RESUMO As infecções fúngicas nos seres humanos ocorrem de formas variadas, podendo tratar-se de micoses superficiais ou micoses sistêmicas. O uso de novos antifúngicos permitiu importantes progressos na terapêutica dos diferentes tipos de infecções micóticas. Dentre os fármacos utilizados para o tratamento, destaca-se o cetoconazol, derivado dos azóis, uma molécula sintética que age inibindo na biossíntese da molécula do ergosterol, exercendo ação fungicida. O tratamento com cetoconazol exige aplicações freqüentes do produto, o que provoca irritação cutânea, dificultando a adesão ao tratamento. Estudos iniciais têm demonstrado que fármacos nanocarreados apresentam melhora na seletividade, reduzindo efeitos colaterais, modificando a liberação e aumentando a eficácia do ativo. Este trabalho teve como objetivo, caracterizar, avaliar a estabilidade físico–química e a atividade antimicrobiana de sistemas compostos de nanopartículas ou micropartículas contendo cetoconazol incorporadas em formulações de xampu. Todos os estudos foram realizados comparando-se o cetoconazol na forma nanoestruturada e microestruturada com a forma livre. As amostras foram armazenadas nas condições de 25 ± 2 °C, 4 ± 2 °C e 40 ± 2 °C e 75 ± 5% UR e expostas à luz UV, durante 90 dias, sendo analisadas em períodos 0, 7, 15, 30, 60 e 90 dias, em relação à determinação do pH, diâmetro de partícula, índice de polidispersão, potencial zeta, taxa de associação e doseamento do fármaco, atividade antimicrobiana e viscosidade para as amostras de xampu. O tamanho médio das partículas para as nanocápsulas foi inferior a 370 nm, para as micropartículas inferior a 52 μm. Todas as amostras compostas pelos nanocarreadores apresentaram potencial zeta negativo. Os valores para a taxa de associação foram de 92,10 % para as nanocápsulas e 97,69 % para as micropartículas. Em relação ao teor das suspensões submetidas aos testes de estabilidade, as amostras compostas por nanocápsulas foram as que apresentaram uma menor perda de quantidade do ativo (17,9 % e 19,7 %) nas condições de 25 ± 2 °C e 4 ± 2 °C respectivamente. Para as formulações de xampu compostas pelos sistemas de nanocarreadores, o mesmo ocorreu, porém com perdas de (9,3 % e 13,6 %) para as mesmas condições das suspensões. Na análise da atividade antimicrobiana, as suspensões de nanocapsulas apresentaram potência de 98,15 % e as de micropartículas 100,25 %. As amostras de xampu foram analisadas pelo ensaio microbiológico de sensibilidade, o qual analisado de forma qualitativa e demonstrou que as amostras possuem atividade antifúngica. As validações das metodologias analíticas para as suspensões apresentaram resultados satisfatórios para todos os parâmetros analisados. Através dos resultados obtidos, podese concluir que as suspensões demonstraram ter boa estabilidade, mesmo quando incorporadas em um veículo farmacêutico de uso tópico, representando assim, uma melhor viabilidade tecnológica para a área farmacêutica. Palavras chaves: Cetoconazol, nanocápsulas, micropartículas, xampu, estabilidade, atividade antimicrobiana.