PESQUISA SERVIÇO Saúde Merchandising D iabetes é um nome genérico para várias disfunções cujos resultados são a não produção ou o não aproveitamento da insulina produzida no pâncreas, uma glândula situada entre o estômago e o intestino delgado. Tipo I – É o resultado da destruição de células beta, responsáveis pela produção de insulina no pâncreas, porque o organismo as interpreta como corpos estranhos (antígenos). Ainda não há explicação para isso. A sintomatologia resume-se em sede excessiva, vontade de urinar diversas vezes por dia, perda de peso associada ao aumento da sen- Serviço A Lei Estadual no 10.783/01 garante que a pessoa com diabetes tem direito ao tratamento gratuito da doença pelo SUS, bem como aos medicamentos e insumos. O Idec lançou em sua cartilha “O SUS pode ser o seu melhor plano de saúde” modelos de cartas para diversas finalidades, entre elas o acesso ao tratamento e medicamentos. A cartilha pode ser obtida no link (http://www. idec.org.br/biblioteca.asp). A Lei no 9656/98, que regulamenta os planos de saúde, definiu como doenças preexistentes “aquelas que o consumidor ou seu responsável saiba ser portador ou sofredor à época da contratação do plano”. Como a manifestação do diabetes pode ocorrer a qualquer tempo na vida de uma pessoa, ela é utilizada como exemplo de doença preexistente pelas operadoras que não querem cobrir o tratamento. Constatada a preexistência da doença, para os contratos assinados a partir de 1999, o consumidor poderá ter de se submeter à cobertura parcial temporária (carência de 24 meses), e nesse período terá que arcar com os gastos decorrentes. Mas mesmo nos contratos de planos de saúde antigos (assinados 28 até 1998) o consumidor poderá, com base no Código de Defesa do Consumidor, ajuizar ação para resguardar seus direitos, uma vez que essa limitação é considerada cláusula abusiva e que há jurisprudência nesse sentido. No site da Sociedade Brasileira de Diabetes (www.diabetes.org.br), o portador da doença encontra informações sobre médicos e instituições. Outras instituições de referência são: Associação Carioca de Diabetes (ACD), Rio de Janeiro – Tel.: (21) 2507-3353. Associação de Diabetes Juvenil (ADJ), São Paulo – Tel.: (11) 3675-3266. Associação dos Diabéticos de Minas Gerais (Adimig), Belo Horizonte – Tel.: (31) 3441-6606. Associação Paranaense de Diabéticos Juvenis (APAD), Curitiba – Tel.: (41) 244-7711. Associação de Diabetes do ABC (ADIABC), Santo André – Tel.: (11) 4992-5303. Associação Nacional de Assistência ao Diabético (ANAD), São Paulo – Tel.: (11)5572-6559. Revista do Idec | Maio 2005 sação de fome, visão embaçada, infecções reticentes na pele ou mucosa, ferimentos que demoram a cicatrizar, fadiga e dores nas pernas devido à má circulação. Tipo II – Possui um fator hereditário maior que a do Tipo I e está relacionada com a obesidade e o sedentarismo. O problema está na incapacidade de absorção das células musculares e adiposas, que não metabolizam a glicose existente no sangue. Seus sintomas são os mesmos descritos no diabetes do Tipo I, mais formigamento nos pés e furunculose (lesão cutânea caracterizada pela secreção purulenta e de difícil cicatrização). Esses sintomas não se manifestam ou demoram meses e até anos para surgir algum tipo de sintoma. Diabetes gestacional – É a alteração das taxas de açúcar no sangue detectada pela primeira vez na gravidez. Pode desaparecer ou continuar após o parto. É causada pela diminuição da sensibilidade à insulina. O feto também desenvolve uma hiperglicemia que estimulará a produção exagerada de insulina. Nesses casos, o tratamento é realizado por meio do controle da dosagem de glicemia capilar, que deve ser feito várias vezes ao dia. Além da aplicação de insulina, cabe à gestante uma dieta rigorosa e a prática de exercícios leves. Diabetes secundário ao aumento de função da glândulas endócrinas – Algumas doenças co-relacionadas podem desenvolver o diabetes no paciente. O hipertireoidismo (aumento da tireóide), a doença de Cushing, que afeta a glândula supra-renal, os tumores da hipófise e das células alfa do pâncreas provocam o aumento da função das glândulas endócrinas e isso faz com que ocorra o desenvolvimento do diabetes. Diabetes secundário a doenças pancreáticas – Acontece com o mau funcionamento do pâncreas, e isso produz uma diminuição na produção de insulina. ■ Atuar para consumir Os pais devem preparar seus bolsos: a TV Bandeirantes lança novela para conquistar o desejo de consumo das crianças e, quem sabe, a audiência H á pouco mais de um mês, a TV Bandeirantes lançou em horário nobre um de seus projetos mais ambiciosos: a novela Floribella, voltada para o público infantil. Nenhuma novidade, se o canal não tivesse escancarado sua vontade de provocar o consumismo infanto-juvenil e encher os cofres de dinheiro, como aconteceu com os produtores de Floricienta, o programa de maior audiência do ano passado na Argentina e a partir do qual foi adaptada a nova novela da Bandeirantes. Em parceria com a emissora Cris Morena Group e a RGB Entertaiment, o canal brasileiro investiu US$ 5 milhões e espera recuperar o dinheiro com os merchandisings. O enredo é bem simples e nada original: uma órfã, com um tênis mágico, canta em uma banda e trabalha como babá em uma casa de família com outras pessoas também órfãs. A menina viverá um romance com o filho mais velho da casa. O diferencial são os contratos publicitários. Uma das personagens, por exemplo, é “chocólatra”, o que motivou a Kopenhagen, conhecida empresa do ramo, a investir na novela: um dos cenários será uma loja de chocolates da marca. O tênis mágico da protagonista também já virou dinheiro: a emissora fechou um contrato com a Alpargatas para lançar a linha Bamba Floribella. Com a Universal Music, foi fechado um contrato que inclui um CD com doze músicas, base para a apresentação da banda da persona- ANA BEATRIZ Saiba quais são os tipos da doença Floribella: a personagem-título gem principal em shows pelo Brasil. Na Argentina, o sucesso do folhetim original foi tanto que existem mais de cem produtos com a marca Floricienta. Em entrevista para o jornal O Estado de S. Paulo, o diretor comercial da Bandeirantes, Marcelo Mainardi, afirmou que “a novela está mais do que paga. Podem ser lançadas lancheiras, material escolar, perfumes. Possibilidades não faltam”. Além da inspiração em Floricienta, a Bandeirantes apostou na novela por conta do sucesso de Chiquititas, outro folhetim lançado em 1997 pelo SBT em parceria com a TV argentina. No programa, crianças viviam em um orfanato e contavam com a ajuda da professora Carolina, interpretada pela atriz Flávia Monteiro. O primeiro CD de Chiquititas vendeu 1,2 milhão de cópias no país. A revista da novela foi lançada com uma tiragem de 280 mil exemplares mensais, mas logo passou para 350 mil. A marca de brinquedos Estrela vendeu, em menos de três meses, quase meio milhão de bonecas das quinze personagens do programa. Só a dona-de-casa Camila Ferraz comprou três para a filha Juliana, hoje com 12 anos. “Cada boneca chegava a custar R$ 100,00. Um absurdo.” Com tanta aposta no aspecto financeiro, resta à TV Bandeirantes esperar o mesmo sucesso na audiência. E para os pais? Camila torce para que a filha não assista: “espero que a Juliana já tenha passado dessa fase” . Revista do Idec | Maio 2005 29