CONTRIBUIÇÃO À AUDIÊNCIA PÚBLICA NO 026/2014 – FASE 2 APRIMORAMENTO DA METODOLOGIA DE CÁLCULO DAS PERDAS TÉCNICAS MÓDULO 7 - PRODIST Fevereiro de 2015 Superintendência de Regulação Contribuição AP nº 26/2014 I INTRODUÇÃO O presente documento formaliza a contribuição da Light acerca da proposta de aprimoramento dos procedimentos e da metodologia de cálculo de perdas técnicas da distribuição, regulamentada no Módulo 7 – Cálculo de Perdas na Distribuição do PRODIST, conforme Nota Técnica nº 0104/2014-SRD/ANEEL (“NT 104/14”), de 1° de Dezembro de 2014, a qual é parte da Audiência Pública nº 026/2014 (“AP 026/14”). Ressalta-se que a contribuição da Light é complementar às contribuições da ABRADEE, de cuja elaboração participou. II CONTRIBUIÇÃO DA LIGHT – MODELO DE CARGA Conforme consta da NT 104/14, item III.2, parágrafo 10, alínea l, a ANEEL adota, como parâmetro regulatório para a determinação das perdas técnicas, o modelo de carga tipo ZIP, impedância (Z), corrente (I) e potência (P). Isso significa que, dependendo do tipo de carga a ser modelada, um desses três elementos não variará considerando uma dada variação de tensão. Assim, por exemplo, no modelo ZIP cargas resistivas (chuveiro elétrico, p. ex.) não variam sua impedância com uma dada variação de tensão. Já as lâmpadas fluorescentes são cargas do tipo corrente constante, e isto significa que a corrente que passa por elas se mantém inalterada para uma dada variação de tensão. Finalmente, os motores elétricos mantém sua potência constante para uma dada variação de tensão e, por isso, são denominadas cargas do tipo potência constante. A ANEEL considera, para a parcela ativa da carga, uma modelagem de 50% impedância constante e 50% potência constante. Para a parcela reativa, o modelo pressupõe 100% de impedância constante. Conforme mencionado no parágrafo 22 da NT 104/14, essa modelagem é adotada nos Procedimentos de Rede, item 8.2.10 do Submódulo 23.3. Os Procedimentos de Rede tratam mormente de cargas situadas nos níveis de alta tensão ou superiores, onde o comportamento das cargas é bem diferente das de MT e BT. Na alta tensão a presença de motores de alta potência é uma prática comum e, portanto o modelo de carga pode considerar a parcela de potência constante com um peso de 50% ou até mais, entretanto para as cargas de MT e BT essa modelagem não parece ser a mais adequada. 2 Superintendência de Regulação Contribuição AP nº 26/2014 Já para as redes de distribuição MT e BT as parcelas de impedância e corrente constante são preponderantes, pois representam as cargas resistivas e de iluminação, típicas das unidades consumidoras residenciais e comerciais. Para empresas que possuem uma parcela de mercado industrial expressiva e, portanto, com peso da parcela de potência constante maior, talvez o modelo proposto pela ANEEL (50% impedância e 50% potência) possa se aplicar de forma satisfatória. Mas, no caso da Light essa modelagem certamente não é representativa, tendo em vista a composição do mercado consumidor com significativa participação de cargas residenciais e comerciais. Considerando que a modelagem de carga é extremamente importante na determinação das perdas técnicas, entendemos que não é razoável adotar um único modelo de carga para todas as distribuidoras, sob o risco de “engessar” o realismo dos seus mercados e distorcer os valores das perdas técnicas. Assim sendo, a Light propõe que sejam adotados para o cálculo das perdas técnicas os modelos de carga de cada distribuidora. Dessa forma, caso aceita esta contribuição, cada distribuidora enviará à ANEEL seu modelo de carga para análise e validação previamente à aplicação da metodologia de cálculo técnicas proposto. 3