fibra na dieta de cães

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IV Simpósio de Ciências da UNESP – Dracena
V Encontro de Zootecnia – Unesp Dracena
Dracena, 09 a 11 de setembro de 2008.
FIBRA A DIETA DE CÃES: DO COCEITO A UTILIZAÇÃO
Mariana Rodrigues Jacomino1, Adriana Moraes de Oliveira Tribucci1; Janaina
Carolina de Sá1; Flavia Maria de Borges Saad3, Carlos Eduardo do Prado Saad3;
Roberta Ariboni Brandi2
Graduando do curso de Zootecnia - Unesp Dracena, [email protected] 2- Zootecnista, Prof. Dra.
Universidade Federal Paulista “Julio de Mesquita”- Unesp campus Dracena ,CEP 17900-000, Dracena- SP, Brasil, 3 Dr.
Universidade Federal de Lavras.
1
RESUMO
As fibras por muito tempo foram consideradas de pouco valor na dieta de cães. Hoje em dia já
se reconhecem e estudam as varias segmentações e aplicabilidade das fibras. O estudo das
frações das fibras permitiu descobrir o benefício físico destas sobre a motilidade e velocidade
de transito, além de serem utilizadas como prebióticos e probióticos de elevada eficácia em
dietas de cães. São também utilizadas em casos especiais como dietas para cães obesos e
algumas patogenias específicas. Portanto, é possível acrescentar as fibras à dieta visando
manter a motilidade e o peristaltismo, bem como a produção de ácidos graxos voláteis, para
manutenção da saúde do intestino grosso. O presente trabalho tem como objetivo conceituar e
revisar a aplicabilidade das fibras na nutrição de cães.
Palavras-Chave: cães, fibras, utilização, nutrição.
ABSTRACT
For a long time the fiber had been considered of low value in dog nutrition. Nowadays the
several segmentations and the applicability of the fibers have been recognized and studied.
The fiber fraction study has allowed to discover the physical benefit of the fibers on the
motility and transit velocity, besides being used as prebiotic and probiotic of high efficiency
in dog diets. They are also used in special cases such as obesity and in some diets for specific
pathogeny. The fiber can be add to diet designed to maintain the motility and peristaltism, and
the production of volatile fatty acids, for maintaining the health of the large intestine. The aim
of the present study is to evaluate and review the applicability of the fibers in the dog
nutrition.
Key Words: dog, fiber, utilization, nutrition.
ITRODUÇÃO
Os cães possuem uma anatomia intestinal muito particular, um intestino delgado curto
e um pequeno intestino grosso, parte principal onde ocorre o processamento das fibras.
Embora estas não sejam absorvidas, sua fermentação mantém a flora intestinal saudável,
previne bactérias patogênicas, regula o trânsito da digesta no trato intestinal e nutre as células
da mucosa do intestino, melhorando, a absorção de todos os nutrientes. Para otimizar tais
efeitos, a melhor fonte é aquela que reúne o equilíbrio entre fibras solúveis e insolúveis,
resultando em melhor absorção dos nutrientes e fezes com menor volume, mais firmes e com
menos odor (PREMIERPET, 2003).
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V Encontro de Zootecnia – Unesp Dracena
Dracena, 09 a 11 de setembro de 2008.
DESEVOLVIMETO
Conceito
Fibra é a determinação dada à soma de todos os polissacarídeos de vegetais da dieta
(celulose, hemicelulose, pectinas, gomas e mucilagens), que não são hidrolisados no trato
digestório superior dos animais, por apresentarem ligações tipo β entre as moléculas (SAAD,
2004). Sabe-se que um baixo suprimento de matéria orgânica para o intestino grosso conduz a
efeitos negativos na digestão pós-ileal, como a diminuição da motilidade intestinal e prejuízo
ao funcionamento da parede do intestino, além de prejudicar a formação do bolo fecal
(CARCIOFI, 2000).
Função da fibra
As fibras atuam de duas maneiras fundamentais no organismo dos cães e gatos: agindo
fisicamente na parede intestinal e por ação de sua fermentação realizada pelas bactérias
intestinais. A ação mecânica das fibras na parede intestinal altera a velocidade de passagem
da digesta no trato intestinal, causando alterações na absorção dos nutrientes bem como na
fermentação da própria fibra (PREMIER PET, 2002).
Os ácidos graxos voláteis (acético, propiônico e butírico) oriundos da fermentação da
fibra, são responsáveis pelo aumento da capacidade de retenção de água, regulagem do tempo
de esvaziamento gástrico e da velocidade do trânsito intestinal do alimento, proporcionando
absorção adequada dos nutrientes e manutenção da integridade estrutural da mucosa do TGI.
Assim, os ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) que são absorvidos pelas células otimizam a
digestibilidade das proteínas, gorduras e carboidratos por um aumento da superfície de
absorção (PREMIER PET, 2003).
Uso das fibras como prebiótico
De acordo com Saad (2004) o termo prebiótico é definido como ingrediente nutricional
não digerível, que afetam beneficamente o hospedeiro, estimulando seletivamente o
crescimento e atividade de uma ou mais bactérias benéficas intestinais, melhorando a saúde
do hospedeiro.
Como exemplo de prebióticos tem-se os oligossarídeos, com destaque para
frutoligossacarídeo (FOS) e mananoligossacarídeo (MOS), galactooligossacarídeo (GOS) e os
derivados da hemicelulose, xilooligossacarídeos Cita-se também como efeito benéfico do uso
de FOS nas dietas de cães a não interferência na secreção de insulina e glicose, podendo ser
utilizado em dietas para controle de obesidade e algumas patologias como a diabete
(SWANSON; GRIESHOP; FLICKINGER, 2002).
Uso das fibras como probiótico
O termo probiótico pode ser definido como uma preparação microbiana que contém
bactérias vivas ou mortas incluindo seus componentes e produtos, que melhoram o balanço
microbiano ou enzimático nessas superfícies ou estimula mecanismos imunes específicos ou
não (CASE; CAREY; HIRAKAWA, 1998). Os microrganismos utilizados como probióticos
são usualmente componentes não patogênicos da microflora normal, tais como as bactérias
Lactococcus, Lactobacillus e Enterococcus, e leveduras do gênero das Saccharomyces.
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Dracena, 09 a 11 de setembro de 2008.
Uso das fibras na homeostasia da glicemia
Massimino et al. (1998) concluíram que existe uma melhoria na homeostasia da
glicose em cães sadios alimentados com dietas ricas em fibras fermentáveis. Nelson;
Turnwald e Willard (1994) demonstraram também que em dietas com mais de 50% de
carboidratos digestíveis, a adição de 15% de celulose ou 15% de pectina resulta na melhoria
do controle glicêmico de animais com diabetes mellitus.
Influência das fibras sobre a digestibilidade
Burrows et al. (1982) verificaram que a adição de celulose, em proporções de zero, três,
seis e nove por cento, a dietas enlatadas a base de carne para cães levou à diminuição da
digestibilidade da matéria seca (MS) de 90% para 70%, ocorrendo também, apesar de ser de
forma menos pronunciada, e diminuição da digestibilidade da proteína bruta (PB), extrato
etéreo (EE) e dos extrativos não nitrogenados (ENN).
Carciofi (2004) postulou que a diminuição da digestibilidade dos constituintes dietéticos
é devida ao efeito diluidor da fibra, e não a interações específicas entre os nutrientes.
Parece haver certa discordância a respeito da influência da fibra sobre a digestibilidade
da PB e do EE, Burrows et al. (1982) e Sunvold et al. (1995) descreveram uma diminuição da
digestibilidade da proteína e gordura em dietas ricas em fibra.
Malafaia; Pedrozo e Santos (2002) fornecendo alfafa e polpa cítrica para os cães
observou aumento na digestibilidade da matéria seca, fibra em detergente neutro, proteína
bruta, extrato etéreo.
Muir et al. (1996) apud Case (1998), avaliaram a digestibilidade ideal em animais
recebendo seis; sete e meio; e nove por cento de casca de soja e não observaram efeito da
adição das fibras na digestão dos nutrientes. A casca de soja pode ser uma fonte alternativa de
fibra para dieta de cães.
COCLUSÃO
Conhecendo as funções das fibras, é possível acrescentá-las a dieta visando manter a
motilidade e o peristaltismo, bem como a produção de ácidos graxos voláteis, para
manutenção da saúde do intestino grosso. Mas, para otimização do efeito das fibras é
necessário o equilíbrio entre fibras solúveis e insolúveis, garantindo fermentabilidade
moderada, resultando em melhor absorção dos nutrientes e fezes com menor volume e mais
firmes.
REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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SWANSON, K.S., GRIESHOP, C.M., FLICKINGER, E.A. Supplemental
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IV Simpósio de Ciências da UNESP – Dracena
V Encontro de Zootecnia – Unesp Dracena
Dracena, 09 a 11 de setembro de 2008.
total tract nutrient digestibilities, microbial populations and concentrations of protein
catabolites in the large bowel of dogs, J. utr. v.132, p. 980-989, 2002.
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