Thallita Karollaine de Queiroz Pereira

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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS
UNIDADE ACADÊMICA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
MESTRADO PROFISSIONAL EM ENFERMAGEM
THALLITA KAROLLAINE DE QUEIROZ PEREIRA
PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UM PROTOCOLO DE
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EM UM HOSPITAL MUNICIPAL DE
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA NO MARANHAO
Porto Alegre
2016
THALLITA KAROLLAINE DE QUEIROZ PEREIRA
PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UM PROTOCOLO DE
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EM UM HOSPITAL MUNICIPAL DE
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA NO MARANHÃO
Projeto de Dissertação de Mestrado a ser
apresentado ao Programa de PósGraduação de Enfermagem – Mestrado
Profissional
em
Enfermagem
–
Universidade do Vale do Rio dos Sinos –
UNISINOS, como requisito parcial para a
obtenção do título de Mestre em
Enfermagem.
Orientadora: Profª Drª Karin Viégas
Co-orientadora: Profª Drª Simone Chaves
Porto Alegre
2016
FOLHA DE APROVAÇÃO
PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UM PROTOCOLO DE
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EM UM HOSPITAL MUNICIPAL DE
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA NO MARANHÃO
Dissertação apresentada como requisito
parcial para a obtenção do título de
Mestre, pelo Programa de Pós-Graduação
em
Mestrado
Profissional
em
Enfermagem da Universidade do Vale do
Rio dos Sinos - UNISINOS.
Aprovada em: 21/07/2016.
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________________
Profª Drª Karin Viegas (Orientadora) – UNISINOS
___________________________________________________________________
Profª Drª Simone Edi Chaves (Co-orientadora) – UNISINOS
___________________________________________________________________
Profª Drª Rosália Figueiró Borges – UNISINOS
___________________________________________________________________
Profª Drª Andréia Pereira Regner - ULBRA
DEDICATÓRIA
A Deus, que se mostrou criador, que
foi criativo. Seu fôlego de vida em
mim me foi sustento е me deu
coragem para questionar realidades е
propor sempre υm novo mundo de
possibilidades.
Aos meus pais e irmãos.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus, Autor da minha história, por me amparar nos
momentos difíceis, me dar força interior para superar todas as dificuldades, sem a
presença dele em minha vida eu não chegaria a lugar nenhum.
A minha família, minha base, minha referência o meu alicerce, obrigado pelo apoio
e contribuição, em especial minha avó, minha mãe e minha filha Luisa que sempre
acreditaram e me apoiaram em todos os momentos.
Meus sinceros agradecimentos a minha orientadora Drª Karin Viégas, pela ajuda
essencial, pelas contribuições e oportunidade de crescimento profissional e pessoal.
Quero agradecer uma pessoa muito especial em minha vida, fez parte do meu
passado, faz parte do meu presente e se Deus permitir fará parte do meu futuro,
meu amigo, namorado, companheiro e confidente. Rômulo obrigada pelo incentivo,
dedicação e apoio.
À Universidade Estadual do Maranhão, minha querida UEMA, a PPG por me ter
proporcionado a oportunidade de cursar o mestrado profissional em enfermagem.
Agradeço a UNISINOS e todo o corpo docente do programa de Pós-Graduação.
Aos membros da banca examinadora pela participação e leitura deste trabalho.
Aos meus amigos que sempre demostraram apoio durante a trajetória deste
trabalho.
Aos meus amigos do mestrado Marcelo e Ana maria, companheiros de trabalhos
que fizeram parte da minha formação е que vão continuar presentes em minha vida.
A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, о meu muito
obrigado.
RESUMO
Atualmente os serviços de urgência e emergência se caracterizam como uma
das principais portas de entrada do usuário aos serviços de saúde. Estes convivem
diariamente com a superlotação que é agravada por problemas organizacionais,
como o atendimento por ordem de chegada, sem estabelecimento de critérios
clínicos ou padronizados. Diante desse cenário o Ministério da Saúde implantou a
classificação de risco como uma medida para organização da demanda e
humanização do atendimento, no intuito de minimizar o risco para os pacientes que
esperam por atendimento médico. O enfermeiro tem sido apontado como o
profissional mais capacitado para realizar a classificação de risco, sendo legalmente
amparado por um protocolo para subsidiar a tomada de decisão. O objetivo deste
estudo foi definir qual o melhor protocolo de classificação de risco, empregado no
Brasil, para implantação no serviço de emergência do Hospital Thomas Martins. É
um estudo do tipo intervenção, desenvolvido na emergência do Hospital Thomas
Martins, localizado no munícipio de Santa Inês, Maranhão. A coleta de informações
deu-se com a elaboração do diagnóstico situacional, avaliação e reorganização dos
fluxos internos e externos, realizado por um grupo de trabalho constituído por oito
profissionais do serviço, redesenho e mapeamento do fluxo de atendimento, análise
documental de 170 boletins de atendimento e definição do protocolo de classificação
de risco que melhor se adapte a necessidade local. Após a análise pelo grupo e
coordenação foi escolhido o protocolo de classificação de risco do Hospital Municipal
Odilon Behrens (HOB). Também foi sugerido uma proposta para avaliação da
gravidade dos pacientes na emergência, através do Escore de Alerta Precoce, bem
como um treinamento para os enfermeiros do protocolo escolhido.
Palavras-chave:
Medição
de
Risco.
Serviço Hospitalar de Emergência. Avaliação.
Protocolos.
Acolhimento.
ABSTRACT
Nowadays the urgency and emergency services are characterized as one of
the main user input ports to health services. They living with a overcrowding that is
getting worse by organizational problems, such as first come first serviced service
without establish clinical or standardized criteria. Based on this scenario, The Ministry
of Public Health has implement the risk rating as a measure for the demand
organization and humanization of service, in order to minimize the risk for the
patients. The nurses have been pinpointed as the better workers to carry out checks
the risk classification supported by laws, at the moment of their decisions. The goal
of this dissertation is define the better protocol of the risk classification validated in
Brazil in order to implement in the Thomas Martins Hospital. It is a study of the
intervention type, developed in the emergence of Thomas Martins Hospital, located
in Santa Ines Town, Maranhão. The collect information took place with the
preparation of the situational diagnosis, evaluation and reorganization of internal and
external flows, carried out by a working group made up of eight service professionals,
redesign and flow mapping service, document analysis of 170 bulletins service and
setting risk classification protocol that best suits local needs. After analysis by the
group and coordination was chosen the risk classification protocol of Hospital
Municipal Odilon Behrens (HOB). In addition, a proposal to evaluate the severity of
patients in the emergency was suggested by the Score of Early Warning and training
for nurses on the chosen protocol.
Keywords: Risk Assessment. Protocols. User Embracement. Emergency Service,
Hospital. Evaluation.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Algoritmo de classificação de risco do protocolo Emergency Severity
Index, versão 4 .......................................................................................................... 24
Figura 2 – Níveis de classificação do Protocolo Canadian Triage Acuity Scale ........ 25
Figura 3 – Sistema de Classificação de Manchester conforme cores e tempo de
espera ....................................................................................................................... 26
Figura 4 – Escala de classificação de risco do protocolo Hospital Odilon Behrens...27
Figura 5 – Localização geográfica da cidade de Santa Inês – MA ............................ 33
Figura 6 – Vista frontal do Hospital Tomaz Martins ................................................... 34
Figura 7 – Fluxo de atendimento atual da Emergência Thomaz Martins, 2016.........41
Figura 8 - Diagrama de causa e efeito da análise do fluxo de atendimento da
emergência do Hospital Tomaz Martins, 2016.......................................................... 42
Figura 9 - Novo fluxograma de atendimento no Serviço de Emergência do Hospital
Thomas Martins..........................................................................................................45
LISTA DE SIGLAS
ACCR
Acolhimento com Classificação de Risco
ACHS
Australian Council on Health Care Standards
AIH
Autorização de Internação Hospitalar
ATS
Australasian Triage Scale
BE
Boletim de Emergência
CAPs
Caixa de Aposentadoria e Pensões
CFM
Conselho Federal de Medicina
CNES
Centro Nacional de Estabelecimento de Saúde
CTAS
Canadian Triage Acuity Scale
DeCS
Descritos em Ciências da Saúde
ENA
Emergency Nurses Association
ESF
Estratégia de Saúde da Família
ESI
Emergency Severity Index
HOB
Hospital Municipal Odilon Behrens
IAPs
Instituto de Aposentadoria e Pensão
IBGE
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IC
Intervalo de Confiança
INAMPS
Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência
INPS
Instituto Nacional de Previdência Social
INSS
Instituto Nacional de Seguridade Social
km
kilometros
MA
Maranhão
MeSH
Medical Subject Headings
MEWS
Modified Early Warning Score
MS
Ministério da Saúde
MTS
Manchester Triage System
PaedCTAS Canadian Triage and Acuity Scale Paediatric Guidelines”
PDSA
Planejar, Executar, Verificar, Agir
PNH
Programa Nacional Humanização
QualiSUS
Programa de Qualificação da Gestão no SUS
SAMU
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
SEH
Serviço de Emergência Hospitalar
SHE
Serviços Hospitalares de Emergência
SUS
Sistema Único de Saúde
TCLE
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UBS
Unidade Básica de Saúde
UCI
Unidades de Cuidados Intermediários
UNISINOS
Universidade do Vale do Rio dos Sinos
UPA
Unidade de Pronto Atendimento
UTI
Unidade de Tratamento Intensivo
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13
1.1 Marco histórico do Sistema Único de Saúde .................................................. 16
1.2 Política nacional de atenção às urgências e emergências ............................ 18
1.3 Acolhimento e triagem com classificação de risco ....................................... 20
1.3.1 Protocolos de Classificação de Risco em Unidades de Urgência ............. 21
2 JUSTIFICATIVA..................................................................................................... 31
3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 32
3.1 Meta .................................................................................................................... 32
4 ASPECTOS ÉTICOS ............................................................................................. 33
5 DESCRIÇÃO METODOLÓGICA E RESULTADOS .............................................. 34
5.1 Delineamento ..................................................................................................... 34
5.2 Campo da intervenção ...................................................................................... 34
5.3 Etapas de procedimento de coleta dos dados ............................................... 36
5.3.1 Diagnóstico situacional ..................................................................................... 36
5.3.2 Características do diagnóstico situacional........................................................ 37
5.3.2 Avaliação e reorganização dos fluxos internos e externos ............................... 40
5.3.4 Análise documental dos boletins/prontuários dos pacientes atendidos ............ 45
5.3.4 Definição do protocolo de classificação de risco .............................................. 45
5.4 Proposta para avaliação da gravidade dos pacientes na emergência ......... 48
5.5 Proposta de treinamento para os enfermeiros do protocolo municipal
hospital Odilon Behrens ......................................................................................... 49
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 52
ANEXO A – PARECER APROVADO PELO CEP UNISINOS.................................. 62
ANEXO B – TERMO DE ANUÊNCIA DA INSITUIÇÃO ........................................... 65
ANEXO C – CICLO DE DEMING OU PDCA ............................................................ 66
APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ........... 67
APÊNDICE B - DIAGNÓSTICO SITUACIONAL ...................................................... 68
13
1 INTRODUÇÃO
A partir da criação do Sistema Único de Saúde (SUS), um dos grandes
problemas enfrentados pelos os usuários é a garantia de acesso aos serviços de
saúde, por meios das várias portas de entrada ao sistema, para atender sua
demanda de forma satisfatória. Uma das portas de entrada para o sistema são os
serviços de emergência, que, infelizmente tornaram-se uma das grandes portas de
entrada para o sistema. Estes serviços se encontram em hospitais de médio ou
grande porte, nos quais são recebidos, principalmente, pacientes em situações de
urgência e emergência, graves, potencialmente graves, que necessitam de recursos
tecnológicos e humanos especializados e preparados para o seu atendimento e a
sua recuperação. (CALIL; PARANHOS, 2010).
O atendimento às urgências e emergências no Brasil vem passando por
grandes transformações, com avanços considerados essenciais para a melhoria e
qualidade nos serviços prestados a esse fim. Segundo Santos (2010), esse setor
tem apresentado grandes avanços em nível técnico, investimentos, infraestrutura e
humanização, estando em alguns aspectos à frente de alguns países desenvolvidos.
O serviço de emergência exerce grande poder de atração pelo fato de atender
casos graves, influenciando a população sobre a ideia de que presta um
atendimento seguro, rápido e eficaz. As falhas no atendimento da Atenção Básica
geram a insatisfação dos usuários e promovem a sobrecarga nos serviços de
emergência, devido ao grande número de pacientes com casos de complexidade
menor e que poderiam ser atendidos nos serviços das unidades básicas. Fato
observado por Sanches e Carvalho (2015), em estudo realizado Hospital Geral
Prado Valadares, no município de Jequié, situado na região sudoeste da Bahia,
onde 32,83% dos atendimentos foram classificados com ordem de prioridade dois
(verde), ou seja, prioridade não urgente.
Esses serviços apresentam, por característica, uma alta rotatividade de
pessoas, e tem sido reconhecido, por boa parte dos usuários, como a melhor forma
de buscar atendimento imediato. Essa demanda por atendimentos de urgência e
emergência surgiu em virtude, principalmente, do aumento do número de doenças
crônicas e da violência urbana. Os serviços foram criados para prestar em
atendimento imediato a pacientes com agravos à saúde, a fim de oferecer
14
atendimento de alta complexidade e diversidade e garantir todas as manobras de
sustentação à vida. (CALIL; PARANHOS, 2010).
A falta de critério de avaliação no atendimento na classificação de risco, e a
demanda dos usuários pelo serviço, colabora para a superlotação, que por sua vez,
é agravada por problemas organizacionais das instituições, tais como o atendimento
por ordem de chegada sem estabelecimento de critérios clínicos. Em consequência
deste resultado, ocorre a insatisfação da população em atender suas necessidades,
além da dificuldade de eleger as prioridades de atendimento em um sistema
centrado no atendimento médico e ordenado na maioria das vezes em filas por
ordem de chegada. O aumento, acrescentado à insuficiente estruturação da rede
assistencial, tem colaborado de forma substancial para a sobrecarga dos serviços de
atendimento de urgência e emergência acessível à população. (BRASIL, 2006a).
Entretanto, acompanham-se diariamente, através da mídia, problemas nos
atendimentos em prontos socorros em todo o Brasil. São muitas as reclamações por
parte dos usuários que enfrentam filas de espera e muitas vezes não resolvem seus
problemas. Outro aspecto relevante é o modelo que impera no funcionamento dos
serviços de urgência e emergência, em que os clientes, na maioria das vezes, não
são atendidos de forma humanizada, resolutiva e acolhedora, justamente pela alta
demanda dos serviços, da falta de profissionais qualificados, tanto para atendimento
humanizado, como especializado, e da falta de organização no ambiente de
trabalho. A falta de identificação do grau de sofrimento e do risco faz com que haja
casos graves em filas de espera, que podem resultar em grandes problemas,
ocorrendo até a morte do paciente, pelo não atendimento necessário ou no tempo
adequado. (BELLUCCI JUNIOR; MATSUDA, 2012).
Algumas medidas para a organização do fluxo têm sido utilizadas com a
finalidade de minimizar o risco para os pacientes que esperam por atendimento
médico, estabelecendo um acolhimento com classificação de risco como uma forma
de estruturar, otimizar o tempo de espera do paciente nas filas, priorizando o
atendimento aos pacientes mais graves. (OLIVEIRA, 2014; SANTOS, 2014).
Contudo, apesar dos esforços para a organização e estruturação das redes
de urgência e emergência, a superlotação nos Serviços de Emergência Hospitalar
(SEH) ainda é um fenômeno mundial. Caracterizado por todos os leitos do SEH
ocupados; pacientes acamados nos corredores; tempo de espera para atendimento
acima de uma hora; alto stress da equipe assistencial; grande pressão para novos
15
atendimentos, esta situação implica em baixo desempenho do sistema de saúde, e
induz à baixa qualidade na assistência prestada. (BITTENCOURT; HORTALE,
2009).
Diante desse cenário, o Ministério da Saúde (MS) passou a desenvolver
políticas voltadas para a qualificação e melhoria dos processos de trabalho no
atendimento às urgências e emergências. Em 2002, a Portaria GM 2.048 cria a
Política Nacional de Atenção às Urgências como uma maneira de capacitar os
profissionais, descrevendo a atuação e formação dos profissionais dos serviços de
atendimento às emergências e principalmente encaminhar e estruturar uma rede de
serviços regionalizada e hierarquizada de cuidados integrais às urgências de
qualquer complexidade ou gravidade, descongestionando a atenção efetuada
exclusivamente pelos prontos-socorros. Esta política passa a vigorar em 2003.
(BRASIL, 2002a; 2006b).
Em 2004, dá-se início o Programa Nacional de Humanização (PNH), o
Humaniza SUS, que entre suas diretrizes e dispositivos define uma estratégia de
modificação do processo de trabalho em saúde utilizando as ferramentas do
acolhimento e da avaliação com classificação de risco. (BRASIL, 2004a; 2004b).
Com o lançamento da PNH, tornou-se necessária e reorganização dos
serviços de saúde com o propósito de garantir o usuário um atendimento acolhedor,
resolutivo e humanizado. Para esse fim, a diretriz de Acolhimento com Classificação
de Risco (ACCR), veio sistematizar de forma eficiente a identificação de pacientes e
a organização no atendimento nas emergências, em conformidade a gravidade e a
complexidade de cada caso. (COSTA et al., 2015).
O acolhimento é um processo de trabalho de maneira a atender todos que
procuram os serviços de saúde e sua rede social, através de parâmetros técnicos,
éticos, humanitários e de solidariedade, reconhecendo o usuário como sujeito e
participante ativo no processo de produção da saúde. (BRASIL, 2006b). Os
princípios do SUS de universalidade, equidade, acessibilidade e integralidade,
apresentam relação com as formas de acesso e acolhimento. Para os autores, toda
unidade de emergência tem o compromisso de acolher o usuário, mesmo que a
situação não seja de risco eminente. A palavra acolher não significa atender a todos,
mas garantir um melhor acesso ao cidadão que procura os serviços de urgência/
emergência, e recolocá-lo no local mais adequado, conforme a sua necessidade.
(MARQUES; LIMA, 2007).
16
A técnica de avaliação e classificação de risco prevê a determinação de
agilidade no atendimento, do ponto de vista do grau de necessidade do paciente,
proporcionando atenção adequada no nível de complexidade e não na ordem de
chegada. (BRASIL, 2004b).
O modelo anterior, que prioriza a atuação do médico, ainda é operante em
boa parte dos serviços de emergência. O acolhimento com classificação de risco é
um processo que se desenvolve de forma multiprofissional, aprimorando o
atendimento ao cliente e proporcionando uma escuta qualificada dos problemas
enfrentados pelos usuários. (ARAÚJO et al., 2014; DESCOVI, 2009). É necessária a
participação ativa de toda a equipe multiprofissional para o êxito do ACCR, em
destaque o profissional de enfermagem que têm relevância nesse processo.
(COSTA et al., 2015; DURO; LIMA, 2010).
O enfermeiro, pelas peculiaridades da profissão, é um dos profissionais de
saúde que está mais próximo dos usuários, e que vem atuando sobre as reais
necessidades do paciente, seja na saúde comunitária e no hospital. Neste cenário o
enfermeiro tem o papel central no processo de acolhimento, avaliação e
classificação de risco. (MARQUES; LIMA, 2007).
1.1 Marco histórico do Sistema Único de Saúde
Na história da saúde brasileira, antes da implantação do SUS, a assistência
era destinada exclusivamente aos trabalhadores. Essa trajetória teve início com as
Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPs), regulamentadas em 1923 pela Lei Eloy
Chaves e posteriormente ‘’passou por progressivas mudanças, atendendo não
apenas os trabalhadores, mas toda população que precisasse de serviços de
saúde’’. (FORTES et al., 2010, p. 19).
No período que antecedeu a 1930, o modelo de assistência à saúde
caracterizou–se pela predominância do modelo liberal privado tradicional, ou seja,
assistência médica individual oferecida pelas Santas Casas e instituições de
caridade a quem não podia pagar ou por médicos tipicamente liberais, mediante
remuneração direta. (BRASIL, 2011a).
As CAPs cresceram e, em 1932, foram transformadas em Institutos de
Aposentadorias e Pensões (IAPs). Estes IAPs atendiam trabalhadores de uma
determinada categoria profissional e já existia alguma participação do Estado. Nesse
17
momento a contribuição era tripartite, sendo realizada pelos empregados, pela
empresa e pelo Estado, que atuava mediante a base contributiva previdenciária
(TAYRINY, 2010). A partir de 1966, o Decreto-Lei nº 72 unificou os IAPs e criou o
Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). (FORTES et al., 2010).
O Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social (INAMPS) foi
criado em 1977 pelo regime militar e pelo desmembramento do INPS, sendo hoje
denominado de Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). O INAMPS era uma
autarquia filiada ao Ministério da Previdência e Assistência Social com cobertura
para todos os trabalhadores urbanos formalmente inseridos no mercado de trabalho
e parte dos trabalhadores rurais, com o objetivo de prestar atendimento médico
somente aos que contribuíam com a previdência social. Contava com uma rede
própria de serviços, que foi incorporada por decreto ao Ministério da Saúde (Decreto
nº 99.060), em 1990. Em 1993, com a lei nº 8.689 ocorre a extinção do INAMPS e as
atividades prestadas pelo órgão passam a ser incorporadas pelo Ministério da
Saúde. (FORTES et.al., 2010).
Após várias mudanças no modelo de assistência à saúde, ocorridas nesse
período, observa-se que começa a se construir no Brasil um sistema de saúde
descentralizado e com tendência à cobertura universal, mesmo antes da aprovação
da Lei 8.080, que instituiu o SUS. (PIERANTONI; VIANNA, 2003).
A história de criação do SUS traz marcas da participação popular em busca
de melhorias no sistema de saúde. Com grandes avanços desde sua criação até os
dias atuais, esse sistema ainda precisa ser modelado, visando sua melhoria. Isso
tem exigido, dos gestores do SUS, um movimento constante de mudanças
objetivando acesso a uma saúde de qualidade a todos os cidadãos, proporcionando,
dessa forma, melhor qualidade de vida. (PAIVA; TEIXEIRA, 2014).
A legislação do SUS prevê o acesso universal aos serviços de saúde,
reconhecendo-a como direito do cidadão e dever do Estado. Foi criado pela
Constituição de 1988 (BRASIL, 1988) e regulamentado pelas Leis 8.080 e 8.142 de
1990, e, mesmo com todas as dificuldades inerentes a um país em desenvolvimento,
o Brasil é hoje referência internacional na área de saúde pública e um exemplo para
outros países que buscam sistemas de saúde com maior equidade. (LINDELOW;
GRAGNOLATI; COUTTOLENC, 2013). Isto foi motivado pela crescente crise de
financiamento do modelo de assistência médica da Previdência Social e também à
grande mobilização política dos trabalhadores da saúde, de centros universitários e
18
de setores organizados da sociedade, que constituíam o então denominado
“Movimento da Reforma Sanitária”, que teve o seu auge na VIII Conferência
Nacional de Saúde, no contexto da redemocratização do país. (SOUZA, 2002).
Foi a primeira vez que a população participou das discussões da
conferência. Participaram dessa conferência mais de 4 mil delegados,
impulsionados pelo movimento da Reforma Sanitária, e propuseram a
criação de uma ação institucional correspondente ao conceito ampliado de
saúde, que envolve promoção, proteção e recuperação. (FORTES et al.,
2010, p. 20).
A VIII Conferência Nacional de Saúde foi sem dúvida um grande marco na
história da saúde brasileira, pois a partir dela surgiram várias discussões a cerca do
sistema de saúde que imperava na época e buscaram-se soluções que
contemplavam a saúde de maneira mais ampla, sem esquecer que a população teve
papel primordial nestas discussões, que modificou o sistema de saúde brasileiro.
(FORTES et al., 2010).
O SUS corresponde a uma requalificação do direito à saúde, que deixa de
ser privilégio dos contribuintes da Previdência Social e passa a ser de todos
os cidadãos, e a uma requalificação da responsabilidade do Estado, que
deixa de ser uma mera agência do seguro social em saúde e passa a ser o
responsável pela sua garantia a todos os cidadãos. (CARVALHO;
BARBOSA, 2010, p. 34).
Seguindo a trajetória do SUS, pode-se perceber que muito se tem avançado
em busca de ampliação e melhorias na área da saúde, e atualmente esse mesmo
sistema atende todas as classes sociais sem distinção. O SUS é o único sistema no
mundo que garante assistência integral e completamente gratuita para toda a
população brasileira, sendo considerado um dos maiores sistemas de saúde pública
mundial. (SOUZA, 2002).
1.2 Política nacional de atenção às urgências e emergências
A área de urgência e emergência constitui-se um importante componente da
assistência à saúde. A demanda por serviços nesta área nos últimos anos, por conta
do crescimento no número de acidentes, da violência urbana e à insuficiente
estruturação da rede, são fatores que têm contribuído decisivamente para a
sobrecarga nestes serviços, transformando esta área numa das mais problemáticas
19
do Sistema de Saúde. (BRASIL, 2010).
O Conselho Federal de Medicina (CFM) (1995, artigo 1º) em sua Resolução
n° 1.451, de 10 de março de 1995 afirma que “urgência significa a ocorrência
imprevista de agravo à saúde, com ou sem risco potencial de vida, cujo portador
necessita de assistência médica imediata”. Define ainda, a “emergência como sendo
constatação médica de condições de agravo à saúde que impliquem em risco
iminente de vida ou sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico
imediato”. Note-se que esses conceitos estão relacionados ao fator tempo como
determinante do prognóstico vital.
Diante de grandes problemas existentes nessa área, o MS em parceria com
as Secretarias de Saúde dos estados e municípios, tem buscado elaborar medidas
que contribuam para a reversão deste quadro, amplamente desfavorável à
assistência da população. Assim, em 2003, foi instituída a Política Nacional de
Atenção às Urgências, onde está pautada, sobretudo na necessidade de estruturar
uma rede de serviços regionalizada e hierarquizada de cuidados integrais às
urgências de qualquer complexidade ou gravidade, desconcentrando a atenção
efetuada exclusivamente pelos prontos-socorros. (BRASIL, 2003).
As urgências têm sido objeto de grandes iniciativas do Governo Federal, fato
este que pode ser comprovado em junho de 1998, onde foi publicada a Portaria
GM/MS nº 2.923, que determinou investimentos nas áreas de assistência préhospitalar móvel, assistência hospitalar, centrais de regulação de urgências e
capacitação de recursos humanos, com o objetivo de organizar e hierarquizar os
serviços de assistência às urgências e emergências. (BRASIL, 2002b).
Em 2003, foi lançada a Política Nacional de Urgências e Emergências com o
objetivo de estruturar, organizar e integrar a rede de urgência e emergência no país.
Hoje a atenção primária é constituída pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e
Equipes de Saúde da Família (ESF), enquanto a atenção secundária fica sobre
responsabilidade do Serviço de Atendimento Móvel a Urgência (SAMU), das
Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e o atendimento de média e alta
complexidade é realizado nos hospitais. (BRASIL, 2010).
A Atenção às Urgências e Emergências visa promover a integração de todos
os níveis de saúde para ampliar e qualificar o acesso humanizado e integral aos
usuários em situação de urgência/emergência nos serviços de saúde com agilidade
e eficácia. Essa rede é oferecida de forma integrada e coloca à disposição da
20
população serviços mais próximos de sua residência, facilitando o acesso do cliente
aos serviços oferecidos. (BRASIL, 2010).
1.3 Acolhimento e triagem com classificação de risco
O sistema de triagem foi utilizado, primeiramente, no início do século XIX por
militares americanos para identificar os soldados feridos nas guerras, no intuito de
determinar as prioridades de tratamento, sendo classificados por gravidade de
lesões. (GILBOY et al., 2005). O termo “triagem” implica em uma técnica de escolha
de quem será ou não atendido primeiramente deverá ser realizada por meio de
protocolos pré-estabelecidos, por profissionais de saúde de nível superior, com
treinamento específico; (BRASIL, 2004b). O termo “triagem” ou “triage” é atribuído à
prioridade e a exclusão de pessoas é considerada inadequada pela PNH, que
sugere a utilização dos termos “avaliação” e “classificação de risco”. Subentende-se
que tais termos venham se adequar à realidade proposta pela PNH com o proposito
de humanizar o atendimento mediante escuta qualificada, avaliando e classificando
o paciente conforme a sua necessidade e atendimento de acordo com a
potencialidade para agravamento ou sofrimento físico ou mental. (GILBOY;
TRAVERS; WERZ, 1999).
Embora haja a recomendação da proposta da PNH, ainda existe dificuldade
na localização para a utilização dos termos “avaliação” e “classificação de risco”, os
mesmos não são encontrados no vocabulário padronizado na busca de artigos
Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e Medical Subject Headings (MeSH),
aparecendo apenas o termo “triagem”, necessitando de uma padronização do termo.
(TOLEDO, 2009).
Os serviços de triagem originaram-se nos hospitais norte-americanos, por
experiências da guerra, devido ao aumento da demanda dos pacientes pelo
atendimento hospitalar de pronto socorro. Isto ocorreu pelo fato da quase extinção
dos médicos de família nos Estados Unidos na década de 50. (KELLY, 1994; LOWE
et al., 1994). A partir de então vários sistemas de triagem surgiram no sentido de
unificar e padronizar a linguagem utilizada na triagem dos pacientes.
No Brasil, a utilização do acolhimento com classificação de risco nos serviços
de urgência e emergência surgiu quando da ampliação do acesso e humanização
das relações começou a ser discutida de forma mais concreta a partir da publicação
21
da Portaria nº 2.048/02. A reorganização do processo de trabalho nos serviços de
urgência e emergência visa à adequação da assistência conforme as necessidades
do usuário e os graus de especificidade e resolutividade. (BRASIL, 2002a). Em
2004, o MS lança a cartilha da PNH, inserindo o acolhimento com avaliação e
classificação de risco como dispositivo de mudança nos serviços de urgência.
(BRASIL, 2004a). E, o Programa de Qualificação da Gestão no SUS (QualiSUS)
trouxe os investimentos necessários para que fosse implantado todo este processo
tecnológico e de ambiência. (BRASIL, 2006c).
O acolhimento manifesta uma ação de aproximação, do usuário que procura
os serviços de saúde, no qual não se resume apenas ao ato de receber o paciente,
mas também constitui uma continuidade de ações e técnicas que compõem as
metodologias dos processos de trabalho em saúde em qualquer nível de atenção.
(PROCHNOW et al., 2009).
1.3.1 Protocolos de Classificação de Risco em Unidades de Urgência
O MS buscou a padronização do processo de acolhimento com a
classificação de risco no intuito de qualificar o atendimento nos serviços hospitalares
de emergência (SHE), já que a abordagem dos pacientes, nas emergências, era de
acordo com a ordem de chegada e não segundo o potencial de agravamento e risco
de morte do paciente. (SOUZA et al., 2011). O sistema proposto de ACCR adota
medidas de uniformização do processo de triagem em todo o território nacional.
(BRASIL, 2004a).
O Hospital Municipal de Paulínia foi o primeiro hospital brasileiro a implantar a
classificação de risco do modelo canadense. (GRUPO BRASILEIRO DE
ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO, 2009). Assim como Paulínia,
vários outros municípios implantaram o protocolo para acolhimento com avaliação e
classificação de risco, com melhora no fluxo de atendimento, resolutividade, tempo
de espera e diminuição da taxa de mortalidade. (BARBOSA et al., 2007; TOULSON;
JONES; McCONNELL, 2005). O acolhimento com estratificação do risco, implantada
em alguns hospitais brasileiros, não difere das iniciativas de outros países, desde
que se adequem a nossa realidade. Para tanto, o uso de protocolo institucionalizado
para a classificação de risco é o mais adequado em qualquer ambiente, garantindo
critérios padronizados de atendimento, agilidade e determinação do risco potencial à
22
saúde ou sofrimento, já que devem ser baseados nas melhores recomendações
científicas. (GÖRANSSON et al., 2006; MISOCZKY; BORDIN, 2004).
Os protocolos mais utilizados em serviços de classificação de risco das
unidades de urgência e emergência, em nível mundial, são basicamente quatro: o
Canadian Triage and Acuity Scale (CTAS©) (PIRES, 2003), o Australian Triage
Scale (ATS©), o Emergency Severity Index (ESI©) (TRAVERS et al., 2009) e o
Manchester Triage System (MTS©). (GRUPO BRASILEIRO DE ACOLHIMENTO
COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO, 2009).
O quadro 1 apresenta um comparativo dos sistemas de classificação de risco
empregados no Brasil.
Quadro 1 – Quadro comparativo dos sistemas de classificação de risco empregados
no Brasil
SISTEMA
PAÍS
TEMPO
CARACTERÍSTICAS
Imediata ou até Trabalha com categorias de 1
ATS
Austrália
120 min
a 5.
Os recursos que a instituição
Estados
ESI
------------oferece de acordo com a
Unidos
gravidade do paciente.
Pacientes são classificados
em cinco níveis que priorizam
Imediata ou até
CTAS
Canadá
a sua necessidade, sendo
120 min
atribuídas cores para auxiliar
na visualização.
Escalas que trabalha com a
priorização de cinco cores e
discriminadores gerais que
MTS
Inglaterra
0 a 240 min
se aplicam a todos os
pacientes, independente da
condição
e
da
queixa
apresentada.
Trabalha
com
cinco
prioridades associadas às
Avaliação
cores vermelho, amarelo,
Brasil
médica imediata
Classificação
verde e azul. Para as cores e
Belo
ou avaliação no
HOB
níveis, são definidos os
horizonte
mesmo dia ou
critérios clínicos que servirão
no dia seguinte
de guia para a avaliação do
enfermeiro.
Fonte: elaborado pela autora (2016).
23
1.3.1.1 Escala de Triagem Australiana - Australian Triage Scale
No final dos anos 60, na Austrália, os pacientes que procuravam assistência
médica não urgente não eram sempre classificados. Ao contrário daqueles que
chegavam de ambulância adquiriam seu atendimento priorizado e os que
deambulavam eram avaliados por ordem de chegada. Na década de 70 foi criada
uma escala de cinco prioridades baseada em tempo no hospital, em Melbourne,
para atender adequadamente e em tempo condizente com a gravidade do paciente
que busca os serviços de emergência. (CONSIDINE; LeVASSEUR; VILLANUEVA,
2004). Atualmente é conhecida como ATS (AUSTRALASIAN COLLEGE FOR
EMERGENCY MEDICINE, 2013) e tem sido adotada pelas autoridades de saúde e
pelo Australian Council on Health Care Standards (ACHS) como base de avaliação
do desempenho das Unidades de Emergência. (GRUPO BRASILEIRO DE
ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO, 2009).
Esta escala classifica os pacientes em cinco níveis de prioridade, levando em
consideração a gravidade e o tempo de espera, conforme o quadro 2:
Quadro 2 – Classificação da Escala de Triagem Australiana
Categoria
Descrição da categoria
Risco imediato à vida.
Categoria 1
Ex.: parada cardiorrespiratória
Risco iminente à vida ou exigência de tratamento
imediato.
Categoria 2
Ex.: insuficiência respiratória, dor torácica
(isquemia), perda sanguínea importante.
Potencial ameaça à vida/Urgência.
Categoria 3
Ex.: hipertensão severa, desidratação, convulsão.
Situação
de
potencial
urgência
ou
complicação/gravidade importante.
Ex.: aspiração de corpo estranho (sem obstrução
Categoria 4
de vias aéreas), dor moderada, dor abdominal não
específica, trauma craniano sem perda de
consciência.
Menos
urgente
ou
problemas
clínicoCategoria 5
administrativos.
Ex.: condições, necessidade de receita médica.
Fonte: Australiasian College for Emergency Medicine (2013).
Avaliação
Imediata
< 10 minutos
30 minutos
60 minutos
120 minutos
24
1.3.1.2 Escala de Triagem Americana - Emergency Severity Index
A ESI é uma escala desenvolvida nos Estados Unidos, em 1998, e tem como
objetivo produzir a estratificação do risco dos pacientes atendidos na emergência. A
primeira versão da ESI foi implantada em 1999 nos hospitais de ensino americanos,
contemplando apenas pacientes adultos. Em 2000 foi implantada em mais cinco
hospitais, onde foram inclusos alguns sinais pediátricos. Entretanto, a escala
exclusiva para crianças ainda não foi validada para o Brasil. (LÄHDET et.al., 2009;
TRAVERES et al., 2009). O sistema americano de triagem não se encontra
totalmente estruturado e continua a evoluir, apoiado pela Emergency Nurses
Association (ENA), que propõe a padronização da triagem levando em consideração
que a mesma deva ser efetuada por um enfermeiro com experiência comprovada
em urgência.
Antes da ESI, os protocolos americanos utilizados nos serviços de
emergência eram somente classificados em três níveis (emergência, urgência e não
urgência). Segundo os estudos de Wuerz; Fernandes e Alarcon (1998) as escalas
com três níveis de classificação apresentam baixo entendimento entre os
profissionais que a utilizam. Desta maneira, Gilboy et al. (2005) comprovou a
importância da utilização de uma escala que pudesse estratificar o usuário em cinco
níveis.
A ESI (Figura 1) é uma escala que se baseia, principalmente, na condição
física, necessidade comportamental e psicossocial do paciente, sendo estes os
fatores que influenciam em sua admissão nos serviços de saúde. A escala
contempla um algoritmo com cinco níveis de emergência onde o primeiro é o mais
grave e o quinto o menos grave. Cada algoritmo é condizente com informações
necessárias as quais auxiliam os enfermeiros a realização da triagem dos usuários.
(GILBOY et al., 2005).
25
Fonte: Gilboy et al. (2005).
Figura 1 – Algoritmo de classificação de risco do protocolo ESI, versão 4.
Tanto a ESI, como a CTAS, a ATS e o MTS estratificam cinco prioridades de
classificação que variam de um a cinco. Entretanto existem alguns pontos que a
diferencia das demais escalas. A diferença entre a ESI e as demais escalas é que
elas consideram um tempo alvo máximo para o atendimento médico. Além disso, a
ESI considera como imprescindíveis os recursos que a instituição oferece de acordo
com a gravidade do paciente, e é uma escala que contempla a antecipação de
exames
e
procedimentos
necessários.
Para
tanto,
requer
treinamento
e
conhecimento do enfermeiro para a classificação ser executada.
1.3.1.3 Canadian Triage Acuity Scale
Em 1997, foi implantada no Canadá a escala canadense baseada no modelo
da escala australiana, com o objetivo de uniformizar os dados. A escala possui cinco
níveis de classificação e assegura o acesso dos usuários aos serviços de saúde
(BEREVIDGE, 1998; CANADIAN ASSOCIATION OF EMERGENCY PHYSICIANS,
26
2002; GÖRANSSON et al., 2005).
A escala foi publicada pela primeira vez em 1999 e desde então vem sofrendo
modificações e sendo aperfeiçoada e divulgada. Porém, a mesma escala não se
apresentava como uma ferramenta de classificação de risco pediátrico em 2001 e
houve uma modificação, sendo desenvolvido uma escala específica para pacientes
pediátricos,
a
“Canadian
Triage
and
Acuity
Scale
Paediatric
Guidelines”
(PaedCTAS).
Com o passar dos anos as duas escalas foram unidas, priorizando o
atendimento para ambos. (BULLARD et al., 2014). A CTAS estabelece um tempo de
espera limite para o atendimento, onde os pacientes são classificados em cinco
níveis que priorizam a sua necessidade, sendo atribuídas cores para auxiliar na
visualização (Figura 2).
Níveis
Cor
Prioridade
Nível I
Nível II
Nível III
Nível IV
Nível V
Azul
Vermelho
Amarelo
Verde
Branco
Ressuscitação
Emergência
Urgente
Pouco urgente
Não urgente
Avaliação médica e
tratamento
Imediatamente
Em 15 minutos
Em 30 minutos
Em 60 minutos
Em 120 minutos
Frequência de
reavaliação
Frequentemente
A cada 15 minutos
A cada 30 minutos
A cada 60 minutos
A cada 120 minutos
Fonte: Adaptado de Anziliero (2011).
Figura 2 – Níveis de classificação do Protocolo Canadian Triage Acuity Scale.
1.3.1.4 Escala de Manchester Triage System
O sistema MTS, como é chamado no Brasil, foi criado na cidade de
Manchester - Inglaterra, em 1994, por um grupo integrado por médicos e
enfermeiros do Serviço de Urgência e é fundamentado nas necessidades do
paciente na priorização do atendimento. (MACKWAY-JONES; MARSDEN; WINDLE,
2006). Em 2002 foi traduzida para o português sua segunda versão pelo Grupo
Português de Triagem, e passou a ser utilizado naquele país e em outros países do
mundo. (FREITAS, 2002).
O MTS permite ao profissional, médico e enfermeiro, habilidades para a
atribuição rápida de uma prioridade clínica do doente em situação aguda. Assim
como as outras escalas, trabalha com a priorização de cinco cores: vermelho
(atendimento
emergente),
laranja
(atendimento
muito
urgente),
amarelo
27
(atendimento urgente), verde (atendimento pouco urgente) e azul (atendimento não
urgente). Na escala existem os discriminadores gerais que se aplicam a todos os
pacientes, independente da condição e da queixa apresentada. (FREITAS, 2002).
Seguindo esse protocolo, o enfermeiro ou médico baseia-se na identificação
da queixa principal do paciente. A partir dessas queixas, são direcionados
fluxogramas orientados por discriminadores resumidos em forma de perguntas para
facilitar a triagem. O sistema fornece no final das respostas a classificação de risco
do usuário. A escala possui cinco categorias de gravidade e atribuídas a cada uma
delas uma cor, e um nome, bem como é estabelecido um limite de tempo de espera
do usuário (Figura 3). (FREITAS, 2002).
Fonte: Azevedo (2014).
Figura 3 – Sistema de Classificação de Manchester conforme cores e tempo de
espera.
1.3.1.5 Protocolo de Acolhimento com Classificação de Risco do Hospital Municipal
Odilon Behrens
Em 2005, foi implantado, através do modelo de gestão participativa
institucional, o protocolo de Acolhimento com Classificação de Risco do Hospital
Municipal Odilon Behrens (HOB). Esse protocolo resultou da criação de colegiados
de gestores hospitalares, que discutiam a necessidade de mudança na organização
28
da porta de entrada, que se fazia pela triagem realizada pelos porteiros, funcionários
da recepção e coordenadores médicos de plantão. (RIBEIRO, 2008).
Este modelo não foi só executado no hospital, como também foi difundido por
toda a rede de atenção às urgências do município de Belo Horizonte, mostrando a
fragilidade e a falta de comprometimento com os usuários. (RIBEIRO, 2008).
Durante o período de experiência do protocolo, surgiu algumas preocupações dos
funcionários e a indefinição de papéis dos profissionais, bem como a inconformidade
dos médicos que realizavam a tarefa, considerada constrangedora, vista que os
recursos eram indisponíveis para uma avaliação adequada. Deste modo, resultou
aos dirigentes dos hospitais buscarem outros conhecimentos baseados em um
modelo de organizacional. Diante desse cenário optou-se pela implantação do
dispositivo da Política Nacional de Humanização: Acolhimento com Classificação de
Risco. Deste mesmo processo segue uma sequência abaixo das atividades
propostas. (RIBEIRO, 2008).
O protocolo HOB trabalha com cinco prioridades associadas às cores
vermelho, amarelo, verde e azul. Para todas as cores e níveis, são definidos os
critérios clínicos que servirão de guia para a avaliação do enfermeiro (Figura 4).
Prioridade
Cor
Classificação
I
Vermelho
Ressuscitação
II
Vermelho
Emergência
III
Amarelo
Urgência
IV
Verde
Menor Urgência
V
Azul
Não urgente
Intervenção
Médica
Intervenção
médica imediata
com acionamento
de sinal sonoro
Avaliação médica
<15 minutos, sem
acionamento
sonoro
Avaliação médica
<30 minutos
Avaliação médica
<1 hora
Avaliação médica
no mesmo dia ou
no dia seguinte
Reavaliação de
Enfermagem
Cuidados
contínuos
A cada 15
minutos
A cada 30
minutos
A cada 1 hora
-
Fonte: Hospital Odilon Behrens (2006).
Figura 4 – Escala de classificação de risco do protocolo Hospital Odilon Behrens.
Com a implantação do Protocolo de Classificação de Risco do HOB, obtevese indicadores que apontem a melhoria na qualidade do atendimento e alguns
resultados esperados, dentre eles destaca-se: a redução do risco de mortes
29
evitáveis; a abolição da triagem efetuada por funcionário não qualificado e a redução
do tempo de espera, entre outros. (HOSPITAL ODILON BEHRENS, 2006).
O processo de implantação do protocolo HOB se deu em setembro de 2005.
Até setembro de 2008 foram classificados cerca de 162 mil pacientes, com uma
média de 4.500 pacientes/mês, em média de 150 pacientes/dia. Esse processo
resultou na melhoria do acesso ao serviço, onde também foram incluídos psicólogos
e assistentes sociais no setor, rendendo resultados positivos e melhorando o
relacionamento dos profissionais e usuários. (RIBEIRO, 2008).
1.4 O papel do enfermeiro na urgência e emergência como gestor de fluxo
A enfermagem é uma profissão que exige cuidado exclusivo ao paciente, uma
vez que o cuidar do outro em sua integralidade significa não apenas resolver seus
problemas físicos, mas também reconhecer todas as necessidades do paciente. O
papel da enfermagem, inserida no serviço de urgência/emergência, tem como o
principal objetivo oferecer à preservação das funções físicas, fisiológicas e vitais do
paciente, otimizando o foco do cuidado a preservação da vida, evitando a
degradação, antes que o tratamento definitivo possa ser fornecido. (SMELTZER;
BARE, 2015).
O enfermeiro que atua na unidade de urgência e emergência tem como
atribuição obter a história do paciente, executar o exame físico, realizar tratamento
específicos, trabalhar com agilidade para estabelecer a manutenção da saúde do
paciente, além disso, é responsável pela coordenação da equipe de enfermagem,
devendo exercer a capacidade de liderança no trabalho, discernimento, e a
estabilidade emocional. (WEHBE; GALVÃO, 2001).
Nos hospitais, principalmente no serviço de urgência e emergência, é um
setor onde situações críticas frequentemente ocorrem, pois, os pacientes que
procurem estes serviços se encontram em situações graves ou potencialmente
graves. Diante do perfil do usuário que procura a unidade de Urgência e emergência
oferece uma equipe multidisciplinar de especialistas com competência para tratar
pacientes em estado grave. É uma das áreas mais críticas e congestionadas de um
hospital, onde situações inesperadas acontecem. (SILVA; MATSUDA; WAIDMAN,
2012).
30
A emergência consiste em uma estrutura padrão, onde o serviço é realizado
por uma equipe multiprofissional bem preparada e capacitada para o atendimento
com eficácia. É necessário que tenha locais adequados com ambiente amplo,
pequenas salas individuais, fácil acesso e planta física adequada; manual de
normas, rotinas de procedimentos, recursos específicos e equipe especializada.
(LIMA; ERDMANN, 2006). Nessa concepção, a atribuição do enfermeiro no serviço
de urgência e emergência é desafiador, pois sua atuação é fundamental devido à
multiplicidade de condições e situações. Diante disso, se reconhece porque o
enfermeiro protagoniza ações fundamentais no cuidado e no gerenciamento da
equipe, além de ser intermediador entre a família e os demais profissionais da
equipe de atendimento. (ALVES; RAMOS; PENNA, 2005). Ao assumir a gerencia no
serviço, o enfermeiro participa das mudanças na sociedade, atua na organização
dos serviços e organiza os fluxos, modificando a sua atuação focada no cuidar.
(LOURENÇO; SHINYASHIKI; TREVIZAN, 2005).
31
2 JUSTIFICATIVA
O interesse pelo desenvolvimento deste estudo surgiu pela falta de um
protocolo apropriado na emergência do Hospital Municipal de Santa Inês, no interior
do Maranhão, que iniciou durante a minha trajetória como docente de um curso de
graduação em enfermagem, em uma instituição de ensino público estadual, ao
acompanhar os discentes nos estágios. Neste local, cada enfermeiro aplica a sua
própria forma de classificação de risco, conforme seus conhecimentos e tentativas
de bom senso, não existindo um padrão que organize o fluxo e o processo de
trabalho, acarretando em uma circulação desordenada dos usuários dentro do
estabelecimento. Percebi que tal problemática (organização dos fluxos, fila de
espera, demora no atendimento) ainda incomodam os usuários que procuram este
serviço.
Acredito que este estudo possa permitir a melhoria do serviço, reconhecendo
o serviço prestado e avaliando qual o melhor protocolo de classificação de risco para
a realidade local. A proposta de implantação para melhorias na qualidade dos
serviços será encaminhada para os respectivos gestores, sendo de responsabilidade
dos mesmos a sua implantação.
Este estudo poderá servir de referência para estudos futuros envolvendo a
temática em questão na localidade e arredores. Atualmente, um bom atendimento,
baseado na escuta do usuário e o bom desempenho profissional, favorece o binômio
usuário – serviços de saúde. Além disso, considera-se que é preciso criar novas
formas de agir em saúde, que levam a uma atenção resolutiva, humanizada e
acolhedora.
32
3 OBJETIVOS
a) definir um protocolo de classificação de risco, empregado no Brasil, para
implantação no Hospital Thomas Martins;
b) realizar um diagnóstico situacional da unidade de emergência do Hospital
Thomas Martins;
c) avaliar os fluxos internos e externos do serviço de emergência do Hospital
Thomas Martins;
d) identificar o protocolo de classificação de risco adequado à realidade do
Hospital Thomas Martins.
3.1 Meta
Implantar o protocolo de classificação de risco no Hospital Thomas Martins,
após a apreciação do gestor local responsável.
33
4 ASPECTOS ÉTICOS
Os aspectos éticos deste estudo estão baseados na resolução nº 466/2012.
(BRASIL, 2013). A proposta de estudo foi encaminhada ao Comitê de Ética e
Pesquisa da UNISINOS e aprovado sob o número 1.347.030. (ANEXO A).
Foi solicitado autorização para a Secretaria de Saúde do Município de Santa
Inês – Maranhão (ANEXO B), para a realização da mesma no Hospital Thomaz
Martins.
Todos os participantes foram convidados a fazer parte do estudo e
esclarecidos acerca dos objetivos e da metodologia. Aos que aceitarem participar,
foi entregue o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE A),
redigido em duas vias, sendo uma via assinada e entregue ao pesquisador. Todas
as dúvidas que surgiram foram sanadas, bem como as questões relacionadas ao
sigilo dos dados e à desistência ao longo da pesquisa, sem prejuízo ou
constrangimento.
O
risco
desta
pesquisa
é
mínimo,
podendo
ocorrer
constrangimento dos participantes por responderem questões sobre o processo do
trabalho realizado na emergência, ao qual os mesmos se encontram alocados.
Os resultados da pesquisa serão utilizados internamente na instituição para a
implantação do sistema de classificação de risco e será apresentado para os
responsáveis do hospital e para Secretaria Municipal de Saúde, após a defesa da
dissertação.
Os dados serão utilizados para defesa da dissertação de mestrado e na
publicação de artigo e em eventos científicos. Também foi elaborado um documento
com a proposta de implantação da classificação de risco para a direção do hospital e
a Secretaria da Saúde do Município.
Os dados da pesquisa serão armazenados por um período de 5 anos e após
o encerramento do estudo, serão descartados por meio de picotagem.
34
5 DESCRIÇÃO METODOLÓGICA E RESULTADOS
Optou-se pela descrição metodológica e apresentação dos resultados no
mesmo capítulo, por entendermos que esta apresentação facilitará na compreensão
da proposta do estudo.
5.1 Delineamento
É um estudo do tipo intervenção. Segundo Polit e Beck (2011), o estudo de
intervenção envolve o entendimento profundo da situação e dos indivíduos para os
quais a pesquisa está sendo desenvolvida, onde uma equipe multiprofissional
realizará um planejamento minucioso e cooperativo no desenvolvimento de uma
investigação, diagnóstico e intervenção para o problema identificado.
5.2 Campo da intervenção
A presente pesquisa foi desenvolvida no Hospital Thomas Martins, localizado
no munícipio de Santa Inês, Maranhão, situado na Avenida Marechal Castelo
Branco, nº 2818, bairro laranjeiras. A cidade fica a 243 km da capital São Luís
(Figura 5).
Fonte: Santa Inês (2015).
Figura 5 – Localização geográfica da cidade de Santa Inês – MA.
35
Santa Inês é a principal cidade da Microrregião Vale do Pindaré. Possui uma
área de 381,157 Km2. Ao Norte faz limite com Pindaré-Mirim e Igarapé do Meio, ao
Sul - Santa Luzia e Brejo de Areia, ao Leste - Vitorino Freire e Bela Vista, a Oeste –
Pindaré-Mirim
e
Tufilândia.
(NSTITUTO
BRASILEIRO
DE
GEOGRAFIA
E
ESTATÍSTICA, 2002; 2008). Sua população é de 82.680 habitantes, com uma
densidade de 202,76 habitantes/km². (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E
ESTATÍSTICA, 2014). Sua economia gira em torno do comércio, prestação de
serviço, agricultura e setor imobiliário, e a cidade é sede comercial para vários
municípios ao redor.
O hospital possui 125 leitos (Figura 6), dentre eles várias especialidades
cirúrgicas como, obstetrícia, pediatria e ortopedia atende diariamente cerca de 300
pacientes por dia, sendo que o hospital e considerado um hospital regional, pois o
mesmo atende várias regiões próximas e localidades vizinhas. Os leitos são
distribuídos nas enfermarias adulto e infantil e cinco leitos na unidade de cuidados
intermediários (UCI), que apresenta características de uma unidade de terapia
intensiva, com várias especialidades clínicas e cirúrgicas dentre elas: ortopédica,
cardíaca, ginecológica, obstétrica, cirurgias do aparelho digestivo, entre outras,
sendo caracterizado como um hospital de Porte I (número de leitos, leitos de
Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), tipo de UTI, complexidade (média), serviço
de urgência/emergência, quantidade de salas cirúrgicas (4 salas)).
O hospital Thomas Martins dispõe de seis enfermeiros no setor de urgência e
emergência, sendo que um enfermeiro fica responsável por cada dia da semana de
segunda a sábado e intercalando no domingo. O serviço funciona 24 horas e
dispõem de equipamentos como Raio-X, laboratório e serviço de banco de sangue e
derivados (HEMOMAR).
36
Fonte: Costa (2013).
Figura 6 – Vista frontal do Hospital Tomaz Martins
5.3 Etapas de procedimento de coleta dos dados
A coleta de informações dar-se-á com a elaboração do diagnóstico
situacional, a avaliação e reorganização dos fluxos internos e externos, bem como a
escolha do protocolo de classificação de risco da unidade de emergência do Hospital
Tomaz Martins.
5.3.1 Diagnóstico situacional
Segundo a Portaria Nº 354, proposta do MS, sobre “Boas Práticas para
organização e Funcionamento de Serviços de Urgência e Emergência" (PORTARIA
Nº 354, DE 10 DE MARÇO DE 2014), os serviços de emergência e urgência devem
estar organizados conforme as necessidades locais. Assim, todos os recursos
devem ser providos e previstos para o bom funcionamento do serviço.
O diagnóstico situacional da emergência do hospital foi realizado seguindo a
metodologia
de
avaliação
da
Acreditação
Hospitalar.
(BRASIL,
2001;
ORGANIZAÇÃO NACIONAL DE ACREDITAÇÃO, 2001). Apesar de ser um
instrumento específico para analisa os processos e recursos (físico, humanos,
equipamentos/materiais) da qualidade da assistência prestada, alguns ajustes
metodológicos forma necessários para sua análise em função da dinâmica de
trabalho da unidade avaliada.
37
5.3.2 Características do diagnóstico situacional
Para planejar e direcionar as ações e conhecer a realidade do hospital
realizou-se um diagnóstico situacional na emergência do hospital, baseado na
portaria nº 354, proposta pelo Ministério da Saúde (APÊNDICE B). O diagnóstico
situacional é uma ferramenta que auxilia conhecer os problemas e as necessidades
do local e dos serviços de saúde e foi organizado seguindo a metodologia de
avaliação da Acreditação Hospitalar (BRASIL, 2001) e adaptado para este estudo.
5.3.2.1 - Prestação de atendimento imediato /situação de risco de morte
A emergência do Thomaz Martins possui uma equipe multiprofissional
habilitada, com treinamento para o atendimento de urgência e emergência, escala
de plantão de médicos e equipe de enfermagem nas 24 horas.
Pela análise situacional, o paciente não tem acesso garantido ao centro
cirúrgico nas primeiras 24 horas, ocorrendo uma longa espera e insatisfação do
mesmo. O cirurgião locado na emergência só atende a este setor, sendo que se o
paciente necessita de alguma cirurgia de urgência/emergência, o mesmo é
transferido para a capital São Luís, a 243 km. Pela análise, o paciente é estabilizado
no local, antes da transferência. Entretanto, mesmo se tratando de paciente com
risco de morte, o mesmo é transferido somente com os cuidados do enfermeiro ou
técnico de enfermagem.
O hospital possui equipamentos e medicamentos e materiais compatíveis
para atender as necessidades do usuário e possui um local exclusivo para o
atendimento de emergência. Neste local há espaço para consulta, para realização
de pequenos procedimentos como salas de curativos, sala de sutura, sala de gesso,
Todas as salas dispõem de ar comprimido a vácuo e oxigênio e existe rotina de
precauções para isolamento quando necessário. Há protocolo de controle para
germes multirresistentes quando do atendimento do paciente transferido de outras
instituições.
38
5.3.2.2 Manual de normas, rotinas e procedimentos atualizados e disponíveis
A emergência do Hospital Thomaz Martins possui local de atendimento com
condições de lavagem simples e antissepsia das mãos (pias e dispositivos com
álcool gel nos corredores). Existe ventilação adequada (janelas externas) na sala de
observação e consultórios, bem como iluminação por fluorescente em todas as
salas. Na sala vermelha e amarela não existe janelas, sendo o ambiente ventilado
com ar condicionado.
Os responsáveis ou acompanhantes são informados sobre a situação e
estado geral de saúde do paciente pelos funcionários do hospital (do vigia até o
médico), não existindo uma rotina padronizada de quem deve fornecer esta
orientação.
A unidade dispõe de duas salas para descanso dos plantonistas noturnos
(médicos, enfermeiros e técnicos), uma masculina e uma feminina, próxima à
unidade de emergência.
O hospital não dispõe de sistema de comunicação de autoridade judiciária
para casos específicos. Se necessário, é chamado à autoridade policial ou judiciária
do município, sendo que o município dispõe de Conselho Tutelar, Polícia Civil e
Polícia Militar.
O hospital dispõe de manuais de normas e rotinas e procedimento, por
exemplo, manual de lavagem das mãos, manual e condutas de medidas de
precauções, etc. O mesmo fica disponível para toda a equipe na sala do enfermeiro
que faz a classificação, não havendo cópias do mesmo em todas as salas.
Existe um programa de educação e treinamento continuado para a equipe de
enfermagem, que ocorre mensalmente. Este treinamento é realizado por um dos
enfermeiros da equipe, sendo abordados temas específicos da unidade, como
também atualizações de procedimentos para segurança do paciente e equipe, tais
como lavagem de mão, medidas de precauções e bloqueios. Os médicos do serviço
são convidados a participar de todos os treinamentos. Infelizmente, não existe a
adesão dos mesmos.
39
5.3.2.3 Sistema de aferição da satisfação dos clientes (Internos e externos): dados e
indicadores assistenciais e de qualidade
A instituição não possui sistema de informação baseado em taxas e
indicadores específicos do atendimento de emergência, bem como não há um
sistema de aferição da satisfação dos clientes.
5.3.2.4 Sistema de referência e contra referência
O hospital dispõe de uma lista de serviços para referência e contrarreferência.
Existem duas ambulâncias de suporte básico, próprias do serviço para a realização
das transferências. As transferências são realizadas, geralmente acompanhadas
pelos técnicos de enfermagem e o motorista, para outros serviços ou hospital.
O hospital possui sistema de comunicação que assegura e agiliza a
transferência do paciente através da central de regulação e marcação de leitos. A
direção do hospital, juntamente com o serviço social, dispõe de uma relação de
serviços ou centros especializados para quais devem transferir o paciente, conforme
a necessidade de atendimento. A reserva de leitos em outros hospitais é realizada
pelo serviço social, através da central de leitos. Em alguns casos são “negociadas”
autorizações de internação hospitalar (AIH) pela direção dos hospitais. Para as
transferências de pacientes críticos, é realizado contato prévio entre os médicos dos
serviços. Caso haja liberação médica do outro hospital autorizando a transferência, a
direção do Hospital Thomaz Martins autoriza o termo de liberação do paciente.
O serviço possui dois registros, a ficha de atendimento e o boletim médico. A
ficha de atendimento é realizada na entrada do paciente, pela recepção da
emergência. O boletim médico é realizado online pelo próprio médico, onde é
registrado dados clínicos (sinais e sintomas) e tratamento indicado. Este boletim é
impresso no local em duas vias, sendo uma para o paciente e outra para o serviço.
O hospital possui contratos com empresas especializadas para manutenção
de meios de transportes e equipamentos. Quando existe quebra de contrato, os
serviços não são prestados, sendo a manutenção prejudicada para serviços
essenciais, como por exemplo, tomografia e Radiografia.
40
5.3.2.5 - Manuais de normas e rotinas e procedimentos documentos, atualizados e
disponíveis, bem como protocolos clínicos e critérios para a transferência e
admissão de clientes/pacientes encaminhados por outros serviços
O hospital não possui manual de normas e rotinas e procedimento de
referência e contrarreferência documentada. Também não possui um sistema de
análise critica dos critérios clínicos relativos às transferências e as admissões do
paciente.
Todos os pacientes e acompanhantes são informados sobre o motivo da
transferência. Existe um documento de transferência (autorização da direção) da
instituição de origem que é encaminhado juntamente com o boletim de atendimento
médico.
Existe protocolo clínico institucionalizado, do MS, para atendimento ao
paciente de acidente vascular cerebral e dor torácica.
5.3.3 Avaliação e reorganização dos fluxos internos e externos
Para a avaliação e reorganização dos fluxos, um grupo de trabalho foi
constituído por oito profissionais do setor de emergência do hospital Thomas Martins
entre eles, cinco enfermeiros e três técnicos de enfermagem.
Os critérios de inclusão e exclusão dos participantes do grupo são:
5.3.3.1 Critérios de inclusão
a) pertencer ao quadro funcional da instituição;
b) ter idade maior ou igual a 18 anos.
5.3.3.2 Critérios de exclusão
a) estar em afastamento da instituição, por qualquer natureza, no período da
coleta.
41
Este grupo foi convidado pela coordenação do hospital, o qual fez a
explanação dos objetivos do trabalho. E, a explanação da metodologia a ser seguida
foi orientada pela própria pesquisadora.
A reunião ocorreu dentro do hospital, em local específico para reuniões,
durante três dias, no turno da tarde, com duas horas de duração, contemplando os
funcionários que aceitaram participar desta etapa da pesquisa. A pesquisa foi
realizada com equipe de enfermagem do hospital Thomas Martins Este grupo de
trabalho realizou a avaliação e reorganização do fluxo de atendimento, bem como a
identificação dos atendimentos mensais.
O mapeamento do fluxo atual (APÊNDICE A) serviu como base para a
proposta de organização do serviço de emergência para a implantação de uma
classificação de risco que melhor se adaptou ao local. A reorganização do fluxo de
atendimento com classificação de risco, utilizado para representar graficamente as
etapas de um processo para auxiliar na sua análise (ARAÚJO, 2007), auxiliará na
priorização das urgências e a melhor qualidade na assistência. Desta maneira, a
proposta da classificação de risco está alinhada ao fluxo de atendimento.
O redesenho do fluxo de atendimentos e processo de trabalho ocorreu a partir
da análise dos fluxos e processos existentes, por técnica de observação. O
redesenho do processo seguiu o modelo de Melhorias de Langley et al. (2009) que é
composto de três questões fundamentais e do ciclo de aprendizagem e melhoria
(Ciclo de Deming ou Ciclo PDSA – Planejar, Executar, Verificar, Agir) (ANEXO C)
(LANGLEY et al., 2009). Entretanto, devido ao tempo necessário para que todos os
participantes envolvidos neste contexto participassem de todas as fases do ciclo, a
proposta foi realizar apenas a primeira etapa do mesmo, isto é, planejar (P). As
demais etapas (Executar, Verificar e Agir) serão elaboradas posteriormente, após a
apresentação da proposta para a direção da instituição estudada.
O processo de trabalho atual (Figura 7) foi verificado com a coordenação da
emergência para a procura de falhas, utilizando-se a ferramenta do Diagrama de
causa e efeito, que auxiliou na identificação das causas de um determinado
problema no processo de atendimento da emergência. (ISHIKAWA, 1990). Com ele,
foi possível explorar as causas possíveis de uma condição ou problema, permitindo
identificar a causa original e a raiz do problema. Este sistema permitiu estruturar
hierarquicamente as causas dos problemas que foram enumeradas durante as
discussões do grupo, sendo também discutido o problema e a não conformidade
42
(brainstorming) sobre as causas e alocadas nas principais categorias, para cada
causa, foi perguntado ao grupo por que isto acontece (Figura 8).
As informações coletadas foram organizadas em categorias e verificadas as
causas potenciais dos problemas. Inicialmente o redesenho do processo foi
realizado sem pensar no “como” implementar, já que nesta fase não foi tolhida
nenhuma ideia inovadora. (LIMA, 2006). Entretanto, depois dessa primeira etapa, o
processo foi reavaliado para o que pode ser feito, dentro da realidade institucional e
de mercado local.
43
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
Figura 7 – Fluxo de atendimento atual da Emergência Thomaz Martins, 2016.
44
Figura 8 - Diagrama de causa e efeito da análise do fluxo de atendimento da emergência do Hospital Tomaz Martins, 2016.
45
5.3.4 Análise documental dos boletins/prontuários dos pacientes atendidos
Para
a
análise
da
documentação
optou-se
pela
avaliação
dos
boletins/prontuários, buscando as seguintes informações: queixa principal, sinais
vitais, idade, história pregressa e conduta. Como, diariamente, em média são
atendidos 300 pacientes no serviço, a amostra foi de 170 boletins/prontuários (IC
95%; erro 5%; distribuição 50%), escolhidos aleatoriamente em um dia de
atendimento.
Esta avaliação auxiliou na identificação do perfil de atendimento dos
pacientes que utilizam o serviço de emergência, bem como auxiliou na elaboração
de casos para o treinamento dos enfermeiros quando da implantação do protocolo
de acolhimento com classificação de risco no Hospital Thomaz Martins.
5.3.5 Caracterização do grupo de trabalho
Foram convidados a participar da reunião cinco enfermeiros do setor da
urgência e emergência e dois técnicos de enfermagem. Todos os encontros foram
realizados na sala de reuniões do Hospital Thomas Martins, durante três dias
consecutivos, com duração de duas horas, para apresentação da proposta e
discursão entre os membros do grupo.
5.3.6 Definição do protocolo de classificação de risco
Todos
os
protocolos
empregados
no
Brasil
foram
apresentados
detalhadamente para a equipe de trabalho. Para cada protocolo foram discutidos os
pontos positivos e negativos e custo-benefício para a realidade local (Quadro 3).
Após esta explanação, o grupo de trabalho decidido que o protocolo de acolhimento
com classificação de risco do Hospital Municipal Odilon Behrens (HOB) é o que
melhor se adapta as condições locais como instrumento de reorganização dos
processos de trabalho, na tentativa de estabelecer mudanças na forma e no
resultado do atendimento do usuário que procura o serviço.
46
Quadro 3 – Comparação dos pontos positivos, negativos e custo-benefício dos
protocolos de classificação de risco empregados no Brasil
PROTOCOLO
PONTOS POSITIVOS
PONTOS NEGATIVOS
CUSTO-BENEFÍCIO
Trabalha com 5
categorias, estabelece
padrões mínimos para
que sejam atendidos
como exemplo:
data/horário,
queixa/problema,
achados clínicos.
Não utiliza fluxograma
ou lista de queixas.
Nenhum custo para a
instituição.
ESI
Utiliza um fluxograma
com notas explicativas.
Não prevê tempo limite
para a avaliação dos
pacientes, apenas
recursos necessários
para o atendimento
conforme as condições
clinicas.
Nenhum custo para a
instituição.
CTAS
Classificação de acordo
com sinais e sintomas,
gravidade, foca na
queixa principal,
baseado em dados
subjetivos e objetivos.
Lista de queixas prédefinidas e modificadas.
Ainda não faz
consideração sobre
atendimento pediátrico.
Nenhum custo para a
instituição.
Possui 5 categorias de
gravidade clínica,
baseada em cores,
números e nomes,
Possui 52 fluxogramas
de apresentação com
discriminadores gerais,
e específicos
O Manchester é
centrado na doença e
tira o foco do paciente.
Ausência de
individualização na
avaliação de cada caso,
visto que os sintomas já
vêm listados.
O paciente com
prioridade azul espera
em torno de 240 min p/
atendimento.
A escala tem um
custo para
treinamento da equipe
que em média custa
1.200,00 para cada
enfermeiro que
participa do curso.
Poderá ocorrer
mudanças na área do
hospital como infraestrutura para
implantação do
protocolo
Não encontrados.
Nenhum custo para a
instituição.
ATS
MTS
Possui cinco
prioridades associadas
a cores e níveis, que
são definidos como
HOB
critérios clínicos
Possui fluxograma de
apresentação e lista de
queixas.
Fonte: dados da pesquisa (2016).
A partir do levantamento e análise dos dados pesquisados e fornecidos pelo
grupo de trabalho, um novo processo de atendimento foi sugerido (Figura 9).
47
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
Figura 9 - Novo fluxograma de atendimento no Serviço de Emergência do Hospital
Thomas Martins.
48
5.4 Proposta para avaliação da gravidade dos pacientes na emergência
O enfermeiro desempenha um papel primordial na vigilância do doente
internado
nas
dependências
do
Hospital
Thomaz
Martins
em
minimizar
complicações que possam vir a comprometer a sua saúde e prolongar a sua
recuperação. Apesar disso, durante a monitorização verificam-se falhas no
planejamento dos cuidados e da comunicação entre os profissionais envolvidos na
terapêutica do cuidado.
Para minimizar estas complicações, propõe-se utilizar uma escala, validada
no Brasil (TAVARES et al., 2008), e que outros serviços já a adotam (COOPER,
2005; RIBAS, 2006), para medir o grau de risco de deterioração fisiológica do
paciente internados, que se chama Escore de Alerta Precoce ou MEWS (Modified
Early Warning Score).
A MEWS é baseada na avaliação dos sinais vitais e na respectiva atribuição
de pontos (escores) conforme as alterações verificadas em relação aos parâmetros
considerados normais. (Quadro 4).
Quadro 4 – Escala de alerta precoce adaptada (MEWS)
Escore
Frequência
respiratória
(min)
Frequência
cardíaca
(min)
PAS
(mmHg)
Temperatura
(ºC)
Escore de Alerta Precoce Modificado – Modified Early Warning Score
3
2
1
0
1
2
≤8
≤ 70
3
9 – 14
15 – 20
21 – 29
> 29
101 – 110
111 – 129
> 129
≤ 40
41 – 50
51 – 100
71 – 80
81 – 100
101 – 199
≤ 35
35,1 - 36
36,1 – 38
≥ 200
38,1 – 38,5
≥ 38,6
Reagindo
Reagindo a Irresponao
dor
sivo
chamado
Os pontos para cada parâmetro são registrados no momento em que as observações são
feitas. Se o total for de 4 ou mais, o médico da unidade é informado.
Nível de
consciência
Alerta
Fonte: Traduzido de Gardner-Thorpe et al. (2006).
Baseada nas alterações fisiológicas, esta escala interpreta o agravamento
clínico, que pode denunciar, antecipadamente, a situação clínica do paciente que
necessita de cuidados especiais. (GOLDHILL et al., 2005). A falha e a demora na
identificação desses sinais comprometem o atraso do tratamento adequado, levando
49
o aumento da mortalidade hospitalar. (GOLDHILL et al., 2004). Outros estudos
comprovam que os escores de alerta precoce, utilizados à beira do leito, consistem
em uma ferramenta simples na identificação de pacientes com risco iminente de
morte, favorecendo a sua admissão na unidade de tratamento intensivo. (GOLDHILL
et al., 2005; SUBBE, 2001).
5.5 Proposta de treinamento para os enfermeiros do protocolo municipal
hospital Odilon Behrens
As informações coletadas nos boletins de atendimento foram descritas na
forma de caso clínico (Quadro 5), o qual será realizado a classificação de risco pelos
enfermeiros, no momento da capacitação. O estudo de caso é um método de ensino
utilizado para despertar o interesse do aluno, bem como organizar o trabalho,
através da análise das ações estabelecidas para atendimento, baseados em
situações reais do cotidiano. (GALDEANO; ROSSI; AZAGO, 2003).
Quadro 5 – Construção dos casos clínicos, a partir dos boletins de atendimento da
emergência do Hospital Thomaz Martins (2016)
(continuação)
Paciente típico da prioridade II – Emergência
Histórico: Homem, 45 anos, deu entrada na emergência
queixando-se de cefaleia intensa de início súbito e progressivo
há 3 horas. Apresentando-se agitado, escala de dor = 10/10.
Fez o uso de medicação analgésica, sem sucesso. Apresenta
pequena dificuldade motora iniciada hoje. É hipertenso e faz o
uso irregular da medicação.
Sinais vitais: FC = 100bpm; FR = 23 irpm; PA = 190/100mmHg;
Tax = 36,8ºc.
Caso clinico 1
Queixa principal: cefaleia.
Avaliação de enfermagem: dor Intensa, súbita ou rapidamente
progressiva rigidez de nuca, paciente apresenta náusea-vômito
com alteração do estado mental e alterações nos sinais
neurológicos focais (paresia, afasia).
Conduta: encaminhar o paciente para avaliação médica menos
de 15 minutos, sem acionamento de sinal sonoro
50
(conclusão)
Paciente típico de prioridade III – urgência
Histórico: Paciente de 65 anos, feminino, queixando-se de dor
abdominal há três dias. Escala de dor = 5/10. Fez uso de
medicação para dor, sem sucesso. Apresenta distensão
abdominal e relata que há dois dias não consegue urinar direito.
História pregressa de câncer de bexiga, tendo sido feito
tratamento cirúrgico há dois meses.
Caso clinico 2 Sinais vitais: FC = 86 bpm; FR = 18 irpm; PA = 120x80 mmHg;
Tax = 38,5ºC.
Queixa principal: dor abdominal.
Avaliação de enfermagem: sinais vitais (FC; FR e PA)
normais, dor aguda moderada (5/10), distensão abdominal,
paciente apresenta retenção urinária, prostração e febre.
Conduta: Urgência, avaliação médica menos de 30 minutos.
Paciente típico de prioridade IV - menor urgência
Histórico: Paciente de 25 anos, feminino, queixando de dor
torácica que não irradia, há uma semana. Escala de dor: 4/10.
Não fez uso de medicação para dor. Relata estar ansiosa devido
a problemas familiares e nunca teve problemas do coração, bem
como não haver casos de cardiopatia na família.
Sinais vitais: FC = 75 bpm; FR = 18 irpm; PA = 110x70 mmHg;
Tax = 36,5ºC.
Caso clinico 3
Queixa principal: dor torácica.
Avaliação de enfermagem: Sinais vitais normais; dor
moderada não aguda, paciente sem dispneia, sem cardiopatia
prévia.
Conduta: menor urgência, aguardará atendimento médico em
cadeira, será informado que o tempo para avaliação médica
será menos de uma hora.
Paciente típico de prioridade V - não urgente
Histórico: paciente de 35 anos, masculino, queixando de dor
abdominal que vai e volta há vários anos. Escala de dor: 2/10.
Apresenta leve distensão abdominal com sons timpânicos à
percussão. Relata ter problemas intestinais (dificuldade de
evacuação) há vários anos.
Sinais vitais: FC = 76 bpm; FR = 14 irpm; PA = 120x80 mmHg;
Tax = 36,5ºC.
Caso Clínico 4
Queixa principal: dor abdominal.
Avaliação de enfermagem: sinais vitais normais, dor leve (<
4/10). Paciente apresenta constipação intestinal.
Conduta: prioridade não urgente, o paciente será avaliado no
mesmo dia ou no dia seguinte, ou encaminhado para a unidade
básica de saúde.
Fonte: dados da pesquisa (2016).
Todos os estudos de casos construídos serão de aplicação para a
classificação do risco, conforme o protocolo proposto. Esta forma de educação
proporcionará subsídios para enfermeira identificar a melhor estratégia para
51
classificar o paciente. Para tanto, a enfermeira deverá possuir conhecimento, não só
de técnicas de enfermagem, mas de fisiopatologia das doenças e sinais e sintomas.
(GALDEANO; ROSSI; AZAGO, 2003).
É um método de investigação onde o enfermeiro participa de todas as etapas,
desde a coleta de informações até a análise dos dados e conduta, bem como um
processo de julgamento ou avaliação. (GALDEANO; ROSSI; AZAGO, 2003).
52
6 CONCLUSÃO
O presente trabalho demonstrou que os atendimentos realizados no Hospital
Thomas Martins não adotam nenhum critério de classificação de risco. O modelo de
atendimento que impera atualmente no hospital é um atendimento desordenado,
com reclamações rotineiras, por parte daqueles que necessitam de atendimentos,
onde a superlotação e a grande demora ainda são a principal causa da insatisfação
por parte dos usuários.
A técnica de avaliação e classificação de risco prevê a determinação e
agilidade no atendimento, diminuindo assim longas filas de espera e o risco de
agravamentos e óbitos. A avaliação de protocolos de atendimento e classificação de
risco, empregados em âmbito nacional e a avaliação das causas e efeitos do fluxo
de atendimento atual do serviço, bem coo o diagnóstico situacional da emergência
do Hospital Thomaz Martins, possibilitou a construção de uma proposta de
atendimento, baseado na realidade local.
O protocolo de escolha foi o do Hospital Municipal Odilon Behrens (HOB), no
qual a equipe identificou como o melhor instrumento de reorganização do processo
de trabalho, na tentativa de estabelecer mudanças na forma e no resultado do
atendimento do usuário que procura o serviço.
Este trabalho contribuiu para a equipe averiguar e reconhecer as falhas no
processo de atendimento. Espera-se que os resultados possam instigar nos colegas
deste serviço o empoderamento necessário para a transformação de sua prática.
53
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62
ANEXO A – PARECER APROVADO PELO CEP UNISINOS
63
64
65
ANEXO B – TERMO DE ANUÊNCIA DA INSITUIÇÃO
66
ANEXO C – CICLO DE DEMING OU PDCA
Fonte: Langley et al. (2009)
67
APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
O Sr(a) está sendo convidado(a), a participar voluntariamente na pesquisa
intitulada “Proposta de implantação de um protocolo de classificação de risco
em um hospital municipal de urgência e emergência no maranhão”. Esta
pesquisa tem como objetivo elaborar um plano de implantação de um protocolo de
classificação de risco para o hospital municipal Tomaz Martins, trazendo melhorias
para o serviço, bem como agilidade na prestação do serviço à comunidade. O
trabalho está sendo realizado pela mestranda Thallita Karollaine de Queiroz Pereira,
do Mestrado Profissional em Enfermagem da Universidade do Vale do Rio dos Sinos
– UNISINOS, sob orientação da Profª Drª Karin Viegas.
Para alcançar os objetivos desta pesquisa será necessário realizar uma
reunião com um grupo de trabalho que é composto por profissionais do próprio
serviço. Este grupo se reunirá pelo menos uma vez por semana, com duração de
uma a duas horas, para discutir os fluxos de atendimento da emergência do hospital,
bem como verificar e elaborar um plano para implantar uma proposta de
classificação de risco para os pacientes que são atendidos no serviço. As reuniões
serão gravadas, com o propósito de melhor aproveitamento das sugestões dos
participantes.
Os dados obtidos serão utilizados somente para este estudo e serão
apresentados aos profissionais de saúde do Hospital Municipal, bem como ao gestor
da instituição. O servico se beneficiara com a organizacao do fluxo e processo de
trabalho, bem como a padronizacão do atendimento, conforme proposta do
HUMANIZASUS.
Durante todo o processo de coleta de dados será garantido o seu anonimato
e em nenhum momento será divulgado seu nome. Para participar deste estudo você
não terá nenhum custo e não receberá qualquer vantagem financeira. Como sua
participação é voluntária, terá a liberdade de retirar seu consentimento a qualquer
momento, sem que haja prejuízo pessoal ou profissional. Qualquer dúvida em
relação ao projeto e a forma como está sendo conduzido, poderá entrar em contato
com a pesquisadora Thallita Karollaine de Queiroz Pereira pelo número (98)
81696911 ou pelo e-mail [email protected]. Os dados serão
armazenados pela pesquisadora durante 5 (cinco) anos e após esse período serão
descartados.
Declaro que recebi cópia deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido,
ficando outra via com a pesquisadora.
São Luiz, ___, de ________________ de 20__.
Assinatura de Entrevistado
Data:____/____/____
Assinatura do Pesquisador
Thallita Karollaine de Queiroz Pereira
68
APÊNDICE B - DIAGNÓSTICO SITUACIONAL
(continua)
Características da instituição
ITENS DE AVALIAÇÃO
D
E
A
B
C
N. º DE
LEITOS
LEITOS
DE UTI
TIPO DE
UTI
ALTA
COMPLEXIDADE
URGÊNCIA/
EMERGÊNCIA
1 Ponto
20 a 49
01 a 04
-----
1
2 Pontos
50 a 149
05 a 09
Tipo II
2
10 a 29
------
3
Pronto Atendimento
Serviço de
Urgência/Emergência
Referência Nível I
ou II
> 30
Tipo III
4 ou mais
PONTOS
3 Pontos
4 Pontos
150 a
299
300 ou
mais
Porte da instituição.
Referência Nível III
F
G
GESTAÇÃO
SALAS
DE ALTO
CIRÚRGICAS
RISCO
------Nível I
Nível II
------
Até 02
Entre 03 e
04
Entre 05 e
06
PONTO
S
TOTAIS
Mínimo 1
Máximo
27
Acima de 08
[ x ] Porte I - de 01 a 05 pontos
[ ] Porte II - de 06 a 12 pontos
[ ] Porte III - de 13 a 19 pontos
[ ] Porte IV- de 20 a 27 pontos
Prestação de atendimento imediato a clientes/pacientes externos em situação de risco de
morte.
Padrão
Conformidade
Observações
1. Possui equipe multiprofissional habilitada?
[ ] sim [ ] não
2. A equipe é treinada para atendimento em
urgência/emergência?
[ ] sim [ ] não
3. Há escala de plantão de médicos e equipe
de enfermagem destinada ao atendimento
de emergência e sua distribuição nas 24
horas?
[ ] sim [ ] não
4. Há escala dos profissionais especialistas,
com cobertura para toda semana?
[ ] sim [ ] não
5.Os pacientes têm acesso garantido ao
centro cirúrgico, nas primeiras 24 horas?
6. Há registro das ações assistenciais dos
pacientes em observação?
7. Há equipamentos, medicamentos e
materiais compatíveis com a estrutura do
serviço de emergência?
8. Há local exclusivo, com acesso
independente a sala de atendimento de
emergência?
[ ] sim [ ] não
[ ] sim [ ] não
[ ] sim [ ] não
[ ] sim [ ] não
69
(continuação)
Prestação de atendimento imediato a clientes/pacientes externos em situação de risco de
morte.
Padrão
Conformidade
Observações
9. Há espaços para consultas?
[ ] sim [ ] não
10. Há espaço para pequenos
procedimentos?
11. Há área de observação individualizada,
com fonte de oxigênio, ar comprimido e
vácuo?
12. Há precauções padronizadas e rotina
para isolamento do cliente/paciente?
[ ] sim [ ] não
[ ] sim [ ] não
[ ] sim [ ] não
Manual(is) de normas, rotinas e procedimentos documentado(s), atualizado(s) e
disponível(is)
Padrão
Conformidade
Observações
13. Os locais de atendimento têm com
condições de lavagem simples e antissepsia
das mãos, ventilação e iluminação
[ ] sim [ ] não
adequadas?
14. Os acompanhantes ou responsáveis são
informados sobre a situação e estados geral
do cliente/paciente?
15. Há local para descanso noturno dos
plantonistas perto da unidade?
16. Há sistema de comunicação e
articulação com a autoridade judiciária para
casos específicos?
17. Há programa de manutenção preventiva
dos equipamentos?
18. Há manual(is) de normas, rotinas e
procedimentos documentado(s), atualizados
e disponível(is) em todas as salas?
[ ] sim [ ] não
[ ] sim [ ] não
[ ] sim [ ] não
[ ] sim [ ] não
[ ] sim [ ] não
19. Há programa de educação e treinamento
continuado?
[ ] sim [ ] não
20. Há procedimentos voltados para a
continuidade de cuidados ao cliente/paciente
e seguimento de casos?
[ ] sim [ ] não
Sistema de aferição da satisfação dos clientes (internos e externos).
Disposição de dados e indicadores assistenciais e de qualidade.
Padrão
Conformidade
Observações
21. Há sistema de informação baseado em
taxas e indicadores específicos do
atendimento de emergência?
[ ] sim [ ] não
22. Há sistema de aferição da satisfação dos
clientes (internos e externos)?
[ ] sim [ ] não
70
(continuação)
Sistema de referência e Contrarreferência
Padrão
Conformidade
23. O hospital dispõe de uma lista de
serviços para os quais pode transferir os
casos que superam sua capacidade
resolutiva?
[ ] sim [ ] não
24. A equipe é habilitada para acompanhar o
cliente/paciente, quando necessário?
[ ] sim [ ] não
Sistema de referência e Contrarreferência
Padrão
Conformidade
25. O hospital possui meios de transporte
(próprio ou contratado) para a realização de
transferências?
[ ] sim [ ] não
26. Esses transportes são equipados
adequadamente para a realização das
transferências?
[ ] sim [ ] não
27. Há relação de serviços e/ou centros de
referência em especialidades, para os quais
devem ser transferidos os casos em que o
hospital não tenha capacidade resolutiva?
[ ] sim [ ] não
28. Hásistema de comunicação que
assegure as transferências e agilidade dos
mecanismos utilizados nos contatos entre os
médicos e serviços?
29. Há informações sobre os
clientes/pacientes na ficha de atendimento
médico que oriente a continuidade do
tratamento, tais como: resumo clínico,
diagnóstico, resultado dos exames
realizados, condutas executadas e o motivo
da transferência?
Observações
Observações
[ ] sim [ ] não
[ ] sim [ ] não
30. Há programa de manutenção preventiva
para os meios de transporte e
[ ] sim [ ] não
equipamentos?
Manual(is) de normas, rotinas e procedimentos documentado(s), atualizados(s) e
disponível(is), bem como protocolos clínicos e critérios para a transferência e admissão de
clientes/pacientes encaminhados por outros serviços.
Padrão
Conformidade
Observações
31. Há manual(is) de normas, rotinas e
procedimentos de referência e
contrarreferência documentado(s),
[ ] sim [ ] não
atualizado(s) e disponível(is) para o
transporte do cliente/paciente?
32. Há protocolos clínicos para atendimento
ao cliente/paciente, na fase inicial e durante
as transferências?
[ ] sim [ ] não
71
(conclusão)
Manual(is) de normas, rotinas e procedimentos documentado(s), atualizados(s) e
disponível(is), bem como protocolos clínicos e critérios para a transferência e admissão de
clientes/pacientes encaminhados por outros serviços.
Padrão
Conformidade
Observações
33. Há sistema de análise crítica dos
critérios clínicos relativos às transferências e
[ ] sim [ ] não
as admissões de clientes/pacientes?
34. Os pacientes e/ou acompanhantes são
informados sobre o motivo da transferência?
[ ] sim [ ] não
Fonte: Instrumentos adaptado do Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar. (BRASIL,
2002).
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