores
climáticos, estádio de desenvolvimento e aplicação de nitrogênio.
Altas temperaturas noturnas tendem a reduzir os níveis de carboidratos
devido a maior taxa respiratória, enquanto que o estresse hídrico pode aumentar
ou diminuir as reservas (HARRIS, 1976).
Já a aplicação de nitrogênio pode apresentar efeitos variáveis, sendo que,
em geral, baixas doses do elemento tendem a aumentar as reservas, reduzindoas em condições de elevadas doses.
Interagindo com as reservas em termos de influência na rebrota de plantas
após o corte ou pastejo, encontra-se a área foliar remanescente, isto é, o material
que permanece na pastagem após o corte.
HARRIS (1976) considera que, onde suficiente tecido fotossintético
permanece após o corte, pode-se supor que haverá menor envolvimento das
reservas na rebrota das plantas, devido a não completa interrupção na produção
de assimilados.
De acordo com RICHARDS (1993) a fonte inicial de carboidratos
preferencialmente alocada para a parte aérea logo após o corte consiste nas
reservas já presentes na planta, sendo que a contribuição das mesmas, durante
os primeiros dias de recuperação, supera a dos assimilados recém produzidos
pela fotossíntese.
Mas essas constatações não podem ser aplicáveis a qualquer situação uma
vez que não apenas a quantidade mas também a qualidade do material
remanescente poderá influenciar a intensidade da rebrota.
Se a área foliar remanescente for formada por material de baixa eficiência
fotossintética devido a, por exemplo, sombreamento prévio, poderá haver menor
vantagem na aumento do resíduo pós corte (HARRIS, 1976), sendo mais
vantajoso permitir acúmulo de reservas através de um maior intervalo entre cortes.
BLASER et al. (1988) apresentaram os resultados da interação entre os
níveis de reserva e da área foliar remanescente pós corte com Capim dos
pomares (Dactylis glomerata) , observando que o crescimento das plantas foi
estimulado por ambos os fatores de variação: os melhores resultados ocorreram
quando área foliar remanescente e carboidratos não estruturais apresentavam-se
em níveis elevados (FIGURA 5).
I TRATAMENTOS
A. Carbohidratos não Estruturais
B. Área Foliar
ALTA
5,08 cm
(Alta)
Baixa
5,08 cm
(Alta)
0,25 cm
(Baixa)
0,25 cm
(Baixa)
Corte do
Ápice
das Folhas
II CRESCIMENTO SUBSEQÜENTE DE NOVAS FOLHAS E PERFILHOS.
2,54
1,65
Comprimento de
novas folhas
(centímetros)
1,52
1,14.
3.8
Figura 5 -
3.0
Número de
novos Perfilhos
1.5
1.5
Fig 5. Efeitos de carboidratos de reserva de área foliar remanesc ente na
Efeitos
níveis dode
carboidratos
de tylis
reserva
e área foliar
intensidadede
da rebrota
Capim
dos Pom ares (Dac
glom erata)
(Adaptado de Blaser, 1988).
remanescente na
intensidade da rebrota do Capim dos pomares (Dactylis glomerata)
(BLASER, 1988)
Apesar da reconhecida importância do nível de reservas acumuladas pela
planta e da área foliar remanescente, muito se questiona a respeito de qual
desses aspectos é mais importante na determinação do vigor da rebrota de uma
forrageira (MONTEIRO & MORAES, 1996). Conforme esses autores, os dois são
importantes; o que vai determinar a maior ou menor importância de cada um é a
espécie ou variedade, e as condições de utilização da planta.
Para plantas anuais, por exemplo, o mais importante é a altura de corte,
uma vez que normalmente estas não acumulam reservas. Em geral, leguminosas
como alfafa, trevo vermelho e cornicho são mais dependentes das reservas de
carboidratos, embora também demonstrem resposta a uma dada altura de corte,
quando utilizadas de forma frequente
Existe, então, uma maior ou menor dependência das reservas de
carboidratos , conforme o regime de cortes ou pastejo que são impostos à
pastagem.
Dessa forma,
mesmo que a planta responda à acumulação de
carboidratos, se os cortes são muito frequentes, não permitindo que haja tempo
para que ocorra o armazenamento, então também esta planta responderá a uma
dada altura de corte mais elevada, por usufruir do processo fotossintético
realizado pela área foliar residual.
De acordo com CORSI & NASCIMENTO JR (1986), o índice de área foliar
remanescente, como fonte de produção de carboidratos, tem maior importância
enquanto as folhas remanescentes mantêm elevada eficiência fotossintética. Mas,
conforme esses autores, a manutenção de área foliar remanescente pode estar
associada com a manutenção do meristema apical dos perfilhos.
A presença ou ausência do meristema apical – regiões responsáveis pelo
crescimento de folhas e novos perfilhos – pode também alterar sobremaneira o
comportamento da rebrota das plantas forrageiras.
O meristema apical de plantas em estádio vegetativo está posicionado, em
geral, ao nível ou abaixo do solo, tornando-o, portanto, inacessível ao corte.
Nesse caso, novas folhas continuam a ser formadas a partir dessas regiões de
crescimento.
O início da fase reprodutiva, com a elongação das hastes, posiciona o
meristema apical nos horizontes de pastejo (CHAPMAN & LEMAIRE, 1993), onde
a possibilidade de eliminação do mesmo passa a ser uma possibilidade real. Se o
meristema apical é removido, a persistência da planta dependerá da rebrota de
perfilhos pré-existentes ou da formação de novos perfilhos a partir de gemas
axilares e basais.
DAVIES (1988) atribui o sucesso das gramíneas, em termos gerais, ao fato
de seus pontos de crescimento e regiões meristemáticas estarem normalmente
abaixo da altura de desfolhação, exceto durante seu desenvolvimento reprodutivo.
Seria razoável admitir que os cortes que eliminam elevada porcentagem de
meristemas apicais também podem comprometer a importância do índice de área
foliar remanescente para a recuperação da planta, em razão do tamanho da área
foliar e da baixa eficiência fotossintética das folhas velhas (CORSI &
NASCIMENTO JR, 1986), principalmente se há reduzido número de gemas basais
ativas (HUMPHREYS, 1997).
2.6.
CARACTERÍSTICAS DA DESFOLHAÇÃO
Como definição, desfolhação pode ser considerada como um distúrbio à
planta
forrageira, caracterizado como a remoção de qualquer parte da planta (HARRIS,
1976), podendo ser causada por pastejo, corte, fogo, herbicidas, entre outros.
Para se quantificar a desfolhação é necessário, à princípio, serem definidos
os seguintes parâmetros: (1) Freqüência de corte – intervalo de tempo entre
desfoliações sucessivas; (2) Intensidade de corte – proporção e status fisiológico
do material removido e (3) Época de corte – relacionada à fase de
desenvolvimento das plantas e à estação do ano, sendo tais parâmetros muito
importantes na determinação do impacto causado pelo corte às plantas
(RICHARDS, 1993).
Assim, a perda de folhas jovens representa um efeito muito mais prejudicial
à rebrota que a perda da mesma quantidade de folha velhas, menos eficientes
fotossinteticamente, fato esse acentuado pelo hábito seletivo dos animais sob
pastejo, que removem as folhas mais jovens da pastagem (HUMPHREYS, 1997),
de melhor valor nutritivo.
As diferentes respostas à perda da mesma quantidade de biomassa a
diferentes estádios de desenvolvimento da planta ocorrem devido aos tipos de
tecidos, por exemplo meristemáticos, removidos em proporções variáveis, em
épocas diferentes. (RICHARDS, 1993). Assim, como já comentado, a eliminação
de grande proporção de meristemas apicais pode retardar a rebrota das plantas,
até que o desenvolvimento de novas gemas propicie o aparecimento de novos
perfilhos.
É importante ressaltar que a recuperação das plantas não depende
unicamente de características inerentes às mesmas pois fatores bióticos e
abióticos, tais como disponibilidade de água, nutrientes e luz, podem alterar
significativamente o comportamento da rebrota.
2.7.
EFEITOS IMEDIATOS DA DESFOLHAÇÃO
Imediatamente após a desfolhação, uma série de processos são
desencadeados pela planta forrageira com o objetivo principal de acelerar a
rebrota, entre os quais podemos relacionar:
2.8. Processos que afetam a planta como um todo
O primeiro efeito imediato da desfolhação que pode ser observado é a
redução instantânea da fotossíntese (RICHARDS, 1993), a qual pode propagar-se
rapidamente por toda a planta quando a desfolhação é severa, ressaltando-se que
a redução na fotossíntese não é sempre proporcional a perda de área foliar pois
há contribuição diferenciada entre folhas de diferentes idades, além das
modificações que podem ocorrer no microclima da pastagem e, em alguns casos,
ocorrência de fotossíntese compensatória (BRISKE & RICHARDS, 1995).
2.8.1. Efeitos diretos no sistema radicular
Mais especificamente, também o sistema radicular sofre efeitos da
desfolhação.
Conforme MILTHORPE & DAVIDSON (1966), há quase completa
paralização do crescimento radicular, acompanhado pela redução na respiração
das raízes. Como conseqüência, também a absorção de nutrientes diminui
rapidamente após a desfolhação. MILTHORPE & DAVIDSON (1966) observaram
queda na absorção de fósforo para cerca de 20% das taxas verificadas antes do
corte. É importante observar que a rapidez e magnitude da redução na respiração
radicular e absorção de nutrientes após a desfolhação são proporcionais à
intensidade da mesma.
Outro aspecto observado é a redução na concentração de carboidratos
solúveis nas raízes após o corte (BRISKE & RICHARDS, 1995), devido a dois
fatores principais:
(1) Redução na translocação de carboidratos da parte aérea para as raízes e,
(2) Contínua utilização dos carboidratos para respiração radicular.
Portanto, é improvável que os carboidratos solúveis do sistema radicular sejam
mobilizados para atender à demanda de carbono da parte aérea durante a rebrota,
como tem sido considerado por muitos autores ((BRISKE & RICHARDS, 1995).
Davidson & Milthorpe (1966), citados por RICHARDS (1993), consideram
que outros substratos, além dos carboidratos solúveis, como hemicelulose,
proteínas e ácidos orgânicos sejam utilizados para a atividade radicular.
2.8.2. Efeitos na alocação de recursos
O suprimento de fotossintetizados para as raízes reduz-se imediatamente
após o corte pois, além da redução na fotossíntese, há maior alocação dos
mesmos para as regiões de crescimento, denominadas regiões de demanda.
Essas regiões, por apresentarem alta atividade metabólica, utilizam elevadas
quantidades de energia. Como exemplo de demanda fisiológica podemos citar a
formação de folhas novas, perfilhamento e desenvolvimento do sistema radicular.
As regiões meristemáticas da parte aérea constituem-se em regiões de
demanda mais fortes que aquelas das raízes ( RICHARDS, 1993), as quais são
secundárias em relação às primeiras. Tal condição mantém-se até que novo
aparato fotossintético seja formado, superando as exigências energéticas da parte
aérea.
BRISKE &
RICHARDS
(1995) apontam para alguns mecanismos
compensatórios que auxiliam no reestabelecimento do stand, entre eles: (1)
Alocação de carbono entre porções desfolhadas e intactas da planta, onde as
últimas passam a atuar como fonte de assimilados e (2) Redirecionamento
preferencial desses assimilados para as regiões em ritmo intenso de crescimento.
Esses autores ainda observam que quando há ausência de demanda fisiológica
ativa da parte aérea, os carboidratos disponíveis podem ser direcionados a
regiões alternativas nas raízes, bainhas e hastes das plantas, caracterizando a
existência de competição entre demandas de diferentes forças.
Concordando com esses autores, NABINGER (1996), observa que, no
sentido de maximizar a utilização dos fatores do meio, a planta estabelece uma
hierarquia para a repartição do carbono fixado entre os diferentes compartimentos
que compõem a biomassa vegetal, conforme representado na Figura 6. O autor
conclui ainda que, em uma condição de radiação e temperatura adequadas, a
planta prioriza a formação da área foliar, de modo a captar o máximo possível da
radiação incidente. Por outro lado, a deficiência em água ou nitrogênio diminuirá a
elongação foliar e, por conseqüência, a emissão de perfilhos, determinando maior
crescimento inicial das raízes como forma de aumentar o tamanho do mecanismo
de captura desses recursos.
Tem pera tura, fotoperíodo, N, água
Morfogênese das partes
aéreas
Folha s
Hastes
Índice foliar
Biomassa
aérea
Radiaç ão
Incidente
Biomassa
radic al
Eficiênc ia de intercepç ão
Reservas
Radiaç ão interc eptada
= c oefic iente de
repartição dos
assimiladores
Fotossíntese da
pastagem
Eficiênc ia
Fotossintética
Fotossíntese da folha
Tem pera t.
Nitrogênio
Água
Sald o
de CO 2
Biomassa total
Respiraçã o
noturna
Fig 6. Esquema
ação da
dos
principais
fatores do1996,
meio sobre
Figura
6 – Modelorepresentativo
hierárquico de da
alocação
biomassa
(NABINGER,
a fixaçãoadaptado
e repartição
do carbono
de LEMAIRE,
1991) utilizado na formação da biomassa de
uma pastagem (Lemaire, 1991).
Esse direcionamento preferencial dos assimilados parece ser controlado
por mecanismos de “feed-back” entre fontes de assimilados e demandas ou por
mecanismos hormonais (RICHARDS,1993).
2.9. PROCESSOS QUE ATUAM NA RECUPERAÇÃO DAS PLANTAS APÓS O
CORTE
Segundo RICHARDS (1993), após passada a primeira fase após o corte,
inicia-se uma segunda, mais lenta, caracterizada por um reajuste na atividade
fisiológica, associada à integração morfogenética que pode ocorrer durante muitas
semanas.
Restabelecimento do balanço positivo de carbono
Para que essa condição seja reestabelecida, duas condições básicas são
necessárias:
(a) Recuperação do aparato fotossintético
Para que a planta tenha condições de, após o corte, estabelecer ritmo
acelerado de crescimento, é fundamental a manutenção de meristemas apicais
(CORSI, 1986), os quais assegurarão a presença de folhas novas, mais eficientes
fotossinteticamente.
Em plantas estoloníferas e rizomatosas, esse manejo é facilmente seguido,
uma vez que os pontos de crescimento mantêm-se bastante próximos ao solo e,
portanto, fora da alcance da boca do animal (MONTEIRO & MORAES, 1996)
Já no caso de algumas plantas cespitosas, as quais apresentam
desenvolvimento sincronizado de seus perfilhos, a possibilidade de que, em um
único corte ou pastejo seja eliminada a maioria de seus meristemas ativos varia
durante a estação de crescimento, com o desenvolvimento da planta (RICHARDS,
1993).
Se o corte ocorrer quando essas plantas estiverem alongando suas
hastes, com conseqüente elevação do meristema apical, os mesmos serão
eliminados e a recuperação dessas plantas será lenta.
(b) Aumento na capacidade fotossintética do material remanescente.
Fotossíntese compensatória
Como já comentado no início deste trabalho, fotossíntese compensatória
consiste na maior taxa fotossintética presente em folhas de plantas pastejadas do
que em folhas de plantas intactas (RICHARDS, 1993).
Esse processo atua em conjunto com a formação do novo aparato
fotossintético, multiplicando seus efeitos e garantindo à planta forrageira
recuperação rápida após o corte.
2.10. FISIOLOGIA
DE
PLANTAS
FORRAGEIRAS
E
O
MANEJO
DE
PASTAGENS
Conhecidos os principais aspectos fisiológicos que regem as plantas
forrageiras, passa agora a ser importante relacioná-los aos principais mecanismos
de manejo comumente utilizados por pesquisadores, técnicos e produtores.
O animal sob pastejo exerce efeitos marcantes sobre a pastagem através
de pisoteio, pastejo seletivo e defecação (DAVIES,1988), tornando-o de
fundamental importância em experimentos de campo.
Conforme PARSONS & JOHNSON (1986), as variações existentes na
intensidade de pastejo afetam não só a proporção de folhas que é colhida mas,
por reduzir a área foliar, o pastejo também afeta a fotossíntese e a quantidade de
folhas novas produzidas.
A Figura 7 ilustra essas interações.
400
TAXA
Kg M.O. / ha / dIA
Fotossíntese Bruta
300
RESPIRAÇÃO E RAÍZES
Produção bruta
de Forragem
200
HASTE
100
INGESTÃO
0
10
6
8
4
2
0
ÍNDICE DE ÁREA FOLIAR E COBERTURA
INTENSIDADE DE PASTEJO
Fig 7. E7feitos
da intensidade
do pastejodocontínuo
balanço entre
fotossíntese,
Figura
Efeitos
da intensidade
pastejonocontínuo
no balanço
entre
produção global de tecidos, consumo e morte de material vegetal. (PARSONS et al.1983)
fotossíntese, produção global de tecidos, consumo e morte de
material vegetal. (PARSONS et al. 1983).
Esses autores observaram, através da figura anterior, como as taxas
fotossintética e de produção de massa maximizam-se em pastagens mantidas
com altos índices de área foliar, ou baixa pressão de pastejo, com uma alta
proporção de folhas remanescentes, contribuindo para a fotossíntese. Pressão de
pastejo é a relação entre e a carga animal e a disponibilidade de forragem
presente na pastagem (MORAES, 1996).
Mas, por outro lado, essa mesma situação estará associada a grandes
quantidades de material morto ou caules (BLASER et al., 1986), sendo pequena a
quantidade colhida (PARSONS & JOHNSON, 1986).
Em outro extremo, encontram-se as pastagens mantidas com baixos
índices de área foliar, ou alta pressão de pastejo, onde uma maior proporção de
tecido foliar é removida e, tanto fotossíntese como produção de massa diminuem
substancialmente (PARSONS & JOHNSON, 1986).
As situações acima ilustram a condição predominante nos pastos
brasileiros, onde a lotação fixa imposta aos mesmos determina baixo desempenho
animal; no inverno, por falta de alimento e no verão, pela redução na qualidade do
resíduo acumulado em função da ineficiente utilização da forragem produzida.
De acordo com PARSONS & JOHNSON (1986), a melhor estratégia seria
aquela onde são utilizados índices de área foliar intermediários, os quais
representam um melhor compromisso entre produção de matéria seca, consumo e
morte de forragem.
Influência do manejo na estabilidade do pastejo
Conforme PARSONS & JOHNSON (1986), a estabilidade do pastejo pode
ser alterada por alguns fatores, entre eles, as mudanças na estrutura da
pastagem, oriundas de diferenças na intensidade de utilização da mesma. Em
situações onde o resíduo pós pastejo é reduzido, haverá sérias limitações à
produtividade vegetal devido às baixas taxas fotossintéticas permitidas. Mas, por
outro lado, pastagens mantidas nessas condições apresentar-se-ão mais densas,
folhosas e, consequentemente, de melhor digestibilidade, durante a estação de
crescimento.
Outro fator que pode exercer acentuada influência no comportamento da
pastagem é a lotação animal, ou seja, o número de animais por área de pastagem
(Figura 8).
b) Ingestão por anim al
a) Ingestão por hectare
5
1.0
0.8
Kg C / anim al / dia
Kg C / ha / dia
4
3
2
1
0.6
0.4
0.2
10
20
30
40
50
Lotação (anim ais/ha)
10
20
30
40
50
Lotação (animals/ha)
c) Estado da Pastagem
10
Índice de Área Foliar
8
6
4
2
10
20
30
40
50
Lotação (animals/ha)
Fig 8.8E-Efeitos
feitos dadalotação
a) consumo
consumopor
porhectare,
hectare,b)b)
consumo
Figura
lotaçãono:
no a)
consumo
poranimal
animaleec)
estado da pastagem (IAF), sob pastejo contínuo (Adaptado de PARSONS & JOHNSON, (1986
c) Estado da pastagem (IAF), sob pastejo contínuo. (Johnson & Parsons (1985),
citados por PARSONS & JOHNSON (1986)).
A partir desses modelos, PARSONS & JOHNSON (1986) observam que ,
sob baixas lotações, o consumo de forragem é limitado pelo reduzido número de
animais sendo que, dessa forma, plantas e animais equilibram-se em condições
de alto índice de área foliar.
Sob lotações mais elevadas, o modelo sugere que, conforme aumenta o
número de animais, aumenta o consumo de forragem por hectare, com o consumo
por animal ainda mantendo-se em níveis máximos. Nessas condições, plantas e
animais equilibram-se em condições de baixos índices de área foliar.
A partir de uma certa lotação, 40 animais por hectare no caso da figura
anterior, a capacidade de resposta da planta forrageira a um aumento no número
de animais torna-se limitada, podendo a mesma não ter mais condições de
atender à demanda de forragem devido à redução drástica na fotossíntese e,
consequentemente, na produção vegetal.
Além desses fatores, deve-se ressaltar, mais uma vez, a importância das
condições ambientais na resposta vegetal ao pastejo pois a produção de novos
perfilhos é dependente de condições favoráveis em termos de fertilidade do solo,
umidade, temperatura e insolação (SIMÃO NETO, 1986).
Esse autor observa
que, qualquer sistema de pastejo que ignore os efeitos dessa recuperação variável
pode tornar-se improdutivo ao longo dos anos, principalmente se a área em
questão for mantida com lotações fixas elevadas, aumentando o risco de que as
interações entre plantas e animais tornem-se insustentáveis, à medida que
ocorram flutuações no estado da pastagem (PARSONS & JOHNSON, 1986).
Qualidade das Forrageiras
O processo de transformação de forragem produzida pela pastagem em
produto animal (Figura 2) pode ser resumido pela seguinte equação :
Produto animal/ha = ganho/animal x no de animais
Os componentes à direita da equação estão intimamente relacionados a
atributos da pastagem.
O ganho animal ou o desempenho individual dos animais, identifica o
aspecto qualitativo da pastagem. Somente se pode esperar um alto desempenho
animal se a pastagem for de boa qualidade, e se o animal tiver potencial para
tanto.
Figura 2 – Relação entre quantidade e qualidade de forragem e resposta por
animal e por hectare (MOTT, 1973).
O número de animais por unidade de área expressa o aspecto quantitativo
da pastagem, ou seja, a produção de forragem por unidade área. Quanto maior a
produção de MS de uma pastagem maior será a sua capacidade de suporte..
A Figura 2 identifica de forma mas detalhada por MOTT (1973) a
Relações entre quantidade e qualidade da forragem e a resposta por animal
e por hectare.
Quando uma forrageira é submetida a cortes, tanto a altura de corte como o
intervalo entre os cortes terão um efeito marcante sobre a produção desta planta.
Através de observações e conhecimentos sobre a espécie, se adotará uma altura
e freqüência de cortes condizente com a melhor resposta da forrageira. Mas como
atender às exigências da planta a um determinado manejo, quando os animais
são a ferramenta de corte, tendo um comportamento bem diferenciado em relação
a lâmina de segadeira? Para que se possa responder a essa questão, deve-se
considerar que a pastagem é um ecossistema com interações de quarta ordem,
envolvendo o solo-planta-animal-clima.
Nesse ecossistema o animal exerce um forte efeito sobre a resposta da
pastagem e essa por sua vez afetará o desempenho animal. Para se proceder um
controle sobre esse ecossistema, direcionando para a resposta desejada dos
animais e garantindo a estabilidade e persistência da pastagem, existem três
componentes manejáveis sobre os quais se pode lançar mão:

Período de descanso;

Período de ocupação;

Pressão de pastejo.
O período de descanso é o intervalo entre a saída e entrada dos animais
em uma pastagem.
A relação entre o período de descanso e o período de ocupação tem
importância na definição dos sistemas de pastejo empregados, variando desde o
pastejo contínuo, com zero de período de descanso, até sistemas com uma ampla
relação em que o período de ocupação fica reduzido a 1 dia ou menos, como
ocorre no sistema rotativo em faixas ou rotacionado.
Destes componentes manejáveis, a pressão de pastejo é que exerce um
papel de maior importância sobre a pastagem e sobre os animais.
A pressão de pastejo (PP) é a relação entre a disponibilidade forragem na
pastagem com a carga animal presente. Diferencia-se do conceito de lotação pois
esse relaciona o número de animais com a área, não levando em consideração a
forragem disponível. A lotação, portanto, tem uso muito limitado, uma vez que a
resposta animal está melhor relacionada com a disponibilidade do alimento do que
à área do piquete. Para melhor compreensão desses dois conceitos tem-se os
seguintes exemplos:
Considerando a existência de 2 piquetes com área idêntica de 1 hectare
cada. Se cada piquete contém 1 novilho de mesmo peso a lotação será a mesma.
Contudo, a pressão se igualará nos dois piquetes somente se esses contiverem a
mesma quantidade de forragem disponível aos animais (exemplo 1). Outros
exemplos seguem abaixo (Figura 1):
Quando a PP (Pressão de Pastejo) é baixa, o animal é favorecido pela
maior disponibilidade de MS tendo oportunidade de exercer o pastejo seletivo e
obter uma dieta de qualidade superior. A forragem ingerida nestas condições é
mais rica em proteína, minerais, com baixo conteúdo de fibras e com elevada
digestibilidade. Como conseqüência tem-se uma resposta animal máxima, para
condições da pastagem oferecida. À medida que a PP vai sendo incrementada,
seja pelo acréscimo de animais ou pela redução da disponibilidade de forragem
existente na pastagem, o animal vai perdendo a oportunidade de seleção,
diminuindo assim o seu desempenho. A partir de uma determinada disponibilidade
de MS os animais não conseguem sequer atender à sua capacidade de ingestão.
Com a redução quantitativa da dieta, ocorrerá uma queda linear no desempenho
animal, podendo chegar a uma disponibilidade tão limitante, na qual o animal
passa a ingerir forragem, que atende somente à sua necessidade de mantença.
A curva do ganho por hectare é crescente enquanto existe uma
disponibilidade de forragem não limitante a ingestão dos animais. O máximo
ganho/ha é obtido na PP que determina um prejuízo no desempenho individual
dos animais. Contudo, para se garantir um bom acabamento de carcaça e a oferta
de um produto animal comercializável, a PP empregada deve favorecer mais o
ganho/animal. A faixa de amplitude ótima de utilização de uma pastagem é a que
contempla um bom desempenho individual dos animais, associada a um bom
ganho por área.
O ganho de peso vivo ao longo do tempo é reflexo da quantidade e
qualidade do alimento oferecido e daquele efetivamente consumido (t’MANNETJE
et al., 1976). A alimentação dos animais em pastagem difere de como ocorre no
cocho, onde o alimento é previamente selecionado pelo homem. Na pastagem,
nem toda a forragem disponível apresenta uma preferência de consumo e elevada
qualidade, sendo rejeitada pelos animais, como é o caso de colmos e folhas mais
velhas e o material já senescente. Portanto, deve-se colocar à disposição dos
animais uma quantidade disponível algumas vezes superior ao consumo
diário/animal.
Exemplo 3
Figura – 1 Representação esquemática de lotação e a pressão de pastejo.
Ganho/animal
Gmáx
gmáx
Ganho/área
go
Amplitude
Ótima
Sub-pastejo
Super pastejo
Figura 3 – Relação da pressão de pastejo (n) com o ganho por animal (g) e ganho
por unidade de área g (MOTT, 1973).
Pressão de Pastejo
Figura 3 – Relação entre a pressão de pastejo e a resposta no ganho por animal e
ganho por área.
MOTT (1984) cita que um grande número de experimentos sugere que a
faixa de disponibilidade de forragem requerida para o máximo desempenho animal
situa-se entre 1200 a 1600 Kg de MS/ha de forragem presente equivalente a uma
oferta de 4-6 Kg de MS/100 kg de peso vivo. Quando a disponibilidade estiver
abaixo desses níveis, então o consumo pode ser reduzido com uma conseqüente
redução no desempenho animal.
Contudo, ADJEI et al. (1980) com espécies subtropicais, concluíram que o
máximo ganho médio diário (GMD) foi obtido com ofertas variando entre 6 e 8 Kg
de MS/100Kg de peso vivo/dia. MORAES & MARASCHIN (1989), obtiveram com
milheto (Pennisetum americanum L. Leeke) um GMD linear crescente com a MS
presente até a faixa máxima de 2 t de MS. As diferenças ocorridas entre a máxima
resposta animal e a quantidade ofertada de forragem, entre vários trabalhos
encontrados na literatura, pode ter origem nas diferenças de qualidade entre as
pastagens avaliadas, principalmente considerando as diferenças entre as espécies
tropicais e temperadas. A interação entre a qualidade e quantidade de forragem
disponível com o ganho de peso animal está bem ilustrada por DUBLE et al.
(1971), mostrando que quando a qualidade da pastagem é alta, a taxa máxima de
ganho por animal é atingida com uma menor quantidade de forragem disponível
(Figura 4).
Essa interação é verificada mesmo entre cultivares de uma mesma espécie
quando esses apresentam diferentes digestibilidades. Isso também ficou
evidenciado com os resultados apresentados por GUERRERO et al. (1984). Esses
autores, avaliando a resposta animal em 5 cultivares de grama bermuda,
calcularam que a quantidade de forragem ofertada, necessária para maximizar o
ganho, foi de 2 a 4,5 vezes maior do que a quantidade requerida para mantença,
para a condição de alta e baixa digestibilidade, respectivamente.
Existe também uma interação entre a oferta de forragem e a forragem
presente instantaneamente na pastagem com o GMD.
Esta é exemplificada pelos dados de RATTRAY el al., (1976), citados por
POPPI et al., (1987), que atribuíram a influência da disponibilidade da massa da
pastagem sobre a resposta animal, pela alteração na altura e/ou densidade da
pastagem, ambos componentes da estrutura da pastagem (Figura 5). Deduz-se do
exemplo dos autores que para um mesmo nível de oferta de forragem, quanto
maior for a massa de forragem presente instantaneamente na pastagem, maior
será a resposta no GMD. Essa interação é verdadeira assumindo que as ofertas
crescentes de MS da pastagem mantenham certa qualidade, pois de acordo com
BLASER et al. (1986), quando uma alta disponibilidade de forragem está
associada a muito material morto ou caule, o consumo de matéria seca digestível
e o desempenho animal decrescem. Isto decorre do fato da performance animal
ser um resultado direto do efeito da qualidade e quantidade de forragem
consumida.
A oferta de forragem e a lotação
Independente dos sistemas de pastejo utilizados deve-se lembrar que a
oferta de forragem na pastagem é uma ferramenta de manejo do pastejo obtida
pelo controle da lotação. Fica impossível ao produtor alcançar um desejável nível
de oferta de forragem com a utilização de uma lotação fixa. Essa leva a um baixo
ganho por animal e por área nos períodos de maior crescimento da pastagem,
porque grande parte da forragem disponível é perdida e a sua qualidade não é
controlada (BLASER et al., 1986). Isto é constante ao longo do ano, resulta num
baixo rendimento por animal; no inverno, por falta de alimento e no verão pela
redução na qualidade do resíduo acumulado em função da ineficiente utilização da
forragem produzida. Esta situação pode ser vista pela Figura 6, onde se compara
a resposta no ganho por animal e por área com o uso de uma carga fixa, ajustada
ao período crítico de oferta de forragem (inverno) equivalente a 50% da
capacidade de suporte das pastagens no período de maior oferta (verão).
Convém
lembrar que
a
alteração
na carga
animal não implica
necessariamente em mudança no número de animais. Por exemplo, um
pecuarista envolvido na terminação de animais, poderá adquirir um lote de
terneiros durante a estação crítica do ano representando uma carga animal leve
em função do peso individual dos animais ser baixo (por exemplo, 200Kg). À
medida que se ingressa na primavera, os animais vão ganhando peso
representando um aumento na carga animal que pode estar acompanhado de um
aumento da oferta de forragem. Supondo que no verão esta pastagem tenha uma
taxa de crescimento o dobro da registrada no início da primavera, a carga animal
poderá estar ajustada nesse período com esses animais atingindo o dobro do
peso (400 Kg/animal), o que significa uma mudança na carga animal, sem a
necessidade de ajuste no número de animais.
Na atividade de criação também pode-se ter uma estratégia de alteração
de carga animal programando-se o período de nascimento para o período de
retomada no crescimento da pastagem (primavera). Dessa maneira o crescimento
dos terneiros, acompanhado de uma maior demanda de alimento, estará
associado a um aumento na oferta de forragem ao longo da primavera e verão. No
outono, com a redução na taxa de crescimento da pastagem se promove a
comercialização do lote de terneiros, diminuindo-se então a carga animal que se
ajustará à estação crítica do ano (inverno).
Na atividade leiteira, a flexibilidade na alteração da carga animal ao longo
do ano torna-se muito difícil, exigindo a colheita e armazenamento de excedentes
nos períodos mais favoráveis (primavera, verão), para preenchimento dos
períodos críticos (outono, inverno). Em alguns países, como Nova Zelândia e
Austrália, a atividade leiteira á ajustada ao ciclo de produção da pastagem. Isso
Figura 4 – Interação entre forragem disponível e qualidade com o
ganho de peso em novilhos (DUBLE el al., 1971).
facilita ao produtor manter o atendimento das necessidades dos animais,
baseando-se exclusivamente na pastagem, reduzindo assim o custo de produção.
Figura 5 – Influência da massa da pastagem no ganho de peso vivo de ovelhas
em diferentes níveis de disponibilidade da pastagem.
A oferta de forragem e o ganho por área.
O produto por unidade de área em termos de leite, carne ou lã é a unidade
de medida de maior interesse do produtor, uma vez que representa a combinação
da quantidade e qualidade da forragem produzida e transformada em produto
comercializável. Em outras palavras CAMPBELL, (1961), define que o produto
animal, obtido por área é a conciliação entre lotação e a produção por animal, e
lembra que lotações altas estão associadas com utilização mais completa da
forragem e com isto, à alta produção animal por hectare. Contudo, convém
lembrar que estes aumentos ocorrem até o ponto em que acréscimos na lotação
passem a representar um decréscimo no ganho por animal de tal ordem que,
progressivamente, resultam em menores ganhos por área. Isto ocorre por haver
uma demanda de forragem superior a sua oferta, restringindo o consumo por
animal.
Embora a oferta baixa de forragem possa representar uma melhor
utilização da pastagem, esta poderá determinar o fracasso na quantidade de
produto animal comercializável, pois o desempenho por animal fica comprometido
nesta condição. ALISSON (1985) cita que existe a possibilidade de se dobrar a
eficiência de colheita da forragem com a diminuição da oferta de forragem. Mas
qual a vantagem disso em termos de transformação dessa matéria prima em
produto animal comercializável?
Se com maior oferta de forragem, reduz-se a eficiência de utilização da
pastagem, por outro lado aumenta-se a eficiência de conversão da forragem em
produto animal, porque em condições de alto desempenho por animal é menor o
percentual de forragem consumida para mantença, fato este evidenciado pelos
dados da Tabela 1.
Verifica-se que em condições de ofertas muito baixas a eficiência de
conversão é mínima, pois quase toda a MS consumida é utilizada para a
mantença do animal. Quando a oferta é alta também ocorre uma menor conversão
em função das perdas ocorridas com a MS produzida pela pastagem. Um
entendimento mais claro destas relações pode ser obtido observando-se as curvas
teóricas, propostas na Figura 7.
O favorecimento do GMD, pelo uso de maiores ofertas, pode representar
um menor ganho/ha no período avaliado. Todavia, se esta vantagem possibilitar a
saída dos animais da propriedade no final do período de crescimento da
pastagem, isto pode ser de grande importância, pois permitiria uma redução na
carga animal, no início de um período outonal crítico.
TABELA 1 – Eficiência de conversão em peso vivo da MS produzida pela
pastagem de pangola, azevém e trevo branco, submetida a diferentes ofertas de
forragem durante os períodos de inverno, primavera e verão. E.E.A – UFRGS.
(Moraes, 2001)
Relação
Oferta
Inverno-primavera
Verão
Kg MS / Kg PV
Verão/Inv.-Prim.
%
Baixa
15,9
31,2
96
Média baixa
9,6
15,8
60
Média
8,4
18,8
120
Alta
9,5
20,0
121
O fato de se ter um resíduo final de MS relativamente alto em condições de
média a baixa PP é a segurança que o produtor deve ter para garantir elevados
rendimentos por animal.
HARLAN (1958), cita que existe uma pequena distância entre a lotação
para máximo ganho/área e a lotação em que o ganho/área é zero. Pecuaristas
que habitualmente utilizam o pastejo pesado (baixa oferta) podem obter um
melhor resultado por área, mas estes estão também correndo riscos, pois diante
de uma ou duas estações adversas, terão que se desfazer rapidamente de seus
animais.
100 %
Eficiência de conversão
Eficiência de utilização
75 %
50 %
25 %
Intensidade de pastejo
Figura 7 – Relação teórica entre a eficiência de utilização e a eficiência de
conversão da MS, em Kg de PV, com a intensidade de pastejo.
Para BLASER et al.,(1986), não existe uma disponibilidade ótima de
matéria seca. A magnitude da disponibilidade depende do retorno líquido de
produto animal por área. Por exemplo, como elevados ganhos diários aumentam a
qualidade e o valor da carcaça, torna-se rentável sacrificar parte da produção por
área pela produção por animal, o que pode ser obtido pelo aumento da
disponibilidade
de
forragem.
Trabalhando
com
milheto,
McCARTOR
&
ROUQUETTE (1977) obtiveram a máxima rentabilidade/ha em ofertas de forragem
intermediárias, e esta era dependente das margens no preço da carne entre os
períodos de compra e venda dos animais. BRANSBY & CONRAD (1985)
concluem que a disponibilidade de forrageiras que resulta na máxima
rentabilidade, aumenta com o decréscimo de diferença entre o preço de venda e
de compra do Kg de peso vivo, e pode estar acima ou abaixo do nível que resulta
no máximo ganho/ha.
Para condições do Brasil, onde a economia instável determina uma
flutuação muito grande também nos insumos empregados, torna-se importante
que as análises feitas permitam uma projeção futura, tendo em vista flutuações
nas relações entre insumos e preço do produto animal.
Métodos de pastejo
Seja qual for a forma de utilização das forrageiras, essa deverá assegurar
certos princípios de manejo, como os apresentados por BLASER et al. (1973).

Manter as espécies ou a composição botânica do consórcio;

Permitir rápido rebrote durante e/ou após pastejo;

Conciliar a produção de matéria seca (MS) e a quantidade de forragem;

Reduzir custos operacionais.
Os diferentes métodos de pastejo de pastagem podem ser agrupados,
basicamente, em três: contínuo, rotacionado e diferido.
Pastejo com lotação contínua
O pastejo com lotação contínua refere-se às pastagem utilizadas
ininterruptamente durante o ano. Isto não significa que os animais pastejam de
forma contínua as mesmas plantas. Observa-se uma rotatividade natural dentro
do piquete. A pastagem pode, ainda, ser utilizada sob carga fixa, quando o
número de animais que a utilizam durante todo este tempo for constante e, sob
carga variável, quando o número de animais varia durante o ano, de acordo com
a disponibilidade de forragem. No Brasil existe um conceito de que a pecuária
apresenta baixos índices de produtividade porque o produtor utiliza o sistema de
lotação contínua. Os problemas surgem mais em função da utilização de cargas
fixas doque pelo método utilizado. Decorrente disto, a pastagem é manejada
acima ou abaixo da capacidade de suporte ao longo do ano em função da
flutuação na produção de forragem de forma sazonal, (Fig ...).
%
Lotação Fixa e Parâmetros de
Resposta Animal ao Longo do Ano
140
120
100
80
60
40
20
0
Tx.Crsc.
Lotação
C. Suporte
G/animal
G/área
inv
pri
ver
out
Estações do Ano
Figura 6 – Resposta percentual no ganho médio diário (GMD) e no ganho/ha
(G/ha), com a utilização de uma carga animal fixa ajustada em 20% de
capacidade de suporte das pastagens no período de verão.
Lotação Fixa e Parâmetros de
Resposta Animal ao Longo do Ano
120
100
Tx.Crsc.
Lotação
%
80
C. Suporte
G/animal
60
G/área
40
20
0
inv
pri
ver
out
Estações do Ano
Figura 7 – Resposta percentual no ganho médio diário (GMD) e no ganho/ha
(G/ha), com a utilização de uma carga animal variável ajustada em
função de capacidade de suporte das pastagens ao longo do ano.
Lotação Fixa e Parâmetros de
Resposta Animal
%
120
100
Tx.Cresc.Inv
80
60
40
Tx.Cresc.
20
0
G/área
Lotação
C. Suporte
G/animal
inv
pri
ver
out
Estação do Ano
Figura 7 – Resposta percentual no ganho médio diário (GMD) e no ganho/ha
(G/ha), com a utilização de uma carga animal variável ajustada em
função de capacidade de suporte das pastagens ao longo do ano.
Pastejo rotacionado
O pastejo rotacionado é caraterizado pela subdivisão da pastagem em um
número variável de piquetes menores que são utilizados um após o outro. Como
no pastejo contínuo. também podem ser sob carga fixas ou variáveis, segundo o
mesmo critério.
O pastejo diferido consiste na vedação de uma parte aérea da pastagem,
durante o período da estação de crescimento, com finalidade de revigorar a
pastagem e permitir o acumulo de forragem no campo, para ser utilizado durante
o período de inverno. Alguns autores consideram o pastejo diferido como uma
alternativa de pastejo rotacionado.
Definições e terminologia
Apesar da denominação pastejo contínuo e pastejo rotacionado estar
amplamente disseminada em nosso meio, esta parece não ser a maneira mais
correta de se referir aos métodos de pastejo em discussão.
Em 1989 o conselho intitulado “American Forage and Grassland Council”
constituiu um comitê a fim de desenvolver e uniformizar a terminologia utilizada
em pesquisas com pastagens. O resultado do trabalho foi publicado no “Journal of
Production Agriculture”, em 1992.
Dentre os vários termos abordados, o comitê concluiu que “pastejo contínuo
é um termo não recomendado pelo fato de que os animais não pastejam
continuamente” e que, quando usado, deve ser entendido como lotação contínua”.
Hodgson (1979), já tinha utilizado esse conceito (“Contínuous stocking”) e, mais
recentemente, Smetham (1995) afirmou que o termo pastejo contínuo pode passar
a impressão de que os animais estão continuamente pastejando a mesma planta,
o que não é verdade.
O mesmo comitê também não recomendou a utilização do termo pastejo
rotacionado (apesar de não justificar), e sugeriu sua substituição por lotação
rotacionada, que pode ser definida como “um método de pastejo que alterna
períodos de pastejo com períodos de descanso em dois ou mais piquetes”.
Vale ressaltar que dentro do método de lotação rotacionada existem
infinitas combinações entre intensidade e frequência de desfolha, bem como
inúmeras possibilidades de variação do método (i.e., pastejo em faixas, pastejo
intermitente etc.).
Importante lembrar que os termos aqui utilizados são somente traduções da língua
inglesa e que não são necessariamente aplicáveis à língua portuguesa. Isto
somente reforça a necessidade de uma reunião entre pesquisadores brasileiros
para que se possa conceituar e uniformizar as terminologias utilizadas em
pesquisas com pastagens.
MODALIDADES DO PASTEJO ROTACIONADO
(Rodrigues e Reis,1997)
Os mais variados métodos de pastejo rotacionados utilizam diferentes
maneiras para subdividir e utilizar as pastagens para controle do pasto. As
subdivisões representam uma ferramenta de manejo para controlar as respostas
das plantas forrageiras e das diferentes classes de animais. Portanto, o objetivo
do método deve ser o de manejar a pastagem e outro insumos alimentares de
forma a aumentar eficientemente a produção animal.
BALL et al.(1991) e MATCHES & BURNS (1995) classificaram os diferentes
métodos de pastejo rotacionado.

Lotação
rotacionada (convencional, também conhecido
rotacionado).

Pastejo em faixas

Pastejo rotacional com dois grupos de animais

Creep "grazing"

Pastejo diferido
como pastejo
Método de pastejo com lotação rotacionada
Este método caracteriza-se pela mudança dos animais de forma periódica e
freqüente de um piquete para outro de forma sucessiva voltando ao primeiro após
completar o ciclo.
Este processo exige elevado investimento em instalações, principalmente
bebedouros e cercas, caracterizando-se por restringir a seletividade animal. O
pastejo e a distribuição de excrementos são de maneira mais uniforme e a
forragem pode ser mantida em estado mais tenro e com melhor valor nutritivo. O
sistema rotativo, quando corretamente executado, dificulta o estabelecimento de
plantas invasoras e permite o aproveitamento do excesso de forragem produzida
na estação das chuvas, sob a forma de feno. O método de pastejo rotacionado
tem sido
recomendado
com base na pressuposição de que as plantas
necessitam de um período de descanso a fim de se recuperarem dos efeitos da
desfolhação, possibilitando a reposição de folhas e o restabelecimento dos
níveis de reservas (HUMPHREYS,1978).O número de subdivisões deve
minuciosamente calculado, para que o investimento não se torne antieconómico,
ou proporcione retorno menor do que o investimento com fertilizantes para a
recuperação ou renovação da pastagem. O número de piquetes pode ser
calculado através da seguinte formula:
Período de descanso (dias )
N. DE PIQUETES = ---------------------------------------- + 1
Período de pastejo (dias)
O sistema de pastejo rotacionado apresenta inúmeras variações em função
do número de subdivisões e período de ocupação e descanso utilizados, os
quais variam de acordo com a área disponível, clima da região, fertilidade do
solo, tipo de exploração, características morfológicas e fisiológicas das plantas
forrageiras, etc.
No método de pastejo rotacionado convencional o grupo de animais e
deslocado de um piquete para outro a medida que a altura da vegetação ou
matéria seca residual desejada e atingida. A disponibilidade de forragem e alta
no inicio do pastejo de cada piquete e baixa ao final do período de ocupação.
Pastejo em faixas
O método de pastejo em faixas, também denominado de
pastejo
racionado, e caracterizado pelo acesso dos animais a uma área limitada ainda
não pastejada. Neste método o manejo e conduzido com o auxilio de duas cercas
elétricas, de fácil remoção, de tal forma que a cerca de trás impede o retorno dos
animais as áreas pastejadas anteriormente.
O tamanho da área de cada faixa e calculado para fornecer os animais a
quantidade de volumosos de que necessitam por dia . Este tipo de exploração e
recomendado para animais leiteiros de produção elevada, devendo ser utilizadas
forrageiras que apresentem elevado valor nutritivo.
Pastejo Rotacionado com dois grupos de animais
Dentre as modalidades de pastejo rotativo, o método de pastejo primeiro último, também conhecido como método da pastejo com dois grupos de animais
ou ainda como método de pastejo lideres - seguidores (despontadores rapadores) é um procedimento vantajoso quando se dispõe de animais de
diferentes categorias e que apresentem diferenças na capacidade de resposta a
forragem de alta qualidade . Assim, os animais que respondem mais as
melhores condições de qualidade de forragem pastejam na frente, constituindo o
primeiro grupo, ou grupo de desponte. A alta disponibilidade inicial de forragem
permite pastejo seletivo e alta ingestão, de nutriente, o que resulta em maior
produção animal. Os animais de desponte pastejam por dois a três dias, consumindo a forragem de melhor qualidade e, a seguir, passam para outro piquete
cedendo lugar ao segundo grupo de animais, denominado grupo de rapadores,
que são obrigados a consumir o que sobrou. O número de piquetes pode ser
calculado através da seguinte formula
Período de descanso (dias)
N. de piquetes = -------------------------------------- + 2
Período de pastejo (dias)/2
Resultados obtidos por Blesser et al.(1986) demostraram que a resposta por
animais para o primeiro grupo sobre o segundo e apreciável ( tabela 2 ).
TABELA 4. Comparação das respostas no método de pastejo primeiro - ultimo
obtido em pastagens de gramíneas associadas com leguminosas.
Ganho em peso por novilhas
Vacas Holandesas em
Diária (KG) Estacional (KG/HA) lactação KG.leite/dia
Primeiro grupo
0,61
267
13,1
Segundo grupo
0,37
161
8,5
Diferença
0,24
106
4,6
...
10,8
428
....
Média
grupo 0,46
combinado
Total
....
Adaptado de BLASER et al. (1986).
"Creep grazing"
Este método permite que bezerros jovens ou cordeiros passem através de
uma abertura na cerca para uma pequena área contendo forragem de melhor
qualidade do que aquela onde as mães são mantidas.
O sistema não exige gastos elevados haja vista que requer somente a
formação da área com forrageiras de alta qualidade (milheto alfafa etc.) para os
animais jovens e as despesas adicionais para cerca-la. Como regra o ganho
/bezerro aumenta e a condição da vaca e melhorada.
Pastejo diferido
O pastejo é dito diferido quando a pastagem é deixada em descanso, sem
animais, por algum período de tempo. As razões mais comuns para isto, são a
ressemeadura de uma ou mais espécies que compõem a pastagem, como
reserva de alimentos para o período da seca (feno em pé); com finalidade de
revigorar as plantas forrageiras ou como estratégia auxiliar na alteração da
composição botânica dos piquetes.
Este sistema reconhece que existem período críticos na fenologia das
plantas desejadas na pastagem como
de
por exemplo florescimento e produção
sementes (WHITEMAN,1980). Assim, o diferimento ou processamento
tem por objetivo permitir que as espécies mais palatáveis se recuperem e
aumentam
a
sua capacidade de competição com as
espécies
menos
desejadas.
Esta pratica deve ser aplicada de forma alternada em cada piquete com
intervalos de alguns anos.
Por exemplo, o diferimento de pasto consorciados com B. decumbens e
calopogônio, durante o mês de abril, favorece a ressemeadura natural do
calopogônio, e acúmulo de forragem para o uso posterior. Este manejo consiste
em selecionar determinadas áreas e veda-las entre janeiro e marco para pastejo
direto durante o período critico.
Num experimento conduzido no CNPGC, verificou-se a viabilidade desta
pratica, desde que sejam selecionadas forrageiras adequadas para os períodos
de diferimento e de utilização específicos. Das sete espécies de gramíneas
utilizadas, a B. decumbens a B. humidicola e o capim-estrela destacaram-se como
promissoras (EUCLIDES et al.,1990). Mais recentemente, houve um grande
incremento na utilização de misturas múltiplas, ou seja sal mineral balanceado
(NaCl; P; K; etc.) e fontes de energia, proteína e vitaminas visando o melhor
aproveitamento das forrageiras diferidas.
Neste sentido, a utilização de duas ou mais espécies de gramineas com
ciclos vegetativos diferentes e mesmo a introdução de leguminosas que mantém
o valor nutritivo com a idade seriam praticas vantajosas em sistemas que utilizam
o pastejo diferido (CORSI, 1976).
O pastejo diferido tem a vantagem de dispensar investimentos em
maquinas utilizadas na conservação de forragens.
Contudo, e importante
salientar que a eficiência do sistema de pastejo diferido esta estritamente
associada com qualidade que a planta forrageira, na área diferida, terá na
ocasião de ser consumida (CORSI, 1976; MARASCHIN, 1986).
Comparações entre os métodos de pastejo com lotação contínua e lotação
rotacionada
Durante os últimos 50 anos de pesquisa com pastagens tem havido muita
controvérsia sobre as vantagens relativas de cada um dos métodos de pastejo:
contínuo ou rotacionado (Mcmeekan, 1960; Campbell, 1961; Campling, 1975 ;
Raymond, 1981).
Várias tentativas já foram feitas de se comparar esses dois métodos. ‘T
Mannetje et al. (1976), sumarizando os resultados de 16 experimentos de pastejo,
verificaram que em 12 deles o ganho de peso permitia a realização de tal
comparação. Em 8 desses experimentos a lotação contínua foi superior a
rotacionada, em 2 o rotacionado foi superior e em 2 os resultados foram
semelhantes.
A tabela 1 mostra um resumo de alguns trabalhos mais atuais comparando
os dois métodos. Como pode ser observado, dos 24 trabalhos sumarizados, 7 dão
vantagem ao rotacionado, 3 ao contínuo e em 14 não observou-se diferenças.
Somando-se esses resultados àqueles obtidos por ‘T Mannetje et al. (1976),
verifica-se que, dos 36 trabalhos revisados, 9 dão vantagem ao rotacionado, 11
para o contínuo e, em 16, os resultados são semelhantes.
Tabela 1. Relação de alguns trabalhos comparando os dois métodos de
pastejo (citados por Sbrissia e Silva,1999 – não publicado).
Autor
Ano Local
Planta utilizada
Resultados
Aiken, G.E.
1998
EUA
L. perenne + wheat
Rotacionado
Aiken, G.E.
1998
EUA
Cynodon dactylon
Igual
Popp, J.D. et al.
1997
Canada
Medicago sativa
Igual
Hafley, J.L.
1996
EUA
Lolium perenne
Rotacionado
Thomas, V.M. et al.
1995
Não citado
D. glomerata + M. sativa
Igual
Mathews, B.W. et al.
1994
EUA
Cynodon dactylon
Igual
Villiers, J.F. de et al.
1994
África do Sul Pennisetum clandestinum
Contínuo
Cavallero, A. et al.
1993
Itália
L. perenne + T. repens
Igual
Allen, V.G. et al.
1992
EUA
Festuca spp.
Contínuo
Chestnut, A.B. et al.
1992
EUA
F. arundinacea + Trifolium
Igual
Berti, R.N
1989
Argentina
Melilotus alba
Igual
Jones, R.J. et al.
1989
Austrália
Setaria sphacelata
Igual
Jones, R.J. et al.
1989
Austrália
Chloris gayana
Igual
Tharel, L.M.
1989
EUA
Cynodon dactylon
Rotacionado
Gonçalves, C.A. et al.
1988
Brasil
Setaria sphacelata
Rotacionado
Grant, S.A. et al
1988
Inglaterra
Lolium perenne
Igual
Chen, C.P.
1986
Malásia
Digitaria setivalva
Rotacionado
Smith, M.A. et al.
1985
Austrália
Brachiaria decumbens
Contínuo
Aguirre-Hernandez, A.et al.
1984
México
Brachiaria mutica
Igual
Aguirre-Hernandez, A.et al.
1984
México
Digitaria decumbens
Igual
Eguiarte, V. JÁ. et al.
1984
México
Cynodon plectostachyus
Igual
Irulegui , G.S. de et al.
1984
Brasil
Paspalum guenoarum
Rotacionado
O’Sullivan, M.
1984
Não citado
Lolium perenne
Rotacionado
Lucci, C de S. et al.
1983
Brasil
Chloris gayana
Igual
Numa análise mais detalhada, verifica-se que a maioria dos trabalhos
realizados com o intuito de se comparar os métodos foi conduzida em situações
onde não se tinha controle nenhum do pasto (i.e., taxas de lotação e/ou
frequências fixas). Esta é uma situação que, em última análise, não permite uma
real comparação, pois a estrutura da pastagem modifica-se de acordo com o
manejo imposto e, muitas vezes, mesmo sem saber, pode-se estar favorecendo
um método e prejudicando outro.
Desta forma a comparação somente passa a ter significado a partir do
momento em que, através de algum atributo fisiológico ou estrutural (i.e., altura do
pasto, massa de forragem, resíduo, IAF etc.), se estabelece a condição ótima de
utilização para cada um dos métodos. Assim, antes de qualquer comparação,
existe a necessidade de uma análise fundamental dos fatores afetando os
principais processos envolvidos no crescimento e utilização de gramíneas sob
esses métodos (Hodgson, 1985).
Vários trabalhos foram conduzidos com plantas temperadas (Bircham e
Hodgson, 1983; Parsons et al., 1983a,b; Grant & King, 1982; Parsons et al., 1988b
e Wade, 1991) com a finalidade de entender esses mecanismos de resposta das
plantas quando submetidas à desfolha.
Infelizmente, como mostra a tabela 2, a pesquisa com gramíneas tropicais
não tem recebido este enfoque ecofisiológico o que, em última instância, limita
muito a interpretação e a elaboração de guias práticos de manejo de plantas
forrageiras tropicais.
Tabela 2. Número de trabalhos realizados com Lolium perenne, Lolium
multiflorum, Brachiaria brizantha, Brachiaria decumbens e Panicum maximum,
entre os anos de 1984 e 1999, onde são abordados, ou citados, alguns dos
principais componentes de produção e/ou características estruturais da pastagem.
L.
L.
B.
B.
P.
perenne
multiflorum
brizantha
decumbens
maximum
Total *
6513
3123
247
561
1595
Perfilhamento
285
64
6
9
33
Fluxo de tecidos
23
0
0
0
0
Fotossíntese
112
21
2
0
37
Índice de área foliar 38
10
3
0
8
Interceptação
2
1
0
0
10
luminosa
Altura da pastagem 116
9
0
1
2
Estrutura do pasto
25
0
0
0
2
Comport. Ingestivo
21
2
0
0
0
Pressão de pastejo 22
8
2
2
8
Composição
61
2
18
48
340
botânica
*
Somente relacionados os trabalhos indexados pelo Centre for Agriculture and
Biosciences (CAB Abstracts) (Sbrissia e Silva,1999 – não publicado).
Relativamente poucos trabalhos publicados apresentam resultados da
comparação de métodos de pastejo com pastagens tropicais e os resultados
obtidos até o momento nos trópicos, não permitem afirmar que o sistema rotacionado seja superior ao sistema contínuo em termos de produção animal, uma vez
que o contínuo, geralmente, proporciona maior oportunidade de pastejo seletivo
e, consequentemente, ingestão de uma dieta de melhor qualidade.
A qualidade da forragem, refletida pelo desempenho animal e produto
animal por hectare, é interdependente da lotação (ou pressão de pastejo) e do
pastejo seletivo. A tabela 3 mostra as inter-relações entre estes fatores e o
desempenho esperado por animal e por hectare. Note-se que se compararmos
uma lotação média no pastejo contínuo com os valores médios obtidos no
rotacionado, os resultados de desempenho esperados são semelhantes.
Os resultados demonstram que o ajuste da lotação em uma determinada
área em função da disponibilidade de forragem (pressão de pastejo) é muito mais
determinante do desempenho animal do que o sistema de pastejo (contínuo ou
rotacionado). O sucesso obtido por muitos consultores na área de forragicultura
utilizando o sistema rotacionado é, provavelmente, função do ajuste da pressão de
pastejo e comparação freqüentemente efetuada com o pastejo contínuo mal
conduzido feito pelos produtores.
Tabela 3 - Associação generalizada entre parâmetros do sistema planta – animal
sob várias pressões de pastejo.
Lotação * Pressão
Pastejo
MS /
Pastejo
Forragem
Nível nutrição Produção /
Animal
seletivo
perdida
/animal
Animal
Hectare
Pastejo contínuo
Baixa
Baixa
Alta
Alta
Alta
Alto
Alta
Baixa
Média
Média
Média
Média
Média
Médio
Média
Alta
Alta
Alta
Baixa
Baixa
Baixa
Baixo
Baixa
Média
Alta
Alta
Alto
Alta
Bem Alta
Baixa
Baixa
Baixo
Baixa
Bem
Pastejo rotativo
a) Início do pastejo
Média
Baixa
Alta
B) Final do pastejo
Média
Alta
Baixa
Baixa
Valores
Médios
Média
Média
Média
Média
Médio
Média
Alta
Adaptado de Blazer et alii, 1974 - * Lotação constante não significa pressão de
pastejo constante.
Por outro lado, os australianos sugerem que as pastagens tropicais
adubados com nitrogênio aproveitam melhor este elemento, se for utilizado o
pastejo rotacionado. Segundo Simpson & Stobbs (1981) as plantas necessitam
de um período de descanso para transformar o N absorvido em tecido novo e
desta forma, a eficiência da adubação poderá ser maior no sistema rotacionado.
Reconhece-se também que a adoção do pastejo rotacionado facilita o manejo de
pastagens de alta produção de forragem, inclusive daquelas constituídas por
espécies cespitosas que apresentam o alongamento precoce do caule como
algumas cultivares de Panicum maximum.
Porém, experimentos conduzidos no Paraná por membros da CPAF tem
demonstrado a viabilidade da obtenção de altas produções animais em pastejo
contínuo e adubados com N, desde que o ajuste da pressão de pastejo seja
adequado.
Isto não significa, entretanto, que mesmo com adoção de um sistema de
pastejo contínuo, as áreas de pastagem não devam ser subdivididas, e que o
manejo não seja necessário. As subdivisões são necessárias para permitir
separação do rebanho por categorias ou outros propósitos, como controle de
pragas ou invasoras, conservação de forragem, recuperação das pastagens etc.
Caso o pastejo rotacionado seja o mais adequado, o número
de
subdivisões deve ser cuidadosamente calculado, de maneira que o investimento
não torne antieconómico, ou proporcione um
retorno menor do que o
investimento com fertilizantes para a recuperação ou renovação das pastagens. A
menos que um sistema particular de pastejo, comparado a um outro qualquer,
resulte no aumento da produção, da qualidade da pastagem, ou melhore a
eficiência de utilização desta, o sistema de manejo não influenciara a relação de
lotação e produção animal. Desta forma, a escolha de um determinado sistema
de pastejo deve-se basear na simplicidade e conveniência das operações envolvidas e na manutenção da produtividade da pastagem.
Obviamente, um sistema de pastejo ideal é aquele que permite maximizar a
produção animal sem afetar a persistência das plantas forrageiras. Assim, a
utilização de plantas forrageiras sob condições de pastejo representa um fator de
grande importância a ser considerado na exploração de pastagem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADJEI, M.B.; MISLEVI, P.; WARD, C.Y. Response of tropical grasses to stocking
rate. Agron.J., Madison, v.72, p. 863-868, 1980.
AGUIRRE-HERNANDEZ,
A.;
EGUIARTE,
J.A.;
CARRETE-CARREON,
F.;
RODRIGUEZ-PRECIADO, C.G.; GARZA-TREVINO, R. Utilizacion de dos
sistemas de pastoreo en praderas de pasto Para y Pangola en condiciones de
tropico seco en la Costa Norte del Pacífico. Técnica Pecuária en México, v.46,
p.79-84, 1984.
AIKEN, G.E. Steer perfomance and nutritive values for continuously and
rotationally stocked bermudagrass sod-seeded with wheat and ryegrass.
Journal of Production Agriculture, v.11, n.2, p.185-190, 1998.
ALISSON, C.D. Factors affecting forage intake by range ruminants: A Review.
Journal of range managements, Denver, v.38, p. 305-311, 1985.
ALLEN, V.G.; FONTENOT, J.P.; COCHRAN, M.A. Intensive grazing systems for
beef production. Animal Science Research Report, Virginia Agricultural
Experimental Station, v.10, p.95-97, 1992.
BARTHRAM, G.T.; GRANT, S.A. Defoliation of ryegrass-dominated swards by
sheep. Grass and Forage Science, v.39, p.211-219, 1984.
BERTI, R.N. Effect os stocking rate and grazing systems on daily weight gain of
steers grazing Melilotus alba var. annua pure or in association with Avena
sativa. In: PROCCEDINGS OF THE XVI INTERNATIONAL GRASSLAND
CONGRESS, Nice: France, 1989, p.1183-1184.
BIRCHAM, J.S.; HODGSON, J. The influence sward conditions on rates of
herbage growth and senescence in mixed swards under continuous stocking
management. Grass and Forage Science, v.39, p.323-331, 1983.
BLASER, R.E.;HAMMES Jr., R.C.; FONTENOT, J.P.; BRYANT, H.T.; POLAN,
C.E.; WOLF, D.D.; McCLAUGHERTY, F.S.; KLINE, R.G.; MOORE, J.S.
Forage-animal management systems. Virginia, Agricultural Experiment Station.
(Bulletin 87-7), 1986.
BLASER, R.E.;JAHN, E.;HAMMES Jr.,R.C. Evaluation of forage and animal
research. In: VAN KEUREN, R.W., ed. Systems analysis in forage crop
production and utilization. Madison: Crop Science of America, 1974. P. 1-26.
BRANSBY, D.I.; CONRAD, B.E. Realtin profit to quantity of standing herbage in
grazing intensity studies. IN: INTERNATIONAL GRASSLAND CONGRESS
(15.: 1985: Japan). Proceedings... Japan, 1985. P. 1151-1155.
BRISKE, D.D; RICHARDS, J.H. Plant responses to defoliation: a physiological,
morphological and demografic evaluation. In: BEDUNAH, D.J.; GOSEBEE,
R.E.
(eds). Wildland Plants: physiological geology
and developmental
morphology. Denver, Colorado: Society of Range Management, 1995. p. 635710 .
BROUGHAM, R.W. Effects of intensity of defoliation on regrowth of pasture.
Australian Journal of Agricultural Research, v.7, p.377-387, 1956.
BROUGHAM, R.W. Interception of light by the foliage of pure and mixed stands of
pasture plants. Australian Journal of Agricultural Research, v.9, p.39-52,
1958.
CAMPBELL, A.G. A theoretical basis for grazing management. Proc. N.Z. Soc.
Anim. Prod. V.21, p.18-32, 1961.
CAMPBELL,
A.G.
PROCCEDINGS
A
OF
theoretical
THE
NEW
basis
for
grazing
ZEALAND
management.
SOCIETY
FOR
In:
ANIMAL
PRODUCTION, 21, 1961, p.18-32.
CAMPLING, R.C. Systems of grazing management for dairy cattle. In: HODGSON,
J.; JACKSON, D.K. (Ed.) Pasture utilization by the grazing animal.
Occasional Symposium of the British Grassland Society, v.8, 1975, p.113117.
CAVALLERO, A.; GRIGNANI, C.; REYNERI, A. Pascolamento continuo intensivo e
pascolamento turnato su associazioni bifite a base di Triflium repens. Rivista di
Agronomia, v.27, n.2, p.135-141, 1993.
CHAPMAN, D.F.; LEMAIRE, G. Morphogenetic and structural determinants of
plant regrowth after defoliation. In:
INTERNATIONAL GRASSLAND
CONGRESS (17.: 1993: Palmerston North). Proceedings, 1993. p. 96-104.
CHEN, C.P.; OTHMAN, O. Effects of stocking rate and grazing management on
cattle production from tropical grass Digitaria setivalva Stent. MARDI–
Research Bulletin, v.14, n.1, p. 69-80, 1986.
CHESTNUT, A.B.; FRIBOURG, H.A.; ONKS, D.O.; McLAREN, J.B.; GWINN, K.D.;
MUELLER, M.A. Performance of cows and calves with continuous or rotational
stocking of endophyte-infested tall fescue-clover pastures. Journal of
Production Agriculture, v.5, n.3, p.405-408, 1992.
CORSI, M.; NASCIMENTO JR, D. Princípios de fisiologia e morfologia de plantas
forrageiras aplicadas no manejo das pastagens. In: PEIXOTO, A.M.; MOURA,
J.C. de FARIA, V.P. de (eds.). Pastagens: fundamentos da exploração racional.
Piracicaba. FEALQ, 1986. p. 11-37.
CORSI, M. Pastagens de alta produtividade. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DA
PASTAGEM (8.: 1986: Piracicaba). Anais. Piracicaba: FEALQ, 1986. p. 499512.
DAVIES,
A.
Structure
of
the
grass
sward.
PROCCEDINGS
OF
THE
INTERNATIONAL MEETING ON ANIMAL PRODUCTION FROM TEMPERATE
GRASSLAND, Dublin, p.36-44, 1977.
DAVIES, A. The regrowth of grass swards. In: JONES, M.B.; LAZENBY, A. (eds.).
The grass crop: the physiological basis of production. London: Chapman and Hall,
1988. p.85-127.
De LUCIA SILVA, G.R. A study of variation in the defoliation and regrowth of
individual tillers in swards of Lolium perenne grazed by sheep. Reading, 1974.
Thesis (Ph.D.) – University of Reading.
DUBLE, R.L.; LANCASTER, J.A. e
HOLT, E.C. Forage characteristics limiting
animal performance on warm-season perenial grasses. Agron. J,Madison, v.63,
p.795-798, 1971.
EGUIARTE, V.J.A.; GARZA, T.R; LAGUNES, L.J.; RODRIGUEZ, P.C.G.;
CARRETE, C.F.O.; SANCHEZ, A.R. Produccion de carne en zacate estrella de
Africa bajo dos sistemas de pastoreo y dos niveles de fertilizacion. Técnica
Pecuária en México, v.47, p.60-65, 1984.
GOMIDE, J.A. Fisiologia do crescimento livre de plantas forrageiras. In: PEIXOTO,
MOURA, J.C. de; FARIA, V.P. de (eds.). Pastagens: fundamentos da
exploração racional. Piracicaba: FEALQ, 1986. p. 01-10.
GONÇALVES, C.A.; SERRÃO, E.A.S.; COSTA, N. de L. Produtividade animal em
pastagens de Setaria sphacelata cv. Kazungula em Porto Velho-RO.
Comunicado Técnico – Unidade de Execução de Pesquisa de Âmbito
Estadual de Porto Velho, n.56, 7p, 1988.
GRANT, S.A.; BARTHRAM, G.T.; TORVELL, L.; KING, J.; ELSTON, D.A.
Comparison of herbage production under continuous stocking and intermittent
grazing. Grass and Forage Science, v.43, n.5, p.29-39, 1988.
GRANT, S.A.; KING, J. Grazing management and pasture production: the
importance os sward morphological adaptations and canopy photosynthesis.
Biennal report of the Hill Farming Research Organisation, 1982-83, p.119129, 1984.
GUERREIRO, J.N., CONRAD, B.E., HOLT, E.C.; WU, H. Prediction of animal
performance on bermuda grass pasture from available forage. Agron.
J.Madison, v. 76, p. 577-580, 1984.
HAFLEY, J.L. Comparison of Marshall and Surrey ryegrass for continuous and
rotational grazing. Journal of Animal Science, v.74, n.9, p.2269-2275, 1996.
HARLAN, J.R. generalized curves for again per head and gain per acre in rates of
grazing studies. J. Range Manage,Denver, v.11, p. 140-147, 1958.
HARRIS, W. Defoliation as a determinant of the growth, persistence and
composition of pasture . In: Plant relations in pastures, Brisbane Proceedings.
Melbourne: CSIRO,1976. p. 67-85.
HODGSON, J. Nomenclature and definitions in grazing studies. Grass and
Forage Science, v.34, p.11-18, 1979.
HODGSON, J. The frequency of defoliation of individual tillers in a set-stocked
sward. Journal of the British Grassland Science, v.27, p.258-263, 1966.
HODGSON, J. The significance of sward characteristics in the management of
temperate sown pastures. Proccedings of the XV International Grassland
Congress, Kyoto: Japan, 1985, p.31-34.
HODGSON, J.; OLLERENSHAW, J.H. The frequency and severity of defoliation of
individual tillers in set-stocked swards. Journal of the British Grassland
Science, v.24, p.226-234, 1969.
HOPKINS, W.G. Introduction to plant physiology. Toronto: John Wiley & Sons,
INC, 1995. 464p.
HUMPHREYS, L.R. The evolving science of grassland improvement . Cambridge:
Cambridge University Press, 1997. p. 108-127.
HUNT, L. A. Some implications of death and decay in pasture production. Journal
of the British Grassland Society, v.20, p.27-31, 1965.
IRULEGUI, G.S. de.; MARASCHIN, G.E.; RIBOLDI, J. Rendimento de uma mistura
subtropical sob pastejo contínuo e rotativo. Pesquisa Agropecuária Brasileira,
v.19, n.1, p.101-107, 1984.
JACQUES, A.V.A. Fisiologia do crescimento de plantas forrageiras (área foliar e
reservas orgânicas). In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DA PASTAGEM (1973:
Piracicaba). Anais. Piracicaba: ESALQ, 1973. P 95-101.
JOHNSON, I.R.; PARSONS, A.J. Use of a model to analyse the effects of
continuous grazing managements on seasonal patterns of grass production.
Grass and Forage Science, v.40, n.4, p.449-458, 1985.
JONES, M.B.; COLLETT, B.; BROWN, S. Sward growth under cutting and
continuous stocking managements: sward canopy structure, tiller density and
leaf turnover. Grass and Forage Science, v.37, p.67-73, 1982.
JONES, R.J.; JONES, R.M. Liveweight gain from rotationally and continuously
grazed pastures of Narok setaria and Samford rhodegrass fertlized with nitrogen
in southeast Queensland. Tropical Grasslands, v.23, n.3, p.135-142, 1989.
KING, J.; SIM, E.; GRANT, S.A. Photosynthetic rate and carbon balance of grazed
ryegrass pastures. Grass and Forage Science, v.39, p.81-92, 1984.
KORTE, C.J.; WATKIN, B.R.; HARRIS, W. Effects of the timing and intensity of
spring grazings on reproductive development, tillering, and herbage production
of perennial ryegrass dominat pasture. New Zealand Journal of Agricultural
Research, v.27, p.135-149, 1984.
LEAFE, E.L.; STILES, W.; DICKINSON, S. Physiological processes influencing the
parttern of productivity of the intensively managed grass swards. In:
PROCCEDINGS OF THE XII INTERNATIONAL GRASSLAND CONGRESS,
Moscow: URSS, 1974, p..
LEMAIRE, G.; CHAPMAN, D. Tissue flows in grazed plant communities. In:
HODGSON, J.; ILLIUS, A.W. (Ed.) The ecology and management of grazing
systems. Guildford: CAB International, 1996. cap.1, p.3-36.
LUCCI, C. de S.; NOGUEIRA FILHO, J.C.M.; BORELLI, V. Produção de leite em
pastagens de gramíneas, adubadas e não adubadas, em manejos contínuo e
rotacionado. Revista da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da
Universidade de São Paulo, v.20, n.1, p. 53-56, 1983.
MAEDA, S.; YONETANI, T. Optimum cutting stage of forage plants. II. Seasonal
changes in CGR and average productivity in Italian ryegrass population.
Journal of Japanese Society of Grassland Science, v.24, p.10-16, 1978.
MACHADO, E.C. Metabolismo fotossintético do carbono: plantas tipo C3, C4 e
CAM. O Agronômico, Campinas, v. 40, p.5-13, 1988.
MAGALHÃES, A.C.N. Fotossíntese. In: FERRI, M.G.(coord.). Fisiologia vegetal 1.
São Paulo: EPU, 1985. p. 117-166.
MANNETJE, L. T., JONES, R.J.; STOBBS, T.H. Pasture evaluation by grazing
experiments. In: SHAW, N.H.; BRYAN, W.N. (ed) Tropical pasture research.
Farnham Royal, Commonwealt Agriculture Bureaux., 1976. Cap. 9, p. 194-234.
MATTHEWS, B.W.; SOLLENBERGER, L.E.; STAPLES, C.R. Dairy heifer and
bermudagrass pasture responses to rotational and continuous stocking. Journal
of Dairy Science, v.77, n.1, p.244-252, 1994.
MAZZANTI, A.; LEMAIRE, G. Effect of nitrogen fertilization on the herbage
production of tall fescue swards grazed continuously with sheep. 1.
Consumption and effiency of herbage utilisation. Grass and Forage Science,
v.49, p.352-359, 1994.
McCARTOR, M.M. & ROUQUETTE Jr., F.M. Grazing pressures and animal
performance from pearl millet. Agron.J.,Madison, v.69, n.6, p. 983-987, 1977.
McCREE, K.J.; TROUGHTON, J.H. Non existence of na optimum leaf area index
for the production rate of white clover grown under constant conditions. Plant
physiology, v.41, p.1615-1622, 1966.
McMEEKAN, C.P. Grazing management. In: PROCCEDINGS OF THE VIII
INTERNATIONAL GRASSLAND CONGRESS, Reading: England, 1960, p.2127.
MILTHORPE, F.L.;
DAVIDSON,
grasses. MILTHORPE, F.L.;
J.L. Physiological aspects of regrowth in
IVINS, J.D. (eds.). The growth of cereals and
grasses. Londres: Butterworths, 1966. p. 241-254.
MONTEIRO, A.L.G.; MORAES, A. Fisiologia e morfologia de plantas forrageiras
In: MONTEIRO, A.L.G. et al. (eds.)
Forragicultura no Paraná. Londrina:
CPAF,1996. p.75-92.
MORAES, A Pressões de pastejo e produção animal em milheto (Pennisetum
americanum (L.) Leeke). Porto Alegre. 1984. Dissertação (Mestrado em
Agronomia) - Faculdade de Agronomia, UFRGS, 1984.
MORAES, A. Manejo de pastagem. In: MONTEIRO, A.L.G. et al. (eds.).
Forragicultura no Paraná. Londrina: CPAF, 1996. p. 109-122.
MORAES, A. Produtividade animal e dinâmica de uma pastagem de pangola
(Digitaria decumbens Stend), azevém (Lolium multiflorum Lam.) e trevo branco
(Trifolium repens L.) submetida a diferentes pressões de pastejo. Porto Alegre.
200f. Dissertação (Doutorado em Agronomia). UFRGS. 1991.
MORAES, A.; MARASCHIM, G.E. Pressões de pastejo e produção animal em
milheto cv. comum. Pesq. Agro-pec.Bras. ,Brasília, v.23, p.197-205, 1988.
MORRIS, R.M. The pattern of grazing in continuously grazed swards. Journal of
the British Grassland Society, v.24, p.65-71, 1969.
MORRISON, J.; JACKSON, M.V.; SPARROW, P.E. The response of perennial
ryegrass to fertiliser nitrogen in relation to climate and soil. Technical report,
Grassland Manuring Trial – GM20, v.27, Grassland Research Institute, Hurley,
1980.
MOTT, G. O. Evaluating forage production. In: HEATH, M.E.; METCALFE, D.S.;
BARNES,R.F. (ed.) Forages. 3. ed. Ames, The Iowa University Press., 1973,
p. 126-35.
MOTT, G.O. Relationship of available forage and animal performance in tropical
grazing systems. IN: FORAGE AND GRASSLAND CONFERENCE (1984:
Houston, Texas). Lexington: American Forage and Grassland Council, 1984.
P. 373-7.
NABINGER, C. Eficiência do uso de pastagens: disponibilidade e perdas de
forragem. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DA PASTAGEM, Piracicaba, 1997.
Anais. Piracicaba: FEALQ, 1997. p.213-251.
NABINGER, C. Princípios da exploração intensiva de pastagens. In: SIMPÓSIO
SOBRE MANEJO DAS PASTAGENS (13.: 1996: Piracicaba). Anais. Piracicaba:
FEALQ, 1996.p. 15-95.
O’SULLIVAN, M. Measurement of grazing behaviour and herbage intake on two
different grazing management systems for beef production. Grassland beef
production, p. 141-150, 1984.
PARSONS, A.J. The effects of season and management on the growth of grass
swards. In: JONES, M.B.; LAZENBY, A. (Ed.) The grass crop – The
physiological basis of production. London: Chapman and Hall, 1988b, p.129177.
PARSONS, A.J. The physiological basis of seasonal differences in the growth of
perennial ryegrass. Reading, 1980. Thesis (Ph.D.) – University of Reading.
PARSONS, A.J.; CHAPMAN, D.F. Principles of grass growth and pasture
utilization. In:
PARSONS, A.J.; JOHNSON, I.R.; HARVEY, A. Use of a model to optimize the
interaction between frequency and severity of intermittent defoliation and to
provide a fundamental comparison of the continuous and intermittent defoliation
of grass. Grass and Forage Science, v.43, n.1, p.49-59, 1988d.
PARSONS, A.J.; JOHNSON, I.R.; WILLIAMS, J.H.H. Leaf age structure and
canopy photosynthesis in rotationally and continuously grazed swards. Grass
and Forage Science, v.43, n.1, p.1-14, 1988a.
PARSONS, A.J.; PENNING, P.D. The effect of the duration of regrowth on
photosynthesis, leaf death and the average rate of growth in a rotationally
grazed sward. Grass and Forage Science, v.43, n.1, p.15-27, 1988c.
PARSONS, A.J; LEAFE, E.L.; COLLET, B.; PENNING, P.D.; LEWIS, J. The
physiology of grass production under grazing. 2. Photosynthesis, crop growth
and animal intake of continuously-grazed swards. Journal of Applied Ecology,
v.20, n.1, p.127-139, 1983b.
PARSONS, A.J; LEAFE, E.L.; COLLET, B.; STILES, W. The physiology of grass
production under grazing. 1. Characteristics of leaf and canopy photosynthesis
of continuously grazed swards. Journal of Applied Ecology, v.20, n.1, p.117126, 1983a.
PARSONS, A.J.; JOHNSON, I.R. The physiology of grass growth under grazing
In: FRAME, J. (ed.) Occasional Simposium No.19. Malvern Worcestershire:
British Grassland Society, 1986. p . 3-13.
POPP, J.D.; McCAUGHEY, W.P.; COHEN, R.D.H. Grazing system and stocking
rate effects on the productivity, botanical composition and soil surface
characteristics of alfalfa-grass pastures. Canadian Journal of Animal Science,
v.77, n.3, p.669-676, 1997.
POPPI, D.P.; HUGHES.T.P.; HUILLIER, P.J.
Intake of pasture by grazing
ruminants. IN: MICOL A.M. ed. Feeding Livestock on Pasture. New Zeland:
Hamilton, 1987. Cap.4, p. 55-64.
PRIOUL, J.L.; BRANGEON, J.; REYSS, A. Interaction between external and
internal conditions in the development of photosynthetic features in a grass leaf.
I. Regional responses along a leaf during and after low-light or high-light
acclimation. Plant physiology, v.66, p.762-769, 1980a.
PRIOUL, J.L.; BRANGEON, J.; REYSS, A. Interaction between external and
internal conditions in the development of photosynthetic features in a grass leaf.
II. Reversebility of light-induced responses as a function of developmental
stages . Plant physiology, v.66, p.770-774, 1980b.
RAYMOND, W.F. Grassland research, In: COOKE, G.W. (Ed.) Agricultural
Research 1931-1981, London: Agricultural Research Council, 1981, p.311-323.
RICHARDS, J.H. Physiology of plants recovering from defoliation. In:
INTERNATIONAL GRASSLAND CONGRESS (17.: 1993: Palmerston North).
Proceedings, 1993. p. 85-94.
ROBSON, M. J. the growth and development of simulated swards of perennial
ryegrass. 1. Leaf growth and dry weight change as related to the ceiling yield of
a seedling sward Annals of Botany, v.37, p.485-500, 1973.
ROBSON, M.J.; RYLE, G.J.A.; WOLEDGE, J. The grass plant – its form and
function. In: JONES, M.B.; LAZENBY, A. (Ed.) The grass crop – the
physiological basis of production. London: Chapman and Hall, 1988, p.2583.
RODRIGUES, L.R.A.; REIS, R.A. Conceituações e modalidades de sistemas
intensivos de pastejo rotacionado. In: Anais do 14 simpósio sobre manejo da
pastagem. Fealq, 1997.
RODRIGUES, L.R.A. Fatores morfofisiológicos de plantas forrageiras e o manejo
das pastagens. In:CURSO DE MANEJO DE PASTAGENS. (1.: 1985: Nova
Odessa I Curso...São Paulo: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do
Estado de São Paulo, 1985. P. 2-18.
SALISBURY, F.B.; ROSS, C.W. Plant physiology. Belmont: Wadsworth.
1992.
SIMÃO NETO, M. Sistemas de pastejo.2. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO
DA PASTAGEM (8.: 1986: Piracicaba). Anais. Piracicaba: FEALQ, 1986. p.
291-308.
SMETHAM, M.L. The management of pastures for grazing. Outlook on
Agriculture, v.24, n.3, p.167-177, 1995.
SMITH, M.A.; WHITEMAN, P.C. Animal production from rotationally-grazed natural
and sown pastures under coconuts at three stocking rates in the Solomon
Islands. Journal of Agricultural Science, v.104, n.1, p.173-180, 1985.
t MANNETJE, L.; JONES, R.J.; STOBBS, T.H. Pasture evaluation by grazing
experiments. In: SHAW, N.H.; BRYAN, W.W. (Ed.) Tropical pasture research.
Berkshire: CAB, 1976, cap.9, p.194-234.
TAINTON, N.M. Effects of diferent grazing rotations on pasture production.
Journal of the British Grassland Society, v.29, p.191-202, 1974.
THAREL, L.M. Rotational grazing on three Bermudagrass cultivars. Special
Report, Agricultural Experiment Station, University of Arkansas, n. 137,
p.17-19, 1989.
THE FORAGE AND GRAZING TERMINOLOGY COMMITTEE. Terminology for
grazing lands and grazing animals. Journal of Production Agriculture, v.5,
n.1, p.191-201, 1992.
THOMAS, V.M.; KOTT, R.W.; DITTERLINE, R.W. Sheep production response to
continuous and rotational stocking on dryland alfalfa/grass pasture. Sheep and
Goat Research Journal, v.11, n.3, p.122-126, 1995.
VILLIERS, J.F. de; BOTHA, W.A.; WANDRAG, J.J.; De VILLIERS, J.F. The
performance of lambs on kikuyu as influenced by stocking rate and grazing
system. South African Journal of Animal Science, v.24, n.4, p.133-139, 1994.
WADE, M. Factors affecting the availability of vegetative Lolium perenne to grazing
dairy cows with special reference to swards characteristics, stocking rate and
grazing method. Rennes, 1991. Thesis (Ph.D.) – Université de Rennes.
WADE, M. H.; BAKER, R.D. Defoliation inset-stocked grazing systems. Grass and
Forage Science, v.34, p.73-74, 1979.
WADE, M.H.; PEYRAD, J.L.; LEMAIRE, G.; CAMERON, E.A. The dynamics of
daily area and depht of grazing and herbage intake of cows in a five day
paddock
system.
PROCEEDINGS
OF
THE
XVI
INTERNATIONAL
GRASSLAND CONGRESS, Moscow, p.1111-1112, 1989.
WATANABE, K.; SATO, Y.; SAKURAI, T.; KOYAMA, Y. Effects of fertilization level
on the regrowth of perennial. 1. Changes of growth and nitrogen content with
timw and suitable cutting stages. Journal of Japanese Society of Grassland
Science, v.29, p.290-297, 1984.
WOLEDGE, J. The effect of shading during vegetative and reproductive growth on
the subsequent rate of photosynthesis in leaves of tall fescue (Festuca
arundinacea Schreb.). Annals of Botany, v.42, p.1085-1089, 1978.
WOLEDGE, J. The photosynthesis of ryegrass leaves grown in a simulated sward.
Annals of Applied Biology, v.73, p.229-237, 1973.
YEOH H.; BADGER, M.R.; WATSON, L. Variations in Km (CO2) of Ribulose-1-5Biphosphate Carboxylase among grasses. Plant Physiology: v. 66, p.11101112, 1980.
Download