Biológico, São Paulo, v.77, Suplemento 2, p.1

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Buiatria 2015
ECOCARDIOGRAFIA EM BOVINOS INTOXICADOS EXPERIMENTALMENTE PELA PALICOUREA MARCGRAVII A. ST.
HIL E TRATADOS COM TIOSSULFATO DE SÓDIO. RODRIGUES, M.K.F.; RAHAL, N.M.; BORGES, C.M.S.; CARVALHO,
R.O.A.; SANTOS JÚNIOR, M.B.; CUNHA, P.H.J. da Universidade Federal de Goiás, Escola de Veterinária e Zootecnia, Goiania,
Go, Brasil. E-mail: [email protected]
A Palicourea marcgravii A. St. Hill faz parte de um grupo de plantas tóxicas distribuídas pelo Brasil capazes de causar morte
súbita em bovinos, gerando perdas econômicas significativas. O quadro clínico-patológico indica que a P. marcgravii interfere no
funcionamento do coração, causando insuficiência cardíaca aguda demonstrando assim, que estudos ecocardiográficos, juntamente com avaliações físicas e laboratoriais são importantes para estabelecer o diagnóstico e melhor compreender a fisiopatologia
dessa intoxicação. Visando a redução de óbitos dos animais testou-se o emprego do tiossulfato de sódio como forma de proteção
aos efeitos deletérios da P. marcgravii em animais experimentalmente intoxicados. Foram utilizados 12 bovinos, machos, da raça
Nelore com idade aproximada de 10 meses e peso vivo médio de 154 kg. Estes foram divididos aleatoriamente em 2 grupos
experimentais, intoxicados por via oral, em dose única (0,5 mg/kg de ácido monofluoroacetato de sódio) com P. marcgravii. Os
animais foram tratados com tiossulfato de sódio, por via endovenosa, em dose única, nas concentrações de 50 g/animal (grupo
G1) e 100 g/animal (grupo G2). Os exames ecocardiográficos foram realizados no hemitorax esquerdo e direito, na região do 3º
ao 5º espaço intercostal. Foram obtidas as imagens bidimensionais apical esquerda (saída do ventrículo esquerdo), paraesternal
direita, eixo curto dos ventrículos e posteriormente a avaliação em modo M (diâmetros) e Doppler (fluxos). As imagens foram
adquiridas com os animais contidos no brete a cada três horas, em posição quadrupedal utilizando o aparelho de ultrassom e probe
phased com frequência de 1-4 mhz. Avaliou-se a espessura do septo interventricular na diástole (SIVd) e sístole (SIVd), diâmetro
da câmara ventricular na diástole (VEd) e sístole (VEs), espessura da parede do ventrículo esquerdo na diástole (PVEd) e sístole
(PVEs), diâmetro do átrio esquerdo (AE) e da raiz da aorta (AO), fração de ejeção (FE) e de encurtamento (FC), e débito cardíaco
(CODC). A média e os desvios padrão das avaliações foram calculados, submetidas à análise de variância e comparadas pelo
teste de Tukey (p < 0,05). O início dos sinais clínicos variou de 180 a 540 minutos no grupo G1 e de 180 a 360 minutos nos animais
do grupo G2. Os animais vieram a óbito no intervalo de 303 a 1697 minutos após a intoxicação. Em três animais do grupo G1 e
um do G2, não foi possível administrar toda a dose terapêutica proposta, pois os animais morreram durante o procedimento. Os
principais achados ecocardiográficos foram o aumento da espessura do septo interventricular na diástole, redução da fração de
ejeção e de encurtamento sistólico, além de acentuada redução do débito cardíaco. Conclui-se que os animais intoxicados pela P.
marcgravii apresentaram considerável decréscimo da função sistólica que não pode ser revertida pelo tratamento com o tiossulfato
de sódio, resultando no óbito dos animais.
CNPq: Processo n. 479011/2011-7.
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UTILIZAÇÃO DE ULTRASSONOGRAFIA COM MODO DOPPLER EM VACA COM PIOMETRA. RIBEIRO, B.L.M.; MEIRA JUNIOR, E.B.S.; ALEMÁN, M.A.R.; REIS, G.A.; MARQUES, E.C.; GREGORY, L. Universidade de São Paulo, Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: [email protected]
A pecuária é um dos setores mais importantes do agronegócio brasileiro. O Brasil é o maior exportador de carne bovina e
sexto maior produtor de leite. O aumento da capacidade produtiva acarretou numa maior demanda reprodutiva evidenciando
algumas enfermidades. As doenças infecciosas uterina no pós-parto, que incluem metrite, endometrite e piometra, têm um grande impacto sobre a saúde e produtividade das vacas leiteiras. Para melhor avaliação do aparelho reprodutivo feminino, alguns
pesquisadores utilizam a ultrassonografia convencional associada ferramenta Doppler, relativamente recente na medicina veterinária. Verifica-se que em diferentes espécies animais apresentam particularidades em relação à perfusão das artérias maternas
e fetais, a qual é influenciada por diversos fatores, como espécie, fase do ciclo reprodutivo, idade gestacional. Tal fato evidencia a
importância da ultrassonografia Doppler para o monitoramento reprodutivo de fêmeas, embora o conhecimento na área ainda não
seja completo. Ao visitar uma propriedade leiteira no Estado de São Paulo, com o intuito examinar vacas holandesa com período
de 25 a 35 dias pós-parto, cuja queixa era a não apresentação de cio e baixa taxa de concepção, foi realizado o exame obstétrico
com o auxilio de um aparelho de Ultrassonográfico M-Turbo, probe micro convexa ICTx/8-5 MHz. Durante a avaliação ultrassonográfica observou-se útero com diâmetro aumentado e presença de conteúdo heterogêneo e focos hiperecóicos nos cornos.
Executou-se as medidas de cérvix e cornos. Ao visualizar os ovários observou-se a presença de corpo lúteo (CL). Utilizando a
técnica de Doppler constatou-se que esse CL tinha vascularização. Optou-se como tratamento a administração de 20 mg/kg (2
mL) de prostaglandina (PGF2α) via intramuscular. O intuito dessa aplicação foi causar lise do corpo lúteo, abertura de cérvix e
contração uterina, liberando o conteúdo heterogênio presente no lúmen uterino. Caso não houvesse êxito nessa única aplicação
seria repetido o tratamento 11 dias após a primeira dose. Ao examinar o animal 7 dias após a aplicação, realizou-se novamente
a ultrassonografia, constatando a lise do CL, dimensões reduzidas do útero e presença em pequena quantidade de um conteúdo
anecóico de aspecto aparentemente fisiológico nos cornos. Proprietário relatou que aproximadamente 48 horas depois da aplicação
do fármaco houve liberação de conteúdo de coloração avermelhada, mucopurulento. A utilização da ultrassonografia auxilia o
diagnóstico e acompanhamento do tratamento de distúrbios reprodutivos. A precocidade no diagnóstico das afecções uterinas
garante um retorno mais rápido à reprodução gerando lucratividade para o produtor. Com isso ultrassonografia destaca-se como
ferramenta para o diagnóstico das afecções uterinas.
Biológico, São Paulo, v.77, Suplemento 2, p.1-235, 2015
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