VALORIZANDO A OBRA DE DEUS Vivemos momentos difíceis, tempos em que o amor de muitos têm se esfriado. Boa parte desta realidade está ligada aos atuais desafios da igreja, o evangelho pregado nossos dias tem sido um instrumento de enriquecimento e conquistas particulares, a falta da verdadeira doutrina tem contribuído para o surgimento de um perfil de igreja com fraca base bíblica e de pessoas que acreditam servir a Deus, mas acabam servindo os seus próprios interesses. A Palavra declara, conhecereis a verdade e ela vos libertará, se a pregação não estiver no cerne desta verdade, teremos pessoas que continuarão cativas achando que estão vivendo uma perfeita "vida cristã". É somente pela sã doutrina de Cristo que temos o perfeito entendimento das coisas de Deus, podendo desfrutar de um relacionamento permanente com o Criador. No Artigo "Fé nos nossos dias" falamos de uma realidade triste que tem rodeado as nossas igrejas: A Falsa Doutrina da prosperidade e o engano da utilização de uma fé com bases em barganhas. Quando aceitamos a Cristo, estamos publicamente declarando ao mundo que não fazemos mais parte dele, o estilo de vida muda, o círculo de amizades não é mais o mesmo, o padrão de vestimenta e a linguagem passam também por transformação. Aos olhos humanos, estas mudanças são bem visíveis e geram até certo ponto estranhamento, no entanto, o que valida esta transformação nos tornando nova criatura é a mudança no nosso interior. Isto só acontece de fato através de uma coisa; A morte! Apenas pela morte de Cristo podemos ter a vida de Deus. Em outras palavras morrer esta morte significa a renuncia do eu, Jesus declarou: "Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a vida por minha causa e pelo evangelho a salvará." Marcos 8:34-35 É possível seguir a Cristo sem morrer? Aparentemente é possível! Os discípulos passaram por esta experiência durante os três anos e meio do ministério de Jesus na terra. Os judeus da época de Jesus (histórico), assim como nos tempos atuais, esperavam o Messias como o Rei de Israel, num âmbito governamental. Voltando os olhos as escrituras, é verdade que Deus prometeu a Davi que não faltaria um sucessor no trono de Israel (II Sm 7:16; I Cr 22:8-10; II Cr 7:17-22), mas o que os Judeus não compreenderam era que o Filho de Deus, o Messias, viria como homem para redimir o seu povo do pecado, morrendo na Cruz (Atos 03:18) . Durante o período do discipulado, os discípulos acreditavam que Jesus era o messias, mas esperavam que ele assumisse o trono. Podemos observar em suas atitudes o estranhamento quando Jesus afirmava que deveria morrer. Por algumas vezes no Evangelho de Marcos vemos Jesus falando aos discípulos que era necessário ir para Jerusalém e morrer (Marcos 09: 31 e 10:33), que o Filho do homem seria entregue nas mãos dos homens e estes o matariam, mas eles não compreendiam (Marcos 09:32). O foco dos discípulos estava em andar com o Rei dos Judeus para se tornarem grandes. Não foi a toa que Jesus declarava aos discípulos que o seu parâmetro de grandeza entre os homens não se assemelhava aos dos governantes, mas que o maior dentre eles seria aquele que fosse servo (Mateus 23:11/Marcos 10:44). Este sentimento de se obter vantagens através do serviço a Cristo norteou as relações dos discípulos ao passo que muitas vezes estar com o Mestre era sinônimo de status. A morte de Jesus trouxe a luz os sentimentos que estavam ocultos em seus corações. Entendemos que apenas através da "renuncia do eu" é possível servir a Deus e seguir assim a sua vontade. Para compreenderem as escrituras os discípulos necessariamente tiveram que passar pela Morte de Cristo. "Depois lhe disse: São estas as palavras que vos falei, estando ainda convosco, que importava que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. Então lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras; e disse-lhes: Assim está escrito que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressurgisse dentre os mortos." Lucas 24:44-46 Antes da cruz tínhamos 12 homens covardes, que procuravam obter vantagens e que compartilhavam entre si o mesmo sentimento: serem reconhecidos. Depois da cruz temos agora 11 homens corajosos que procuravam acima de tudo fazer a vontade do Pai, compartilhavam entre si o mesmo sentimento: que eu diminua para que ele cresça. Compreenderam que é primordial para quem deseja servir a Cristo a renuncia. Que o nosso serviço diante do Pai possa ter como único motivo: o desejo ardente de honrá-lo acima de todas as coisas, inclusive acima dos nossos próprios interesses. Missionária Núbia Ceen da Vila Planalto – Brasília-DF