AU TO RA L TO EI DI R DE UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES LE I PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PR OT EG ID O PE LA INSTITUTO A VEZ DO MESTRE DO CU M EN TO O COMPORTAMENTO SOCIAL E CONSUMO DA CLASSE C NA ÚLTIMA DÉCADA Por: Joicelane Ferreira do Espírito Santo Orientador Prof. Jorge Vieira Rio de Janeiro 2013 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O COMPORTAMENTO SOCIAL DA CLASSE C NA ÚLTIMA DÉCADA Apresentação Candido de Mendes monografia como à requisito Universidade parcial obtenção do grau de especialista em Marketing. Por: Joicelane Ferreira do Espírito Santo para 3 AGRADECIMENTOS Agradeço a todos que me ajudaram de certa maneira a chegar a esse momento tão especial de minha vida. . 4 DEDICATÓRIA Dedico esse estudo a minha mãe, aos meus amigos, em especial Eduardo Moura e a Deus por esse momento especial. 5 RESUMO O mercado consumidor no Brasil vem crescendo movido principalmente pelo reconhecimento significativo da classe C. Diversos fatores vêm influenciando esse fenômeno, como a abertura de crédito, a estabilidade da economia e facilidades de compra e negociação de produtos. As empresas, com suas estratégias e planejamento notam e se preparam estrategicamente para avançar sobre esse mercado, cada vez mais acirrado. Trataremos do significado da classe C, de suas estratégias de comunicação, crescimento econômico brasileiro e por fim aspectos que visam tecnologia e futuro. PALAVRAS CHAVE: Marketing, Classe C, consumo, comunicação, economia e tecnologia. 6 METODOLOGIA Estudo baseado em pesquisa bibliográfica onde utilizamos livros, artigos, reportagens e cases que retratam o marketing voltado a classe C e também ao crescimento econômico brasileiro. As referências utilizadas e escolhidas possuem o objetivo de compreender e elucidar técnicas de Marketing aplicadas à classe emergente, maior fatia social. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I CARACTERÍSTICAS E COMUNICAÇÃO NA CLASSE C 10 CAPÍTULO II CRESCIMENTO ECONÔMICO BRASILEIRO 19 CAPÍTULO III MARKETING, TECNOLOGIA E FUTURO 26 CONCLUSÃO 31 BIBLIOGRAFIA 33 WEBGRAFIA 35 ÍNDICE 36 FOLHA DE AVALIAÇÃO 37 8 INTRODUÇÃO Como resistir às tentações que nos provocam a cada vitrine ou a cada propaganda que recebemos no dia-a-dia? Difícil, não? A facilidade de compra a longo prazo, produtos exuberantes altamente tecnológicos repleto de status, importados ou nacionais atuam como verdadeiros canhões e se oferecem incessantemente aumentado cada vez o desejo de compra. Comunicações integradas de marketing reluzem como ouro em nossos olhos e em nosso consciente. Não tem dinheiro? Não tem problema, crédito é o que não falta na praça. O estudo vai contar como o a Classe C conseguiu garantir seu espaço. Há duas décadas quem imaginava ter um telefone celular? Ou até mesmo comprar um computador de última geração e até mesmo fazer a viagem dos sonhos? Com certeza essas ideias não povoavam os pensamentos de uma família que tinha, por exemplo, renda média em torno de R$ 1000.00. Hoje isso é possível graças o atual equilíbrio econômico brasileiro e condições acessíveis impostas no mercado. Também é importante ressaltar a maneira que o mercado como um todo se voltou e investiu comercialmente na enorme fatia popular que abrange a 1 Classe C. Partindo sobre os pontos de vista apresentados, nosso estudo abordará o crescimento da classe C sobre a seguinte ótica: a primeira parte do estudo conceituará as principais características desta classe. Para isso 1 MEIRELLES, R. É preciso descer do pedestal para entender a Nova Classe Média. Carta Capital. Disponível em <http:// http://www.cartacapital.com.br/economia/e-preciso-descer-do-pedestalpara-entender-a-nova-classe-media/>. Acesso em 25 de nov.2012 18:27:00. 9 2 usaremos como base o estudo de Hiller , onde ele relata como é difícil fazer uma comunicação clara e perfeita direcionada as classes emergentes. Ele retrata como grandes marcas e empresas – por exemplo, as Casas Bahia e o Boticário – constroem posições e premissas que atraem o público que vêm crescendo continuamente no país. Ainda abordaremos o consumo na sociedade contemporânea. Em 3 “Cultura, Consumo e Identidade” de Barbosa e Campbell uma reflexão chamou nossa atenção: “Eu compro, logo sei que existo”. No primeiro momento a sentença chama atenção, faz com o que leitor se indague e faça uma autocrítica sobre o que compramos e o que precisamos para viver. Na obra os autores buscam uma conexão entre consumo, ser e saber. O crescimento da classe C e seu poder aquisitivo de compra serão os assuntos abordados na segunda parte do estudo. Avaliaremos como o crescimento da economia e ampliação do crédito no país na última década foi preponderante para que pequenas e grandes empresas focassem nessa fatia social. Para isso criaram novos produtos, novas campanhas publicitárias, serviços e estratégias sólidas objetivando lucro e espaço maior no mercado. Encerrando o estudo faremos um comparativo e uma expectativa de futuro no mercado sobre novas tecnologias e o comportamento da classe C sobre a atual situação da economia brasileira. 2 HILLER, M. Dialogar com a classe C não é fácil. Disponível em < http://hwcorp.wordpress.com/2012/07/05/dialogar-com-a-classe-c-nao-e-facil/>. Acesso em 15 de nov.2012 09:32:00. 3 BARBOSA, L. CAMPBELL, C. Cultura, Consumo e Identidade. FGV, Rio de Janeiro, Ed. 1, 2006. 10 CAPÍTULO I CARACTERÍSTICAS E COMUNICAÇÃO NA CLASSE C Diariamente percebemos no mundo moderno uma série de fatores que influenciam e dinamizam o mercado em diversos segmentos. Há décadas atrás alguns produtos e serviços dificilmente eram utilizados por boa parte da sociedade, em especial classes inferiorizadas. Linha telefônica era considerada um bem e para adquirir tal serviço fazia-se necessário disponibilizar uma verba considerável e dificilmente parcelada. Viajar de avião, hoje uma realidade acessível aos brasileiros, era luxo. Hoje, podemos nos 4 deparar rotineiramente com crises aéreas oriundas de alta demanda. Antes de iniciar nosso estudo é importante definirmos alguns conceitos, dentre tais o significado de comportamento. Sem compreender tal ação dificilmente vamos assimilar as nuances do consumidor. Para a psicologia, comportamento é a relação do indivíduo com o seu mundo e proximidades. Nesse contexto o individuo transforma o seu ambiente e por ele é modificado, conforme um conjunto de idéias e expectativas decorrentes do cotidiano. Trata-se de uma função do ser com seu contexto, presente e passado. As decisões e seus pensamentos retomados por todos nós retratam sensações, pensamentos, imaginações e tomada de decisão. Interessa a história genética da espécie, a história pessoal da pessoa que se comporta e a cultura que se encontra. Dentro dessa concepção, o pensamento e os sentimentos também seriam 4 GUERREIRO, G. Jobim quer reduzir prazo de ressarcimento por atrasos vôos. Disponível em < www.economia.uol.com.br/uolnot/bbc/2008/09/18/ult2283u1339.jhtm > Acesso em: 06.jan.2013 12:57:00. 11 comportamentos. Pois eles são nossas interações com o mundo. (ABREU, P, 2011). Após descrição do significado de comportamento num conceito individual, não podemos esquecer que as ações da sociedade e seus grupos interferem no cotidiano. Ciente que cada um possui um pensamento, vontades e costumes, o comportamento social implica em aspectos que envolvem grupos específicos, entre eles o respeito aos semelhantes. Por vezes há um conflito entre o princípio moral e individual duelado com a “tribo” que se quer atingir. Oliveira (2012) aborda a necessidade preponderante e as satisfações coletivas da sociedade. Para ele, as constantes mudanças e a necessidade das pessoas em mudar visando crescimento, vem fazendo com que o comportamento social se recicle. Isso atinge aspectos como consumo de bens, serviços da mais alta tecnologia. As características de comportamento até aqui apresentadas envolvem diretamente a classe C. Conhecer tecnicamente e de maneira aprofundada sobre o significado desta fatia social torna-se imprescindível. Segundo o economista do jornal Estadão, Fernando Dantas a Classe C compreende-se: “de famílias com renda mensal total entre R$ 1,7 mil e 7,5 mil”. Já para Marcelo Néri, economista de políticas sociais da Fundação Getúlio Vargas, a classe C “é considerada média, por estar de fato no meio da distribuição. Não é uma classe média como a americana, com dois carros na garagem”. Ou seja, as definições acima apresentadas podem ser observadas pelo nível econômico de renda familiar e também pelo comportamento do brasileiro sobre o que é relevante para seu dia-a-dia. Nota-se ainda que nossa realidade 12 é bem diferente de outros países, como os europeus e EUA. A citação 5 apresentada por Néri refere-se a uma pesquisa onde o autor apontou pontos surpreendentes sobre a classe C que vive no Brasil comparado aos países citados. Ambas possuem poder de aquisição e compra fortificada, principalmente por estar amparada por créditos disponibilizados no mercado. O autor ainda qualifica a situação de carência e dependência como características relacionadas a populações desfavorecidas e acrescenta: “A nova classe média é fruto da recuperação a partir de gigantescos atrasos em áreas como trabalho formal, educação e fecundidade”. Desde 2002, houve um aumento de 31% nos rendimentos deste grupo – acima da média nacional, de 21%. Até 2011 a Classe C aumentou seu poderio econômico em torno de 100 bilhões de reais a mais sobre sua massa de renda. Dados como esse só fortalecem uma das principais características da nova classe média brasileira: uma marcante aspiração pelo empreendedorismo. O brasileiro está cada vez mais atento às possibilidades de mercado criando transações de alta rentabilidade. Assim, movimenta novos negócios e seduz cada vez a vontade de experimentar diferentes e inovadores serviços. Consumidor de varejo. Desta forma que Thaís Herédia, jornalista de economia, define a grande população formada pela classe C. Ela acredita num amadurecimento deste público citando pesquisa criada pela consultoria GS & MD – Gouvêa de Souza. Neste estudo fica claro que além do alto consumo varejista, a nova classe média social busca uma melhor qualidade de vida e de 5 NERI, M. A Nova classe média: o lado brilhante dos pobres. FGV, Rio de Janeiro 2010. 13 preferência por um preço acessível no mercado. A indução de venda cada vez mais perde espaço nesse púbico, diante de suas reais necessidades e da expertise de avaliar o que de fato ele necessita. Assim sendo cada vez mais cresce o número de empresas que concentram e aumentam cada vez mais seus esforços sobre essa camada social. Comunicações integradas de marketing atuam sobre esta classe emergente, que como retorno vem aumentando satisfatoriamente os índices de consumo. Todas ações criadas baseadas através de estudos, pesquisas e planejamentos direcionados que intensifiquem o interesse e o aumento de consumo. Como conversar e se conectar com a classe C, diante da imensidão de ofertas e excesso de estímulos que o mercado oferece? Essa é a pergunta que direciona as ações de marketing de algumas marcas. Grandes redes, principalmente as do varejo, constroem posicionamentos baseados na 6 conquista da felicidade: “Comprar é um prazer, eu consumo pra ser feliz” – esse é o cenário ideal que atraiam clientes e movimentem o mercado comercial. ...Para entrar na cabeça do público alvo, a publicidade precisa provocar identificação, empatia. Ao apostar no momento brasileiro,algumas empresas não intuem nem chutam. Elas investigam, pesquisam, procuram saber a que pensamentos a cabeça 7 da massa está aberta... (SOUZA, P.) . 6 HILLER, M. Dialogar com a classe C não é fácil. Disponível em < http://hwcorp.wordpress.com/2012/07/05/dialogar-com-a-classe-c-nao-e-facil/>. Acesso em 15 de nov.2012 09:32:00. 7 SOUSA, P. A Classe C descobriu o Brasil e vice-versa. Revista do Brasil, P. 14-18, Ed. 77, São Paulo, 2012. 14 Segundo a entrevista relatada na citação acima, Renato Meirelles pertencente ao Instituto Data Popular, a metodologia de pesquisa direcionada a classes emergentes é diferente. O instituto busca uma proximidade maior da população de baixa renda. Selecionam uma determinada comunidade, procuram algumas famílias que aceitem receber o pesquisador e com elas ficam durante um determinado período de tempo podendo ser até um mês. Convivendo com as pessoas e seu cotidiano, o Instituto entende que fica fácil entender a diferença entre discurso e prática. Enquanto as metodologias tradicionais de pesquisa pontuam apenas o que os pesquisados dizem de fazem, o Data Popular através do método pesquisa de campo no local, conhecida como “in loco”, consegue não só ouvir os relatos como verificar na prática se o que a classe C afirma de fato procede. E o mais importante: como isso acontece, qual é a sua metodologia. Durante anos se acreditou que o indivíduo da classe C queria transforma-se em integrante da classe A. Após algumas pesquisas in loco, Meirelles concluiu que estes indivíduos aspiram o sucesso de seus semelhantes, onde, por exemplo, um vizinho comprou um carro financiado baseado em todo contexto de sua história, a luta dele para conquistar esse bem. Já o milionário é visto pelo emergente como exibicionista, que joga dinheiro fora, não dá valor ao que conquista e o que compra, já que faz atos de consumo baseado em status que a sociedade reconhece. Para Hiller por mais minuciosa que seja o modelo de pesquisa citado por Meirelles, ainda é difícil a conexão com a classe baixa da base da pirâmide social. Segundo o autor os publicitários, diretores de marketing e profissionais 15 envolvidos no mercado estão economicamente muito distantes do público ao qual se quer atingir. Tão grave como o desenvolvimento do assunto é o excesso de especialização do redator, que o leva, quase sempre, a tratar as questões a dialogar com outros técnicos de igual cultura, esquecendose de que o leitor exige todas as explicações perfeitamente digeridas em linguagem a mais plana possível. (AMARAL, 1967, p.88-89). Partindo desse princípio foi necessário criar cada vez mais estereótipos que aproximem classes sociais com muita naturalidade. Por exemplo, a personagem Penha da novela “Cheias de Chame” da Rede Globo de Televisão. Na ficção a atriz Taís Araújo interpreta uma empregada doméstica de uma favela do Rio de Janeiro e consegue pelo seu talento e trabalho transformar sua profissão numa referência da música popular brasileira. Reconhecida como uma “empreguete” caiu no gosto público, principalmente por não renegar suas raízes. A ficção acaba agindo de maneira desonesta, já que faz a sociedade acreditar que todos podem chegar ao ápice através de seu meio e seu cotidiano, o que sabemos que não é uma realidade geral. A Classe C tem na atualidade o melhor poder de compra e isso foi suficiente para torná-la o ponto central do marketing de varejo. Não importa se essas pessoas sabem o que estão consumindo, o importante é criar subterfúgios e aspectos que leve o seu interesse em experimentar novos produtos e serviços. Em alguns casos a comunicação funciona tão bem, mas nem sempre a torna eficiente no seu objetivo final. O consumo exagerado e o nível de interesse que certos serviços atingem são cruciais para o sucesso de determinadas áreas, como o caso das compras coletivas. Mas é importante ressaltar: não adianta uma empresa criar expectativas de compra se não é possível atender tamanha demanda. 16 As compras coletivas são um verdadeiro sucesso no Brasil, principalmente durante seu surgimento. O consumidor é atraído por comunicações em destaque pelo próprio site da empresa, por e-mail e pelas redes sociais. A relação criada é próxima da intimidade, no site “Peixe Urbano” percebemos vários adjetivos relacionando o cliente a situações de conforto, relaxamento e claro por um preço bem econômico. Tudo muito bonito, tudo muito perfeito. O preço acaba sobrepondo a proposta feita em letras pequenas feitas pelo fornecedor que muitas vezes desgasta a relação que se tentou criar com o público-alvo. O sucesso é tanto que não se consegue atender o número de consumidores interessados, como podemos perceber no site Reclame Aqui. Percebemos assim um ponto crítico na relação comunicação e demanda. O segredo da classe C não está na renda, está no crédito. Durante essa última década ampliou-se consideravelmente o crédito no país, principalmente 8 após a crise econômica de 2008 ocorridas nos EUA . Nunca antes na história econômica brasileira se vendeu tanto e nunca o mercado ficou tão eufórico. Porém, tudo tem um preço e no caso do Brasil, os juros atribuídos a operações de créditos realizados chegam a ser cruéis. Um dos maiores do mundo. Impulsionados pela ampliação do crédito, que chega a recordes na história econômica brasileira, as empresas vêem a Classe C como fonte de lucros superiores até aos da Classe A e B. Isso ocorre se dá que este público possui menor poder aquisitivo, poucos compram à vista, parcelam cada vez mais sendo fácil alvo de tarifas maiores e juros mais elevados. Acrescenta-se a 8 G1. Crise Financeira de 2008 Ofuscou Toda a Gestão de Obama, diz economista. Disponível em <http://g1.globo.com/mundo/eleicoes-nos-eua/2012/noticia/2012/11/crise-financeira-de-2008-ofuscoutoda-gestao-de-obama-diz-economista.html> . Acesso em 30 jan.2013. 19:32:00. 17 isso a preocupação da classe C em honrar seus compromissos é fundamental nessa relação. Afinal, se não há pagamento não há aprovação para executar novas compras. Assim sendo, a produção aumenta e gera reflexo nas vendas dos fornecedores que por conta do grande consumo, aumentam seus estoques e o país se desenvolve num ciclo satisfatório para a economia de qualquer país emergente. O trabalho da imprensa é fundamental nesse ciclo. Diariamente os veículos de comunicação retratam a nível popular essa movimentação de mercado, aumento de impostos, interesses em novos produtos que destacam e ampliam o interesse comercial ou mesmo que buscam aprimorar o nível de qualidade de vida. Profissionais da imprensa focados no segmento economia atuam de maneira competente sobre assuntos que se fazem presente na vida do povo brasileiro. Seus objetivos são traduzir a seu público uma gama de gráficos, números e a linguagem da economia sobre o cotidiano partindo de uma linguagem informal e próxima da classe. Uma maneira bem sutil de juntar jornalismo e comércio. Para Caldas (2003) isso é visto com crítica, já que muitas vezes os profissionais partem de termos específicos e técnicos e área que nem sempre estão ao alcance do vocabulário dos públicos mais baixos de nossa sociedade, incluindo a classe C. Em seu estudo ele relata que isso ocorre quando os profissionais de imprensa ouvem de suas fontes de informações agregadas de aplicações técnicas, muitas utilizando vocabulário internacional onde poucos acabam codificando a informação que se quer passar. Às vezes nem sempre o jornalista compreende de maneira plana o que está passando a seu público. 18 Ele apenas parte de um histórico e uma forma antiga e ultrapassa de se fazer jornalismo onde o bonito é muito mais evidente do que a informação. Muito mais que compreender a classe C, nosso estudo quer ampliar seus interesses e seu espaço. Entender todo o processo e as partes que os formam, incluindo empresas e veículos de comunicação, são fundamentais nesse planejamento. Não se faz comércio sem proximidade de seu público. Não se faz resultados sem manifestar interesse. As empresas precisam dos clientes e os clientes necessitam de produtos e serviços para viver e para ampliar seus interesses e confortos. Por fim, a classe C está crescendo cada vez mais como podemos perceber nas ações especificadas nessa primeira parte do estudo. O mais interessante que ela não está retirando de outra camada social a fim de igualar níveis. Muito pelo contrário. Seu trabalho e sua disposição em especializar-se dentro de suas atividades foram fundamentais para esse crescimento e reconhecimento. 19 CAPÍTULO II CRESCIMENTO ECONÔMICO BRASILEIRO Percebemos no capítulo anterior que o interesse em adquirir novos produtos e serviços e a tentativa de cada vez experimentar novos mercados vem ocorrendo com freqüência em nosso país, principalmente na classe C. Isso não aconteceu do dia para noite. Uma série de fatores envolvendo decisões políticas e econômicas foram fundamentais para que a sociedade brasileira pudesse ter a oportunidade de melhorar seu poder aquisitivo e principalmente ter a oportunidade de crédito como opção de compra no dia-adia. Na década de 90 o Brasil sofreu com sérios problemas econômicos, principalmente por atitudes políticas despreparadas e falta de um plano financeiro sério e atuante. Certamente um dos momentos mais conturbados de toda história da política desse país. Cadernetas de poupança foram confiscadas, a estabilidade econômica foi comprometida, a inflação perdeu seu controle e outras ações que atingiram diretamente a vida e os dias seguintes de nossa população. É o que retrata o Basile: ...De repente os brasileiros, pessoas físicas e jurídicas acordaram sabendo que só teriam, disponíveis no banco 50 cruzados novos, que eram de fato muito pouco dinheiro (...). Essas e muitas outras questões extremamente angustiantes infernizaram o cotidiano dos cidadãos. Precisavam entender o que ocorreria... (BASILE, S. 2002, p. 76). Após a crise ocorrida no início dos anos 90, o país aos poucos foi resgatando sua moral econômica. Depois da queda do presidente Fernando 20 Collor de Mello e a entrada de novos comandantes como Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, o Brasil passou a viver dias melhores. A moeda ganhou estabilidade, o Plano Real mostrou eficiência e atua de maneira significativa nos dias atuais de nosso país. O fim dos anos 90 serviu para que a sucessão de atitudes errôneas citadas por Basile fosse assentada e aos poucos o país voltasse a viver uma fase mais tranqüila no cenário econômico. A chegada de um novo milênio serviu também para alavancar cada vez mais a política financeira nacional. O ex-operário, oriundo de classe popular, Luís Inácio Lula da Silva chegou a Presidência da República em 2002 revestido de uma série de atitudes e planejamento que afetaram positivamente o poderio econômico dos cidadãos brasileiros, sem esquecer, claro, de movimentar e ascender classes sociais antes não prioritárias de uma forma 9 geral. . Souza afirma: ... As pessoas melhoram de vida e querem continuar melhorando. Votam em candidatos que se proponham a fazer com que sigam acreditando que a vida vai melhorar. E, mais do que isso, conseguem trazer a discussão política para a vida real. Se tem o mérito do expresidente Lula é a capacidade de explicar como poucos temas de economia, de política nacional ou externa de formas que as pessoas entendam. Ele tem uma forma muito direta para que a população entenda o que ele diz. É por isso que tem um dos maiores índices de aprovação da história... (SOUSA, P. p. 18) Nos anos subseqüentes outras ações se tornaram importantes e serviram para movimentar o mercado comercial. O país passou a adotar políticas que investisse no pequeno e médio empreendedor, o público em geral passou a disponibilizar crédito sobre a honra de manter em dia seus compromissos. A importância de estudar e se qualificar ficaram cada vez mais 9 SILVA, Ilse Gomes. A Reforma do Estado Brasileiro nos Anos 90. São Paulo, 2004. 21 nítidos em todos os segmentos. Toda essa dinâmica serve para atender como também ampliar interesses e criar novos aspectos que façam a sociedade despertar interesses antes não existentes ou descobertos. Gadbem 10 relata na obra “O Aumento do Consumo da Classe C e os Reflexos na Comunicação de Mercado” o fenômeno da amplitude e poderio de compra da classe no mercado. Tais aspectos o autor ressalta com relevância: abertura de crédito, estabilidade da economia com inflação controlada, facilidades de negociação de compra de produtos referentes a outras classes. Segundo a matéria “A Classe C descobriu o Brasil, e vice-versa” pertencente a “Revista do Brasil”, a forma segura econômica leva a população em geral, principalmente a mais desfavorecida, o interesse em estudar mais, investir em novos negócios, ampliar seus horizontes culturais através de viagens, conferências e ações que somem valores a seu intelecto. Sendo assim, nosso país conseguiu trilhar sobre um caminho que ampliou o mercado de trabalho e por conseqüência o aumento de renda. Se há interesse em explorar novos produtos e áreas, certamente haverá pessoas que invistam sobre esses setores e para isso a contratação de mão de obra qualificada será necessária. A cada ano presenciamos um aumento significativo do número de universitários graduados sobre os diversos tipos de especializações (SOUZA, P, 2012, p.18). Isso agrega uma cultura importante às novas gerações que virão no futuro. Com pais formados e preocupados com interesse pela boa formação tendem a investir e salientar a importância de investir e cobrar 22 melhor qualidade de ensino que é oferecida aos seus filhos. A melhora do ensino leva também a formação de uma sociedade que enxerga a educação como um divisor para melhorar sua qualidade de vida. No campo do Marketing a coisa não é diferente. Cada vez mais é preciso de profissionais dinâmicos e ligados a realidade de nosso país, buscando o interesse em criar artigos e aspectos que atinjam diretamente o público relatado no parágrafo anterior. Faz-se necessário compreender que não é função dos profissionais de Marketing aumentar e alavancar a vendagem de uma empresa. Esses mercadólogos precisam ter como ferramenta a sensibilidade de desenvolver técnicas e idéias que convençam esse novo público que é interessante adquirir as marcas trabalhadas. Sobre esta ótica a pesquisa é fundamento indispensável. Afinal, usando técnicas de apuração qualificadas podemos apreender e agrupar uma série de informações. Meirelles destaca toda sua experiência nesse sentido a frente do instituto Data Popular. Ele afirma que instituto ganha um reconhecimento financeiro considerável ao fornecer consultoria às empresas: “Orienta executivos a desenvolver produtos que caíram no gosto deste consumidor, que está louco para comprar um computador que saiba usar ou encontrar com facilidade a primeira viagem de avião”. Fato esse que boa parte de nossos formadores de opinião ainda não descobriram. Percebemos até aqui como a mudança econômica e social do país serviu de ponto de partida para que empresários percebessem a necessidade de explorar um público que cresce cada vez mais, a classe C. Interessante é 10 GADBEM, A. O aumento do consumo da Classe C e os reflexos gerados na 23 perceber que não houve uma perda sobre os números de alcance comercial atingido em classes superiores, como a A e a B. Muito pelo contrário, apenas aumentamos nossa capacidade de produzir novos insumos que atingem toda a sociedade. De maneira geral, podemos perceber uma democratização na utilização de produtos e serviços. Fato que não notávamos no início dos anos 90, por exemplo. Ações bem sucedidas são notórias sobre o esforço de tentar alcançar e manter novos públicos. O Grupo Positivo, sistema reconhecido pelos métodos educacionais aplicados e que passou a investir no ramo tecnológico, recebeu uma ampla consultoria aplicada em desenvolver seus serviços educacionais em forma de computadores. Assim, surgiu o “PC da Família” que em pouco tempo se tornou líder e mantém um vasto reconhecimento de mercado dentro do ramo de varejo. A Gol Linhas Aéreas, também precisou avaliar seus métodos comerciais. Criada sobre o objetivo de atender um público que antes não viajava de avião, a empresa precisou abrir lojas próprias visando vender passagens aéreas. Lojas em grandes centros comerciais foram instaladas. Embora a tecnologia avance cada vez mais sabemos que no Brasil ela não atinge um nível considerado satisfatório e que muitas pessoas, principalmente as de mais idades, ainda não se sentem confortáveis em comprar de maneira on-line. Aspecto esse que precisava ser avaliado pela Gol, já que o interesse desse público nunca foi descartado. Notório perceber que as atitudes apresentadas pelas empresas citadas acima reflete não apenas no poderio rentável da população brasileira. Muito comunicação de mercado. Tres Corações, 2009. 24 mais que reter dinheiro e crédito cada vez mais se apresentava nítido que a auto-estima de nossa sociedade aumentava. Uma pessoa desempregada, sem renda fixa, se torna dependente de outro para sobreviver. Quando ela passa a ganhar seu próprio sustento, passa a ter uma renda ainda que não seja fixa – trabalho informal – ela é capaz de criar planos, traçar metas, criar uma ambição que pode ser considerada positiva, afinal todos tem direito de crescer e desenvolver como pessoa e como profissional. Ao ser questionado sobre esse aspecto, Meirelles conclui: Então, a segurança do crescimento do emprego formal cria um ambiente que possibilita que mais brasileiros possam pensar a diante. A segurança econômica, mais que uma sensação, é algo efetivo, e para o país é um ativo, é o que faz sua economia crescer. Uma pessoa empregada tem FGTS, 13º, férias, e com isso pode desejar uma viagem. Terá um seguro-desemprego. Então, objetivamente, temos um ambiente em que mais indivíduos estão mais seguros do que podem experimentar um desenvolvimento econômico e também pessoal. Avaliamos assim, que muito mais que crescer economicamente, nossa sociedade evoluiu no seu cotidiano. Passou a criar uma série de critérios e exigências que foram necessárias e atendidas por diversas empresas. Quem não enquadrou a nova realidade, quem não foi honesto nas promessas realizadas ao seu público e quem não esteve atendo as dinâmicas impostas por todos os aspectos apresentados nesse estudo certamente teve dificuldades de se manter dentro do seu segmento. Mais que estar atento ao que movimenta do cotidiano social, as empresas cada vez mais se interessam sobre os pensamentos de seu público que cada vez mais se especializa e forma opinião e possuem ferramentas sociais que atingem de forma positiva e, 25 principalmente quando mal atendidos, de maneira negativa. A tecnologia servindo de base, cultura e ferramenta de apoio. Sem o crescimento econômico e de crédito esse fator seria inviável. 26 CAPÍTULO 3 MARKETING, TECNOLOGIA E FUTURO. Ao longo deste estudo detalhamos estratégias e formas de comunicação que atinjam diretamente público e empresas. A definição de marketing torna-se mandatária e fundamental nesse processo. Mais que uma ciência, o marketing é um conjunto de técnicas que fascinam e encantam consumidores e organizações. Em estudos sobre administração, Kotler (2000) atribui ao marketing como processo social onde podemos presenciar negociação direta entre grupos e pessoas. Esses interesses refletem da necessidade livre de consumir produtos e serviços. Para isso é importante trabalhar diante de um conjunto técnico que vise trocas mútuas e diferentes segmentos, sem esquecer necessidade de criar conceitos e idéias. As técnicas são indispensáveis, mas a Venda também é fator fundamental para o segmento de marketing. Muito mais que propaganda, a ciência é o conjunto de atividades desenvolvidas por empresas e também processo que envolve empresas. (MCARTH, J.; PERRAULT, W., 1997). Sendo assim, as organizações precisam determinar metas partindo de seus anseios e necessidades que envolvam seu público, tais como: preço, promoção, distribuição e comunicação integrada eficiente. Além de compreender o significado da classe C e os processos e comunicação que as envolve, reafirmamos a importância que o crescimento econômico e político no Brasil foram fundamentais para esse processo. Muito mais que crescer em poderio econômico constatamos que mais que dinheiro 27 adquirido foi perceptível a importância de aperfeiçoamento profissional, pessoal e também nos tornamos cada vez mais críticos sobre a qualidade de produtos e serviços oferecidos no mercado. A tecnologia nesse caminho é uma ferramenta aplicável e ágil e dá tons avançados e melhores perspectivas ao futuro. Habitualmente percebemos no cotidiano diversos meios de comunicação que de maneira eficiente divulgam e ampliam informações relacionadas a grandes marcas e empresas. A Classe C está totalmente inserida nesse meio. Embora nem sempre os produtos tecnológicos sejam economicamente baratos, as linhas de créditos disponíveis e as formas de pagamento fazem com que essa grande parte da população impulsione, inclusive, o comércio eletrônico. Assim sendo, facilmente vemos uma pessoa de nível social comum acessando informações por “tablets”, notebooks ou 11 “smartphones”, sendo possível ainda executar serviços “e-commerce” por esse canal. ...Os consumidores da classe C são apontados como os grandes responsáveis pelo aumento significativo das vendas pela internet no Brasil. Os recordes de venda de computadores no país nos últimos anos e o crescimento do acesso à população banda larga tem ajudado a trazer para o varejo eletrônico os brasileiros de menor poder aquisitivo, até então fora da base de e-consumidores... (GADBEM, 2009, p.5). Segundo informa Gadbem em seu estudo, atualmente os telefones celulares lideram o ranking de produtos mais comprados pela classe C no comércio virtual C. Em seguida vem os DVDs e câmeras digitais. Partindo desse dado, pode-se perceber que além de poderio econômico essa classe 11 Compra efetuada por meio eletrônico, em especial, internet. 28 está ligada a modernidade e possui de forma móvel inúmero acessos que servem para as empresas cada vez mais se mostrarem e divulgar seu portfólio. Quem se adequar a esse fator e o mix de marketing, principalmente focado no preço e na facilidade de pagamento, têm grandes chances de alavancar seu número de vendas e atingir cada vez mais o número de consumidores que vem migrando para essa fatia social. Percebemos na atualidade diversas ações que entopem e faz com que compradores fiquem cada vez mais tentados em adquirir mercadorias e serviços. Tons coloridos, chamativos, adjetivos ligados ao prazer, conforto e principalmente a juventude são fatores presentes e notórios em peças publicitárias. Basta um clique. Um clique no e-mail, em um link, num compartilhamento de uma rede social ou mesmo um grande site de vendas reconhecido no mercado. Além de ser uma opção de compras confortável, essas ferramentas fazem um atendimento perfeito e qualificado a regiões de nosso país antes esquecidas. Quem do sertão nordestino poderia imaginar que aquela roupa de moda do Rio de Janeiro poderia chegar a sua residência por apenas um clique? Hoje isso é possível. Embora esse cenário citado seja uma realidade ainda não podemos afirmar com veemência se este crescimento será permanente nos próximos anos. Ainda assim a evidência que o crescimento econômico no Brasil dificilmente mudará em alta escala. Oportunidades de novos negócios serão nítidas e necessitarão cada vez mais ser exploradas desde pequenos artigos a produtos de luxo aprimorado. As empresas que souberem trabalhar e 29 estiverem atentas a esses nichos de mercado certamente ganhará destaque, espaço e consecutivamente lucro. As promoções serão ferramentas imprescindíveis para a decisão de compra. Os produtos agora certamente serão mais caros, porém de qualidade aprimorada. Gadbem ressalta que a compra casada e facilitada cada vez mais ganhará espaço e se tornará atrativo aos consumidores na escolha da marca e dos produtos. A internet é outro fator preponderante no caminho de novas tecnologias e o marketing. Sites de compras como Amercianas.com e Submarino são exemplos claros de audiência e retorno comercial. A forma de parcelamento das compras e os demasiados chamarizes de venda se adaptam perfeitamente no interesse dos consumidores. Empresas aéreas e focadas no ramo turístico também vêem a rede mundial de computadores como veículo contato e vendas de pacotes promocionais cada vez mais próximos de clientes da classe C. Principalmente pelo aspecto econômico apresentado na segunda parte desse estudo. Percebemos assim uma maior concentração de esforços de comunicação e financeiros dedicados ás preferências dessa classe emergente. Existe ainda uma grande mobilização contínua para alcançar estes consumidores. Com isso vemos também a expansão de novas linhas de produtos. Grandes redes estão criando novas marcas com o posicionamento voltado a classe C,temos como exemplo a marca octogenária Kopenhagen. Diante da concorrência com a jovem “Cacau Show”, a marca criou a 30 “Chocolates Brasil Cacau” com a intenção de atender ao público de menor poder aquisitivo. Com informações precisas sobre o comportamento deste consumidor as estratégias são direcionadas às suas preferências, principalmente no que se refere as táticas de merchandising nos pontos de vendas. No entendimento de Mowen e Minor (2003), o comportamento do consumidor é definido como o estudo das unidades compradoras, ou seja, os consumidores, e dos processos de troca envolvidos na aquisição, consumo e na disposição de mercadorias, serviços, experiências e idéias. Neste sentido a compreensão do comportamento do consumidor mostra como um processo contínuo e não mais apenas o processo realizado no momento da troca de pagamento por bens ou serviços. . 31 CONCLUSÃO Ciente da movimentação e do interesse cada vez maior em adquiri novos produtos e serviços, o estudo buscou compreender os motivos que dinamizam a classe C. Para isso foi preciso de maneira prioritária compreender alguns significados. Os comportamentos, as influências e os artifícios utilizados pelas empresas são características que se mostraram marcantes e acentuadas durante a pesquisa. Aprofundando o dia-a-dia da classe C – maior fatia social atual – podemos perceber como o interesse em adquirir mercadorias e serviços não alcançáveis é notório. Cada vez mais esses novos clientes investem em educação, vestuário, telefonia e tecnologia, sendo esses os segmentos mais procurados. Tudo isso graças ao crescimento considerável da economia nacional interferindo, inclusive, com uma profunda ascensão social da população. Atentas às políticas sociais, econômicas e de crédito, as empresas não perderam tempo em suas estratégias. Cada vez mais profissionais de marketing são contratados para desenvolver e aplicar técnicas que deixem suas marcas e produtos irresistíveis ao seu consumidor. Já que o brasileiro cada vez mais quer aproveitar as oportunidades de consumo com o mercado, afinal, durante muitos anos a sociedade de poder aquisitivo mais baixo aprendeu a sobreviver com produtos e serviços básicos. Boas ações de marketing além de trazer sensações positivas az com que o público desta classe sinta que o sonho de um passado difícil, hoje, é uma realidade. 32 O processo técnico aplicado pelos profissionais de marketing também deve ser frisado quanto a sua importância. Tudo baseado em técnicas aprimoradas e profundas pesquisas que buscam entender e ampliar o conhecimento de seu público alvo. Na visão comercial não cabe aventuras e desafios, tudo deve ser tecnicamente aplicado para que as chances de erro sejam cada vez minimizadas. Por isso ao deparar com uma peça ou objeto de divulgação é preciso compreender que cada cor, posição estratégica ou idéia foi totalmente pensada e fundamentada. A tecnologia, claro, não podia ficar de fora desse mercado. Ferramentas modernas, dinâmicas e aplicadas de maneira instantânea servem cada vez mais de suporte para o dia-a-dia do marketing. Hoje, o cliente, em especial da classe C, sente parte integrante de sua marca ou produto favorito, principalmente quando interage de maneira clara e direta através de meios eletrônicos. Novas tecnologias incessantemente serão criadas e todos – clientes e empresas – precisam estar atentas a estas modificações. Por fim muito mais que compreender as nuances desse mercado é preciso definir e entender que o profissional de marketing não é um vendedor. Muito pelo contrário. Seu trabalho se aplicará a desenvolver uma metodologia que atinja consumidores sobre a necessidade de consumo. É preciso criar a idéia de compra, mas os conceitos de marca também são fundamentais. O que ainda falta é cada vez melhorar a atenção e investimento sério a classe C que está de braços abertos pronta a consumir. 33 BIBLIOGRAFIA AMARAL, L. Jornalismo: Matéria de Primeira Página. Rio de Janeiro: Edições Tempo Brasileiro, 1967. BARBOSA, L. CAMPBELL, C. Cultura, Consumo e Identidade. FGV, Rio de Janeiro: Ed. 1, 2006. BASILE, S. Elementos de Jornalismo Econômico. São Paulo: Campus, Ed. 2, 2002. CALDAS, S. Jornalismo Econômico. Ed. 1, São Paulo: Contexto, 2003 GADBEM, A. O aumento do consumo da Classe C e os reflexos gerados na comunicação de mercado. Três Corações, 2009. KOTLER, P. Administração de Marketing: a edição do novo milênio. São Paulo: Prenticehall, 2000. MCARTHY, Edmund. Jerome; PERREAULT JÚNIOR, Willian. Marketing Essencial: Uma Abordagem Gerencial e Global. 1ª ed. São Paulo: Atlas, 1997 MOWEN, John; MINOR, Michael S. Comportamento do Consumidor. São Paulo: Prentice-Hall, 2003. NERI, M. A Nova classe média: o lado brilhante dos pobres. FGV, Rio de Janeiro, 2010. 34 OLIVEIRA, P. Comportamento Social e Econômico. UNESP-FCA, São Paulo, 2012. SILVA, Ilse Gomes. A Reforma do Estado Brasileiro nos Anos 90. São Paulo, 2004. SOUSA, P. A Classe C descobriu o Brasil e vice-versa. Revista do Brasil, Ed. 77, São Paulo, 2012. 35 WEBGRAFIA ABREU, P. O que é comportamento? Disponível em <http://www.iaccsul.com.br/blog/45-blog/165-o-que-e-comportamento>. Acesso em 30.jan.2013 19:45:00. GUERREIRO, G. Jobim quer reduzir prazo de ressarcimento por atrasos vôos. Disponível em <www.economia.uol.com.br/uolnot/bbc/2008/09/18/ult2283u1339.jhtm>. Acesso em: 06.jan.2013 12:57:00. G1. Crise Financeira de 2008 Ofuscou Toda a Gestão de Obama, diz economista. Disponível em <http://g1.globo.com/mundo/eleicoes-nos- eua/2012/noticia/2012/11/crise-financeira-de-2008-ofuscou-toda-gestao-deobama-diz-economista.html> . Acesso em 30 jan.2013. 19:32:00. HILLER, M. Dialogar com a classe C não é fácil. Disponível em < http://hwcorp.wordpress.com/2012/07/05/dialogar-com-a-classe-c-nao-e-facil/>. Acesso em 15 de nov.2012 09:32:00. MEIRELLES, R. É preciso descer do pedestal para entender a Nova Classe Média. Carta Capital. 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